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Técnicas sustentáveis para a construção

Pesquisa produz maquete eletrônica de edificação utilizando proposta alternativa virtuais precisos de uma construção. Lá ele aplicou os princípios e fundamentos da bioconstrução e da permacultura. Assim, desenvolveu uma maquete eletrônica que busca técnicas e sistemas alternativos de construção para uma solução sustentável à construção civil.

As técnicas

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Tais princípios, como a permacultura, foram elaborados por ambientalistas australianos na década de 70. Destacam-se aqui Bill Mollison e David Holmgren, que buscavam sintetizar conhecimentos de culturas ancestrais, de saberes populares e da ciência moderna para um desenvolvimento sustentável, em harmonia com a Natureza.

Para os ambientalistas (algo reforçado por Guilherme no artigo), a permacultura consiste em um sistema de design que busca a criação de espaços e ambientes humanos sustentáveis que atribuem à sua produção um equilíbrio com a natureza por meio de soluções práticas e criativas e inovadoras.

Eles enumeram três conceitos base para a aplicação da permacultura: o cuidado com a Terra: os solos, a fauna, a flora e a água, utilizando-os de for- ma ética. O cuidado com as pessoas e o cuidado com a distribuição dos excedentes (dinheiro, materiais e tempo). Já a bioconstrução seria a construção de espaços que sejam sustentáveis, determinados pela utilização de materiais de baixo impacto ambiental, com menores gastos energéticos de produção. Conformando a arquitetura de acordo com as condições de solo, vegetação e clima locais. E com o tratamento adequado dos resíduos gerados a partir da construção.

O projeto

Na realização da maquete arquitetônica, foi escolhido um terreno na cidade de São João. O local teve suas medidas e características morfológicas e climáticas apuradas e adicionadas ao programa Revit. A partir dos estudos realizados, foram adotadas as técnicas de construção com terra: o adobe, o pau-a-pique e taipa de pilão. Com diferentes misturas de terra, areia e fibra vegetal, essas técnicas possuem um baixo consumo de água e energia em sua fabricação e possibilitam um conforto térmico à edificação.

Também foram utilizados sistemas complementares ao projeto, como a captação de energia solar com placas fotovoltaicas, que convertem radiação solar (energia) em eletricidade, além de aquecer água para banhos. Outra opção é a captação de águas das chuvas em cisternas para reutilização em descargas nos banheiros. Ainda na parte hídrica, propõem o reaproveitamento das águas cinzas (de ralos e pias) para irrigação e limpeza. A bacia de evapotranspiração, ou fossa de bananeiras, que é um sistema de tratamento e reutilização de águas negras (vaso sanitário), é mais uma técnica indicada. Nela, o esgoto é decomposto e sua água e nutrientes absorvidos pelas raízes das bananeiras (ou outra espécie vegetal). Com propostas como esta, fica claro que é possível construir com baixo impacto ambiental, deixando o sistema capitalista para trás e recuperando e difundindo saberes antigos.

O tema de desequilíbrio ambiental e sustentabilidade também é trabalhado na Extensão da UFSJ, em programas como o "Saberes da Terra" e o "Caminhos Sustentáveis". O espaço que tais conhecimentos e questionamentos ganharam na academia mostra a urgência de "quebrar" os muros das universidades, chegando aos saberes populares.

UM OUTRO OLHAR - As técnicas de bioconstrução representam uma guinada em práticas que se consagraram há muito tempo, representando, de uma só vez, a valorização de saberes tradicionais e a opção por edificações que trazem um menor impacto ambiental.

FILIPE RENO

A cada dia é mais evidente que o planeta Terra e seus recursos naturais estão chegando ao limite. Tal fato vem sendo alertado por cientistas e pesquisadores de diversos campos, desde os anos 60, sobressaltados com o desequilíbrio ambiental. Luiz Marques Filho, professor na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), afirma, no livro "Capitalismo e Colapso Ambiental", de 2015, que “as crises ambientais de nossos dias, desencadeadas justamente pelo êxito das sociedades industriais em multiplicar incessantemente o exceden- te, não apenas impõe novas formas de escassez, mas sobretudo geram ameaças mais sistêmicas à nossa segurança”.

Assim, urge à ciência e à pesquisa, desenvolvidas nas universidades, a busca por alternativas e novos caminhos para sairmos da lógica capitalista-industrial. Uma das pesquisas que são feitas na UFSJ discute técnicas de construção para um menor impacto ambiental. O artigo "Bioconstrução, Permacultura e Arquitetura", que desenvolve estudos produziu uma maquete eletrônica sobre o tema, de Guilherme Peixoto dos

Santos, graduado em Arquitetura e Urbanismo pela instituição, enfatiza que o mercado da construção civil representa uma grande parcela da indústria que consome inúmeros recursos naturais e humanos, tendo alto gasto energético durante o processo de produção dos materiais, na construção e uso das edificações. Além da grande geração de resíduos e emissão de gases do efeito estufa. Orientado pelo professor Mateus de Carvalho Martins, Guilherme utilizou a ferramenta Revit, um software onde é possível criar digitalmente modelos

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