4836#OMENSAGEIRO#2DEZ

CAMPANHA

2 DEZEMBRO 2010 ANO 97 - N.º 4836 FUNDADOR José Ferreira Lacerda DIRECTOR Rui Ribeiro

PREÇO: 0,80 euros (IVA incluído) SEMINÁRIO DIOCESANO – 2414-011 LEIRIA TEL. 244 821 100/1 • FAX 244 821 102 E-MAIL: jornal@omensageiro.com.pt WEB: www.omensageiro.com.pt

| P. 8

ECONOMY

Nº DE2703206MPC

CULTURA

DESTAQUE

PATRIMÓNIO, IDENTIDADE DE UM POVO

“IGREJA E ESTADO TÊM DE PASSAR AO TERRENO”

Nova associação na Batalha | P. 5

Criada a Aldeias Históricas de Portugal Monumento Nacional em Porto de Mós | P. 5

Campo da Batalha de Aljubarrota classificado SOCIEDADE Orçamento aprovado | P. 7

Leiria tem 107,9 milhões de euros para 2011 3250 toneladas de alimentos | P. 6

Banco Alimentar bate recorde com aumento de 30% de recolhas

ECLESIAL Testemunho sobre D. João Pereira Venâncio | P. 9

“O Senhor Vice-Reitor”

LMFerraz (arquivo: igreja do Olival)

Fundo Social Solidário | P. 11

A propósito do Dia da Restauração da Independência, olhamos para a nossa identidade nacional a partir do património. Nele se expressa o que somos e o que queremos ser. Existe em Portugal uma herança incomparável no domínio do Património Religioso, rico na diversidade regional e na pluralidade de referências religiosas. João Soalheiro, que foi director do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, aponta prioridades e necessidades urgentes neste campo, numa entrevista à agência Ecclesia que reproduzimos nesta edição. Páginas 2 e 3

Igreja apela à (contínua) generosidade dos portugueses

Divulgado o hino da Jornada Mundial da Juventude 2011 | P. 11

“Fimes na Fé”

EVENTO

Dia 8 de Dezembro – Na festa da Padroeira será apresentada a zona renovada do edifício (1.ª fase das obras) | P. 9

SEMINÁRIO DE LEIRIA CONVIDA TODOS OS DIOCESANOS PARA UM DIA DE “PORTAS ABERTAS”

2 DESTAQUE

O Mensageiro 2.Dezembro.2010

EDITORIAL

Rui Ribeiro

Somos o que fomos

Comemoramos a independência de Portugal, reconquistada em 1640. O facto reveste-se de grande importância, na medida em que marca definitivamente a nossa identidade. Uma identidade que se vê de forma mais acutilante no vasto património móvel e imóvel legado pela história.

Somos o que somos e reproduzimo-lo de forma consciente e inconsciente no que fazemos, no que dizemos, em suma na arte.

A Igreja deu neste campo, como em muitos outros, em contributo assinalável. Quase poderíamos dizer que a ela se deve a possibilidade de fazermos hoje uma leitura da nossa história. Não fora a Igreja e muito do que somos teria caído no esquecimento, perdendo-se assim a possibilidade de um auto conhecimento tão necessário para a compreensão da actualidade e projecção para o futuro. O que marca a intervenção da Igreja neste campo é a capacidade que teve ao longo dos séculos de produzir um leque extenso e variado dum património rico, muitas vezes sem a ajuda que seria de esperar do estado. Foi um património que lhe era próprio e lhe foi usurpado, por vezes sem a menor compensação. O maior problema que entretanto se coloca é o facto de as novas gerações não estarem despertas para a conservação e maA independência nutenção desse pade Portugal está em trimónio. É a nossa questão. Não apenas identidade que está ao nível económico- em causa. Vamo-nos financeiro e político, esquecendo do que mas até ao nível fomos e assim nos patrimonial. É tempo vamos esquecendo de repensar o que de quem somos.

Os projectos que temos, o que fomos, a comunidade europara preparar melhor o peia proporcionou que queremos ser e desenvolveu no nosso país, trouxeram um inegável contributo para a recuperação desse património.

Por vezes com a capacidade de harmonizar o passado com o presente, o antigo com o moderno.

Outras vezes, porém, sem a menor preocupação de harmonização, ora fazendo tábua rasa do passado, ora subjugando-o a verdadeiros atentados contra a história e até contra a arte.

A Igreja, como instituição, viu-se ultrapassada neste campo e, sem posses ou por opções de ordem diferente, acabou por ir guardando na gaveta e fechar a sete chaves o que ainda possuía em seu poder. Nos últimos anos, a consciência da importância deste património, tem levado a um esforço gigantesco pela recuperação e pela organização.

Faltam as verbas que não existem e que, quando pedidas, tardam em chegar.

A independência de Portugal está em questão. Não apenas ao nível económico-financeiro e político, mas até ao nível patrimonial. É tempo de repensar o que temos, o que fomos, para preparar melhor o que queremos ser. Também este é um contributo válido para ultrapassar a crise que vivemos.

O Mensageiro quis alertar para esta situação no momento em que recordamos o dia 1 de Dezembro de 1640. A reconquista da independência passa também pela valorização do nosso património.

Fotos: LMFerraz

prui@iol.pt

“Igreja e Estado têm de passar ao terreno “

Património, a identidade de um povo Tendo em conta o dia da restauração da independência como dia da identidade política, social e cultural do País, pareceu-nos bem e oportuno abordar uma questão que muito caracteriza a nossa identidade: o património. Nele se expressa o que somos e o que queremos ser. E, como sabemos, o nosso património nacional está muito ligado ao património religioso.

Existe em Portugal uma herança incomparável no domínio do Património Religioso, rico na diversidade regional e na pluralidade de referências religiosas, do longo período que antecede a ocupação romana do que viria a ser o território continental português aos dias de hoje. João Soalheiro, ex-director do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, entre os anos 2007 e 2009, aponta prioridades e necessidades mais urgentes, neste campo. Aqui reproduzimos uma entrevista que cedeu à agência eccleisa sobre este

assunto.

Igreja Católica.

Actualmente, os arquivos eclesiais são «a menina dos olhos» do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja?

Não diria «menina dos olhos», mas direi uma efectiva prioridade de actuação na área do património cultural. Nas mais variadas expressões, este património é material e imaterial e passa pela produção documental, arquitectura, bibliotecas, inventário, tradições e criação artística. Há uma diversidade muito grande nas áreas de actuação e não podemos acudir a tudo ao mesmo tempo e com a mesma intensidade. Temos de eleger prioridades e, neste momento, este secretariado elegeu como prioridade de actuação animar a dinâmica dos arquivos. Neste trabalho temos em vista objectivos muito concretos: não se trata de discutir conceitos e de teorizar os problemas da arquivística, mas pretendemos operacionalizar uma rede de arquivos da Igreja que permita disponibilizar ao público os acervos históricos e documentais da

Quando se fala de arquivos referimo-nos a quilómetros e quilómetros de papeis «amarelados» com dados históricos do povo português. Pode-se quantificar o material existente?

Avançar com um número é uma actividade de risco. No entanto, segundo as sondagens que temos feito, tendo em vista operacionalizar esta dinâmica, a Igreja Católica se conseguir estabelecer essa rede de arquivos – com tudo o que é necessário do ponto de vista tecnológico, competências, tratamento da documentação – estará em condições de disponibilizar ao público, a médio prazo, mais de 500 quilómetros lineares de documentação.

Estamos a falar de mais de 500 mil metros lineares de documentação.

A Igreja tem noção deste número ao nível do património arquivístico?

A Igreja tem noção que os seus fundos documentais são valiosos e relevantes. Não apenas para a memória do Cristianismo em Portugal, mas para a sociedade portuguesa em geral. Todavia, talvez não tenha consciência da monumentalidade que estes fundos documentais patenteiam. Quando digo que não terá consciência é no sentido de que os fundos documentais se

encontram dispersos pelas mais variadas instituições eclesiais, canonicamente erectas, e, por isso, não há uma visibilidade ou memória fotográfica que traduza o impacto desta documentação. Quando os arquivos históricos diocesanos estiverem operacionalizados, esse impacto será visível: no ponto de vista matérico e, não apenas, na vertente teórica. Apesar de todas as vicissitudes históricas que distraíram da tutela da Igreja católica muita da sua documentação própria, neste momento temos ainda espalhada muita documentação pelas instituições.

Operacionalizar é a palavra de ordem. Está bem vincada na sua linha programática.

Temos conseguido ope-

DESTAQUE 3

O Mensageiro

2.Dezembro.2010

racionalizar, um tanto, a nossa intervenção na área do património cultural. É manifesto, nas várias dioceses portuguesas, alguma organização estruturada na área dos bens culturais. No entanto, infelizmente, ainda não foi possível estender este rumo a todas as dioceses. Para lá caminhamos. É esse o sentir e empenho dos bispos, padres, leigos e serviços diocesanos. Todavia, falta concretizar, de uma forma segura e mais eficaz, serviços estruturados e empenhados. É fundamental dar continuidade ao trabalho, que esses serviços vocacionados não façam uma iniciativa óptima este ano e que depois estejam parados dois ou três anos.

Existe esse perigo... Acontece isso com frequência?

Há esse perigo na Igreja Católica como há esse perigo nas estruturas do Estado. Vivemos momentos de dificuldades financeiras.

Não é fácil mobilizar recursos para intervenções de fôlego nesta área. Vivemos um problema de fundo que passa pela garantia da sustentabilidade das competências – não das iniciativas – na área do Património Cultural. É muito simples e fácil ter ideias – temos ideias todos os dias -, mas é muito difícil operacionalizar com competência essas ideias. Actualmente, posso propor a realização de uma iniciativa magnífica, mas, depois, confronto-me com a dificuldade de não ter dinheiro suficiente para contratar técnicos competentes para colocarem de pé o projecto.

Para a concretização destes projectos, a Igreja Católica tem disponibilidade financeira?

Sem hesitação, a resposta é negativa. Não há capacidade financeira para intervir, de forma adequada, na área patrimonial.

Neste momento, nenhuma diocese está em condições financeiras de intervir no seu património com a qualidade e a competência desejadas. Mas não é uma situação exclusiva da Igreja Católica porque, neste momento, também o Estado Português tem as maiores dificuldades em financiar

as intervenções na área do Património Cultural.

Existem parcerias entre a Igreja Católica e o Estado Português nesta área?

Há parcerias que vão sendo realizadas «Ad hoc».

No entanto, gostaria de ver definidas prioridades de actuação e uma maior contratualização dessa actuação. Vivemos um tempo marcado pela síndrome dos protocolos, sobretudo protocolos de intenções.

Esta situação tem um lado

positivo. Significa que há um entendimento base que une as entidades e as instituições em prol de objectivos comuns. No entanto, estes protocolos não operacionalizam de forma estruturante as intervenções. Como temos relações cordiais, é chegada a hora de operacionalizar. De dizer «preto no branco», em papel, o que compete a quem, como repartir os encargos da intervenção, calendarizar as operações, mas tendo sempre como ponto de partida a clarividência dos objectivos. O pano de fundo deve situar-se num serviço de qualidade à sociedade portuguesa. Não podemos perder este aspecto do horizonte. Mantendo, evidentemente, aquilo que é próprio da identidade das instituições. Não se pedindo, por exemplo, à Igreja Católica que desvirtue a sua natureza e a sua missão por causa de intervenções arregimentadas a propósito de ideários momentâneos ou de agenda política.

Nesta era de globalização e das novas tecnologias, faz sentido tanto empenho nos papéis «amarelados» dos arquivos?

Basta ver a Wikipédia.

Muitas vezes, quando

consultamos artigos sobre personalidades ou acontecimentos neste site da Internet, informa-nos que «não dispomos de informação sobre... ». As novas tecnologias são fantásticas, mas se, o trabalho prévio da recolha e do tratamento da informação não for feito, não há novas tecnologias que possam partilhar informação. As novas tecnologias ainda não provaram capacidade de gerar informação. Até ao momento, só potenciaram a divulgação da informação. Estamos a falar do trabalho prévio, a própria produção da informação, que não pode ser feita sem os testemunhos históricos. Temos de trabalhar para salvaguardar os documentos e proporcionar esses documentos a quem tem as competências para os ler e tratar, do ponto de

vista da informação.

A Igreja tem pessoas capacitadas para tratar esse acervo documental?

A Igreja não precisa de «ter» pessoas capacitadas para fazer o que quer que seja. A igreja necessita é de saber onde vai encontrar essas pessoas com competências próprias para as envolver nesse trabalho.

Não estamos num tempo em que actuar, no âmbito do património cultural, se compadeça com a simples boa vontade. Não basta a boa vontade, mas é preciso ir buscar competências.

Estas encontram-se nas universidades e no mercado de trabalho. Do meu ponto de vista, é um erro querer ter presbíteros a responder com competências próprias a todos os problemas na área patrimonial. O envolvimento dos leigos é precioso. No entanto, não quero dizer que não seja importante ter presbíteros especializados – através de estudos universitários – em diferentes áreas e também no património.

DR

Se compararmos este ideário a uma maratona podemos dizer que há atletas que estão à frente?

A experiência das dioceses nesta área é muito

diversa. A experiência de algumas é exemplar e motivo de vontade para outras caminharem no mesmo sentido. Há cada vez mais um sentimento de entreajuda e de procura de partilha dos objectivos, da resolução dos problemas e dos próprios meios. Todavia, necessitamos de passar a uma fase de concretização mais intensa.

Uma corrida com lebres e tartarugas?

Todos caminhamos a passos diferentes porque a medida das nossas pernas também é diferente. Noto, isso sim, um empenho muito grande em transformar a área dos Bens Culturais da Igreja num lugar pastoral.

Trazer e devolver o Património Cultural à vida das comunidades eclesiais.

A Igreja está a acordar para o valor estético do Evangelho?

A Igreja sempre teve uma consciência muito nítida da beleza do Evangelho e da capacidade criadora que as gerações conseguiram demonstrar ao longo dos tempos.

Há muitos documentos que se perderam... Uns vandalizados e outros que foram parar a mãos indevidas. Não são lamentáveis estes acontecimentos?

Apesar de causar escândalo, costumo dizer que não compete à geração dos vivos chorar as certidões de óbito do património que, todos

os dias, temos de assinar.

Com esta afirmação, não pretendo desresponsabilizar incúrias, nem iludir os problemas que estão associados à perda de património; mas é preciso ter a consciência viva de que não há capacidade – humana e eclesial – de conservar tudo aquilo que a vida pulsante das comunidades eclesiais consegue produzir. É lamentável que se percam documentos - mais antigos, ou mais recentes - em condições de incúria. No entanto, mais importante do que lamentar as perdas é ter consciência do que podemos fazer para as evitar.

E fazê-lo efectivamente.

O que fazer para alterar esta situação?

A sensibilização das pessoas para estes problemas está feita. Não necessitamos de gastar mais energias a sensibilizar para estas questões e para as soluções. Chegámos à hora do pragmatismo: é preciso operacionalizar as soluções teorizadas. Quando faço referência à operacionalização, refiro-me ao desenhar projectos, orçamentá-los, contratualizá-los e executá-los num prazo calendarizado. É chegada a hora de sermos eficazes. Não podemos continuar a teorizar.

Mais do que gastar energias a lamentar as perdas, é fundamental fazer algo de positivo e estruturante para evitar mais perdas. Todavia, evitar perdas não pode ser o objectivo da nossa intervenção na área patrimonial e, concretamente, na área documental. O objectivo fundante e fundamental da Igreja Católica, na área do património, é servir a sociedade portuguesa. E fazê-lo à luz da sua missão evangélica.

4 CULTURA

O Mensageiro 2.Dezembro.2010

António Pinho Vargas e o papel do Orfeão de Leiria

António Pinho Vargas elogiou no passado sábado, dia 20, durante a sua Oração de Sapiência, que assinalou a Abertura Solene do Ano Lectivo 2010/2011, o papel do Orfeão de Leiria (OL) na cultura do município de Leiria e do País. «Não existem muitas autarquias que se possam orgulhar de ter este dinamismo cultural», salientou o compositor.

Henrique Pinto, presidente do OL, deu as boas vindas aos presentes no auditório José Neto, uma plateia e um balcão repletos, e falou dos 64 anos da instituição, do empenho e voluntarismo de amadores e profissionais que fizeram a sua história, do seu pioneirismo e dos projectos que levará a cabo num futuro próximo, como a

constante qualificação dos seus quadros pedagógicos ou a requalificação do edifício sede para construção de mais salas para o ensino da música.

«O êxito desta casa é o somatório dos êxitos de quantos nela porfiam, de quantos nela crêem, de quantos nela apostam, de quantos a suportam», disse Henrique Pinto, que finalizou a sua intervenção apresentando o convidado, que «Leiria já tinha tido a oportunidade de ouvir numa edição do Música em Leiria», uma «personalidade brilhante» e «um músico fabuloso».

No Orfeão de Leiria António Pinho Vargas realçou o carácter pioneiro e inovador das suas actividades, dando especial destaque ao

Conservatório Sénior, referindo que «a possibilidade de tocar música até morrer é uma oportunidade única», de que ele próprio se considera um privilegiado, já que o fim da vida activa de trabalho não deverá ser o fim da vida, e esta pode ser enriquecida com música.

Destacou ainda o ensino de crianças dos zero aos cinco anos de idade, de que o OL foi pioneiro, uma vez que o contacto com a música, o simples escutar, desenvolve muitas capacidades. «É nas escolas de música que tem lugar a aprendizagem musical, a passagem dos conhecimentos de professores para alunos», disse António Pinho Vargas, acrescentando que «o objectivo destes alunos não deverá ser tornarem-

se grandes músicos, mas viverem de uma forma mais rica, proporcionando assim também o enriquecimento global das sociedades».

Em dia de festa, duas alunas da EMOL abriram o evento tocando peças da autoria de António Pinho Vargas, “Cantiga para amigos” e “As mãos”, actuações que o compositor elogiou e que ilustraram a sua intervenção dedicada à arte de tocar música, e as formas encontradas para a guardar e reproduzir ao longo da história. «Gravei estas obras mas fiz também uma partitura, o que permitiu a estas alunas aprendê-las e reproduzi-las aqui hoje, de forma excelente», sublinhou António Pinho Vargas.

A cerimónia que marcou

Gala de encerramento das comemorações zar-se um espectáculo a que chamado “Gala de encerramento” em que intervirão vários grupos de dança, de ginástica e musicais, naturais da Freguesia do Juncal, além de Paulo Lameiro, acompanhado ao piano por Oxana Khurdenco.

Na “Gala” serão ainda lembrados os momentos mais significativos que ocorreram durante o ano, reconhecidas várias pessoas e Instituições que mais contribuíram para que as comemorações tivessem decorrido com o brilhan-

o início oficial das actividades das Escolas de Música (EMOL) e Dança (EDOL) e do Conservatório Sénior decorreu perante um auditório repleto, que recebeu convidados ligados às entidades oficiais da região, como Rosa Gaspar, adjunta do Governador Civil de Leiria, e Gonçalo Lopes, vice-presidente da Câmara

Municipal de Leiria.

A cerimónia contou ainda com as actuações do Coro A, dirigido pelo professor Mário Nascimento, e da EDOL, que apresentou uma coreografia da professora Catarina Moreira, intitulada “De pés a rés”.

Orfeão e Leirisport estabelecem acordo

450 anos da criação da freguesia do Juncal Com a chegada ao fim do ano de 2010, chega ao fim o ciclo de eventos com que durante o presente ano pretendeu celebrar os 450 anos da criação da Freguesia do Juncal – Concelho de Porto de Mós.

Para terminar vai reali-

DR

«Não existem muitas autarquias que se possam orgulhar de ter este dinamismo cultural»

tismo. Haverá a entrega dos prémios dos concursos de fotografia e Juncal florido.

A “Gala de encerramento” terá lugar no próximo dia 4 de Dezembro, a partir das 21h 30min no salão de festas “A Azenha” com entrada gratuita.

Música no Estádio de Leiria A Leirisport e o Orfeão de Leiria – Conservatório de Artes formalizaram um protocolo no dia 27 de Novembro. O protocolo estabelecido entre a LEIRISPORT, EM e o Orfeão de Leiria possibilita a realização no estádio, desde o início do presente ano lectivo, de aulas de diversas disciplinas musicais (percussão, guitarra, sopros, etc.). Esta parceria ilustra a polivalência do estádio e o potencial deste complexo para servir a comunidade, no plano desportivo e não só.

Exposição de pintura

“Aguarelas” de Artur Franco Leiriense Ana Vieira homenageada

“Grande Capítulo da Confraria Queirosiana” Secundária Dr. Ginestal Machado em Santarém, doutorada em Línguas e Literaturas Românticas pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com a tese As Vertentes do Olhar na Ficção Queirosiana, tendo sido agraciada pelo Grémio Literário de Lisboa pela edição desta obra. Tem em vias de publicação a sua tese de mestrado sobre O olhar na construção d’o Crime do Padre Amaro e em elaboração A Leiria de Eça de Queirós, grau “louvada”.

Oficina de trabalho em Fátima

“Plantas Medicinais e Aromáticas”

DR

No dia 20 de Novembro decorreu o “8.º Grande Capítulo da Confraria Queirosiana” no Solar Condes de Resende, em Vila Nova de Gaia, tendo estado representada a Freguesia de Leiria pela Presidente, Laura Esperança, que acompanhou a confrade homenageada Ana Margarida de Sousa Dinis Vieira. Esteve ainda presente o confrade queirosiano leiriense Ricardo Charters d’Azevedo.

A leiriense homenageada é uma queirosiana dedicada, professora na Escola

Artur Franco, natural de Leiria, nasceu em 1950 e desde muito novo revelou uma especial apetência para as artes, especialmente para a pintura. Apresenta-se cada vez mais realista, com um traço genuíno na técnica da aguarela que marca a sua pintura. Nesta exposição, pretende mostrar ao público, para além de monumentos, figuras do mercado antigo, mas no séc. XXI. Patente na galeria Mouzinho de Albuquerque, de 4 a 18 de Dezembro, das 14h00 às 18h00.

A SIMLIS e o Centro de Recuperação Infantil de Fátima (CRIF), irão realizar, no dia 11 de Dezembro, um Workshop sobre “Plantas Medicinais e Aromáticas”. Os participantes poderão identificar as plantas medicinais e aromáticas autóctones da nossa região, bem como reconhecer os seus benefícios e utilizações.

A iniciativa decorrerá das10h às 13h30m, no CRIF, em Moimento, Fátima.

CULTURA 5

O Mensageiro

2.Dezembro.2010

Nova associação na Batalha

Criada a Aldeias Históricas de Portugal

Teatro Miguel Franco (Leiria) • LISBOA DOMICILIRIA | documentário | de Marta Pessoa | 8 de Dezembro, 21h30 Cine-Teatro de Monte Real • KARATÈ KID | acção | de Harald Zwart | c/ Jaden Smith, Jackie Chan, Taraji P. Henson | 3 e 4 de Dezembro, 21h30; dia 5, 15h30 Cine-Teatro de Alcobaça • COMER ORAR AMAR | drama | de Ryan Murphy | c/ Julia Roberts, Javier Bardem | 5 e 6 de Dezembro, 21h30; dia 5, 17h00

MÚSICA | TEATRO | EVENTOS

DR

Acaba de ser criada, na histórica Vila da Batalha, a AHP – Aldeias Históricas de Portugal, uma Associação de Defesa, Reabilitação e Salvaguarda do Património.

Considerando o carácter de raridade das aldeias históricas e a sua individual e singular identidade assim como o facto que as aldeias históricas são, à sua maneira, lugares de excepção no âmbito do património construído, os signatários da escritura de constituição na maioria, oriundos de Monsanto, ou ligados à aldeia, por laços familiares ou por outras razões, ou, ainda, por aí residirem, entenderam constituir-se como impulsionadores e parte integrante de uma Associação vocacionada para a defesa, reabilitação e salvaguarda do património.

Para a coordenadora do Projecto e funcionária do Igespar, Isabel da Veiga Cabral, a Associação responde à necessidade de contribuir para a preservação do património rico que cada aldeia encerra, e considerando que, no passado, à aldeia de Monsanto da Beira foi atribuída a designação de “Aldeia Mais Portuguesa”, esta Associação toma Monsanto como exemplo e está aberta a todos, habitantes e amigos, das restantes aldeias históricas de Portugal e burgos, que se queiram associar em rede a este projecto, a título individual ou colectivo, em qualquer

altura.

Representadas na Associação ficaram as Aldeias Históricas já incluídas no PPDR (Promoção do Potencial de Desenvolvimento Regional), nomeadamente: Monsanto da Beira, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Piódão, Sortelha, Almeida, Belmonte, Trancoso. Mas todas as outras Aldeias Históricas e Seculares de Portugal que se queiram associar em rede a este projecto, em qualquer altura, poderão faze-lo.

Para Carlos Evaristo da Fundação Histórico Cultural Oureana, também membro fundador da AHP, é urgente criar uma organização que possa ajudar as terras que são um espelho da nossa cultura e manter as suas tradições e o carácter distinto, sendo para isso importante criar e apoiar, só ou em colaboração com entidades públicas ou privadas (nacio-

nais e internacionais) e outras associações de defesa e protecção do património, todas as medidas de gestão, salvaguarda e dinamização, tendentes à preservação do património arqueológico, arquitectónico, histórico ou vernacular, património intangível e património natural. È importante também sensibilizar os moradores de lugares históricos para a importância de não descaracterizar ou modernizar em demasiado.

Para Evaristo, que quer ver uma Delegação da AHP no Burgo Histórico de Ourém, é importante preservar e valorizar este tesouro que temos.

Consciente do potencial turístico das Aldeias Históricas Dom Duarte, Duque de Bragança, concedeu ao projecto o seu Patronato Real achando que uma associação desta natureza ajuda até a combater a desertificação e a contribuir para o estudo e soluções

dos problemas de urbanismo e contenção e áreas envolventes das Aldeias Históricas em referência.

A AHP que já tem website quer promover acções de formação, só ou em colaboração com entidades públicas ou privadas, nacionais e internacionais, criar centros de formação e instituições de ensino, vocacionadas para a defesa, salvaguarda, restauro, reabilitação, gestão e revivificação do património cultural tangível e intangível.

Para os membros fundadores é também importante criar correntes de opinião pública que reforcem a acção colectiva da Associação e estimulem e consolidem o sentido de cidadania das populações, com vista à defesa e salvaguarda do património das Aldeias Históricas.

Campo da Batalha de Aljubarrota

Porto de Mós tem monumento classificado

Iluminura da Batalha de Aljubarrota, na “Crónica de Inglaterra” de Jean de Wavrin.

CINEMA

O Campo da Batalha de Aljubarrota e a sua área envolvente, no concelho de Porto de Mós, estão desde o dia 4 de Novembro classificados como monumento nacional, uma decisão tomada em Conselho de Ministros.

A decisão foi justificada com o facto de se tratar de “património que representa um valor cultural de significado para o País e que deve ser objecto de especial protecção e valorização, no quadro da obrigação do Estado de proteger e valorizar

o património cultural”.

Recorde-se que o espaço em causa foi palco da Batalha de Aljubarrota, ocorrida entre os exércitos português e castelhano num planalto entre a Ponte da Boutaca, no concelho da Batalha, a Norte, e o Chão da Feira, concelho de Porto de Mós, a Sul, no dia 14 de Agosto de 1385, representando, como realça o comunicado do Conselho de Ministros, “um momento decisivo de afirmação de Portugal como reino independente, marcando o imaginário de

muitas gerações”.

“Para além da sua importância histórica, a batalha foi igualmente pretexto para o desenvolvimento de uma táctica militar inédita, apurada na Guerra dos 100 Anos e posta em prática por D. Nuno Álvares Pereira, de que é testemunho o complexo sistema defensivo, constituído por cerca de 800 covas de lobo e dezenas de fossos, posto a descoberto nas campanhas arqueológicas que decorrem desde 1958”, acrescenta o referido comunicado.

Leiria •”ShopOn” - desfiles, músicas (4/12) Teatro José Lúcio da Silva - Leiria •”Nelly’s dance” - dança (5/12, 17h00) Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira - Leiria •”Auto de Natal” - hora do conto (3/12, 10h30) Mercado Sant’Ana - Leiria m|i|mo -Museu de Imagem e Movimento - Leiria •”Arquivo fotgráfico” - conferência (4/12, 15h00) Banco de Portuga - Leiria •”Fábrica do Pai Natal” - aldeia de natal (4~23/12) Jardim Luís de Camões - Leiria •”Praça dos Reis Magos” - aldeia de natal (4~23/12) •”Espaço de solidariedade” aldeia denatal (4~17/12 e 20~23/12) Largo 5 de Outubro - Leiria •”Oficina das invenções e criações” - aldeia de natal (4~23/12) •”Recreio dos Duendes” - aldeia de natal (4~23/12) Fórum Fnac - Leiria •”Berço das artes” - música (5/12, 1h30) Muse Escolar dos Marrazes - Leiria •”A influência da I República” - conferência (5/12, 16h00) Marinha Grande • 21ª Feira Nacional de Artesanato e gastronomia (~5/12) Biblioteca Municipal - Marinha Grande •”Uma história de dedos” - hora do conto (marcação prévia) Museu do Vidro - Marinha Grande •”Meter as mãos no vidro” -infantil/juvenil (4ªs a 6ªs, 10h00 e14h30) Biblioteca Municipa - Batalha •”Hora do conto” (11/12) Café Concerto - Pombal • Palco aberto (6ªs do mês, 23h00)

EXPOSIÇÕES

Livraia Arquivo - Leiria • Ecultura - Filipe Curado (~9/12) Associação Célula e Membrana/a9)))) - Leiria •”SEYMOUR” - fotgrafia (~8/12) Museu Escolar - Marrazes •”A instrução na 1ª República” (~24/12) Agromuseu Municipal Dona Julinha - Ortigosa •”Sacas de retalhos à moda antiga” (3ªs~6ªs) Biblioteca Municipal - Marnha Grande •”Os vizinhos da casa azul” - hora do conto (2ª a 6ª (10h00 e 14h30) Galeria Mouzinho de Albuquerque - Batalha •”Aguarelas” - pintura de Artur Franco (4~19/12) Museu Municipal - Ourém •”OUREMPUBLICA” - implantação da República em Ourém (~31/12) Paços do Concelho - Tomar • Fotografias de Cruz-Filipe (~31/12) Teatro-Cine - Pombal • Pintura - Óscar Almeida (~30/12)

na nossa estante Adeus até à Eternidade Júlia Moniz Textiverso Mas o que mais o impressionou foi ela ter dito mais do que uma vez para rezarem. «Reze senhor, que tudo aparecerá, desde que a gente faça a nossa parte, que a maioria das vezes é difícil saber qual é». E tudo de facto tinha aparecido. Até o agricultor com a lata de gasóleo para o camião, os nabos e as couves que cozinharam à noite, sem sal, com água da cascata. Nunca tinha comido um prato tão saboroso na vida. O acre do fumo das folhas secas que apanharam debaixo das árvores para acenderem a fogueira serviu de tempero. Depois, lembrou-se da determinação com que se despediu. «Adeus, senhor, tem que seguir o seu caminho e eu o meu. Gostei muito de o encontrar.»

E o homem, emocionado, rezou. Como gostaria tanto de saber o que levava aquela mulher a viajar sozinha, entregue à sua sorte.

6 SOCIEDADE

O Mensageiro 2.Dezembro.2010

Jantar de Natal da CERCILEI

A CERCILEI é uma instituição com 30 anos que apoia actualmente cerca de 370 deficientes entre os 0 e os 50 anos. Vai organizar um jantar de Natal, para angariação de fundos, no dia 4 de Dezembro, pelas 19h00, na Quinta dos Castanheiros, na Boa Vista.

Info: 244850970/965

Na Quinta do Fidalgo, na Batalha

Jantar APPC - Aprender a Crescer A APPC – Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral de Leiria realiza o seu 8.º Jantar de Natal, no sábado 4 de Dezembro, pelas 20h00, com o tema “Aprender a Crescer”, no restaurante “Tromba Rija” - Quinta do Fidalgo, na Batalha. Info: 244833983, 919940299, 967747517

Em Porto de Mós

Concurso de Presépios Durante o mês de Dezembro e Janeiro, o Município de Porto de Mós irá organizar o 20.º Concurso de Presépios, com 4 categorias: Adultos; 3.º Ciclo; 1.º e 2.º Ciclos; Jardim-de-infância. Os trabalhos devem ser entregues até dia 16 de Dezembro, no edifício do Espaço Jovem, no Jardim Municipal. Os premiados ficarão expostos no mesmo local de 18 de Dezembro a 22 de Janeiro.

Comércio até à meia-noite, a 4 de Dezembro

“Shop On” regressa a leiria

Vai voltar a organizar-se em Leiria o “Shop On”, no dia 4 de Dezembro, projecto que pretende valorizar o comércio de rua local e atrair novos públicos à cidade, através da abertura das lojas até à meia-noite. Já com 108 lojas aderentes, esta edição vai contar com algumas surpresas dos comerciantes, como montras-vivas, tapetes vermelhos, decoração natalícia, lojistas com indumentária natalísica, pinturas faciais, DJ, oferta de brindes, descontos, promoção de produtos, degustações, Pai-Natal da loja, etc. Terá ainda um desfile de Pais-Natal em bicicleta, a partir do Largo do Papa, pelas 18h30, e variada animação: coros natalícios, dança, charrete, modelagem de balões, cuspidores de fogo...

Até 5 de Dezembro

FAG 2010 na Marinha Grande A FAG 2010 – XXI Feira Nacional de Artesanato e Gastronomia da Marinha Grande decorre de 26 de Novembro a 5 de Dezembro, no Parque Municipal de Exposições da Marinha Grande. O evento conta com os artesãos a trabalhar ao vivo e com diversos restaurantes a mostrar a melhor gastronomia tradicional, bem como pontos de venda de produtos regionais como queijos, doces, enchidos, a tradicional poncha da madeira, entre outros. A diversão e o convívio também estão garantidos, com um rico programa de animação, baseado nas mais tradicionais e populares sonoridades locais e nacionais.

Nos Milagres

4.º Festival de Sopas No dia 4 de Dezembro, irá decorrer o 4.º Festival de Sopas, organizado pela Paróquia dos Milagres. Do programa conta um variado leque de sopas caseiras e um baile popular.

Campanha do Banco Alimentar

Recolhidos mais 30% de alimentos este ano Os Bancos Alimentares Contra a Fome recolheram em Portugal um total superior a 3250 toneladas de géneros alimentares na campanha realizada nos dias 27 e 28 de Novembro.

A quantidade agora recolhida representa um acréscimo de mais de 30% em relação às 2490 toneladas recolhidas em Dezembro de 2009, o que constitui um “recorde absoluto desde que estas campanhas de recolha se efectuam em Portugal”, indica comunicado enviado à Agência ECCLESIA. Também o número de voluntários envolvidos, ultrapassando os 30 mil, jamais tinha sido atingido.

A iniciativa decorreu em mais de 1147 superfícies comerciais de Abrantes, Algarve, Aveiro, Braga, Coimbra, Cova da Beira, Évora e Beja, Leiria-Fátima, Lisboa, Oeste, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, S. Miguel, Viana do Castelo, Viseu e, pela primeira vez, na Terceira (Açores).

Para os responsáveis pelo Banco Alimentar, “os resultados obtidos voltam a evidenciar uma extra-

DR

Na Quinta dos Castanheiros, na Boa Vista

ordinária adesão da parte dos Portugueses para com esta acção”, apesar do clima de “profunda crise económica”.

“Mostrámos todos que é possível reagir, sem desesperança, tomando entre mãos e contribuindo com aquilo que está ao nosso alcance para a resolução dos problemas mais prementes que afectam a nossa sociedade. Cá estaremos para provar que somos merecedores desta adesão, desta solidariedade e desta confiança”, afirmou Isabel Jonet, Presidente da Federação dos Bancos Alimentares contra a Fome.

Os géneros alimentares recolhidos serão distribuí-

dos a partir da próxima semana a mais de 1800 Instituições de Solidariedade Social que os entregam a cerca de 280 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confeccionadas.

Ao longo da próxima semana, até 5 de Dezembro, haverá ainda a possibilidade de contribuir para os Bancos Alimentares Contra a Fome através da Campanha “Ajuda Vale”, presente em todas as lojas das cadeias Pingo Doce/ Feira Nova, Dia/Minipreço, El Corte Inglês, Jumbo/Pão de Açúcar, Lidl, Modelo/ Continente.

Nesses estabelecimen-

tos serão disponibilizados em suportes próprios cupões-vale de produtos seleccionados (azeite, óleo, leite, salsichas, atum e esparguete). Cada cupão representa uma unidade do produto.

Também na rede de cerca 3700 lojas Payshop espalhadas por todo o País é possível contribuir para esta campanha, efectuando uma doação em dinheiro que será convertida em leite e dará lugar à emissão de recibo.

A actividade dos Bancos Alimentares norteia-se pelo princípio genérico da “recolha local, ajuda local”, aproximando os dadores dos beneficiários e permitindo uma proximidade entre quem dá e quem recebe.

Em Portugal o primeiro Banco Alimentar Contra a Fome foi aberto em 1991, estando actualmente em actividade no território nacional 18 Bancos Alimentares, congregados na Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares, com o objectivo comum de ajudar as pessoas carenciadas, pela doação e partilha.

Entre 4 e 23 de Dezembro

Aldeia de Natal regressa a Leiria De 4 a 23 de Dezembro, Leiria recebe a décima edição da Aldeia de Natal, que se realizará na zona compreendida entre o Edifício do Banco de Portugal, Jardim Luís de Camões e o Largo 5 de Outubro. Esta iniciativa de cariz social, cultural e pedagógico, fortemente enraizada na programação local, caracteriza-se como um espaço dedicado aos mais jovens e às suas famílias.

Durante cerca de duas semanas, a Festa do Natal estará em Leiria, com este espaço onde a magia alusiva à época natalícia apelará ao imaginário dos mais novos,

através da oferta às crianças e às suas famílias de uma “viagem a um mundo de fantasia”, repleto de espectáculos, oficinas temáticas e muita animação, além da imprescindível presença do Pai Natal.

Fomentando a interacção entre crianças e entre estas e os seus familiares, a Aldeia de Natal destina-se à população em geral e também a grupos organizados ao nível dos estabelecimentos de ensino e instituições de solidariedade e tempos livres, tendo ainda uma participação especial da Pediatria do Hospital de Santo André.

Em 2010, e no contexto de contenção de despesa que vivemos actualmente, a Aldeia de Natal irá custar menos de metade que em 2009, ano em orçou os 84.689 euros. Mesmo assim, e fruto da imaginação e empenho de todos os que trabalham para que a Aldeia de Natal seja o ex-libris do Natal em Leiria, a Autarquia irá ao encontro do desejo daqueles que aguardam esta iniciativa com entusiasmo e expectativa.

A Aldeia de Natal recebe anualmente milhares de pessoas, contando manter este ano o número de visitantes da edição anterior.

As crianças e os seus familiares, poderão passear pela Fábrica do Pai Natal que terá lugar no Edifício do Banco de Portugal, pela Praça dos Reis Magos e Espaço da Solidariedade, no Jardim Luís de Camões, passando pelo Recreio dos Duendes e pela Oficina de Invenções e Criações, no Largo 5 de Outubro (em frente ao Edifício do Banco de Portugal). No fim-de-semana de 18 e 19 de Dezembro, das 15h00 às 19h00, Leiria poderá deliciar-se com a Mostra de Doçaria que terá lugar no Espaço da Solidariedade.

Instituto da Juventude comemora

Dia Internacional do Voluntariado No âmbito das comemorações do Dia Internacional do Voluntariado e do Ano Internacional da Juventude, a Direcção Regional do Centro do Instituto Português da Juventude preparou um

programa diversificado, com o objectivo de sensibilizar ao mais jovens para o voluntariado como uma forma nobre de exercer a participação cívica.

No IPJ de Leiria, haverá,

no dia 3 de Dezembro, uma tertúlia sobre voluntariado “Troca de experiências e de boas práticas”, e estará patente uma exposição fotográfica sobre voluntariado, de 3 a 17 de Dezembro.

SOCIEDADE 7

O Mensageiro 2.Dezembro.2010

Comemorações dos 550 anos de D. Henrique na Batalha

Estátua do Infante inaugurada Depois dos actos evocativos do Infante D. Henrique em Aljezur, Vila do Bispo e Lagos, nas Terras do Infante, designação feliz para a associação destes três municípios algarvios, concluíram-se na Batalha, em 14 do corrente, as homenagens à memória do iniciador e impulsionador de uma das maiores epopeias da história da Humanidade: os Descobrimentos Portugueses.

Após a Missa, no Mosteiro de Santa Maria da Vitória, presidida pelo Bispo emérito de Leiria-Fátima D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, e concelebrada por Monsenhor Luciano Gomes Paulo Guerra e Padre José Ferreira Gonçalves, procedeu-se à deposição de flores no túmulo do Infante e realizou-se, no auditório do Mosteiro, a conferência do Professor Doutor Saul António Gomes, subordinada ao título “O Infante, a Batalha e os Destinos de Portugal”, notável lição de história e declaração de fé nos destinos do Povo português. À mesa da sessão presidiu um ilustre batalhense, o professor doutor Rui Manuel Gens de Moura Ramos, presidente do Tribunal Constitucional. Constituíram-na, ainda, o presidente da Câmara Municipal da Batalha, António José Martins de Sousa Lucas, alma destas comemorações na histórica vila, e o presidente do IGESPAR, Gonçalo Couceiro. No claustro houve a agradável surpresa de

um magnífico quarteto de sopro da SAMP – Sociedade Artística Musical dos Pousos brindar os presentes com algumas peças de música clássica.

A terminar, no vasto terreiro a leste do Mosteiro (que no próximo ano vai finalmente beneficiar de obras), terreiro que tem o nome do Infante, foi inaugurado o seu busto, esplêndida escultura dos artistas batalhenses António José Moreira e Alzira Antunes, que se inspiraram na cabeça da estátua jacente do túmulo da Capela do Fundador. Trabalho inteiramente moldado e assente no calcário regional, do mesmo calcário de que é feito o Mosteiro. O Infante, à semelhança da jacente batalhina, tem a coroa ducal a invocar a sua condição de duque de Viseu.

O novo monumento é muito expressivo e muito belo e reveste-

-se de verdadeira espiritualidade.

Está ali o Infante das prodigiosas navegações e da expansão dum povo que, apesar da sua pequenez numérica, correu as partidas do mundo e deixou marcas indeléveis em quatro continentes.

José Travaços Santos Fotos: LMF

Orçamento aprovado por maioria

Leiria tem 107,9 milhões para 2011 Na reunião extraordinária de Câmara de Leiria do dia 23 de Novembro, as propostas de orçamento para 2011 no valor de 107,9 milhões de euros e as opções do plano para 2011/2014 do Município de Leiria, foram aprovadas por maioria. Segundo relatório da Autarquia, este orçamento que é fortemente condicionado pelos constrangimentos financeiros herdados e também pela actual conjuntura económica vivida no País, verifica-se que a maior “fatia” do orçamento se destina ao pagamento de compromissos assumidos e não pagos até à data de 31 de Outubro de 2010, no valor de 34,2 milhões de euros.

De acordo com a nota introdutória do documento, os maiores investimentos a realizar, no valor de 16,3 milhões de euros, dizem respeito a projectos com comparticipação comunitária, o que obriga à sua concretização em tempo determinado, para permitir que outros investimentos possam ser contemplados com apoio comunitário, pelo que estão já em curso aqueles que, no âmbito do

PALOR, (Programa de Acção Local para a Regeneração Urbana do Centro Histórico de Leiria), QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) e RUCI (Redes Urbanas para a Competitividade e Inovação) foram aprovados.

Serão alterados alguns apoios ao movimento associativo, nomeadamente na área desportiva, no que se refere à utilização de estruturas desportivas municipais, quer pela redução, quer pelo apoio directo às associações, em alternativa ao pagamento de indemnizações compensatórias.

Dada a conjuntura económica e financeira nacional, a Autarquia mantém o apoio social devido à preocupação com a existência de uma crise social acentuada.

Relativamente à educação será dada continuidade à concretização de pequenas intervenções nas actuais estruturas escolares, bem como, tentar garantir o apoio comunitário, ou apostar em soluções partilhadas para o surgimento de novos centros educativos.

No âmbito dos SMAS (Serviços

Municipalizados de Água e Saneamento), e com vista ao aumento da taxa de cobertura de saneamento, aguarda-se o desenvolvimento do processo de integração numa nova empresa pública, com 12 outros municípios e a Águas de Portugal, que permitirá realizar obras no valor de 50 milhões de euros, a ocorrer nos próximos anos, e que sem esta solução dificilmente se concretizariam em tempo próximo.

Para além da continuidade do processo de reestruturação dos serviços, é ainda relevante referir que o montante de diminuição das despesas correntes (10 551 671,00 euros) é superior à diminuição do montante de despesas de capital (8 491 374,00 euros).

Finalmente a Autarquia deixa, através deste orçamento, a possibilidade de serem ponderadas soluções em colaboração com o sector privado, para a concretização de projectos de grande interesse para o Concelho, face à previsível quebra de receitas bem como aos efeitos do aumento da taxa de juro.

CPCJ do distrito em videoconferência

Criança tem interesse público superior Realizou-se, no passado dia 16 de Novembro, uma reunião em videoconferência de todas as Comissões de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) dos distritos de Leiria e Castelo Branco, tendo ainda as CPCJ do distrito do Porto como assistentes, num total de 38 equipas ligadas em rede.

O momento inicial foi a comunicação do presidente da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, Armando Leandro. Defendendo um cada vez maior empenho dos colaboradores destas comissões, este responsável lembrou que “tudo o que diz respeito à criança deve ter um interesse público superior”, sendo necessário insistir na “interiorização de todos os direitos das crianças nas várias legislações e convenções internacionais”.

A primeira linha de acção corresponde às famílias e à comunidade em geral, competindo às CPCJ intervir em casos de risco, sendo “a sua prioridade fundamental a prevenção”. Para tal, exige-se o trabalho solidário entre os vários actores sociais, desde as autarquias e serviços sociais até às autoridades de saúde, polícias e tribunais.

“A CPCJ é mais do que uma parceria, é uma representação da comunidade e das suas várias instituições, pelo que nela ganha especial ênfase a necessidade de colaboração e plurifuncionalidade entre os seus membros, que devem ser escolhidos como representantes de qualidade”, defendeu Armando Leandro.

No final, foi aberto o debate às várias CPCJ, que colocaram ao seu presidente nacional algumas das questões com que se debatem no seu trabalho diário. No entanto, algumas dificuldades técnicas não permitiram que a conversa decorresse com a participação de todos, como foi o caso da Batalha. Esta foi a primeira vez que se usou a videoconferência para este trabalho, uma solução que poupa recursos e viagens e que, com a prática e a resolução desses entraves, poderá vir a agilizar a troca de informações e optimizar os resultados do serviço feito no terreno.

LMF

Hospital de Santo André

“Puberdade” em jornadas de pediatria Os problemas ligados à puberdade estiveram em destaque no primeiro dia das XVIII Jornadas de Pediatria do HSA. Tais questões foram tratadas no primeiro dia das XVIII Jornadas de Pediatria de Leiria e Caldas da Rainha, que reuniram profissionais de saúde de todo o país no Hospital de Santo André (HSA), nos dias 25 e 26 de Novembro.

Bilhota Xavier, director do Serviço de Pediatria do HSA, explica que, «com o alargamento da idade pediátrica para os 17 anos e 364 dias, novos desafios se colocam a todos os profissionais de saúde que trabalham com crianças». «A melhoria da formação para responder às novas solicitações é imprescindível e é nesse contexto que se enquadra a temática destas Jornadas, aprender a abordar a puberdade nas suas diferentes componentes e reflectir sobre confidencialidade e consentimento informado», acrescenta o pediatra.

O encontro teve âmbito nacional e foi uma iniciativa que resulta da parceria com o Centro Hospitalar Oeste Norte, o qual organiza este encontro anual alternadamente com o HSA.

Câmara de Leiria sensibiliza

Semana Académica com novas regras No dia 19 de Novembro, Gonçalo Lopes, Vereador da Educação, Cultura e Juventude, reuniu com os representantes das Associações de Estudantes de Leiria. Esta reunião promovida pela Autarquia teve como principal objectivo, comunicar às Associações de estudantes as múltiplas reclamações recebidas por parte de munícipes que se sentem incomodados, não só com o horário prolongado das iniciativas levadas a cabo pelos estudantes durante as festas de recepção ao caloiro e semana académica, mas também com distúrbios pontuais verificados ao longo destes dias.

Perante esta situação e não querendo deixar de apoiar os estudantes e as iniciativas académicas que trazem a Leiria a alegria do ambiente estudantil, a Autarquia, tem também, no entanto, de promover e salvaguardar o bem-estar dos munícipes, havendo a necessidade de conciliar os interesses de todos.

Como tal, nesta reunião ficou definido que a Semana Académica não deverá ultrapassar os cinco dias e o horário não deverá exceder as duas horas da madrugada.

As associações de estudantes deverão ainda sensibilizar os seus associados para evitar comportamentos que possam de alguma forma prejudicar os munícipes, incentivando-os a viverem as festas académicas sob o cunho da cidadania.

8 ECLESIAL

O Mensageiro 2.Dezembro.2010

[COLUNA SEMANAL]

CAMINHO... COM A

CARTA PASTORAL

DR

8

Estar vivo 2. DE DEUS-AMOR AO AMOR DO PRÓXIMO (...)

2.2. O Ícone do Bom Samaritano (Lc 10, 25-37): Vai e faz o mesmo tu também A parábola do Bom Samaritano é uma autêntica pérola do Evangelho. Indicanos como viver no mundo e no dia-a-dia o amor que Deus derrama nos nossos corações. Mostra-nos o caminho do amor que Jesus percorreu em primeiro lugar, Ele, o Bom Samaritano por excelência.

O homem “meio morto” No homem assaltado, espancado e abandonado entre a vida e a morte, podemos ler a história da humanidade sofredora: do ser humano com todas as feridas do corpo e do espírito que desfiguram a sua humanidade; de todo o homem e mulher atingidos pela violência, pela indiferença, pelo abandono, pelo desamparo, pela solidão e marginalização.

“Viu-o e encheu-se de compaixão” Antes de descrever os gestos concretos com que o samaritano cuida do homem moribundo, a parábola diz: “Viu-o e encheu-se de compaixão”, ou mais à letra, “comoveu-se até às entranhas”. Esta palavra “comoção” – que na Bíblia designa o amor entranhado e compassivo de Deus para com os homens – descreve o acontecimento misterioso que brotou no coração do samaritano, que o atraiu para dentro do amor entranhado de Deus e o envolveu na sua profundidade e totalidade; que lhe abriu os olhos, o levou a fazer-se próximo do homem ferido e a cuidar dele.

Um coração que vê e actua À compaixão de Deus está ligada uma nova forma de ver: um coração que vê!

“Jesus Cristo não nos ensina uma mística ‘dos olhos fechados’, mas sim uma mística do ‘olhar aberto’; e, com isso, o dever de perceber a condição dos outros, a situação em que se encontra aquele homem que, segundo o Evangelho, é o nosso próximo. O olhar de Jesus, a escola dos olhos de Jesus introduz numa proximidade humana, na solidariedade, na partilha do tempo, dos dotes e também dos dons materiais” (Bento XVI).

“Trata bem dele” O samaritano cuidou daquele homem abandonado com gestos de ajuda concreta para o restabelecer. Nestes gestos deu-se a si mesmo. Verificando que por si só não o podia ajudar até ao fim, compreendeu que era necessário o envolvimento dos outros, a sua colaboração, a ajuda solidária e eficaz. Confia o homem ferido ao cuidado do dono da estalagem: “trata bem dele...”. Assim, comunica também aos outros a compaixão pelo outro.

“Qual te parece ter sido o próximo?”

No diálogo com o doutor da Lei vem ao de cima a novidade introduzida por Jesus: o próximo é aquele que se faz próximo daquele que precisa de ajuda. Próximo não é o nome do outro, do homem meio morto; é o nome do samaritano, o nome de todo o homem que se aproxima, com a compaixão de Deus, dos pobres e abandonados, e actua.

“Vai e faz o mesmo tu também” Eis o convite e o mandato a tornar-se próximo no amor, na atenção, no cuidado, na partilha e no serviço a todo o ser humano. Eis a missão da Igreja samaritana da humanidade, enviada ao mundo, a cada ser humano e a cada povo, para levar a compaixão, a dignidade e a esperança dos filhos de Deus. Como diz Bento XVI: “O programa do cristão – o programa do Bom Samaritano, o programa de Jesus – é ‘um coração que vê’ onde há necessidade de amor e actua em consequência” (DCE n. 31).

Proposta para reflexão... do próximo

or ao amor de, procuramos desenCapítulo 2 - De Deus-Am o • Enquanto comunida an rit ma Sa m Bo do ne onde há necessidades 2.2 - O íco rto”, “um coração que vê abe ar olh do ica íst “m a de, como se concretiza volver um ia”? • Na nossa comunida nc uê seq con em ua act e de amor o pelo outro? instituições na compaixã e as sso pe s da nto me o envolvi

Tenho um amigo que já passou há muito a barreira da idade a que se convencionou chamar “a terceira” e que sempre me responde, quando lhe pergunto como está, “Estou vivo”. Este facto, evidente e por isso não merecedor de ser posto em destaque, é, para ele (e para os seus amigos) motivo de júbilo; é com muita alegria que afirma “Estou vivo!”.

Vem isto a propósito de um banal conhecimento, ou seja, o de que a vida é o valor mais alto que existe, por ser o primeiro e a condição necessária para a existência dos outros valores. De facto, a felicidade, a dignidade, a liberdade, a verdade, a coragem, a justiça e tantos outros valores universalmente reconhecidos como fontes de uma vida moral – não poderiam existir se não servissem de luz e farol a quem está vivo. A vida é, reconhecidamente, o primeiro e o mais importante valor e bem.

Poucas verdades terão tão ampla, e universal concordância: todos aceitamos esta evidência e quer o ordenamento político das nações, através das respectivas Constituições, quer as instâncias supranacionais (tais como as Nações Unidas, a União Europeia e

o Conselho da Europa) reconhecem expressamente o valor único da vida, ao preceituarem o direito à vida (como lapidarmente afirma a Constituição da República Portuguesa, no artigo 25, “a vida humana é inviolável”).

Infelizmente, e contra toda a lógica, esta formidável fortaleza da protecção e do respeito pela vida humana, abriu fendas consideráveis nos últimos anos. Em Portugal, como em outros países, a lei autorizou o abortamento em determinadas e restritivas condições, assistindo-se ao estranho malabarismo jurídico – intelectual de um Tribunal Constitucional chegar à conclusão (por maioria de um voto) de que a legalização do abortamento não ofendia a norma constitucional. A teoria do plano inclinado, segundo a qual o que se permite excepcionalmente rapidamente se torna usual, aplica-se claramente ao abortamento: inicialmente tolerado em situações especiais, tornou-se acessível a qualquer mulher nas primeiras dez semanas (e já há quem clame por um alongamento deste período) e viu alargados os prazos nas chamadas indicações.

No outro extremo da vida humana, na velhice, há sinais que levam a admitir como provável a proposta de leis que legalizem a eutanásia e o suicídio assistido (que para já apenas são tolerados em 2 países e 1 estado americano). O testamento vital, já em discussão na Assembleia da República, pode ser o cavalo de Tróia que permita a disfarçada introdução da eutanásia por omissão na nossa realidade nacional.

Assim, a vida, supremo valor, como tal reconhecida por todos, começa a ser ofendida, desprestigiada, negada. É indispensável, é necessário que todas as pessoas de boa vontade examinem estes problemas e se proclamem defensoras da vida, independentemente das suas convicções políticas ou da presença ou ausência de um credo religioso. Só assim podemos garantir a vida, a saúde, a dignidade, o bem das nossas crianças e dos nossos velhos. Para que possamos afirmar, em plena alegria, que estamos vivos.

Walter Osswald, Professor catedrático aposentado (da Faculdade de Medicina do Porto) Conselheiro do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa Divulgação

DIOCESE 9

O Mensageiro

2.Dezembro.2010

Testemunho sobre D. João Pereira Venâncio

BREVES

“O Senhor Vice-Reitor” Pedem-me duas palavras de testemunho pessoal sobre D. João Pereira Venâncio, tendo presente especialmente o seu papel de formador de sacerdotes. É um momento em que a dificuldade do tema se junta à consideração que sempre me mereceu a pessoa do homenageado para me criarem uma quase inultrapassável inibição: não só porque se trata de algo que, como, aliás outros aspectos da vida desta ilustre figura do clero da diocese, do século XX, reclama um estudo que vá muito para além das impressões pessoais, mas também porque, no que me diz respeito, só a partir dos últimos anos do curso, se foi acentuando o conhecimento directo, numa caminhada a que não faltaram momentos difíceis, curvas e encruzilhadas. E destas ficam certamente marcas que, a despeito da ajuda que prestam a um melhor

conhecimento mútuo, acabam sempre escondendo a objectividade das realidades que interessam à investigação histórica.

Desde os primeiros anos de Seminário, foi-se-me fixando na memória visual, a figura quase hierática de um sacerdote que andava sempre de batina, à qual, no Inverno se juntava uma capa de agasalho, invariavelmente traçada sobre o ombro esquerdo, e que fazia dos óculos um véu impenetrável à curiosidade dos adolescentes que, como eu, se inquietavam perante o silêncio daquele rosto, que nos parecia sempre demasiado sério.

Designávamo-lo por o Senhor Vice-Reitor.

E, muito cedo, no meu imaginário de adolescente cuja timidez era maior que a ousadia dos sonhos, aquele sacerdote, mais pelos gestos que realizava do que pelas palavras que dizia, começou a mostrar, por

detrás de tanta seriedade, um enorme coração, que nos animava a ir por diante, apesar dos pesares.

Fixou-se-me na memória o sorriso de felicidade perante a alegria dos mais novos, naquelas distribuições de prendas que eram também prémios, por altura do Natal… e pareceu-me revivê-la, muitos anos depois, na festa que os seminaristas lhe dedicaram, na véspera dos trinta anos da ordenação episcopal.

Porque entretanto, o Senhor Vice-Reitor foi nomeado bispo: primeiro auxiliar do Senhor Dom José Alves Correia da Silva, depois Vigário Capitular e finalmente bispo residencial da diocese.

Dedicara-se totalmente à formação humana, intelectual e espiritual dos futuros sacerdotes.

Acerca do seu magistério como professor de Teologia, já que não me calhou a sorte de o ter como professor, fui

construindo a minha opinião a partir do que ouvi e li na pregação e nos textos que produziu ao longo dos quase dezoito anos do seu magistério episcopal. Tratase de um espólio que reclama com justiça um estudo aprofundado.

Mas ele percebeu muito cedo que o Seminário é uma instituição que exige também instalações condignas, que não desdigam da complexidade da missão que a Igreja lhe confia.

Por elas travou uma luta gigantesca. Uma luta que se inicia ainda nos seus tempos de Vice-Reitor em exercício. Luta difícil, mas da qual não desiste.

Pode dizer-se que o novo seminário é a coroa de toda uma vida dedicada ao serviço da formação dos padres diocesanos.

E é também, como património construído, algo que a diocese ainda não agradeceu devidamente.

Padre Augusto Ascenso Pascoal

Seminário Diocesano de Leiria

Convite aos Diocesanos O Seminário Diocesano de Leiria convida toda a Diocese para as celebrações da sua padroeira, Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, na tarde do dia 8 de Dezembro (quarta-feira).

Nestes festejos inclui a bênção e visita aos espaços

renovados do edifício, que se destinam à Comunidade do Seminário e à Casa de Retiros.

O programa inicia às 15h30, na Igreja do Seminário, com a celebração da Eucaristia presidida por D. António Marto, na qual

farão a admissão às Ordens Sacras quatro alunos do Seminário, seguindo-se, às 17h00, a bênção e visita do espaço, a celebração do encerramento das comemorações Evocativas de D. João Pereira Venâncio e os presentes ainda poderão

visitar a inauguração de uma exposição de Presépios, sucedendo-se o Porto de Honra.

Se é amigo do Seminário e quer dar o seu contributo faça-se presente.

Dia da Comunidade

Marrazes realiza Assembleia paroquial No próximo dia 8 de Dezembro, Dia da Comunidade, realizar-se-á uma Assembleia Paroquial, pelas 16h00.

Do programa consta a Eucaristia na igreja paroquial às 14h30, seguindo-se o acolhimento no salão, às 15h30.

Será abordada a importância da comunidade e reflectir-se-á sobre que acções ou projectos se poderão desenvolver para ajudar a viver a caridade.

“Um sorriso em cada criança”

Natal no Colégio Senhor dos Milagres

Educar para a cidadania é também educar para a solidariedade e amor ao próximo, é neste sentido que nesta quadra de Natal, em que de uma forma especial se exaltam os valores da família, da fraternidade, solidariedade e da paz, a comunidade escolar do Colégio Senhor dos Milagres se propôs a dinamizar o projecto “Um Sorriso em Cada Criança”. O projecto consiste na realização de uma campanha de solidariedade, organizada pelas turmas, a favor das famílias mais carenciadas da comunidade escolar, através da doação de cabazes de Natal e de uma campanha de angariação de roupas a serem entregues a instituições de solidariedade social de apoio a crianças social do concelho - Lar Santa Isabel e Internato Masculino de Marrazes.

As campanhas estão a decorer desde o dia 26 de Novembro a 10 de Dezembro, encontrando-se abertas à colaboração de todos os interessados em partilhar este Natal com aqueles que mais necessitam, contribuindo assim para tornar mais alegre e doce o Natal de muitas Crianças.

No âmbito desta iniciativa irá também ter lugar no dia 17 de Dezembro, pelas 21h00 no Santuário Senhor Jesus dos Milagres uma Missa de Natal, unindo toda a comunidade educativa em torno dos valores promovidos e enaltecendo o verdadeiro espírito de Natal.

Paróquia de Porto de Mós

Concertos em Alcaria No próximo dia 5 de Dezembro (Domingo), terá lugar na Igreja Nossa Senhora dos Prazeres, Alcaria, paróquia de Porto de Mós um concerto com a participação do Coral “Villa Forte” e “Charales Chorus”, às 16h00.

Após o concerto seguir-se-á um lanche convívio no Salão Paroquial com a actuação do “Grupo de Cavaquinhos das Pedreiras”.

10 ECLESIAL

O Mensageiro 2.Dezembro.2010

(05/12/10)

Antífona de Entrada: cf. Is 30, 19.30 Leitura I: Is 11, 1-10 Salmo Responsorial: Salmo 71 (72), 2.7-8.12-13.17 (R. cf. 7) Refrão: Nos dias do Senhor nascerá a justiça e a paz para sempre. Repete-se Leitura II: Rom 15, 4-9 Aclamação ao Evangelho: Lc 3, 4.6 Refrão: Aleluia.

Repete-se Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas e toda a criatura verá a salvação de Deus.

Refrão EVANGELHO: Mt 3, 1-12 Naqueles dias, apareceu João Baptista a pregar no deserto da Judeia, dizendo: «Arrependei-vos, porque está perto o reino dos Céus». Foi dele que o profeta Isaías falou, ao dizer: «Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas’». João tinha uma veste tecida com pêlos de camelo e uma cintura de cabedal à volta dos rins. O seu alimento eram gafanhotos e mel silvestre. Acorria a ele gente de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a região do Jordão; e eram baptizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. Ao ver muitos fariseus e saduceus que vinham ao seu baptismo, disse-lhes: «Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir? Praticai acções que se conformem ao arrependimento que manifestais. Não penseis que basta dizer: ‘Abraão é o nosso pai’, porque eu vos digo: Deus pode suscitar, destas pedras, filhos de Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores. Por isso, toda a árvore que não dá fruto será cortada e lançada ao fogo. Eu baptizo-vos com água, para vos levar ao arrependimento. Mas Aquele que vem depois de mim é mais forte do que eu e não sou digno de levar as suas sandálias. Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo e no fogo. Tem a pá na sua mão: há-de limpar a eira e recolher o trigo no celeiro. Mas a palha, queimá-la-á num fogo que não se apaga». Palavra da salvação.

Cânticos | III Domingo do Advento (12/12/10) INÍCIO: Alegre-se o coração – Lau 142

Janela Sobre a Missão

A Mãezinha Missionária Na passada terça-feira, dia 23 de Novembro regressou de Angola a Maria Angélica Filipe, do Juncal. À sua espera estavam alguns familiares e membros do grupo Ondjoyetu. Como normalmente acontece com todos os missionários, a Maria Angélica vinha radiante de alegria. Este sentimento devia-se ao reencontro com os seus familiares e amigos mas também era expressão da sua satisfação pela missão realizada.

Esta foi a segunda vez que a Maria Angélica esteve em missão. Após um período de três meses, em 2009, sentiu-se de novo chamada a “um novo contrato”. Em Abril passado partiu por um período de mais seis meses, que acabou por ser de sete.

Esta missionária leiga, professora aposentada do primeiro ciclo de ensino básico, no seu testemunho diz que o seu sonho de juventude era ser missionária, mas também queria ser mãe, ter filhos. A primeira opção foi casar e teve três filhos. Mas o outro sonho nunca se esfumou. Por isso, quando a

AO SABOR DA PALAVRA

SALMO RESPONSORIAL: Vinde Senhor vinde – Lau 872 APRESENTAÇÃO DOS DONS: O Senhor virá – Lau 613 COMUNHÃO: Eu vim para que tenham vida – Lau 382 Deus enviou ao mundo – Lau 277 PÓS-COMUNHÃO: O amor de Deus repousa em mim – Lau 546 FINAL: Uma voz clama no deserto – Lau 837

Sábado 19h00 – Sé 19h30 – Franciscanos

MISSAS DOMINICAIS

Domingo 08h30 – Espírito Santo 09h00 – Franciscanos 09h45 – Paulo VI 10h00 - S. Francisco 10h30 – Franciscanos 10h00 – S. Romão 11h00 – S. Agostinho 11h00 – Hospital 11h30 – Cruz da Areia 11h30 – Seminário e Sé 18h30 – Sé 19h30 – Franciscanos 21h30 – Sª Encarnação

Pe. Francisco Pereira pe.francisco@mac.com

Aparências

II Domingo do Advento

Todos dizemos que a justiça é um dos valores de referência para as relações humanas. Quando pedimos a alguém para elaborar uma lista com os valores humanos mais importantes a justiça vem quase sempre em primeiro lugar, todos nós somos muito sensíveis à falta de justiça e gostamos que ela nos seja sempre favorável. E não falo da justiça dos tribunais, falo das nossas relações diárias com os que estão à nossa volta.

Mas também nos damos

DR

Leituras | II Domingo do Advento

vida lho permitiu, procurou e acabou por se integrar no grupo Ondjoyetu.

Logo após a sua chegada à Linha da Frente, em Angola, os missionários leigos começaram a chamar-lhe “mãezinha”, acabando por ficar conhecida no grupo por este nome.

Este ano, quando fui a Angola, tive o privilégio de estar um mês com a Maria Angélica e pude testemunhar o que já tinha ouvido e compreender melhor ou que vim a saber depois. Esta senhora é uma verdadeira “mãezinha missionária”. A sua atenção, o seu carinho,

o modo como se dedica às pessoas, aqueles pormenores deliciosos reveladores de um coração materno e atento… como gostam dela não só os nossos missionários, mas também o povo do Gungo.

Ainda não sabemos o que nos reserva o futuro e se a Maria Angélica vai de novo “renovar o contrato”.

Mas sabemos que a sua presença na Linha da Frente tem sido um grande dom para este projecto missionário e que agora, que regressou ao seu país, queremos aproveitar a sua presença e acolher o testemunho que

tem para nos dar. Às vezes penso que bom seria termos mais “mãezinhas missionárias” com a Maria Angélica; e por que não paizinhos também?

Acredito que estas pessoas existirão e Deus não deixará de as chamar. Que este exemplo as inspire e as leve a acreditar que, mesmo aposentadas, ainda têm muito para dar, quem sabe até, noutras latitudes.

Obrigado “mãezinha Angélica” pelo seu testemunho. Porque precisa e merece, descanse; mas não nos deixe descansar.

Padre Vítor Mira

conta de que a justiça é uma coisa muito complicada de praticar, porque muitas vezes tem um carácter muito subjectivo.

Isaías diz que o Messias não vem julgar segundo as aparências mas segundo a verdade da vida de cada um. É bem certo que o ditado diz: “quem vê caras não vê corações” mas tantas são as vezes em que as pessoas procuram construir as suas vidas com base em meras aparências, ou que procuram aparentar aquilo que não são para poderem ter mais sucesso, mais riqueza, mais poder.

E tantas são as vezes em que as pessoas são prejudicadas porque só temos em conta as aparências e também os nossos preconceitos em relação a certas atitudes ofendem a justiça porque não preservam a integridade da pessoa humana, têm em conta apenas um pormenor, que até pode ter pouca importância.

S. Paulo, escrevendo aos romanos, exortava-os a não olharem às aparências, a serem verdadeiros uns para com os outros a acolherem-se um aos outros como Cristo os tinha

acolhido: dando-se todo, morrendo na cruz, fazendo o bem a todos os que encontrava.

João Baptista vai ainda mais longe nesta exortação a sermos justos: “Não penseis que basta dizer «Abraão é o nosso pai», pois vos digo que Deus pode fazer que destas pedras nasçam filhos de Abraão.” Não é pelo facto de sermos cristãos que somos melhores ou piores que os outros.

Mas a responsabilidade é muito maior porque se Deus é justiça, nós, como filhos de Deus, temos de viver de acordo com esse projecto de Deus. Temos de ser coerentes e procurar viver com as pessoas que vivem ao nosso lado de uma forma honesta e justa.

Cada domingo temos de descobrir, por exemplo, porque é que vamos à missa, o que nos faz sair de casa na manhã de cada domingo. É por causa nas nossas próprias aparências, por causa daquilo que os outros possam dizer, para podermos ver os outros, ou é porque queremos celebrar a Fé em Jesus Cristo Salvador, a Fé da Igreja, Fé que temos dentro de cada um de nós.

E que Fé é esta que depende de factores externos como a simpatia dos que celebram connosco, da idade do presidente da celebração, da nossa disposição interior ou do nosso apetite, da forma com Deus responde aos nossos pedidos (que tantas vezes são verdadeiro negócios que pretendemos fazer com Deus)?

Não chega ter o nome inscrito no livro de registos de baptismo da paróquia, nem ter casado na Igreja, nem ter posto os filhos na catequese e aparecer lá para tirar fotografias na festa da primeira comunhão (o estatuto do “cristão não praticante” faz tanto sentido como um círculo quadrado); mas é preciso uma conversão séria, empenhada, nunca acabada ao “Reino” e aos seus valores e uma vida coerente com a fé que escolhemos quando fomos baptizados. O ser cristão já não se compadece com meras aparências, com uma mera circunstância sóciocultural da nossa vida. Ser cristão não pode ser apenas uma aparência. Essa será a nossa perdição.

IGREJA EM PORTUGAL 11

O Mensageiro

2.Dezembro.2010

Jornada de Teologia Prática em Lisboa

BREVES

O director da Faculdade de Teologia da Universidade Católica considera que os agentes pastorais, nomeadamente sacerdotes, devem dedicar-se mais ao acompanhamento das pessoas, deixando de estar excessivamente preocupados com a eficiência das suas paróquias.

“Na medida em que a Igreja, por razões de falta de pessoal, se desagarra da proximidade com as pessoas que serve, o que ela procura montar é uma máquina eficiente, um pouco ao estilo de uma multinacional, uma máquina com todas as regras da boa gestão”, constata o padre Peter Stilwell.

Com esta opção, “perdeu-se a dimensão de procurar o lugar onde as pessoas fazem o seu percurso, com os seus altos e baixos, com os seus pecados e graças, as suas conversões. É provavelmente aí que, mais

do que pela máquina, passa a acção do Evangelho”, defende o vice-reitor da Universidade Católica.

“Se nos limitarmos simplesmente a gerir a vida paroquial, não percebemos o que faz 80% da população na sua procura religiosa”, sublinhou o sacerdote em declarações à Agência ECCLESIA, proferidas durante a 2.ª Jornada de Teologia Prática, que decorreu em Lisboa.

“Parto do princípio que só cerca de 5% das pessoas não têm inquietação religiosa em alguma altura da sua vida. Nas nossas igrejas, por exemplo em Lisboa, temos 15% nas celebrações. O que fazem os outros? Por onde passam? Quais são os seus caminhos? Estão completamente perdidos ou foram encontrados de outra forma?”, questionou.

A Igreja Católica depara-se actualmente com o desafio de “tentar perceber

a filigrana das suas comunidades e das pessoas que se estendem para lá delas”, referiu o sacerdote, “Actualmente, as pessoas escolhem não só os produtos que consomem, mas também os partidos em que votam e as religiões (ou a não religião) que frequentam. Se não estivermos atentos ao que se está a passar, não percebemos como é que elas escolhem e por que é que escolhem”, advertiu.

Para o padre Peter Stilwell, é preciso “tentar compreender os lugares de referência que levam as pessoas a esta procura livre de encontro ou reencontro com Deus”, pelo que é “de extrema importância” que a Igreja saiba “como pode servir essa busca”.

O director da Faculdade de Teologia recorda o fenómeno das Jornadas Mundiais da Juventude, que reúnem centenas de

milhares de jovens, muitos deles afastados das igrejas, frisando que é “relevante observar como estão a ser feitos esses percursos, o que é que atrai as pessoas, como é que elas se sentem”.

Ao incidir na importância das biografias dos crentes, a Jornada de Teologia Prática conferiu protagonismo às histórias de quem não aparece na História, mas será que a importância dada a esses percursos é suficiente para transformar a estratégia da Igreja?

“Se estivéssemos atentos, alteraríamos profundamente a nossa pastoral.

Só que isso exigiria da nossa parte muita energia e muita coragem para romper com os ritmos calculáveis” da rotina paroquial, respondeu o padre Peter Stilwell.

Hino da Jornada Mundial da Juventude 2011 em português

“Firmes na Fé” Quem quiser pode ir já começando a afinar a voz e a decorar o hino que vai animar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), marcada para Agosto do próximo ano, em Madrid.

A versão portuguesa da música, intitulada “Firmes na Fé”, já se encontra disponível em formato pdf e com pauta incluída, num trabalho realizado pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ), em colaboração com a Comissão Organizadora do

certame.

A letra da canção, pode ser ouvida no site oficial, JMJ 2011 Madrid, na sua versão original. É baseada no texto do Apóstolo São Paulo, “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé”, escolhido por Bento XVI como o tema da JMJ Madrid 2011.

De acordo com as previsões do DNPJ, a versão 2011 daquele que é o maior encontro de jovens católicos deverá contar com a participação de cerca de 15 mil

portugueses.

Um pouco por toda a Diocese de Lisboa são visíveis os esforços que cada grupo/movimento está a fazer para angariar os fundos necessários para que a participação na JMJ seja o mais económica possível.

Os jovens de Peniche estão a promover a venda de tshirts e presépios feitos à mão nas várias actividades em que participam.

Com três versões, litúrgica, instrumental e com guitarra, o hino oficial

das Jornadas Mundiais da Juventude(JMJ) de Madrid 2011 foi estreado a 8 de Novembro.

Composto pelo padre Enrique Vázquez Castro e com letra de D. César Franco, Bispo Auxiliar de Madrid, as estrofes realçam a “Humanidade santíssima de Jesus Cristo, ao estilo da tradição mística espanhola, mas com uma componente moderna”, salienta um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

“Vida Nascente”

Dioceses em vigília pela vida Várias dioceses e igrejas católicas portuguesas que participaram a 27 de Novembro numa vigília de oração pela “Vida Nascente”, iniciativa mundial convocada por Bento XVI. Em Lisboa, a vigília foi presidida pelo Cardeal-Patriarca, D. José Policarpo, que, na homilia proferida no Mosteiro dos Jerónimos, chamou a atenção para a violência que marca algumas sociedades.

“Temos sociedades retalhadas pela violência que não hesitam em recorrer à guerra, ao assassinato, à violência para conseguir apenas resultados materiais”, disse.

D. José Policarpo lembra, contudo, os esforços que algumas sociedades têm feito pela defesa da vida.

“Por um lado, o esforço positivo e louvável de promover e respeitar, defender a vida. Basta pensar nos sistemas educativos, nos sistemas de saúde, no respeito pela criança, na defesa da criança, nesse movimento enorme de estratos e associações civis de protecção aos países mais pobres, sobretudo de protecção à criança”, precisou.

Em Braga, várias centenas de fiéis participaram na vigília de oração que decorreu na Sé. A celebração, na véspera do I Domingo do Advento, foi presidida pelo Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga, que apelou a todos os crentes, às comunidades paroquiais, seminários, associações, movimentos e institutos religiosos que rezem pela vida nascente.

Afirmando que a dignidade de cada pessoa “revela-se na preocupação que cada sociedade tem pela humanização da vida”, D. Jorge Ortiga vincou que “a vida não pode ser decidida com base em meras vontades legislativas ou políticas à revelia da dimensão humana e espiritual do ser humano”.

No Porto, o bispo auxiliar D. João Lavrador falou, para além do aborto, numa “nova onda de eugenética discriminatória” e dos “impulsos em favor da legalização de convivências alternativas ao matrimónio e fechadas à procriação natural”.

Redacção/RR/DM

Seminário de Santarém

Igreja pede ajuda

Contribuir para o fundo social solidário Instituições de Solidariedade começam a ficar sem fundos, diz D. Carlos Azevedo O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, renovou o apelo à contribuição dos portugueses para o fundo social solidário criado pela Igreja Católica em Portugal.

“Os fundos de solidariedade estão a esvair-se,

DR

“Mais atenção às pessoas”

porque as necessidades são muitas”, referiu à RR. Num momento de grande dificuldade, em que as Cáritas diocesanas não têm capacidade para responder a todas as solicitações, o responsável pela Pastoral Social lembra a importância da partilha, com atenção particular para as crianças.

“As crianças são a parte mais frágil e são o espelho

das famílias e do que nelas se passa,” explica D. Carlos Azevedo.

O bispo auxiliar de Lisboa mostra-se consciente da gravidade da situação que se aproxima, com a aprovação das medidas de austeridade, mas confia na generosidade dos portugueses.

“Acredito que os portugueses são sensíveis a isto, e são generosos, e apesar

de todos estarem a viver com menos, são capazes de ver que há alguns que vivem abaixo do mínimo”, referiu.

“Acredito na partilha que vai um pouco rejuvenescer esses fundos, em particular este que foi criado a nível nacional, e que se destina a ajudar qualquer diocese, nomeadamente as que têm mais carências”, conclui este responsável.

I Jornada Nacional sobre Arquivos Diocesanos No próximo dia 7 de Dezembro vai decorrer a I Jornada Nacional “Arquivos Diocesanos: Estratégias e práticas na gestão da informação”.

Considerando a necessidade de aprofundar o conhecimento da situação dos arquivos da Igreja em Portugal, mas também o debate sobre perspectivas futuras, a iniciativa prevê a divulgação de algumas experiências diocesanas em curso, com destaque para os projectos de informatização e gestão de documentos nas organizações eclesiais.

O evento terá lugar no Seminário de Santarém às 10h00 iniciando com a recepção aos participantes e a entrega de matérias.

12 IGREJA NO MUNDO

O Mensageiro 2.Dezembro.2010

DR

Divulgação

Encontro Europeu de Taizé

Jovens esperados em Roterdão para passagem de ano A «força» da comunidade ecuménica reside na «simplicidade», «autenticidade» e «verdade», sublinha o secretário da Igreja Protestante da Holanda 30 mil jovens são esperados no 33.° Encontro Europeu de Taizé, que se realiza de 28 de Dezembro a 1 de Janeiro, em Roterdão, na Holanda, país que se estreia na organização desta iniciativa. “É evidente que um encontro no qual participarão milhares de jovens inspirados pelo Evangelho tem uma grande importância para as igrejas”, assinala o bispo de Roterdão e presidente da Conferência Episcopal dos Países Baixos, D. Van Luyn.

Em texto publicado no site da comunidade ecuménica de Taizé (França), o prelado sublinha que o evento, “de grande importância para a Holanda e para a Europa”, vai dar também um “novo fôlego a toda a região”.

Para o secretário da Igreja Protestante da Holanda, Arjan Plaisier, “a força de Taizé é a simplicidade: simplicidade de acreditar em Cristo; simplicidade

de uma liturgia resplandecente, que transmite paz e que é transparente. Não tem floreados, nem aparato, mas autenticidade e verdade”. “É difícil irmos ao encontro dos jovens com o Evangelho. É difícil sermos acolhedores. É difícil termos um papel numa sociedade que exclui mais do que reúne. Taizé em Roterdão, em 2010, pode ajudar-nos em tudo isto”, acrescenta.

Por seu lado, o presidente da Câmara Municipal, Ahmed Aboutaleb, expressa a sua discordância em relação aos defensores da expulsão da espiritualidade e da religião do espaço público.

“A religião não é um casaco que podemos tirar quando estamos no espaço público, com outras pessoas. Temos este casaco sempre connosco, ele é parte das nossas origens e da nossa identidade e, para a maior parte das pessoas, também dos nossos valores.

Isso não retira nada à neutralidade de um governo ou de uma autarquia”, escreve o edil.

O acolhimento aos pe-

regrinos vai contar com a colaboração de paróquias católicas e protestantes de cidades próximas, como Haia ou Delft.

Os jovens da Europa e de outros continentes que chegarem antes do início do encontro também podem colaborar nas equipas de trabalho – acolhimento, distribuição de refeições, limpezas, preparação dos locais de oração, apoio à animação nas paróquias ou colaboração no coro.

O custo de participação para os jovens portugueses é de 60 , enquanto as pessoas com 35 anos ou mais pagam 90 , excepto se forem responsáveis de grupo, caso em que se aplica a mesma quantia paga pelos mais novos.

A inscrição pode ser feita até 1 de Dezembro através de um dos grupos que estão a organizar a peregrinação ou directamente com a comunidade de Taizé.

Roterdão é a terra natal de Erasmus, humanista, teólogo e padre católico que viveu entre os séculos XV e XVI e que dá nome a um programa de intercâmbio com estudantes universi-

tários da União Europeia.

Os jovens ficarão nas 150 igrejas de acolhimento e à tarde encontrar-se-ão no parque de exposições da cidade (Ahoy), para as refeições e para as orações comunitárias. Os workshops da tarde ajudarão os jovens a reflectir sobre as fontes da fé e sobre o seu compromisso ao serviço de Cristo, na Igreja e na sociedade.

Alguns temas serão inspirados na «Carta do Chile» que o irmão Alois, prior de Taizé, publicará na sequência do encontro latino-americano de jovens animado pela Comunidade de Taizé em Santiago do Chile, entre 8 e 12 de Dezembro.

A «Carta do Chile» e o programa pormenorizado do Encontro de Roterdão estarão disponíveis antes de meados de Dezembro no sítio de Taizé na internet: www.taize.fr.

Lisboa foi a única cidade portuguesa a acolher um Encontro Europeu de Taizé, entre 28 de Novembro de 2004 e 1 de Janeiro de 2005.

Anunciar o «Deus desconhecido»

Bento XVI recebeu responsáveis das uniões internacionais Bento XVI desafiou os religiosos e religiosas de todo o mundo a anunciar o Deus “desconhecido” e dar um testemunho de fraternidade numa sociedade “fortemente individualista”.

Falando perante os responsáveis das uniões internacionais de superiores e superioras maiores, o Papa convidou os institutos religiosos a renovar a sua

presença “nos areópagos de hoje”.

Para Bento XVI, “a vida fraterna é um dos aspectos que os jovens mais procuram quando se aproximam da vida religiosa e a fraternidade é um elemento profético numa sociedade fortemente individualista”.

“Sem o discernimento acompanhado pela oração e pela reflexão, a vida con-

sagrada corre o perigo de adoptar os critérios deste mundo: individualismo, consumismo, materialismo”, acrescentou.

Bento XVI incitou também os superiores e as superioras das ordens religiosas a “favorecer a comunhão, a comunicação, o calor e a verdade nas relações recíprocas”.

A missão, disse ainda,

“é uma chave para compreender e revitalizar a vida consagrada”.

Depois de ter recomendado a centralidade da “Palavra de Deus”, o Papa pediu maior empenho na “pastoral vocacional”, lembrando a quebra do número de religiosos e religiosas, particularmente na Europa.

Nova Evangelização Encontros para adolescentes, jovens e adultos

Segundas e Quintas-feiras, 21h00 Até 6 de Dezembro Salão Paroquial (junto à igreja dos Marrazes, Leiria)

OPINIÃO 13

O Mensageiro 2.Dezembro.2010

TESTEMUNHAS DO AMOR

Pe. Jorge Guarda

Vigário Geral da Diocese

Santa Isabel de Portugal

F

ilha do rei de Aragão (Espanha), Isabel nasceu provavelmente em 1270, em Saragoça ou em Barcelona. Era sobrinha-neta de Santa Isabel da Hungria.

Casou com o rei de Portugal, D. Dinis, do qual teve dois filhos. Após a morte do marido, entregou-se à vida religiosa e caritativa, como terceira franciscana, junto ao mosteiro de Santa Clara, em Coimbra. Morreu em Estremoz, em 1336, quando mediava a resolução do conflito que opunha o filho, D. Afonso IV, rei de Portugal, e o neto, rei de Castela. Está sepultada em Coimbra e foi canonizada em 1625.

Na sua vida cultivou um intenso amor a Deus.

Alimentava e exprimia tal amor dedicando-a à oração

ANÁLISE ECONÓMICA

Orlando Fernandes Jornalista

A parte mais difícil

O

Orçamento do Estado para 2011 foi aprovado. E agora? Vamos ser todos mais felizes? Os juros da dívida pública vão começar a cair? A economia vai começar a crescer? O desemprego vai a abrandar?

Nada disso!

O que aconteceu no Parlamento – a aprovação do Orçamento em votação final – é o mínimo que se

assídua, meditando na palavra de Deus, fazendo jejuns frequentes, participando em celebrações, visitando igrejas, peregrinando a Santiago de Compostela, construindo mosteiros e praticando a caridade para com os pobres doentes e necessitados. Deus teve efectivamente a primazia na sua vida. A íntima relação com Ele foi o suporte para o desempenho de uma notável missão familiar, política, social e religiosa ao longo da sua vida.

Outro grande amor que ela viveu foi à sua família, especialmente para com o marido e os filhos. Perdoava as infidelidades do rei e criou os filhos ilegítimos dele. Ensinou os filhos a amarem o pai e mediou os conflitos, com inteligência, firmeza e habilidade, conseguindo restaurar a paz entre D. Dinis e o seu filho D. Afonso. Numa carta, escreve ao marido: “Não permitais que se derrame sangue da vossa geração que esteve nas minhas entranhas. Fazei que as vossas armas parem ou então vereis como em breve morro. Se não o fizerdes, irei prostrar-me diante de vós e do infante, como a loba no parto se alguém se aproxima dos lobinhos recém-nascidos. E os balestreiros hão-de ferir o meu corpo antes que se toque em vós ou no infante. Por Santa Maria e pelo bendito

São Dinis vos peço que me respondais depressa, para que Deus vos guie”. No final da vida do marido, ela foi a sua humilde enfermeira , assistindo-o até à morte.

Associado ao amor pela família, Santa Isabel manifestou também grande amor a Portugal, que adoptou como seu pelo casamento. Exerceu o seu poder moderador, tanto nas guerras entre os reinos cristãos da Península Ibérica, como nas desavenças intermináveis de D. Diniz com o irmão e com o filho turbulento. Chegou a ser desterrada pelo rei, acusada de tomar partido pelo filho. À volta das partes desavindas havia muitas famílias de cada lado, odiando-se implacavelmente e exercendo violência umas conta as outras. A rainha deslocou-se aos locais das contendas para promover a paz e a reconciliação entre os inimigos, falando a uns e a outros. Foi numa dessas missões que adoeceu e morreu, no Alentejo.

Não menor foi o seu amor pelos pobres, doentes e necessitados. Santa Isabel costumava dizer “Deus tornou-me Rainha para me dar meios de fazer esmolas.”

Todas as vezes que saía do Paço era seguida por pobres e andrajosos a quem sempre ajudava. Visitava os doentes, pondo neles as mãos sem ter nojo, e

entregava-os ao cuidado de médicos. Beijava os pés das mulheres leprosas. Junto de si criou muitas filhas de fidalgos, cavaleiros e gente mais humilde. Orientou-as e ajudava-as quer seguissem para o casamento quer para a vida religiosa. Em tudo punha “um carinho especial e uma inefável delicadeza”.

Usou os seus muitos bens para fundar ou ajudar a criar hospitais (Coimbra, Santarém, Leiria), asilos e albergarias (Leiria, Odivelas), mosteiros, capelas (Convento da Trindade, em Lisboa, claustro em Alcobaça, capelas em Leiria e Óbidos). Deixou em testamento grandes legados a muitas destas instituições.

Pela doçura, generosa bondade, dedicada caridade e notável piedade, o povo desde cedo a considerou santa, atribuindo-lhe inúmeros milagres, sendo o das rosas o mais famoso.

Sobre ela, escreveu o padre António Vieira: “O mundo a conhece com o nome de Isabel; e a nossa pátria, que lhe não sabe outro nome, a venera com a antonomásia de Rainha Santa. Com este título que excede todos os títulos, a canonizou, em vida, o pregão das suas obras; a este pregão se seguiram as vozes de seus vassalos; e a estas vozes a adoração, os altares, os aplausos do mundo”.

exigia aos nossos políticos nesta altura em que Portugal está debaixo dos holofotes dos mercados internacionais e com a credibilidade das ruas da amargura.

Começa agora, ou melhor, a partir de Janeiro de 2011, a parte mais difícil.

A de executar o Orçamento, ou seja, gastar apenas aquilo que nos comprometemos a gastar e rezar para a economia não entre numa recessão profunda que coloque em causa a arrecadação das receitas previstas.

Olhando para o passado temos poucas razões para estar confiantes que desta é que vai ser.

A execução Orçamental de 2009, ano de eleições, foi o descalabro com o défice a superar os 9% e a de 2010 foi comprometedora e só vamos atingir a meta dos 7,3% de défice graças à transferência do fundo de pensões da PT para os cofres públicos.

E isso quer dizer que no próximo ano vamos ter

de baixar o défice não dos 7,3%, para 4,6%, mas sim dos 8,8% para os 4,6%, coisa nunca vista em Portugal.

Estamos a falar de um País que desde 1999, ano de entrada no Euro, só registou um défice público abaixo dos 3% sem uso de medidas extraordinárias em dois anos: na estreia da moeda única e em 2007.

Em todos os outros anos ou ultrapassámos o limite, ou chegámos lá com receitas extraordinárias.

E é caso para citar esse grande diplomata e filósofo norte-americano, Benjamin Franklin, que um dia disse que os “credores têm melhor memória que os devedores”.

Nós até podemos fazer tábua rasa do passado, mas os nossos credores, que já nos estão a exigir mais de 7% para comprar a nossa dívida, não se esquecem da nossa crónica indisciplina orçamental.

Na votação do Orçamento, o ministro das Finanças também lembrou-

se de Benjamin Franklin: “Tenham cuidado com os pequenos custos, uma pequena fenda afunda grandes barcos”, que é como quem diz: se Portugal não cumprir à risca e voltar a falhar na execução do Orçamento do Estado de 2011 não vai ter uma segunda oportunidade. Agora vai ser mesmo a doer.

Caso contrário, a única certeza que temos é que os burros vão continuar a subir, a torneira do crédito da banca vai continuar fechada, as empresas vão continuar sem financiamento, os patrões vão continuar a despedir e a economia vai continuar a definhar.

E há uma outra certeza que nos foi dada por Benjamin Franklin: “Neste mundo, nada é certo além da morte e dos impostos”.

E se falharmos a execução deste Orçamento é o que nos espera: a morte deste Governo de Sócrates e um novo Orçamento, deste ou doutro partido, com mais subidas de impostos.

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Instituto Euro-Americano De: Investigação, diagnóstico e tratamento clínico de doenças nervosas e mentais

DR. FERREIRA DO VALE (MÉDICO ESPECIALISTA)

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CEDILE Telefone 244 850 690 ECOGRAFIA / DOPPLER / ECOCARDIOGRAFIA TAC / MAMOGRAFIA / RX / OSTEODENSITOMETRIA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ARTICULAR Telefone +351244850690 / Fax 244850698 Largo Cândido dos Reis, Nº 11 / 12 • 2400-112 LEIRIA CARTÓRIO NOTARIAL DE MANUEL FONTOURA CARNEIRO PORTO DE MÓS Certifico, para fins de publicação, que por escritura de justificação celebrada neste Cartório Notarial, no dia vinte e quatro de Novembro de dois mil e dez, exarada a folhas cem do livro de Notas para Escrituras Diversas Duzentos e Dezanove – A; ILDA VICENTE PEREIRA e cônjuge AUGUSTO DO ROSÁRIO VICENTE, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais da freguesia de Santa Catarina da Serra, concelho de Leiria, lá residentes na Rua dos Arnais, 1, Quinta da Sardinha, declararam: Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico, sito em Quinta da Sardinha, freguesia de Santa Catarina da Serra, concelho de Leiria, composto de terra de semeadura, com a área de quinhentos e noventa e um metros quadrados, a confrontar do norte com Eduardo Pereira, sul com Joaquim Ferreira Lebre, nascente com Rua de Tomar – E.N. 113 e poente com Eduardo Pereira, não descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Leiria, inscrito na matriz sob o artigo 11086 com o valor patrimonial de IMT 270,00; Que adquiriram o referido prédio por doação verbal de Eduardo Pereira e Maria Augusta Vicente, residentes no referido lugar de Quinta da Sardinha, no ano de mil novecentos e setenta e oito, já no seu estado de casados; Não obstante não terem título formal de aquisição do referido prédio, fora eles que sempre o possuíram, desde aquela data até hoje, logo há mais de vinte anos, em nome próprio, defenderam a sua posse, pagaram os respectivos impostos, gozaram de todas as utilidades por ele proporcionadas, cultivaram-no e colheram os seus frutos, sempre com o ânimo de quem exerce direito próprio, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente, posse essa de boa fé, por ignorarem lesar direito alheio, pacifica, porque sem violência, contínua e pública, por ser exercida sem interrupção e de modo a ser conhecida por todos os interessados.

Tais factos integram a figura jurídica da usucapião, que os justificantes invocam, como causa de aquisição do referido prédio, por não poderem comprovar a sua aquisição pelos meios extrajudiciais normais.

Cartório Notarial de Manuel Fontoura carneiro, vinte e quatro de Novembro e dois mil e dez.

O Notário, (Manuel Fontoura Carneiro)

Ficha de Assinatura Assinaturas normal/benfeitor: 20/40 Euros (Nacional), 30/60 euros (Europa) e 40/60 (Resto do Mundo) Nome: ___________________________________________ ____________________________________________ Rua: _____________________________________________ _______________ N.º _______________ Localidade: ____________________________ C. Postal: _____ - ____________________ Telf.: _______________________________ E-mail:___________________________@_______________ Enviar esta ficha, recortada ou fotocopiada, para: O Mensageiro - Lg. Padre Carvalho - 2414-011 LEIRIA ou forneça-nos os seus dados através do endereço de correio electrónico jornal@omensageiro.com.pt

14 INSTITUCIONAL

O Mensageiro 2.Dezembro.2010

EDITAL N.º 9/10 CARLOS MANUEL BERNARDO ASCENSO ANDRÉ, Presidente da Assembleia Municipal de Leiria, torna público, nos termos do n.º 3 do artigo 84º, da Lei n.º 169/99, de 18/09, que no dia 10 de Dezembro de 2010, pelas 21.00 horas, no auditório do Centro Associativo Municipal, se realizará a sessão ordinária da Assembleia Municipal de Leiria, com a seguinte Ordem do Dia: 1. RELATÓRIO DO PRESIDENTE DA CÂMARA SOBRE A ACTIVIDADE DO MUNICÍPIO E RELATÓRIO FINANCEIRO – Apreciação nos termos da alínea e) do n.º 1, do artigo 53º da lei n.º 169/99, de 18 de Setembro; 2. INFORMAÇÃO DO AUDITOR EXTERNO SOBRE A SITUAÇÃO ECONÓMICA E FINANCEIRA DO MUNICÍPIO – Apreciação nos termos da alínea d) do n.º 3 do artigo 48º da lei n.º 2/2007, de 15 de Janeiro; 3. XXIII MODIFICAÇÃO AO ORÇAMENTO E ÀS GRANDES OPÇÕES DO PLANO. II REVISÃO – Apreciação, discussão e votação; 4. PLANO DE ACTIVIDADES E ORÇAMENTO 2011 DO TEATRO JOSÉ LÚCIO DA SILVA – Apreciação, discussão e votação; 5. DECLARAÇÃO DE INTERESSE MUNICIPAL PARA EFEITOS E OCUPAÇÃO DE ÁREAS DA RESERVA ECOLÓGICA NACIONAL – CONSTRUÇÃO DO QUARTEL DA SECÇÃO DE BOMBEIROS DO SUL DO CONCELHO – Apreciação, discussão e votação; 6. DECLARAÇÃO DE INTERESSE MUNICIPAL PARA EFEITOS E OCUPAÇÃO DE ÁREAS DA RESERVA ECOLÓGICA NACIONAL E RESERVA AGRÍCOLA NACIONAL – QUINTA DO PAÚL - Apreciação, discussão e votação; 7. DECLARAÇÃO DE INTERESSE MUNICIPAL PARA EFEITOS E OCUPAÇÃO DE ÁREAS DA RESERVA AGRÍCOLA NACIONAL - CONSTRUÇÃO DE PARQUE DE LAZER E MERENDAS DE SANTA EUFÉMIA - Apreciação, discussão e votação; 8. PROPOSTA DE ORÇAMENTO PARA 2011, OPÇÕES DO PLANO DO PARA 2011/2014 E MAPA DE PESSOAL PARA 2011 DO MUNICÍPIO DE LEIRIA – Apreciação, discussão e votação; 9. PROPOSTA DE ORÇAMENTO PARA 2011, OPÇÕES DO PLANO PARA 2011/2014 E MAPA DE PESSOAL PARA 2011 DOS SERVIÇOS MUNICIPALIZADOS DE ÁGUA E SANEAMENTO DE LEIRIA - Apreciação, discussão e votação; 10. ALTERAÇÃO AO REGULAMENTO DA ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS MUNICIPAIS (ROSM) – Apreciação, discussão e votação; 11. REVISÃO DOS LIMITES ADMINISTRATIVOS E ELABORAÇÃO DA CAOP2011 (CARTA ADMINISTRATIVA OFICIAL PORTUGUESA) - LIMITE ADMINISTRATIVO DOS CONCELHOS DE LEIRIA E MARINHA GRANDE NA FREGUESIA DA MACEIRA – Apreciação, discussão e votação; 12. PROTOCOLO DE DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS COM JUNTAS DE FREGUESIA PARA MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE ENSINO DO PRÉ-ESCOLAR E 1.º CICLO, JANEIRO A DEZEMBRO DE 2011 - Apreciação, discussão e votação 13. MONITORIZAÇÃO DA CARTA EDUCATIVA. ADENDA À CARTA EDUCATIVA - Apreciação, discussão e votação; 14. PROTOCOLOS DE DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS EM JUNTAS DE FREGUESIA – EDUCAÇÃO – ESTORNO DE VERBAS – Apreciação e ratificação; Para constar e devidos efeitos legais, se passou o presente Edital que vai ser afixado nos locais de estilo.

Leiria, 26 de Novembro de 2010 O Presidente da Assembleia Municipal, (Carlos Manuel B. Ascenso André)

Telemóvel: 917 511 889 Telefone: 244 828 450 Fax: 244 828 580 Rua Machado Santos, n.º 33 2410-128 LEIRIA

Telefones: BARREIROS (sede): 244 840 677 JUNCAL: 244 470 610 Fernando - 919 890 630

Cartório Notarial de Leiria A cargo do Notário Pedro Tavares Certifico, para fins de publicação, que neste Cartório e no Livro de Notas para Escrituras Diversas nº 197-A de folhas cento e quarenta e nove a folhas cento e cinquenta se encontra exarada uma Escritura de Justificação Notarial no dia vinte e quatro de Novembro de 2010.

Outorgada por Mário José do Carmo Domingues e mulher Lucinda Mendes Ferreira Domingues, casados no regime da comunhão de adquiridos, naturais de Leiria e de Barreira, Leiria, residentes em Telheiro, Barreira, Leiria, nif 115 384 286 e 115 384 278. Na qual disseram.

Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do prédio rústico, composto por terra de semeadura, com a área de oitocentos metros quadrados, que confronta a norte com Júlia Carreira da Cunha, sul Manuel de Jesus Rodrigues Sobreira, nascente Manuel Alberto Sobreira e poente caminho, sito em Casal, na freguesia de Barreira do concelho de Leiria, não descrito na Primeira Conservatória do Registo Predial, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 2708, com o valor patrimonial tributário de 350 , igual ao atribuído.

Que o imóvel veio à sua posse por doação meramente verbal que lhes foi feita por volta do ano de mil novecentos e setenta e nove por José Ferreira Júnior e Quitéria Mendes, residentes que foram em Telheiro, Barreira, Leiria.

Que, assim, vêm possuindo esse prédio como seu, há mais de vinte anos, como proprietários e na convicção de o serem, cultivando-o e colhendo os seus frutos, cumprindo as obrigações fiscais a ele relativas, posse que vêm exercendo ininterrupta e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente e sem oposição de quem quer que seja, assim de modo pacífico, contínuo, público e de boa fé, pelo que adquiriram por usucapião a propriedade sobre o indicado imóvel.

Que dada a forma de aquisição originária não têm documentos que a comprovem.

Que para suprir tal título vêm pela presente escritura prestar estas declarações de justificação com o fim de obter no registo predial a primeira inscrição de aquisição do imóvel.

Vai conforme ao original na parte fotocopiada não havendo na parte omitida nada que amplie restrinja, modifique ou condicione a parte fotocopiada.

Leiria vinte e quatro de Novembro de dois mil e dez.

A Funcionária, (Leonor Pereira)

Cartório Notarial de Leiria A cargo do Notário Pedro Tavares Certifico, para fins de publicação, que neste Cartório e no Livro de Notas para Escrituras Diversas nº 197-A de folhas cento e quarenta e sete a folhas cento e quarenta e oito se encontra exarada uma Escritura de Justificação Notarial no dia vinte e quatro de Novembro de 2010.

Outorgada por Manuel de Jesus Rodrigues Sobreira e mulher Maria Idalina Mendes Ferreira Sobreira, casados no regime da comunhão de adquiridos, naturais de Souto da Carpalhosa, Leiria e de Barreira, Leiria, residentes na Rua de S. João nº 33, Telheiro, Barreira, Leiria, nif 112 840 710 e 145 475 875.

Na qual disseram.

Que, com exclusão de outrem são donos e legítimos possuidores do prédio rústico, composto por terra de cultura, com a área de quinhentos e vinte metros quadrados, que confronta a norte com vala de águas pluviais, sul Filipa Manuela Almeida, nascente Lucinda Mendes Ferreira e poente Mário do Carmo Domingues, sito em Telheiro, na freguesia de Barreira do concelho de Leiria, não descrito na Primeira Conservatória do Registo Predial, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 2712, com o valor patrimonial tributário de 260 , igual ao atribuído.

Que o imóvel veio à sua posse por doação meramente verbal que lhes foi feita por volta do ano de mil novecentos e setenta e nove por José Ferreira Júnior e Quitéria Mendes, pais dela, residentes que foram em Telheiro, Barreira, Leiria.

Que, assim, vêm possuindo esse prédio como seu, há mais de vinte anos, como proprietários e na convicção de o serem, cultivando-o e colhendo os seus frutos, cumprindo as obrigações fiscais a ele relativas, posse que vêm exercendo ininterrupta e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente e sem oposição de quem quer que seja, assim de modo pacífico, continuo, público e de boa fé, pelo que adquiriram por usucapião a propriedade sobre o indicado imóvel.

Que dada a forma de aquisição originária não têm documentos que a comprovem.

Que para suprir tal título vêm pela presente escritura prestar estas declarações de justificação com o fim de obter no registo predial a primeira inscrição de aquisição do imóvel.

Vai conforme ao original na parte fotocopiada não havendo na parte omitida nada que amplie restrinja, modifique ou condicione a parte fotocopiada.

Leiria vinte e quatro de Novembro de dois mil e dez.

A Funcionária, (Leonor Pereira)

MINISTÉRIO DA ECONOMIA, DA INOVAÇÃO E DO DESENVOLVIMENTO DIRECÇÃO-GERAL DE ENERGIA E GEOLOGIA AVISO Faz-se público, nos termos e para efeitos do nº 3 do artº 16º do Decreto-Lei nº 88/90 de 16 de Março e do nº 1 do artº 1º do DecretoLei nº 181/70, de 28 de Abril, que SORGILA- Sociedade de Argilas, S.A., requereu a celebração de contrato de concessão de exploração de depósitos minerais de caulino, denominada “MONTE REDONDO”, localizado na freguesia de Monte Redondo, no concelho de Leiria, distrito de Leiria, ficando a corresponder-lhe uma área de 138, 6683 hectares, delimitada pela poligonal cujos vértices, se indicam seguidamente, em coordenadas Hayford-Gausse, DATUM 73, (Melriça): VÉRTICE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

MERIDIANA (m) -58806, 000 -59250, 985 -59585, 143 -60098, 000 -59737, 000 -60095, 000 -60527, 985 -59883, 985 -59790, 150 -59879, 000 -59819, 000 -59745, 000 -59756, 985 -59400, 000 -59288, 985 -59111, 000 -58521, 000 -58445, 600

PERPENDICULAR (m) 28074, 000 27815, 000 27289, 324 27606, 000 28085, 000 28119, 000 28384, 000 28707, 000 28472, 000 28430, 000 28266, 000 28287, 000 28389, 000 28427, 000 28584, 000 28829, 000 28534, 000 28070, 029

Mais se informa que este projecto mereceu Declaração de Impacte Ambiental (DIA) Favorável Condicionada em 11 de Setembro de 2009, por despacho do Secretário de Estado do Ambiente.

Convidam-se todos os interessados a apresentar reclamações, por escrito e devidamente fundamentadas, no prazo de 30 dias a contar da data da publicação do presente Aviso no Diário da República.

O pedido está patente para consulta, dentro das horas de expediente, na Direcção de Serviços de Minas e Pedreiras da Direcção-Geral de Energia e Geologia, sita na Avª 5 de Outubro, nº 87, 5º Andar, 1069-039 LISBOA, entidade para quem devem ser remetidas as reclamações. O presente aviso e demais elementos estão também disponíveis na página electrónica desta Direcção-Geral.

Direcção-Geral de Energia e Geologia, em 8 de Novembro de 2010.

O SUBDIRECTOR-GERAL, (Carlos A.A. Caxaria)

F. Costa Pereira Médico Especialista Doenças da boca e dentes

Rua João de Deus, 25- 1º Dt. - LEIRIA CONSULTAS COM HORA MARCADA 2ª, 4ª e 5ª: 11h-13h e 15h-19h, 3ª: 10h-13h e 15h-19h, Sábados: 9h30-15h Tel. 244 832406

JOGOS | N.º 48/2010 (Confirme em www.jogossantacasa.pt) Euromilhões: 9, 28, 36, 41, 49 + 5, 7 Totoloto: 4, 13, 17, 21, 26, 35 + 30 Loto2: (Realizado após fecho de edição) Joker: 7 8 0 0 0 4 6 Totobola: 211 112 22X X121 FÁRMÁCIAS DE SERVIÇO Central (2), Godinho Tomaz (3), Higiene (4), Antunes (5), Lis (6), Oliveira (7), Sanches (8) e Tomaz (9).

Registo no ICS N.º 100494 Semanário - Sai à 5ª Feira Tiragem média - 3.000

TELEFONES ÚTEIS

Bombeiros Municipais - 244 832 122 | Bomb. Vol. Leiria (Ger.) - 244 882 015 | Bomb. Vol. Leiria (Urg.) - 244 881 120 | Bomb. Volunt. Batalha - 244 765 411 | Bomb. Volunt. P. Mós - 244 491 115 | Bomb. Volunt. Juncal - 244 470 115 | Bomb. Volunt Ourém - 249 540 500 | Bomb. V. M.te Redondo - 244 685 800 | Bomb. Volunt. Ortigosa - 244 613 700 | Bomb.

Volunt. Maceira - 244 777 100 | Bomb. Vol. Marinha - 244 575 112 | Bom. Volunt. Vieira - 244 699 080 | Bom. Voltun. Pombal - 236 212 122 | Brigada de Trânsito - 244 832 473 | Câmara M. de Leiria - 244 839 500 | Câmara Eclesiástica - 244 832 539 | CENEL (Avarias) - 800 246 246 | C. Saúde A. Sampaio - 244 817 820 | C. Saúde Gorjão Henriques - 244 816 400 | C. P. (Est. de Leiria) - 244 882 027 | Cruz Vermelha - Leiria

- 244 823 725 | Farmácia Avenida - 244 833 168 | Farmácia Baptista - 244 832 320 | Farmácia Central - 244 817 980 | Farmácia Coelho - 244 832 432 | Farmácia Higiene - 244 833 140 | Farmácia Lino - 244 832 465 | Farmácia Oliveira - 244 822 757 | Farmácia Sanches - 244 892 500 | Governo Civil - 244 830 900 | Guarda N. Republicana - 244 824 300 | Hospital de S.to André - 244 817 000 | Hospital S. Francisco - 244 819 300 | Polícia Judiciária - 244 815 202 | Polícia S. Pública - 244 859 859 | Polidiagnóstico - 244 828 455 | Rádio Táxis - 244 815 900 | Rádio Alerta - 244 882 247 | Rodoviária do Tejo - 244 811 507 | Teatro JLS (Cinema) - 244 823 600

Fundador José Ferreira Lacerda Director Rui Ribeiro (TE416) Redacção Luís Miguel Ferraz (CP5023), Pedro Jerónimo (CP7104), Joaquim Santos (CP7731), Ana Vala (CP8867).

Paginação O Mensageiro Colaboradores Ambrósio Ferreira, Américo Oliveira, Ângela Duarte, Carlos Alberto Vieira, Carlos Cabecinhas (Pe.), José Casimiro Antunes, Francisco Pereira (Pe.), D. João Alves, João Filipe Matias (CO798), Joaquim J. Ruivo, Jorge Guarda (Pe.), José António C. Santos, Júlia Moniz, Maria de Fátima Sismeiro, Orlando Fernandes, Paulo Adriano Santos, Pedro Miguel Viva (Pe.), Saúl António Gomes, Sérgio Carvalho, Verónica Ferreirinho, Vítor Mira (Pe.). Administração / Publicidade Pedro Viva (Pe.). Propriedade/Sede (Editor) Seminário Diocesano de Leiria - Largo Padre Carvalho - 2414-011 LEIRIA - Reitor: Armindo Janeiro (Pe.) Contribuinte 500 845 719 Contactos Tel.: 244 821 100/1 - Fax: 244 821 102 - Email: jornal@omensageiro.com.pt - Web: www.omensageiro.com.pt Impressão e Expedição CORAZE - Oliveira de Azeméis - Tel: 256 600 580 / Fax: 256 600 589 - E-mail: grafica@coraze.com Depósito Legal 2906831/09

Tabela de Assinaturas para 2010 Destino Nacional Europa Resto do Mundo

Normal Benfeitor 20 euros 40 euros 30 euros 60 euros 40 euros

Preço avulso - 0,80 euros

DESPORTO 15

O Mensageiro 2.Dezembro.2010

Mais uma modalidade olímpica com sede nas Caldas da Rainha!

A Federação Portuguesa de Pentatlo Moderno (FPPM) - modalidade que engloba hipismo, esgrima, natação, tiro e corrida - viu a sua sede ser inaugurada no dia 14 de Novembro, nas Caldas da Rainha. Depois do badminton, esta passa a ser a segunda modalidade olímpica cuja sede se localiza no município cuja Câmara é presidida por Fernando Costa (na foto, à direita). Foto: DR/FPPM

Andebol | Challenge Cup e Super-Taça

Adversário e calendário conhecidos As equipas da Juve Lis (Leiria) e Colégio João de Barros (Pombal) – seniores femininos – já conhecem os adversários e datas para os 1/16 final da Challenge Cup e Super-Taça, respectivamente. Muratpasa Belediyesi S.K. (Turquia) será o obstáculo a transpor nos dias 5/6 de Fevereiro de 2011 e 12/13 Fevereiro pela equipa leiriense. Ao nível das competições nacionais, o CJB já sabe quais são as datas e local onde se realizará a Super-Taça: 8 e 9 de Janeiro, em Coimbra. Quanto aos adversários, esses já eram conhecidos, em virtude da classificação no campeonato nacional da 1.ª Divisão 2009/10: C. D. E. Gil Eanes (1.º lugar), Madeira SAD (2.º) e Colégio de Gaia (4.º).

Atletismo | Corpos sociais da ADAL

Aníbal Carvalho reconduzido Evoluir mantendo as bases. É o que pretende a Associação Distrital de Atletismo de Leiria (ADAL) – órgãos sociais tomaram posse no dia 28 de Novembro – que mantém o presidente da direcção, Aníbal Carvalho (na foto).

“Aumentar o número de clubes (o maior número vem desde a época de 2008/09) e de praticantes (o recorde é de 1.437 inscritos em 2009)” é um dos principais objectivos da direcção, revelados em comunicado enviado à comunicação social.

Batalha, Pombal e Leiria são os concelhos por onde vão passar 10 provas do calendário da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) no próximo ano (ver quadro, em baixo). Entre campeonatos e taças, o distrito de Leiria será a “capital” da modalidade em 2010/11. “É já oficial que a Nave de Espinho não irá ter durante a presente época nenhuma competição atlética o que vai fazer com que o Expocentro, em Pombal, seja o palco de todos os campeonatos nacionais de pista coberta em 2011.

Assim, incluindo o calendário competitivo de âmbito distrital, Pombal terá competições de atletismo durante todos os fins-de-se-

Pista coberta de Pombal receberá as primeiras provas

Leiria “capital” do atletismo em 2011

DR

FOTOJORNALISMOS

mana desde o início do ano novo até meados de Março”, adiantou o director técnico regional da Associação Distrital de Atletismo de Leiria (ADAL), Carlos Carmino, em comunicado.

Com a infra-estrutura

do norte a dividir com a do centro as provas de pista coberta, nos últimos anos, trata-se de uma boa notícia para Pombal e para o Distrito. Carlos Carmino encontra ainda motivos de regozijo pela decisão da

Provas em pista coberta (Pombal) Taças FPA de velocidade, barreiras e provas combinadas (8 e 9 de Janeiro) Campeonato Nacional, juniores (22 e 23 de Janeiro) Campeonato Nacional de Clubes 1.ª e 2.ª Divisões, seniores – fase de apuramento (29 e 30 de Janeiro) Campeonatos Nacionais de Sub-23 (5 e 6 de Fevereiro) Campeonato Nacional de Clubes 1.ª e 2.ª Divisões, seniores – final (12 e 13 de Fevereiro) 5.º Meeting Cidade de Pombal (19 de Fevereiro) Campeonatos de Portugal (26 e 27 de Fevereiro) Estrada (Batalha) Campeonato Nacional de Marcha (19 de Fevereiro) Centro Nacional de Lançamentos (Leiria) Taça Nacional de Lançamentos, juvenis (5 e 6 de Março) Estádio Municipal de Leiria Meeting Cidade de Leiria (22 de Maio) Campeonato Nacional de Clubes 1.ª e 2.ª Divisões, seniores – fase de apuramento (28 e 29 de Maio) Campeonato Nacional, juvenis (18 e 19 de Junho)

O MENSAGEIRO desportivo www.omensageiro.com.pt | www.facebook.com/omensageiro | www.twitter.com/omensageiro

liga zon sagres

I LIGA

liga orangina

zona centro

II LIGA 12.ª Jornada (28.11) V. Setúbal x Académica (0-1),

Marítimo x V. Guimarães (2-0), Sp. Braga x Nacional (2-0), P. Ferreira x Olhanense (1-0), Naval x Rio Ave (0-1), Beira-Mar x Benfica (1-3), Portimonense x U. Leiria (1-2), Sporting x Porto (1-1) Equipa J V E D Pts 1.º Porto 12 10 2 0 32 2.º Benfica 12 8 0 4 24 3.º V. Guimarães 12 6 3 3 21 4.º Sporting 12 5 4 3 19 5.º Académica 12 5 3 4 18 6.º U. Leiria 12 5 3 4 18 7.º Sp. Braga 12 5 2 5 17 8.º Nacional 12 5 2 5 17 9.º Olhanense 12 3 6 3 15 10.º Beira-Mar 12 3 6 3 15 11.º P. Ferreira 12 3 5 4 14 12.º Rio Ave 12 3 4 5 13 13.º V. Setúbal 12 3 4 5 13 14.º Marítimo 12 2 6 4 12 15.º Portimonense 12 2 2 8 8 16.º Naval 12 1 2 9 5

II DIVISÃO

série d

III DIVISÃO

9.ª Jornada (28.11) Varzim x Feirense (2-0), Penafiel

9.ª Jornada (28.11) Pampilhosa x Cesarense (1-2),

9.ª Jornada (28.11) Ol. Bairro x Sourense (2-2),

x Arouca (0-1), Fátima x Freamunde (2-2), Estoril x Leixões (0-1),D. Aves x Trofense (1-1), Moreirense x Gil Vicente (1-1), Oliveirense x Santa Clara (2-0), Belenenses x Sp. Covilhã (1-3)

Esmoriz x Sp. Espinho (1-1), Eléctrico x Al. Lordelo (0-0), Padroense x Tondela (0-0), Gondomar x Tourizense (2-2), Coimbrões x Anadia (2-1), Sertanense x Boavista (2-0), U. Serra x Sp. Pombal (2-3) Equipa J V E D Pts 1.º Tondela 9 6 2 1 20 2.º Sertanense 9 6 1 2 19 3.º Padroense 9 4 4 1 16 4.º Boavista 9 4 3 2 15 5.º Coimbrões 9 3 4 2 13 6.º Gondomar 9 2 6 1 12 7.º Al. Lordelo 9 3 3 3 12 8.º U. Serra 9 3 3 3 12 9.º Tourizense 9 3 2 4 11 10.º Anadia 9 2 4 3 10 11.º Sp. Pombal 9 3 1 5 10 12.º Esmoriz 9 2 4 3 10 13.º Cesarense 9 2 3 4 9 14.º Pampilhosa 9 2 2 5 8 15.º Sp. Espinho 9 1 5 3 8 16.º Eléctrico 9 1 3 5 6

Nogueirense x Monsanto (1-0), Ac.Viseu x At. Riachense (2-3), Gândara x U. Tocha (0-6), Ág.

Moradal x Marinhense (1-0), B.C. Branco x V. Mocidade (1-1)

1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º 11.º 12.º 13.º 14.º 15.º 16.º

Equipa Gil Vicente Arouca Trofense Penafiel Sp. Covilhã Oliveirense Leixões Estoril Feirense Moreirense Varzim Santa Clara D. Aves Freamunde Fátima Belenenses

J V E D Pts 9 4 4 1 16 9 4 4 1 16 9 4 4 1 16 9 4 2 3 14 9 4 1 4 13 9 3 4 2 13 9 3 4 2 13 9 3 3 3 12 9 3 3 3 12 9 3 2 4 11 9 2 5 2 11 9 3 2 4 11 9 2 3 4 9 9 1 5 3 8 9 2 2 5 8 9 1 4 4 7

FPA. “Em tempos de crise” representará uma “redução de custos em termos de deslocações, estadias e refeições” para os clubes da ADAL. Pedro Jerónimo pj@omensageiro.com.pt

13.ª Jornada (05.12) Rio Ave x Beira-Mar, Nacional x

10.ª Jornada (05.12) Arouca x Varzim, Santa Clara

10.ª Jornada (05.12) Cesarense x U. Serra, Sp. Espinho

Naval,V. Guimarães x P. Ferreira (04.12), U. Leiria x Sp. Braga (04.12, 21h15), Académica x Marítimo, Porto x V. Setúbal (06.12), Portimonense x Sporting, Benfica x Olhanense (03.12)

x Estoril, Feirense x Moreirense, Sp. Covilhã x Penafiel, Gil Vicente x Oliveirense (12.12), Trofense x Belenenses (04.12), Freamunde x D. Aves, Leixões x Fátima

x Pampilhosa, Al. Lordelo x Esmoriz, Tondela x Eléctrico, Tourizense x Padroense, Anadia x Gondomar, Boavista x Coimbrões, Sp. Pombal x Sertanense

1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º 11.º 12.º

Equipa Monsanto Nogueirense At. Riachense Ol. Bairro B.C. Branco Sourense Ac.Viseu Marinhense U. Tocha Ág. Moradal V. Mocidade Gândara

J V E D Pts 9 7 0 2 21 9 5 3 1 18 9 5 2 2 17 9 5 2 2 17 9 3 4 2 13 9 4 1 4 13 9 4 1 4 13 9 4 1 4 13 9 4 0 5 12 9 3 1 5 10 9 2 1 6 7 9 0 0 9 0

10.ª Jornada (05.12) B.C. Branco x Sourense,

Monsanto x Ol. Bairro, At. Riachense x Nogueirense, U. Tocha x Ac.Viseu, Marinhense x Gândara,V. Mocidade x Ág. Moradal

série e

III DIVISÃO 9.ª Jornada (28.11) Bombarralense x Sintrense (1-2),

Peniche x Tojal (2-2), Oeiras x Malveira (0-3), Crato x Alcochetense (0-1), Sacavenense x Odivelas (2-0), 1.º Dezembro x Caldas (1-0)

1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º 11.º 12.º

Equipa 1.º Dezembro Caldas Alcochetense Sacavenense Sintrense Crato Odivelas Tojal Peniche Malveira Bombarralense Oeiras

J V E D Pts 9 6 1 2 19 9 5 2 2 17 9 4 3 2 15 9 4 2 3 14 9 4 2 3 14 9 3 3 3 12 9 3 1 5 10 9 3 1 5 10 9 3 1 5 10 9 2 4 3 10 9 3 1 5 10 9 2 3 4 9

10.ª Jornada (05.12) 1.º Dezembro x Sintrense,

Tojal x Bombarralense, Malveira x Peniche, Alcochetense x Oeiras, Odivelas x Crato, Caldas x Sacavenense

associação de futebol de leiria

HONRA 9.ª Jornada (28.11) Marinha x Fig.Vinhos (2-2), Alq.

Serra x Pedroguense (2-0), GRAP/Pousos x Alvaiázere (3-0), Biblioteca x Gaeirense (31), Marrazes x Nazarenos (0-0), Guiense x Pataiense (4-1), Beneditense x Portomosense (1-2), Alcobaça x Ansião (4-0) Equipa J V E D Pts 1.º Alcobaça 9 6 2 1 20 2.º Portomosense 9 6 0 3 18 3.º Nazarenos 9 4 4 1 16 4.º Alq. Serra 9 4 4 1 16 5.º Beneditense 9 4 3 2 15 6.º Guiense 9 4 3 2 15 7.º Marrazes 9 4 3 2 15 8.º Alvaiázere 9 4 2 3 14 9.º Pataiense 9 3 2 4 11 10.º GRAP/Pousos 9 3 1 5 10 11.º Pedroguense 9 2 4 3 10 12.º Fig.Vinhos 9 2 4 3 10 13.º Biblioteca 9 2 3 4 9 14.º Marinha 9 2 2 5 8 15.º Ansião 9 2 1 6 7 16.º Gaeirense 9 1 0 8 3 10.ª Jornada (05.12) Fig.Vinhos x Alcobaça,

Pedroguense x Marinha, Alvaiázere x Alq. Serra, Gaeirense x GRAP/Pousos, Nazarenos x Biblioteca, Pataiense x Marrazes, Portomosense x Guiense, Ansião x Beneditense

ÚLTIMA 2DEZEMBRO2010

Não basta ler, é necessário ler com conhecimento de causa. Quem não tem a análise das letras, quem não sabe as regras dos seus valores, não pode ensinar bem...

João de Deus, pedagogo e escritor [1830-1896)

Conferência marca o arranque das comemorações dos 75 anos do Jardim-Escolas João de Deus de Leiria

João de Deus e João de Deus Ramos: “dois pedagogos, uma obra” O Jardim-Escola João de Deus de Leiria vai comemorar no mês de Fevereiro de 2011 os seus 75 anos e, até essa data, espera-se um conjunto de iniciativas. Depois da sua fundação, muitas crianças passaram por aquela ‘casa’, habitualmente conhecida pela competência educacional e pela grande aproximação sentimental com os seus alunos. No âmbito destas comemorações, no dia 26 de Novembro realizou-se uma palestra com a presença de Cecília Varela Chá- Chá (investigadora) que apresentou a prelecção “João de Deus e João de Deus Ramos, dois pedagogos, uma obra”, trazendo várias abordagens sobre dois vultos que mudaram o paradigma educacional do nosso País. A segunda oradora foi Vera Sebastião (directora do João de Deus de Leiria) que trouxe para a sessão a análise a ‘João de Deus, hoje’, uma ‘viagem’ aos protagonistas principais daquela instituição nos séculos XX e XXI. A iniciativa teve como objectivo dar a conhecer a toda a comunidade educativa a história da Associação dos Jardins-Escola João de Deus, na sua metodologia específica e idiossincrasia, ou seja, o que a distingue nas suas formas de ensinar e formar crianças.

“Dois homens, uma obra” “João de Deus e João de Deus Ramos são dois grandes nomes na pedagogia portuguesa: um foi o pensamento, outro a acção; um criou o método, o outro a escola”, foi desta forma que em 1956, Júlio Dantas descrevia os dois mentores dos Jardins-Escola João de Deus em Portugal. Foi com este trecho que Cecília CháChá iniciou a sua prelecção, retratando a época em que João de Deus viveu, com elevada taxa de analfabetismo infantil e adulta, poucas escolas e falta de professores qualificados. João de Deus, nasceu em São Bartolomeu de Messines a 8 de Março de 1930. Entre as várias experiências de vida do poeta e pedagogo, João de Deus

também foi jornalista no ‘O Bejense’, sob a condição de não ser remunerado por isso, mostrando aqui um exemplo dos seus valores de cidadão português. Teve quatro filhos, um deles João de Deus Ramos, que viria a suceder-lhe no seu projecto associativo/educativo.

Segundo Cecília CháChá, “no final da década de 60 do século XIX é convidado por uma editora para criar um novo método de ensino”. No dia 18 de Maio de 1882 João de Deus e Casimiro Freire, fundaram a Associação de Escolas Móveis e em 1887 publica a ‘Cartilha Maternal’, até aos dias de hoje a referência máxima dos jardins-escola.

Foram as escolas móveis uma referência, testada em todo o País, incluindo Açores e Madeira, assim como África e Brasil. Sobre a adaptação do método ao sistema de ensino oficial, a investigadora referiu que “em 1888, o Parlamento considera nacional o método ‘Cartilha Maternal’ e João de Deus é nomeado Comissário Geral do seu método.

Durante toda a sua vida dedica-se ao ensino e à poesia. A 11 de Janeiro de 1896, faleceu em Lisboa.

Dada a importância desta personalidade do ensino português, Cecília Chá-Chá comenta que “o seu corpo foi levado em Coche Real para o Mosteiro dos Jerónimos e mais tarde é sepultado no Panteão Nacional”.

João de Deus que dizia que o seu método “funda-se na língua viva”, na óptica de Cecília Chá-Chá, deixou um legado importantíssimo: “uma nova nomenclatura às letras, aconselha a ler e não a soletrar, a escrita sucede à leitura, princípios pedagógicos, ensino deve ser maternal e racional e que a base de ensinar reside no valor das letras”. Como escritor e argumentando a sua doutrina educacional, João de Deus explica em 1877 que “O ensino na escola deve ser, essencialmente, igual ao método encantador, pelo qual as mães ensinam a falar aos

seus filhos”, em 1881 que ‘Ser Homem é saber Ler”, e no mesmo ano, explicando o valor das letras “Não basta ler, é necessário ler com conhecimento de causa.

Quem não tem análise das letras, quem não sabe a rigor os seus valores, não pode ensinar bem”.

Mas, na história dos Jardins-Escola existe uma figura incontornável, seguindo todo o projecto do seu pai, fundando os estabelecimentos de ensino, bem diferentes das escolas móveis que João de Deus fundara. Em 1900 havia 78,6% de taxa de analfabetismo, continuando uma triste realidade na aprendizagem dos cidadãos.

Existia uma lacuna nas escolas infantis nacionais, aquelas que iriam preparar as crianças para o ensino elementar.

João de Deus Ramos, filho do fundador da Associação dos Jardins-Escola, foi o mentor e dinamizador da rede de jardins-escolas.

Nasceu a 6 de Abril de 1978, o político e pedagogo também passou pela imprensa de 1905 a 1910, como director da revista ‘A Instrução do Povo’. Em 1908 assume a direcção da Associação de Escolas Móveis pelo Método de João de Deus e após a implantação da República, foi chefe da Repartição Pedagógica. Em 1911 abriu o primeiro jardim-escola na cidade de Coimbra (assinala 100 anos de existência em 2011) e em 1917 funda o Museu João de Deus. Em 1920 é Ministro da Instrução Pública, dedicando a sua vida ao projecto da Associação mas também à participação política como

actividade nobre que considerava. Faleceu a 15 de Novembro de 1953, com 75 anos de idade.

João de Barros disse em 1911 que “João de Deus Ramos, dando-lhe o nome do pai, cumpriu o seu dever de educador e de português”.

Cecília Chá- Chá afirma que foi justamente nesse ano após a instauração da República que “João de Deus Ramos inicia o périplo de várias inaugurações de jardins-escola, ao todo onze, incluindo o de Leiria em 1936, com o terreno oferecido por Maria da Conceição Neves e a construção do edifício pela Junta de Freguesia de Leiria”. Institui a ideia base que os jardins-escola são para todas as classes sociais, o princípio de escola com índole nacional, a necessidade de educar e instruir com amor maternal.

Quem somos hoje?

Vera Sebastião mostrou a história mais recente da vasta rede de Jardins-Escola João de Deus em Portugal, actualmente com mais valências, complementando todos os princípios do seu fundador. É sobre esta obra dinamizada e complementada por Maria da Luz de Deus Ramos e de António Ponces de Carvalho que a directora do João de Deus se revela como “profundamente admiradora pelo imenso trabalho desenvolvido por estes dois valores da história da Associação de Jardins-Escolas no século XX e XXI, ao partilharem e fomentarem os ideais de solidariedade e de ensino dos seus avós e pai”. Vera Sebastião chega

mesmo a afirmar que na sua proximidade com Maria da Luz de Deus Ramos, filha de João de Deus Ramos, sempre percebeu o espírito de missão, da simplicidade e generosidade, assim como o dever de ser cidadão participativo.

“A Sra. Drª Maria da Luz de Deus Ramos, embora pudesse ser beneficiária de aposentação, nunca se quis reformar porque entendia que só queria o seu ordenado, querendo ser útil e prestável ao País”, exemplifica Vera Sebastião.

A directora do João de Deus de Leiria afiança que foi a filha de João de Deus Ramos que “muito contribuiu para a continuidade de toda esta obra porque após a morte do seu pai assumiu a direcção da Associação, fundou a Escola Superior de Educação de que foi directora, fundando 22 jardins-escola.

Em 1999 faleceu, deixando para Vera Sebastião “uma marca indelével de toda a sua entrega à Associação mas muito especialmente pelo seu lado humano, tão tocante e inesquecível”.

Referindo-se a António Ponces de Carvalho, actual Presidente da Associação dos Jardins-Escolas João de Deus e Director da Escola Superior de Educação, Vera Sebastião diz aos participantes que “é uma personalidade de grande importância no panorama educacional de Portugal”. Na sua relação e conhecimento com António Ponces de Carvalho, afiança que “ele próprio, segue com imenso respeito e sentido de dever, todos os valores que os seus antepassados lhe legaram”.

O actual director da Associação de Jardins-Escola João de Deus costuma visitar Leiria com alguma regularidade e segundo Vera Sebastião, “para além de dar continuidade a todos os modelos de projecto educativo, também ele está a inovar com o mesmo sentimento de partilha/afecto

e de ensino, agora com as ludotecas e o Centro de Acolhimento Temporário Rainha Santa Isabel, uma organização que acolhe crianças desprotegidas”.

Vera Sebastião diz com orgulho que “com os actuais 45 jardins-escolas, museu, ludotecas e o centro de acolhimento, António Ponces de Carvalho recria os ideais dos seus familiares e fundadores deste projecto educativo, numa instituição ramificada que mantém hoje os mesmos valores e contributos educativos, preconizados por João de Deus, no longínquo século XIX”.

Agora, seguem-se a abertura de mais jardins-escola em paralelo com iniciativas de solidariedade, como as ludotecas, numa lógica muito parecida de escolas móveis que se deslocam aos bairros lisboetas com problemas sociais, dando a todos os que mais precisam, a instrução, tempos livres com várias actividades lúdicas, comida, corte de cabelo, higiene pessoal como um bom banho e até alguns cuidados de saúde. É este lado singular que Vera Sebastião mostrou, com um pequeno vídeo que retrata todo esta nova realidade simbólica da missão do João de Deus em pleno século XXI. Na sessão que promoveu o arranque das comemorações dos 75 anos do Jardim-Escola João de Deus, António de Sá Pessoa leu poemas de João de Deus e de João de Deus Ramos.

No final, é Vera Sebastião que desmistifica o que está por detrás de um simples bibe vestido pelas crianças do João de Deus há 128 anos: “o bibe é muito mais que uma imagem de marca do João de Deus porque foi concebido com o ideal de que todas as crianças sejam vistas de igual forma”.

Texto e fotos: Joaquim Santos