4784#OMENSAGEIRO#19NOV

CAMPANHA

19 NOVEMBRO 2009 ANO 96 - N.º 4784 FUNDADOR José Ferreira Lacerda DIRECTOR Rui Ribeiro

PREÇO: 0,80 euros (IVA incluído) SEMINÁRIO DIOCESANO – 2414-011 LEIRIA TEL. 244 821 100/1 • FAX 244 821 102 E-MAIL: jornal@omensageiro.com.pt WEB: www.omensageiro.com.pt

|Última

PRIORITY

Nº DE2703206MPC

DESTAQUE

CONFERÊNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA APRESENTA NOTA PASTORAL

CUIDAR DA VIDA ATÉ À MORTE

CULTURA

SOCIEDADE

Sociedade Portuguesa de Estudos Medievais

SIMLIS organiza conferência

Saul António Gomes

Diplomados com habilitação superior no IPL

Teatro José Lúcio da Silva

Joaquim Santos apresenta “Descoberta”

Batalha acolheu oficina sobre “As Novas Diplomáticas” | P. 4

A Quinta do Fidalgo (Batalha): anotações para sua história | P. 5 Ana Moura com “Leva-me aos Fados” em Leiria | P. 6

ECLESIAL

Na Semana dos Seminários

COLÉGIOS DA CIDADE VISITAM O SEMINÁRIO

Gestão dos ecossistemas ribeirinhos em debate | P. 6

Última

Politécnico de Leiria regista 95,7% de empregabilidade | P. 6 Governo Civil comemorou “Dia da Memória” | P. 7

André Batista

LMFerraz

“Cuidar da vida até à morte – Contributo para a reflexão ética sobre o morrer” é o título da nota aprovada pela 173ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, reunida de 9 a 12 de Novembro, em Fátima. Com uma visão cristã de um problema antropológico, não apenas confessional, os Bispos afirmam que é claramente inaceitável qualquer forma de eutanásia, ou seja, qualquer “acção ou omissão que, por sua natureza e nas suas intenções, provoca a morte”. Nesta edição, apresentamos o documento final da Assembleia e um excerto da referida nota. Páginas 2 e 3

ENTREVISTAS

Bispo Diocesano nas paróquias de Freixianda, Alburitel, Seiça e Nossa Senhora da Piedade

D. António Marto retoma visita pastoral na vigararia de Ourém

| Págs. 8 e 9

2 DESTAQUE

O Mensageiro

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Em nome da verdade Rui Ribeiro prui@iol.pt Muitas são as vozes que nos nossos dias se fazem ouvir. Chegamos ao ponto em que todos parecem querer dizer alguma coisa sobre qualquer assunto. E há vozes que se levantam sem autoridade. Opiniões e reflexões devem ser emitidas depois de prolongada maturação e reflexão. Não basta seguir gostos e modas de momento, não basta de modo algum querer ser “in” e remar contra hábitos e tradições em nome de um progresso falso. Nos últimos dias, a comunicação social tem feito eco de opiniões muitas vezes desprovidas de razão e apenas motivadas por afectos e talvez até segundas intenções que não são reveladas. O caso torna-se mais grave quando os assuntos tratados mexem com o que há de mais profundo no ser humano e na cultura do nosso povo. Não se fala claro, não se diz a verdade e sobretudo não sé é sério no que se diz e lança para o ar. E as opiniões vêm dos mais variados quadrantes.

Num destes dias detive-me a ver e a ouvir o que se disse em alguns programas televisivos que preenchem as manhãs televisivas. Explora-se o sentimento, “brinca-se” com coisas sérias, “como quem não quer a coisa”, e há casos em que se atenta contra a integridade de pessoas e instituições. Parece que é tudo permitido desde que seja floreado com contornos de modernidade e progresso. Em muitos casos o pretenso modernismo Os bispos e progresso revelam-se verdareunidos, como deiros retrocessos e atentam que põem de contra a verdade. É tempo de lado os seus parar. É tempo de ouvir quem interesses fala com verdade e com o depessoais e sejo de querer efectivamente para o bem de toformas de ser contribuir dos e não apenas de alguns. pessoais, para É por isso triste e de lase vestirem mentar que pouco se tenha com a capa do falado sobre a Assembleia bem comum, Plenária da Conferência em nome da Episcopal que se realizou em verdade e da Fátima. Uma Assembleia que, razão. Por vezes logo na sua moldura, pretende com custos ser mais que uma emissão de pessoais opiniões ao sabor das modas e se define por ser momento de reflexão e seriedade, em nome do bem comum. Os bispos reunidos, como que põem de lado os seus interesses pessoais e formas de ser pessoais para se vestirem com a capa do bem comum, em nome da verdade e da razão.

Por vezes com custos pessoais. É triste que a nossa comunicação social pouco se importe com quem fala desprovido de segundas intenções e apenas é orientado pelo bem de todos e de cada um.

Esta Assembleia tratou de assuntos que são de capital importância para a nossa sociedade. E quis tratá-los à luz da razão e da ética humana e cristã. Sem desejos de protagonismos ou de “cair nas boas graças” de quem quer que seja. Trata-se da voz maior da Igreja em Portugal, a que nenhum cristão deveria refutar-se. Por isso nesta edição fazemos eco do que se falou e dos caminhos que se apontaram nesta semana de reflexão. Que cada um se disponibilize a ouvir quem fala com verdade.

“Cuidar da vida até à morte – Contributo para a reflexão ética sobre o morrer” é o título da nota aprovada pela 173ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que reuniu de 9 a 12 de Novembro, na Casa de Nossa Senhora das Dores do Santuário de Fátima, e que contou com a participação do Presidente e da Vice-presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP), bem como o Núncio Apostólico, Arcebispo D. Rino Passigato.

No documento, com uma visão cristã de um problema antropológico, não apenas confessional, a CEP afirma que é claramente inaceitável qualquer forma de eutanásia, ou seja, qualquer “acção ou omissão que, por sua natureza e nas suas intenções, provoca a morte”. É eticamente equivalente à eutanásia qualquer forma de ajuda ao suicídio.

O início da primeira sessão foi aberto à comunicação social, tendo comparecido numerosos jornalistas e operadores de rádio e televisão, e constou do discurso de abertura do Presidente da CEP, D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga, Arcebispo Primaz de Braga. Regressado recentemente do Sínodo dos Bispos para a África, manifestou o propósito de a Igreja em Portugal viver solidária, no campo espiritual e material, com a Igreja em África, particularmente com os povos de expressão portuguesa, com quem temos fortes laços históricos e culturais. Sublinhou a importância dos cristãos passarem do “mundo da Igreja” para a “Igreja no mundo”, onde temos que ser servos de todos, especialmente dos mais irrelevantes e dispensáveis.

No respeito da autonomia entre Igreja e Estado, manifestou a vontade de promover um «diálogo construtivo».

Apontando a prioridade da educação, apelou a que seja respeitada a liberdade dos pais quanto à escolha da educação dos filhos, direito que não tem sido concretizado. No campo da família, alertou para a campanha ideológica que leva a uma falsa concepção de liberdade e igualdade, pretendendo redefinir a família que tem por base o casamento entre um homem e uma mulher. Concluiu o seu discurso recordando a celebração do Ano Sacerdotal e apelando à revitalização da vida e missão dos Sacerdotes, ao serviço da Igreja e do mundo.

Os membros da Assembleia Plenária, reiterando os sentimentos expressos pelo Conselho Permanente na Nota Pastoral de 6 de Outubro, manifestaram o seu regozijo pela próxima visita do Santo Padre Bento XVI a Portugal, em Maio de 2010, exortando o Povo de Deus a aproveitar esta particular ocasião de graça para o revigoramento da fé e o testemunho de justiça e caridade, nestes tempos em que tantos irmãos nossos vivem com grandes dificuldades.

Aplicando as normas do Vaticano para as visitas do Papa, a Assembleia foi

Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa reflecte

Dever de humanizar a morte

Paulo Cunhas/Lusa

editorial

informada que os Bispos das Dioceses que o Papa visitará nomearam Coordenador Geral: D. Carlos Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa; Responsável pelas celebrações litúrgicas: P. Carlos Cabecinhas, Director do Departamento de Liturgia da Diocese de Leiria Fátima; Responsável pelo sector das Comunicações Sociais: P. Manuel Morujão, Secretário e Porta-voz da Conferência Episcopal.

A fim de que a visita do Papa Bento XVI não seja um mero acontecimento passageiro, embora muito festivo e consolador, os Bispos de Portugal exortam o Povo de Deus (sacerdotes e diáconos, religiosos/as e leigos/as, movimentos e instituições) a oportunas iniciativas de preparação que tenham depois da visita a devida sequência quanto à concretização das mensagens que o Santo Padre nos deixar.

A Assembleia aprovou a Nota Pastoral “Cuidar da vida até à morte – Contributo para a reflexão ética sobre o morrer”. Esta temática tem estado na ordem do dia e a Igreja não pode ficar alheia a debate em que está em causa a dignidade da vida humana. Assim, neste documento apresenta a visão cristã de um problema antropológico, não apenas confessional. Ninguém é senhor absoluto da própria vida e muito menos senhor da vida dos outros. É afirmado claramente ser inaceitável qualquer forma de eutanásia, ou seja, qualquer “acção ou omissão que, por sua natureza e nas suas intenções, provoca a morte”. É eticamente equivalente à eutanásia qualquer forma de ajuda ao suicídio.

O dever de humanizar a morte é incompatível com a eliminação da pessoa que sofre. Os cuidados paliativos e o acompanhamento amigo são a melhor resposta ao problema da eutanásia. É eticamente permitido evitar o chamado “encarniçamento terapêutico”, ou seja, o recurso a intervenções terapêuticas desproporcionadas ao bem que se poderá alcançar para a pessoa, forçando o prolongamento artificial da vida.

As “directivas antecipadas de vontade”, como o “testamento vital”, são um instrumento eticamente aceitável, um elemento útil a ter em conta nas tomadas de decisão sobre a vida de um doente. Convém notar que não devem ter um peso absoluto nem podem ser pretexto para justificar opções que atentem contra a vida humana.

A Assembleia Plenária dos Bispos aprovou uma breve Nota Pastoral, intitulada “Mensagem ao Povo de Deus na comemoração dos 75 anos da Acção Católica”. Os Bispos reconhecem e agradecem o muito bem realizado pelos membros deste movimento nos diferentes meios: agrário, escolar, independente, operário e universitário.

A partir da riqueza desta experiência de sete decénios e meio, com êxitos, dificuldades e esperanças, auguram que se abram novos horizontes de acção dos leigos no mundo, com criatividade evangélica.

Os presidentes das Comissões Episcopais apresentaram à Assembleia alguns assuntos no âmbito das suas áreas de acção. A este respeito, destacamos: - O Presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã deu a conhecer os resultados de um inquérito sobre Catequese e Iniciação cristã, lançado às Dioceses de Portugal. Dará seguimento a este trabalho, tendo em vista o contributo que é necessário oferecer, neste âmbito, à Igreja em Portugal. Informou da realização das seguintes actividades: Fórum nacional “Pensar a Escola, preparar o futuro” (Lisboa, 22-24 de Janeiro de 2010); Jornadas Nacionais de Catequistas “A espiritualidade do catequista, vivência e transmissão da fé” (Fátima, 12-14 de Março de 2010); Encontro Nacional de responsáveis da Catequese “A catequese dos adolescentes” (Funchal, 05-08 de Abril de 2010).

- O Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social apresentou à Assembleia um balanço das diversas iniciativas que, este ano, dinamizaram as instituições e os agentes sociais,

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blia, horizonte da fé e da cultura”). Foi dada informação sobre a celebração do acordo “Rota das Catedrais”, na Sé Patriarcal de Lisboa, em sessão presidida pelo Cardeal Patriarca, tendo sido assinado um documento, com vista à preservação e promoção do património das nossas Catedrais, pelo Sr. Ministro da Cultura e pelo Presidente da CEP. Foi aprovada pela Assembleia a nomeação da Directora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja, em substituição do Dr. João Mário Soalheiro, cujo trabalho foi muito relevante, mas que pediu dispensa por motivos profissionais.

- O Presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana apresentou algumas actividades a realizar, incluindo as Jornadas de Formação de Agentes Pastorais das Migrações (Fátima, 15-17 de Janeiro de 2010); o VIII Congresso Europeu sobre Migrações (Málaga, 24 de Abril a 01 de Maio de 2010), organizado pelo CCEE; o Encontro dos Secretariados Diocesanos das Migrações (Algarve, 05-08 de Julho de 2010); e a preparação do 50º aniversário da Obra Católica Portuguesa das Migrações (a celebrar em 2012).

O Presidente desta Comissão recordou, ainda, o recente desastre de trabalho que vitimou diversos portugueses em Andorra, e apresentou condolências da Igreja aos familiares das vítimas e à comunidade emigrante aí radicada.

- O Presidente da Comissão Episcopal da Doutrina da Fé e Ecumenismo apresentou uma proposta de reconhecimento mútuo do Baptismo pela Igreja Católica e por outras comunidades cristãs não católicas, com as quais tem mantido diálogo habitual.

A Assembleia da CEP manifestou-se a favor de que este reconhecimento mútuo seja extensivo também aos cristãos ortodoxos. Anunciou que, como habitualmente, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, realizar se á de 18 a 25 de Janeiro próximo, com o tema “Sereis testemunhas destas coisas (Lc 24, 48)”.

O Presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) anunciou próximas iniciativas da

CIRP, inspiradas pelo dinamismo da esperança cristã: “Vida Consagrada, solidária na esperança” – celebração do Dia do Consagrado de 2010; “Vida Consagrada: mensageira de alegria e de esperança” – XXVI Semana de Estudos sobre a Vida Consagrada (13-16 de Fevereiro de 2010); “Vida Religiosa na Europa: histórias de esperança, esperança para a história” – Assembleia Geral da União das Conferências Europeias de Superiores/as Maiores (Czestochowa, Polónia, 08-14 de Fevereiro de 2010).

Apresentou ainda um dossier com as conclusões de um estudo de opinião sobre “o que os Portugueses pensam e sentem a respeito dos Religiosos” e destacou várias realizações para assinalar o centenário da expulsão das Ordens Religiosas pela República.

A Assembleia fez as seguintes nomeações: - Dr.ª Sandra Costa Saldanha, Directora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja; - Dr. Manuel Cavalheiro Duarte, Director do Secretariado Nacional do Apostolado dos Leigos e Família; - Pe. Pablo Adriano Brito Pereira de Lima (Diocese de Viana do Castelo), Director do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil; - Pe. Manuel Carlos de Jesus Gouveia (Diocese do Funchal), Assistente Nacional da Juventude Operária Católica (JOC); - Enf.ª Mary Anne Stilwell Avilez, Representante da CEP no Conselho Nacional do Combate à Droga e à Toxicodependência.

Havendo projectos para legalizar as uniões entre pessoas homossexuais concedendo lhe o estatuto de casamento, os Bispos portugueses manifestam pública rejeição a que este tipo de uniões possa ser equiparado à família estavelmente formada através do casamento entre um homem e uma mulher. Tal constituiria uma alteração grave das bases antropológicas da família e com ela da própria sociedade. Todo o respeito é devido a todas as pessoas, também às pessoas homossexuais, mas este respeito e compreensão não podem reverter na desestruturação da célula base da sociedade, que é a família baseada no verdadeiro casamento.

Faleceu a 28 de Outubro, em Fátima, o P. Luís Kondor, S.V.D., natural da Hungria, depois de passar 55 anos no nosso país. A Conferência Episcopal reconhece que a Igreja em Portugal muito lhe fica a dever pela integridade e zelo do seu testemunho sacerdotal, pela solicitude em encontrar ajudas para múltiplas obras e instituições, pelo dinamismo em divulgar a mensagem de Fátima, particularmente como Vice Postulador da Causa de Canonização dos Pastorinhos. Os membros da Assembleia Plenária celebraram uma Eucaristia pelo P. Luís Kondor.

Finalmente, a Assembleia analisou e aprovou o Orçamento para 2010 do Secretariado Geral da Conferência Episcopal.

D. Jorge Ortiga, presidente da CEP

Excerto da nota pastoral da Conferência Episcopal

“Cuidar da vida até à morte” DR

nomeadamente o Simpósio “Reinventar a Solidariedade (em tempo de crise)”, realizado no Centro de Congressos de Lisboa (15 de Maio de 2009); a organização das Jornadas Pastorais do Episcopado (15-17 de Junho de 2009), e o levantamento nacional da acção social da Igreja, encomendado à Universidade Católica e nesta altura em fase de conclusão; referiu a próxima realização (20-22 de Novembro de 2009), no Centro de Cultura e Congressos de Aveiro, da VII Edição das Semanas Sociais, sob o tema “Construção do bem comum, responsabilidade da pessoa, da Igreja e do Estado”; manifestou o compromisso da Comissão na reflexão alargada da Encíclica “Caritas in veritate” e no tratamento, em várias instâncias, do tema do Ano Europeu de 2010, “Combate à pobreza e à exclusão social”.

- O Presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família informou sobre a reactivação do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, com projectos que apontam particularmente para a formação cristã da juventude, preparação da Jornada Mundial “Madrid 2011”, e maior conjugação de esforços e participação do Conselho Nacional e dos Secretariados Diocesanos do sector. A Assembleia foi ainda informada sobre a realização próxima de dois Encontros Nacionais, em que a Comissão Episcopal coloca grande empenho e esperança, em vista de um maior dinamismo e articulação dos Secretariados Diocesanos e Movimentos da Pastoral Familiar (Fátima, 23 de Janeiro de 2010), bem como dos Movimentos e Obras Laicais em geral (Fátima, Fevereiro de 2010).

- O Presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios informou a Assembleia sobre as actividades mais significativas dinamizadas recentemente por esta Comissão, concretamente o VI Simpósio do Clero de Portugal (Setembro de 2009), o Fórum Nacional das Vocações (Outubro de 2009) e a Semana dos Seminários (a decorrer). Foi, ainda, apresentada a Jornada Pastoral do Diaconado Permanente (01 de Dezembro de 2009), e a Semana do Consagrado (31 de Janeiro – 07 de Fevereiro de 2010). Conscientes da bênção que constitui para a Igreja o Ano Sacerdotal, os Bispos de Portugal partilharam entre si as diversas experiências e iniciativas a nível diocesano e incumbiram a Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios de organizar a participação do Clero de Portugal no Congresso Mundial de Sacerdotes, a realizar em Roma, por ocasião do encerramento do Ano Sacerdotal.

- O Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais deu breve conta dos trabalhos realizados pelos Secretariados desde a última Assembleia Plenária da CEP, com particular relevo para as acções de formação e encontro com agentes culturais e jornalistas.

Informou, também, do início do novo programa radiofónico da Igreja Católica na RDP, e distribuiu o último número do “Observatório da Cultura” (“A Bí-

Recordamos que todas as orientações éticas têm como objectivo encontrar concretizações de um morrer verdadeiramente humano. O que está em causa é a preservação da dignidade da pessoa em algo que é decisivo e constitutivo de todo o projecto pessoal de vida. Isto inclui certamente fazer aquilo que é razoavelmente possível para que o paciente preserve as condições de sujeito da sua própria história. Na medida do possível, “não se deve privar o moribundo da consciência de si mesmo, sem motivo grave” , uma vez que também nos momentos finais da vida cada pessoa deve estar em condições de poder assumir as suas responsabilidades morais, de relacionar-se com as pessoas que lhe são significativas e de viver todo este processo no contexto da sua relação com Deus.

Uma humanização do morrer é incompatível com a eliminação do sujeito que morre, pois não tem em conta a globalidade das suas necessidades. As súplicas de quem sofre, muitas vezes desejando terminar com a situação de dor, mais do que um desejo de morrer, são sobretudo o apelo a uma presença marcada pelo amor, a formas concretas de solidariedade e expressões da necessidade de perspectivas de esperança.

Para isto, é necessário criar condições que humanizem a fase terminal, para que a pessoa possa ter um morrer humano: disponibilizar os meios que retirem ou reduzam o mais possível a dor, dar ao doente acesso aos meios médicos de que necessita, assegurar um acompanhamento humano personalizado, garantir ao paciente que não será abandonado à solidão em nenhum momento da sua fase final, permitir-lhe a presença das pessoas que lhe são mais queridas, facilitar-lhe a vivência das suas convicções religiosas e a satisfação das suas necessidades espirituais, possibilitar um acompanhamento psicológico, respeitar os seus valores e legítimos desejos, criar condições de confiança.

Numa sociedade cada vez mais dominada pela exigência de produtividade material e regida por critérios de utilidade, é fundamental transmitir a todos os pacientes, e com maior razão aos que se encontram em estado terminal, que a sua vida é sempre preciosa e valorizada, mesmo nas circunstâncias dolorosas em que se encontram, que não são um fardo para os outros, e que a sua vida continua a ser significativa para a comunidade a que pertencem.

Sabemos que num mundo onde só têm visibilidade os bem-apresentados, os corpos atléticos e estéticos, se torna difícil aceitar como parte da vida social um corpo desfeito pela doença e martirizado pela dor. Na perspectiva cristã, o sofrimento, a doença e a morte são partes da vida e têm de ser integradas no projecto pessoal de vida. Também por isso, a humanização do morrer deve incluir um respeito profundo pela pessoa doente e um cuidado dedicado das suas necessidades. Um morrer humano e digno exige todas as condições de um acompanhamento global da pessoa que tenha em consideração todos os aspectos da vida humana.

Uma vida humana nunca perde sentido nem dignidade. Também o envelhecer e o morrer se integram no sentido da vida humana e reflectem a dignidade humana da pessoa. “O amor para com o próximo […] torna capaz de reconhecer a dignidade de cada pessoa, mesmo quando a doença veio pesar sobre a sua existência. O sofrimento, a idade avançada, o estado de inconsciência, a iminência da morte não diminuem a dignidade intrínseca da pessoa, criada à imagem de Deus”.

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Concerto nonstop no Orfeão de Leiria

Dia de Santa Cecília assinalado Um concerto nonstop de oito horas, uma exposição, uma sessão solene de abertura do ano lectivo, presidida por Jorge Arroteia, professor catedrático da Universidade de Aveiro, e a actuação do Coro Infantil do Jardim-escola João de Deus, assinalam o Dia de Santa Cecília no Orfeão de Leiria Conservatório de Artes.

As comemorações do Dia de Santa Cecília, padroeira dos músicos, decorrerão no dia 21 de Novembro e terão início logo pelas 9h00 com o concerto nonstop em que participarão o Coro C, o Coro Sénior, o Quinteto de Metais, o Trio de Clarinetes, o Trio de Guitarras de Leiria e as classes de guitarra, clarinete, trombone, harpa, trompete e flauta transversal do OL CA. Este concerto terá lugar na instituição, no Auditório José Neto, e terminará cerca das 17h00.

Concerto

BANDA SINFÓNICA DA PSP 27 de Novembro 21h30 Teatro José Lúcio da Silva Em prol da Casa do Professor em Leiria Associação de Solidariedade Social dos Professores

CINEMA Teatro José Lúcio da Silva (Leiria) • MILLENNIUM 1 - OS HOMENS QUE ODEIAM AS MULHERES | thriller | de Niels Arden Oplev | c/ Noomi Rapace, Michael Nyqvist, Sven-Bertil Taube | 22 a 25 de Novembro, 21h30 Teatro Miguel Franco (Leiria) • ABRAÇOS DESFEITOS | drama | de Pedro Almodóvar | c/ Penélope Cruz, Rubén Ochandiano, Blanca Portillo | 19 e 20 de Novembro, 21h30 • CHÉRI | drama | de Stephen Frears | c/ Michelle Pfeiffer, Rupert Friend, Kathy Bates | 25 a 27 de Novembro, 21h30; dia 25, 18h30 Cine-Teatro de Monte Real • FAMA | musical | de Kevin Tancharoen | c/ Kelsey Grammer, Megan Mullally, Kay Panabaker | 20 e 21 de Novembro, 21h30; dia 22, 15h30 Auditório Municipal da Batalha • FAMA | 21 a 23 de Novembro, 21h30 Cine-Teatro Actor Álvaro (Vieira de Leiria) • TAKING WOODSTOCK | comédia | de Ang Lee | c/ Henry Goodman, Edward Hibbert, Imelda Staunton | 15 de Novembro, 21h00 Cine-Teatro de Alcobaça • DOCLISBOA 2009 – VII FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE LISBOA | 20 a 23 de Novembro (consultar programa em www.cm-alcobaca.pt) Cine-Teatro da Nazaré • MARIDO POR ACIDENTE | comédia | de Griffin Dunne | c/ Sam Shepard, Isabella Rossellini, Colin Firth | 19 a 22 de Novembro, 21h45 Cine-Teatro de Ourém • O SOLISTA | animação | de Joe Wright | c/ Robert Downey Jr., Jamie Foxx | 20 e 21 de Novembro, 21h30

MÚSICA | TEATRO | EVENTOS Teatro José Lúcio da Silva - Leiria •”Monólogos da Marijuana” - teatro (19/11, 21h30) •”Leva-me aos fados” - Ana Moura (20/11, 21h30) •”Saúde e vida com coração feliz” - colóquio (21/11, 9h~17h15) •”O Quebra-Nozes” - dança (26/11, 21h30) •”Xetazade não está só” - marinetas (29/11, 16h00)

V oficina da Sociedade Portuguesa de Estudos Medievais

“As Novas Diplomáticas” A Batalha acolheu, no passado dia 7 de Novembo, a V oficina da Sociedade Portuguesa de Estudos Medievais (SPEM), organizada pelo historiador Saul António Gomes, sobre o tema das “Novas Diplomáticas”. Para além da especial presença de Benoît-Michel Tock, conceituado especialista belga nestes estudos, a sessão contou com as intervenções de Susana Pedro, Maria João Oliveira e Silva, Filipa Roldão e Maria do Rosário Morujão.

Segundo Saul Gomes, foi uma iniciativa muito enriquecedora para os cerca vinte participante, sobretudo historiadores, sobre esta “ciência preocupada com a palavra e a sua composição na formalidade dos actos escritos”. A proposta desta oficina ia para além da “historiografia daquilo que tem sido feito no campo dos estudos diplomáticos, sobretudo em Portugal”, procurando “abrir o debate do futuro a haver em matéria de estudos de Diplo-

mática”, mesmo quando “ainda faltam em Portugal as sínteses primárias que lhe dêem alguma centralidade em termos europeus e ocidentais”, refere o historiador.

Na apresentação que fez nesta oficina, Saul Gomes defendeu que em Portugal deve falar-se de “‘Novas Diplomáticas’ no plural, porque todos os indícios apontam para a diversidade das problemáticas estudadas e das metodologias ‘escolásticas’ seguidas”. Em termos

Teatro Miguel Franco - Leiria •”A história da carochinha” - marionetas (21/11, 16h00) •”Norma” - festival de teatro (24/11, 22h00) •”Wooden Circus” - marionetas (28/11, 21h30) •”A história de uma gaivota e do gato...”-teatro (30/11, 21h30) Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira- Leiria • Poesia de Matilde Rosa Araújo - cantinho das histórias (25/11, 14h30) •”A gotinha de água” - hora do conto (27/11, 10h30 e 14h30) •”Que há por baixo da cama” - hora do conto (27/11, 10h30 e 14h30) •”Newton e a grande confusão” - hora do conto (27/11, 10h30 e 14h30) Ludoteca Afonso Lopes Vieira - Leiria • História e valor dos alimentos - infantil/juvenil (21/11, 10h00 e 14h30) • Cartões de Outono - infantil/juvenil (22/11, 10h ~ 12h30 e 14h30~16h) •”Bonecos da Natureza” - infantil/juvenil (28/11, 10h00 e 14h30) •”Móbil do Outuno” - infantil/juvenil (29/11, 10h00 e 14h30) Castelo de Leiria •”Theatrum Puparum” - marionetas (28/11, 12h, 15h, 16h, 17h) Auditório do Orfeão de Leiria • Grupo Coral masculino Guri - música (28/11, 21h30) Mercado de Sant’Ana - Leiria •”Meia Marioneta” - ateliê (21/11, 10h00~13h00) Livraria Arquivo - Leiria •”A feiticeira do bosque e o professor de botânica” (21/11, 17h30) Centro de Interpretação Ambiental - Leiria • Ateliê de escrita criativa - formação/workshops (20/11~21/11) Hotel Eurosol - Leiria •”Saúde e vida com coração feliz”- I congresso (20/11, 9h~19h30) Kartódromo de Leiria • Passeio TT Rota do Sol (20/11~21/11) Associação Célula&Membrana a9))))- Leiria •”A pele” de Álvaro Romão - cinema (21/11, 19h00) Biblioteca Municipal - Marinha Grande •”O dia em que quase perdemos o 5” - conto (marcação prévia) •”Vídeo da Cozinha” - filme M4 (25/11, 15h30) Sport Operário Marinhense - Marinha Grande •”Você está aqui” - teatro (20/11, 21h45) Cine-Teatro Actor Álvaro - Vieira •”Spa de Massa” - teatro (21/11, 21h45) Grupo Desportivo Moitense - Moita •”Momentos” - teatro (21/11, 21h45) Santa Catarina da Serra •”O Chícharo da Serra” - festival cultural e gastronómico (20~25/11) Teatro-Cine de Pombal •”O dia em que troquei o meu pai por dois peixinhos...” (21/11, 16h)

de futuro, aponta para “a renovação e actualização dos estudos diplomáticos, que exigem revisões conceptuais e nomenclaturas pertinentes no campo da língua portuguesa”, ao mesmo tempo que tende “quer para a multiplicidade das especificidades, quer para espectros interdisciplinares amplos em que se apropriam os territórios da Paleografia, da Cronologia, da Codicologia, da Sigilografia e da Arquivística Histórica, entre outros”.

EXPOSIÇÕES

Esta oficina juntou alguns dos actuais investigadores nestas áreas, com especial destaque para Benoît-Michel Tock, cuja obra “tem-se revelado central na reflexão e na orientação da investigação da Diplomática” e muito ajudou a “dar à Diplomática portuguesa a centralidade epistemológica desejável e mesmo necessária no nosso tempo e no futuro próximo”, conclui o organizador da sessão.

Texto e Foto: LMF

Teatro José Lúcio da Silva - Leiria •”O Nariz:15 anos de actividade” (~3/12) Teatro Miguel Franco - Leiria •”Marionetas de Jorge Cerqueira” (~30/11) Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira - Leiria •”Um objecto, uma história” (~27/11) •”Trapinhos da avó” - artesanato de Maria Gabriela Santos (~21/11) •”Percurssos” - pintira de Esmeralda Duarte (28/11~12/12) Edificio Banco de Portugal - Leiria • Máscaras da Ásia ( ~25/01) m|i|mo Museu da imagem em movimento - Leiria •”O fascínio do olhar” (permanente) Centro de Interpretação Ambiental - Leiria •”Ambiente” - fotografias (~30/11) Sede da Associação Célula e Membrana - a9)))) - Leiria •”Letras que gritam” - fotografia de Rui Poças (~2/12) Livraria Arquivo - Leiria • Fotografia de Maria Adelina (~10/12) Casa Museu João Soares - Cortes •”Korrodi e o restauro do Castelo de Leiria” (~30/03) Biblioteca Municipal - Marinha Grande • Colecção cartlos Vieira (permanente) • Fotobiografia de Afonso Lopes Vieira (permanente) Galeria Mouzinho de Alburquerque - Batalha • Pintura - Artur Franco (~29/11) Museu Municipal - Ourém •”Pelo dia fora: objectos realacionados aos trabalhos da terra (~31/3) Torre de Menagem - Castelo de Pombal •”Elementos Arquitectónicos: Memórias de uma Época” (permanente) Teatro-Cine - Pombal • Desenhos de Filipe Alberto da Silva (~27/11) Casa da Cultura - Santiago de Litém •” À descoberta da Alice” - Dinossáurio dos Andrés (permanente) Galeria dos Paços do Concelho - Tomar • Escultura - José Aurélio (~31/12)

CULTURA 5

O Mensageiro

19.Novembro.2009

A 14 de Abril de 1744, em Lisboa, o Desembargador Manuel da Costa Mimoso, em nome de Sua Majestade, o rei D. João V, lavrava sentença em favor do Mosteiro de S. Domingos da Batalha, reconhecendo-o como legítimo proprietário de um pedaço de terra, chamada “Botaca”, a qual se localizava junto de uma Quinta dita do Fidalgo, vizinha ao dito instituto.

Levantaram-se embargos à sentença, mas El-Rei confirmou-a e fez selá-la definitivamente a 10 de Novembro desse mesmo ano de 1744. A causa arrastava-se havia já mais de dois anos, chegando mesmo a ser proferida sentença intermédia desfavorável aos frades pregadores, em 18 de Abril de 1743, mas da qual estes haviam reclamado, dando-se-lhes razão na contestação.

O processo forense em que hoje podemos recolher a informação histórica relativa a este caso alonga-se por elevado número de fólios de papel1. Da sua leitura podemos anotar alguns episódios essenciais que interessam para se conhecer mais amiudadamente a história desta dita Quinta do Fidalgo, às portas da vila da Batalha, constituindo o edifício senhorial que a encabeça um raro e precioso testemunho da arquitectura solarenga barroca estremenha setecentista. Por ela passa a história da própria vila da Batalha.

Quinta do Fidalgo lhe chamavam, de facto, posto que, entre as alegações patentes no processo que nos serve de guia, da parte dos padres dominicanos, não se reconhecesse fidalguia alguma aos senhores da Quinta, em especial, a Fernão Teles de Meneses: “se não mostra”, diziam, “que o mesmo [Fernão Teles de Meneses] seja fidalgo de sollar nem cavalleiro fidalgo” (Processo nº 6, fl. 15). Quem seja este Fernão Teles de Meneses, filho de António Teles de Meneses, não conseguimos apurar pelos genealogistas consultados, sobretudo Felgueyras Gaio. Não vêm mencionados, efectivamente, no rol dos Teles de Meneses elencados nesta e noutras obras genealógicas. É possível, mas apenas como hipótese, que estes Meneses, na Batalha, possam estar relacionados, pretensamente, aliás, com descendentes da Casa de Vila Real, como sucede, aliás, com um outro Meneses, tumulado na vizinha Capela da Amoreira (Cortes, Leiria).

Destes Teles de Meneses, ao que tudo indica, deveria provir a razão de se chamar a esta propriedade, Quinta do Fidalgo.

Mais informados estamos quanto aos proprietários que, pela época dos acontecimentos de que aqui damos nota, substituíram os mencionados Teles de Meneses. Eram eles da família

Luis Miguel Ferraz

A Quinta do Fidalgo (Batalha): anotações para a sua história

Barba Alardo, alcaides-mores do castelo de Leiria.

Efectivamente, no dia 16 de Setembro de 1739, na Batalha, no escritório do notário Rodrigo da Cunha de Sampaio, lavrou-se a escritura de compra, por Manuel Correia de Mesquita Barba, casado com D. Teodora Marques de Almeida, de uma quinta às portas da Batalha, pelo elevado preço de 12 mil cruzados. O vendedor era Nicolau Cardoso Ramalho, almoxarife das jugadas de Leiria, cidade onde residia, o qual arrematara a dita quinta na praça de Santarém, onde fora apregoada na sequência da morte do seu anterior proprietário, o já referido Fernão Teles de Menezes.

Não conhecemos as circunstâncias que levaram à praça pública de Santarém a arrematação desta Quinta e, depois, à sua passagem para Manuel Correia de Mesquita Barba. Sabe-se, todavia, que Nicolau Cardozo Ramalho nunca chegou a tomar posse formal da mesma. Mas os referidos novos proprietários fizeram-no e pretenderam manter como parte integrante dessa quinta uma fazenda ou terra que lhe estava pegada, designada vulgarmente por terra do “Botaca”. Esta terra dita “Botaca” ou “Butaca”, como está grafado no processo, era propriedade cerrada ou demarcada sobre si, sendo constituída essencialmente por parcelas para cultivo de cereal e de vinha.

O vigário da Batalha, em 1758, Pe. Paulino da Silva e Carvalho, alude a uma capela de S. Sebastião erigida na Quinta de Manuel Correia, na Batalha, “mistica com as cazas”, a qual fora instituída por Tomé Pereira de Mesquita, pai daquele. Este Manuel Correia é precisamente o mesmo que vimos, em 1739, a adquirir a Quinta do Fidalgo. Sabemos, ainda, que, no ano seguinte, Manuel Correia

de Mesquita Barba obteve licença episcopal para levantar, nesta sua Quinta, uma capela dedicada a S. Sebastião, a qual ainda hoje ali se encontra. A mulher de Manuel Correia de Mesquita Barba era, de seu nome completo, D. Teodora Bernardina Marques de Almeida Pacheco e Arnizaut, filha do Capitão André Marques e de D. Isabel de Almeida, colonos que foram no Brasil, onde terão falecido cerca de 1765. Tinha um irmão chamado Bernardino Marques de Almeida e Arnizaut, residente na Baía. Eram filhas do casal, e senhores da Quinta do Fidalgo, D. Ana Isabel Antonina Barba de Vera Pimentel, D. Isabel Joana Rita Barba de Vera e Arnizaut e D. Teresa de Jesus Barba Pacheco e Arnizaut2.

Pegada à Quinta do Fidalgo estava, como vimos, uma courela designada por “Botaca”. À apropriação desta terra ou cerrada do “Boutaca”, pelos Teles de Meneses e, depois, pelos Barba [Alardo], se opuseram os padres dominicanos que, em Julho de 1742, mandaram tomar posse para o Mosteiro deste mesmo pedaço de terra. Perante esta situação, Manuel Correira de Mesquita Barba abriu um processo contra os frades. Da leitura desse processo ficamos a saber que se tratava da Quinta, justamente, citamos, “chamada do Fidalgo ao tempo que elles Reos estavão de poce do dito pedaço de terra emtrando na duvida de se o dito pedaço de terra lhe pertensia como se lhe fez evidente que o dito pedaço de chão era dos Reverendos Reos”.

As dúvidas à posse, por parte do Convento, do chão em causa, derivavam, em boa medida, do facto de os antigos senhores da Quinta do Fidalgo, Fernão Teles de Meneses e seu pai, António Teles de Meneses, sempre se terem afirmado proprietários plenos de toda a Quinta, na qual incluíam o

chão em disputa. Por seu lado, os procuradores do Mosteiro alegavam, em sua defesa, que os novos e antigos senhores desta Quinta nunca haviam sido proprietários deste pedaço de terra.

Este chão, dito do “Botaca”, ficava no “no citio do Freixial”, partindo “com estrada e poderá ter em quadra des varas com pouca diferença”. Corresponderá, naturalmente, ao sítio ainda actualmente dito Boutaca, no qual foi edificada, em Oitocentos, a conhecida Ponte do Boutaca, sendo vizinho, pois, à estrema meridional da Quinta dos ditos Teles de Meneses, depois dos Correia Barba [Alardo] e, mais recentemente, da Família Sales.

Nele se encontrava uma açudada de água e a respectiva vala ou caneiro: “o dito pedaço de terra por onde pação agoa mais de dez palmos pouco mais ou menos assim sem estar mistico com a valla ou por consequencia sem prejudicar a mesma e provara que a entrada e serventia para o dito pedaço de terra não prejudica o autor [Manuel Correia Mesquita Barba] em cousa alguma por esta partir do Norte com estrada que da Batalha vay pera Sam Jorge e por esta parte se servem os Reverendos Reos pera semearem e cultivarem a dita terra sem fazerem prejuizo aos autores” (Sentenças, nº 6, fls. 10-10vº).

Fora, este pedaço de chão, sucessivamente aforado pelo Convento a Gaspar Luís e sua mulher, moradores na Venda dita Botaca, em três vidas, pelo foro de 100 réis e uma galinha. Depois destes, foi trazido ao Padre João Bernardes, dos Adrões, e, ainda, por Catarina João, viúva, igualmente moradora nos Adrões.

Foi no tempo desta inquilina, aliás e segundo as alegações dos padres dominicanos, que Fernão Teles de Menezes usurpou o

chão em causa. Meteu-o, como não devia, dentro da cerrada da sua Quinta. Mas logo que morreu — o que terá sucedido por 1737 ou 1738 aproximadamente — o padre prior com dois outros religiosos e alguns oficiais de Justiça foram tomar posse do dito pedaço de chão para o Convento. Daí a cerca de um ano, pouco mais ou menos, o citado Nicolau Cardoso Ramalho comprou a Quinta, vendendo-a, depois, como vimos, aos Barba Alardo.

Esta tomada de posse, por parte dos Dominicanos, contudo, assumia-se como um evidente confronto para com os herdeiros de Fernão Teles de Meneses.

Sabe-se, na verdade, que o testamenteiro deste, logo após a sua morte, se dirigiu, acompanhado por 8 ou 10 homens com armas de fogo, “como he costume nelles”, ao referido pedaço de chão, para afirmar a sua posse e integração na Quinta do Fidalgo.

Em boa parte, a razão da disputa por este pedaço de chão residia no acesso à vala de água que por ele passava e que os senhores da Quinta cobiçavam. O processo menciona, aliás, várias tentativas dos senhores da Quinta do Fidalgo para terem acesso garantido a esta água. Em tempos de Fernão Teles de Meneses tentou unir-se à Quinta, reiteremo-lo, o dito chão: “chegando [os padres dominicanos] a impedir-se-lhe a obra da valla que na dita terra quis fazer ao que elle se acomodou” (fls. 23).

Os sucessores de Fernão Teles de Meneses, depois da morte deste, por seu turno, chegaram a actuar no sentido de, citamos, “dali em diente arrombarem agoa do asude ahonde ora está o dito pedaço de terra de que tomarão poce”.

Em 1744, como se referiu, os frades dominicanos viram reconhecidos os seus direitos de proprietários sobre estas terras.

Os novos senhores da Quinta do Fidalgo, pois assim continuará a ser conhecida até à actualidade, pertenciam à linhagem dos Barba Alardo. Data seguramente do tempo em que esta família habitou este solar a fisionomia arquitectónica e artística que, ainda hoje, apresenta, constituindo um dos mais expressivos exemplares, como referimos, da arte barroca setecentista da região alto-estremenha.

Saul António Gomes

Notas de rodapé Processo que se pode ler em dois cadernos de papel guardados no Arquivo Distrital de Leiria — Convento da Batalha, VI-27-4-5, Sentenças, nºs 5 e 6.

2 S. A. Gomes, “Capelas e ermidas na Paróquia da Batalha em Setecentos”, in Leiria-Fátima. Órgão Oficial da Diocese, Ano XVI, Nº 45, JaneiroJunho 2008, pp. 153-172.

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O Mensageiro

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SIMLIS realiza conferência sobre preservação de recursos hidrográficos

Gestão dos ecossistemas ribeirinhos No auditório municipal da Batalha

Vox Angelis: “Amália Sempre” Com o intuito de homenagear a vida e obra de Amália Rodrigues, no dia 20 de Novembro, sexta-feira, é apresentado no auditório municipal da Batalha o recital “Amália Sempre - 10 Anos da Morte da Fadista”, um espectáculo da associação “Vox Angelis”. Neste concerto reúnem-se os principais fados de Amália, pretendendo recriar o ambiente musical entre os anos 40 e 80, num espectáculo íntimo, profundo, extremamente melancólico, mas enraizadamente português. A entrada é gratuita.

Ana Moura no Teatro José Lúcio

Pedro Portela/Arquivo

“Leva-me aos Fados”

No dia 20 de Novembro, pelas 21h30, Ana Moura está de volta a Leiria com um novo disco.

‘Leva-me aos Fados’ é o quarto álbum de estúdio da fadista, o sucessor do multi-galardoado ‘Para Além da Saudade’ (2007).

‘Leva-me aos Fados’ conta com uma lista de participações de luxo de onde se destacam José Mário Branco, Gaiteiros de Lisboa, Manuela de Freitas, Amélia Muge e Tózé Brito. Tal como os anteriores, tem a produção de Jorge Fernando.

Com cinquenta e cinco mil unidades vendidas, ‘Para Além da Saudade’ foi o disco de consagração de Ana Moura. Há 120 semanas no top de vendas nacional, muito perto de atingir o Galardão de Tripla Platina, este era o disco que incluía os muito aclamados ‘Os Búzios’ (Jorge Fernando), ‘Fado da Procura’ (Amélia Muge) ou ‘’E Viemos Nascidos do Mar’ (Fausto). O seu estrondoso sucesso recuperou os discos anteriores - ‘Guarda-me a Vida na Mão’ (2003) e ‘Aconteceu’ (2005) – os quais atingiram também no ano passado o Galardão de Ouro.

Com o reconhecimento da crítica, chegou também o reconhecimento dos seus pares e, em 2008, Ana Moura recebeu o Prémio Amália de Melhor Intérprete. Pisou mais de 300 palcos diferentes na sua última tournée, visitou dezenas de Países em vários continentes e foi foco de todas as atenções quando em 2008 pisou o palco do Estádio de Alvalade para cantar com Mick Jagger ou, mais recentemente, quando os ecos da Imprensa francesa deram conta da viagem propositada de Prince para a ver cantar em Paris.

Sessões nas freguesias da Batalha

“Plantações Florestais e Boas Práticas”

O município da Batalha irá realizar quatro sessões públicas de esclarecimento sobre “Plantações Florestais e Boas Práticas”, a decorrer nas Juntas de Freguesia, pelas 21h00, nas seguintes datas: 24 de Novembro – Batalha 25 de Novembro – Reguengo do Fetal 2 de Dezembro – São Mamede 9 de Dezembro – Golpilheira Estas sessões irão contar com a presença de técnicos da autarquia e da Autoridade Florestal Nacional, sendo abertas à participação de todos os interessados em matéria ambiental e agrícola.

No ano em que assinala dez anos de existência, a SIMLIS realizou no dia 17 de Novembro, na Etar Norte (Coimbrão), uma conferência que reflectiu a preocupação na preservação e recuperação dos recursos hídricos e toda a sua extensão, valorizando a importância da água como valor acrescentado na vida humana. Denominada “Desenvolvimento Sustentável e a Gestão dos Ecossistemas Ribeirinhos”, a iniciativa reunião especialistas em área do ambiente, autarcas e comunidade académica, numa dinâmica de intervenções que se centraram na região hidrográfica do centro do país, particularizando esta zona do país, mas abordando outras questões de pertinência ou complemento às prelecções.

No painel desta conferência, depois da abertura da sessão por João Rodrigues (Presidente do Conselho de Administração da SIMLIS), intervieram cinco especialistas que sustentaram, com as suas apresentações, algumas ideias que podem contribuir para o aumento de eficácia na gestão dos ecossistemas ribeirinhos. Com a moderação de Jaime Silva (Administrador Delegado da SIMLIS), intervieram Nuno Bravo (Chefe de Divisão de Requalificação da Rede Hidrográfica e Gestão de Infra-estruturas da Administração da Região Hidrográfica do Centro), abordando a gestão e planeamento das intervenções da rede hidrográfica quatro

que contempla a região do Vouga, Mondego e Lis. Seguiu-se-lhe Nuno Carvalho da Oikos, associação de defesa do ambiente de Leiria que nasceu em 1990, trazendo à iniciativa da SIMLIS a intervenção “Bacia do Lis – 20 Anos” referenciando um conjunto de análises feitas anualmente no rio Lis, efectuadas durante os vinte anos da instituição que representa.

Pedro Teiga (docente da Faculdade de Ciências do Porto) foi o seguinte orador convidado, mostrando as várias alternativas para reordenar os caudais e zonas envolventes, com a explanação da “Proposta de Intervenção em Reabilitação de Rios e Riberiras”, trabalho que lhe serviu de sustentação para a sua tese de doutoramento.

“Utilização lúdico desportiva das linhas de água – Pista de pesca Monte Real

e Carreira, Passado, Presente e Futuro”, por Pedro Patrício, foi um momento seguido com muito interesse pelos assistentes.

A conferência “Desenvolvimento Sustentável e a Gestão dos Ecossistemas Ribeirinhos”, iniciativa da SIMLIS terminou com o tema “Valorização do recurso água – A experiência PNSAC” por Olímpio Martins (Representante do Departamento de Gestão de Áreas Classificadas do Litoral de Lisboa e Oeste, do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros).

A organização deste colóquio serviu de base para reflectir o passado da região hidrográfica do centro do país, com especial incidência para o leito Lis e Lena, mas também para lançar pistas/soluções para o futuro dos ecossistemas e recursos hídricos da nossa região que se apresentam

com persistentes problemas de falta de educação ambiental pelos agentes que operam/residem nesta região. A SIMLIS, inaugurada em Dezembro de 1999, continua a sua missão com os seus trinta anos de concessão, numa área de intervenção de 1.208 quilómetros quadrados, nos municípios abrangidos de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Porto de Mós e Ourém. Para o futuro, ficou patente o desejo de dar a continuidade à figura humana dos “Guarda-Rios”. Como Nuno Carvalho da OIKOS frisou na conferência, fica o desejo especial, de num tempo curto, continuarmos a contemplar os guarda-rios que se viam em abundância nas margens do Lis, mas desta vez na figura dos lindíssimos passarinhos que povoavam a paisagem ribeirinha.

Texto e foto: Joaquim Santos

“A procura de emprego dos diplomados com habilitação superior”

IPL regista 95,7% de empregabilidade O Instituto Politécnico de Leiria (IPL) ocupa o décimo segundo lugar no ranking das trinta e uma instituições de ensino superior com maior taxa de empregabilidade dos seus diplomados, segundo o IV relatório “A procura de emprego dos diplomados com habilitação superior”, divulgado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES).

No entanto, se não considerarmos instituições ou agrupamentos de instituições com especificidades muito particulares, tais

como as Universidades da Madeira, dos Açores, Aberta, Escola Náutica Infante D. Henrique, e as Escolas Superiores de Enfermagem, e de Hotelaria e Turismo do Estoril (e mesmo o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, atendendo à sua reduzida dimensão), o IPL sobre ao 6.º lugar do ranking.

De destacar, que registaram uma taxa de 100 por cento de empregabilidade, os cursos de licenciatura em Enfermagem (entrada no 2.º semestre), Gestão (regime pós-laboral), Marketing (regime pós-laboral) e as

Engenharias do Ambiente (regime diurno), Electrotécnica (regime diurno), Informática (regime pós-laboral), Redes de Comunicações (regime diurno), e Mecânica (regime diurno), além de Solicitadoria e Teatro. Com uma taxa global de 95,7 por cento1, para o conjunto de todos os graus académicos, o IPL surge à frente das Universidades do Porto, de Aveiro e do Minho e ainda do ISCTE-IUL. Os relatórios elaborados pelo Gabinete de planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Inter-

nacionais (GPEARI), do MCTES, são de divulgação semestral, sendo esta a quarta publicação, baseiam-se em registos de inscritos nos Centros de Emprego (procura do primeiro emprego ou de um novo emprego) em Junho e em Dezembro de cada ano e os diplomados.

Com a realização destes relatórios, o GPEARI dá assim cumprimento à publicação regular de estatísticas sobre a procura de emprego dos diplomados com habilitação superior (graus de Bacharel, de Licenciado, de Mestre e de Doutor).

SOCIEDADE 7

O Mensageiro

19.Novembro.2009

Joaquim Santos apresenta obra “Descoberta - Um amor de sempre”

Governo Civil comemorou “Dia da Memória” O Governo Civil de Leiria assinalou, a 16 de Novembro, o “Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada”, um dia após a data oficial da efeméride que aponta para o reconhecimento, por parte do Estado e da sociedade, da trágica dimensão da sinistralidade rodoviária. Reunindo cerca de uma dúzia de convidados, especialmente ligados às questões do trânsito e prevenção rodoviária, o gesto escolhido foi a apresentação pública do livro “Descoberta – Um Amor de Sempre”, de Joaquim Santos, uma história dedicada à sua filha Eduarda que, em Maio de 2006, faleceu num trágico atropelamento.

“Preocupação constante e prioridade” foi como o Governador Civil, Paiva de Carvalho, se referiu a esta temática, no âmbito das suas competências. “É uma utopia não morrer na estrada, mas os números da sinistralidade que temos são tristes e poderiam ser bem menores” afirmou, apontando o exemplo da falta de cuidado em condições de

chuva intensa que tinha verificado nesse mesmo dia: “às vezes dá-me vontade de mandar parar tudo e pedir às pessoas que pensem no modo como conduzem”.

Citando o provérbio “mais vale prevenir do que remediar”, o Governador alertou que “na vida há situações imponderáveis, mas há danos que podemos evitar ou minorar, como é o caso da sinistralidade rodoviária”. Lembrando alguns números desse quadro negro, Paiva de Carvalho defendeu no entanto que “os números não são o mais importante, pois nesta batalha o fundamental é o respeito pelos outro, fazer aos outros o que queremos

que nos façam a nós”.

Nessa linha, a escolha da apresentação de um livro para esta ocasião insere-se na aposta pela sensibilização, nomeadamente nas escolas, às quais o Governo Civil irá oferecer exemplares da obra, que considera um instrumento de abordagem à prevenção e segurança rodoviárias.

“Quem ler este livro, irá com certeza adoptar um comportamento diferente ao volante”, acrescentou.

Também Joaquim Santos frisou a sua intenção ao escrever este romance infantil, para além da homenagem à sua filha, de alertar para a formação de crianças e adultos

nesta matéria. Através da conversa entre a menina Eduarda e um velhinho que vive nas margens do rio Lis, “revelam-se os valores da amizade, da beleza da vida e da necessidade de olhar ao coração dos que nos rodeiam”, o que nos deve fazer reflectir sobre o respeito pelos outros, nomeadamente quanto aos perigos associados à circulação rodoviária”.

Como diria o Governador Civil no final, trata-se de “criar junto das novas gerações uma nova maneira de estar na vida”, porque “merecemos todos que isto melhore”…

Texto e foto: Luís Miguel Ferraz

“Semana Europeia da Prevenção da Produção de Resíduos”

Valorlis integra acção de compostagem A Valorlis vai participar na primeira Semana Europeia da Prevenção da Produção de Resíduos (European Week for Waste Reduction), que decorre em toda a União Europeia, entre os dias 21 e 29 de Novembro, e que é promovida

em Portugal pela Agência Portuguesa do Ambiente.

A Valorlis vai participar com duas acções de compostagem doméstica, em que serão entregues compostores, gratuitamente, aos munícipes da sua área de influência, que possuam

um espaço exterior (jardim, quintal ou horta), e que participem nas acções de sensibilização.

Miguel Aranda da Silva, administrador-delegado da Valorlis, explica que “a Compostagem Doméstica é um dos projectos de maior

sucesso da Valorlis, e que tem como objectivo, precisamente, a redução da produção de resíduos a enviar para o aterro”. “Fazia todo o sentido incluí-lo nesta semana, ideia que foi bem recebida pela organização portuguesa”, acrescenta.

Colégio Dr. Luís Pereira da Costa

Olimpíadas Portuguesas de Matemática Decorreram no dia 11 de Novembro, no colégio Dr. Luís Pereira da Costa, as “Olimpíadas Portuguesas de Matemática”, actividade com longa tradição naquela escola. Visando promover o gosto pela ciência e desenvolver o raciocínio, as Olimpíadas destinam-se a alunos do 7.º ao 12.º ano.

O concurso, promovido pela Sociedade Portuguesa de Matemática, integra duas eliminatórias e uma final nacional. As Olimpíadas Internacionais terão lugar na República do Cazaquistão, em Julho de

2010, e as Olimpíadas Ibero-Americanas no Paraguai, em Setembro de 2010.

A resolução de proble-

mas matemáticos e enigmas estão no cerne das provas que, para os alunos do 7.º ano, se limitarão a

uma fase. Para os outros estudantes apurados, haverá uma fase seguinte.

Nuno Couto, Coordenador do Departamento de Matemática, refere que as Olimpíadas são, efectivamente, “uma forma lúdica e eficaz de aprender”.

Destaca-se que este acontecimento perfaz já a sua 28.ª edição, contando com o apoio de instituições como o Ministério da Educação, a Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica e a Fundação Calouste Gulbenkian.

Gripe A é pretexto para maior afluência no Hospital de Santo André

Aumentan utentes nas urgências O Hospital de Santo André (HSA) tem verificado uma afluência superior à média normal, mesmo para esta altura do ano, quando são frequentes quadros gripais sazonais. Eentre 31 de Setembro e 9 de Novembro, a urgência pediátrica recebeu 1694 crianças, enquanto o ano passado tinha recebido 1132, o que representa um acréscimo de 562 crianças, ou seja o dobro de urgências atendidas neste serviço. Quanto à urgência geral recebeu 2761 pessoas, mais 194 que no mesmo período de 2008, um acréscimo de 8%.

A afluência anormal, com situações clínicas que não justificam a ida à urgência, está a provocar claros transtornos ao funcionamento dos serviços, atrasando e impedindo o adequado tratamento de outras patologias, além de potenciar em larga medida a disseminação da doença por outras pessoas não infectadas. Convém salientar que o atendimento a casos que cumpram os critérios de identificação de gripe é realizado através de um protocolo, que inclui procedimentos de protecção e cuidado acrescidos para evitar o contágio, facto que leva a que o atendimento seja mais demorado.

Neste fluxo anormal de pessoas às urgências do HSA, a maior parte dos casos atendidos refere-se a síndroma gripal, identificado ou não como gripe A. Nos últimos dez dias o HSA enviou 73 amostras para despiste do vírus H1N1, sendo que 51 destas amostras foram confirmadas com gripe A, e as restantes 22 consideradas negativas.

Segundo dados actualizados até ao fim da manhã do dia 10 de Novembro, terça-feira, encontravam-se internados nos vários serviços do HSA 15 doentes com casos confirmados de gripe A, sendo que cinco eram crianças. Daqueles, 13 eram consideradas situações sem gravidade, estáveis e em recuperação nas respectivas enfermarias; dois doentes, homens com idades superiores a 50 anos, encontravam-se internados na unidade de cuidados intensivos em situação crítica, com ventilação assistida e prognóstico reservado.

Como já foi oportunamente referido, a procura excessiva que se tem verificado nas urgências geral e pediátrica do Hospital de Leiria, não tem em conta as recomendações da Direcção Geral de Saúde de Saúde, e seguramente vai contribuir para que o número de casos se venha a revelar muito superior ao registado noutros países europeus.

Montagem das instalações provisórias

Obras na urgência geral no Hospital de Santo André O Hospital de Santo André (HSA) deu início às obras de remodelação e requalificação do serviço de urgência geral. Nesta altura está já em curso a montagem das instalações provisórias, com um custo de 694.800 euros, e que assegurarão o funcionamento adequado deste Serviço durante o período em que decorrerão as obras.

As obras de construção das instalações provisórias estão a decorrer na área do actual parque da Direcção e do pátio contíguo dos serviços de radiologia e gastrenterologia – exames.

Colheitas de Sangue em Novembro Dia(s)

Horas

Local

22

9h00 - 13h00

Bombeiros Voluntários de Ansião

23

9h00 - 13h00

El Clube Corpo Livre (Leiria)

23

9h00 - 17h30

Escola C+S de Avelar

24

9h30 - 18h00

Shaeffler Portugal (Caldas da Rainha)

25

9h00 - 18h00

Escola Sup. Biotecnologia (Caldas da Rainha)

26

9h00 - 13h00

Escola Sec. Figueiró dos Vinhos

29

9h00 - 13h00

Salão Paroquial da Caranguejeira (Leiria)

Terças e sábados

Cruz Vermelha de Leiria

8 IGREJA DIOCESANA

O Mensageiro

19.Novembro.2009

Visita Pastoral do Bispo à Diocese

Pela vigararia de Ourém…

D. António Marto retomou a Visita Pastoral à Diocese a meados de Outubro passado, desta vez pela vigararia de Ourém: de 15 a 18 de Outubro esteve na paróquia da Freixianda; de 22 a 25 de Outubro na de Alburitel; de 29 de Outubro a 1 de Novembro na de Seiça; de 4 a 8 de Novembro

na de Nossa Senhora da Piedade – Ourém. Seguem-se Formigais e Rio de Couros (26 a 29 de Novembro) [ver programa ao lado], Nossa Senhora das Misericórdias – Ourém (9 a 13 de Dezembro), Ribeira do Fárrio (7 a 10 de Janeiro), Gondemaria e Cercal (13 a 17 de Janeiro), Caxarias (10 a 14

de Fevereiro), Olival (24 a 28 de Fevereiro) e Casal dos Bernardos e Urqueira (10 a 14 de Março).

Em relação às quatro paróquias já visitadas, apresentamos nesta edição uma entrevista aos respectivos párocos, como tem sido hábito fazermos em cada caso. As perguntas foram:

1. Que pensa desta iniciativa do Bispo diocesano de fazer uma visita pastoral a todas as paróquias?

2. Como se preparou a comunidade para receber o Bispo?

3. Qual foi o critério na elaboração do programa?

4. De forma geral, como decorreu a visita?

5. Houve algum momento especial que queira destacar?

6. Qual a principal mensagem ou marca deixada por D. António Marto?

7. Quais as expectativas criadas a partir da Visita Pastoral e que prioridades pastorais se adivinham em ordem à renovação da dinâmica paroquial?

Padre José Luís Ferreira

DR

Padre Benevenuto de Oliveira Dias

Paróquia da Freixianda 1. Esta iniciativa do bispo diocesano efectuar uma visita pastoral a todas as paróquias e particularmente, à da Freixianda, foi muito marcante, para o bom pastor conhecer as suas ovelhas e estas o sentirem mais perto de si. Ninguém ama o que não conhece. Foi uma acção pastoral programada, durante a qual a comunidade cristã sentiu ao vivo a plenitude do ministério apostólico do Bispo e não se limitou a ouvir falar dele.

2. A preparação da comunidade para receber o Bispo foi um trabalho intenso, ao longo de vários meses, formando o grupo Lectio Divina. Na preparação próxima, contactaram-se os jovens e todas as associações locais, no sentido de definir o perfil da visita e delinear a programação.

3. A grande preocupação na elaboração do programa da visita foi atingir os sectores da paróquia. Para além das celebrações litúrgicas, deu-se particular relevo aos órgãos de corresponsabilidade pastoral e aos agentes de pastoral, tais como, catequistas, intervenientes da celebração litúrgica, bem como às Associações e movimentos organizados; às famílias, às crianças e aos jovens. Dedicou-se particular atenção aos doentes, aos pobres e aos idosos, integrando, no programa, as instituições específicas, tais como o Centro de Dia. 4. A visita pastoral excedeu todas as expectativas. As pessoas sentiram-se contentes, foi um estímulo para

toda a paróquia. Ele veio, de verdade, conhecer, conviver, dialogar, ouvir e falar. Disse muito, com palavras simples, a pessoas simples.

5. Todos os momentos foram especiais, pois a visita do Sr. Bispo, sendo tão rara, constitui sempre um momento muito particular e especial.

No entanto, destaco a reunião com os jovens, na sua maioria estudantes.

Compareceram perto de uma centena. Atribui-se ao filósofo Leibniz esta sentença: “O mundo àqueles que tiverem do seu lado a juventude”. A sagrada Escritura estimula a formação da juventude: “Toma em rapaz bom caminho, que o segues em velhinho”.

6. A principal mensagem deixada pelo Sr. Bispo foi a de que haja uma vivência da fé, mais esclarecida, toda baseada na palavra de Deus, que dê resposta aos problemas da vida. “Povo da Freixianda …” gritava o Sr. Bispo, “… não tenhais medo de abrir o vosso coração a Cristo.”

7. Com esta visita pastoral esperase que os paroquianos dêem mais vida aos movimentos – o azeite para todas as lamparinas – numa fé baseada na palavra de Deus. A fé e o patriotismo são para se viverem em comunidade.

“Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, Eu estarei no meio deles”.

De forma a dar renovação à dinâmica pastoral, vai-se proceder no sentido de dar mais formação aos pais, aos catequistas e aos jovens.

1. Bela iniciativa para revitalização das comunidades e da diocese. Uma visita “in loco”dá ao bispo a real imagem da paróquia e da diocese que temos. O Sr. Bispo com esta visita deixou muito, mas também recebeu muito. “Relatórios” leva-os o vento, diz o povo. “Jogar no terreno” é outra coisa. É tarefa difícil que obriga a grande esforço mas que se torna gratificante para quem vai e para quem fica. Para um bispo que goste de lidar com o povo é a melhor atitude pastoral a tomar.

E o nosso bispo gosta de estar com o povo.

2. A paróquia preparou-se em várias frentes: pelo anúncio geral apresentado pela diocese; pela entrega a cada família de um desdobrável paroquial (iniciativa da paróquia) com todo o programa e horário da visita em pormenor; pelos poucos grupos de Leccio divina (6 centros); pela oração (esquemas apresentados pela diocese); por cartazes e desdobráveis vicariais; pelos ensaios semanais de um teatro sobre a vida de S. Paulo que o CPP de Seiça apresentou aquando da Visita Pastoral; pela preparação conjunta, durante um ano, dos crismandos de 2 paróquias com o seu pároco; pela envolvência do CPP de Seiça nesta preparação.

3. O critério foi alimentar a comunhão: atingir o maior número de pessoas de toda a freguesia; proporcionar um encontro próximo e aberto com o Sr. Bispo através da assembleia paroquial; visitar os locais de culto (5 centros dos 7 aglomerados de 32 lugares); fazer programa conjunto para as duas freguesias e inserir crisma das duas freguesias numa só cerimónia (o mesmo critério

no jantar de confraternização que se seguiu); ajudar o Sr. Bispo à proximidade com a catequese, com as crianças, catequistas e pais, pelo encontro e por uma missa paroquial animada pela catequese; proporcionar um encontro com os menos integrados na Igreja, através do CPP, via teatro sobre a vida de S. Paulo (concretizámos este encontro pela presença do Sr. Bispo na apresentação da peça, motivo importante para quem nele esteve metido); viver a proximidade das pessoas entre si (via crisma inter-paroquial); alimentar a corresponsabilidade (na missa de despedida em Alburitel e Seiça) pela tomada de posse de um novo Conselho Económico (em Seiça) e o 1º Conselho Pastoral Paroquial (em Alburitel) e pela integração do Sr. Bispo no encerramento do centenário da presença do Santíssimo na capela das Fontainhas.

4. Razoável em alguns momentos e muito bem noutros, sobretudo em Seiça. Apesar de ser tempo da azáfama na apanha da azeitona, as pessoas, duma forma geral, corresponderam e quiseram estar com o Sr. Bispo. Dominou nos encontros a simplicidade no diálogo e a grande proximidade de um Bispo com o seu povo. As pessoas, crianças, adultos, idosos, pessoas mais cultas e menos cultas, ficaram contentes, admiradas e até impressionadas com a maneira de ser do Sr. Bispo, muito afável e muito próximo. Esta presença deixou saudades.

5. Talvez a celebração do crisma no contexto das iniciativas e ambiente que teve: uma capela, um sábado, para mais do que uma freguesia

DR

Seiça e Alburitel

e a excelente participação, quer dos crismandos, quer das pessoas que os rodearam, inclusive o grupo coral com vários elementos dos vários centros de culto.

Também a visita aos pequenos lugares, como Lameirinha, Sorieira e Vale da Cordela. Com seu modo de receber e acompanhar o seu Pastor deslocando-se e acompanhando o Sr. Bispo de um lugar para o outro, deram um bom testemunho de comunhão, solidariedade e docilidade pastoral (assim fazem quanto à missa dominical).

Um terceiro aspecto, para além da catequese como momento importante, foi a sua estadia no Centro de Dia de Seiça com as funcionárias, corpos gerentes e, em especial, com os idosos, participando nos seus cantares e brincadeiras e tomando consciência da diversidade de situações que existem na diocese no que respeita aos lares e centros de dia para idosos.

6. Afabilidade e proximidade com todas as pessoas, uma atitude consoladora e fortificante. Permitiu olhar o Bispo com outros olhos, uma pessoa diferente do que estavam habituadas, uma outra forma de pensar na pessoa e missão de um Bispo, a do Bom Pastor.

7. Ainda não reuniu o CPP, nem em Seiça, nem em Alburitel, mas alguma expectativa existe.

IGREJA DIOCESANA 9

O Mensageiro

19.Novembro.2009

Vigararia de Leiria

DR

Padre António Bento

N.ª Senhora da Piedade 1. Sendo “um dever do Bispo, enquanto pai e pastor da porção do povo e Deus confiada à sua solicitude, para aprofundar o conhecimento, a estima e a ajuda recíproca”, como diz o Senhor Bispo na carta de anúncio da Visita Pastoral, é naturalmente útil e necessária esta aproximação às comunidades que lhe estão confiadas.

2. Na oração, na meditação da Palavra de Deus pelos grupos formados para esse fim, no anúncio nos centros de culto, no convite à participação, na distribuição por toda a paróquia dos programas, depois de ser trabalhado pelo Conselho Pastoral.

3. Foram olhados 3 pontos considerados fundamentais: Assembleia Paroquial, com o fim de valorizar o sentido da corresponsabilidade do Povo de Deus; Famílias; Catequese, adolescentes e jovens.

4. Podemos dizer que decorreu bem, ainda que nalgum dia os encontros não tivessem sido tão participadas quanto se esperava.

5. Houve vários: a Assembleia Paroquial, o encontro com os meninos dos primeiros anos da catequese a quem o Senhor Bispo se dirigiu com muita alegria, tratando-os de “meus amiguitos e minhas amiguitas”, linguagem que denuncia a amizade e o carinho com que os olha, e o encontro com os adolescentes e jovens, com quem dialogou, respondendo às perguntas por eles formuladas.

Depois, as Eucaristias ,muito participadas, quer a dedicada à catequese, quer aquela em que foi administrado o sacramento do Crisma a 58 jovens que se prepararam durante dez anos.

6. Deixou muitas mensagens, mas aquela que melhor foi entendida e que mais entusiasmou foi a mensagem da proximidade entre o Bispo e o seu povo.

7. Em situações como esta, são criadas sempre muitas expectativas, mas as decisões de prioridades em ordem à renovação, só depois da análise que irá ser feita pelo Conselho Pastoral.

26 a 29 de Novembro

Rio de Couros e Formigais Dia 26 16h00 – Encontro com professores 17h30 – Visita às capelas de Rio de Couros 18h30 – Assembleia Paroquial em Rio de Couros 20h00 – Jantar aberto a inscrições (10 euros) Dia 27 15h30 – Visita ao Centro de Dia 17h00 – Visita ao Agroal e às capelas de Formigais 19h00 – Missa em Rio de Couros seguida de convívio Dia 28 15h00 – Encontro com catequistas 16h30 – Encontro com crismados e crismandos em Formigais 18h00 – Missa vespertina em Rio de Couros Dia 29 09h30 – Missa paroquial em Rio de Couros 11h00 – Missa e Crisma em Formigais

Encontro de Formação Respondendo ao desafio lançado na carta pastoral “ir ao coração da Igreja” a vigararia de Leiria realizou no passado dia 13 o encontro Vicarial de Formação para os Concelhos Pastorais e Económicos Paroquiais. O encontro realizou-se nas instalações do Seminário Diocesano e contou com a presença de cerca de 170 pessoas.

O senhor bispo D. António presidiu ao evento que se desenvolveu em 4 momentos principais: saudação inicial, pelo vigário da vara, Pe Joaquim de Almeida Baptista; momento de oração, com uma meditação teológico-pastoral feita pelo senhor bispo; apresentação do “regulamento da administração dos bens da Igreja na diocese de Leiria-Fátima, pelo Pe Cristiano João Rodrigues Saraiva; e depois de diálogo com a assembleia, foi apresentada a “Festa da Fé”, como evento que marcará de forma particular a caminhada diocesana do presente ano pastoral.

Na meditação que fez, D. António Marto, salientou a comunhão como marca fundamental da

DR

LMF

Igreja de Jesus Cristo. O prelado deixou bem clara a importância de que cada cristão se sinta membro do corpo orgânico que é a Igreja. Mais que uma associação de pessoas ou um aglomerado de gente, a Igreja pauta-se por ser um corpo-vivo, que vai mais longe do que uma espécie de “super-marcado” onde cada um pode encontrar o produto que precisa para o momento. Não sendo fruto da vontade dos homens mas de Deus, a Igreja tem uma natureza divina, cujos laços devem ser bem visíveis: assídua ao ensinamento dos apóstolos – centralidade da Palavra de Deus – reunida para a fracção do pão – vive dos sacramentos – aperfeiçoase na comunhão fraterna

– unidade entre todos – deve por isso gozar da simpatia de todos – tem uma missão e um testemunho – e, finalmente, vive na consciência do ministério dos apóstolos.

Assim a Igreja pode definir-se como lugar de laços e traços que se expressam na comunhão. É neste contexto que surgem os organismos de cooperação e co-responsabilidade, como sejam os Conselhos Económicos e pastorais. D. António explicou, depois, as funções e a composição de cada um destes organismos.

Num segundo momento, o Pe Cristiano Saraiva, ecónomo diocesano, apresentou os traços gerais do Regulamento da Administração dos Bens da

Igreja, sobretudo no que às paróquias diz respeito.

Esta apresentação suscitou diálogo com a assembleia, tendo-se registado as principais questões e soluções previstas pelo regulamento.

O tempo tornou-se escasso para o serão que parecia ser do interesse dos presentes. Por isso, de forma resumida, foi depois apresentado o programa geral para a “Festa da Fé” programada para os dias 21, 22 e 23 de Maio.

No final ficou a vontade de mais, e desejo de sentir a Igreja como realidade próxima da vida de cada cristão, atendendo à realidade concreta de cada vigararia.

Os próximos encontros estão já marcados e realizar-se-ão nas seguintes datas: 20 de Novembro, Batalha; 22 de Janeiro, Marinha Grande; 19 de Janeiro, Colmeias; 5 de Fevereiro, Fátima; 19 de Fevereiro, Milagres; 5 de Março Monte Real; 19 de Março Ourém e 26 de Março, Porto de Mós.

“Encontra-te com Jesus”

Convívio Fraterno em Fátima A equipa coordenadora dos Convívios Fraternos da Diocese de Leiria-Fátima vai realizar mais um Convívio nos dias 28, 29, 30 Novembro e 1 de Dezembro de 2009, em Fátima, na casa dos Silenciosos Operários da Cruz - Centro de Espiritualidade Francisco e

Jacinta Marto.

Desta forma, a equipa coordenadora convida todos os jovens com mais de 18 anos a participar neste convívio. Será uma oportunidade para aprofundar um pouco mais a experiência de fé e de passar momentos divertidos durante

um fim-de-semana.

O convívio terminará no dia 1 de Dezembro, com a Eucaristia presidida pelo Senhor Bispo, D. António Marto, no mesmo local do convívio: a ter início às 20h30. Para o encerramento convidam-se todos os convivas diocesanos,

assim como os familiares dos novos convivas. Os contactos para inscrições e pedido de informações são: 962 815 845 / 914 148 433/ e-mail: cf.leiria.cartei ro@gmail.com.

Vigararia das Colmeias organiza

Adoração ao Santíssimo Sacramento Recordemos a exortação de Jesus em S. Lucas 10, 1-2: «A messe é grande, mas os operários são poucos. Pedi, portanto, ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe.»

Não temos a menor dúvida, que Jesus proferiu estas palavras a pensar no nosso problema actual, mas também temos a certeza, que, aqui e agora, essa exortação, encontrou

resposta em muitos corações.

Estão, portanto, de parabéns, os párocos da Vigararia das Colmeias, pela iniciativa que decidiram levar a cabo ao longo deste ano, que foi consagrado pela Igreja, ao Sacerdote.

Para isso, sensibilizaram os fiéis das suas paróquias, a reunirem-se todas as primeiras quintas-feiras para uma hora de oração diante do Santíssimo Sa-

cramento, das 21h00 às 22h00.

Assim, dia seis de Novembro, primeira quintafeira do mês, um grupo de cerca de cem pessoas rezaram na Igreja paroquial de Albergaria dos Doze, orientadas pelo respectivo pároco, padre Filipe.

Momento bonito, de oração sentida, onde pudemos reflectir S. Marcos 1, 16-20, partilhando uns com os outros o que mais nos tocou e dirigir

ao Senhor uma oração espontânea. Entoámos ainda alguns cânticos de louvor e de súplica e tudo terminou com a bênção do Santíssimo.

O nosso próximo encontro será na igreja das Colmeias, em Dezembro.

Esperamos que a nossa Fé vá crescendo e, com ela, o nosso grupo. Depois, resta-nos confiar no Amor e Misericórdia de Deus. Ádria Jorge

10 ECLESIAL

O Mensageiro

19.Novembro.2009

Leituras |Cristo Rei B ANO B (22/11/09) Antífona de Entrada: Ap 5, 12; 1, 6 Leitura I: Dan 7, 13-14 Salmo Responsorial: Salmo 92 (93), 1ab.1c-2.5 (R. 1a) Leitura II: Ap 1, 5-8 Aclamação ao Evangelho: Mc 11, 9.10 Refrão: Aleluia.

Repete-se Bendito o que vem em nome do Senhor, bendito o reino do nosso pai David. Refrão Evangelho: Jo 18, 33b-37 «É como dizes: sou Rei» Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Naquele tempo, disse Pilatos a Jesus: «Tu és o Rei dos Judeus?». Jesus respondeu-lhe: «É por ti que o dizes, ou foram outros que to disseram de Mim?». Disse-Lhe Pilatos: «Porventura eu sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim. Que fizeste?».

Jesus respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que Eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui». Disse-Lhe Pilatos: «Então, Tu és Rei?».

Jesus respondeu-lhe: «É como dizes: sou Rei. Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz».

Palavra da salvação.

Cânticos | 1º Domingo

do Advento

ANO B (29/11/09) INÍCIO Preparai os caminhos do Senhor - Lau 681 Abria as portas - Lau 128 Alegrai-vos semptre no Senhor - Lau 141 SALMO RESPONSORIAL Para vós Senhor elevo - Lau 646 APRESENTAÇÃO DOS DONS Não há mais noite - Lau 513 Da minha alma brotou - Lau 257

Concerto de solidariedade

“Dar cor à vida” No dia 22 de Novembro realizar-se-á um concerto solidário Dar Cor à Vida, organizado pelo Grupo Missionário Ondjoyetu, da nossa Diocese que tem missão no Gungo, em Angola.

Os lucros reverterão para a Missão de S. José do Gungo, de forma a apoiar os projectos de desenvolvimento da população, com cerca de 25 000 habitantes.

A equipa missionária é neste momento constituída por um padre e duas leigas, e esta equipa com o apoio dos catequistas locais são os principais promotores de crescimento e desenvolvimento da comunidade.

Ajude-nos a Dar Cor À vida, e com apenas 10 poderão ouvir o Ricardo Azevedo, João Portugal, P. João Paulo Vaz, Instituna, Há 4 e Luz Sem Tempo.

Os bilhetes podem ser adquiridos no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria.

Um grande Twapandula (muito obrigada) a todos.

Celina Pedro

AO SABOR DA PALAVRA

COMUNHÃO Estai preparados - Lau 350 Vinde comer do meu pão - Lau 864 ACÇÃO DE GRAÇAS Vem, vem Senhor depressa - Lau 851 Quem confiar no Senhor - Lau 706 FINAL Maranatha, Aleluia - Lau 491 No fim dos tempos virá o Senhor - Lau 523

Pe. Francisco Pereira pe.francisco@mac.com

Cristo Rei

MISSAS DOMINICAIS

Sábado 19h00 – Sé 19h30 – Franciscanos Domingo 08h30 – Espírito Santo 09h00 – Franciscanos 10h00 – Paulo VI 10h00 – Franciscanos 11h00 – S. Agostinho 11h00 – Hospital 11h45 – Cruz da Areia 11h30 – Seminário 11h30 – Sé 18h30 – Sé 19h30 – Franciscanos 21h30 – Sª Encarnação

Solenidade de Cristo Rei

Este é o último domingo do ano litúrgico, por isso neste dia celebramos Cristo como Rei do Universo. As leituras que hoje escutamos falam-nos claramente do fim dos tempos. São tiradas de dois livros apocalípticos, um do Antigo Testamento: o Livro de Daniel, e outro do Novo Testamento: o Livro do Apocalipse. Estes livros foram escritos em épocas de grande tribulação (o de Daniel foi escrito por volta do ano 166 AC, no tempo de Antíoco IV,

imperador macedónio; o do Apocalipse por volta do ano 95, durante o tempo de Domiciano, o primeiro grande perseguidor dos cristãos), para mostrar ao povo que valia a pena lutar pela sua fé, manter acesa a chama da esperança e da constância pois Deus venceria no final, e aqueles que estivessem ao lado d’Ele também venceriam os inimigos.

Nos dias de hoje os cristãos que moram na nossa terra não são perseguidos, não têm de lutar pela sua fé. Talvez por isso nos tenhamos deixado cair numa indiferença apagada. Deixamo-nos ser conduzidos pela corrente, pelas opiniões daqueles que julgam que a fé é uma coisa de crianças ou de mentes retrógradas.

No entanto continua a ser necessário lutar pela manutenção dos valores humanos, defendendo aqueles que não se podem defender, lutando contra a cultura da morte, que aparecendo como um sinal de civilização, é mais uma manifestação bárbara do salve-se quem puder porque ninguém pode interferir com a minha liberdade

pessoal e por isso posso fazer o que quero.

Ao celebrarmos Cristo como Rei do Universo, descobrimos que apesar de este reino não ser um reino material (com o próprio Jesus disse: “O meu reino não é deste mundo.”) são as pessoas que formam esse reino, cada um dos cristãos que há dois mil anos o constroem, através da sua vida, da sua entrega aos outros, do bem que fazem cada dia, da transformação e aperfeiçoamento da criação. Assim também os cristão são reis, nós somos senhores: das coisas criadas porque sabemos dar a cada coisa criada o valor que lhe corresponde, de nós mesmos quando damos o que somos e temos ao irmão que precisa mais, do mundo em si quando defendemos com a vida a verdade em que acreditamos.

Este Reino de Deus, que se vai construindo em cada dia não tem fim porque o seu local de realização também não tem fim: é o coração de cada homem, criado para toda a eternidade. É por isso que Daniel diz: “O seu domínio é um domínio eterno, que

não passará jamais.” O homem, nascido de céu é capaz de vencer as bestas que oprimem e destroem a liberdade e verdade. É esta esperança que nos anima cada dia: por mais que a Igreja pareça estar moribunda, por mais que o Mundo pareça estar perdido, Jesus Cristo continua a ser o sentido de tudo, como é dito no Apocalipse: “Eu sou o alfa e o ómega, aquele que é, que era e que há-de vir. O senhor do universo.” Tudo parte de Deus e a Ele tudo regressa, o resto é um interlúdio.

Jesus é o princípio de todas as coisas, é por Ele que tudo existe, e é para Ele que todas as coisas caminham, e apesar de, na semana que vem, iniciarmos mais um ciclo litúrgico, a progressão existe sempre, as pessoas vão mudando, vão-se convertendo, até que todos reconheçam Jesus como verdadeiro Senhor do Universo, aquele que conduz tudo até à sua realização plena, quando também nós formos comunhão com Deus.

ANO SACERDOTAL 11

O Mensageiro

19.Novembro.2009

Uma presença orante

A força do testemunho Tal como foi anunciado, alguns Sacerdotes da nossa Diocese estiveram reunidos e unidos, de 9 a 13 do corrente, a viver um retiro espiritual, no silêncio do Mosteiro de Santa Clara e do Santíssimo Sacramento de Monte Real.

“Os doze encontravamse reunidos no mesmo lugar, com Maria Mãe de Jesus”, escreve S. Lucas nos Actos dos Apóstolos. E, de facto, assim aconteceu.

Eram doze! Foram doze os escolhidos, os chamados a viver no cenáculo em oração à espera atenta do Espírito Santo. É certo que, visivelmente, não desceram línguas de fogo, nem o Mosteiro estremeceu. Contudo, aquele Fogo divino que desceu na brisa suave, sem barulho nem tremores de terra, era intenso e profundo, brotava vivo e contagiante na maneira como rezavam, cantavam e celebravam o mistério da Eucaristia.

Ainda a voz do “arauto matutino vinha longe” e já o grupo dos Sacerdotes se encontrava aos pés do Mestre, solenemente exposto na parte nobre do Mosteiro, a igreja, para cantarem com o coro das Irmãs a Hora Litúrgica de Laudes. Foram fidelíssimos aos horários da oração Comunitária: 7h00, canto de Laudes e, a seguir,

Tércia e meditação; 12h00, Sexta, e primeira parte do Rosário; 15h00, Noa; 17h30, quarta parte do Rosário; 18h00, Eucaristia com Vésperas inseridas, seguida de acção de graças e Oficio de Leituras; 21h40, Completas.

Deste modo, os doze, “monges” por alguns dias, podiam exclamar com o Salmista: “Eu Vos louvo, Senhor, sete vezes ao dia, porque a vossa palavra enche-me de alegria como quem encontra um grande tesouro” (Sl 118). Porém, o fiel discípulo de Cristo, do 3º milénio, não só deve louvar o Senhor sete vezes ao dia, mas 70X7. Foram momentos de intensa oração e intimidade com o Mestre. Deixaram-nos um belíssimo testemunho de verdadeiros Sacerdotes, ascéticos, místicos e grandes contemplativos, que são capazes de deixar o “turbilhão”, suspender por algum tempo as preocupações e actividades pastorais, retirar-se ao “lugar apartado”, ao silêncio do deserto, parar, fazer silêncio e escutar a voz de Deus. Para além do seu programa de retiro, da celebração das Horas Litúrgicas com a Comunidade, passavam muito tempo em oração pessoal diante do Santíssimo Sacramento exposto.

Retratos de mim

Lázaro (IX)

Os nossos olhos ficaram saciados perante a postura destes Homens de Deus.

Todos nós, cristãos desta Diocese, temos fortes razões para nos alegrarmos e dar graças ao Altíssimo e bom Senhor, pela vida destes Sacerdotes doada sem reservas ao serviço de Deus e do Seu povo.

O momento culminante de todos os dias foi a Eucaristia, centro e ápice.

Nesta nascente divina tem a vocação sacerdotal o seu princípio e o seu fim. À volta da mesa do Sagrado Banquete, a Comunidade reencontrava o grupo dos doze, vestidos de túnicas brancas.

Fomos testemunhas da visão apocalíptica: “Estavam diante do trono de Deus e do Cordeiro, vestidos de branco (7,9) e cantavam o cântico novo” (14,3).

As suas vozes enchiam o templo e elevavam-se até à “sala de cima”, o coro do Mosteiro, onde as Irmãs participavam da alegria do festim e contemplavam as maravilhas de Deus.

Eram vozes feitas oração, pausadas, límpidas e cristalinas, que brotavam do íntimo e transmitiam a ternura e a beleza de Deus.

Os nossos olhos ficaram extasiados ante o exemplo de piedade, fervor e amor pelas “coisas de Deus” que observámos nestes Sacer-

dotes. Dimanava deles a simplicidade, como a das crianças que Jesus elogia no Evangelho.

Quanto mais nós, Irmãs Clarissas, reflectimos na grandeza e beleza que o sacerdote transporta em si, mais cresce a nossa veneração, respeito, estima, apreço, admiração e profunda gratidão por este dom do amor de Deus. Estes dias caracterizaram-se por uma experiência espiritualmente rica; foram momentos de graça, gratuitamente oferecidos por Deus. É mais o que recebemos do que, na nossa pobreza, lhes pudemos oferecer. Eles trouxeram até nós o que de mais alto e nobre Deus pôde oferecer ao mundo.

As palavras de João Paulo II reúnem tudo o que se pode dizer: O Sacerdócio é dom e mistério!

Foi uma graça rezar com este grupo de Sacerdotes em Igreja e pela Igreja. Resta-nos agradecer a Deus o Seu inefável amor.

A estes Sacerdotes, pela força do seu testemunho de fé, oração e contemplação, entrega e fidelidade, a nossa sincera gratidão.

Neste Ano Sacerdotal, também eles foram connosco, nesta semana, uma presença orante.

Irmãs Clarissas de Monte Real

Mesmo desfardado, “estive com os meus colegas bombeiros”. Apesar de ser um dia de reuniões na escola e de missas, no final de uma delas foi ajudar um grupo de jovens de Santo Estêvão na eliminação do fogo. “Meti mãos à obra com uma pá”.

Quando as labaredas proporcionam cenários dantescos, os bombeiros e as pessoas que observam os seus bens a desaparecer “consideram-se muito pequenas junto daquelas chamas” – esclarece. Aparecem também as questões: “como acabar com o fogo?; como é possível isto acontecer?...”.

Há uma sensação de revolta quando “sentimos que foi fogo posto” – afirma o padre da diocese da Guarda.

Sabe manusear os utensílios dos bombeiros. “O

que me faz falta é a formação porque não tenho disponibilidade”. Mesmo com a escassez de tempo “fiz piquetes e dormir no quartel” – realça. Os paroquianos “aceitaram bastante bem” este serviço à comunidade.

Ao som das sirenes, tanto das ambulâncias como dos carros de bombeiros, as pessoas devem “questionar-se sobre o que podemos fazer para ajudar”.

Ser bombeiro “é um estado de espírito”, mesmo que D. Manuel Felício, bispo da Guarda, o transferisse para outra paróquia “teria todo o gosto em inscreverme na corporação dessa terra”. No entanto reconhece que “teria de ver primeiro a minha disponibilidade”.

César Cruz

Padre e Bombeiro Os tempos de infância são propícios para os sonhos. Ser bombeiro fez parte do imaginário de César Cruz. Para além de concretizar esse sonho, César Cruz é também pároco em Meimão (diocese da Guarda).

Apesar de ter o uniforme, o padre César Cruz não se considera bombeiro a tempo inteiro. “O meu cargo é mais moralizar e incentivar a malta” – confidenciou à Agência ECCLESIA. Tudo começou na paróquia de Meimão… “Decidimos criar uma corporação de bombeiros, ligados à secção de Penamacor”.

Como tinha um grupo de jovens a preparar-se para o sacramento do Crisma, “fizeram-me o pedido para os incentivar a inscreverem-se nos bombeiros”.

Os cerca de 30 jovens ouviram o pedido e, juntamente com o Pe. César, entraram para a corporação. “Não cruzei os braços”, mas reconhece que “tenho faltado muito à escala de trabalho” – lamenta. Estas ausências são compreensíveis visto que tem várias paróquias - Casteleiro, Malcata, Meimão, Sto Estêvão e Póvoa – e é professor de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC). Na festa de inauguração benzeu os carros e o quartel na presença do Secretário de Estado que achou “piada um padre fazer parte da corporação”.

Quando toca a sirene dos bombeiros “nem sempre estou disponível” – confidencia.

No Verão passado, a zona do Sabugal foi bastante fustigada com incêndios.

Seriam as 3 horas da tarde quando entrava na aldeia o pequeno grupo. Marta e Maria esperavam junto do poço que ficava bem no centro da praça. Quando ali chegaram pararam como se alguém ou alguma coisa as impedisse de seguir em frente. E quando o grupo se abeirou delas, os olhares cruzaram-se e falaram muito mais que as palavras que então trocaram. Ela disse-lhe que tudo seria diferente se Ele tivesse estado presente há 3 dias. Agora era tarde, o irmão havia morrido. E, de lágrimas nos olhos, contou-lhe como a doença tinha chegado sem avisar naquela manhã de Março. Como o leito se convertera em verdadeiro lugar de martírio e suplício até ao ponto de deixar o corpo corroído pela podridão. Enquanto iam descrevendo a agonia daquele amigo e companheiro que todos gostavam de ter do seu lado, havia quem confirmasse cada palavra e cada ideia.

Afinal de contas todos o tinham visitado e todos eram testemunhos das feridas que suscitavam tanta curiosidade. Sim era verdade, o leito de morte fora durante semanas um lugar de tortura. E dizia-se que só pela coragem e pela coragem das duas irmãs ele aguentara as dores de forma tão serena e heróica. Os relatos estariam no auge quando te afastaste para junto da fonte e aí te entregaste à dor de forma continuada.

A demora e a forma do teu pranto fizeram recear por ti. Por isso te arrancaram quase à força. Agora comentavam a força da tua amizade, falavam dos momentos em que vos tinham visto juntos em longas conversas ali mesmo junto ao poço. Dizia-se que essa amizade era única e invejável. Disseste então que querias ver o lugar onde estava sepultado. Marta quis demover-te dessa intenção mas nada consegui…

Foi nesse momento em que todos se dirigiam para o jardim que eu mais corri. Era eu que deveria mover a pedra que tapava o sepulcro. Corri tão depressa quanto me permitia a minha idade e a sensatez. Cheguei e logo comecei os trabalhos de remoção. Já os primeiros curiosos chegavam às portas do jardim.

Quando todos chegaram eu estava já pronto para fazer rodar a pedra. Não sei porquê a partir desse momento não pude mais olhar para ti. De olhos fitos no chão executei o trabalho sem dizer uma palavra.

Concentrado no meu trabalho, desviei a pedra e retirei-me, não suportava o cheiro. Foi de longe que assisti ao resto. De joelhos e rosto por terra dirigiste-te àquele que pensávamos ser tu mesmo. No meio das tuas palavras houve um momento em que gritaste e outro em que choraste. Depois, subitamente ergueste-te. Vi então os teus olhos pela primeira vez. Eram azuis, mas estavam vermelhos pela dor e brilhantes pelas lágrimas que escorriam. E de pé, com voz tão forte que me assustou e obrigou a fazer silêncio em todo o jardim disseste: “Lázaro, amigo, vem para fora”.

O que se seguiu não me sairá da cabeça enquanto eu for vivo: vimos surgir à entrada do sepulcro o corpo enfaixado do nosso amigo Lázaro. Era ele, alto, esbelto e com aquele andar que o caracterizava. Abriu os braços e pediu que o libertassem de todo aquele amontoado de faixas e ligaduras. Alguns desmaiaram ali mesmo; outros fugiam assustados; foram poucos os que permaneceram imóveis e a medo se aproximaram do morto.

Marta foi a mais resoluta. Desceu a encosta e abraçouse ao irmão. Chorava e ria. Eu não suportei o acontecimento e voltei para casa. Teríamos nós sepultado um vivo? Teria ele efectivamente voltado à vida?

Passaram já muitos anos e continuo sem resposta.

Só sei que a partir daquele dia eu mesmo me tornei diferente.

Padre Rui Ribeiro

12 ECLESIAL

O Mensageiro

19.Novembro.2009

Portugal

Mundo Mudança global para eliminar a fome

Beneficiar a intervenção das IPSS

CNIS quer criar Observatório de Acção Social

Bento XVI lançou no passado dia 17, em Roma, um apelo em favor do acesso “regular e adequado” à alimentação e à água de todas as pessoas do mundo, condenando a “especulação” que chegou ao mercado dos cereais.

O Papa marcou presença na Cimeira Mundial da Alimentação, encontro do Fundo da ONU para a agricultura e a alimentação (FAO), que junta mais de 60 chefes de Estado e de Governo para debater a fome do mundo. “É preciso contestar o egoísmo que permite que a especulação penetre mesmo no mercado dos cereais, colocando a comida no mesmo plano que todas as outras mercadorias”, afirmou.

Sublinhando a necessidade de “repensar os mecanismos de segurança alimentar” mundiais, o Papa sublinhou a importância de “uma consciência solidária que considere o direito à alimentação e o acesso à água como direitos universais de todos os seres humanos, sem distinções ou discriminações”.

Na sua intervenção, com mais de 20 minutos, Bento XVI defendeu que é preciso mudar os estilos de vida, pessoais e comunitários, considerando que não é possível admitir a “opulência” quando o drama da fome se torna “cada vez maior”.

A intervenção papal teve como pano de fundo o “dramático crescimento do número de pessoas que sofrem a fome”, considerando desadequada “a persistência de modelos alimentares orientados apenas para o consumo”.

Após manifestar o apreço da Igreja pela FAO, Bento XVI convidou a comunidade internacional a conjugar a “cooperação” com a subsidiariedade, envolvendo as “comunidades locais nas escolhas e nas decisões relativas ao uso da terra cultivável”.

O mundo rural esteve em grande destaque no discurso do Papa, para quem é necessário investir em “infra-estruturas rurais, sistemas de irrigação, transportes, organizações de mercados, formação e difusão de técnicas agrícolas apropriadas”.

Bento XVI condenou o recurso a “certas formas de subsídios que perturbam gravemente o sector agrícola” e rejeitou perspectivas “míopes” sobre o mundo da ruralidade, visto por muitos como uma “realidade secundária”.

A comunidade internacional, acrescentou, tem o dever de responder a estas situações com os instrumentos da “cooperação”, visando “favorecer um crescimento económico equilibrado e durável”, bem como novos parâmetros “éticos” e jurídicos” para construir uma relação “paritária” entre países em diversos graus de desenvolvimento.

O Papa apontou o dedo a um “nível de desenvolvimento desigual” que acentua o fosso entre ricos e pobres, no mundo, denunciando o pensamento que considera a fome como um factor “estrutural”, “parte integrante da realidade sociopolítica dos países mais fracos”.

Admitindo que a comunidade internacional vive uma grave “crise económica”, o Papa alertou para o aumento do número de pessoas com fome e para o aumento do preço dos alimentos. Neste sentido, citou a sua última encíclica, Caritas in veritate, na qual escreveu que a “fome não depende tanto de uma escassez material, mas sobretudo da escassez de recursos sociais, o mais importante dos quais é de natureza institucional”.

Bento XVI sublinhou que, apesar das alterações climáticas, o planeta tem capacidade de alimentar “todos” os seus habitantes, no presente e no futuro.

A Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade – CNIS vai criar, já em 2010, um Observatório de Acção Social.

A confirmação foi dada à Agência Ecclesia pelo padre Lino Maia, Presidente da CNIS que adianta também o carácter interventivo desta entidade.

O Presidente da CNIS reconhece uma “proliferação de observatórios” e por isso a CNIS deseja uma entidade “voltada para a acção e não apenas um depositário de diagnósticos. Será um conhecer para agir”.

A Igreja Católica manifestou também a sua intenção de criar um Observatório de Acção Social. O Presidente da CNIS afirma que a

DR

Papa marcou presença na Cimeira Mundial da Alimentação

intervenção do organismo a criar pela Confederação das Instituições de Solidariedade “terá uma intervenção diferente”.

“A Igreja Católica debruça-se sobre a acção caritativa e a acção social de iniciativa eclesial. A intervenção da CNIS ultrapassa os limites da acção da Igreja. A CNIS não é uma instituição da Igreja e por isso não será concorrente, apenas paralela”.

Um “pré-estatuto” foi já elaborado, mas deverá ainda ser concluído pela Universidade Católica Portuguesa, parceira da CNIS na criação do Observatório.

Esta entidade será “privada, ainda que possa beneficiar de algum apoio do Estado”,

admite o padre Lino Maia.

O serviço de Observação de Acção Social tem como objectivo beneficiar a intervenção das IPSS para que estas “possam corresponder melhor aos desafios”. O Presidente da CNIS acredita que cada vez mais é necessário uma atenção especial para novos desafios que as instituições enfrentam.

A CNIS, em reunião de direcção, delineou ainda a realização de um Congresso do sector solidário que envolva as IPSS, Misericórdias e Mutualidades que se dedicam à acção social.

Este Congresso pretende dar “sinais positivos de apostas no emprego, empreendedorismo e edu-

cação”. Segundo o padre Lino Maia o sector solidário tem um papel importante nestas áreas, bem como um “património estabelecido e algumas propostas a fazer”.

Este Congresso, ainda sem data marcada, será uma forma de “tornar visível a plataforma das instituições de solidariedade e os importantes contributos que prestam. Cada vez mais é preciso ter uma voz conjunta para revelar uma dinamização mais activa”.

A direcção da CNIS centrou-se ainda sobre algumas iniciativas a lançar no início do Ano Internacional para a Erradicação da Pobreza e Exclusão Social, a assinalar em 2010.

“A identidade do missionário, hoje”

Porto recebe Assembleia dos ANIMAG A Assembleia anual dos ANIMAG (Animadores Missionários Ad Gentes) começou no dia 17 de Novembro a reflectir sobre “A identidade do missionário, hoje”. O encontro, que decorre até dia 20, realiza-se na Casa Diocesana do Vilar, no Porto.

“Reunir todos os animadores missionários de

todos os Institutos IMAG (Institutos Missionários Ad Gentes)”; “Estudar «Animadores missionários hoje: o que somos e o que fazemos?» e “Avaliar e planear em conjunto” são os objectivos centrais da assembleia.

Para ajudar a reflectir sobre estes temas estará presente D. Manuel Clemente,

Bispo do Porto, diocese que realizará o projecto pastoral diocesano «Missão 2010».

D. António Couto, Bispo auxiliar de Braga, proferirá também uma conferência sobre “Vive a Missão – Animação Missionária em Portugal”.

A partir da formação, reflexão, debate e partilhas, a direcção do ANIMAG

propõe que este encontro aponte horizontes concretos para a acção missionária em Portugal.

Os ANIMAG são os missionários e missionárias que, dentro dos IMAG, se dedicam à animação missionária em Portugal.

Reflexão sobre o Presépio e o Natal

A VIDA promove concurso de presépios No próximo dia 29 de Novembro a 6 de Janeiro realiza-se um concurso de Presépio de Rua que pretende proporcionar a reflexão sobre o Presépio e o Natal, incentivar o encontro e o

convívio de grupos de todas as idades e anunciar o nascimento de Jesus Cristo.

Promovido pela A VIDA (Equipa da Vigararia X do Termo Oriental para a Pastoral Juvenil da diocese de

Lisboa).

A este concurso podem concorrer grupos com elementos de todas as idades pertencentes a paróquias ou comunidades cristãs da Vigararia X do termo Orien-

tal, que inclui os concelhos de Alenquer, Arruda dos Vinhos e Sobral de Monte Agraço.

“Sacerdotes em Cristo”

Obra apresenta testemunho vocacional No dia 19 de Novembro, quinta-feira, a PAULUS Editora, em parceria com a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), convoca todos os interessados para a apre-

sentação do livro “Sacerdotes em Cristo”, antecedida por uma conferência sobre o Ano Sacerdotal proferida por Sua Eminência o Cardeal Saraiva Martins e

apresentada pelo Senhor Cónego António Rego.

Esta apresentação terá lugar na Igreja de São Roque de Lisboa às 19h00.

Parte das vendas reverte

a favor dos seminários de Jecua e Quelimane, em Moçambique.

OPINIÃO 13

O Mensageiro

19.Novembro.2009

NO CORAÇÃO DA IGREJA

Pe. Jorge Guarda

Vigário Geral da Diocese

A Igreja, corpo de Cristo

As coisas mais preciosas da vida, como o amor e a amizade, não se dizem somente com palavras simples. Para as exprimir de modo mais adequado usamse imagens simbólicas, pois são ricas de significados e comunicam não apenas para o entendimento mas também para o coração e para a imaginação. Envolvem mais a pessoa no seu todo e suscitam emoções e afectos. Assim acontece com a Igreja. Para exprimir o seu mistério, usam-se não apenas palavras mas também imagens, como povo de Deus, família, casa, vinha, campo, corpo e muitas outras, normalmente tiradas da Bíblia.

Esta linguagem simbólica sugere muito mais do que aquilo que diz. Por isso, se torna muito expressiva.

Vamos centrar-nos na imagem do corpo de Cristo, que aparece m vários texto de São Paulo.

A imagem do corpo comporta vários significados. Antes de mais, que

estamos perante um organismo vivo, visível, complexo, cujos órgãos principais e vitais são invisíveis. A verdadeira vida do corpo vem de dentro dele e não simplesmente da aparência e da actividade exterior.

Exprime ainda a unidade dos múltiplos membros e órgãos que o compõem, de tal modo que a diversidade se apresenta como um todo único. A separação de um membro, mesmo quando não põe em causa a vida do corpo, deixa-o mutilado, incompleto, e prejudica-o.

Há uma grande interdependência dos diferentes membros. Para ter vida verdadeiramente humana, o corpo precisa de todos os seus membros, mas especialmente da cabeça. É também através do corpo que nos relacionamos com os outros e com o ambiente exterior.

A Igreja é apresentada como corpo de Cristo.

Podem distinguir-se três corpos de Cristo: o físico, correspondente ao de Jesus

histórico enquanto viveu na Terra; o sacramental, que nos é dado na Eucaristia, pela transformação do pão e do vinho; e o corpo místico, que é o conjunto dos cristãos unidos a e em Cristo, formando a Igreja.

Esta imagem é usada por S. Paulo especialmente em três textos: 1 Cor 12, 12-30; Rom 12, 3-13 e Ef 4, 1-16. Neles apresenta vários aspectos da Igreja significados pela imagem do corpo de Cristo.

O primeiro é que a graça da fé recebida do Espírito Santo através do Evangelho e do Baptismo une os cristãos entre si formando “um só corpo em Cristo”. Embora sejam muitos constituem um só corpo e “pertencem uns aos outros” (Rom 12,5).

Viver como cristão é portanto igualmente ser membro da Igreja e amá-la como quem se ama a si mesmo e ama os seus irmãos. Como o corpo não existe separado da cabeça, assim a Igreja não subsiste separada de Cristo, que é a sua cabeça. Por isso,

a comunidade cristã cultiva de vários modos a sua união com Cristo, entrega-se a Ele e deixa-se conduzir pelo seu Espírito. O modo mais forte de se unir a Cristo é através da celebração da Eucaristia e da comunhão do próprio corpo de Cristo, que Ele oferece aos seus discípulos mediante a sua presença no Sacramento.

Tal como no corpo humano, assim no de Cristo há diversidade de membros, pois o próprio Senhor concedeu dons espirituais aos homens e escolheu de entre eles os seus “apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres” para a construção do seu Corpo, “até que cheguemos todos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao homem adulto, à medida completa da plenitude de Cristo” (cf Ef 4, 11-13). Através dos dons, cada um partilha o que recebeu e põe-se ao serviço dos outros por amor, como quem serve ao Senhor e não aos homens. Assim o bem

de cada um torna-se bem comum de todos e o bem comum enriquece cada um dos fiéis. Deste modo, irradia também o testemunho para o mundo, e a Igreja realiza a sua missão.

A Igreja precisa de todos e de cada um. E do amor dos seus membros por ela. Cada cristão deverá reconhecer-se membros da Igreja, já que está unido a Cristo. É, efectivamente, a partir de Cristo que o Seu “Corpo inteiro, bem ajustado e unido, por meio de toda a espécie de articulações que o sustentam, segundo uma força à medida de cada uma das partes, realiza o seu crescimento como Corpo, para se construir a si próprio no amor” (Ef 4, 16). E, poderíamos ainda acrescentar, para que este Corpo vivo seja sinal e instrumento da unidade dos homens com Deus e entre eles (cf LG 1).

OMENSAGEIRO .com.pt

www

O primeiro-ministro reiterou que o Governo avançará com a proposta para permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo e afastou a hipótese de referendo, dizendo não aceitar “nenhuma lição de democracia” (Sol 6/Nov.).

Pobre de quem, pela arrogância da resposta, mostra não entender a democracia.

Mas a resposta é curiosa, porque foi nestes temas da vida e família que surgiram os maiores atropelos ao espírito e prática democráticos no Portugal moderno.

Lembremos que nunca a política desceu tão baixo como no longo processo que levou ao actual financiamento público do aborto. A lei da liberalização da prática foi chumbada no Parlamento por um voto a 20 de Fevereiro de 1997.

Mostrando supino desprezo pelas instituições, a mesma câmara, depois de substituir alguns deputados, voltou a votar a mesma lei na mesma legis-

latura, aprovando-a a 4 de Fevereiro de 1998 por nove votos. O descaramento foi tal que até a Assembleia percebeu não poder deixar as coisas assim e convocou um referendo nacional, que a 28 de Junho de 1998 rejeitou a lei.

O veredicto era claro e democrático. Mas a arrogância de quem se julga sabedor e não precisa de lições nunca respeita a vontade popular. Pior ainda, ao convocar novo referendo foi decidido que o tema não ia ser o aborto, acerca do qual já se sabia a opinião. Toda a discussão em 2007 omitiu a referência a embriões, gravidez e até hospitais, para se centrar apenas em... mulheres presas. Quem é que quer as pobres mães atrás das grades? O magnífico embuste resultou e a 11 de Fevereiro, apesar de os votos de rejeição terem aumentado, os abortistas conseguiram a desejada vitória, que os levou não a libertar mulheres, porque

nenhuma estava presa, mas a promover o aborto livre e barato.

A experiência eliminou de vez o respeito dos activistas pelo processo democrático. Nunca mais o povo foi consultado, usando-se os meios mais expeditos e manipuladores para atacar as leis mais essenciais e estruturantes.

Em Julho de 1999, o presidente Jorge Sampaio vetou a “lei da procriação medicamente assistida”, referindo como razão o insuficiente debate público. Quando o Presidente Cavaco Silva promulgou a lei revista (Lei n.º 32/2006, de 26 de Julho) teve de enviar uma mensagem à Assembleia, manifestando o seu desconforto. Depois, o Governo decidiu banalizar o divórcio e Cavaco Silva foi obrigado a devolver o diploma sem promulgação em Agosto de 2008 com graves críticas à irresponsabilidade do articulado.

Acabou por promulgar a

Lei n.º 61/2008 de 31 de Outubro, reiterando as críticas em mensagem de 20 de Outubro. Em Agosto deste ano, o Presidente não promulgou a lei das uniões de facto (Decreto 349/X), aprovada a correr no final da legislatura, citando mais uma vez “a ausência de um debate aprofundado” (Mensagem de 24 de Agosto). Como se vê, o Governo e os seus correligionários precisam mesmo de lições de democracia.

Dada a vergonha desta história, é claro que agora, na questão estrutural da definição do casamento, nunca admitirão um referendo, sabendo que vão perder. Só o fariam se tivessem uma coisa de que mostram carecer: vergonha. A recusa baseia-se num argumento sumamente desonesto: o facto de a proposta do casamento entre pessoas do mesmo sexo figurar nos programas eleitorais. Quem o diz sabe bem a enormidade do que afirma. Os pro-

gramas não são menus, em que se possa escolher o que se gosta e rejeitar o resto.

Os votos numa lista nada informam sobre a opinião em rubricas concretas. O mais elementar bom-senso e respeito democrático recomendariam uma ponderação cuidada na mudança de uma lei tão fundamental. Mas bom-senso e respeito democrático foi o que mostraram não ter neste tema há décadas.

As gerações futuras censurarão asperamente a nossa pelas terríveis infâmias legais cometidas contra a vida e a família.

A apatia e comodismo generalizados merecem bem o repúdio. Mas não podemos esquecer também as enormes manipulações, fraudes e indignidades do processo que, sem desculpar a cumplicidade passiva, mostram bem a baixeza dos ataques. * In DN (16/11/09)

RECORTES

João César das Neves

Economista

É preciso não esquecer*

14 INSTITUCIONAL

O Mensageiro

19.Novembro.2009

Cartório Notarial de Leiria A cargo do Notário Pedro Tavares Certifico, para fins de publicação, que neste Cartório e no Livro de Notas para Escrituras Diversas nº 182-A de folhas quarenta e quatro a folhas quarenta e cinco se encontra exarada uma Escritura de Justificação Notarial no dias seis de Novembro de 2009 outorgada por: Júlia de Oliveira Órfão Caseiro, solteira, maior, natural de Santa Eufémia, Leiria e lá residente em Quintas do Sirol na Rua 7 de Fevereiro de 1928, nif 153 136 529, titular do B.I. 0606571 emitido em 23-08-1979 pelo CICC de Lisboa; Na qual disse: Que, com exclusão de outrém, é dona e legítima possuidora do prédio rústico composto de terra de semeadura, com a área de três mil seiscentos e sessenta e quatro metros quadrados, sito em Quintas do Sirol, na freguesia de Santa Eufémia, concelho de Leiria, a confrontar do norte com vala de rega, do sul com Ribeiro dos Murtórios, do nascente com Alzira Vicente Caseiro e do poente com caminho público, não descrito no Registo Predial, inscrito na matriz predial respectiva sob o artigo 4.626, com o valor patrimonial tributário de 1.320,00 , a que atribui igual valor.

Que o referido prédio vaio à sua posse por partilha meramente verbal que fez com os demais interessados cerca do ano de mil novecentos e sessenta e seis por óbito de Manuel de Oliveira Caseiro Júnior, que foi casado com Quitéria de Jesus Órfão, seus pais, residentes que foram em Quintas do Sirol, Santa Eufémia, Leiria.

Que, assim, vem possuindo o referido prédio, como seu, há mais de vinte anos, como proprietária e na convicção de o ser, cultivando-o e colhendo os seus frutos, pagando as respectivas contribuições e impostos, posse que vem exercendo ininterrupta e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente e sem oposição de quem quer que seja, assim de modo pacífico, contínuo, público e de boa fé, pelo que adquiriu por usucapião a propriedade sobre o referido prédio.

Que dada a forma de aquisição originária não tem documentos que a comprovem.

Que para suprir tal título vem pela presente escritura, prestar estas declarações de justificação com o fim de obter no registo predial a primeira inscrição de aquisição do referido prédio.

Vai conforme ao original na parte fotocopiada não havendo na parte omitida nada que amplie restrinja, modifique ou condicione a parte fotocopiada.

Leiria, seis de Novembro de dois mil nove.

A Funcionária, (Assinatura ilegível)

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE LEIRIA

CONVOCATÓRIA

Nos termos do nº. 1 do Artº. 30º. do Compromisso, convoco os irmãos da irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Leiria, para a Assembleia Geral Ordinária, a realizar no dia 28 de Novembro de 2009, às 14h30, no Lar Nossa Senhora da Encarnação, em Leiria, com a seguinte: Ordem de Trabalhos: 1 – Apreciação e votação do Plano de Actividades e do Orçamento para o ano de 2010.

2 – Eleição dos Corpos Gerentes, para o triénio 2010/2011 Se à hora marcada não estiver presente a maioria dos Irmãos, a Assembleia Geral funcionará, meia hora depois, desde que estejam presentes, pelo menos, 15 Irmãos, de acordo com o nº. 2 do Artº. 28º. do Compromisso.

Deve trazer o cartão de irmão.

Leiria, 28 de Outubro de 2009 O Presidente da Assembleia Geral, António Martins Ribeiro

LABETO, S.A.

Leiria Av. Marquês de Pombal, Lote nº 2 Tel.: 244 830 460 Fátima Rotunda Sul - Ed. Azinheira Marinha Grande Rua das Portas Verdes, 58 Ourém Av. Nuno Álvares Pereira

O MENSAGEIRO

FÁRMÁCIAS DE SERVIÇO Lino (dia 19), Oliveira (dia 20), Sanches (dia 21), Avenida (dia 22), Central (dia 23), Higiene (dia 24) e Lino (dia 25)

Semanário - Sai à 5ª Feira Tiragem média - 3.000

Cartório Notarial de Leiria A cargo do Notário Pedro Tavares Certifico, para fins de publicação, que neste Cartório e no Livro de Notas para Escrituras Diversas nº 182-A de folhas quarenta e dois a folhas quarenta e três se encontra exarada uma Escritura de Justificação Notarial no dia seis de Novembro de 2009 outorgada por: David de Oliveira Dias e mulher Natália de Oliveira Maria Dias, casados sob o regime de comunhão de adquiridos, naturais de Santa Catarina da Serra, Leiria, residentes na Rua da Cerca, nº 2, Gordaria, Santa Catarina da Serra, Leiria, nif 154 397 830 e 128 443 294, titulares do B.I. 2471454 emitido a 30-08-2001 pelos SIC de Leiria e do cartão de cidadão 04114978 5ZZ6 válido até 27-10-2014 emitido pela República Portuguesa.

Na qual disseram: Que, com exclusão de outrém, são donos e legítimos possuidores do prédio rústico composto por terra de mato com eucaliptos e pinheiros, com a área de dez mil oitocentos e trinta e oito metros quadrados, sito em Valongo, na freguesia de Santa Catarina da Serra, concelho de Leiria, a confrontar do norte com Jacinto de Oliveira e João Fonseca dos Santos, do sul e poente com Augusto Ferreira Gomes, e do nascente com David de Oliveira Dias, não descrito no Registo Predial, inscrito na matriz predial respectiva sob o artigo 11.128, com o valor patrimonial tributário de 1.900 , a que atribuem igual valor; Que o referido imóvel foi por eles comprado verbalmente, cerca do ano de mil novecentos e oitenta e três a Pedro Rodrigues Manso, viúvo, residente em Casal Vermelho, Caranguejeira, Leiria; Que, assim, vêm possuindo o referido prédio, como seu, há mais de vinte anos, como proprietários e na convicção de o serem, cultivando-o e colhendo os seus frutos, posse que vem exercendo ininterrupta e ostensivamente, com conhecimento de toda a gente e sem oposição de quem quer que seja, assim de modo pacífico, contínuo, público e de boa fé, pelo que adquiriram por usucapião a propriedade sobre o aludido prédio.

Que dada a forma de aquisição originária não têm documentos que a comprovem.

Que para suprir tal título vêm pela presente escritura prestar estas declarações de justificação com o fim de obter no registo predial a primeira inscrição de aquisição do referido prédio; Vai conforme ao original na parte fotocopiada não havendo na parte omitida nada que amplie restrinja, modifique ou condicione a parte fotocopiada.

Leiria, seis de Novembro de dois mil e nove.

A Funcionária, (Assinatura ilegível)

95 ANOS DE (IN)FORMAÇÃO

JOGOS | Nº 45/2009 (Confirme em www.jogossantacasa.pt) Euromilhões: 11, 19, 34, 43, 45 + 5, 9 Totoloto: 3, 10, 11, 23, 26, 36 + 40 Loto2: 5, 11, 24, 28, 29, 30 + 17 Joker: 4 2 5 9 0 4 3 Totobola: 1X2 XX2 2X1 11X2

Registo no ICS N.º 100494

EDITAL N.º 13/09 CARLOS MANUEL BERNARDO ASCENSO ANDRÉ, Presidente da Assembleia Municipal de Leiria, torna público, nos termos do n.º 3, do artigo 84º, da Lei n.º 169/99, de 18/09, que no dia 23 de Novembro de 2009, pelas 21.00 horas, no Centro Associativo Municipal, se realizará a sessão extraordinária da Assembleia Municipal de Leiria, com a seguinte Ordem do Dia: 1.

Actas das sessões de 11 de Setembro e 27 de Outubro – Apreciação, discussão e votação; 2.

Revisão ao Regimento da Assembleia Municipal de Leiria – Apreciação discussão e votação; 3.

Protocolo de delegação de competências com a Junta de Freguesia de Souto da Carpalhosa. Alteração do objecto - Apreciação, discussão e votação; 4.

Protocolo de delegação de competências com a Junta de Freguesia de Amor. Alteração do objecto - Apreciação, discussão e votação; 5.

Pedido de pagamento em prestações de concessão de sepulturas - Apreciação, discussão e votação; 6.

Fixação das Taxas do Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI) para o ano de 2010 - Apreciação, discussão e votação; 7.

Fixação da Taxa da Derrama para o ano de 2010 - Apreciação, discussão e votação; 8.

Fixação da percentagem da participação no IRS – Imposto sobre Rendimento de Pessoas Singulares dos sujeitos passivos com domicílio fiscal no território do Município de Leiria para os rendimentos do ano de 2010 - Apreciação, discussão e votação; 9.

Eleição de um representante das Freguesias no XVIII Congresso Nacional da ANMP – Apreciação e votação; Para constar e devidos efeitos legais, se passou o presente Edital que vai ser afixado nos locais de estilo.

Leiria, 09 de Novembro de 2009 O Presidente da Assembleia Municipal, (Prof. Doutor Carlos Manuel B. Ascenso André)

TELEFONES ÚTEIS

Bombeiros Municipais - 244 832 122 | Bomb. Vol. Leiria (Ger.) - 244 882 015 | Bomb. Vol. Leiria (Urg.) - 244 881 120 | Bomb. Volunt. Batalha - 244 765 411 | Bomb. Volunt. P. Mós - 244 491 115 | Bomb. Volunt. Juncal - 244 470 115 | Bomb. Volunt Ourém - 249 540 500 | Bomb. V. M.te Redondo - 244 685 800 | Bomb. Volunt. Ortigosa - 244 613 700 | Bomb.

Volunt. Maceira - 244 777 100 | Bomb. Vol. Marinha - 244 575 112 | Bom. Volunt. Vieira - 244 699 080 | Bom. Voltun. Pombal - 236 212 122 | Brigada de Trânsito - 244 832 473 | Câmara M. de Leiria - 244 839 500 | Câmara Eclesiástica - 244 832 539 | CENEL (Avarias) - 800 246 246 | C. Saúde A. Sampaio - 244 817 820 | C. Saúde Gorjão Henriques - 244

CEDILE Telefone 244 850 690 ECOGRAFIA / DOPPLER / ECOCARDIOGRAFIA TAC / MAMOGRAFIA / RX / OSTEODENSITOMETRIA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ARTICULAR Telefone +351244850690 / Fax 244850698 Largo Cândido dos Reis, Nº 11 / 12 • 2400-112 LEIRIA

Jorge Carvalho Sofia

Médico Especialista de Otorrinolaringologia CONSULTAS • CIRURGIAS • EXAMES DE AUDIÇÃO VIDEONISTAGMOGRAFIA • POSTURAGRAFIA APNEIA DO SONO

Rua Dª Maria da Graça Lúcio da Silva, 9 - 1º Esqº - LEIRIA Marcações pelos telefones 244 822970 • 239 827 089 • 932 442 274

Telemóvel: 917 511 889 Telefone: 244 828 450 Fax: 244 828 580 Rua Machado Santos, n.º 33 2410-128 LEIRIA

Telefones: BARREIROS (sede): 244 840 677 JUNCAL: 244 470 610 Fernando - 919 890 630

F. Costa Pereira Médico Especialista Doenças da boca e dentes

Rua João de Deus, 25- 1º Dt. - LEIRIA CONSULTAS COM HORA MARCADA 2ª, 4ª e 5ª: 11h-13h e 15h-19h, 3ª: 10h-13h e 15h-19h, Sábados: 9h30-15h Tel. 244 832406

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Paginação O Mensageiro Colaboradores Ambrósio Ferreira, Américo Oliveira, Ângela Duarte, Carlos Alberto Vieira, Carlos Cabecinhas (Pe.), José Casimiro Antunes, Francisco Pereira (Pe.), D. João Alves, João Matias, Joaquim J. Ruivo, Jorge Guarda (Pe.), José António C. Santos, Júlia Moniz, Maria de Fátima Sismeiro, Orlando Fernandes, Paulo Adriano Santos, Pedro Miguel Viva (Pe.), Saúl António Gomes, Sérgio Carvalho, Verónica Ferreirinho, Vítor Mira (Pe.). Administração / Publicidade Pedro Viva (Pe.). Propriedade/Sede (Editor) Seminário Diocesano de Leiria - Largo Padre Carvalho - 2414-011 LEIRIA - Reitor: Armindo Janeiro (Pe.) Contribuinte 500 845 719 Contactos Tel.: 244 821 100/1 - Fax: 244 821 102 - Email: jornal@omensageiro.com.pt - Web: www.omensageiro.com.pt Impressão e Expedição CORAZE - Oliveira de Azeméis - Tel: 256 600 580 / Fax: 256 600 589 - E-mail: grafica@coraze.com Depósito Legal 2906831/09

Tabela de Assinaturas para 2009 Destino Nacional Europa Resto do Mundo

Normal Benfeitor 20 euros 40 euros 30 euros 60 euros 40 euros

Preço avulso - 0,80 euros

DESPORTO 15

O Mensageiro

19.Novembro.2009

Atletismo | Leiria

João Silva vence JV melhor

O triatleta João Silva, natural da Benedita, Alcobaça, e Ana Patrícia Ferreira, de Torres Novas, foram os vencedores (seniores) da 35.ª Meia Maratona Internacional da Nazaré, que se correu no dia 15 de Novembro.

Judo | Leiria

Lis Tiger no pódio Quatro vitórias, num total de sete lugares no pódio, foi o saldo da equipa do Lis Tiger Club, no torneio que decorreu, dia 14 de Novembro, no âmbito do 33.º aniversário da Associação Distrital de Judo de Leiria.

André Oliveira (-30 kg), Bernardo Vieira (-26 kg), Renato Menino (-46 kg) e Rafael Andrino (-34 kg), foram os atletas que subiram ao lugar mais alto do pódio.

A equipa da Juventude Vidigalense (JV) terminou no 3.º lugar do Cross de Torres Vedras, disputado no dia 15 de Novembro.

Destaque ainda para vitória da juvenil Ana Alves, os pódios dos infantis Francisco Rodrigues (2.º lugar) e Joana Ferreira (3.º).

Andebol | Leiria

Dupla no topo As equipas femininas do Colégio João de Barros (Pombal) e Juve Lis (Leiria) ocupam, respectivamente, o 2.º e 3.º lugar do campeonato nacional da 1.ª Divisão, fruto das vitórias – respectivamente, SIR 1.º de Maio (Marinha Grande), por 27-18, e CS Madeira, por 34-11 – que conseguiram no passado fim-de-semana, em que se disputou a 9-ª jornada. O SIR 1.º de Maio ocupa o 8.º lugar, porém, apenas disputou sete jogos, tal como o líder, Madeira SAD. Já o Colégio João de Barros tem mais um e a Juve Lis três.

liga vitalis

liga sagres

I LIGA

II LIGA

9.ª Jornada (08.11) V. Guimarães x Sp. Braga (1-0),V.

10.ª Jornada (15.11) D. Chaves x Penafiel (2-0), Beira-

Natação | Bairro dos Anjos comemora 25.º aniversário

Sara Cruz com marca histórica A leiriense Sara Cruz (na foto) foi uma das atletas em destaque no Torneio de Natação 25.º Aniversário do Bairro dos Anjos (BA), que decorreu em Leiria, no dia 14 de Novembro, ao vencer nos 200 metros mariposa, onde conseguiu “a 4.ª melhor marca [2:12.71] de sempre em Portugal”, adiantou o treinador da atleta, João Paulo Fróis. Em destaque esteve também César Faria (BA), também eleito como o melhor atleta do torneio. O vencedor foi o Clube Náutico Académico (Coimbra).

Mais vitórias individuais – 10 em 21 possíveis – não chegaram para o clube aniversariante vencer o seu próprio torneio, terminado, assim, no segundo lugar.

Uma das referências foi César Faria (BA), que foi o melhor nos 100 e 200 metros livres, bem como nos 100 metros costas, tal como a sua colega de equipa, Sara Cruz, que venceu nos 100 e 200 metros mariposa. Outra das referências, no que toca a clubes da região, foi Victoria Kaminskaya (Pimpões, Caldas da Rainha), que não

fed. portuguesa futebol zona centro

II DIVISÃO

8.ª Jornada (15.11) Monsanto x Ol. Bairro (1-0),

Mar x Trofense (1-2), Sp. Covilhã x Santa Clara (realizado após fecho), Portimonense x Fátima (3-3), Feirense x Carregado (1-0),Varzim x D. Aves (0-0), Estoril x Freamunde (0-0), Oliveirense x Gil Vicente (1-1) Equipa J V E D Pts 1.º Feirense 10 5 3 2 18 2.º Portimonense 10 5 3 2 18 3.º Santa Clara 9 4 4 1 16 4.º Beira-Mar 10 5 1 4 16 5.º Gil Vicente 10 4 3 3 15 6.º Oliveirense 10 4 3 3 15 7.º Trofense 10 4 2 4 14 8.º Fátima 10 3 4 3 13 9.º D. Aves 10 2 7 1 13 10.º Estoril 10 2 6 2 12 11.º Freamunde 10 2 4 4 10 12.º D. Chaves 10 2 4 4 10 13.º Varzim 10 2 4 4 10 14.º Penafiel 10 2 4 4 10 15.º Sp. Covilhã 9 3 1 5 10 16.º Carregado 10 2 3 5 9

Praiense x Pampilhosa (adiado), Arouca x Ac.Viseu (1-0), Operário x Marinhense (3-0), Mafra x Tourizense (1-2), Sertanense x U. Serra (0-0), Tondela x Esmoriz (0-1),V. Pico x Eléctrico (1-2)

10.ª Jornada (29.11) Sp. Braga x U. Leiria, Académica

11.ª Jornada (29.11) Gil Vicente x D. Chaves,

9.ª Jornada (29.11) Monsanto x Praiense, Pampilhosa

x V. Setúbal, Sporting x Benfica, Olhanense x V. Guimarães, Porto x Rio Ave, Belenenses x Marítimo, Nacional x Naval, P. Ferreira x Leixões

Penafiel x Varzim, Carregado x Estoril, D. Aves x Oliveirense, Fátima x Feirense, Sp. Covilhã x Portimonense, Trofense x Freamunde, Santa Clara x Beira-Mar

x Arouca, Ac.Viseu x Operário, Marinhense x Mafra, Tourizense x Sertanense, U. Serra x Tondela, Esmoriz x V. Pico, Ol. Bairro x Eléctrico

Setúbal x Olhanense (0-0), Benfica x Naval (1-0), U. Leiria x Académica (1-1), Leixões x Nacional (2-4), Beleneneses x P. Ferreira (0-3), Marítimo x Porto (1-0), Rio Ave x Sporting (2-2) 1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º 11.º 12.º 13.º 14.º 15.º 16.º

Equipa Sp. Braga Benfica Porto Nacional Marítimo Rio Ave U. Leiria Sporting V. Guimarães P. Ferreira Naval V. Setúbal Olhanense Belenenses Leixões Académica

J 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10

V 8 8 6 5 4 3 3 3 2 2 3 2 1 1 2 1

E D Pts 1 1 25 1 1 25 2 2 20 2 3 17 3 3 15 6 1 15 5 2 14 5 2 14 4 4 10 4 4 10 1 6 10 2 6 8 5 4 8 5 4 8 2 6 8 4 5 7

1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º 11.º 12.º 13.º 14.º 15.º 16.º

Equipa Tourizense Arouca Monsanto Esmoriz Tondela Mafra U. Serra Operário Praiense Marinhense Pampilhosa Ac.Viseu Sertanense Eléctrico V. Pico Ol. Bairro

J V E D Pts 8 5 2 1 17 8 4 2 2 14 8 4 2 2 14 8 4 2 2 14 7 4 1 2 13 8 4 1 3 13 8 3 3 2 12 8 3 2 3 11 7 3 2 2 11 8 3 2 3 11 8 2 3 2 9 8 3 0 6 9 8 2 2 4 8 8 2 2 4 8 8 1 2 5 5 8 1 2 5 5

Futebol | Leiria

Taça de Portugal Freamunde x U. Leiria, Nacional x Fátima e D. Chaves x U. Serra são os jogos, envolvendo equipas da região, relativos à 4.ª eliminatória da Taça de Portugal, agendada para o dia 22 de Novembro.

Futsal | Leiria

Selecção distrital

DR/Arquivo

Atletismo | Nazaré

deu hipóteses nos 100 e 200 metros bruços. Do distrito de Leiria venceram ainda Adriana Lisboa (BA), 100 metros livres; Andreia Anjos (BA), 100 metros costas; Mara Silva (BA), 200 metros costas; Miguel Diogo (Clube de Natação de Alcobaça), 200 metros mariposa; Miguel Machado (Benedita Sport Clube Natação), 200 metros costas; e a estafeta 4x400 metros estilos do BA (Andreia Anjos, Mara Silva, César Faria e Heldes Godinho).

“Prata” para Leiria Entretanto, a selecção de Associação de Natação do Distrito de Leiria (ANDL) foi 2.ª classificada no Tor-

neio Inter-Associações, que decorreu na Mealhada, dia 14 de Novembro. No somatório dos pontos averbados pelas equipas masculina e feminina, a selecção da Associação de Natação Norte Portugal (506) foi a melhor, seguida da ANDL (412) e da Associação de Natação de Aveiro (318).

Absolutos de Portugal Um dos próximos momentos que a modalidade irá viver é o dos campeonatos absolutos de Portugal, que a Federação Portuguesa de Natação agendou para a cidade do Lis, dia 4 de Dezembro.

Pedro Jerónimo pj@omensageiro.com.pt

fed. portuguesa futebol

III DIVISÃO série D

série

E

8.ª Jornada (15.11) Gândara x Penamacorense (3-0),

8.ª Jornada (15.11) Casa Pia x Peniche (3-0), Caldas

F. Algodres x Sp. Pombal (1-2), Nelas x Sourense (0-1), Alcains x B.C. Branco (1-1), Mangualde x V. Mocidade (3-0), Anadia x Tocha (2-0)

x Alcochetense (1-2), Ol. Moscavide x Sintrense (0-3), Gavionenses x Portomosense (1-1), 1.º Dezembro x Oeiras (0-1), Torreense x Tojal (1-0)

1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º 11.º 12.º

Equipa Sourense Anadia Sp. Pombal F. Algodres Gândara B.C. Branco Mangualde Tocha V. Mocidade Penamacorense Nelas Alcains

J V E D Pts 8 5 3 0 18 8 5 2 1 17 8 4 2 2 14 8 4 1 3 13 8 3 3 2 12 8 3 3 2 12 8 3 2 3 11 8 3 1 4 10 8 2 2 4 8 8 1 5 2 8 8 0 3 5 3 8 0 3 5 3

1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º 7.º 8.º 9.º 10.º 11.º 12.º

Equipa Casa Pia Tojal Torreense Sintrense Alcochetense Oeiras 1.º Dezembro Caldas Peniche Portomosense Ol. Moscavide Gavionenses

J V E D Pts 8 6 2 0 20 8 5 0 3 15 8 4 2 2 14 8 4 1 3 13 8 4 1 3 13 8 3 3 2 12 8 2 3 3 9 8 2 3 3 9 8 2 3 3 9 8 1 5 2 8 8 1 2 5 5 8 0 3 5 3

9.ª Jornada (06.12) Gândara x F. Algodres, Sp. Pombal

9.ª Jornada (06.12) Casa Pia x Caldas, Alcochetense

x Nelas, Sourense x Alcains, B.C. Branco x Mangualde,V. Mocidade x Anadia, Penamacorense x Tocha

x Ol. Moscavide, Sintrense x Gavionenses, Portomosense x 1.º Dezembro, Oeiras x Torreense, Peniche x At. Tojal

A selecção feminina de Sub19 da Associação de Futebol de Leiria vai disputar, nos dias 21 e 22 de Novembro, em Vila da Tocha, Coimbra, o Torneio Protocolar. Como adversarias terá as suas congéneres do Porto, Coimbra e Aveiro.

Futebol | Caldas

Arbitragem

A cidade das Caldas da Rainha vai acolher, nos dias 21 e 22 de Novembro, o 1.º Congresso Internacional de Arbitragem, que irá debater temas como a profissionalização, a adopção de novas tecnologias e a formação. Mais informações em www.apaf.pt/apaf/ congresso.

ass. futebol de leiria

HONRA

8.ª Jornada (15.11) Guiense x Fig.Vinhos (6-1),

Pedroguense x Outeirense (2-3), Pilado x Bombarralense (0-2), Gaeirense x Meirinhas (4-1), Marrazes x Alq. Serra (2-2), Beneditense x Alcobaça (0-1),Valcovense x Pataiense (1-0), Ansião x Nazarenos (0-1) Equipa J V E D Pts 1.º Bombarralense 8 8 0 0 24 2.º Valcovense 8 5 2 1 17 3.º Guiense 8 5 1 2 16 4.º Alq. Serra 8 5 1 2 16 5.º Alcobaça 8 4 3 1 15 6.º Nazarenos 8 4 1 3 13 7.º Gaeirense 8 3 3 2 12 8.º Pataiense 8 4 0 4 12 9.º Beneditense 8 3 1 4 10 10.º Meirinhas 8 3 1 4 10 11.º Pedroguense 8 3 0 5 9 12.º Outeirense 8 3 0 5 9 13.º Ansião 8 1 3 4 6 14.º Marrazes 8 0 5 3 5 15.º Fig.Vinhos 8 1 2 5 5 16.º Pilado 8 0 1 7 1 9.ª Jornada (22.11) Guiense x Pedroguese, Outeirense

x Pilado, Bombarralense x Gaeirense, Meirinhas x Marrazes, Alq. Serra x Beneditense, Alcobaça x Valcovense, Pataiense x Ansião, Fig.Vinhos x Nazarenos PUB

ÚLTIMA 19NOVEMBRO2009

Deus é o caminho mais curto entre o zero e o infinito, tanto numa direcção como na outra Alfred Jarry, escritor francês (1873-1907)

Na Semana dos Seminários...

Crónica de Viagem - 3 Nos passos de S. Paulo - Malta e Roma

Fotos: André Batista

Colégios da cidade visitam o Seminário Ao longo da Semana dos Seminários, os dois colégios católicos da cidade de Leiria quiseram conhecer o Seminário Diocesano, trazendo até cá alguns grupos de alunos.

O Colégio de Nossa Senhora de Fátima fez-se representar pelas várias turmas do 5º ano. Começaram por ser recebidos pelo padre André Batista, que os levou a conhecer a casa por

dentro e por fora, seguindo depois para o auditório, onde se desenrolou um diálogo sobre o Seminário e a sua missão na Igreja.

No final, foi lançado o convite para que, durante esta semana, não esquecessem o Seminário nas suas orações.

Na sexta-feira, foi a vez do Colégio da Cruz da Areia, que começou também por visitar a casa,

Donativos e informações Seminário Diocesano • 2414-011 Leiria Tel. 244832760 • Fax 244821102 email: sdl.reitoria@mail.telepac.pt NIB: 0018 0000 03669452001 72

LMFerraz

(Se pretender recibo para IRS, envie email com nome, morada e NIF)

passando depois para o auditório, onde conheceram os seminaristas João Vieira e António, ambos do Ano Propedêutico , com os quais ficaram a conhecer melhor quem aqui habita e porque decidiram seguir a vida do sacerdócio.

Seguiu-se um momento completamente inesperado... um jogo de futebol com os seminaristas.

Segunda-feira, 19-10-2009. Depois de meia noite dormida à pressa e de um simulacro de pequeno almoço pelas 4:30h. da madrugada (“sacrifícios” exigidos pelos horários do transporte aéreo com todas as formalidades que o antecedem), eis-nos no voo para Roma, com escala em Reggio di Calabria, tendo chegado à capital italiana (a capital do Império romano no tempo de S. Paulo) sensivelmente a meio da manhã.

E, se relermos a narrativa da viagem de Malta a Roma, feita por Lucas (Act 28, 11-14), e seguirmos um mapa actual, parece-me que não será absurdo concluir que poderemos ter seguido, por ar, uma rota muito semelhante à que S. Paulo seguiu por mar. A viagem deste foi concluída por terra porque, chegado a Putéolos (actual Pozzuoli), na Baía de Nápoles, foi autorizado a passar sete dias nesta cidade com um pequeno grupo de cristãos que aí havia. Só depois seguiu para Roma, onde entrou pela Via Ápia, tendo sido recebido por irmãos daquela cidade que foram ao seu encontro até Foro de Ápio e Três Tabernas (Act 28,15).

Afinal também nós entrámos em Roma por terra, mas não a pé, nem pela Via Ápia (a esta haveríamos de ir à tarde): percorremos de autocarro os cerca de 35 quilómetros que separam o aeroporto Leonardo da Vinci, em Fiumicino, do Centro histórico de Roma, onde me senti como que a viver em duas épocas distintas, saltando constantemente do séc. XXI para Antiguidade, mesmo vendo a Roma antiga só de passagem.

Primeira visita: o Coliseu. É possível que, à primeira vista, diante do Anfiteatro Flávio (o seu verdadeiro nome) ninguém se tenha sentido perante o desconhecido, ainda que nunca ali tivesse estado antes, tantas as representações gráficas, fotográficas, fílmicas, televisivas que já todos teríamos – o que iria inevitavelmente acontecer com outros locais e monumentos de Roma. Mas estar ali, sentir-se pequeno junto daquele “colosso” arquitectónico e obra extraordinária de engenharia com cerca de dois mil anos, poder olhar, tocar, respirar a atmosfera, fazia toda a diferença. Mesmo para quem repetia a experiência, atrevo-me a dizer. E ainda que não existam provas documentais de que os cristãos fossem ali martirizados (as execuções capitais ocorriam geralmente nos circos, nos teatros ou até nas ruas), não deixa de ser plausível que o martírio de cristãos tivesse também lugar no maior e mais imponente local de espectáculos de Roma, o Coliseu. O facto é que este viria a ser consagrado aos mártires cristãos, o que impediu a sua destruição, ainda que muitas pedras da sua fachada tenham sido aproveitadas para a construção da Basílica de S. Pedro (a reciclagem em Roma).

E mantém ainda fortes ligações à Igreja: todos os anos o Papa conduz ali a Via Sacra na Sexta-feira Santa.

E S. Paulo, terá estado no Coliseu?

Seguramente que não. Paulo viveu em Roma nos três ou quatro primeiros anos da década de 60 e o Coliseu foi inaugurado

no ano 80 da nossa era. No entanto, não deixa de ser um dos lugares que nos dão uma boa ideia de Roma no tempo de S. Paulo, se bem que encontrar o Apóstolo na Roma do século I não seja fácil. Ao que se sabe terá estado aqui em “prisão domiciliária”, não sendo possível saber onde terá vivido durante esse período ou se alguma vez terá visitado os lugares mais importantes de Roma. Também não se sabe quanto tempo aí terá vivido, quando e como terá decorrido o seu encontro com Nero – neste aspecto o Epílogo dos “Actos dos Apóstolos” é pouco esclarecedor. Mas terá seguramente tido uma vida dura nesta cidade, onde chegou num período em que as tensões entre judeus e gentios já seria uma realidade, que a sua presença contribuiria para intensificar, tendo vivido momentos de abatimento e solidão, anunciando sempre “o Reino de Deus e ensinando o que diz respeito ao Senhor Jesus Cristo, com o maior desassombro e sem impedimento”(Act 28,31). É provável que o tenha feito mesmo no tribunal de Nero, num julgamento “a brincar”, como o de Jesus, tendo sido igualmente condenado à morte. Livrou-se da ignomínia da crucifixão (o que já não aconteceu a Pedro, martirizado pela mesma altura) por ser cidadão romano, tendo sido decapitado algures a sudoeste da cidade.

Estes passos finais de Paulo já nós pudemos seguir. Primeiro, na Abadia de Tre Fontane – as três fontes que, segundo a tradição, brotaram nos locais onde a cabeça de Paulo terá tocado o solo. A actual Igreja de S. Paulo foi construída no séc.

XVI sobre a primeira, erigida no século V, e nela se podem ver as três fontes e a coluna à qual Paulo terá sido amarrado quando foi executado. Depois, na Basílica de S. Paulo Extramuros, em cujo coração se encontra o túmulo de S. Paulo. A primitiva igreja, mandada construir no local por Constantino, foi substituída por uma enorme basílica mandada edificar pelo imperador Teodósio. Consagrada no ano 390, seria a maior igreja da cristandade até ao séc. XV, (quando foi construída a basílica de S. Pedro), mas a actual, reconstruída no séc. XIX, depois de um incêndio que a destruiu em 1823, conserva pouco da basílica primitiva. No entanto, foi a reconstrução que permitiu encontrar uma inscrição em caracteres do tempo de Constantino “a Paulo, apóstolo e mártir”, concluindose, com grande certeza, que ali repousa o corpo de Paulo.

Eram o momento e o local certos para a Eucaristia, que completaria o nosso encontro com o Apóstolo. A primeira leitura (Act 22,3-16) correspondia ao discurso de Paulo em Jerusalém, em que este faz uma retrospectiva da sua vida, com relevo para o “encontro e chamamento” a caminho de Damasco. Do fim, testemunhado pelas igrejas visitadas, voltávamos ao princípio, refazendo o seu percurso como apóstolo: a missão que Paulo aceitou, abraçou-a com um zelo sem limites que acabaria por conduzi-lo ao martírio.

Celme Pedreiro