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Aumento da tarifa de ônibus gera descontentamento em usuários

O novo valor da tarifa do transporte coletivo, que começou a vigorar na segunda-feira, dia 6, gerou várias reclamações por parte do usuários. A reportagem do Jornal Minuano acompanhou a movimentação junto aos ônibus para ouvir a população que utiliza o serviço. Uns afirmam que, mesmo com a elevação do valor, a qualidade carece de melhorias; outros destacaram que as vias, por onde trafegam os coletivos, estão intransitáveis, causando desconforto na hora das viagens. A maioria, de qualquer forma, entende que o atual preço da passagem é muito alto para o trabalhador.

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A decisão pelo novo valor ocorreu em reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte Urbano e Rural (Comtur), no dia 27 de janeiro, mas somente divulgado na sexta-feira, dia 3. A reunião contou com a presença de sindicatos, associações, entidades de classe, representantes da sociedade civil organizada e outros membros da entidade. No encontro, foi deliberado que o valor deveria ser de R$ 5,54, segundo cálculo tarifado realizado pela empresa Fundatec. Todavia, como foi destacado pela assessoria de comunicação da Prefeitura de Bagé, o valor representaria um reajuste muito elevado. O último aumento na passagens foi em 2021, quando o valor passou para R$ 4,15.

A aposentada Gilza Trindade Vargas, de 64 anos, salientou que usa bastante o serviço ônibus e que não vê a hora de completar 65 anos para conseguir a isenção.

“A passagem pesa muito no orçamento. Minha filha, por exemplo, precisava pegar ônibus quatro vezes ao dia, agora seriam R$ 20. É uma despesa grande”, disse.

Para a diarista Karen Bel Suñe, de 42 anos, o aumento foi muito elevado. “Utilizo o transporte cerca de três vezes por dia e pesa muito no orçamento. Se pagarem R$ 70 pela faxina, fico com R$ 55 e não dá para comprar nada no mercado. Além disso, as ruas estão esburacadas, estragando os veículos”, comenta.

A produtora Belke Pereira, de 57 anos, vive na zona rural, mas se desloca seguidamente à cidade. Ela confessa que ficou ‘apavorada’ com o valor da passagem. “É caro e sem conforto nenhum. Em determinados horários é muito lotado e calor. O salário mínimo teve um pequeno aumento”, enfatiza.

O aposentado Carlos Alberto Gomes, de 68 anos, conta que não paga mais a passagem, mas defende que R$ 0,85 de aumento é muito alto para quem usa diariamente. O mesmo pensa a cuidadora Sônia Mara da Rosa, de 50 anos, que utiliza o transporte duas vezes por dia. “Tá difícil, os ônibus apertados, sem nenhuma qualidade”, analisa.

A comerciária Tais Hidalgo, de 18 anos, mora na zona leste. Ela precisa pagar três passagens diárias, porque trabalha em dois locais. “Está tudo muito precário. À noite, quando volto, não tem mais ônibus e tenho que ir a pé. Além disso, há alguns dias, andei em um ônibus que não tinha a parte de cima e outro estra- gou no caminho e as pessoas precisaram pagar outra passagem para pegar outro ônibus. Só aumenta o valor, mas não melhora o serviço”, avalia.

Justificativas

O aumento na tarifa do transporte coletivo, segundo o Comtur, é porque, nos últimos anos, as empresas que realizam o serviço têm feito melhorias na frota, com a aquisição de ônibus novos. Outro fator seriam os prejuízos causados pela pandemia da Covid-19 ao setor, em virtude das medidas restritivas, que impediram muitas pessoas de saírem de suas casas. Entre outros motivos alegados estão os prejuízos decorrentes do aumento de todos os custos, sem exceção, especialmente do diesel (140%), pneus e peças de reposição (60%) e salários, benefícios e encargos (25%).

Uma comissão formada por pequenos produtores e vereadores de Candiota, participou, na segunda-feira, dia 6, de uma reunião com o secretário de Agropecuária do município, Claudivan Brusque. Os participantes cobram, do governo, um apoio para minimizar os efeitos da estiagem.

Conforme a vereadora Luana Camacho Vais, a comissão foi formada no dia 21 de janeiro, quando houve uma reunião no Assentamento 8 de Agosto. Ela explica que, na semana passada, a situação foi apresentada ao prefeito Luis Carlos Folador. “Pedimos o aumento no número de caminhões-pipa para abastecer a zona rural, e silagem, principalmente para o gado de leite”, disse.

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