Boletim Informativo FCNews

DO

OUTRO

DA

LADO

CAMÊRA

A REALIDADE DOS JORNALISTAS DURANTE A PANDEMIA

12/2020

FINANCEIRA OLIVEIRA

EDITORIAL O projeto de Boletim informativo temático do 2º período de Jornalismo da Faculdade Canção Nova, na edição de 2019, surge com o tema “Quarentena”, na perspectiva da realidade dos jornalistas durante a pandemia. A partir disso, nomeamos o projeto como “Do outro lado da câmera”, onde selecionamos entrevistados e dados, que seriam potencialmente, úteis para o conhecimento do leitor sobre as variadas áreas do jornalismo que, foram mais do que essenciais para a informação da população durante esse período de isolamento social no Brasil.

Nossa

equipe

conta

com

cinco

integrantes que, por meio de muito diálogo e pesquisa, se aprofundaram no assunto para assim, elaborar um conteúdo de qualidade e relevância.

Além

especialmente

disso,

nos

preocupamos

também,

com

as

fotos

e

distribuição dos conteúdos e complementos, porque entendemos que para informar e proporcionar a experiência da visão de uma outra realidade, todo o conjunto gráfico e editorial importa. Por fim, agradecemos a todos os entrevistados que contribuíram para a elaboração desde boletim, e concluímos afirmando que a única intenção na produção deste

produto

é

proporcionar

um

conhecimento mais amplo sobre as áreas de atuação

da

profissão

consequentemente,

jornalística

corroborar

para

e uma

maior valorização do serviço prestado a população

por

todos

os

jornalistas

que

trabalham a favor da verdade e foram linha de frente, se subestimando a riscos nesse tempo atípico que estamos vivendo no país.

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DO OUTRO LADO DA CÂMERA

O jornalista que soube pela TV que

estava com Coronavírus

Marcelo Magno foi diagnosticado com Covid-19 uma semana após ter voltado do Rio de Janeiro. Com os colegas apreensivos, toda a redação do jornalismo da TV Clube fechou temporariamente.

Por Mauricéia Silva O apresentador da TV Clube afiliada da Rede Globo Nordeste havia participado do revezamento em que apresentadores passam pela bancada do Jornal Nacional. Uma semana após o retorno pra casa, veio a internação.

Tudo começou quando, no quarto em que estava internado, ligou a televisão percebeu algo diferente: não era o Bom dia Piauí que estava no ar, mas o Bom Dia Pernambuco. Ao receber os cumprimentos do apresentador pernambucano com estranheza, pensou se tratar de uma transmissão via parabólica.

“E aí, logo na abertura, o Pedro, apresentador, disse: Desde a semana passada que nós estamos

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apresentando aqui o Bom dia Pernambuco também para o Piauí, já que o apresentador Marcelo Magno nosso colega, foi diagnosticado com covid-19 e os colegas da TV Clube estão em quarentena. Nessa hora eu fiquei em choque, seis horas da manhã, colado na cama na UTI, comecei a chamar os enfermeiros para chamar um médico para vir conversar comigo, até então eles estavam me poupando de informações porque, tinha previsão de uma conversa entre o entre os médicos e um psicólogo comigo, para poder me comunicar do meu diagnóstico de covid 19, que seria o primeiro confirmado no Piauí. Mas eu acabei sabendo pela TV, olha só.”

Era apenas uma mostra do que estava acontecendo

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em cadeia nacional. A essa altura, telejornais de todo o país já repercutiam o caso do apresentador Marcelo Magno e de uma redação inteira de portas fechadas porque todos haviam contraído o vírus.

“E aí, aos poucos, eu fui sabendo que tinha aquela repercussão nacional, porque eu estava incomunicável, né? Estava sem celular, sem nada.

Foi assim, algo realmente que eu passei meses, os três primeiros meses ainda digerindo, e descobrindo todo dia uma coisa nova que aconteceu naquele intervalo de tempo.”

Em meio à pandemia, estar na linha de frente deu destaque aos profissionais da saúde pela destemida luta pela sobrevivência, mas houve quem lutasse para que os isolados soubessem o que acontecia do lado de fora de suas residências, os jornalistas. Esses profissionais atuaram incansavelmente para que as informações verdadeiras desbancassem as fake news, para lidar com números assustadores, até por não serem apenas números, mas vidas humanas. Por outro lado, estatisticamente também alertaram para a prevenção: fique em casa, passe álcool gel nas mãos, frases expressas nos noticiários. Eles mostraram o que muitos não gostariam de ver: alas de emergência lotadas, fraudes tão assassinas quanto o vírus, novos heróis nascidos dos mais diversos contextos e contratempos.

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Surgem aí os novos heróis da pandemia: os dos cliques, da coragem em meio ao desespero de tantos sepultamentos, heróis na arte de se reinventar e, de noticiar. Como manter o equilíbrio em meio a tanta angústia, como enfrentar o vírus para noticiar, mesmo na dor, e por vezes, em vigília, ausente da família?

Repórteres, produtores, apresentadores, cinegrafistas, fotojornalistas, editores… que arte seria mais intrépida do que a coragem de noticiar que o próprio jornalista era a vítima da vez?

Aconteceu com o Piauiense Marcelo Magno, apresentador da TV Clube, afiliada da Rede Globo Nordeste. “Como eu fui aqui no Piauí o primeiro caso confirmado de Covid-19 em março, o protocolo adotado pela TV clube em comum acordo com a Globo, foi o fechamento da emissora a quarentena total.”, afirmou Magno. O apresentador contou sobre o período em que toda a redação do jornalismo da TV Clube fechou temporariamente.

A emissora passou duas semanas retransmitindo o sinal da TV Globo Nordeste de Recife. Chegou a ficar até sem programação local.

“Então, como repercutiu nacionalmente, na imprensa nacional, no próprio jornal nacional, todos os dias eu dava informações sobre o meu estado de saúde, até o momento que eu tinha

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recebido alta, que eu voltei para casa, eu tive algumas participações inclusive no dia que a TV voltou a apresentar a programação normal, e foi a primeira vez que teve essa interrupção em quase 50 anos, tem 47 anos a emissora…”

Tendo acordado em desespero, com a impressão de que havia dormido apenas meia hora, veio o “choque de realidade”: Marcelo Magno foi informado pela TV de que aquele era o sétimo dia em que estava na UTI. Porém, como descreve o apresentador, o sentimento era de que havia passado por um “apagão”.

No dia 23 de março, Marcelo Magno recebeu alta. Estava sem sequelas. O apresentador foi o primeiro paciente curado no estado. A recuperação ganhou repercussão nacional.

“E assim as pessoas comemorando, vibrando comigo a comigo a cada notícia boa...as pessoas em oração nas redes sociais, assim, foi uma enxurrada de mensagens... mensagens para a emissora que eu trabalho.”

Depois de quase dois meses afastado, Magno voltou à apresentação da TV Clube. O calor do retorno foi sentido não só nos telespectadores, mas também nas pessoas que ficaram em oração em frente à emissora para recepcioná-lo. Segun-

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do a repórter Lalesca Setúbal, da TV O Dia, da Rede TV, o clima de expectativa das pessoas era semelhante ao de um jogo de Copa do Mundo: “Quando a programação da Clube voltou com o Marcelo Magno fizeram um primeiro jornal tipo um especial, entendeu? Deu até notícia no Jornal Nacional, tipo, William Bonner sobre o caso do Marcelo Magno, que ele tinha ido apresentar o jornal Nacional lá e tudo, e que ele tinha pegado Covid, e que toda redação lá do Rio de Janeiro, estava torcendo pela recuperação dele, e tal.

Quando a Clube voltou ao ar, parecia jogo de futebol, que é a maior torcida. Todo mundo tava curioso pra saber como seria o primeiro jornal da Clube.”

Marcelo Magno, é casado com Suellen Nunes, tem quatro filhos e uma cadelinha chamada Mel. Apaixonado por Comunicação, é muito feliz e grato à Deus por atuar como professor nas áreas que mais gosta de Jornalismo e Direito.

Gosta muito de futebol, o time do coração é o Flamengo.

Natural de Teresina Piauí, nasceu em 15 de Agosto de 1982, tem 38 anos, é Advogado, apresentador da TV Rádio Clube e plantonista do Jornal Nacional.

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Mudanças na vida de um repórter

Como os repórteres tem agido durante a pandemia Por Francielli Bachião.

Como já vimos, não está sendo nada fácil para os jornalistas; Hoje, vamos ver como está sendo para eles, encarar a vida profissional durante a pandemia, quais foram as mudanças e como está sendo a vida de um jornalista e repórteres.

Então fomos conversar um pouco a respeito disso tudo com a repórter Lalesca Setúbal. Ela nos contou que no começo da pandemia, os repórteres de rua, cinegrafista e motoristas, estava saindo normal, até que houve um caso no Piauí, que foi do apresentador, Marcelo Magno; Com o caso dele, todas as emissoras pararam, os repórteres passaram a ficar dentro da TV, faziam as reportagens dentro da TV, foi onde começaram a seguir os modelos de pedir vídeos na horizontal para os entrevistados.

Completou dizendo “Eu comecei a produzir além da reportagem, comecei a participar do jornal, em alguns blocos. Eu também fazia participações no jornal, falando sobre as minhas reportagens como se fosse uma apresentação; As passagens para as reportagens eram feitas em lugares neutros, na frente da TV, na rua da TV. Mas a gente não entrava em contato com as outras pessoas, por exemplo a gente não fazia mais o fala povo, a gente não ia para casa do entrevistado, a gente não ia para outros locais, até porque também, estava tudo fechado né”. Contudo, ela sendo repórter de rua e trazendo informações hodiernaPÁGINA 05

mente para toda população, ela com certeza poderia se sentir enaltecida e honrada com seu trabalho, mas ela expôs que se sentiu importante por estar narrando uma pandemia, dando informações, dando toques adequados nas redes sociais; Ela ainda comentou “As pessoas chegavam para mim para perguntar informações, então eu me sentia muito útil, eu acho que é isso, eu me sentia útil para as pessoas e não enaltecida, até porque a nossa profissão não tem nada de enaltecimento” Quando os comércios e demais lugares começaram a voltar e assim os jornalistas também, ela findou que foram voltando aos poucos, com um certo medo, mas com muito cuidado. Discorreu que no começo foram fazer entrevistas com dois microfones, em locais abertos, como nas praças, ruas e afins, com distanciamento com álcool e máscara; Seguindo todos os procedimentos exigidos pela OMS. Para concluir, relatou “Depois a gente começou a ir para os locais, como na sala dos entrevistados, a gente ia entrevistar alguém no Ministério Público, da Prefeitura, a gente entrava do mesmo jeito, mas não tinha coletiva de imprensa, todas as coletivas de imprensa, era online, para não ter aglomeração. Por fim, a gente começou a voltar ao normal, fazendo o fala povo, hoje eu faço fala povo normal, com máscara, higienizando sempre o microfone, faço rapidinho e entro no carro”.

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O olhar sensível do fotógrafo.

Fotojornalista enfrenta dificuldades nos múltiplos cenários da pandemia.

Por Danieli Andrade Com a Pandemia do Novo Coronavírus, os profissionais da fotografia enfrentam inúmeras dificuldades, foi preciso inovar e se reinventar, já que esses profissionais retratam a realidade. Os fotojornalistas, estão entre as frentes da pandemia, é uma das funções mais importantes do jornalismo, o profissional precisa ser muito persuasivo, muito atento, ter muito conhecimento no que ele quer transmitir, além da criatividade, pois, como disse o Fotojornalista Ed Alves “a imagem deve falar por ela mesma.”

Para o Fotojornalista Ed Alves, 44 anos, Brasília/DF, atuante há mais de 10 anos no Jornal Correio Braziliense, declarou que uma das principais dificuldades, é o medo do contágio no trabalho, ele conta que são diversas as informações sobre a contaminação, ele conta que teve muito medo, já que esteve em locais com grande número de pessoas, teve colegas de trabalho que se contaminaram, Ed contou que fez o teste, constou negativo.

O profissional é casado, tem duas filhas, preocupado com a família, ele convive com insegurança, medo diariamente, mesmo tomando os devidos cuidados, ele conta que se sente inseguro, com medo de trazer o vírus para casa.

Além de que ele passou por muitas situações de ansiedade, e estresse pela redução salarial, com isso adquiriu Herpes Zoster, uma infecção viral provocada pelo mesmo vírus da catapora, adquiriu devido a pandemia.

E ele não foi o único, com as preocupações, os jornalistas em geral, enfrentam essa situação delicada com o psicológico, segundo dados de uma pesquisa realizada pela FIJ (Federação Internacional dos Jornalistas) houve um aumento de 61,25% de casos de ansiedade e estresse nos jornalistas, dentre os jornalistas entrevistados 22%, foram brasileiros responsáveis do total de respostas da pesquisa.

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Foto: banco de imagens Ed Alves

O fotojornalista contou que decorrente a pandemia, obteve a redução do trabalho, que resultou no prejuízo financeiro, ele conta que a carga horária dele é de 7 horas diárias, que gerou muita tensão, sendo inevitável que o corpo também passe por impactos, “Herpes zoster é o estresse que a gente tem, eu tive redução salarial, me apertou muito financeiramente, além da conta,... diminuiu meu trabalho. O fotógrafo é na rua o tempo todo, eu faço meu horário reduzido, eu tinha que trabalhar sete horas por dia, hoje eu trabalho seis, cinco horas e quarenta minutos uma redução de uma hora e vinte” disse ele.

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Resultou também um grande déficit econômico, em razão aos muitos trabalhos não realizados como freelancer, Ed Alves contou que passou por essa dificuldade com a redução e cancelamento desses trabalhos. Essa é a realidade de diversos jornalista, na pesquisa realizada pela FIJ, mostra também que, dos 295 profissionais jornalistas que responderam à pesquisa que 46,92% são freelancers.

Na pesquisa consta outros fatores que contribuíram para o aumento da ansiedade e estresse, desses profissionais do jornalismo, referente aos salários, 59,18% responderam que tiveram reduções e 40,82% responderam que não foram afetados negativamente em questões financeiras. Houve também uma questão sobre a restrições no trabalho do jornalista, que permitiu resposta aberta, quase 70% indicam impactos negativos entre os profissionais.

Mesmo em meio a tudo isso, preocupação com a informação de qualidade é prioridade. Ed Alves precisou ser cauteloso, ele conta que quando vai para determinado lugar, ele evita locais com muitas pessoas, ficando mais isolado. Deixando assim o trabalho com mais dificuldade, ele precisou estabelecer limites, evitando o contato, que antes não eram necessários, disse ele “antigamente a gente chegava mais perto da pessoa, hoje o que eu posso fazer é usar uma lente maior, e não me aproximar muito. Sempre queria mostrar aquela aglomeração com pessoas, saber que isso é muito errado, é muito perigoso.”

Foto: banco de imagens Ed Alves

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Foto: banco de imagens Ed Alves

Além de retratar situações de alerta, ele passou por outras situações difíceis na pandemia, uma delas que ele destaca como a mais marcante, é quando ele precisou fotografar enterros. Ed conta que essa experiência vai ficar marcada para sempre em sua vida, ele contou que “eu fotografei alguns enterros, nossa como foi difícil, como foi difícil, mexeu demais comigo. Nossa quando eu fotografei esses enterros mexeu demais comigo, é muito doloroso, você perder um ente e você não poder ir no caixão, são pouquíssimas pessoas presentes.”

Ele conta que ficou muito desconsolado, que se deparar com aquela cena, o deixou muito triste, contou que foi fotografar o enterro de uma senhora, de aproximadamente uns 50 e poucos anos, que quando o pessoal da funerária leva, a pessoa fica sozinha, que a família não pode acompanhar, “vi que nossa vida, é muito frágil, e isso mexeu demais comigo...e também respeitar a pessoa, eu não queria fazer foto demais, pedi a liberação para fotografar. Isso marcou muito, uma coisa assim, acho que nunca vou esquecer!”.

Ed conta que sabe que é o trabalho dele, mas essa situação vai ficar marcada, ele afirma que mesmo em meio às dificuldades, ele tem trabalhar, tem que sustentar a família, que ele tem que se cuidar de todos os jeitos, e entender, se adaptar que ele está sujeito ao risco, ele afirmou que, aprendeu a valorizar a sua família, ele se mantém positivo, “sei que um dia isso vai passar, que um dia eu vou olhar essas fotos com muita dor. Mas ter fé em Deus e em Nossa Senhora que isso vai passar, o que segura a gente nessa linha toda é a minha fé!

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Como os repórteres trabalharam em meio ao pico da

covid-19 na Itália

Em meio a primeira onda da Covid-19 no país, os jornalistas precisaram se reinventar quanto a forma de produzir matérias.

Por Ester Vieira Enquanto muitos aproveitavam a quarentena para desacelerar o ritmo de vida, cuidar mais de si e criar novos projetos, o trabalho dos repórteres se intensificou, uma vez que eram necessárias atualizações constantes sobre os índices de contaminação, de mortes e os avanços das pesquisas além de precisaram se reinventar na forma de realizar entrevistas e gravar passagens.

pico da doença no país, houveram aproximadamente 28 mil mortes atribuídas oficialmente ao novo coronavírus, porém em localidades como a Lombardia, existem relatos de idosos que morreram em asilos ou em casa sem terem realizados os devidos testes para detectar a presença ou não do vírus, o que pode fazer com que estes números subam.

A correspondente em Roma do Canção Nova Notícias, Lízia Costa, afirmou que durante a primeira onda da pandemia na Itália, foram os meses mais corridos. “Tem muitas pessoas que falavam ‘ah você está aproveitando pra descansar? Como tem sido?’ Eu acho que foi, nesse ano, os meses mais intensos de trabalho, porque de fato eram notícias importantes.”

Quando a questionamos sobre as preocupações durante este tempo, sua resposta não foi muito diferente dos outros entrevistados quando afirmou que, de fato, havia muito estresse em ter que fazer o acompanhamento diário dos boletins, das coletivas de imprensa online e ter que noticiar todas essas informações de um modo que não causasse mais agonia na população.

Segundo o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) entre os meses de março e abril, o

“Existia sim uma tensão. Essa parte do mês de março, quando nós acompanhamos o pico da doen-

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ça, existia o estresse de noticiar todos os dias essa informação.” disse Lízia a nossa reportagem.

Em um período de tempo onde havia altos índices de contágio e o lockdown já tinha sido decretado, o que restou para os jornalistas na Itália foi se reinventar. Ao invés de vermos o repórter indo até os entrevistados, gravando as matérias nos centros das cidades e participando presencialmente das coletivas de imprensa, passou a ser comum as entrevistas serem gravadas a partir das plataformas de chamada de vídeo, participar das coletivas onlines e ver diferentes partes das casas dos jornalistas como plano de fundo para alguma reportagem.

A correspondente do Canção Novas Notícias informou que na tentativa de evitar a contaminação, o governo italiano recomendou algumas adaptações e que não somente ela como muitos dos seus colegas que cobrem a sala de imprensa do Vaticano também precisaram se adaptar ao “novo normal”.

“A gente percebeu que todos estavam tomando a mesma postura de fazer a cobertura das notícias do Papa e da Itália de dentro da própria realidade, de casa. Alguns colegas transferiram o escritório para dentro de casa e evitaram ao máximo as saídas.“ Com todas as medidas sanitárias tomadas, o país havia conseguido reduzir os índices de contaminação para uma média de aproximadamente 200 novos casos da doença por dia entre os meses de junho e agosto.

Contudo, como já havia sido previsto pelos infectologistas, atualmente a Europa passa pela sua segunda onda de contaminação pelo Covid19.

A Itália passou a apresentar índices tão altos quanto os primeiros e por esta razão, o governo optou um novo lockdown.

(Fotos: arquivo pessoal- Lízia Costa)

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Desafios ordinários de um repórter

Repórter é intimidada ao vivo por funcionário da Caixa, protesta e é aplaudida por pessoas que estavam no local Por Marceli Maria A jornalista Simone Santos, da TV Tribuna de Pernambuco, afiliada da Band, foi surpreendida no dia 30 de setembro, por um funcionário da Caixa Econômica Federal que tentou interromper uma entrevista que realizava, na porta de uma agência do banco estatal no Recife.

Ao vivo, a repórter questionava as pessoas que aguardavam atendimento para receber o auxílio emergencial, e estavam claramente insatisfeitas.

Enquanto mostrava a fila na frente da agência, Simone relatou: “Desde que começou a pandemia e o auxílio emergencial, a gente esteve aqui várias vezes, e o cenário é sempre esse”.

Paralelamente, o cinegrafista Robson Lima filmou as dezenas de pessoas que aguardavam e reclamavam do atendimento, quando a repórter resolveu entrevistar uma mulher, o que, em questão de segundos, fez a fila andar. “Vamos para a fila, vou te acompanhar. Estou em um banco público estatal, a gente pode acompanhar você”, declarou a jornalista.

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“Isso aqui é uma humilhação. Desde 6h da manhã que a gente está aqui. Calor, fome, sede.

Se o Caixa Tem funcionasse direito, a gente não estava aqui”, dizia a entrevistada no momento em que o funcionário saiu de dentro da agência e tentou intimidar a jornalista para expulsá-la do local. “Eu estou em uma área externa, estou em um banco estatal, então eu posso fazer uma reportagem aqui”, disparou a repórter.

(Fotos: Reprodução/Tv Tribuna)

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Revoltado, o homem entrou na frente da câmera.

“Você não pode fazer isso!”, reclamou Simone, pedindo a ele que se afastasse. O homem ainda tentou a acusar de agressão, que logo respondeu: “Agressão quem fez foi você, que me empurrou pelas costas”. “Eu estou em uma agência da Caixa, é um banco estatal, eu não estou na agência. E eu, como jornalista e como cidadã poderia entrar”, completou ela, que acabou sendo aplaudida pelos clientes da agência, inconformados com a situação. Depois do ocorrido, Simone Santos compartilhou a cena nas redes sociais, e disse o seguinte:

Situações como essa, são normais na exercício da profissão jornalística, principalmente para aqueles que trabalham como repórteres de rua no Brasil. Em entrevista com a repórter sobre essa situação, estressante, que viveu, ela relata que a sua maior preocupação durante o desentendimento era não perder a razão, por que caso viesse a acontecer, seria uma repercussão negativa para toda a categoria jornalista, que já é constantemente repudiada no país.

“Eu até falo assim pra ele: foi você que me empurrou! Mas, na verdade ele me puxou pelo casaco, na agonia eu acho que até troquei a palavra. Então, na medida do possível eu acredito que consegui contornar a situação, tenho recebido muitas mensagens de apoio mas, também recebi muitas críticas, o que é normal.. a gente está sujeito a isso e é muito difícil administrar situações desagradáveis, mas acredito que tenha conseguido, já que além de tudo eu estava ao vivo”.

(Fotos: Reprodução/Tv Tribuna)

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Memorial aos Profissionais de Jornalismo

que Faleceram Vítimas de Covid-19

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