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EU NÃO SEI O QUE FAZER COM ISSO. COM TODO O AMOR QUE EU TENHO POR ELA. EU NÃO SEI ONDE COLOCÁ-LO AGORA

“Eu não sei o que fazer com isso. Com todo o amor que eu tenho por ela. Eu não sei onde colocá-lo agora”

Recentemente, eu assisti as duas temporadas de Fleabag e uma das falas da série, entre várias que me marcaram bastante, é a que a personagem fala sobre a morte da mãe e pergunta para a amiga onde ela colocaria o amor que sentia por alguém que fisicamente não existe mais na vida dela. Isso me deixou pensativo por um bom tempo, dias e semanas, até eu ter vontade de expurgar isso, nesse momento, e não pegando somente o sentimento de amar alguém, como outras coisas que sentimos ao longo de relacionamentos, seja com a família, com amigos ou namorados. Amor, paixão, raiva, ressentimento, tristeza, todas esses sentimentos nós somos capazes de adquirir ao longo de um relacionamento interpessoal. E, na mais trágicas da possibilidades, a pessoa não precisa necessariamente morrer para a gente não ter onde por esses sentimentos. Às vezes nos afastamos,

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cortamos relações, terminamos um namoro, escolhemos ficar em silêncio, porém algumas dessas emoções não desaparecem e temos que conviver com elas de maneira singular. Seriam esses sentimentos finitos? Algum dia nós iremos acordar e simplesmente esquecer tudo isso e, a partir daí, abrir espaços para novas sensações, com novas pessoas? E se foram eles na verdade que nos moldaram e nos fizeram ser essa pessoa que somos hoje? Como se nosso corpo tivesse armários e gavetas com espaços infinitos para guardar esses souvenirs, de uma maneira com que não podemos enxergar, mas a todo tempo sabemos que está lá. De forma inconveniente ou não. Esse pequeno texto não tem nenhum propósito em servir como um guia para qualquer coisa, porque este mero autor que vos escreve (ou digita)

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não faz a mínima ideia de onde guiar a própria vida quanto mais de terceiros. Essas palavras são mais reflexões soltas acerca de lembranças e melancolias adquiridas com os dias de quarentena.

JOÃO VITOR LEMES, 23

Acadêmico de Jornalismo

Gosta de acompanhar séries, filmes e livros mas é desligado demais pra ser viciado em alguma coisa.

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