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Acesso ao cuidado por meio da inovação e inclusão são as apostas da Philips

Com os olhos voltados à América Latina, a empresa tem valorizado a presença das mulheres em posição de liderança e possui o objetivo de melhorar a vida das pessoas através do acesso à saúde.

Há mais de 100 anos no mercado a gigante holandesa está de olhos voltados à América Latina e fez aquisições importantes na região. Um exemplo disso foi a aquisição do segmento digital da Carestream Health, que desde 2019 passou a fazer parte do portfólio da empresa.

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Em entrevista o ID — Interação Diagnóstica, Fabia Tetteroo-Bueno, CEO da Philips para a América Latina, sediada no Panamá, falou sobre as estratégias da empresa na área da saúde, sobre a importância de facilitar o acesso da população a tratamento e diagnóstico e sobre o legado que pretende deixar.

Focada em visualizar os cuidados de saúde como um continuum, começando com uma vida saudável e prevenção, diagnóstico preciso e tratamento personalizado, até os cuidados em casa – onde o ciclo para uma vida saudável recomeça, a Philips busca avançar tanto em equipamentos e softwares quanto em abordagens voltadas à sustentabilidade ambiental e social. O caminho escolhido para isso é inovar, mas também abrir caminhos.

Fabia conta que, ocupando a principal posição de liderança da América Latina, ela tem dois objetivos importantes. O primeiro é facilitar o acesso à saúde, tendo em vista que mais de 30% da população da América Latina não conta com serviços de saúde de qualidade. Esta preocupação está atrelada a uma experiência bem pessoal: de origem simples, a executiva reconhece a importância de viabilizar caminhos para que mais pessoas tenham condições de tratamento adequadas.

O segundo objetivo de Fabia é o de deixar um legado fundamental e garantir que cada vez mais mulheres ocupem cargos de liderança na empresa. “Nós trabalhamos muito em programas de diversidade e inclusão, para assegurar que, de fato, qualquer pessoa possa entrar na nossa empresa e crescer nela, independentemente de sua origem, cor, gênero. Qualquer pessoa tem o direito de entrar, de se desenvolver e de crescer na nossa empresa”, afirma. A visão dela vai ao encontro do propósito da Philips — melhorar a vida das pessoas por meio da inovação.

Este é um propósito, inclusive, bastante pertinente, considerando o cenário atual da radiologia, área na qual a Philips é um dos principais nomes. No primeiro semestre de 2020, o número de vagas de emprego para técnico de radiologia cresceu 732%. Ou seja, existe uma demanda gigantesca por pessoal clínico, que não tem sido suprida pela quantidade de profissionais disponíveis no mercado. A solução, nesse caso, é a digitalização. Segundo Fabia, é importante que as máquinas forneçam um diagnóstico rápido e certeiro, favorecendo a eficiência do setor de radiologia. Para isso, a empresa tem investido tanto em software quanto em hardware, a fim de solucionar o gargalo existente.

“A gente queria investir em saúde, e foi o que fizemos”, conta a executiva. Desde que deixou de operar com as linhas de consumo, a Philips fez grandes aquisições, como a do Philips Tasy EMR, uma tecnologia de prescrição eletrônica com quase três décadas de eficiência, a da Carestream, dentre outras, totalizando mais de quinze aquisições importantes para o Brasil e a América Latina.

Esses avanços colocam a Philips na posição de fornecer soluções digitais capazes de ajudar a área da saúde a detectar mais rápido, diagnosticar melhor e tratar o mais rápido possível, não só com equipamentos como os de ressonâncias e tomografias, mas também com softwares, big data, inteligência artificial, telemedicina e soluções de Informatics. “Estamos muito focados na digitalização do setor, para melhorar a eficiência dele de acordo com as necessidades que se apresentam”, conta Fabia.

A preocupação da Philips não se limita a criar e produzir as melhores soluções. A empresa se concentra em soluções para administrar o impacto ambiental gerado pelo aumento da busca por equipamentos. As soluções mais sustentáveis incluem favorecer novos modelos de consumo, como a economia circular. No caso, um produto em bom estado que deixa de ter utilidade para o proprietário atual pode ser repassado para outro usuário, de modo que este não precise comprar um produto novo, de alto custo.

Outra preocupação é o desenvolvimento de equipamentos mais eficientes e com menor consumo energético, usando, por exemplo, menos hélio, gás bastante caro e cada vez mais escasso no mercado. Bom para os clientes, bom para o meio ambiente.

Todas essas propostas foram apresentadas no stand da Philips na Jornada Paulista de Radiologia (JPR) de 2023, um dos maiores eventos do mundo para o setor. Além de apresentar o fluxo de economia circular e seus equipamentos, a Philips levou à JPR 2023 uma experiência interativa sobre o uso da inteligência artificial no fluxo de trabalho cardíaco de ressonância magnética e AVC.

Outra proposta a ser fomentada no ecossistema da Philips é o serviço de telerradiologia. Se já existe a dificuldade de encontrar radiólogos nos grandes centros urbanos, essa dificuldade só aumenta em regiões de mais difícil acesso. Nesse caso, o paciente pode fazer seus exames nos equipamentos da Philips onde quer que more, e um radiólogo poderá analisar esses exames a distância. “O nosso objetivo com tudo isso, primeiro, é que o trabalho para o corpo clínico seja mais rápido, mais fácil e mais eficiente. Segundo, é que o processo seja mais rápido e eficiente para o paciente, de modo que ele faça seus exames e não precise retornar várias vezes devido a falhas. Hoje há muita ineficiência porque o teste não costuma ficar bom logo na primeira vez. Corrigir isso vai reduzir custos e facilitar o acesso à saúde àqueles que têm dificuldade para se deslocar”, relata Fabia, que complementa explicando a importância de parcerias público-privadas para ampliar ainda mais o acesso à saúde e apresenta um case bem-sucedido da Philips.

“Temos pensado em modelos disruptivos para atingir essas metas. Por exemplo, na Bahia, fizemos uma parceria com o governo do estado para fornecer os equipamentos de alta tecnologia dos quais eles precisavam. Como o investimento seria bastante alto, pensamos em um modelo de negócio distinto, em que, em vez de comprar as máquinas e despender de valores tão altos de uma vez só, chegamos a um modelo de pagamento mensal para o uso dos equipamentos”, conta a executiva. Esses potenciais de negócio são discutidos também com outros entes privados.

Refletindo sobre a importância de reconhecer os desafios postos, frente às diversas realidades presentes no Brasil, Fabia argumenta que a aposta em inovação envolvendo dados, software, hardware e inteligência artificial pode ajudar hospitais, médicos, enfermeiros, e o corpo clínico como um todo, ao melhorar as tomadas de decisão, tornando-as mais rápidas e assertivas. Nos últimos 40 anos, a tecnologia e a compreensão da importância da democratização do acesso à saúde evoluíram bastante, e a Philips quer seguir fazendo parte dessa evolução.