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Ricardo Nunes mantém contrato com o Iabas

INFINITO CONTRATO DA PREFEITURA PAULISTANA COM O INSTITUTO TENDE A ATRAVESSAR A ETERNIDADE

Alvo de denúncias, Iabas segue na saúde e na ‘sangria’ dos cofres públicos de SP

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Por Aristides Barros reportagem@leiaogazeta.com.br

O contrato emergencial da Prefeitura de São Paulo com a OSS (Organização Social de Saúde) Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde) para gerenciar o Hospital Municipal da Brasilândia, que terminaria neste mês, continua vigente. A informação partiu da Secretaria de Saúde de São Paulo, que disse em nota: “A SMS esclarece que há um processo de chamamento público em andamento para a gestão da unidade, como um hospital geral. Atualmente, o HM da Brasilândia possui contrato emergencial com o Iabas para o atendimento dos casos de Covid-19.”

A abertura ampla, geral e irrestrita do hospital para atender, além de casos de Covid, todas as doenças que venham a acometer a população do Distrito de Brasilândia - formada por mais de dois milhões de moradores -, é reivindicada por eles e por vereadores da Câmara de São Paulo, com os parlamentares insistindo no pleno funcionamento da unidade de saúde.

Em 4 meses, Iabas já recebeu R$ 89,1 milhões da prefeitura

Vice-presidente da Comissão de Saúde do legislativo paulistano, a vereadora Juliana Cardoso (PT) engrossa o coro pedindo o funcionamento geral e questiona duramente a Prefeitura de São Paulo pelo “contrato inquebrantável” entre a administração e o instituto, acordo que custa caro aos cofres públicos.

SÓ COVID

Apesar da diminuição de casos de Covid-19, hospital segue como referência para a doença

LAERTON SANTOS

Durante recente audiência pública de prestação de contas da Saúde, ela questionou o secretário de Saúde, Luiz Carlos Zamarco, e o chefe de Gabinete, Armando Luís Palmieri, sobre os gastos da prefeitura com o instituto. Ambos os governistas não se manifestaram. “O assunto Iabas é incômodo”, comentou a vereadora.

Mas, após a audiência pública, a petista foi buscar respostas e descobriu que o tamanho do silêncio era tão rande uanto as ci ras financeiras. Nos últimos quatro meses deste ano, a prefeitura repassou ao Iabas a quantia de R$ 89,1 milhões em três parcelas mensais de R$ 29,7 milhões.

Vereadora aponta histórico conturbado

O Iabas coleta acusações em São Paulo e no Rio de Janeiro. O Ministério Público daquele estado proibiu o instituto de participar de licitações. As portas foram fechadas no Rio e abertas em São Paulo. Mas, em 2019, o Ministério Público paulista recomendou o encerramento de contratos com a OSS.

Uma dessas recomendações decorreu da denúncia da vereadora Juliana Cardoso (PT).

“Foi a representação do nosso mandato e que o MP acolheu em 2019. A prefeitura repassou R$ 91 mil pela administração do CECCO (Centro de Convivência e Cooperativa) da região central, e o detalhe relevante é que o endereço do equipamento era desconhecido”, falou.

A “longevidade” do contrato com o instituto preocupa a vereadora que, igual à população do Distrito da Brasilândia e ou-

DIVULGAÇÃOO / CMSP

FIM

Vicepresidente da Comissão de Saúde da Câmara, Juliana Cardoso pede o fim do contrato

tros parlamentares paulistanos, quer o final do acordo.

“Penso que passou da hora. A pandemia já não é tão grave em relação aos dois últimos anos. E o Hospital da Brasilândia foi projetado para ser um equipamento de atendimento geral dos problemas de saúde, e não só da pandemia. Brasilândia e a cidade necessitam de mais leitos para os outros casos”, observou.

Ela continua: “Caso não ocorra o cancelamento desse contrato e o chamamento público para outra OSS assumir a gestão, vamos apresentar requerimento para a aprovação na Comissão de Saúde questionando os motivos, realização de audiência pública sobre esse assunto ou acionar o Ministério Público”, finalizou. (A.B.)

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