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É PARA FRENTE QUE SE ANDA
Estamos vivendo um momento turbulento de incertezas, com enormes desafios aos que conseguiram sucesso político. Não se sabe até onde as investigações sobre os fatos ocorridos no dia 8 de janeiro vão chegar, nem quem são os envolvidos na cúpula do governo, inclusive militares. Junto a isso, ainda temos um cenário de grandes dificuldades econômicas e de instabilidade política, problemas que precisam ser superados para que o país possa voltar à normalidade.
E olha que a poss dos eleitos na Câmara, a grande maioria de oposição ao atual governo, só acontecerá em 1º de fevereiro. Caso não consiga o apoio do Legislativo e não fizer por onde merecer, não terá a menor chance de dar certo. Os primeiros sinais já foram efetivados, com o aumento do número de ministérios para 37 e a indicação e posse de pessoas que assumem o posto, trazendo consigo uma carga enorme de processos, com média de no mínimo dez para cada um, tendo como exempljo o que os convidou. O objetivo é o de cooptar diversos partidos políticos e segmentos da sociedade para conseguir uma boa base comprometida com as ações que fazem parte das promessas de campanha. Talvez, quando o novo Congresso assumir, a situação política se normalize um pouco mais. Neste momento, existe uma distinção entre os reacionários, os extremistas, a direita radical e um deslocamento dos conservadores que pretendem ser moderados ou institucionais. Diante dos acontecimentos, teremos mudanças não apenas da repressão aos atos de vandalismo, mas também no governo federal. Observamos um crescimento do conservadorismo no país e isso acontece pelo envelhecimento da população. As pessoas quando ficam mais velhas estão presas a tradições e há uma tendência de abraçaren o conservadorismo, com opção pela centro-direita e direita. Elas repudiam os atos de vandalismo, mas não aceitam ser chamadas de terroristas e golpistas. Que ninguém se engane apostando que a pacificação do país será um processo natural ao longo do tempo. Será necessária uma resiliência dos que prezam pela democracia. Acrescenta-se a este momento, estamos em uma época de crises sem precendentes: a primeira pandemia global em um século, o maior conflito na Europa desde a II Guerra Mundial, a mais alta inflação em muitos anos, insegurança alimentar e energética, além das mudanças climáticas. É fundamental o poder público e privado trabalhar com afinco, aplicando o enfoque certo para podermos efetivamente atender as aspirações da população.
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Precisamos de empregos, ruas mais seguras, serviços públicos e de saúde com qualidade, internet mais rápida, melhor infraestrutura, além de outros elementos essenciais da vida que todos merecidamente desejam. Faz-se necessário abordar as desigualdades sociais e atender demandas imediatas por melhores serviços públicos, apesar dos recursos limitados. Vimeos que durante a pandemia, os déficits dobraram e a dívida pública disparou. Mesmo assim, o Brasil fechou o ano com inflação inferioi a 6% ao ano, índice mais baixo que Estados Unidos e a maioria dos países na Europa. Também tivemos a menor taxa de desemprego nos últimos anos e as estatais com lucro de R$ 250 bilhões. Só o Banco do Brasil lucrou R$ 30 bilhões no ano passado, sendo o melhor resultado da história. O saldo na balança comercial foi recorde, com mais de USD 60 bilhões. As reservas internacionais estão acima de USD 320 bilhões.
Para que essas demandas sejam atendidas devemos priorizar melhor os recursos disponíveis, acelerando o crescimento, aumentando a produtividade e impulsionando a inovação. Tudo isso é preciso para abordar as questões sociais, acabar com a probreza e a desigualdade em todas as dimensões. No mundo de hoje, os níveis recordes de inflação estão afetando famílias que já estavam à beira de uma crise. Além desses desafios, o poder público deve enfrentar também as mudanças climáticas que já provocam desastres naturais cada vez mais frequentes. Temos que valorizar e incentivar os melhores cérebros a focarem no desenvolvimento internacional. Somente queando se sentirem valorizados, respeitados e escutados poderemos encontrar as melhores soluções. Não se trata apenas de uma questão de recursos humanos, mas um imperativo operacional que passa pela qualidade da educação. Carecemos criar um ambiente receptivo onde saibamos escutar, aprender e respeitar diferentes enfoques, não um lugar de intolerância e polarização, tendo a humildade de aceitar que não somos donos da verdade. Precisamos aprender com nossas vitórias e fracassos, implicando em um maior diálogo entre governo e as partes interessadas, criando soluções mais eficazes e incentivando novas ideias. A confiança de ambos os lados é uma poderosa ferramenta para obter êxito.
Este alicerce do trabalho será baseado em um compromisso com a meritocracia, ética e diversidade em todos os níveis. É interessante observar que, mesmo neste contexto de polarização e incer- teza que estamos vendo globalmente, há um consenso esmagador sobre a necessidade de nos fortalecermos de forma ágil e eficaz, baseado em uma governança com sólida estratégia de capital humano e transformação digital bem-sucedida. Para isso, é necessário avaliar melhor este impacto e proporcionar incentivos, processos e políticas na medida certa, implicando uma colaboração estreita e criativa com o setor privado para mobilizar capital e ter um impacto efetivo no desenvolvimento do nosso país.

Os vastos recursos naturais e o espírito empreendedor de nossa gente oferecem um enorme potencial. Só precisa ativá-lo de forma sustentável, incluindo a necessidade de energia limpa. Necessário ainda incluir um valor subjacente que sustente esta visão: promover o estado de direito e instituições democráticas eficazes que são cruciais para o desenvolvimento. Acredito que uma liderança bem-sucedida tem que ser colaboraiva, inspirar o diáogo e a transparência, assim com formentar a confiança e promover a prosperidade.
Engenheiro; Presidente da Federação de C&VB-MG; VP do Brasil C&VB; VP da FEDERAMINAS;Presidente do Conselho do Instituto Sustentar; Sócio-Diretor da CLAN TURISMO - roberto@clan.com.br
