Caderno ArteFato

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Suplemento Especial de Cultura do Jornal ES de Fato | Edição Nº 7 | Outubro/Novembro 2013

Meninas bordadeiras

De Monte Alegre Projeto de resgate cultural forma artesãs para promover geração de trabalho e renda na comunidade quilombola

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Outubro/Novembro 2013 | nº7

EDITORIAL

Mais cultura

Nesta edição matéria especial sobre as Meninas bordadeiras de Monte Alegre. É um trabalho de grande importância feita pela Associação de Folclore de Cachoeiro de Itapemirim. Formar artesãs gera renda e melhoria da qualidade de vida da comunidade quilombola, combatendo o êxodo rural, possibilitando fixar as famílias em sua própria comunidade. É, na realidade, um resgate cultural.

Nem tudo é o que parece ser!

II Semana Acadêmica

Por Breno Callegari

Na minha vida, com real importância, somo dois tesouros: meu pai, alcoólatra, e meu cachorro pulguento.

Meu pai, odeia meu cachorro. Ele acha que endereço muito valor a um ser irracional. Ser este, que em seu juízo, é muito inferior aos humanos.

Enquanto isso, minha família - ele - fica a mercê de migalhas afetivas. Pra ser sincero, não deixa de ser verdade!

Já meu cachorro odeia meu pai. Isso, desconfio eu, pelos maus tratos aplicados pelo velho e sofridos pelo animal.

Com isso, enfrento a mes-

ma rotina desgastante todos os dias: enquanto preparo o almoço, vejo o coroa alcoolizado gritar e lançar objetos no pulguento, e o cachorro hiperativo e irritado manifesta-se com estridentes latidos e rosnadas violentas. Contudo, o que mais me impressiona é que quando sirvo a refeição, e o velho se prepara para devorar a comida, o cão imediatamente pula no colo do velhote e ali se deleita manso e carinhoso. O bêbado patriarca, após o término da refeição, coloca o prato no chão e dorme acariciando o animal.

Após os primeiros roncos o cachorro pula agilmente no chão e come o restante da comida que o prato

Rabisco |

armazenava.

E assim eu percebi que nem tudo é o que parece ser, pois meu pai que se julga tão superior, na realidade não passa de um ser carente e isso é o combustível de sua desgraça emocional - sinceramente não consigo encontrar nem um resquício de superioridade em um homem alcoólatra solitário e carente -. Já o animal odeia meu pai de VERDADE, mas precisa de uma encenação a caráter para garantir sua comida e sobrevivência. Em suma, eu morro de medo de alimentar o cachorro e ele se vingar do meu pai, e de sua superioridade, o abocanhando até a morte!

O curso de Letras Língua Portuguesa do Centro Universitário São Camilo promoveu nos dias 16, 17 e 18 de outubro, no auditório Pe. Ângelo Brusco, a II Semana Acadêmica que esse ano teve como tema “Lugar de poesia é na calçada” (Sérgio Sampaio) Durante o

evento foi realizado o estudo do viés crítico da literatura, a partir da análise da obra machadiana, bem como a discussão das características literárias de um texto e o aprofundamento das teorias acerca da língua e da literatura e sua relação entre ficção e realidade.

A r t e : R i c a rd o Fe r r a z

Além da matéria especial o Artefato continua com a filosofia de apresentar um material que acompanhe o desenvolvimento cultural do Sul do Espírito Santo, com colaboradores experientes e novos talentos regionais. É sempre bom acompanhar o movimento cultural, também a educação é enfocada, direta ou indiretamente, em todas as edições do Artefato.

Hoje ocupo este espaço para afirmar que me orgulho em produzir um projeto divisor de águas. A recompensa está na satisfação em ver mais um suplemento mensal sendo comentado por escritores, jornalistas, professores e estudantes de nossa terra.

O caderno de cultura surge numa hora oportuna. Nunca se produziu tanta arte em Cachoeiro de Itapemirim e região.

Boa leitura e muito mais vem por aí..

Diretor - Wagner Santos wagnersantos25@hotmail.com Departamento Comercial - Lília Argeu e Elenir Atalaia

Desde 14 de março de 2003

Editoração/Design/Capa - Gil Velasco contato@gilvelasco.com

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Editor - Roney Moraes roneyamoraes@gmail.com Suplemento Especial mensal de cultura, arte e literatura do Jornal ES de Fato.

Suplemento Especial de Cultura do Jornal ES de Fato

Jornal Espírito Santo de Fato - CNPJ.: 06056026000138 - (28) 3515-1067 es.fato@terra.com.br - Bernardo Horta, 81, sala 101, Guandu, CEP 29.300-782 - www.jornalfato.com.br

Quem faz Arte

João Moraes: Jornalista, músico, diretor e roteirista.

Atualmente mora em Vitória e colabora com esta edição do Artefato.

Solimar Soares: Escritor, jurista, Vice-presidente e um dos membros fundadores da Academia Cachoeirense de Letras (ACL).

cultura Antônio Miranda: Jornalista, colunista, multimídia, rasga pão e assessor de Comunicação da Prefeitura Municipal de Presidente Kennedy.

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Luciana Maximo: Jornalista, poetisa marginal, graduada em Letras/Literatura.

Professora e Diretora do Jornal Espírito Santo Notícias.

Breno Callegari: Estudante do Curso de Letras/Língua Portuguesa no Centro Universitário São Camilo e colaborador do Artefato.

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Tiago Almeida: Estudante no quinto período do Curso de Letras/Língua Portuguesa no Centro Universitário São Camilo e poeta.

Quando Deus apaga o Sol Por: Tiago Almeida

Quando Deus apaga o sol, A noite cresce, A escuridão aparece.

Quando Deus apaga o sol, Crianças choram, com fome, Com medo, com frio, sem cama, Sem mãe, sem lar.

Quando Deus apaga o sol, Mulheres vão à esquina, Vendem objetos, objeto-orgulho, Objeto-corpo, objeto-sexo, alma.

Quando Deus apaga o sol, Pontinhos vermelhos se acendem Na escuridão do beco, Homens sem rosto, sem voz, Apenas sombras, praguejam, Roubam e matam.

Na escuridão tudo acontece, Tudo é sombra, É lei da selva.

Na escuridão da noite Tudo e nada equivalem Ao poder de morte e vida, Quando Deus apaga o sol.

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Passarinheiro “Devo confessar preliminarmente que, entre um conde e um passarinho, prefiro um passarinho”. (Rubem Braga)

Solimar Soares

Seu lugar costumeiro, na hora das refeições, sempre foi à cabeceira da mesa. Ninguém se sentava antes dele e ninguém se levantava sem sua permissão. Ele herdou essa rígida disciplina de seus ancestrais.

Era uma tradição mantida desde a época em que se amarrava cachorro com linguiça.

Chegou a hora do almoço e ele não apareceu.

Esperaram meia hora, uma hora, nada. A mulher dele, já roendo as unhas, tentava disfarçar e acalmar os filhos: “Vai ver o velho está na capoeira, à procura de algum ninho de galinhola... Ou na matinha, procurando

Luciana Maximo

Na manhã do dia 30 de setembro, uma tragédia marcou a vida de duas famílias. A família de Maicon, que certamente rezou desesperadamente e orou por ele que conseguiu através de um milagre escapar da carreta em chamas, mas não conseguiu sobreviver. A outra família que perdeu três de uma só vez.

Pela manhã ainda não tínhamos informação de quem era aquela família, mais à tarde, veio as informações, uma família de Alfredo Chaves, os três ocupantes do Corcel 1 que foi estupidamente engolido pelas chamas e achatado pela carreta que o arrastou. Três

João Moraes A primeira palavra que nós falamos costuma ser mamãe, mas a primeira e a mais ouvida ordem é ‘não’. Vez em quando matuto sobre como seria o mundo sem haver a primeira o ordem, mas o primeiro afago. tá. Pode.

Vá. E tantas mai outras pequeninas palavras cujo tamanho e força estão no incentivo, na compreensão. Todas estas vezes em que penso nesse mundo, me sinto mais bobo. De coração almofadado.

um pau roliço pra fazer cabo de enxada...” Era só pra despistar sua ansiedade. Já passava do meio dia e nem notícia do homem. Constrangidos, pela primeira vez tiveram que almoçar sem a presença do chefe na cabeceira da mesa. Ele nunca havia saído de casa sem deixar a família avisada de seu destino. A aflição tomou conta de todos.

Começaram a surgir as hipóteses mais absurdas pro sumiço. A mulher dele, andando pela casa de um lado pro outro, não conseguia entender o que se passava. Parou, franziu a testa, fixou o olhar num ponto da parede: “Já sei: sequestro!”

Os filhos intercederam: “Mãe, que ideia sem pé nem cabeça... Aqui nem tem telefone pra pedido de resgate...” Ninguém tirava isso da cabeça dela: “Foi sequestro!

Vamos esperar. A qualquer hora os bandidos entram em contato conosco. Não sei como, mas farão contato. Se for preciso, a gente vende umas criações, um pedaço de terra, sei lá...”

A notícia se espalhou rapidamente. Em todo lugar, nos botecos, nas vizinhanças, nas estradas, o assunto predominante era o sequestro.

Na casa dele, a mulher e os filhos se preparavam pra receber os repórte-

res famintos por notícias sensacionalistas. E já adivinhavam as manchetes dos principais jornais da cidade: “Pai de família é sequestrado”. Ou: “Sequestro já chegou no meio rural”.

Ou, ainda: “Sequestro de um homem de bem.

Familiares aguardam contato dos bandidos.”

O ambiente, na casa dele, ficava cada vez mais tenso. Cada vizinho que lá chegava, pra levar sua solidariedade à família, era confundido com um possível emissário dos sequestradores. Completamente desorientada, com os olhos úmidos, pensando na brutalidade humana,

no cativeiro, no resgate, a mulher saiu caminhando na direção do pomar que ficava a poucos metros de sua casa. Percebeu a existência de um vulto entre as folhagens.

Caminhou um pouco mais e notou que havia alguém ali. Era seu marido. Quando ele viu a mulher se aproximar, fez um gesto pra que ela parasse e se agachasse no lugar onde estava.

Sem entender nada, ela obedeceu. Ele apontou o dedo indicador pra cima e fez psiu! Falou baixinho: “Faz barulho, não, senão ele voa”. Seu marido estava à sombra de um pé de amora, sentado numa pedra, horas a fio, sem almo-

ço, só com o café da manhã, de olhos fixos numa gaiola pendurada numa estaca. Um papa-capim pretinho, bico amarelo, mansinho, zombava dele. Vinha na gaiola, chegava na boca do alçapão e voltava pro galho. E cantava: “Tuí, tuí...” Assobio purinho.

Coisa rara. Da gaiola pro galho, outra vez na gaiola... E ele permanecia imperturbável. Nem fome tinha. Na cabeça dele uma esperança: “Uma hora ele cai”.

A mulher dele, ainda de cócoras, imóvel, pra não espantar o passarinho, suspirou aliviada: “Meu Deus, como ele gosta desses bichinhos...”

As botas de Maicon pessoas que curtiram juntos o fim de semana em Piúma. Um casal de namorados e um adolescente, atleta.

Maicon saiu de Vitória ainda de madrugada, era 4h00 da manhã, estava a caminho de Cachoeiro. Nem ele nem os amigos caminhoneiros esperam que um acidente dessa proporção ocorra e marque suas trajetórias. Contudo, dia 30, a vida de duas famílias ficou marcada. Os integrantes do Corcel que foi arrastado pela carreta em chamas, após provavelmente perder o controle em uma curva extremamente perigosa e a família do motorista da carreta. Tantas vidas

já se foram ali.

E aquela senhora, dona Maria Isabel que ouviu os estrondos dos 26 pneus da carreta estourando, acordou assustada mais uma vez.

Ela saiu correndo para ver o que era. O céu estava negro, tomado de fumaça e um homem era socorrido pegando fogo. Era o Maicon. As outras três pessoas não tiveram a mesma sorte.

Talvez nem viram nada, tudo tão rápido, tão cedo, tão inexplicável.

Será?

Aquela curva, aquele percurso, todos que passam por ali sentem um frio na barriga, não dá para saber o que vem do

outro lado, se é melhor seguir pelo acostamento ou diminuir a velocidade.

Uma coisa se sabe, ambos saíram pela manhã, os três ocupantes do Corcel e o Maicon, que deixou nos pés da castanheira queimada a 200 metros da carreta em chamas as suas botinas, complemente destruídas.

A vegetação ao lado também sofreu a violência de mais esse acidente, a pastagem pela margem da rodovia ficou negra, a cerca no entorno da pista queimou, a porteira, não sobrou nada.

Perplexa, a população olhava à beira da carreta queimando os veículos em cinzas, e nesse instante, a gente se pergunta: quanto vale um par de botinas? Quanto vale uma carreta com 44 mil litros de combustível, quanto vale nosso egoísmo, nossa arrogância, nossa falta de tempo para o abraço? Quanto vale nossa pressa? Nossa vontade de colocar a notícia no ar. Vale nada!

As botinas de Maicon ficaram no pé de castanha queimado, o Corcel, virou um amontoado de lata velha, dentro dele, tudo carbonizado, pelo que se soube, morreram abraçados os três.

A cerca queimada e a

porteira logo à frente, só pedaços de carvão e brasas apagadas.

O dono da carreta sabiamente olhava o fogo queimando e dizia: a carreta se compra outra, amanhã outra estará na pista, o Corcel também, mas as vidas, nunca mais, se foram.

Perplexos, nesta manhã ficamos os jornalistas que fotografamos as cenas do horror de uma BR que precisa ser duplicada urgentemente, mas enquanto se discute o preço, ficam as botas, a cerca, e as vidas, a espera de algum reconhecimento. Que venha a perícia!

Sim, lógico que Não!

Também me sinto culpado por dizer muito mais o ‘não’. Sempre a redundância do ‘não’ vencendo a vertigem do ‘sim’. O vinagre da guerra é fermentado nas entranhas dos ‘nãos’ e de alguns ‘sins’ dissimulados. As duas significações deveriam apontar direções.

Seriam uma espécie de dimensão. Mas estancam em muros e janelas. Mais que as palavras e suas consequências para o mundo, penso intrigado

em algumas expressões.

Por exemplo, penso em ‘não é’. Modo geral, usamos como afirmativa ou evidência de confirmação. No entanto trata-se de algo que inexiste. O contrário de é. ‘Não é?’ E para piorar ainda há ‘mas, não é que é?’ Aí a porca torce o rabo em escova progressiva. Evito gritar por ajuda aos deuses da semiótica porque alguém poderá responder. ‘Sim, pois não.’

Nesse mundo difuso o ‘não’ e o ‘sim’ se confundem com escolhas.

Atitudes inteligentes e corajosas. Nesse mundo onde o ‘talvez’ é covardia e insegurança, tacanhos são os vislumbres dos caminhos dessa nunca dicotômica arena global.

O ‘sim’ e o ‘não’ encerram em si o bem e o mal. Ora nos andrajos de um, ora nas plumas do outro, essas duas palavras se abrem infinitas, cada uma a seu modo, entre o bem

e o mal. Há muito menos música no ‘talvez’. É quase um silêncio.

Me é indiferente distratar qualquer dos três. No dia a dia eles se confundem.

Dilaceram a compreensão, travestidos de paisagem. O ‘talvez’ é pouco pronunciado, embora embale quase todo o tempo em que estamos fora do titubeio entre o ‘sim’ e o ‘não’. Já estes pululam nas folhas, nos jornais, nos livros, rádios e canais de televisão. São gritados

ou sussurrados nos ouvidos dos filhos, dos alunos, dos flanelinhas, garçons, namorados e namoradas.

Seus mil disfarces sonoros e suas associações inexplicáveis se misturam em nossa língua, nossas almas, nossos dias modorrentos e pelas noites de libação das ruas e bares, templos e boates.

Pensando bem. Menos bobo. Coração endurecido. Nada seria diferente nesse mundo. Talvez sim, não é mesmo?

cultura

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Mãos que realizam sonhos

Projetos que dão certo devem ser ampliados.

E esse era o sonho de Maria Elvira Tavares Costas, Genildo Coelho, Maria Laurinda Adão, Paulo Adão e Mariangela Grillo: levar o projeto “Meninas Bordadeiras” de Burarama para Monte Alegre. E desde janeiro deste ano ele é realizado com a participação das mulheres

da comunidade interessadas em aprender bordado livre, croche e marca.

O objetivo do “Meninas Bordadeiras” de Monte Alegre é ensinar um novo oficio e criar uma nova oportunidade de trabalho dentro de suas fronteiras - com isso a população se fixa na terra e garante melhor qualidade de vida. As

atividades acontecem todos os sábados, na EMEB Monte Alegre, com a participação das professoras Mariangela, Mariazinha e Cristiane, responsáveis pelo projeto original.

“Na primeira fase ensinamos as técnicas dos trabalhos manuais, agora estamos na finalização dos produtos.

Serão confeccionados

Voz cachoeirense no Grammy Latino O segundo trabalho do cantor e compositor cachoeirense Anderson Freire – o álbum Raridade – lhe rendeu duas indicações ao maior prêmio da música da América do Sul e Central, o Grammy Latino. Seu talento o tornou famoso por composições gravadas por intérpretes gospel de renome nacional, como Aline Barros e Bruna Karla. Freire concorre, no dia 22 de novembro, em Las Vegas, nos Estados Unidos, nas categorias “Melhor Álbum Cristão em Língua Portuguesa” e “Melhor Composição Clássica Contemporânea” (esta, não religiosa), com a música de trabalho ‘A Igreja Vem’.

Cantora cachoeirense é destaque nacional Indicada ao Prêmio Jovem Brasileiro, que aconteceu na noite desta segunda - feira, dia 30 de setembro de 2013, em São Paulo, no memorial da América Latina, a boa fase da artista pode ser comprovada através de suas redes sociais na internet. Em 120 horas, a artista recebeu mais de 35 mil seguidores em seu instagram @pollyannaalvesoficial e mais de 20 mil curtidas em sua fanpage no facebook www.facebook.com/pollyannaalves, o twitter.com/Pollyannaalves chegou a 24 mil seguidores nesta manhã e seu canal no youtube não para de receber inscrições, likes e views no video da música Oi www.youtube. com/pollyannaalves2007, feito pela Fã Bel Martins para a artista que postou na rede a cerca de dois meses em seu canal oficial e a 4 dias anda rindo a toa com os mais de 10 mil views por dia em seu vídeo, que nestes 4 dias chegou a totalizar mais de 130 mil views.

bolsas, camisas, panos de prato entre outros acessórios”, relata Mariangela.

Para essa nova fase do projeto, a equipe teve a adesão voluntária da renomada artista plástica Maria Helena Nemer Salles que visitou, pesquisou e criou os desenhos de identidade cultural que estão sendo bordados pelas

participantes.

“Os produtos estão muito bonitos, as meninas se dedicam cada vez mais quando veem o resultado final.

Nossa meta agora é organizar um desfile com moças da comunidade apresentando as peças; além disso vamos preparar um bazar para realizar as vendas”, explica Maria

Elvira.

O projeto “Meninas Bordadeiras” de Monte Alegre é uma realização da Associação de Folclore de Cachoeiro de Itapemirim, com recursos da Samarco mineração, por meio de edital social disponibilizado pela empresa em dezembro de 2012.

PSICANALISTA

“O pensamento é o ensaio da ação”, Freud Roney Argeu Morares

28 9926-9572 28 9986-2341 roneyamoraes@gmail.com Ed. San Pablo - 103 - Centro Cachoeiro de Itapemirim - ES

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Academia Cachoeirense de Letras (ACL)

Escola faz homenagem a escritores Professores e alunos da Escola Estadual “Professor Francisco Coelho Ávila Júnior”, em desfile realizado no início do mês (05/10), na festa do bairro Coronel Borges, em Cachoeiro de Itapemirim-ES, prestaram homenagem à Academia Cachoeirense de Letras. No desfile, os alunos levavam cartazes com fotos de alguns autores. A amostra faz parte do projeto “Bate-papo com os escritores” idealizado pelos professores de Língua Portuguesa.

No dia do livro Será realizado dia 29 de outubro de 2013 às 20h, no auditório da Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim - FDCI, o lançamento do livro EU SOU! De autoria do escritor e poeta Salmo Calazans.

Publicação em São Paulo E por falar em publicação, duas crônicas deste humilde colunista serão publicadas na Antologia Delicatta VIII. O lançamento será no Museu da Língua Portuguesa, na Praça da Luz, s/ nº, Centro, São Paulo, dia 16 de novembro.

ACL participa da Bienal Acadêmica Marilia Vilela de Medeiros Mignoni fez o lançamento da sua obra “A Sétima Conquista” no dia 15 de outubro, às 19h30, no restaurante Bistrô, em Cachoeiro de Itapemirim-ES. Toda renda foi revertida ao asilo “Adelson Rebello”.

No dia 26 de setembro, representantes do Conselho Municipal de Cultura e da Academia Cachoeirense de Letras (ACL) discutiram sugestões para a programação da Bienal,

que deverá ser apresentada ao público em meados do mês de dezembro. A V Bienal Rubem Braga que será realizada entre os dias 13 e 18 de maio de 2014.

cultura

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Crônica

Lugar de toda a alegria Antonio Miranda Estimulada pelo Prof. Deusdedit Baptista, a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo de Cachoeiro – que eu implantara dois anos antes e dirigiria até 1988 – promoveu, naquele agosto de 1985, não a semana, mas o Mês do Folclore. Um sucesso absoluto, que fez a Semcetur – era essa a sigla da Secretaria – adotar diversos grupos de cultura popular, cadastrá-los, inventariá-los e prestigiá-los em todos os eventos oficiais.

Conheci, então, entre outras trincheiras da cultura afrobrasileira, a Comunidade Quilombola de Monte Alegre. Foi amor ao primeiro batuque. Em criança, eu frequentava o baile dos pretos de uma segregacionista Marapé – em pleno anos 1960!

– e, adolescente, conheci, nos estertores, o Cruzador, em Cachoeiro.

“Ela é negra, negra, negra, como a noite Cor do meu cabelo liso Cor do asfalto onde piso E me leva aos braços dela”

Então, pai da recém-nascida galeguinha Ana Carolina, não foi difícil me descobrir tão negro quanto Vinícius de Moraes, que se autodefinia o branco mais preto do Brasil.

Anos antes, eu conhecera, na Ilha da Luz, Mestre Zacarias, pai do Caxambu cachoeirense, que tinha lugar de destaque nos programas das Festas de Cachoeiro, até a sua morte.

Achava que o Caxambu morrera com ele, apesar dos esforços do Salatiel, dono do terreiro ali na Linha do Rio, perto do antigo Bordel 84, hoje Damas da Noite.

“Ela é quente, quente, quente, como um dia de verão Como o sol que eu peço tanto Que me faça igual a ela Pra que eu viva junto dela Pra que eu tenha a mesma cor” Eu carregava, confesso, um quê de culpa social em relação a Monte Alegre. Pela ascendência paterna, tinha o sangue

de Emiliano Pires de Amorim (1850-1915), dono das terras e da gente de pele escura dali.

Conheci seu herdeiro, Décio Bello de Amorim (1940-1976), homem gentil, mas sistemático e recluso, primo em segundo grau do meu pai, Eliphas Azevedo Miranda.

Sabia que Emiliano havia sido um homem poderoso, senhor de muitas terras e dono de dezenas de escravos, entre Pacotuba, Jerônimo Monteiro e Alegre.

Eu tinha vergonha disso e me constrangia chegar a Monte Alegre sem um pedido formal de desculpas.

O historiador e maior estudioso da cultura popular capixaba, Hermógenes Lima Fonseca, que apresentou para o mundo o Ticumbi, de São Mateus e o Congo, da Barra do Jucu, tratou de resolver essa crise existencial: “Deixe de frescura e vá sem culpa, que todos nós de ascendência portuguesa temos um pé na senzala e outro na casa-grande”, me disse numa reunião do Conselho Estadual de

Cultura, em Vitória, entre goles de cachaça mateense.

“Ah! Quem dera eu esquecer Da minha cor tão branca E me perder nessa ilusão tão pura Nessa ilusão tão meiga, nessa ilusão tão negra Negra Nessa ilusão tão meiga Negra Nessa ilusão tão negra Negra” (Carlos Colla/M. Duboc) Naqueles tempos, vivíamos a síndrome do “Lugar de Toda a Pobreza”, documentário do jornalista Amylton de Almeida que expunha as vergonhas capixabas, horrores do Lixão de São Pedro, em Vitória. Como nosso Morro do Lixo era mais democrático e menos degradante, deixei a tristeza pra lá.

Coadjuvado pelo parceiro Dejalmo Carvalho, finalmente perdi a vergonha e caí na gandaia, nos braços do povo de Monte Alegre. Éramos, os dirigentes da Semcetur, recebidos em festa

pela comunidade, Maria Laurindo Adão já à frente do seu povo.

Nada ali lembrava os séculos de sofrimento, do martírio absurdo da escravidão.

Carente de tudo que o poder público lhe sonegava, Monte Alegre celebrava, com seu Caxambu, sua Capoeira, sua musicalidade, a Vida.

Como se não tivesse havido ontem. Em contraponto ao “Lugar de Toda a Pobreza”, encravado em Vitória, Cachoeiro, a Capital Secreta, começava a mostrar ao mundo Monte Alegre, seu Lugar de Toda a Alegria.

Portanto, para sempre benditas sejam as mãos das Meninas Bordadeiras de Monte Alegre, que dão formas diferentes e belas à igualdade!

Louvados sejam nossos irmãos de alma, que cantam a esperança e nos guiam, ombreados, pelas trilhas da

alegria!

Saravá!

E Amém!

Onde está a “Atenas”?

Sérgio Neves *

E

a “capital secreta do mundo” que também um dia no século passado foi chamada de “Atenas Capixaba” - tamanha a produção cultural aqui realizada – passa por um crescimento na área igual a rabo de égua – apesar dos esforços de alguns Don Quixotes como o Evandro Moreira, o Luiz Carlos Cardoso, Mansur, os meninos do Feijoada entre outros e outras. A produção cultural cachoeirense hoje parece mais “Macumba para turista”. E a culpa é de quem?

Culpa Coletiva? Acredito que não. Do poder público? Nessa eu acredito.

Quando era menino pequeno, esperava a festa de Cachoeiro para ir à exposição do bairro Independência, o desfile escolar - e ainda desfilava e tocava na Banda do Cristo Rei - via os Festivais de Música no Broadway ou no Ginásio de Esportes, a turma da Casa do Estudante participando ativamente dos movimentos da época. O bar do Dotô. E os shows também no Ginásio,

organizado pelo Paulo Domingues, Gersinho Moura e mais alguns que a memória esqueceu. Só não andei no Cadilac de Lata, do Marcos Jacob, o nosso Plínio Marcos – taí uma peça que merece ser remontada.

Subia as escadas da Câmara Municipal e do Fórum na Praça Jerônimo Monteiro para frequentar a biblioteca Major Walter dos Santos Paiva, hoje na Casa dos Braga, e seu acervo que muito ajudou. Vi a Elizete Semprini sendo eleita Miss Espírito Santo.

Li e convivi com as poesias do Joel Pinto, Stelemar Martins, Dr Elviro de Freitas, Dr Athayr, as trovas do seu Nelson Sylvan. A poesia visual do multi mídia Dedé Caiano. A livraria do Tiago ao lado do prédio dos Correios. A mini gráfica da 07 de setembro onde autores imprimiam suas obras poéticas nos mosquitinhos.

Os festivais de queijo e vinhos promovidos pelos clubes de serviço. O carnaval na Praça Jerônimo Monteiro com o

Bloco da Fita, Mocidade do Aquidabam, Batuqueiros dos Ferroviários, Unidos do Sumaré, Rouxinol do Amaral, Mocidade Capricho, Acadêmicos do Gonzaga, Dragões da Rua Moreira. Tinha a Catedráticos do Samba e o Vela Acesa – símbolo maior da participação dos excluídos da cidade e Zozô sendo eleito pela primeira vez nosso eterno Rei Momo.

Fui aos Caxambus da Ilha da Luz, com a turma do mestre Zacarias. O festival de quadrilhas na Feira da Bondade com a quadrilha do Amaral dando um show. O bate flechas e a dança africana lá da Jerônimo Monteiro. Aplausos para o Antônio Miranda que foi o maior secretário de cultura que já passou por estas bandas e sua equipe na época.

E onde está tudo isso? Na Casa da Memória que deve estar sofrendo de amnésia crônica. Ai de Ti Cachoeiro!

Como escreveria o Sabiá ao ver o que está acontecendo

com a cultura de sua cidade, que um dia foi a “Atenas Capixaba” é que hoje é apenas uma lembrança do passado na memória dos que a viveram. Ainda vou chamar o Mansur para formar uma dupla e sair nos carnavais do passado como Assadinho e Mimica faziam com suas fantasias criticando as situações da época. Vamos sair de “Os caçadores da

Atenas Perdida” procurando onde está o relógio da Casa dos Braga e a cultura cachoeirense, com a lanterna de Diógenes. Do jeito em que está nossa cultura, vamos encontrar Sodoma e Gomorra, pois assim caminha a humanidade. *Jornalista, membro efetivo da Academia Cachoeirense de Letras - (ACL)

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