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Grupo de estudos Maria Firmina dos Reis: relações étnico-raciais e educação

Encontro virtual. Autoria: Ana Cláudia Guimarães Sena.

Projeto Grupo de estudos Maria Firmina dos Reis:

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Coordenador: Rosana de Jesus dos Santos Discente voluntário: Lucas Sarmento Mendes Afonso Colaboradores: Daiane Silva de Andrade, Gerferson Damasceno Costa, José Carlos Silvério dos Reis e Alex Sander Luiz Campos

Autores do relato de extensão:

Rosana de Jesus dos Santos Campus: Salinas Públicos-alvo: Estudantes de graduação, pós-graduação e ensino médio e profissionais da assistência social Período: 29/10/2020 a 29/10/2021

relações étnico-raciais e educação

Problematizar a desiguldade racial é uma forma de desnaturalizá-la, marcar sua historicidade e contribuir para sua necessária superação. Esse projeto foi pensado com o objetivo de criar um espaço de estudo e reflexão sobre as relações étnico-raciais e suas implicações na educação.

Reunião. Autoria: José Carlos Silvério dos Reis.

Encontro. Autoria: Lorena Mendes Barbosa.

Oprojeto Grupo de Estudos Maria Firmina dos Reis: relações etnicorraciais e educação foi desenvolvido de forma virtual. Reuniu pessoas da comunidade escolar do IFNMG e comunidade externa, estudantes de graduação e pós-graduação, assistentes sociais, docentes do IFNMG e da rede estadual de MG.

Desde 2003, com a promulgação da Lei 10.639/03 e, posteriormente, a Lei 11.645/08, tornou-se urgente a implementação de pesquisas e ações na educação para alterar a situação de desigualdade racial, que estabelece um fosso social entre brancos e negros. Em 2008, a Lei 11.645/08 alterou a Lei 10.639/03, marcando a necessidade de se ensinar e aprender sobre a história e cultura dos povos indígenas e sua participação na construção do país. Assim, o projeto foi vinculado ao NEABI do IFNMG e nomeado Maria Firmina dos Reis, em homenagem à educadora negra e primeira mulher a escrever e publicar um romance no Brasil, no final do século XIX.

Começamos com o livro do pensador indígena Ailton Krenak, “Ideias para adiar o fim do mundo”,no qual o autor problematiza a forma como a humanidade é construída a partir de uma noção que exclui os povos tradicionais: estes são considerados como parte de uma sub-humanidade. Os povos tradicionais, conforme Krenak, são irmanados com a natureza, exemplifica com a forma como os rios, montanhas e outros elementos naturais são considerados como parentes. Na sequência, discutimos o livro da filósofa Djamila Ribeiro, “Quem tem medo do feminismo negro?,” que traz um conjunto de artigos, nos quais são discutidos temas e conceitos importantes

Encontros virtuais inesquecíveis. Autoria: Lorena Mendes Barbosa.

Refletindo sobre desigualdades raciais. Autoria: Lorena Mendes Barbosa.

para o feminismo negro, como emponderamento, interseccionalidade e racismo institucional.

Foram lidos, também, alguns capítulos do livro “Racismo recreativo”, do jurista Adilson Moreira, que discute a utilização do humor como meio de efetuar agressões racistas. O autor analisa, minuciosamente, sobre como o racismo se adequa às condições sociais de cada período histórico para se fazer mais efetivo na produção e manutenção de hierarquias entre brancos e negros. O grupo também leu e discutiu o livro “Do silêncio do lar ao silêncio escolar”, da educadora Eliane Cavaleiro. A autora adentrou uma escola de educação infantil da cidade de São Paulo, onde acompanhou o cotidiano escolar, e o livro apresenta os resultados da pesquisa. Percebeu formas silenciosas pelas quais o racismo se faz presente no cotidiano das crianças desde a mais tenra idade.

Também foi lido e debatido o livro “Tornar-se negro”, da psiquiatra Neusa Santos, no qual se discutem os dilemas dos negros e negras em ascensão social no Brasil. A autora entrevistou diversas pessoas e percebeu que negras e negros brasileiros em ascensão social são levados a se afastarem de sua história e cultura para serem aceitos nos espaços sociais tradicionalmente brancos, o que gera sofrimento psíquico.

Elencamos apenas alguns dos vários textos que foram discutidos durante o período de desenvolvimento do projeto. As reuniões ocorriam no período da noite, geralmente entre 18 e 21 horas. Ao fim de cada reunião, eram decididos, o texto, data e o horário do próximo encontro. Foram momentos de troca riquíssimos entre os participantes.

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