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Cineclube Brava Gente
Sessão de cinema: entretenimento e oportunidade para debater questões étnico-raciais
Coordenadora: Fernanda Antunes Almeida
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Bolsistas: Vinícius Marques Silva e Francine Pereira Aguiar Machado Rodrigues Voluntárias: Ana Clara Cardoso dos Reis Nunes e Pâmela Maressa Batista dos Santos
Colaboradores: Brenda Kymberlly Souza Gomes, Júlio Cipriano da Silva Neto, Keuchirlane Soares Silva e Werônica Maria Brito Santos Texto: Brenda Kymberlly Souza Gomes Campus: Campus Pirapora
Cineclube Brava Gente Projeto
No norte do estado de Minas Gerais, às margens do Rio São Francisco, localizase a cidade de Pirapora, sede de um dos campi do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais. A cidade, com pouco mais de 50 mil habitantes, constituiu, ao longo da história, sua identidade em torno da pluralidade, graças ao trânsito fluvial, que permitiu o intercâmbio cultural e o processo migratório de outras populações ribeirinhas. Essa pluralidade se compõe também da cartografia física, cultural, étnica e social do município.
Ainda que a cidade seja abrigo de grandes nomes da cultura brasileira, é pobre no que tange à produção cultural propriamente dita e a espaços de disseminação. A exemplo disso, não dispomos, no município, de teatros ou salas de cinema, o que torna o acesso difícil ou inexistente para a maioria da população. Nesse contexto, insere-se o projeto de Extensão “Cineclube Brava Gente”, com o objetivo de promover, dentre outras coisas, o acesso da população a ambientes que se aproximem de uma sala de cinema.
O projeto de Extensão “Cineclube Brava Gente” constitui-se como um cinema comentado de formação, um espaço no qual seja possível não só a exibição de filmes, mas também a promoção de debates em torno das questões que abarcam a pluralidade étnica-racial que atravessa a contemporaneidade e a constituição identitária do município. Tomamos o audiovisual como fio condutor para os debates das questões propostas, uma vez que acreditamos estar na arte uma poderosa ferramenta de crítica e contestação. O projeto, de
O “Cineclube Brava Gente” movimenta discussões em torno das questões étnico-raciais. O projeto, proposto pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas do Campus Pirapora (NEABI), tem promovido debate entre estudantes de escolas públicas da cidade de Pirapora e comunidade acadêmica. Resultados foram expostos em eventos de divulgação Arquivo NEABI


Arquivo NEABI
caráter extensivo, foi proposto enquanto ação do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI), do IFNMG - Campus Pirapora.
A organização das sessões e exibição dos filmes acontecem mensalmente, no anfiteatro do campus. O grupo de trabalho, composto por servidores e alunos (bolsistas e voluntários), realiza uma pesquisa prévia, que envolve curadoria dos filmes, elaboração de cartazes e estratégias de publicização das sessões. A exibição é aberta à comunidade e também ao público interno. O projeto, desenvolvido ao longo de seis meses, contou com mostras audiovisuais que conseguiram se alinhar à proposta temática do Núcleo de Estudos proponente.
Obtivemos resultados positivos, de modo geral, mas o primeiro e mais importante foi alcançar o objetivo inicial do projeto, de criar um espaço cultural e de debate, que se fizesse em constante diálogo com a comunidade piraporense. A interação e integração do grupo de trabalho também se mostra como
Equipe responsável pelo projeto
um dos saldos do trabalho, com elas pudemos dar visibilidade ao NEABI e nos firmarmos, no campus, como um grupo proponente de ações inclusivas. Além disso, o projeto propiciou intersecção com a pesquisa, uma vez que os resultados das ações decorrentes do cineclube foram expostos em trabalhos científicos, apresentados em eventos da rede, tendo sido premiado na Seminário

de Iniciação Científica como um dos melhores projetos na categoria.
Com o mesmo espírito e com o objetivo de criarmos espaços cada vez mais sólidos, que consigam aliar a apreciação estética a um lugar, que é também o da inclusão, seguimos com o projeto no ano corrente, esperando, sobretudo, que os resultados se mostrem cada vez mais coerentes com a nossa prática de trabalho.