6 minute read

Carreira

MÃE E FILHA DIVIDEM ROTINA POR CARREIRA

Cheila e Geórgia são acadêmicas de Enfermagem e mostram que jornada por profissão é transformadora

Advertisement

Quem vive a rotina universitária sabe que a missão de se dedicar aos estudos, muitas vezes conciliada com trabalho e demais afazeres diários, não é fácil. Se o apoio de familiares, amigos e colegas é importante, imagina contar com a presença da mãe, ou da filha, como colega de graduação? Para Cheila Oliveira da Silva e Georgia da Silva Jardim essa é uma realidade e, aliás, uma realização muito feliz. As duas são acadêmicas do curso de Enfermagem da Unesc e, juntas, buscam todos os dias o sonhado diploma da graduação.

O início da jornada das estudantes foi diferente, porém, o tempo e a força de vontade deram a chance de os caminhos se unirem. Cheila iniciou a graduação em Porto Alegre, onde morava com toda a família. Algum tempo depois, ao prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e concorrer a uma bolsa de estudos do Programa Universidade para Todos (ProUni), a filha, Georgia, foi aprovada para o curso de Educação Física em Criciúma, o que foi o início de uma grande transformação para a família.

Com a oportunidade, Georgia, que tinha ainda no coração o desejo de cursar Enfermagem, mudou-se de Porto Alegre para Criciúma. Após alguns meses ela conseguiu uma transferência para a Unesc, no curso que tinha no seu coração.

“Nessa época, meus pais e meu irmão vieram morar aqui também para nos dar suporte e minha mãe também conseguiu uma bolsa no Prouni para continuar a graduação que tinha iniciado no Rio Grande do Sul”, explica Georgia.

Além de colegas, as duas estudantes permanecem juntas até no trabalho, já que ambas atuam no Hospital Regional de Araranguá. Mesmo estando em fases diferentes, mãe e filha têm conseguido conciliar também algumas das disciplinas e garantem que a parceria em sala de aula e na rotina de trabalho é cada vez maior. “Uma ajuda a outra. Somos muito companheiras e tenho muito orgulho de dividir essa oportunidade com a minha mãe. Ela me ensina todos os dias”, garante a jovem.

Conquista e empenho

O empenho para que a conquista dupla do diploma seja possível envolve ainda os homens da casa: pai/marido e irmão/filho. “Meu marido deixou um emprego de dez anos em uma empresa em Porto Alegre para vir com nosso filho para Criciúma e nos dar suporte aqui. Hoje ele trabalha como motorista de aplicativo e, desta forma, consegue nos ajudar na locomoção até a Unesc. Enquanto estudamos, ele trabalha na cidade e voltamos juntos depois da aula”, explica Cheila.

Ao vislumbrar o término da graduação das enfermeiras da casa, conforme a matriarca, a ideia é proporcionar uma pós-graduação ao marido. “Atualmente ele trabalha como autônomo e consegue nos ajudar. Quando nos formarmos queremos possibilitar que ele também possa estudar, fazer uma pós-graduação, e se qualificar para um trabalho na sua área de formação, a administração”, completa orgulhosa.

Fotos: Mayara Cardoso

JORNALISTA ENTRE CANETAS E PANELAS

Saimon Novack compartilha experiências sobre carreiras

Cozinhar é compartilhar o amor pela gastronomia e apreciar cada detalhe. Dentre um item e outro colocado em uma panela, também são incorporadas nossas origens, histórias pessoais e de quem estiver a nossa volta. Saimon Novack, hoje chef de cozinha, encontrou na Gastronomia uma nova forma de viver. Jornalista, Saimon possui uma empresa de eventos há cinco anos e leva seu trabalho a batizados, casamentos e eventos corporativos.

Antes, atuou em diversos veículos de comunicação de Criciúma e sempre aproximou o gosto pela cozinha do universo jornalístico. “Sempre gostei de reunir os amigos em casa e, como bom jornalista, rolava aquela culinária e o bom papo”, lembra Saimon.

Mas o amor pela cozinha falava cada vez mais alto e foi num casamento bem restrito que as canetas e blocos começaram a ser substituídos por panelas e muito tempero. Era uma médica de Curitiba a primeira cliente. Ela veio morar em Criciúma e, faltando dez dias para o casamento, a equipe que ela havia contratado não poderia realizar o evento. Foi aí que a oportunidade apareceu. Em um desabafo dela, veio a lembrança do nome de Saimon Novack, que ali deixava da rotina de jornalista para tornar-se um chef.

Foi numa conversa na academia que surgiu a indicação de Saimon para cuidar desse primeiro evento. “A personal dela era minha amiga e indicou meu nome. Conversamos e eu, comovido com a história dela, encarei o desafio. Fiquei desesperado depois, porque não tinha nem panela e fogareiro para cozinhar. Comprei os utensílios e lá fomos nós três: eu, minha esposa e a nossa secretária, que nunca havia cozinhado”, diz, lembrando ainda que sabia fazer seis pratos e uma sobremesa. Ela aceitou e, a partir daí, Saimon passou a promover cada vez mais eventos.

“Comecei a enxergar isso depois de realizar oito eventos. No início íamos em três pessoas, todos sem experiência”, conta Saimon. Mas, no meio dos ingredientes, Saimon tinha um toque especial: sempre procurou entregar mais do que o prometido. “Acho que isso faz a diferença em todos os setores, principalmente no negócio”, acrescenta o chef.

E ele foi além. Buscou mais conhecimento. Para isso, visitava restaurantes e se especializou, ingressou no curso de Gastronomia na Unesc, o que avalizou ainda mais o seu trabalho. Se ele já conquistava pelos sabores, começou a ter mais técnica, e a brilhar na apresentação. A agenda começou a multiplicar e se espalhou por Santa Catarina e até outros estados.

Novo nicho para seu mercado de trabalho

Com as visitas que fez, observou um novo nicho que estava surgindo, a modalidade finger food. São os pratos servidos em minicumbucas, copinhos, pratinhos, palitos, enfim, em toda forma que possa ser uma pequena porção individual e que a pessoa consiga se servir em pé mesmo, sem grandes cerimônias.

Para o chef, o importante para quem está iniciando na carreira é ter um bom relacionamento e empreender. “Não basta saber cozinhar, mas empreender e poder fazer algo diferente. Analisar não só o sabor, mas a experiência que vai proporcionar a quem receber”, sublinha o chef.

Pandemia proporciona nova experiência

Como em outros setores, a gastronomia também precisou alinhar reinvenção e inovação em tempo de pandemia de covid-19. Nesse contexto, Saimon Novack teve uma grande ideia: trabalhar com comidas no estilo delivery, mas de maneira diferente. Ele queria não só entregar um bom produto para o cliente, mas proporcionar uma grande experiência. Foi aí que veio o “Evento na Caixa”. Para isso, houve adaptação em sua cozinha, pois se tratava de um novo método de trabalho, mas a permanência da qualidade e da sua identidade estavam nos seus ingredientes. Ele também não poupou na apresentação e, claro, no sabor, pois segundo ele gastronomia é apreciar todos os detalhes e saber que cada sabor tem seu significado.

Os clientes pediam a comida que vinha numa caixa muito bem preparada. Era entrada, refeição e sobremesa. E a repercussão não poderia ser diferente. A cada data especial ele se viu na necessidade de fazer outras caixas. “O público também está mais exigente e procurei trazer isso para o meu trabalho. A abrangência se deu ainda maior no Dia dos Namorados. Todos os casais que receberam bateram foto e divulgaram nas suas redes sociais, dando mais abrangência para o nosso trabalho. Foi muito importante para todos nós”, disse.

Mídias sociais e a comunicação

O chef Saimon ressaltou que 98% dos eventos realizados se dão pelas mídias sociais, e destacou a importância de saber se comunicar para alavancar o negócio. Os eventos presenciais estão voltando, mas ainda há clientes que querem receber aquela comidinha no capricho, no conforto de sua casa. “A pandemia trouxe bastante clientes por causa do Evento na Caixa também.

Muitos que solicitaram as famosas caixas também estão contratando para os eventos presenciais”, revela o chef. “Independentemente se tem restaurante, o fundamental é fazer um trabalho de excelência, tanto no sabor quanto na apresentação”, diz.