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MOSSORÓ
from Jornal De Fato
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MOSSORÓ (RN), TERÇA-FEIRA, 9 DE NOVEMBRO DE 2021 | EDIÇÃO 6.211 – ANO XXII | R$ 2,00
Allyson terá orçamento de R$ 851 milhões em 2022
>> Primeiro orçamento da atual gestão tem previsão de aumento de R$ 160 milhões em relação a 2021. Projeto do Executivo tramita na Câmara Municipal de Mossoró. PRINCIPAL 3
Caninde Soares

Volume de energia injetado pela Neoenergia Cosern cresce 6,8% no Rio Grande do Norte, segundo dados da empresa. PRINCIPAL 6
COVID-19 Oeste registra sexto dia seguido de queda na taxa de ocupação de leitos
MOSSORÓ 3
BOLETIM DA COVID-19 NO RN - Nº 472
Última atualização: 8 de novembro de 2021 - 18h
375.254
CONFIRMADOS
182.948
SUSPEITOS 7.417
ÓBITOS
MONITORAMENTO DE VACINAÇÃO 2.257.804
PESSOAS VACINADAS (UMA DOSE)
1.873.862
TOTALMENTE VACINADAS
4.558.996
DOSES APLICADAS

GOVERNDORA VAI À DINAMARCA EM BUSCA DE INVESTIMENTOS
PRINCIPAL 4
MOSSORÓ PODERÁ TER CONSELHEIRA FEDERAL MAIS JOVEM DO PAÍS
MOSSORÓ 1

NESTA EDIÇÃO [ 16 PÁGINAS]
OPINIÃO...............................................P2 POLÍTICA............................................P3 CÉSAR SANTOS...............................P5 GERAIS/OPINIÃO.............................P6 BRASIL/MUNDO...............................P8
Derrota em Guamaré respinga em Allyson
Prefeito de Mossoró fez campanha para candidato que teve menos de 39% dos votos. CÉSAR SANTOS 5 A retração das vendas em outubro é um reflexo das dificuldades enfrentadas pela indústria. PRINCIPAL 7 Motores do avião que caiu e matou cantora foram resgatados nesta segunda-feira. PRINCIPAL 8 No primeiro jogo, disputado na Paraíba, o ABC perdeu para o Sousa por 3 a 0. ESPORTES 8
Vendas de veículos caem 24,5% por falta de componentes Veja o que já se sabe da queda do avião que matou Marília ABC precisa golear para continuar na Copa Nordeste
eSPAÇo JornALISTA mArTInS de vASConCeLoS
Organização: CLAuder ArCAnJo
O FIM DE UMA LONGA ESPERA (II)
rAImundo AnTonIo de SouZA LoPeS
é escritor e jornalista rsouzalopes@hotmail.com

Continua...
[...]
Naquela manhã, como sempre fazia, Pedro levantou-se de sua cama, em seu aconchegante quarto de homem solteiro, dirigiu-se para o banheiro, escovou seus dentes, lavou o rosto, voltou, abriu o seu guarda-roupa e retirou o moletom de caminhada, vestiu-o e, depois, pôs a calça de educação física, os tênis e saiu para a sua caminhada matinal. Eram 5 horas.
Entretanto, neste dia, em especial, ele acordara diferente, com uma estranha sensação de que o seu dia seria mais completo, exclusivo. Sonhara, na madrugada, que um anjo de asas branquinhas lhe acariciara de uma forma distinta, como a predizer que algo haveria de acontecer para tornar sua vida mais feliz, mais alegre.
Com este pensamento ele fez a rotina de seus exercícios, andando os cinco quilômetros diários, contornando uma praça próxima ao seu prédio. Quando voltou para o seu apartamento, o relógio de parede já apontava as 7 horas da matina.
Enquanto tomava seu banho, seu corpo reagiu ao ser tocado por suas mãos. Foi uma sensação boa, porém diferente das sensações anteriores. Desanuviou o pensamento tentando se concentrar na retirada do xampu e do sabonete do seu corpo. A duras penas conseguiu se controlar e não se deixar levar pelos devaneios próprios de quem estava excitado. Acabou o banho, secou seu corpo com a velha toalha felpuda e saiu do banheiro.
De volta ao quarto, lembrouse que tinha uma palestra para assistir. Era sobre um assunto que lhe interessava e que tinha sido sua paixão por anos: a educação com adolescentes. Abriu o guarda-roupa e ficou a obser-
Ilustrativa

var as camisas enfileiradas. Era organizado. Trazia tudo bem arrumado, por cores e não admitia (para si mesmo) deixar suas roupas de qualquer maneira. Olhou para uma camisa azul. Era muito bonita aos seus olhos. Gostava do azul. Vestiu-a e achou-se confortável dentro dela. Optou por uma calça jeans, também azul. Cinto preto e sapatos e meias pretas completaram a vestimenta.
Terminou de se arrumar, passou perfume nos lugares adequados do seu corpo, penteou os cabelos, pegou sua agenda de anotações, alguns livros sobre o assunto que ia ouvir, uma revista semanal de informações e saiu do seu apartamento.
O dia estava esplêndido, com um sol que brindava seus súditos com uma energia positiva e, ele, como sempre fazia, pôs-se a cantarolar uma velha música do rei Roberto. Sem perceber, ainda, ele estava indo ao encontro da sua felicidade.
Caminhando e cantarolando, Pedro ia dando bom dia aos passantes como ele. Avistou, mais na frente, um casal de namorados que se beijava, na despedida de um deles. Eram beijos e abraços apaixonados, próprios de quem descobrira o amor recentemente.
Pedro suspirou ao ver a cena. Apesar de ser um homem relativamente atraente, ainda não conseguira encontrar o seu par ideal. Das mulheres que conhecera, nenhuma delas o fizera suspirar, nem tampouco sentir aquele frenesi, próprio de quem estava cheio de paixão. Alguns amigos diziam que o amor traz, atrelado a ele, esse arrepio trêmulo. Ele nunca sentira isso.
Quando chegou ao seu destino, parou de pensar na sua carametade. Apesar dos pesares, amara, à sua maneira (mais respeito e carinho que amor), todas as mulheres que conseguira conhecer. Se não tinha ainda encontrado o verdadeiro amor, tinha, sem sombra de dúvidas, sido amado por todas as mulheres que se relacionara. Sorriu e agradeceu, interiormente, a sua sorte de apenas ter conhecido mulheres excepcionais.
Quando abriu a porta do auditório de palestras, deparou-se com o anjo que lhe visitara durante a madrugada, em sonhos. Da visão que tivera, somente as asas não faziam parte do visual dela. Era o modelo de mulher que sempre quisera. Branca, de pele sedosa, cabelos cor de mel, e olhos que denotavam uma inteligência de mulher criada no conhecimento; seu corpo era do tipo falso magro, seios arredondados encobertos por uma blusa fina de algodão e seus olhos, que agora lhe fitavam, eram os mais lindos que já vira em toda sua vida.
Teve um sobressalto. Arrepiou-se de novo. Sentiu um imenso desejo e quase chegou a ter uma ereção, naquele momento, tamanha foi a sensação lasciva que tomou conta do seu corpo. Seus olhos a olharam profundamente, lá dentro de sua alma e, quando lá chegou, foi recepcionado como um imperador, como o provável dono daquele universo.
Instintivamente, ele recuou – por educação, porém, pensou ter ouvido algo, pronunciado por ela. Não entendeu o seu significado, pois saiu em murmúrio, quase inaudível. Só percebeu que o olhar que ela lhe lançou foi o de aceite por seu olhar. [...]
Ela procurou o seu lugar na plateia e, ele, Pedro, a seguiu. Conversaram sobre amenidades, coisas do encontro, de educação, da palestra. Porém, seus olhares percorriam cada pedaço de cada um, revelando-os.
Infelizmente, foram interrompidos pela chegada da comissão organizadora do evento, das autoridades e do palestrante. Feitas as apresentações, deu-se início a exposição do tema programado.
Todavia, isso não impediu os olhares, disfarçados ou não, durante aquelas horas nas quais dividiram espaço e o ar. Não havia como negar: a atração fora instantânea e o pronto reconhecimento dela não deixava margem para dúvidas. Certamente, naquele dia, iniciava-se uma linda história de amor. No intervalo, trocaram endereços eletrônicos e números de celulares. [...]
Rachel, quando terminou seus compromissos do dia, voltou para casa. Estava deslumbrada com o acaso que vivera. Tinha tido o prazer de encontrar sua alma gêmea, sua carametade, sua chama da paixão e, por isso mesmo, flutuava em nuvens de sonhos a serem realizados.
Pedro, quando acabou o debate, que sucedeu a palestra, ficou a conversar com um companheiro educador e não viu quando Rachel saiu do recinto. Isso, no entanto, não tirou o brilho dos seus olhos, pois o mais importante já havia sido dito, em muitos dos casos, de forma silenciosa, através dos olhos da alma e da recepção do coração. Além do mais, pensou ele, seu email e o número do seu celular já se encontravam com ela, o que denotava que, logo em seguida, iria receber notícias de sua alma gêmea. [...]
Nos dias que se seguiram, cambiaram informações, revelações e juras. O primeiro encontro, a sós, fora marcado. Era inevitável e era tudo o que eles almejavam. O sentimento que os ligava exigia também a aproximação dos corpos – já que suas almas estavam, irremediavelmente, atadas.
Chegou o grande dia. Detalhe: era antevéspera do aniversário dele. Rachel preparou-se com cuidado excepcional. Escolheu um vestido azul que deixava à mostra a brancura de suas pernas – algo que ele apreciava – diferentemente da maioria dos homens, que preferiam mulheres bronzeadas, o seu príncipe tinha verdadeira loucura por pernas alvas. Ela sorrira – satisfeita e aliviada – no dia em que ele lhe revelara essa sua preferência. Motivo: ela raramente ia à praia e suas pernas eram muito brancas. Com o passar do tempo e a cada detalhe, ficava mais convicta de que o destino lhe mandara a pessoa certa, a sua outra metade.
Constatara, depois, que tinham muitas coisas em comum – que os diferenciava e os completava também. Juntos eram imbatíveis – ela dizia e ele concordava. Na hora e local combinados, encontraramse. Seus corpos tremiam. As mãos estavam geladas e úmidas. Seus corações batiam freneticamente. Puderam senti-los, mutuamente, enquanto se uniram num longo e caloroso abraço, seguido de dezenas de beijos. Foi uma explosão de querer, de paixão e de prazer. Não podiam mais ficar naquele local. Saíram em busca de um éden para realizarem seus sonhos e fantasias mais íntimos. Encontraram-no. Um recanto discreto e acolhedor. A entrega foi total: sem reserva, resistência ou censura. O encaixe, perfeito. Rachel tinha razão: Pedro, realmente, era o homem dos seus sonhos. Sua longa espera chegara ao fim. Lá fora, a lua e as estrelas iluminavam o cenário paradisíaco no qual se dava a mágica da fusão de dois seres predestinados – uma prova incontestável de que o amor existia entre eles.

dI reçÃO geral: César Santos dIretOr de redaçÃO: César Santos gereN te ad MINIS tra tIVa: Ângela Karina deP. de aSSINatUraS: Alvanir Carlos Um produto da Santos Editora de Jornais Ltda.. Fundado em 28 de agosto de 2000, por César Santos e Carlos Santos.
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