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OPINIÃO

esPAÇo JorNALIstA mArtINs de VAsCoNCeLos

Organização: CLAuder ArCANJo

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PORTA ENTREABERTA

VANdA mArIA JACINto

escritora, autora do livro Rabiscando os caminhos da prosa v.m.j@hotmail.com

“Nenhum homem é livre se a sua mente não é como uma porta de vai-e-vem, abrindo-se para fora a fim de liberar suas próprias ideias e para dentro a fim de receber os bons pensamentos de outrem.” (Validivar – Místico Rosacruz)

Enquanto faço minha caminhada diária, vou observando a paisagem à minha volta. De um lado a vegetação nativa e algumas árvores frutíferas que se destacam – nesse específico horário ainda abrigando os pássaros barulhentos que acabam de acordar.

No mato rasteiro, mil tipos de plantinhas com minúsculas flores de cores e formatos variados, totalmente diferentes das que cultivo. O sol já se mostra soberbo, invadindo os ramos das árvores, rendilhando o chão. Gatinhos de rua saem à procura das primeiras caças da manhã, ou mesmo para celebrar o novo dia, pulando pra lá e pra cá. Sem contar com as garças e tetéus que vasculham incessantemente os restos de dejetos de animais que por ali pastaram...

Contrastando com esse cenário, do outro lado da rua vejo muros e portões altos nas casas, isolando totalmente as pessoas que ali vivem. De repente fico me perguntando:

Que segredos, mistérios ou intimidades eles guardam? Sim! Porque, naquele momento, representam um enigma pra mim.

Imediatamente, lembrome de portas fechadas que, curiosamente, sempre despertaram em mim esses questionamentos.

Sempre me senti atraída por portas e portais de um modo geral! Os portais, talvez pelo fato do desconhecido motivo que instigaram cada construção – embora acredite no sentido místico da “eterna busca de si mesmo” –; já as portas, mais comuns em nosso caminhar, fechadas ou abertas, por representarem a permissão ou não da sua ultrapassagem.

Quem nunca esteve diante de uma porta fechada em algum momento da vida? Ou já sentiu a angústia da espera numa recepção, aguardando o resultado de um exame? Ou mesmo de ser anunciada para uma entrevista de emprego, ou mesmo para uma primeira consulta com um médico desconhecido? Já parou pra pensar como elas – as portas – podem se tornar barreiras ou, de alguma forma, facilitar o nosso trânsito por aqui?

Assim pensando, enumerei mentalmente algumas situações vividas e observei que a frequência com que nos deparamos com portas abertas ou fechadas, no nosso caminhar, é muito maior do que imaginamos. Vale salientar que não apenas as reais, mas, acima de tudo, aquelas simbólicas que guardam a sete chaves todos os nossos pensamentos e até os segredos mais sutis.

O interessante é que tanto as portas reais quanto as simbólicas, ambas carecem da ação humana para abri-las e de lá resgatar ou arquivar o que se deseja. Somos nós os guardiões das inúmeras portas existentes na nossa mente.

O impulso em abri-las, de vez em quando, representa a nossa eterna busca pelo novo, pelo nosso crescimento. Quando entramos em contato com alguma coisa pela primeira vez, a tendência é fazer um breve estudo do todo; logo após, uma comparação com as informações que temos arquivadas e, só a partir daí, então tomaremos uma decisão de adesão ou não.

Analogicamente falando... Em novas situações por que passamos, não costumamos abrir de vez a porta da nossa mente. De acordo com a nossa interação no ambiente ou com as pessoas – seja qual for o caso – é que vamos filtrando as novas informações, e permitimos, ou não, a assimilação através da porta entreaberta, para ser mais precisa, uma porta de vai e vem, permitindo assim a troca de experiências.

Quanto aos portais, principalmente os do meu tempo, vivo a transpô-los.

Quando penso que todo esse processo acontece tão sutilmente, que nem visualizamos o seu fluir, fico maravilhada com a Criação Divina, onde tudo acontece perfeitamente.

Assim se dá o nosso aprendizado.

dI ReçÃO ge RAl: César santos dIReTOR de RedAçÃO: César santos ge ReN Te Ad MINISTRATIVA: Ângela Karina deP. de ASSINATURAS: alvanir Carlos Um produto da Santos Editora de Jornais Ltda.. Fundado em 28 de agosto de 2000, por César Santos e Carlos Santos.

FILIADO À

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