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crise na segurança gera ataques da oposição ao governo estadual

Em meio à tensão dos últimos dias, um momento de humor para quebrar o clima: o prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) se apresentou às forças de segurança que chegaram a Mossoró usando o chapeuzinho de couro e um colete à prova de bala. Os fardados mantiveram o respeito na frente do chefe do Executivo, mas não seguraram a gargalhada quando ele saiu do local. Realmente, o personagem estava engraçado.

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Acrise na segurança pública do Rio Grande do Norte, estabelecida por ataques de facções criminosas desde a madrugada de segundafeira, 13, tem servido de confronto político entre oposição e governo. Em meio ao embate, a discussão sobre o uso das Forças Armadas, que é sugerido por políticos adversários da governadora Fátima Bezerra (PT), mas resistido pela chefe do Executivo estadual.

Sem comando maS no maIS

A Secretaria Municipal de Segurança de Mossoró está sem titular desde o dia 28 de fevereiro, quando o policial militar Cledinilson Morais deixou o cargo. Por decisão do prefeito Allyson, a Segurança ficou nas mãos do assessor especial Thiago Marques, que certamente não é bem uma estrategista de enfrentamento à criminalidade.

O batalhão midiático do prefeito ocupa as redes sociais com notícias que a gestão municipal mantém a ordem na cidade de Mossoró, mesmo com a pasta da Segurança sem comando. E ainda tem quem acredite.

É justo reconhecer o trabalho da Guarda Municipal nesse momento de incertezas nas ruas de Mossoró. Por exemplo, a escolta aos veículos da Vale Norte tem garantido a coleta de lixo. Não fosse a guarda, a Vale estaria recolhida em sua garagem. E o lixo acumulado.

orçamenTo SecreTo

O presidente Lula (PT) resistiu, mas vai ter que abrir o cofre. Nos próximos dias, o governo começa liberar as emendas parlamentares, do famigerado orçamento secreto, para tentar formar uma base de sustentação política confiável. Os deputados contemplados são os mesmos atendidos no governo Bolsonaro.

Humor Reprodução

A ideia da oposição vai além da preocupação com a segurança dos potiguares. Ao pedir o uso das Forças Armadas é uma forma de construir a narrativa de que a intervenção seria consequência da incapacidade do governo de enfrentar a criminalidade. Versão contestada pela cúpula da segurança pública do estado, que julga suficiente a presença da Força Nacional para reforçar o enfrentamento ao crime organizado (veja cobertura completa nas páginas 6 e 7 do caderno Mossoró).

O senador Styenson Valentim (Podemos), que já declarou que pretende disputar o governo em 2026, levou o embate para Brasília. Ele requereu ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD), o pedido formal ao presiden- te da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para o uso das Forças Armadas no Rio Grande do Norte. Pacheco atendeu a Styenson e encaminhou o ofício, em nome do Senado, ao Palácio do Planalto. Cabe ao presidente da República a competência de determinar o uso das Forças Armadas.

No pedido, Styvenson definiu como “graves acontecimentos ocorridos no estado” e ressaltou que só com o emprego das Forças Armadas “é possível conter as ondas de violência que aterrorizam os cidadãos potiguares”.

“Sendo assim, na quali-

Líder do governo afirma que medidas resolverão problema

O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Francisco do PT, afirma que o Governo do Estado está adotando medidas efetivas, com apoio do Governo Federal, para restabelecer a ordem e a tranquilidade no Rio Grande do Norte. Logo, no entendimento da bancada governista, representada por Francisco, não há necessidade das Forças Armadas.

deSTemIdoS

As chamas que queimaram em Natal nos últimos dias não intimidaram um grupo de vereadores de Mossoró. Eles se transferiram para capital para o Encontro Nacional de Gestores e Legislativos Municipais, encerrado nesta sexta-feira, 17. Estavam lá, sem colete à prova de bala, Omar Nogueira (Patriota), Costinha (MDB), Naldo Feitosa (PSC), Isaac da Casca (MDB), Paulo Igo (Solidariedade), Ricardo de Dodoca (Progressistas) e Lamarque Oliveira (PSC).

“Ouvimos da governadora Fátima Bezerra e dos gestores da segurança sobre as ações que estão sendo efetivadas com o Governo do Estado, Governo Federal e demais Poderes para que possamos restabelecer a ordem no RN. Não há dúvida de que vivemos um momento de gravidade, mas o governo não está inerte, assistindo passivamente”, defendeu o deputado.

Francisco do PT disse estar confiante que as medidas que estão sendo tomadas, em todas as frentes da Segurança Pública, irão restabelecer a normalidade.

O presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB), que apoia o governo, disse acreditar que as medidas implementadas, com os reforços que chegaram para somar às forças estaduais, serão capazes de solucionar a crise. “Colocamos o Poder Legislativo à disposição para somar esforços e restabelecer a normalidade em nosso Estado. Estamos atentos e à disposição para somar forças nessa luta”, assegurou.

Ezequiel sugeriu ao dade de presidente do Senado e do Congresso Nacional, e tomando como razões de decidir elementos trazidos pelo ilustre senador da República do Estado do Rio Grande do Norte, dadas as circunstâncias do caso concreto e a urgência do momento, formulo o pedido de envio das Forças Armadas, a fim de garantir a lei e ordem daquela unidade federativa” definiu Pacheco.

O senador Rogério Marinho (PL), líder do bolsonarismo no RN, reforçou o discurso da oposição. Ele também solicitou o envio das tropas. Na Assembleia Legislativa, deputados da oposição como Gustavo Carvalho (PSDB) e José Dias (PSDB) fizeram a mesma cobrança na sessão de quinta-feira, 16.

O deputado bolsonarista Coronel Azevedo (PL) chegou a afirmar que a governadora resiste a solicitar o envio das Forças Armadas “por questões ideológicas”.

O Governo Fátima tem afirmado que não é necessária a utilização das Forças Armadas porque o Ministério da Justiça tem encaminhado efetivo da Força Nacional e que até este domingo, 19, a expectativa é que o estado tenha 500 homens nas ruas.

Francisco do pt: “o governo não está inerte” governo que seja realizado um estudo de necessidade das cidades atingidas pelas ações criminosas, que tiveram viaturas, ambulâncias, ônibus escolares e carros pipas queimados e necessitam de soluções, ainda que mediante cessões temporárias, para suprir as demandas neste momento.

“Acompanho com atenção as iniciativas e ações de Segurança Pública. Como deputado e presidente da Assembleia Legislativa, afirmo nosso total e irrestrito apoio às ações de combate ao crime organizado no RN. Entendemos que a população precisa e terá o seu direito de ir e vir, assim como a normalidade de suas atividades rotineiras de estudo, lazer e trabalho”, afirmou.

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