6 minute read

MULHER ........................................ P1 A

Next Article
OPINIÃO

OPINIÃO

Cont. da PÁG. 3

‘Mossoró tem uma administração extremamente midiática e personalista’

Advertisement

na hora que a senhora for consultada, dirá sim ou não para a candidatura a governador do PsdB?

Eu entendo que o deputado Ezequiel tem que analisar o que é importante não só para o partido, não só para o estado, mas para ele também. Ele tem que fazer uma consulta bem ampla. O que eu posso dizer agora é o que eu tenho dito a Ezequiel a todo momento, estarei com ele se ele for candidato a senador ou candidato a governador. Essa é uma questão que depende muito da decisão dele. Agora, eu tenho que reconhecer que internamente no partido existe esse movimento.

o prefeito allyson Bezerra ainda não se manifestou sobre o novo piso salarial dos professores. a senhora tem uma posição organizada defender o cumprimento da lei do Piso do Magistério em Mossoró?

Nós temos já feito essa cobrança diariamente, seja no nosso programa de rádio e na Câmara Municipal. Causou-me estranheza a forma, a indiferença que o prefeito tratou os profissionais da educação, os professores de Mossoró, na mensagem anual lida no início deste mês. Ele disse a todo momento que respeitava o servidor, que dialogava com o servidor, mas simplesmente não se referiu a essa pauta tão importante para os professores. Essa pauta não é só de Mossoró, mas os outros municípios estão implantando o novo piso como Apodi, Rafael Fernandes, Frutuoso Gomes, e o governo do estado está dialogando com o sindicato da categoria. Então, me causa estranheza que o prefeito de Mossoró não tenha se posicionado até aqui. Nós vamos continuar nessa cobrança para que a gestão municipal dialogue com os professores e diga que vai cumprir a Lei do Piso do Magistério. essa colocação do prefeito. Ele disse numa entrevista que para dar o aumento salarial do servidor teria que tirar de um canto para colocar em outro, sugerindo que a Câmara é que tinha que ter aprovado no orçamento. Ora, quem mandou o orçamento para câmara foi o prefeito e ele sabia que o novo piso salarial do magistério seria estabelecido nesse ano. O dever de cumprir o piso dos professores é do Executivo, não é do legislativo. O prefeito precisa assumir as responsabilidades, inclusive, como servidor público precisa se posicionar.

o silêncio do prefeito não é uma sinalização de que o município de Mossoró não vai implantar um novo piso salarial dos professores?

Espero que seja apenas uma suspeita, mas está muito parecido que ele não vai cumprir a lei. Estamos preocupados porque o prefeito colocou outro tema importante em cima dessa questão, que é a reforma da previdência que afeta os servidores públicos municipais, principalmente aqueles que recebem os menores salários. Mas, estamos atentos, vamos lutar em defesa dos professores. O sindicato da categoria deve se posicionar e terá todo o nosso apoio.

Promover uma reforma da previdência no momento em que se discute o cumprimento do novo piso dos professores seria uma forma de a gestão

municipal mudar o foco?

Pois é, pode ser que seja, porque a reforma da previdência ocupa os vereadores de oposição, o sindicato, e o cumprimento do piso dos professores fica sem debate, perde o foco. No entanto, mais cedo ou mais tarde a cobrança chega. Aliás, essa cobrança já vem sendo feita. A gente vê

o prefeito, nas poucas vezes que falou sobre o novo piso dos professores, questionou de onde sairia os recursos para cumprir o reajuste de 33,24%. esse questionamento se sustenta?

Eu fiquei sem entender

O prefeito foi obrigado a dialogar e esperamos que esse diálogo defina uma reforma que reduza ao máximo o impacto na vida dos servidores municipais de Mossoró.”

nas redes sociais os professores da rede municipal pedindo respeito, cobrando que seja feita a implantação do piso.

Houve uma tentativa de aprovar a reforma da previdência sem discussão, mas o governo acabou recuando, mesmo tendo o apoio de mais de 2/3 na Câmara. o que aconteceu?

O prefeito não conseguiu os votos que precisava para aprovar a reforma no plenário. Tinha um sentimento na Câmara que eles queriam votar o mais rápido possível, mas vereadores da própria base de apoio do governo não aceitaram votar. Prevaleceu a discussão, a importância do debate. O nosso colega da bancada de oposição Francisco Carlos (Progressistas) pediu a audiência pública, nós fomos para audiência pública e, na sequência, eu até fiquei surpresa com a formação de um novo bloco com vereadores da base governista; houve o recuo do governo de colocar a reforma em votação. O prefeito chamou a reunião com o sindicato, com os vereadores, porque não teve a opção de votar do jeito que ele queria. Se ele quisesse dialogar, teria chamado o sindicato antes de mandar o projeto para Câmara Municipal, teria discutido uma proposta que pudesse ser votada com mais celeridade. Agora, foi obrigado a dialogar e esperamos que esse diálogo defina uma reforma que reduza ao máximo o impacto na vida dos servidores municipais.

a senhora estudou a reforma da previdência, elaborou proposta para melhorar o projeto do executivo?

Nós temos uma proposta de reforma que não faz uma progressão da alíquota, aumenta de 11% para 14% a contribuição do servidor, sem escalonamento. Tem a pensão por morte que cai 50% o valor. A reforma proposta pelo prefeito fala em suplementação, mas não explica nada. O próprio advogado do Sindicato dos Servidores Públicos (Sindiserpum), Lindocastro Nogueira, quando fez a sua exposição, mostrou que era um texto extremamente confuso. Mas, estamos debatendo essa questão da previdência diariamente na Câmara Municipal e quero afirmar que a minha posição será de defesa do servidor público. O nosso mandato está com a categoria.

seis vereadores governistas surpreenderam com a criação do bloco “diálogo e respeito”, sugerindo insatisfação com o Palácio da resistência. a Câmara passa a ter seis blocos. é possível imaginar um equilíbrio de forças a partir de agora?

Eu acho que muda totalmente a situação se realmente o novo bloco cumprir o seu papel. Desde o começo da legislatura, o Executivo vinha aprovando tudo na Câmara, nós da oposição fomos atropelados. Os requerimentos chegando e que deveriam tramitar mais tranquilamente, estavam sendo votados em sessões extraordinárias. Acho que agora muda a relação de forças dentro da Câmara Municipal. E acho também que isso é consequência por se tratar de um ano eleitoral.

numa entrevista recente, a senhora foi chamada para avaliar a gestão municipal e disse que não era boa. Por que essa conclusão?

A atual gestão municipal não é boa porque existe uma diferença muito grande do discurso para a realidade do que o povo de Mossoró vive hoje. Nós temos pessoas com fome pedindo nas ruas da cidade, porque a gestão não tem proposta para o social, para o desenvolvimento econômico. No centro da cidade, a praça está bonita, está organizada, mas se você vai à periferia, a realidade não é a mesma. A gente tem reclamações de pessoas que vão aos postos de saúde, que não encontram medicamentos. Se fizermos um comparativo da mensagem do programa de governo, apresentado durante a campanha eleitoral, com as duas mensagens apresentadas pelo prefeito (2021 e 2022), você percebe uma diferença muito grande.

Por exemplo...

Na mensagem de 2021, o prefeito disse que implantaria na UPA do Belo Horizonte um serviço de ortopedia, mas colocou uma pedra em cima e não fala mais sobre o assunto. Então, eu acho que é uma administração extremamente midiática, personalista e que não está olhando para a população com o cuidado que a população merece.

This article is from: