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OPINIÃO
from Jornal de Fato
eSPAÇo JorNALIStA MArtINS de VASCoNCeLoS
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Organização: CLAuder ArCANJo
FLáVIA ArrudA
Pedagoga e escritora, autora do livro As esquinas da minha existência. flaviarruda71@gmail.com

A frase título desta crônica não é minha, mas surgiu num desses papos cheios de frivolidades, de conversas que não precisam fazer o menor sentido para acontecerem. É que o sem nexo nos diverte. Digamos que é o nada com nada, ou o nada com tudo e o tudo com nada dos cavacos que temos com as amigas do coração; que ocorrem quando passamos horas ao telefone, fofocando e colocando os assuntos em dia, isto, depois de passados séculos sem nos comunicarmos.
Pois bem, voltando ao título desta crônica, frases do tipo só surgem durante as melhores conversas, aquelas bobas e despretensiosas, tagarelices sem regras e, muito menos, medidas de cortes. Frases assim são presentes das amigas que somos fãs, tanto por suas inteligências brilhantes, seus repentes e tiragens instantâneas. O resultado não poderia ser outro: frase plena de reflexões.
Levando em conta tais reflexões, percebo que tenho elaborado minhas próprias confusões, de forma que elas, por si só, não conseguem se definir tão claramente. Tenho tentado me ouvir, só que numa frequência mais grave, regulando os sons de tal maneira que não me façam
explodir os tímpanos das minhas reflexões; enfim, os barulhos da mente estão tão atônitos que, por vezes, quero sufocá-los com minhas evasões e silêncios; porém, nem sei como conseguiria tal proeza. Na verdade, eu tento parar o tremor da sobrancelha do lado esquerdo do meu rosto, sem muito sucesso. Pensando melhor, tal tremor pode estar associado ao volume dos meus ruídos. Tento me esquivar de certos chiados e interferências, apesar de certas cenas e crônicas serem o estardalhaço que me impede de juntar algumas loucuras. O fato é que existem muitas dúvidas e muitos porquês nessa trajetória um tanto quanto contraditória. Nem os rasgos dos dias finais, em que me lanço fora do caos perturbador – e que ecoam em meus ouvidos –, conseguem me acordar para os dias que se seguem.
É que o tempo, o amor, as paixões, as relações e as contas do fim do mês são implacáveis em suas condutas e posturas. As coisas são como devem ser; de um jeito ou de outro, a vida segue seu curso, o tempo cumpre seu papel, os amores se renovam, outras contas se amontoam na caixa dos correios e... é a vida que segue. Aceita que dói menos (“pia” o jargão!).
Ah, tem só mais uns “entretantos”: sobre os fatos abstratos que não se assemelham ao concreto, sobre o racional se sobrepor ao emocional, isto, sob pena de obstruir o foco – embora haja controvérsias, mas não vamos polemizar a essa altura do campeonato, pois time que está ganhando não se mexe – é o que dizem. Então, cuidemos em encerrar esse papo frívolo; afinal, cada qual com seu cada qual, com suas crenças e valores e, assim, segue a humanidade, entre um ajuste e outro no volume das nossas reflexões, quem sabe a soma das nossas loucuras não resulte em lucidez...

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