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MERCADO FINANCEIRO Previsão de inflação sobe de R$ 1,78% para 1,94% no ano

>>Estimativa de inflação está no boletim Focus, publicação divulgada todas as semanas pelo BC

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KELLY OLIVEIRA Repórter da Agência Brasil

Omercado financeiro espera por inflação maior este ano. Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) alteraram a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 1,78% para 1,94%, neste ano. A estimativa de inflação está no boletim Focus, publicação divulgada todas as semanas pelo BC, com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Sede do Banco Central, em Brasília

Marcello Casal Jr - Agência Brasil

A revisão na estimativa ocorreu após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informar, no último dia 9, que o IPCA ficou em 0,24% em agosto, a maior taxa para o mês desde 2016 (0,44%). A inflação de agosto foi influenciada principalmente pelo aumento do custo dos transportes (0,82%) e dos alimentos (0,78%). O IPCA acumula taxas de inflação de 0,70% no ano e de 2,44% em 12 meses. Apesar do aumento na projeção para o IPCA, a estimativa do mercado financeiro ainda está abaixo do piso da meta de inflação (2,5%) que deve ser perseguida pelo Banco Central (BC). A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,5% e o superior, 5,5%.

Para 2021, a estimativa de inflação foi ajustada de 3% para 3,01%. A previsão para 2022 e 2023 não teve alteração: 3,50% e 3,25%, respectivamente.

A meta de inflação para 2021 é 3,75%, para 2022, 3,50%, e para 2023, 3,25%, com intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, em cada ano.

A previsão do mercado financeiro para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) este ano foi ajustada de 5,31% para 5,11%. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

Para 2021, a expectativa é de crescimento de 3,50%, a mesma previsão há 16 semanas consecutivas. Em 2022 e 2023, o mercado financeiro continua a projetar expansão de 2,50% do PIB, em cada ano.

OUTRAS

JOSÉ NICODEMOS

PALAVRAS

aristida603@hotmail.com

VAMOS SER JUSTOS

Ficou pra abril seguinte, dia 4, o julgamento do habeas corpus pedido a favor de Lula. Não me incluo, aviso logo, no número dos que acreditam na inocência de Lula. Muito pelo contrário. As visibilidades, a meu ver, inelutáveis, estão a nos entrar pelos olhos. Vamos ficar por aqui.

De modo que desejar a volta de Lula ao governo será um paradoxo político, ou que outro nome tenha, mas não é só neste aspecto que se observa. Não se pode esconder que Lula ainda é (se cabe assim dizer) o candidato das maiorias populares à presidência da República. Bastante reduzido em sua popularidade, mas é.

A verdade é que o condicionamento do seu governo, em termos de corrupção, não foi capaz, ou antes, não teve força pra desesperançar o povo brasileiro. Digo, a confiança em que, sob Lula, e só sob ele, as coisas poderão melhorar por todos os lados. Bem. Não sou partidário de Lula, mas também não sou radical, nem de longe.

Assim obrigo-me a reconhecer que o povo brasileiro experimentou melhores condições de vida sob o governo Lula, como não se pode comparar com os governos anteriores, ao menos os mais próximos. Mas, e no bojo do seu governo, por isso que seja, já se estaria gestando a crise que haveria de pipocar? Aí não sei, nem discuto.

O que interessa à opinião púbica, ou dizendo melhor, às maiorias que ainda estão do lado do ex-presidente petista, é que a vida dos brasileiros em seu governo era bem melhor. Digo, menos aperreada. O dinheiro circulava e, assim, o comércio vendia, a indústria produzia mais e, com isso, ambos empregavam mais.

Depois, a filosofia do grande povo brasileiro parece ser a do “roube, mas faça”, e talvez por aí se explique o prestígio popular de Lula, se bem que bastante desfalcado. Ou não? Bom, a filosofia pode estar errada, mas a sabedoria coletiva terá sua razão de ser. E não será tão difícil assim o alcance dessa mentalidade nacional.

No fundo, e no duro, o povo tem lá suas razões. Pensando bem, prevalece a sabedoria da máxima antiga – dos males, o menos. Sabem? Sou de opinião que Lula, com todos os defeitos, ainda será bem melhor que os outros aí carregados de virtudes. E é analfabeto? Ora, ora essa, o Brasil é um país de doutores analfabetos.

Afinal, como se vê, não estou aqui a discutir a culpa ou a inocência de Lula, ou o que lá seja, apenas a dizer, com toda a isenção de que sou capaz, que o Brasil foi bem melhor sob o seu governo. A corrupção é outra história, e merece um capítulo à parte. Aí, vamos ser justos.

CONSTITUIÇÃO

Não lembro quem foi o político e intelectual brasileiro do passado que disse que faria a Constituição do Brasil com um único artigo: “Todo brasileiro é obrigado a ter vergonha”.

CRISE

Em verdade, na ausência dessa virtude, ética e moral, é que está a crise por que passa o país, e que se dá sinais de melhora, coisa é que não reflete na vida dos brasileiros. Papo de ministro.

CONSEQUÊNCIA

A crise aí instalada é, portanto, a imperiosa consequência da falta de vergonha que identifica os poderes institucionais do governo, com o detrimento à prosperidade nacional. Tem razão.

LINGUAGEM

“Acusado, ele nem sequer esboçou reação.” Um leitor diz que leu isto num texto jornalístico (F. de São Paulo) e quer saber se, no caso, o “nem” deve ser dispensado. Seguramente, não. A regra é que o advérbio “sequer” necessariamente se emprega acompanhado de negativa, caso da locução sinônima “ao menos” ou “pelo menos”: A vítima nem sequer esboçou reação. Acusado, ele nem sequer esboçou reação. Trata-se de um reforço estilístico e, como tal, confere mais vigor à expressão negativa. O pessoal da F. de São Paulo via de regra sabe escrever.

Atividade econômica cresce 2,15% em julho

KELLY OLIVEIRA Repórter da Agência Brasil

A atividade econômica registrou três meses seguidos de crescimento. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou em julho expansão de 2,15%, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC).

Nos meses anteriores, em maio e junho, também houve crescimento: 1,86% e 5,32%, respectivamente, de acordo com dados revisados pelo BC. Em março, início das medidas de isolamento social necessárias para o enfrentamento da pandemia de covid-19, o IBC-Br caiu 5,89%. Em abril, foi registrada a pior queda: 9,37%. Esses resultados são dessazonalizados, ou seja, ajustados para o período.

Na comparação com julho de 2019, houve queda de 4,89% (sem ajuste para o

período, já que a comparação é entre meses iguais). Em 12 meses encerrados em julho, o indicador teve retração de 2,90%. No ano, o IBC-Br registrou queda de 5,77%.

O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira e ajuda o BC a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic.O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária, além do volume de impostos.

No entanto, o indicador oficial sobre o desempenho da economia é o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o mercado financeiro, o PIB deve registrar queda de 5,11%, em 2020.

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