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OPINIÃO

esPAÇo JorNALIstA mArtINs de VAsCoNCeLos

organização: CLAuder ArCANJo

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SerVIMOS Café & POeSIa NOPátIO da UerN

ÂNgeLA rodrIgues gurgeL

autora de Ensaio Poético e Confissões Crônicas Idealizadora da confraria Café&Poesia angelargurgel@gmail.com

Em mais uma edição da Quinta Cultural, o Café & Poesia esteve presente no Pátio da Reitoria da UERN para uma tarde de história, poesia e muita emoção. Abrigados sob a sombra da centenária mangueira, a música, a poesia e a oração, em plena comunhão, vestiram de beleza o espaço acadêmico, mostrando que a arte é a expressão maior de liberdade, acolhimento e pluralidade. Acolhidos pela boa música de Hallysson, Guido e Bruno e as palavras poéticas de Valterlin, a tarde transcorreu em clima de emoção e poesia. Após as apresentações musicais, padre Manoel Guimarães fez uma bênção poética recorrendo ao poder da palavra, presente desde a criação até os dias atuais.

Nossa companheira de lutas e sonhos – Dulce Cavalcante – emocionou a todos, ao entregar a Magnífica Reitora, Dra. Cicília Raquel Maia Leite, o discurso proferido por ela, oradora oficial das turmas de concluintes de 1977, do Campus Central da URRN. Datilografado em folhas amarelecidas pelo tempo, o belo e poético discurso conta um pouco das grandes lutas travadas por homens e mulheres na construção dessa importante Universidade para o RN e estados vizinhos. A URRN, hoje UERN, cresceu e está presente em quase todas as regiões do Estado, sendo responsável pela formação da grande maioria dos docentes da rede pública e privada dos municípios potiguares. Junto com o discurso foi entregue uma foto da oradora, quando estava dirigindose ao púlpito.

Ato contínuo, a poetisa Vanja Reis, ainda emocionada pelas falas anteriores, encantou os presentes recitando esta poesia da doce Dulce:

OUTONO

Às vezes, A minha primavera desvia Do caminho florido. Esmaga os brotos recém-nascidos, De bromélias, begônias e bugaris, E vai pisando em folhas amarelas. Os pés imóveis, Impenetráveis Como a olhar ao redor de si.

Já é outono, É o outono que se cristaliza, Como chuva guardada Em uma cabeça de nuvem Enfadada e ainda com sono.

Eu paro por um instante, Fico e questiono, Pois a cabeça de nuvem esquece que, de agora em diante, Será sempre outono.

As recitações foram encerradas por Margareth Freire com outra poesia de Dulce. Mesmo com os olhos marejados pelo oceano de emoção, era impossível não ver e sentir a admiração e respeito no olhar de cada pessoa presente naquele ambiente “vestido de um povo” que insiste em acreditar que a arte e ciência podem caminhar harmoniosamente. Que juntas elas transformam vidas. Se há uma coisa neste mundo que pode traduzir detalhes, sentimentos, angústias, medos, alegria, felicidade, ousadia e coragem esta coisa chama-se poesia ou, em um conceito mais abrangente, arte.

Em seguida a Magnífica Reitora declarou sua alegria por ver o pátio da UERN acolhendo as instituições culturais e convidou a todos para transformar a Quinta Cultural em um projeto permanente. Surpresa para a maioria dos presentes, Cicília declarou-se uma “Poeta em Construção”. Leu uma poesia de sua autoria e ficou claro para todos os presentes que, além de cientista e gestora, aquela admirável mulher é uma poeta, não em construção, mas construída pela força da poesia que flui de suas palavras, metrificadas ou não.

A verdade é que o poeta, mesmo sem ser poeta, reconhece a poesia envolta nas cortinas dos silêncios e do ocaso. E foi assim que a enfermeira, Dra. Lorrayni Solano, descobriu, durante uma consulta, uma talentosa cordelista que sonhava ser Globeleza, mas foi conquistada pela métrica envolvente do cordel. O Café & Poesia, através de Socorro Gurgel, encaminhou Kalianny Andreia para o mundo das publicações e, durante a Quinta Cultural, ela lançou seu primeiro cordel “Equilíbrio Desigual”, ilustrado pela adolescente Nina, filha da enfermeira Lorrainy. Apresentada por sua “descobridora”, que fez fala enfática em defesa da arte acessível para todos, Kalianny emocionou-se e agradeceu pela oportunidade de participar daquele momento. Não tem preço ser testemunha do nascimento de um novo escritor. Ver os versos sendo lançados ao mundo, e a poesia ganhando mais adeptos.

Encerrando o momento, li, da autoria de Socorro Gurgel, um cordel em homenagem a UERN, uma tentativa de mostrar nossa gratidão a essa casa que nos recebe, pela segunda vez, para falar de sonhos, esperança e poesia.

UERN 54 ANOS

Parabéns, querida UERN! Por mudar a nossa história São cinquenta e quatro anos De luta, sonho e vitória... E por seu cheiro de povo Gratidão ao Deus da glória.

Plantada num fértil chão Mossoró espalhou a semente E a educação desta terra Alcançando muita gente A UERN, hoje, dá frutos, Em lugares diferentes.

Suas lutas solidárias, Partilhadas, confiantes Trazem frutos de saberes Com sabores energizantes, Capazes de transformar Aprendentes e ensinantes.

Parabéns, pra nossa UERN! Por ter o que celebrar Pela sua caminhada, Por muito nos orgulhar, Por ser uma UNIVERSIDADE Com o poder de transformar.

Obrigada, Cicília, Esdras, Celeste, Hayana, Juliana, Valterlin e todos que estiveram envolvidos na construção desse momento. Sou consciente que toda lista é injusta e certamente teve muito mais gente envolvida, estes são apenas os que ficaram em contato comigo durante a organização do evento. Gratidão a todos que estiveram conosco.

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