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“Judallyson” pressiona prefeito a cumprir piso salarial dos professores
from Jornal de Fato
>> comando de greve apresenta “cópia” do prefeito Allyson Bezerra no trigésimo dia de paralisação
Oprimeiro mês da greve dos professores e professoras de Mossoró, completado nesta quinta-feira, 23, foi marcado pelo “nascimento” de “Judallyson”, um boneco gigante que representa o prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade). O protesto é parte da pressão que a categoria faz para o gestor municipal cumprir a lei do piso salarial do magistério. “Judallyson” puxou carreata por ruas e avenidas da cidade, apresentando-se à população.
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O boneco usa roupa de Judas e o chapeuzinho de couro símbolo da campanha eleitoral de Allyson Bezerra em 2020. O comando de greve explica a junção que batizou “Judallyson”, afirmando que o prefeito traiu os professores e professoras, daí se tornou o “Judas” da Educação, e como não tem falado a verdade sobre a lei do piso salarial, segundo o comando de greve, o boneco ganhou o nariz de Pinóquio.
Boneco “Judallyson” usa roupa de juras, nariz de pinóquio e chapeuzinho de prefeito
Na fábula infantil, Pinóquio é um boneco tendo de aprender a lidar com a verdade e a mentira. Nesta história, peculiarmente, o nariz do Pinóquio cresce todas as vezes que ele conta uma mentira.
A presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SINDISERPUM), professora Eliete Vieira, afirma que “Judallyson” passa a fazer parte da luta dos trabalhadores em Educação. Segundo ela, é
Lei
O comando de greve diz que o município de Mossoró tem orçamento para implantar o reajuste de 14,95%, conforme determina a lei do piso salarial dos professores. E justifica na fala do próprio prefeito Allyson Bezerra, que propagou o maior orçamento da história de Mossoró em 2023, com previsão de R$ 1,1 bilhão.
Em recente entrevista ao Jornal de Fato, a presidente do Sindiserpum, Eliete Vieira, fez referência ao orçamento aprovado na Câmara Municipal e sancionado pelo Executivo. Segundo ela, as finanças do município têm lastro para cumprir a obrigação salarial com os professores e demais servidores municipais.
Outro ponto destacado pela dirigente é a intenção da gestão municipal de contratar quase meio bilhão de reais em empréstimos, conforme autorizado pela Câmara Municipal. Inclusive, o primeiro pedido já foi protocolado junto à Caixa Econômica Federal (CEF) no valor de R$ 200 milhões. mais uma forma de pressão, uma vez que o prefeito Allyson não emite qualquer sinal de que vai negociar com a categoria.
No entendimento da presidente do Sindiserpum, se a Prefeitura de Mossoró tem condições de movimentar esse grande volume de recursos, também tem condições de cumprir o piso salarial dos professores e professoras.
O comando de greve afirma que o movimento está forte e que novas adesões foram confirmadas nos últimos dias. Garante que a greve só será suspensa quando o prefeito Allyson Bezerra decidir negociar a implantação do novo piso salarial da categoria.
A greve dos professores e professoras da rede municipal foi iniciada no dia 23 de fevereiro, após dois meses de tentativa de audiência com o chefe do Executivo. O pedido foi protocolado em dezembro de 2022, mas o Gabinete Civil não respondeu. Sem negociação, a categoria decidiu iniciar greve por tempo indeterminado.
Uma semana após, Allyson Bezerra recebeu o comando de greve no Palácio da Resistência, ao lado da secretária de Educação, professora Hubeônia Alencar, e foi incisivo em afirmar que não vai pagar o reajuste de 14,95%, determinado pela lei federal do piso salarial do magistério. A partir daí, o prefeito investiu recursos da publicidade oficial para propagar que o município já paga o piso salarial da categoria, o que é combatido pelo comando de greve.
Sem solução, a greve já atinge mais de 8 mil alunos da rede municipal. A vereadora Marleide Cunha (PT), que faz parte do Sindiserpum, afirma que o prefeito está ignorando as crianças que sofrem com a situação. “Os professores e professoras não querem greve, mas é o prefeito que está intransigente e não cumpre o direito da categoria, que é a implantação do novo piso salarial do magistério”, afirmou.
O vereador Pablo Aires (PSB) também se manifestou, por meio das redes sociais. Ele criticou a gestão municipal por não cumprir a lei, nem se importar com as crianças que estão perdendo aulas. “30 dias de greve representa 10% das aulas que essas crianças teriam ano, isso é um grande prejuízo”, alertou.
Pablo continuou: “Os professores são vítimas porque não têm seus direitos respeitados; as crianças são vítimas porque estão foram da sala de aula; os pais são vítimas porque têm seus filhos prejudicados; e a prefeitura o que faz?”
Prefeito espera empréstimo de R$ 200 milhões

Reprodução
O pedido de empréstimo à Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 200 milhões, foi noticiado em primeira mão pelo Jornal de Fato, edição desta quinta-feira, 23. Os recursos são para financiar obras do projeto “Mossoró Realiza”, lançado pelo prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) no final de 2022.
A gestão municipal tem autorização, concedida pela Câmara de Vereadores, de contratar operações de créditos com valores que podem chegar próximo de R$ 500 milhões.
O Jornal de Fato teve acesso ao documento “Pedido de Verificação de Limites e Condições”, sob o processo PVL02.000570/202384. A taxa de juros está em fase de negociação, mas a tarifa de estruturação FEE é de 2% no valor do financiamento, devendo ser pago 1% até dois dias após a contratação e 1% previamente p refeito allyson Bezerra não negocia com o comando de greve à realização do primeiro desembolso.
O prazo para liquidar a dívida contraída é de 120 meses (10 anos), sendo 24 meses (dois anos) de carência e 96 meses (oito anos) para amortização.
A autorização para a gestão municipal contratar operações de créditos junto às instituições financeiras nacionais e internacionais foi aprovada pelo Legislativo no dia 21 de dezembro de 2022. O projeto de lei do Executivo, que pediu a autorização, recebeu 15 votos a favor e sete contra. contas
O projeto original sofreu alteração, houve redução dos valores iniciais dos empréstimos. Uma emenda do ex-líder da oposição, vereador Francisco Carlos (Avante), aprovada pela maioria, definiu valores máximos de até R$ 250 milhões em bancos nacionais e até 40 milhões de dólares em instituições financeiras internacionais.
No projeto original, o valor máximo era de R$ 300 milhões de empréstimos junto às instituições nacionais e de até 70 milhões de dólares em bancos internacionais, o que daria mais de R$ 663 milhões em valores de hoje. Com as emendas, baixou para R$ 457,6 milhões.
A oposição tentou aprovar outra emenda, de autoria do vereador Pablo Aires (PSB), que vinculava os empréstimos a uma lista de obras, mas foi rejeitada pelo plenário.