
2 minute read
OPINIÃO
from Jornal de Fato
esPaÇo JoRNaLIsta MaRtINs de VasCoNCeLos
SOBRE FELICIDADE
Advertisement
Organização: CLaudeR aRCaNJo
FLáVIa aRRuda
Pedagoga e escritora, autora do livro As esquinas da minha existência. flaviarruda71@gmail.com
Nos últimos dias ela havia feito alguns resgates nos seus achados de memórias; lá onde estão guardados os melhores sentimentos, trazidos pelas chuvas que caem nas madrugadas, ou mesmo nas surpresas das noites em que descobria a lua, curiando-a pela janela do seu quarto; isso, enquanto seus pensamentos vagavam pelos espaços vazios da sua cama.
Seus achados de memória trouxeram-lhe as lembranças dos cheiros dos encontros exalados na essência dos corpos em uma só alma. Nesse instante, ela lembrou, nitidamente, de quando havia tentado adormecer o sentimento que se fazia maior do que suas vontades e razões. Sentimento este que havia guardado num cantinho especial, embrulhado junto às sensações dos prazeres que aquele amor lhe proporcionara, lembrando-a, também, das vastas inspirações que brotavam, simplesmente por se permitir senti-lo, o amor.
Um amor tão único que, apesar de tudo, sustentava-se nas lembranças do que viveu e do que, jamais, pensara ela, viverá novamente! E, ainda assim, sentia-se feliz por gozar de sentidos e sentimentos tão puros, tão eternos... Não sabia explicar o que lhe invadira o ser; não sabia, de fato, explicar se o que sentia era algum tipo de loucura ou pura insanidade; só sabia perceber que era algum tipo de resgate que a fazia delirar, sentir-se plena, mesmo não o tendo e, tristemente, tendo a certeza que nunca o teria.

Por ele, a partir daquele instante, voltou a ter vontade de escrever, de sonhar, de desejar saborear a tal felicidade... de novo. É certo, ou mesmo algum fato indubitável, que existirá um outro momento, quem sabe um outro tempo; porém, ainda assim, fez-lhe bem sentir todas as energias que emanavam sobre ela, pois, parecia que a preenchia, completava seu vazio e loucura, preenchendo-a com a solidão que a acompanhou pelos últimos anos.
Ele a fez bem, é fato... mesmo longe ela o sentia perto, seu calor e pele estavam entranhados em seus sentidos e vontades; ela o sentia numa profundidade descomunal - dentro dela, possuída.
Resgatar a tal felicidade, que a fez tanto bem, para ela já bastaria. Não poderia duvidar da paz que preenchia o seu âmago. Sim, uma paz e um conforto imensos, proporcionados apenas por pensar nele. Ela agradeceu, inclusive às pequenas broncas, as quais a fizeram refletir acerca da vida, dos amores e da continuidade dos dias.

dI RE çÃO gE Ral: César santos dIREtOR dE REdaçÃO: César santos gE REN tE ad MINIS tRa tIVa: Ângela Karina dEP. dE aSSINatURaS: alvanir Carlos Um produto da Santos Editora de Jornais Ltda.. Fundado em 28 de agosto de 2000, por César Santos e Carlos Santos.
FILIADO À