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>> prinCipal no ar em “Terra e Paixão”, gloria

Pires revive parceria com o autor Walcyr

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Carrasco

Ao longo de mais de cinco décadas de televisão, Gloria Pires se deparou com os mais variados tipos de personagens, gêneros e formatos. Não à toa, a atriz tem sido categórica ao buscar projetos que ofereçam alguma forma de ineditismo em sua trajetória. E tudo isso e mais um pouco estavam justamente na ambiciosa Irene, sua personagem na trama de “Terra e Paixão”, da Globo. “Não quero fazer nada que eu já tenha feito. A Irene é uma vilã muito nova para mim. Falei para o Walcyr (Carrasco, autor) que queria trazer um frescor para essa personagem. Algo novo”, explica.

Na novela das nove, Irene é a segunda esposa de Antônio La Selva, papel de Tony Ramos. Ambiciosa, ela gosta de tudo que se relaciona a dinheiro. Pretere e trata mal Caio, de Cauã Reymond, e faz de tudo, até manipular, desejando que toda a fortuna seja gerida, mais tarde, por seus filhos. Irene, no entanto, tem um passado misterioso. “É uma personagem que conquistou muitas coisas, mas não está querendo perder nem um milímetro do que conquistou. Acho que é o tipo de personagem que o público ama odiar”, aponta.

P – O passado da Irene é uma trama que vai se desenro- lar ao longo da novela. O que chamou a sua atenção na história da personagem?

R – A Irene é uma vilã misteriosa e surpreendente. Tem muita coisa que a gente só vai descobrir com a passagem dos capítulos da novela. Acho interessante que a Irene tem um ímpeto em realizar os próprios desejos, mas tudo isso tornando a vida dos outros um inferno. Ela traz uma dualidade bacana. É uma peste e vai perseguir muitos personagens. Mas vai infernizar a vida de quem ela também ama e protege.

P – Como assim?

R – Ela é muito comprometida com sua própria visão de mundo. A visão dela sobre o que é segurança e manutenção desse padrão de vida que conquistou. Para manter esse mundo perfeito, ela faz da vida dos outros um inferno. Ela é uma pessoa que conquistou essa posição com muitos percalços e não irá perder nem um milímetro do que conquistou.

P – Em 2017, você havia trabalhado com Walcyr Carras- co na trama de “O Outro Lado do Paraíso”. Como está sendo retomar essa parceria?

R – Gosto muito que o Walcyr trabalha com o elemento surpresa das novelas de uma forma muito interessante. A surpresa é uma característica forte do gênero das novelas, mas o Walcyr consegue ir além. Lendo os capítulos, vou pegando pequenas frases e coisinhas que ele solta sobre o desenrolar da trama. Então, vou imaginando por qual caminho a história vai. Ele reafirma todas as qualidades do gênero.

P – Mesmo com todas as vilanias, a Irene mostra suas fragilidades ao lidar com o vício em medicamentos da filha. É um caminho para humanizar a personagem?

R – Ela sofre demais com esse problema da filha. E sofre porque ela não consegue ajudar a própria filha. Sai do alcance dela. Acho a abordagem dessa questão muito importante. O Walcyr sempre traz temas atuais para o folhetim. São coisas que dialogam com a realidade. Muitos jovens vivem essas questões dos remédios atualmente. É bom ter essa representatividade diante do vídeo, falar com as pessoas e o público.

P – O figurino da Irene é uma parte importante da personagem. Você, inclusive, tem usado peruca em cena. Como tem sido viver essa mulher exuberante diante do vídeo?

R – Estou me divertindo muito porque é um figurino extremamente chique. É uma coisa nova para mim. Minhas outras vilãs eram chiques, mas muito low profile. As vilãs do Gilberto Braga seguiam bem essa tendência mais minimalista. A Irene é exuberante. Ela quer ser a “mais mais” da cidade, não poupa nada. E o Walcyr também entrega tudo, né? Não economiza na hora de criar. A Irene trouxe um frescor muito necessário para mim.

P – De que forma?

R – Achei a Irene uma personagem cativante exatamente por isso, né? A Irene é diferente para mim. Claro que ela revisita algumas personagens minhas, mas tem um ar novo e de frescor. Eu não quero fazer nada que eu já tenha feito. Falei isso para o Walcyr. Então, trabalhei para trazer frescor pra essa vilã e o Walcyr está entregando exatamente isso. As cenas são ótimas. Acabo o dia com a sensação muito boa de dever cumprido.

P – Em agosto você completará 60 anos, como tem lidado com a passagem do tempo diante do vídeo?

R – Eu comecei na profissão muito jovem e também fui mãe muito cedo. Então, de alguma forma, eu sempre me senti mais velha do que eu realmente era.

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