Caderno Você - 09 e 10/07/2022

FIM DE SEMANA, 9 E 10 JULHO 2022 edição nº 350

Corpo em movimento: no ritmo da inclusão

Conheça a história de José Astor e Tânia, que frequentam o grupo de dança da Associação de Deficientes Físicos de Lajeado (Adefil) todos os sábados.

Páginas 6 e 7

Bastidores

Boas histórias cruzando a esquina

N

asci e cresci em Estrela. Sempre morei na mesma casa, no bairro das Indústrias. Quando comecei a trabalhar, aos 16, as vindas para Lajeado se tornaram frequentes.

Há 5 anos, com a faculdade, passei a cruzar a ponte Estrela/ Lajeado praticamente todo dia. Conheço outras cidades do Vale pelas amizades que fiz e oportunidades de trabalho. E achava que conhecia demais.

Desde que cheguei na redação do jornal, há cinco meses, percebo que estava errada. Eu sei pouco sobre o lugar onde vivo desde sempre.

Passei desatenta por muitos lugares, querendo encontrar uma boa história que estava ali, cruzando a esquina. Agora, percebo que existem pequenos mundos dentro de cada bairro que dificilmente escapam para o grande público, mas que são fascinantes. Deveriam ganhar as páginas dos jornais.

Na matéria principal deste final de semana temos um bom exemplo: o projeto de dança em cadeira de rodas da Adefil.

Talvez seja vergonhoso afirmar, mas eu não conhecia a Associação De Deficientes Físicos De Lajeado. Foi a Bibiana quem me apresentou. Lá, todo sábado, pessoas que poderiam se deixar cair na lamentação sentam em suas cadeiras de roda e deixam o corpo bailar, seguindo as coreografias da professora.

Na Adefil, amizades são construídas, artesanatos são

Agora, percebo que existem pequenos mundos dentro de cada bairro que dificilmente escapam para o grande público, mas que são fascinantes.

Deveriam ganhar as páginas dos jornais” produzidos e a vontade de viver é recuperada, pouquinho a pouquinho. “É um exercício para o corpo e para a mente”, disse o senhor José Astor para mim e para Bibiana durante uma entrevista. Seu José teve um AVC e perdeu parte de seus movimentos. Vocês vão conhecer a história dele logo mais. Assim como ele, a Tânia encontra o equilíbrio naquele salão no bairro São Cristóvão.

Dia desses vi Rita von Hunty, drag queen criada pelo professor Guilherme Terreri Lima Pereira, comentar em um programa de televisão que “todo cidadão mora em um município”. O contexto da conversa era outro, mas a afirmação cabe no que quero dizer aqui.

O interesse pela vida deveria começar nas redondezas. Às vezes, procuramos tão longe o que, na verdade, está há menos de 20km de distância.

Histórias bonitas (e as feias também, não?) acontecem aqui e não apenas lá. É claro que hoje a profissão me exige essa atenção, mas descobrir o encantamento que tanto passam despercebidas tem feito eu me sentir parte de algo maior, mesmo que pequena.

Boa leitura!

Julia Amaral

Expediente:

Produção: Bibiana Faleiro e Júlia Amaral

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Agenda Cultural Júlia Amaral

juliaamaral@grupoahora.net.br

Show de Inverno O Estúdio de Dança Infantil Criativa Josi Rocha promove o Show de Inverno nos dias 12 e 13 de julho. O evento ocorre no Centro Evangélico de Lajeado, às 19h. Os ingressos podem ser adquiridos no estúdio, ou pelo whatsapp 981799319.

Nas duas noites, dançam cerca de 100 bailarinas, com a dança criativa infantil, envolvendo ritmos e canções, além dos grupos específicos de Jazz que são para crianças a partir dos 8 anos de idade.

Arte na Praça Mais uma edição do Arte na Praça ocorre neste domingo, 10. A programação inicia às 10h e segue até às 17h, na Praça João Zart Sobrinho, no Bairro Americano, em Lajeado.

APRESENTAÇÕES: 11h: Ricardo Petter e Companhia Aprendiz 14h30 - Eduardo da Silva 15h00 - Ezequiel Alves 15h30 - Karla Rodrigues 16h00 - Gustavo Wickert

Circuito dos Vales, em Lajeado A terceira etapa do Circuito dos Vales está programada para esse domingo, 10, em Lajeado, partindo do Imec do bairro Montanha. O evento deve reunir mais de 500 atletas de diversas cidades do Rio Grande do Sul, com início às 8h30min. Além das corridas, o evento terá show de Serginho Moah, ex-vocalista do Papas da Língua.

Teatro: Assobia e chupa cana, no Ceat Nos dias 14 e 15, o Anfiteatro do Ceat recebe a peça Assobia e Chupa Cana, em dois horários: 9h e 15h. Os ingressos são gratuitos, e deve ser feito agendamento prévio com o Sesc Lajeado.

Os palhaços Tuta Camargo e Rafael de Moura são os criadores da peça. A montagem mostra os saltimbancos Pinguinho & Serragem na batalha do dia a dia. Os atrapalhados contadores de causos são ligados por uma grande amizade e cumplicidade.

Juntos, transformam as dificuldades que encontram pelo caminho em um grande espetáculo.

3º FestiRock, em Estrela O 3º FestiRock ocorre em 10 de julho e conta com encontro de carros antigos e shows de bandas regionais e nacional. Entre eles, Duda Calvin, ex-Tequila Baby. o festival será na Escadaria da Polar, Parque da Lagoa e nas ruas Bruno Schwertner e Pinheiro Machado.

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CONTEÚDO PATROCINADO

Sorteio define competições da Diamond League

Inicia neste sábado a primeira rodada da Diamond League, uma das principais competições de minifutebol do Clube Tiro e Caça. Os confrontos foram definidos na última quinta-feira (07), por meio de sorteio, realizado no Salão Panorâmico do Clube Tiro e Caça.

O evento, que reuniu jogadores, representantes, apoiadores e patrocinadores, foi apresentado por Luis Felipe Amorim e seguiu com um happy hour especial, em parceria com a Pizzaria DiNapoli.

SOBRE A COMPETIÇÃO Neste ano, a Diamond League chega a sua 4ª edição, em uma competição totalmente destinada para os sócios. O torneio será disputado aos sábados, entre os dias 9 e 30 de julho, nos campos A, B e C. Em caso de chuva, novas datas podem ser previstas para os jogos.

No total, serão realizadas 4 rodadas por categoria, no sistema mata-mata. Por isso, muita competitividade e emoção são esperadas entre as equipes. A primeira e a segunda divisão serão disputadas por 12 equipes, enquanto que a terceira divisão terá 13 times na competição.

A Diamond League é um torneio interno do CTC, patrocinado pela Construtora Diamond. Os resultados, tabelas e mais informações sobre os jogos podem ser conferidas no site do Minifutebol.

Vem aí a Feijoada do CTC

Os associados já podem reservar o dia 13 de agosto para participar da “Feijoada com Samba” do CTC. O evento será realizado no Salão Panorâmico e contará com a participação do Bloco Cascata e grupos de samba e pagode.

A venda dos ingressos e a programação completa serão divulgadas nas redes sociais do Clube, em breve.

AGENDA 09/07 - Início Diamond League

13/08 – Feijoada com Samba CTC

22/07 - Torneio Interno Simples de Tênis

09/09 - Baile Farroupilha CTC

30/07 - Final Diamond League

08/10 - Debut CTC

17 meninas participam do Debut CTC 2022 A noite do dia 08 de outubro será muito especial para as 17 meninas que irão participar do Debut CTC 2022. O primeiro encontro das moças e seus familiares está previsto para o dia 04 de agosto, quando elas irão conhecer toda a programação e todos os detalhes da grande festa.

Até outubro as debutantes partici-

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parão de atividades de integração, com os amigos e familiares.

A 57ª edição do Baile de Debutantes do CTC será realizada no salão Social.

Toda a programação será organizada pela comissão do CTC e pode ser acompanhada nas redes sociais do Clube e no perfil do Instagram e Facebook @debutantesctc.

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COMPORTAMENTO

Dança e inclusão sobre rodas Com movimentos adaptados, palmas e giros, pessoas com deficiência superam desafios e encontram na dança em cadeira de rodas, uma atividade para passar o tempo entre amigos Bibiana Faleiro

bibianafaleiro@grupoahora.net.br

Júlia Amaral

juliaamaral@grupoahora.net.br

C

om um dos braços, José Astor Becker, 59, movimenta a cadeira de rodas de um lado para o outro. É também com a mão direita que ele ensaia os passos de valsa. De maneira adaptada, ele aprendeu a dançar e, hoje, integra o grupo Corpo em Movimento, com cerca de 15 dançarinos sobre rodas.

José nunca foi muito afeito à atividade.

Sempre gostou de música, em especial, do sertanejo, mas as coreografias não eram o seu forte. O esporte também não o empolgava. Mas, depois de 2011, as coisas mudaram.

Em julho daquele ano, o aposentado teve um AVC e perdeu parte dos movimentos. Assim que passou pelo choque, conheceu Reni Lawall, coordenadora da Associação de Deficientes Físicos de Lajeado (Adefil), que insistiu para que ele participasse dos encontros e conhecesse a instituição.

“Eu nem sabia da Adefil. Eu vim só para tirar a dúvida, e gostei. A gente faz vários trabalhos aqui, é uma terapia. Eu partici-

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po nas terças e sábado, que é quando tem dança”, conta. Apesar de não usar cadeira de rodas no dia a dia, é com elas que José pratica as coreografias.

Todo sábado, os participantes são recebidos com café da manhã. Depois, a música toma conta da sala e chega a hora de mexer o corpo. Algumas danças são individuais e outras, em duplas. Durante as aulas, os passos são adaptados e, assim, todos podem dançar.

“A valsa, por exemplo, ao invés de dar os passos, a gente bate com a mão. Tem que ter o ritmo”, conta José. Para isso, os dançarinos devem fazer o movimento do tronco e braços. Depois do AVC, ele perdeu por completo o movimento da mão esquerda.

Por isso, quando a coreografia exige palmas, ele bate com uma mão na perna.

Para o lajeadense, as aulas são como terapia, fazem bem para o corpo e para a mente. Há alguns anos, ele também participou de um time de basquete em cadeira de rodas.

“Tem que controlar a cadeira e controlar para receber o passe e mandar adiante.

Onde me posicionar, localizar, isso tudo tem que pensar ligeiro. Tem que ser rápido. Chegava em casa de noite cansado, na cabeça”, lembra.

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Corpo em movimento

Para a gente criar algo, temos um planejamento, são muitas coisas que temos que pensar” Lisiane dos Santos professora de dança

O projeto Corpo e Movimento é desenvolvido pela professora Lisiane dos Santos, 43, pelo educador Dirceu Cardoso e pelo auxiliar Marcelo Nogueira e Almeida. “As vezes acontece de eu sentir algo monótono, e então preciso mudar.

Foi por isso que fiz um curso voltado para trabalhar com pessoas com dificuldade de locomoção”, conta Lisiane.

A professora começou o curso durante a pandemia, com aulas virtuais. Quando os encontros presenciais voltaram, Lisiane já tinha um projeto montado. Para ela, a dança em cadeira de rodas quebra padrões estéticos e artísticos, além de desenvolver o autoconhecimento e ampliar as habilidades físicas.

Ela já tinha desenvolvido trabalhos com dança do ventre, nativistas e danças afro. Lisiane acredita que o exercício requer também o entendimento das culturas envolvidas. “Não é só a dança, é a base. São questões fisiológicas que precisam estar bem para que no final a

Benefícios da dança adaptada - Gera estímulos tanto no âmbito da atividade física quanto artística; - Trabalha a força, velocidade, agilidade e flexibilidade, assim como aspectos cognitivos, socialização, inclusão e expressão corporal; - Melhora o controle no manejo da cadeira de rodas e auxilia na autonomia;

- Os estímulos também se dão na capacidade de expressão do praticante;

- Ao aprender uma série de movimentos da dança, a pessoa também aprende a se movimentar de maneira mais livre, e em velocidades diferentes;

- A pessoa com deficiência tem melhora na autoconfiança e autoestima, o que auxilia no bem-estar.

HISTÓRIA DA DANÇA SOBRE RODAS

SAIBA MAIS

ANOS 60:

A dança em cadeira de rodas é um esporte paraolímpico, mas ainda não está inclusa nos Jogos Paraolímpicos. Hoje, mais de 40 países estão registrados no comitê, dentre eles o Brasil, que com a fundação da Confederação Brasileira de Dança em Cadeira de Rodas, passou a organizar campeonatos da modalidade no país.

gente tenha um bom resultado. Para a gente criar algo, temos um planejamento, são muitas coisas que temos que pensar”, conta.

Os trabalhos desenvolvem a expressão e criação. “Isso pode ser sempre trabalhado porque sempre vai haver melhora.

Nos inspiramos em memórias, em vídeos, a própria música motiva esse processo”, explica Lisiane.

Todo primeiro sábado do mês, voluntários podem participar e auxiliar os dançarinos. Para isso, é preciso ter disponibilidade e compromisso. O projeto Corpo e Movimento é desenvolvido com recurso do Programa de Apoio à Atenção da Pessoa com Deficiência (Prona), do Ministério da Saúde.

“A gente se diverte” Não há um sábado que Tânia Bresiani, 57, falte ao grupo de dança. Na sede da Adefil, as aulas vão até às 11h, mas este é, também, um passatempo entre amigos.

Valsa, tango, música gauchesca e, em

especial, a discoteca. Esses são os gêneros preferidos da lajeadense, que conheceu a instituição há décadas. Com certa dificuldade na fala e na locomoção, Tânia teve ataxia neurocerebelar aos 27 anos.

A doença hereditária resulta em alterações degenerativas na parte do cérebro relacionada ao controle de movimentos e, em alguns casos, a medula espinhal.

Morando com as irmãs, a deficiência não impede que Tânia faça os serviços de casa.

“Faço tudo devagar, porque se faz rápido, te machuca, machuca o outro. Eu sei, as minhas mãos são minhas, os pés são meus, tudo é meu, daí eu me cuido pra não dar trabalho pra outro”, conta.

Mas, nas horas vagas, gosta de ligar o rádio e dançar sozinha na sala de casa.

“Eu sou muito de escutar música e cantar, daí eu presto atenção, tem umas letras que eu não gosto muito. Mas eu canto, danço, faço tudo”, destaca.

Mesmo sem precisar da cadeira de rodas no cotidiano, na hora de dançar, o aparelho auxilia no equilíbrio e mo-

a dança em rodas iniciou nos anos 60, na Europa, em uma escola de Londres.

As aulas consistiam em desenvolver a locomoção com uma marcha - da esquerda para a direita, frente e trás - por um espaço delimitado que, mais tarde, foi associado à música.

ANOS 70: acontece a primeira competição de dança em cadeira de rodas, em Londres. A partir daí, a cada ano, competições e festivais de dança foram ocorrendo e incorporando novos adeptos e novos estilos.

vimentos. Também há desafios, e ela precisou aprender a manobrar a cadeira para poder dançar.

“A gente se diverte”, garante Tânia.

Ela ainda diz que gosta de tudo na dança. “É bom, tu te movimentar, tu ativa o cérebro. A dança mexe todo o corpo”, afirma.

Sobre a Adefil A Adefil é regulamentada desde 1997, com o objetivo de atender pessoas com deficiência em diferentes áreas. Com oficinas, grupos de apoio e psicólogos, a entidade oferece atividades de convívio em um espaço coletivo. Por algum tempo, ela também manteve um projeto de basquete em cadeira de rodas, e pretende voltar com o time assim que possível.

“Nossos projetos são pontuais. Vai acontecer durante um ano, e já encaminhamos um projeto novo para dar continuidade à atividade”, destaca Reni. Agora, o grupo Corpo em Movimento se prepara para uma nova apresentação, no dia 29 de novembro, no Teatro Univates.

1985: as primeiras competições foram organizadas em caráter não oficial, como campeonatos regionais e locais. O primeiro país a sediar esta modalidade foi a Holanda, em 1985.

1991: as competições foram sediadas na Alemanha naquele ano. Também no país, ocorreu a segunda Conferência de Dança em Cadeira de Rodas. No encontro, constituiu-se a Wheelchair Dancesport Committee (WDSC) do Comitê Paraolímpico Internacional;

1992: ocorreu a primeira competição de dança em cadeira de rodas organizada pelo WDSC e, a partir daí, o evento se repetiu a cada dois anos;

1997: neste ano, a dança esportiva em cadeira de rodas foi demonstrada nas Paraolimpíadas de Inverno na Noruega.

2000: ocorre o Primeiro Campeonato Mundial da modalidade na Noruega, com o reconhecimento do Comitê Paraolímpico Internacional

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OPINIÃO

Duas geografias

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as muitas qualidades atribuíveis ao Vale do Taquari, a geografia natural merece grifo. Faz pouco, dei mais alguns giros, no corsa velhinho, pelas vias sinuosas, cortando morros, por despenhadeiros, acessando estradas de chão, seguindo de Estrela, por Lajeado, Forquetinha, Sério até as proximidades de Boqueirão do Leão, passando por Progresso na volta.

Quando a pressa não é caroneira, grandes e pequenas maravilhas ficam visíveis, as áreas com mata nativa, as quedas de água, os mirantes. Alcancei a cascata do Moinho, pelo sítio dos Campiol, que, no outono, costuma se apresentar com um volume generoso.

Outro dia, acompanhado por um amigo da época da faculdade de História, na Univates, do lado oposto, alcançamos o Johannes Fells em Imigrante. Um pequeno belvedere no pico de uma elevação. Enseja a língua de fora durante a escalada, mas recompensa pelo panorama.

Fica próximo à Lagoa da Harmonia. Não distante dali, ainda passamos pelo Morro da Cruz, onde há um crucifixo fincado em meio a um grande potreiro, também com direito a uma paisagem que induz um sentimento de paz.

Embora muito se fale sobre a exploração turística, que facilmente recai no abuso, observo esses e outros lugares como recantos para a gente, não precisa ser um turista de fora. Excelentes locos para pensar na vida, nas escolhas, na sustentabilidade, no meio ambiente, na saúde,

Quando a pressa não é caroneira, grandes e pequenas maravilhas ficam visíveis, as áreas com mata nativa, as quedas de água, os mirantes” na alimentação, no bem-estar. O entorno, no Vale, ainda é um grande hospital, uma grande escola – que eu prefiro que sejam públicos e bem administrados. Compras e consumo são outras coisas.

Todo o privado, afinal, faz um afunilamento e exclui.

Chegando desses encantadores refúgios, torno à sociedade e olho a geografia humana, que contrasta bastante com o que inspira a natureza. Enxergo menos a beleza, rara tranquilidade, muita farmácia. E pouquíssimo de horizonte. De vez em quando, reanimo. Foi o que aconteceu ao saber que alguém, rebento desses pagos, vai produzir a versão em português de um livro de um escritor francês, autor de romances policiais, de ensaios e novelas, Didier Daeninckx.

O título em vista é “Papa, pourquoi t’as voté Hitler?”

(Papai, por que você votou no Hitler?). Uma boa pergunta que, talvez, nos faça mais merecedores de morar em um lugar naturalmente tão lindo, com cachoeiras, a fauna, a flora, as escarpas (que já me alertaram que, em bom gauchês, devem ser chamadas de perau).

Jandiro Koch

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BELEZA

Bibiana Faleiro

bibianafaleiro@grupoahora.net.br

E

ntre provas esportivas, de trajes de banho e entrevista, o policial militar Tiago Muniz, 32, disputa com outros 14 candidatos o título de Mister Rio Grande do Sul 2022. O evento iniciou na quinta-feira, 7, e tem seu último dia de gravação neste sábado.

Natural de Lajeado, ele representa Venâncio Aires nas passarelas de Tramandaí.

Todas as atividades são gravadas, e serão publicadas no instagram do concurso ao longo da próxima semana. O vencedor será anunciado no fim de semana que vem, e representará o estado no Mister Brasil CNB. Antes disso, Muniz nunca havia participado de concursos de beleza. O mais próximo foi um teste de caça talentos na adolescência. Depois de alguns convites, ele fez teste para fotos no Rio de Janeiro, mas recusou por questões financeiras.

Mais jovem, também foi convidado para participar do concurso de mister mas, na época, ainda não sentia que era o momento certo. “Não me sentia preparado, principalmente, pela parte psicológica, para enfrentar todos os desafios”, lembra.

A participação no Mister RS

Lajeadense representa Venâncio Aires no Mister RS Tiago Muniz participa das gravações que vão até este sábado. Episódios serão divulgados na próxima semana, pelas redes sociais

iniciou com uma inscrição no formato de vídeo. Depois, Muniz passou por um desfile e entrevista.

“A comissão organizadora escolheu os representantes e eu estava entre eles”, conta.

Entre as ações do concurso, também estão projetos sociais.

“O que me motivou foi a parte social, que sempre fui bem ligado, tentando ajudar da maneira que posso, como já fiz através da corrida do bem, rifa para a corrida de São Silvestre, em que parte dos recursos destinei a entidades beneficentes e o Proerd, onde atuo como instrutor na Brigada Militar”.

Além disso, Tiago é rotariano, e faz trabalhos voluntários para ajudar a comunidade por meio do clube de serviço.

Lente Social

Noite de ópera Leila Franz

Bibiana Faleiro

Lisi Costa

Rotary Engenho tem nova diretoria O Tri Hotel, em Lajeado, recebeu um evento importante na noite de segunda-feira, 4, a transmissão de cargos do Rotary Club de Lajeado Engenho. Na noite, Marcelo Inácio Mallmann passou o cargo de presidente do conselho diretor para Isolde Inês Fassina.

Na foto, momento da transmissão do cargo de presidente do conselho diretor para o ano rotário 2022/23.

Um evento emocionante, com talentos estaduais. Na noite de quinta-feira, 7, Lajeado recebeu a Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul (CORS) para um concerto especial no palco do Teatro Ceat. Intitulado “Uma Noite na Ópera”, o espetáculo trouxe alguns dos principais cantores líricos gaúchos interpretando clássicos da ópera mundial.

No palco, Rosimari Oliveira (soprano), Flávio Leite (tenor), Eduardo Bighelini (tenor), Daniel Germano (baixo-barítono), Lazlo Bonilla (tenor) e a soprano japonesa Eiko Senda foram acompanhados pelo pianista Eduardo Knob. Um dos destaques foi a cruzeirense Angela Diel (mezzo-soprano), que já viajou o mundo cantando em diferentes palcos.

Confira quem prestigiou o evento!

Bianca Martini e Daniel Brenner

Jaqueline Luiza Klein e Guilherme Dias Molina

Esther Weiand e Marlene Fensterseifer

Nina Scheibler veio prestigiar a amiga Ângela Diel com quem já dividiu o palco

Maria Luisa e a pianista Isabelle Kunrath vieram de Arroio do Meio para prestigiar os solistas

Luiz Fassina, Isolde Inês Fassina, Marcelo Inácio Mallmann, e Maristela Mallmann

Inauguração no centro de Lajeado Empresa em expansão que já conta com 18 filiais entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a loja de aparelhos auditivos Amplichini já está em Lajeado desde fevereiro. Sua inauguração oficial, no entanto, foi na quinta-feira, 7, na sede do serviço, na Avenida Senador Alberto Pasqualini, 55, loja 109.

Na foto, estão três diretores da empresa.

Ricardo Mattei Chino, Kelen Chino e Karen Lessa

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Receita MACARRÃO AO POMODORO COM BURRATA:

Macarrão ao pomodoro da Carolina Júlia Amaral

juliaamaral@grupoahora.net.br

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ara Carolina Feldens Queiroz, cozinhar é cuidar, doar, se expor, desnudar a alma. E essa é uma relação de longa data. Tudo começou ainda na infância, quando subia em um banquinho para ajudar a mãe no preparo das refeições.

Depois, já adulta, se tornou a cozinheira de final de semana e postava algumas fotos no Instagram. Quando deixou

de contar com a empregada doméstica, Carolina passou a cozinhar diariamente e criou o perfil @cozinhacalma. Lá, ela compartilha as experiências e proporciona encontros para ensinar algumas receitas.

A inspiração vem de todos os lugares. “Sou curiosa, e bebo de muitas fontes. Tem receita de família, alguns programas de televisão, livros e muita pesquisa na internet, além de referências de cursos de vida saudável que me inspiram para me alimentar melhor”, explica.

Mesmo assim, a arquiteta não segue as receitas à risca e faz tudo à sua maneira, de forma instintiva.

“Gosto de chamar de ‘comida de verdade’. Ao longo dos anos eliminei os processados, reduzi muito o consumo de carnes, gosto dos pratos ‘da horta para mesa’”, conta.

Mesmo sem planos de fazer da paixão uma profissão, Carolina não descarta a possibilidade de

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Ingredientes • 1 burrata (dá para usar queijo brie também, mas a burrata fica sensacional) • Azeite de oliva • 100 gramas de tomate cereja ½ lata de tomate pelado • Manjericão • 250 g de talharim fresco (feito em casa melhor ainda)

investir em ideias inovadoras como jantar às cegas, ensinar comunidades rurais como aproveitar de forma integral os alimentos e também como transformar o que eles têm na horta em pratos “gourmet”.

“Por enquanto sigo facilitando círculo de mulheres na co-

zinha, onde voltamos a ocupar este local que esteve marginalizado. A ‘evolução’ e as revoluções tornaram a cozinha o lugar dos empregados, um lugar secundário. Cozinhamos, degustamos os preparos, lavamos a louça e limpamos a cozinha e fizemos muitas trocas”, conclui.

Modo de preparo: • Em uma frigideira, coloque três colheres de azeite de oliva e junte os tomates cereja.

Deixe fritar um pouco e esprema suavemente alguns dos tomatinhos com a colher de pau.

• Junte o tomate pelado picado, junte sal, pimenta preta moída na hora, algumas folhas de manjericão, e deixe cozinhar enquanto cozinha a massa al dente • Junte a massa com um pouquinho da água do cozimento aos tomates e deixa um pouco mais no fogo para dar uma apurada.

• Coloque a burrata no centro, coloque folhas de manjericão por cima, um pouco de azeite e pimenta sobre a burrata e aproveita essa delícia, com muito sabor e super prática.

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Um local para viver IMAGENS JEANDRES ROSA

a cultura da cidade

APRESENTA

APRESENTA

Elementos conectam empresas e comunidade

Mariana DallaCosta Lasta DéboraRitter Caterine Arquiteta e urbanista formada pela debo_costa94@yahoo.com.br Univates em 2021B Orientador: Cristiano Zluhan Pereira

F

acilitar a interação com a comunidade e Júlia Amaral juliaamaral@grupoahora.net.br o ambiente externo é a grande aposta do projetoultura da arquiteta e arte recémfazem -formada pela de Univates, Départe Teutônia. bora Caterine Costa, para o Prova disso é o recoTrabalho de Conclusão de nhecimento que a ciCurso (TCC). O prédio, pendade recebeu em 2017, como sado como uma nova sede para a Capital Nacionalque doformam Canto as três empresas Coral.

Com o objetivo de criar o Grupo Popular, também posumsuiespaço todas as espaço no paraqual abrigar outros empreendimentos. demandas culturais no muniforamaadocípioSacadas fosseme visuais atendidas, ditados para garantir uma expe-

C

plomada Mariana Ritter Dalla Lasta projetou em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) um Centro Cultural.

“O projeto teve como foco dar à cidade um local para ser palco das apresentações, trazendo ao município um teatro com capacidade para 500 pessoas”, conta Mariana. Além disso, o Centro também se torna sede dos atuais Núcleos

de Cultura, onde são ministradas aulas de instrumentos musicais, coral, ensaios de bandas e aulas de artesanato.

Em complemento, o projeto também visa entregar a nova Projeto busca ampliar visibilidade das marcas e possibilitar sede da Biblioteca Pública maior interação entre público interno e visitantes Municipal, já que o antigo local teve seu interior dado “Os materiais também se riência diferenciada aos usu- Nos espaços internos, cada para trabalhar. comoexplica “condenado”.

Entre as texturas, destaque destacam pela durabilidade. ários, a profissional. ambiente foi projetado conJunto a tudo a estrutuA construção buscaisso, ampliar a forme as necessidades dos para o equilíbrio entre os bri- O carpete, por exemplo, tem ra também outras usuários, mas a partir da ses de madeira e o concreto uma durabilidade média. visibilidade e aabrange interaçãoasdas mesma estratégia de cores da aparente. Na parte interna, Pode ser substituído com faempresas com a comunidade, carências culturais do munitambém foram adotados car- cilidade, se necessário, mas área externa. por isso,como o projeto também cípio, um centro de arpetes para ajudar no conforto com o devido cuidado, dura A cafeteria possui tom de prevê uma cafeteria no andar quivamento para documentos térreo. “A ideia é atrair tanto concreto, laje e esquadrias acústico, além de painéis em bastante tempo”. históricos, oficinas de artes Por fim, para destacar a fao público que trabalha e fre- escuras. A madeira, utiliza- MDF para compor cada área, para turno inverso às escolas, chada, foram adotados matequenta o prédio, como a co- da tanto nos brises, como no conforme a finalidade. áreas deem exposição Segundo a profissional, a riais como o concreto e revestimobiliário, busca proporciomunidade geral”. dos trabalhos lá feitos e área deneulazer de nar um ambiente acolhedor. escolha dos materiais conside- mentos metálicos. Esquadrias Na parte externa, cores qualidade à comunidade. tras como cinza, preto e tom Os demais espaços possuem rou a disponibilidade no mer- piso-teto e pilares demarcados uma paleta de cores seme- cado, beleza, funcionalidade, também marcam a identidade Conforme madeira foram escolhidas Mariana, o prolhantes, porém mais claras, custo-benefício e qualidade de do prédio e garantem mais para transmitir sensação de jeto tem como característica personalidade ao projeto. o que garante mais conforto acústica e térmica. aconchego, destaca Débora. a arquitetura contemporânea e teve como intuito o aproveitamento máximo do des- principal acesso. O desnível distintos. metálica, que fica aparente nível natural do terreno. “Fo- do terreno é valorizado com A barra oeste é destinada na fachada e faz uma ponte ram utilizados materiais que o pátio central, que cria uma às salas de aulas. Na leste fica entre a história do municíremetem à natureza, como a conexão e permeabilidade o teatro com plateia em dois pio e o contemporâneo, pois madeira e o concreto aparen- entre as extremidades do níveis, e estacionamento no a forma de sua estrutura faz te, pois isto faz com que seja terreno, além de ser utiliza- subsolo. Ao centro, ponto fo- referência às construções enum projeto atemporal, ou do como área de lazer. Além cal do projeto, fica a Bibliote- xaimel, símbolo da imigração seja, não sai de ‘moda’ com o disso, o projeto abrange di- ca Pública com espaços de es- alemã na cidade e presente passar do tempo”, explica. ferentes usos, portanto, estes tudo e acervo, suspensa pela até hoje nos principais edifíO pavimento térreo é o setorizam-se em três volumes estrutura de viga de virendeel cios públicos.

Projeto desenvolvido para Trabalho de Conclusão de Curso, com possibilidade de ser executado.

PATROCINADORES

REALIZAÇÃO

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PATROCINADORES

12| |FIM Você. | FIM DE SEMANA, 9 E 10 JULHO 2022 12 DE SEMANA, 30 E 31 DE MAIO DE 2020

REALIZAÇÃO