Viver Cidades - 05/05/2022

CADERNO ESPECIAL ABRIL E MAIO | 2022

Saneamento básico salva

rios e arroios da região Análise de água em 23 pontos de 14 mananciais apresentam níveis ruim e péssimo, conforme o Índice de Qualidade de Água (IQA). Entre os parâmetros analisados, o coliformes termotolerantes, que aponta o despejo de esgoto doméstico e dejetos de animais, apresenta os piores resultados.

PAPELEIROS

ESTUDANTES

Coleta de resíduos sólidos na cidade exige medidas do poder público

Regulamento do concurso já está disponível para alunos e escolas

ANÁLISE APONTA CONDIÇÕES

LUCIANE ESCHBERGER FERREIRA

péssima e ruim de rios e arroios DA REGIÃO

Mananciais do Vale têm as piores classificações conforme os parâmetros do Índice de Qualidade da Água (IQA)

A

s análises de água coletada em 23 pontos de dois rios e 12 arroios da região apontam para os piores condições, conforme o Índice de Qualidade de Água (IQA). Do total, 12 pontos apresentam avaliação péssima e 11, ruim. O IQA ainda estabelece as faixas regular, boa e ótima (veja quadro).

Nos pontos coletados no Rio Taquari, nos municípios de Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul e Lajeado, o IQA foi considerado péssimo, enquanto que Encantado apontou índice ruim.

O Rio Forqueta tem ponto considerado péssimo em Arroio do Meio e ruim em Marques de Souza.

Entre os arroios, estão classificados como péssimos o Engenho, com a pior condição, seguido pelo Encantado e Saraquá, todos em Lajeado.

Entre os locais de coleta estão os pontos de captação da Corsan em Lajeado, Arroio do Meio e Encantado

PRODUÇÃO

EXPEDIENTE

TEXTOS

Luciane Eschberger Ferreira

ARTE E DIAGRAMAÇÃO

Fábio Costa

FOTOS

IMPRESSÃO

Luciane Eschberger Ferreira Aldo César Lopes

Grafica Uma/ junto à Zero Hora

SAIBA O QUE REPRESENTA CADA PARÂMETRO ANALISADO LUCIANE ESCHBERGER FERREIRA

Oxigênio Dissolvido na Água (OD)

Os organismos aquáticos são afetados por temperatura fora dos seus limites de tolerância. Todos os corpos d’água apresentam variações de temperatura ao longo do dia e das estações do ano. No entanto, o lançamento de efluentes com altas temperaturas pode causar impacto significativo dos corpos d’água.

Representa a concentração de oxigênio na água. É imprescindível para preservação da vida aquática. Concentrações muito baixas comprometem a sobrevivência de peixes e outras espécies. A baixa concentração de OD indica contaminação por esgoto (poluição orgânica).

Nitrogênio amoniacal

Demanda bioquímica de oxigênio (DBO)

Representa a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica, ou seja, oxigênio dissolvido na água que foi consumido por bactérias e outros microorganismos nos processos de degradação da matéria orgânica. Valores altos de DBO indicam o lançamento de carga orgânica, principalmente esgoto doméstico, e também efluentes industriais.

Fósforo

É um parâmetro importante para os processos biológicos. Em excesso, pode causar eutrofização da água.

A eutrofização de um corpo de água resulta no crescimento excessivo de algas e plantas aquáticas que, quando mortas, são decompostas por bactérias que consomem o oxigênio da água, tornando-o indisponível para outras espécies. O fósforo está presente nos esgotos domésticos, devido à

Temperatura

presença de detergentes superfosfatados e matéria fecal. A drenagem provocada pelas chuvas em áreas agrícolas (dejetos de animais e uso inadequado de fertilizantes) e urbanas também contribuem para contaminação dos cursos d’água. Os efluentes industriais, sem tratamento adequado, também são fontes relevantes de fósforo.

Coliformes termotolerantes

São bactérias encontradas no aparelho digestivo de animais de sangue quente e são indicadores de poluição por esgoto doméstico. A bactéria Escherichia coli (E. coli) é a principal representante deste grupo e é o melhor indicador da contaminação da água por fezes.

Turbidez

Reflete a transparência da água, sendo inversamente proporcional à concentração de partículas. Mudanças bruscas de turbidez são detectadas visivelmente. O uso da terra na bacia hidrográfica pode tornar a água dos rios mais turva. Falta de cobertura vegetal, especialmente de matas ciliares, e erosão levam ao assoreamento do rio e ao aumento da turbidez.

Potencial Hidrogeniônico (pH)

Afeta o metabolismo de várias espécias aquáticas. Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) estabelece que, para proteção da vida aquática, o pH deve estar entre 6 e 9.

A principal procedência é oriunda de esgotos sanitários, os quais lançam nitrogênio orgânico (presença de proteínas) e amoniacal (por meio da quebra de partículas da ureia). Também provém de indústrias químicas, petroquímicas, siderúrgicas, farmacêuticas, conservas alimentícias, matadouros, frigoríficos e curtumes. Emissão em grandes quantidades somada a outros fatores pode afetar negativamente o abastecimento público de água e a preservação da vida aquática.

Resíduo total (resíduos sólidos)

É a matéria que permanece após a evaporação ou secagem da amostra de água. Depositados no leito dos corpos d’água, podem causar assoreamento, o que impacta a navegação e potencializa o risco de enchentes. Também causa danos à vida aquática.

Esgoto doméstico tem quantidades acima do limite da pior classe No Arroio do Engenho, o resultado do parâmetro de coliformes termotolerantes aponta que o número mais provável (NMP) de bactérias em uma amostra de 100 ml de água foi de mais de 160 mil, enquanto que o limite da pior classe para este parâmetro (Classe 3) seria de 3,2 mil/100 ml, ou seja, de acordo as classes de enquadramento da Resolução Conama 357/2005, nestas condições e neste ponto do Arroio do Engenho seria recomendado apenas a navegação e a “harmonia paisagística”, a contemplação, não sendo aconselhado o contato direto com a água.

A análise, realizada pelo Laboratório Unianálises e interpretada pelo Biólogo Cristiano Steffens, da Global-Eco Consultoria Ambiental, também considerou os parâmetros da Resolução 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de 2005. Além de indicar o uso da água por classe, aponta a qualidade de cada parâmetro analisado.

No parâmetro coliformes termotolerantes, os índices estão acima do limite da pior classe em 11 pontos. Este parâmetro indica, entre outros contaminantes, a presença de esgoto doméstico.

No parâmetro fósforo, oito locais estão acima do limite da pior classe. E em 15 pontos se enquadram na classe 3, em uma escala de 1 a 4 (pior). O resultado aponta para possível presença de efluentes domésticos, industriais e de atividades agropastoris (veja quadro).

Resultados dos parâmetros por amostras analisadas COLIFORMES TERMOTOLERANTES Manancial / ponto de coleta para análise de água

Classe 1

DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO

Classe 2 NITROGÊNIO AMONIACAL

Classe 3

Classe 4

FÓSFORO

Acima do limite da pior classe OXIGÊNIO DISSOLVIDO

Limite: até 3200/100 ml

ARROIO DO MEIO Rio Taquari – antes do ponto de captação da Corsan

35.000

Rio Forqueta - Sob a ponte da ERS-130

4.600

Arroio Grande – sob a ponte da rua Dom Pedro II

240

CRUZEIRO DO SUL Rio Taquari – depois do conglomerado urbano

13.000

Arroio Sampaio – sob a ponte da ERS-130

4.900

COLINAS Arroio da Seca – próximo da ponte da ERS-129

13.000

ENCANTADO Rio Taquari – antes do ponto de captação da Corsan

480

Arroio Jacaré – sob a ponte da ERS-129

490

Arroio Lambari – final do arroio

3.500

ESTRELA Arroio Boa Vista – sob a ponte no bairro Boa União

11.000

Arroio Estrela – cascata Santa Rita

170

Arroio Estrela – sob a ponte na Rua Coronel Brito

380

FORQUETINHA Arroio Forquetinha – sob a ponte da Vila Stork

110

LAJEADO Rio Taquari – antes do ponto de captação da Corsan

7000

Arroio do Engenho – rua Leopoldo Heineck

160.001

Arroio Saraquá – sob a ponte do bairro São Bento – ERS-413

2.200

Arroio Saraquá – sob a ponte da avenida Beira Rio

92.000

Arroio Encantado – Parque Professor Theobaldo Dick

4.300

MARQUES DE SOUZA Rio Forqueta – sob a ponte Marques de Souza e Travesseiro

Em em locais com maior carga de coliformes termotolerantes, o uso da água seria apenas “harmonia paisagística”, ou seja, contemplação, não sendo aconselhado o contato com a água

140

TEUTÔNIA Arroio Boa Vista – bairro Boa Vistas, antes da cidade

210

Arroio Boa Vista – sob a ponte depois da cidade

220

Arroio Posses – sob a ponte da ERS-128

1.700

SANTA CLARA DO SUL Arroio Saraquá – Rua José Francisco Algayer

790

r

LUCIANE ESCHBERGER FERREIRA

É urgente a implantação de medidas que contribuam com o saneamento básico De acordo com o biólogo Cristiano Steffens, a análise dos 23 pontos aponta que os recursos hídricos da região estão sendo afetados pelo crescimento e expansão das cidades. “É urgente a implantação de medidas que visem o tratamento dos efluentes domésticos e industriais e contribuam com o saneamento básico e o desenvolvimento sustentável.”

Para o biólogo, não se trata apenas de um problema ambiental, mas, sim, de saúde pública, além de representar um aumento no custo do tratamento de água para consumo humano nas Estações de

“A solução é investir no tratamento de esgoto doméstico e saneamento básico e exigir das empresas o cumprimento das leis”

Tratamento de Água. “A solução é investir no tratamento de esgoto doméstico e saneamento básico e exigir das empresas o cumprimento das leis quanto ao tratamento e lançamento dos efluentes líquidos dentro dos limites estabelecidos em lei”, frisa Os principais impactos do despejo de efluentes nos mananciais são sobre a fauna aquática. A mortalidade dos peixes e demais organismos aquáticos, que são a base da cadeia alimentar, desencadeia a eutrofização, que é o desenvolvimento de algas tóxicas e prejudiciais à saúde humana e animal.

LUCIANE ESCHBERGER FERREIRA

Cristiano Steffens Biólogo

Com a palavra,

Flávio Aguiar Folletto Engenheiro Ambiental

Detalhe Responsáveis pela coleta de amostras de água, o químico industrial Rodrigo Giovanella e o amostrador e estudante do Técnico em Química Everton Jardel Prediger, ambos do Unianálises, percorreram dois rios e 12 arroios. Uma das etapas do trabalho contou com o apoio da Patrulha Ambiental da Brigada Militar. A Patram disponibilizou barco, pilotado pelo sargento Dari Scherer, e o soldado Ricardo Alves Lixinski garantiu a segurança da equipe, formada também pela jornalista Luciane Eschberger Ferreira.

É preciso considerar pontos importantes neste estudo, além da origem doméstica dos poluentes. Áreas agricultáveis e a pecuária intensiva e extensiva, em algumas regiões do estudo, podem ser apontadas como prováveis responsáveis pelo quadro de qualidade da água, o que se deve à falta de manejo adequado de dejetos animais, assim como a degradação das matas ciliares, além do esgoto doméstico.

Outra consideração é quanto ao enquadramento da Bacia Taquari-Antas, publicado em 2012, como sendo Classe III na área do estudo. Ocorre que, almejava-se em um horizonte de 20 anos, a melhoria do quadro para Classe II, conforme estabelece a Resolução CRH n.º 121/2012.

No entanto, o que se mostra é a piora do quadro nos primeiros 10 anos após a aprovação, decaindo de Classe III para IV. Medidas são necessárias a partir de diretrizes públicas, criando ações bem definidas a curto, médio e longo prazo. Essas diretrizes devem estabelecer prazos para execução de obras de saneamento, ou minimamente cumprir com os Planos de Saneamento aprovados. Além disso, a definição de critérios de manejo de dejetos de animais e acompanhamento

técnico são indispensáveis para melhoria do cenário da qualidade da água superficial.

Particularmente não citaria a poluição industrial, neste caso, uma vez que temos evoluído muito com o Licenciamento Ambiental neste quesito para essas atividades. Os próprios resultados corroboram, como por exemplo, o nitrogênio amoniacal baixo na maioria dos resultados. Nesta etapa do ciclo do nitrogênio (amoniacal), os resultados indicam poluição pontual, ou seja, muito próximo do ponto de coleta. Como os valores são significativamente os mais baixos (melhores resultados), no grupo amostral, significa que nos pontos de coleta não há poluição pontual, como algum despejo industrial, por exemplo, mas sim difusa (agrícola, doméstica), de modo que não temos como apontar a indústria.

TRÂNSITO DEMOCRÁTICO EM

nome da reciclagem

Papeleiros de Lajeado recebem coletes reflexivos e placas nos carrinhos para trabalhar no centro com mais segurança

LUCIANE ESCHBERGER FERREIRA

C

om sorriso no rosto e “grato a Deus por ter saúde para trabalhar”, Otávio Fernandes dos Santos, 57, conhecido por Davi, sai cedo de casa, no Jardim do Cedro, para recolher papelão e outros recicláveis. Percorre, diariamente, as ruas do bairro Moinhos e do Centro.

Ele, assim como dezenas de colegas, aventura-se com seu carrinho de propulsão humana no trânsito de Lajeado, atualmente com uma frota de 72 mil veículos, segundo dados do Detran.

Basta circular pelas ruas centrais, ou até mesmo nos bairros, para verificar o crescimento na quantidade de pessoas puxando carrinhos com recicláveis. O aumento também chamou a atenção do governo de Lajeado. Conforme a química industrial e servidora da Secretaria do Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, Gabriela Roehrs, percebeu-se, durante a pandemia, mais pessoas coletando resíduos pela cidade. A maioria puxa carrinhos, mas há os que utilizam caminhão e automóvel.

Diante da situação, a administração iniciou o projeto “Trabalhadores da Coleta Seletiva”. Um antigo cadastro de

Davi percorre as ruas centrais com um olho nas lixeiras e o outro, no trânsito catadores foi reativado e atualizado.

Davi é um dos trabalhadores cadastrados. Ele outros 12 colegas receberam, recentemente, coletes reflexivos e placas para colocar em seus carrinhos de coleta. A atividade ocorreu no auditório do Jardim Botânico de Lajeado. O agente de trânsito Alexandre

Fransozi deu instruções para garantir a segurança de todos que trafegam pelas ruas.

As orientações foram importantes, porque os acidentes acontecem.

“Hoje mesmo (no dia em que Davi foi entrevistado), um carro bateu em mim.

Não me machuquei, só deu um sola-

vanco. O motorista arrancou brabo.”

Outra vez, um condutor mexia no telefone, Davi percebeu e desviou, mas o veículo bateu no espelho de um carro estacionado. “Escapei por pouco.”

Formalizar para garantir direitos

O projeto “Trabalhadores da Coleta Seletiva” começou em outubro do ano passado. Diversas secretarias municipais se uniram para iniciar atividades com os recicladores. “Queríamos auxiliar de alguma forma. Consideramos este trabalho importante, porque amplia o índice de reciclagem no município”, destaca Gabriela Roehrs. Atualmente, Lajeado recicla apenas 3,2% do lixo doméstico recolhido.

A primeira ação foi uma palestra sobre empreendedorismo, com o Sebrae e a Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura (Sedetag). Os participantes receberam orientações sobre como se formalizar, ter seu próprio negócio. “Muitas empresas de reciclagem que crescem.

Com CNPJ, eles conseguem vender com preço melhor”, destaca Gabriela.

Além disso, caso se machuquem ou adoeçam, podem contar com benefícios previdenciários.

Davi participou do treinamento e considerou “interessante” poder se formalizar. Ele faz as contas do temNo aterro sanitário são reciclados apenas 3,2% do lixo doméstico produzido na cidade

po de trabalho com carteira assinada, mas percebe que ainda faltam alguns anos para poder se aposentar. Como tem saúde para trabalhar, ainda não preocupa-se com o futuro.

No segundo encontro, a equipe da saúde abordou a armazenagem, para evitar a proliferação de mosquitos e outros vetores. O grupo também recebeu bags para armazenar os resíduos sem acumular água.

No último encontro, além dos coletes reflexivos, foram entregues as placas de identificação, contendo o número de telefone e os materiais que recolhem. As informações servirão para que as pessoas da comunidade ou comerciantes possam acioná-los se precisarem descartar recicláveis em maior volume e não quiserem esperar o dia da coleta seletiva de lixo.

“A moça do meio ambiente me ligou para saber o que era para escrever na minha placa. Eu disse: limpeza e meio ambiente. É isso que faço”, relata Davi.

Celular no bolso, está atento às ligações de pessoas que o chamam para recolher materiais. Quanto mais cheio o carrinho, melhor, porque a venda dos recicláveis é o seu sustento.

Ele garante que só fica pesado lomba acima. “A volta para o Jardim do Cedro é mais difícil, mas o resto, não.”

E orgulha-se da decoração. “É o carrinho mais bonito de todos.”

LUCIANE ESCHBERGER FERREIRA

Grupo de recicladores cadastrados participam de palestras sobre trânsito (foto), empreendedorismo e armazenamento GUILHERME PEREIRA/DIVULGAÇÃO

Novos cadastros No site da prefeitura, na aba da secretaria de Meio Ambiente, é possível incluir novos cadastros de coletores de recicláveis. Uma nova turma receberá formação deve ocorrer e 2023.

O suporte para regularização é permanente. Os contatos podem ser feitos no setor de Educação Ambiental, pelo 3982-1099, que também é whatsApp.

Recicladores de Canoas vão pedalar triciclos em vez de conduzir carroças puxadas por cavalos

Canoas troca carroças e cavalos por triciclos A Secretaria Especial de Bem-Estar Animal de Canoas, na região Metropolitana, entregou 40 triciclos para recicladores, ex-condutores de carroças. O programa Canoas do Bem tem o objetivo de promover a inclusão social, geração de renda e a proteção animal. Além dos triciclos, fornece ajuda financeira de R$ 300,00, auxílio transporte de R$ 96,00, cestas básicas e cursos de qualificação.

Em troca, os contemplados precisam entregar a carroça e o animal. O condutor que descumprir a lei poderá levar multa e ter o animal e a carroça apreendidos.

Os cavalos são encaminhados para uma área de reabilitação contratada pela prefeitura. Depois de recuperados, os equinos são encaminhados para doação.

Os adotantes devem residir ou dispor de áreas rurais onde os animais possam circular livremente.

Novos sonhos Depois de 22 anos, Andréia Machado Nascimento, 45 anos, vai deixar de conduzir a carroça para pedalar um triciclo e realizar a reciclagem do lixo.

“Eu já estava pensando em deixar o trabalho com a carroça, e o Canoas

GUSTAVO GARBINO/DIVULGAÇÃO

“Eu já estava pensando em deixar o trabalho com a carroça e o Canoas do Bem representa uma ótima oportunidade para essa mudança.”

Andreia do Nascimento, recicladora

do Bem representa uma ótima oportunidade para essa mudança”, conta.

Andréia sonha em fazer cursos de qualificação para trabalhar como cuidadora de idosos ou creche. “Até lá, quero aproveitar o curso de reciclagem que a Prefeitura está oferecendo para qualificar esse meu trabalho. Também gostaria de pedir para a comunidade separar direitinho o lixo. Facilitaria muito para todos nós e ao meio ambiente”.

Legislação

A Lei 6.164, de 2018, estabeleceu um prazo de dois anos para que os veículos de tração animal fossem proibidos de circular na cidade. No entanto, a legislação por si só não foi suficiente para garantir a libertação dos cavalos e a proteção social dos condutores. A nova legislação, que institui o programa Canoas do Bem, aprovada em outubro de 2021, tem

o objetivo de promover a inclusão social, geração de renda e a proteção animal. Até o final deste ano, 200 triciclos serão entregues.

Em Lajeado, a legislação não permite a circulação de carroças nas principais avenidas centrais da cidade.

DISIM ENERGIA SOLAR OPTE POR QUEM OFERECE GARANTIA E SEGURANÇA rural

residencial

Economia de até 95% na sua conta de luz

disimsolucoes

disimenergiasolar

51 3716-2337 - 51 9 9994-1419 disim@disim.com.br - www.disimsolucoes.com.br

ONG de Taquari tem projeto de triciclos à espera de patrocinadores A ONG Os Salvadores, de Taquari, tem um projeto para substituir carroças e cavalos, usados na coleta de recicláveis, por triciclos. A inciativa é fruto de um concurso promovido pelo Fórum Nacional de Proteção Animal. O desafio era apresentar ideias sus-

tentáveis ao meio ambiente e à proteção animal.

A Salvadores apresentou o triciclo e foi vencedora. Com o prêmio de R$ 3,5 mil, mais R$ 500 arrecadados pelos voluntários, foi possível adquirir o triciclo da empresa paulista Dream Bike, especializada

no em desenvolver estes veículos.

Entretanto, a pandemia impediu o avanço do projeto, que deve ser retomado este ano, e precisa de patrocinadores.

Confira a entrevista com o presidente da ONG Os Salvadores, Tiago da Silva Rodrigues.

Sobre a ONG A ONG Os Salvadores, fundada em 2016, atua hoje com um número pequeno de voluntários, dez pessoas. Tem como missão trabalhar a prevenção e a conscientização das pessoas. O principal trabalho é voltado para cães e gatos, com a castração. No final do ano de 2021, foi inaugurada uma clínica que atende em dias específicos, somente para castrar, e com valores acessíveis Os contatos são pelo whatsApp (51) 99696-9702 e site www. salvadores.com.br

Modelo de veículo foi conquistado pela ONG Os Salvadores, que venceu um concurso sobre ideias sustentáveis ao meio ambiente e à proteção animal Tiago da Silva Rodrigues, Presidente da ONG Os Salvadores

ONG NÃO DEVE ASSUMIR A TAREFA DO PODER PÚBLICO Viver Cidades: Quantos recicladores utilizam carroças em Taquari?

Tiago da Silva Rodrigues: Não temos levantamento atualizado, porém, sabemos que o número de coletores de materiais recicláveis na cidade é baixo, estima-se, no máximo, 30 pessoas.

empresa. Vemos muito isso na parte traseira dos ônibus.

O número de admiradores da causa animal vem crescendo e há muitas formas das empresas contribuírem, seja realizando uma campanha interna de juntar tampinhas, seja repassando itens que não usa, com materiais de conscientização, entre outras.

Qual é a intenção da ONG em substituir as carroças por triciclos na cidade?

Rodrigues: A ideia principal, além de trazer mais dignidade para o coletor, é livrar um animal de puxar carroça e ajudar aliviar o trânsito. E, principalmente, conscientizar a comunidade, o poder público e a iniciativa privada de que há outras alternativas para coleta de recicláveis.

Quais os critérios para os papeleiros receberem o veículo?

Rodrigues: No primeiro momento, abrimos a seleção para todos os interessados em trocar o cavalo e carroça pelo triciclo e posteriormente iríamos definir por meio de um sorteio público.

Como a iniciativa privada pode participar do projeto?

Rodrigues: O triciclo também pode ser usado em campanhas de marketing pelas empresas, pois por onde o coletor passar, estará divulgando a marca da

Qual será o destino dos cavalos?

Rodrigues: Eles serão encaminhados para uma ONG parceira, que atua somente com resgate de cavalos, para aposentá-los.

Tu achas que o poder público poderia auxiliar mais os projetos com fins socioambientais alavancados por ONGs? Rodrigues: Com toda a certeza, sim. Temos que lembrar que uma ONG, uma entidade sem fins lucrativos, normalmente surge por ineficiência do poder público em resolver as questões do município.

Em Taquari, por exemplo, a administração municipal iniciou um programa de castração de animais em 2021, embora a procriação desenfreada fosse um problema há muito tempo. São apenas 20 animais por mês, para um município com aproximadamente 28 mil habitantes. Mas somos gratos por ter iniciado. É notório que o trabalho desenvolvido por entidades sérias, muitas vezes, é mais eficiente do que o realizado pelo poder público. Mas nunca podemos esquecer que é o poder público o verdadeiro responsável, as entidades são apenas coparticipantes e servem para auxiliar.

“Uma ONG normalmente surge por ineficiência do poder público em resolver as questões do município. Mas nunca podemos esquecer que é o poder público o verdadeiro responsável, as entidades são apenas coparticipantes e servem para auxiliar.”

ÓLEO DE COZINHA USADO?

O correto é separar e reciclar!

Não descarte o óleo de cozinha usado no ralo da pia ou no quintal. Existem formas sustentáveis de descarte!

COMO FAZER A RECICLAGEM: 1. Deixe o óleo utilizado esfriar por completo

2. Armazene o resto de óleo de cozinha em garrafas PET

(não é necessário filtrar e/ou peneirar o óleo usado)

Participe da ação de coleta! O óleo de cozinha usado destinado para os ECOpontos das escolas, proporciona uma recompensa para elas ao final do ano.

Assim, a atitude de destinação correta tem duplo benefício: contribui com o meio ambiente destinando adequadamente este resíduo perigoso e auxilia a escola na melhoria do seu espaço.

Contribua, pequenas atitudes geram grandes transformações!

3. Leve pra uma Escola* parceira do ECOponto *Todas as escolas municipais de Estrela.

51 3762-3380 51 99717-5067

@reinigendquimica

SE VOCÊ TEM UMA IDEIA DE , PARTICIPE DO CONCURSO ESTUDANTIL

projeto sustentável Estudantes do 6º ao 9º ano e do Ensino Médio podem se inscrever.

O regulamento está disponível no site do Grupo A Hora, na aba Viver Cidades

O

regulamento do I Concurso Viver Cidades está disponível no site do Grupo A Hora.

Agora é só reunir os colegas e voltar o olhar para o meio ambiente; pesquisar, experimentar, testar e focar na criação. A ação pretende incentivar os estudantes a vivenciarem, na prática, o cuidado com os recursos naturais, desenvolver a consciência ambiental e estimular para que sejam agentes multiplicadores da sustentabilidade.

O concurso Viver Cidade é destinado a estudantes das escolas públicas e privadas, nas categorias Ensino Fundamental, do 6º ao 9º ano, e Ensino Médio. Os trabalhos podem ser individuais ou em equipe de até três integrantes. A intenção é estimular a criatividade e despertar a consciência ecológica por meio do desenvolvimento de projetos que utilizem materiais recicláveis e que criem soluções ambientalmente corretas.

Para os alunos do 6º ao 9º ano, o desafio é criar peças – jogos, brinquedos, utensílios, artesanato - a partir de materiais recicláveis. Na avaliação serão consideradas a criatividade, a resistência e a aplicabilidade.

Os jovens do Ensino Médio devem apresentar projetos voltados à preservação ambiental que possam ser aplicados no dia a dia nas escolas, empresas, residências ou outras organizações. As escolas também poderão inscrever suas iniciativas voltadas à sustentabilidade, sendo uma inédita.

Cristiane Loposzinski, psicopedagoga

Devemos incentivar, provocar e encorajar nossos estudantes a criar, a trabalhar em grupo e a lidar com desafios e frustrações.”

adolescentes foram os mais afetados em função do fechamento das escolas e a falta de convivência com os amigos e colegas”, observa a psicopedagoga Cristiane Loposzinski.

Neste retorno de atividades presenciais, é necessário estimular e desafiar ainda mais as crianças e adolescentes que retornaram ao espaço escolar. “Em sua grande maioria, estamos diante de um público com dificuldade em lidar com frustrações, sem paciência, tudo precisa ser imediato. E as relações e a convivência em grupo foram muito prejudicadas em função do uso de telas e restrição de atividade em grupo.” O concurso proposto pelo Viver Cidades vai ao encontro desta necessidade de retomada da convivência e de aceitar desafios. “Diante desta realidade, devemos incentivar, provocar e encorajar nossos estudantes a criar, a trabalhar em grupo e a lidar com desafios e frustrações.”

Inscrições Em 1º de junho serão abertas as inscrições. Os projetos devem ser

• O quê:

I Concurso Viver Cidades

• Regulamento: disponível no site grupoahora.net.br aba Viver Cidades

• Categorias:

Ensino Fundamental, do 6º ao 9º ano, Ensino Médio e escolas

• Inscrições: de 1º de junho a 15 de agosto de 2022

Desafio O período de pandemia, com aulas remotas, interrompeu por um longo período a convivência no ambiente escolar. “Todos nós fomos prejudicados, mas acredito que as crianças e

apresentados por meio de fotos, vídeos e relatório. Depois, é só ficar na torcida. A revelação dos vencedores e entrega dos prêmios – que equivalem a R$ 25 mil – estão programadas para o mês de outubro, quando acontece o seminário do Viver Cidades.

• Premiação: Adolescentes do Fundamental devem criar peças a partir de materiais recicláveis

prêmios no valor equivalente a R$ 25 mil