Você - 24/07/2021

FIM DE SEMANA, 24 E 25 DE JULHO DE 2021 edição nº 301

BIBIANA FALEIRO

Para voltar a ser criança

Convívio traz benefícios para netos e avós e é um dos segredos da Páginas 6 e 7 longevidade

Perfil

Bastidores

Casa de vô e vó As cantigas infantis falam de todas as coisas que vivemos na infância. Elas lembram as noites quentes de verão sentadas na varanda da casa dos meus avós. Era lá que a criançada se reunia e onde a família enchia a mesa para o almoço de domingo.

Na casa de vô e vó não há tristeza nem dias ruins. Ela é colorida, e se transforma em uma terra mágica com jogos de tabuleiro, pipoca e as bolachas preferidas dos netos.

Mesmo que eles não gostem de amendoim, se for o doce preferido das crianças, os avós vão servir na hora do lanche e comer com gosto, só para ver os pequenos fazerem o mesmo.

O vô e a vó não precisam educar com seriedade ou pedir pro neto estudar, eles ensinam com histórias, cuidado e atenção. Afinal, já foram pais um dia, e viram alguém fazer o mesmo pelos seus filhos.

Eles são anjos da guarda.

Muitos aqui na terra, outros lá no céu. São amigos daqueles que a gente quer ver sempre bem. E, quando a gente não aparece pra visitar, eles tratam de ligar. Sem cobranças, apenas para dizer que estão pen-

sando em nós.

Os avós são nosso pais, mais experientes e doces como mel. Ou açúcar, vai depender da cobertura preferida dos netos. Eles gostam de preparar uma grande mesa para nos esperar para o chá e perguntam do trabalho, da faculdade, da vida.

Eles gostam de passar horas na nossa companhia, mas se tivermos 15 minutos para bater na casa deles e conversar da varanda, eles já ficam felizes.

Vô e vó não ligam se estivermos com dúvidas sobre o futuro, inseguros com a vida. Eles vão abrir aquele velho armário de jogos e escolher um deles para nos fazer lembrar da nossa infância.

Mesmo que às vezes a gente acha que não tem tempo, o tempo para eles, corre em outra intensidade.

Eles viram nossos pais, ainda crianças, crescerem e saírem de casa. Depois, passam tudo isso de novo com os netos.

Mas não importa a distância, o vô e a vó vão sempre esperar uma visita.

Eles não querem muito, mas querem muito do que nós podemos oferecer. Não importa o quanto crescemos, seremos sempre crianças no coração dos nossos avós. Talvez a gente esqueça de agradecer de vez em quando. Mas eles sabem como somos gratos pela vida deles.

Por isso, o Dia dos Avós, 26 de julho, não é mais uma data comercial. É um dia para agradecer e lembrar que na casa de vô e vó, a porta da frente fica sempre aberta para quando um neto quiser voltar.

Boa leitura!

Bibiana Faleiro

pravoceahora@gmail.com

Produção: Bibiana Faleiro

Arte: Gianini Oliveira

2 | Você. | FIM DE SEMANA, 24 E 25 DE JULHO DE 2021

“Eu queria encontrar a vida, resgatar o que as pessoas eram”

C

om uma câmera e a imaginação, Tatiane Ertel, 32, é capaz de tocar a alma de quem fotografa. O gosto pela arte surgiu quando ela era ainda criança, em Poço das Antas, e o pai costumava criar desenhos para ela pintar.

Alguns anos mais tarde, entrou para o grupo de teatro da escola e a vontade de cursar Artes se tornou uma opção para o futuro. Tatiane frequentou a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e foi no período que começou a enxergar a fotografia de outra forma.

Ela trabalhava como doméstica enquanto estudava. Um dia, lavando a louça, percebeu diferentes texturas e elementos do cotidiano que poderiam ser fotografados. “Eu fazia um jogo de desconfiguração dos objetos, era uma experimentação, e eu queria também despertar a imaginação”.

Depois de alguns trabalhos como modelo, passou a observar as proporções das pessoas.

Os ensaios fotográficos para mulheres vieram em seguida.

Mas ela queria mais. Quando terminou o curso em Artes, fez residência em saúde mental.

“Tinha essa vaga para artistas e naquele momento, tive que encontrar uma nova forma de me comunicar. Eu queria encontrar a vida, resgatar o que aquelas pessoas que atendíamos eram”, conta.

Ela gostava de conhecer quem estava do outro lado das lentes de sua câmara.

FOTO

S TAT

Em 31 de dezembro de 2016, foi chamada para fotografar o casamento de haitianos. “Foi amor à primeira vista com as famílias e as crianças”, conta.

A partir daquele dia, Tatiane passou a visitar as famílias com frequência e um dia quis fotografar a fé de uma mãe e suas duas fiilhas. “Eu não sabia como fotografar. Mas acordei um dia e sabia que tinha que ir lá. Peguei a mala com alguns tecidos que sempre carrego comigo e fui para a casa delas”, lembra.

No pátio daquela casa, ela

IANE

ERTE

L

criou uma série fotográfica que recebeu prêmios internacionais, como da National Geografic. Com outras fotografias, foi convidada para expor o trabalho em galerias de Paris, da Grécia e Costa Rica. Uma exposição também vai para a Holanda.

Hoje, em Estrela, ela divide o trabalho artístico com o comercial, com a venda de quadros. Também faz ensaios de gestantes, famílias e, especialmente, mulheres. O trabalho dela pode ser conferido no site tatianeertel.com.

CRON CENTRO REGIONAL DE ONCOLOGIA

Apresentado por

IB E S Instituto Brasileiro para Excelência em Saúd e

SAIBA COMO PREVENIR

A DIVERTICULITE N

PAPA FRANCISCO PRECISOU DE CIRURGIA PARA CORRIGIR DOENÇA NO TRATO INTESTINAL

o início de julho, o mundo passou a conhecer mais sobre uma doença de nome difícil, a “estenose diverticular do cólon”. O interesse pelo tema cresceu devido à cirurgia realizada pelo Papa Francisco para corrigir o problema. Aos 84 anos, o Pontífice se recuperou bem do procedimento, que abriu a discussão sobre os cuidados com o trato digestivo.

Médico especialista em Cirurgia Oncológica pela Sociedade Brasileira de Cancerologia, Dr. Hélio Fernandes, explica que a chamada “doença do Papa” começa pela existência de divertículos no intestino grosso. Divertículos são pequenas bolsas que ocorrem na parede intestinal, resultantes da pressão aumentada no interior do intestino por hábitos inadequados de evacuação ao longo da vida. Sendo assim, pessoas com quadros de constipação crônica, têm tendência a desenvolver mais divertículos ao longo de suas vidas e muitas os possuem sem saber.

Lembra que os divertículos podem se manter inertes sem trazer sintomas e sem representar um problema, mas eventualmente podem inflamar e até perfurar, ocasionando a doença chamada “diverticulite” No caso de diverticulite surgem sintomas de dor abdominal e febre. Esse quadro infeccioso pode evoluir de forma satisfatória com tratamento clínico com uso de antibióticos ou evoluir desfavoravelmente chegando a necessitar de procedimento cirúrgico para sua solução.

Nos casos tratados clinicamente pode ocorrer uma cicatrização inadequada desta área de forma a perder-se a elasticidade intestinal daquele seguimento do intestino. Isto pode resultar em um estreitamento do órgão naquele seguimento, causando uma obstrução ao trânsito normal das fezes. “No caso do Papa foi exatamente o que ocorreu tendo sido necessária uma cirurgia para corrigir este ponto de estreitamento e desta forma reestabelecer o funcionamento correto do trato intestinal”, aponta. Porém, Fernandes afirma ser possível agir-se preventivamente a fim de tentar evitar a formação dos divertículos, por meio da mudança de hábitos alimentares.

Dr. Hélio Roberto França Fernandes sócio-fundador do cron especialista em cirurgia oncológica pela sociedade brasileira de cancerologia

SAIBA MAIS • A diverticulite é uma inflamação que se manifesta no intestino grosso.

• Divertículos são pequenas bolsas que se formam no intestino grosso e provocam a inflamação.

Sintomas * Dor Abdominal * Febre * Calafrios * Náuseas * Dificuldade para urinar * Constipação * Diarreia * Sangue nas fezes

A complicação mais grave da estenose diverticular é a perfuração intestinal.

Diagnóstico

1 – O divertículo se rompe, fazendo com que a água misturada à inflamação e fezes vazem para o intestino.

* Histórico do paciente * Tomografia computadorizada * Ultrassom

2 – O rompimento pode levar a uma inflamação do peritônio, camada que reveste o intestino, causando uma grave infecção.

Tratamento * Antibióticos * Internação para medicamentos * Casos mais graves exigem cirurgia para retirada de parte do intestino.

3 – Se não for tratada a tempo a infecção pode se tornar generalizada, provocando risco de morte

Como prevenir:

Causas

• O consumo de frutas sem sementes, vegetais, cereais e alimentos integrais ajudam a evitar as inflamações dos divertículos.

• Beba bastante água • Evite alimentos com amido, como bolos e bolachas • Evite o consumo exagerado de café e refrigerantes

* Falta de fibras na alimentação * Idade (mais comum acima dos 50 anos) * Genética

COMO SE PRECAVER A prevenção à diverticulite passa principalmente por manter hábitos intestinais saudáveis. Conforme Fernandes, o padrão saudável para a evacuação varia de acordo com a pessoa, mas a eliminação do conteúdo presente nos intestinos não deve ultrapassar 48 horas.

Segundo ele, manter uma ingestão regular

de fibras vegetais e de água ajuda a produzir fezes mais amolecidas, reduzindo assim a chance de desenvolver a doença. Lembra que a presença de divertículos pode ser observada em um exame de raio-x chamado Enema Opaco.

No caso das pessoas com divertículos iden-

tificados, Fernandes recomenda evitar a ingestão de sementes ou produtos que chegam ao intestino sem serem degradadas pelo sistema digestivo.

“Nem todas as sementes são prejudiciais, mas as sementes de uva, pipoca, bergamota ou maiores, têm chance de entrar em um di-

vertículo, favorecendo a diverticulite.”

Outro exame importante, em especial para pessoas com mais de 50 anos, é a colonoscopia. O procedimento não apenas verifica os divertículos, mas também as condições gerais do cólon e a existência de lesões que podem resultar em câncer.

Produzido por

FIM DE SEMANA, 24 E 25 DE JULHO DE 2021

| Você. | 3

CONTEÚDO PATROCINADO

Sócios terão desconto na mensalidade com vencimento em agosto Emissão do boleto ficará disponível de 2 a 10 de agosto, no site do CTC

ENTRE A GENTE

brio financeiro, preservando a estrutura física e cumprindo com suas obrigações ordinárias, especialmente o pagamento de todos os funcionários.

O boleto com o valor diferenciado ficará disponível na Área do Associado, no site do CTC, de 2 a 10 de agosto.

Após este prazo, o pagamento poderá ser efetuado com o carnê existente. Para os sócios que possuem débito em conta autorizado, o desconto será concedido automaticamente.

D

esde o início da pandemia de coronavírus, o Clube Tiro e Caça (CTC) adota uma série de medidas para manutenção da infraestrutura e dos benefícios para os sócios, além daquelas relacionadas à preservação da saúde da comunidade. A diretoria e o Comitê de Crise acompanham a situação e buscam as soluções mais adequadas para manter as atividades e atender as demandas necessárias.

Portanto, decidiram, mais uma vez, conceder desconto na mensalidade para

Espaços abertos podem ser usados desde que respeitadas as regras de prevenção ao coronavírus

os sócios adimplentes. Os associados que estiverem adimplentes até o dia 28 de julho de 2021 terão direito a 20% de desconto no valor da mensalidade com

Diana Dick e Alex Duarte fazem apresentação no Happy Hour A programação do Happy Hour Cultural do CTC está de volta. Na próxima quarta-feira (28/07), Diana Dick e Alex Duarte apresentam um repertório especial com voz e violão. O evento será no Restaurante do Clube a partir das 19 horas. A entrada é gratuita.

Em 2021, os sócios prestigiaram uma edição do Happy Hour, mas a programação foi suspensa em função do agravamento da pandemia de coronavírus. Com a retomada das atividades, o público deverá permanecer atento às restrições e manter todos os cuidados preventivos.

O uso de máscara facial é obrigatório para acesso e circulação nas dependências do Clube. Durante o evento, todos devem permanecer sentados, evitando aglomerações ou circulação entre as mesas. As novida-

4 | Você. |

vencimento em 10 de agosto de 2021.

A medida é um incentivo para que os sócios mantenham suas mensalidades em dia e o CTC possa garantir o equilí-

des e atualizações da programação podem ser acompanhadas nas redes sociais e no site do Clube.

FIM DE SEMANA, 24 E 25 DE JULHO DE 2021

Estão liberadas as reservas para utilização dos quiosques abertos. Os sócios devem ficar atentos às regras de uso e, principalmente, ao limite de lotação e ao protocolo de distanciamento social.

Esporte divulga destaques da rodada da Copa CTC/Construtora Diamond A Copa CTC/Construtora Diamond de Minifutebol 2021 já começou e neste sábado (24/07) tem mais uma rodada. Nesta edição são 38 equipes da disputa e a cada semana, os destaques serão divulgados nas redes sociais. Além de divulgar os melhores lances dos jogos, o setor de Esporte também promoverá enquetes no Instagram para eleger o Craque da Galera de cada rodada.

Nos sábados com rodada da Copa, a portaria secundária ficará aberta para os sócios terem mais uma opção de acesso.

Diana Dick e Alex Duarte são atração do Happy Hour Cultural deste mês

Uso dos quiosques

Futebol tá na mesa

Sexta-feira (30/07) é o último dia para participar da campanha “Futebol tá na mesa” do programa Mesa Brasil Sesc. A campanha é aberta a

todos os sócios e a participação pode ser individual ou por equipe inscrita na Copa. A cada 10 quilos de alimentos não perecíveis doados, a equipe ou sócio ganha um cupom para concorrer a prêmios especiais.

As doações podem ser feitas na Secretaria do CTC e o sorteio será realizado no dia 6 de agosto, com transmissão on-line

Saúde e Beleza

Terapia com ozônio auxilia na busca por saúde e bem-estar

S

eja para tratamentos de saúde ou estética, a ozonioterapia é uma técnica recente no Brasil, mas já pode ser encontrada em clínicas da região.

A biomédica esteta Karla Dartora, da Clínica EmagreSee, diz ser uma tendência inovadora com cada vez mais procura.

A técnica terapêutica pode ser utilizada de modo isolado e de forma complementar associada a tratamentos para obter melhores resultados.

Na medicina, a ozonioterapia pode ser utilizada para reduzir efeitos colaterais de tratamentos como o câncer, da radio e quimioterapia.

Também pode tratar doenças virais com herpes, fúngicas como candidíase, ou alérgicas, como rinite. Além disso, é muito utilizada para tratar feridas, queimaduras e cicatrizes, dores articulares, e problemas circulatórios.

Já na estética, ela é utilizada no emagrecimento, no combate a gordura localizada, celulite, estrias e flacidez, trata acne e queda de cabelo, além de promover rejuvenescimen-

to da pele.

Segundo a esteticista, a principal contraindicação é o favismo, uma deficiência da enzima Glicose-6-Fosfato Desidrogenase (G6PD). Também é preciso ter cuidado com o hipertireoidismo, diabetes e hipertensão descompensadas.

Não é indicado para gestantes.

“Não há grandes efeitos adversos com a aplicação, mas pode causar inchaço e alguns hematomas devido a utilização da agulha”, explica a profissional.

Os meios mais comuns de aplicação são injeções subcutâneas ou musculares, com efeitos localizados. Há também os meios menos invasivos, que são as bags plásticas, óleos e águas ozonizados. Além das aplicações sistêmicas, que atuam no corpo todo e são aplicadas via retal, auricular ou venosa. “É uma técnica indolor e de resultados rápidos, uma grande aliada para quem deseja se manter saudável e belo”, diz Karla. Para a aplicação é necessário o equipamento gerador de ozônio medicinal, liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

FIM DE SEMANA, 24 E 25 DE JULHO DE 2021

| Você. | 5

Dia dos Avós

PERTO DOS NETOS PARA

rejuvenescer

Seja para brincar, cantar, praticar esportes, ensinar e aprender, o convívio traz benefícios para netos e avós e aumenta a qualidade de vida dos idosos.

Conheça as histórias de Odécio, Neca e Grete, que encontram nos netos a energia para a longevidade

6 | Você. |

FIM DE SEMANA, 24 E 25 DE JULHO DE 2021

N

os fundos de casa, em Arroio do Meio, o músico e farmacêutico Odécio José Petter, de 67 anos, gosta de tocar violão. Ele ensaiou os primeiro acordes aos 12 anos e, desde então, sempre há música na residência.

Quando os filhos de Odécio e da esposa Célia eram pequenos, o pai escreveu uma canção de ninar para cada um.

Depois do nascimento das netas, a tradição permaneceu e Isadora, 18, Sarah, 12, e Dora, de 6 anos, costumavam se acalmar assim que o avô tocava as primeiras notas no violão.

“Cada uma delas é diferente e a inspiração veio do interior mesmo. Do sentar, ver e escutar as coisas ao redor. Assim são escritas as músicas”, conta Odécio que hoje faz parte da Banda Os Medievais, ao lado de dois amigos de Estrela.

Mesmo que hoje a prática de um instrumento musical não seja presente na vida das netas, o gosto pela música foi passada pelo avô e elas gostam de acompanhar o artista.

“Mesmo quando a banda tem uma apresentação em algum lugar, num festival, em algum pub, minhas netas estão sempre lá”, conta Odécio. A mais nova, Dora, também vem com os pais de Cambará para assistir o avô tocar.

Beatles e Bob Dylan são alguns dos artistas que preenchem a casa de Odécio com melodias e fazem parte do repertório das netas. “Esses dias a Isa me ligou, falou que tava caminhando e ouvindo Eagles. Era isso o que eu queria, que elas carregassem essa parte cultural que eu sempre gostei”, conta Odécio.

No aniversário de 18 anos de Isadora, a família montou um karaokê em casa e neta e avô cantaram juntos a música Perfect do Ed Sheeran.

Odécio vê no papel de avô, a possibilidade de ser um segundo pai para as netas. Ele lembra de quando foi buscar Sarah na pré-escola, quando ela ainda era criança. Já dentro do carro ela perguntou se podia chamar o avô de pai. “A gente também se sente responsável pelos netos, gostaria que todos tivessem a oportunidade de conviver com os seus avós”, diz.

Odécio trabalha na farmácia onde é proprietário. Mas quando chega em casa, gosta de sentar embaixo da árvore de carambola com o violão. Pode passar horas tocando. “A gente vai envelhecendo quando a gente vai parando. Se tu para de tocar, trabalhar, sair à noite com meus amigos, acho que devagar tu vai murchando. Enquanto a cabeça, o físico, emoção e pensamento permitirem, você vai em frente”, acredita.

ENTREVISTA

“Eles veem os avós como amigos, e vice e versa”

NA ATIVA Aos 60 anos, Angela Angela Hoffmann sobe no tablado para uma aula de muay thai toda semana. Ao lado do neto Bernardo Hoffmann Braun, de 15, não há movimentos que ela não consiga fazer e é um exemplo dentro da academia.

Também avó de Rafaela, de 1 ano, Angela, a Neca, como costuma ser chamada, pratica o esporte há cinco anos e não pretende parar tão cedo. “É uma atividade física muito boa, a gente trabalha todos os músculos, a concentração, porque temos que nos concentrar nos golpes. Então mente e corpo ficam sempre muito ativos”, ressalta.

Para ela, praticar exercício físico é qualidade de vida, assim como passar as tardes na companhia dos netos. “É um

Neca, de 60 anos, treina muay thai ao lado do neto Bernardo, de 15, toda semana

amor diferente, um amor com açúcar. Quando a gente tinha filhos pequenos, tínhamos muitos compromissos ao mesmo tempo, agora eu posso sentar e curtir a presença deles, é diferente”.

Além de dividir as aulas de muay thai com a avó, Bernardo também gosta de escutar as histórias que ela conta sobre o passado. A amizade é como ele define o relacionamento com os avós. “Eu estou sempre aprendendo uma coisa nova com eles. A gente tem um vín-

culo muito bom. Somos muito amigos”.

Além dos exercícios físicos, Neca também gosta das redes sociais e tem quase 30 mil seguidores na página do Facebook onde compartilha dicas de decoração. “Qualidade de vida para mim está ligada ao exercício físico, mas é também saber aproveitar as fases da vida.

Aproveitar a família, amigos, os netos. Eles fazem muito bem pra gente”, diz. Ela também gosta de assistir a seriados e não abre mão do chimarrão.

“Vejo nela uma forma linda de enxergar a vida” Grete Waldow, de 85 anos, é carinhosamente chamada de “oma” pelos netos. Moradora de Santa Rosa, faz cinco anos que ganhou um smartphone e viu a possibilidades de reencontrar a família que morava longe, ou conversar com pessoas que não tinham telefone fixo.

Ela mantém um caderninho sempre por perto e gosta de anotar, seja as instruções de como ligar a televisão ou fatos importantes da história, como se fossem registros de um diário. “Começamos a anotar também neste caderno, um passo a passo de

como usar o WhatsApp e Facebook, e isso trouxe muita autonomia para ela”, conta a neta Bárbara Corrêa, 27.

A partir de então, Grete começou a adicionar pessoas nas redes sociais, procurar músicas alemãs no Youtube e “se virar” no meio tecnológico.

“Sempre vi na minha ‘oma’ uma forma muito linda de enxergar a vida e eu quis trazer isso pra outras pessoas também”, explica Bárbara.

Assim, ela criou o projeto “Vomo que vomo”. Além de ser um curso presencial, também disponibiliza materiais gratuitos para quem quer

aprender a usar um smartphone, e utiliza o perfil do Instagram @vomoquevomo, para compartilhar histórias da avó.

Na próxima segunda, do Dia dos Avós, Bárbara e Grete programaram uma live no perfil para contar a história delas e como, juntas, conseguiram garantir mais longevidade para a avó. “Queremos apoiar outros filhos e netos para que façam o mesmo”, diz Bárbara.

Grete vai estar em Santa Rosa e a neta em Lajeado. A live transmitida pelo Facebook do projeto terá convidados e inicia às 19h.

O médico Geriatra Aldo Pricladnitzki fala sobre a importância da convivência entre avós e netos.

Além de proporcionar momentos de lazer e qualidade de vida, a proximidade é capaz de rejuvenescer o idoso. Atividades físicas também são importantes para manter ativos a mente e o corpo.

Quais são os benefícios do convívio entre netos e avós? É uma pergunta importante. Ele envolve o ser de mais idade com a outra pessoa com menos idade. Nessa relação de avô e neto, o avô traz com ele aquela criança interior que cada um de nós tem.

O neto muda tudo, e os avós deixam de ser aquela figura muitas vezes sisuda quando estão juntos. O que devemos fazer é entrar no mundo dos netos e permitir essa alegria, uma conversa. Depois eles vão crescendo e as relações mudam também. Mas sempre fica aquele sentimento de amizade. Eles vêem os avós como amigos, e vice e versa.

O que é considerado qualidade de vida para o idoso?

Depende, tem um diferença entre idoso e velho.

Muitas pessoas com 80 anos são idosas, e outras com 50 ou 60 que são velhas. Idoso é quem tem atividade, interage com o mundo onde vive e o velho é aquele que não tem nada a fazer. Tem que ter atividade física, academia, caminhada, pilates, é importante se mexer, isso faz diferença. Faz bem para o corpo e para a mente.

E neste momento de pandemia, em que eles muitas vezes saem pouco de casa e recebem menos visitas, o que é possível fazer para levar qualidade de vida aos avós?

O básico que nós médicos sempre falamos. Com o uso da máscara, distanciamento social e lavando as mãos com frequência, é possível continuar com o convívio. Até mesmo as refeições são possíveis se for em um lugar bem arejado.

Greta, de 87 anos, aprendeu a usar as redes sociais com o incentivo da neta Bárbara

FIM DE SEMANA, 24 E 25 DE JULHO DE 2021

| Você. | 7

Comportamento

Desafios e vantagens do trabalho híbrido Pesquisa mostra que o futuro dos profissionais se divide entre as horas na empresa e o trabalho remoto. Funcionários preferem ter flexibilidade na hora de escolher o local onde produzir

D

ividir o ambiente de trabalho com a família e com as tarefas de casa se tornou realidade para muitos profissionais. Quase um ano e meio desde o início da pandemia, milhões de pessoas foram forçadas a exercer as atividades de forma remota e foi criado um novo normal para o mundo do trabalho.

Neste cenário, uma pesquisa feita pelo WeWork em parceria com a empresa de pesquisa independente Workplace Intelligence mostrou que o formato híbrido é o futuro das empresas e profissões.

De acordo com a pesquisa, a maioria dos trabalhadores prefere ir para a empresa apenas alguns dias de semana, mas procuram espaços fora de casa para trabalhar. Dos funcionários entrevistados, 64% pagariam para ter acesso a um espaço de escritório e 75% abririam mão de pelo menos um benefício na empresa pela liberdade de escolher seu ambiente de trabalho.

Entre as vantagens do modelo, a pesquisa indica maiores

Além de memebros da diretoria, o arquiteto Marcos Nesello e o advogado Tiago Nesello, também trabalham no coworking.

níveis de produtividade, engajamento dos funcionários e custos imobiliários baixos.

A vez do coworking Neste modelo híbrido, os coworkings ganham cada vez mais espaço. Em Lajeado, a Oficina 670 é um exemplo. Criada em abril de 2016, surgiu para ser um sistema que interliga pessoas, com a locação de espaços de trabalho. Assim, não é preciso uma estrutura própria para que empresas e empreendedores tenham um endereço físico comercial e, por ser compartilhado, permite diferentes conexões.

“Nós oferecemos serviços que se adequam às necessidades de cada negócio e às novas rotinas de trabalho, locação de estações em ambiente compartilhado ou

8 | Você. | FIM DE SEMANA, 24 E 25 DE JULHO DE 2021

em salas privativas, ofertas de salas de reunião, ou escritório virtual voltado para profissionais que precisam de um endereço fiscal, comercial e alguém para receber suas correspondências ou encomendas”, diz a gerente do escritório, Maria Augusta Matas Hennig, a Guta.

Com capacidade para 65 trabalhadores, hoje o espaço possui 38 coworkers de diferentes áreas como representantes comerciais, desenvolvedores de jogos digitais, publicitários, designers, contadores ou advogados, como é o caso de Tiago Nesello, também na diretoria do espaço.

Entre as mudanças de escritórios para espaços compartilhados, ele encontrou no coworking uma forma de trabalho que lhe agradou. No espaço, também trabalha o arquiteto Marcos Ne-

Profissionais de diferentes áreas trabalham em um mesmo ambiente nos espaços de coworkings.

sello, um dos fundadores da Oficina.

Portas abertas A partir do início da pandemia, a procura pelo espaço aumentou.

Guta acredita que os trabalhadores não se sentem mais produtivos em home office e valorizam fazer parte de uma comunidade.

Ela percebe uma rápida evolução em relação a tecnologia e necessidade de migrar para o digital, que possibilita cada vez mais

o trabalho híbrido. “Além disso, também evoluiu o entendimento das empresas e profissionais sobre flexibilidade do local de trabalho e por consequência os colaboradores ganhando maior autonomia”, afirma.

A escolha por um coworking, entre outros motivos, é porque o espaço não tira a liberdade dos profissionais e torna o trabalho flexível. Além disso, com o home office forçado para muitas pessoas no período, as casas viraram escritório, escola e lar.

“Mas nem todos tem infraestrutura em casa e também se adaptam a este estilo. Sendo mais uma vez o coworking uma ótima opção para esses profissionais”, destaca Guta.

Sem limites geográficos A publicitária Emanoela Majolo, 27, já vive o modelo desde 2019, quando foi contratada por uma empresa de Encantado para trabalhar de forma híbrida.

Ele ia uma vez por semana para a agência, e o restante trabalhava de onde queria. O horário era estabelecido, assim como os prazos de entrega, e ela podia trabalhar na empresa mesmo morando em Arroio do Meio.

Em dezembro do ano passado, Emanoela se mudou para a Praia

GESTAÇÃO POST MORTEM

Emanoela mora em Floripa e trabalha em uma empresa de Encantado

do Campeche, em Florianópolis, e continuou empregada pela agência publicitária. “O que me fez mudar foi um desejo antigo, e a pandemia acabou acelerando isso, porque eu percebi que não teria tempo nem momento certo, era pegar as coisas e vir”, conta.

Entre os benefícios que ela encontrou no trabalho híbrido está a quebra dos limites geográficos. Com internet, ela pode trabalhar de onde quiser.

A dinâmica do dia também se tornou mais leve e ele passou a conseguir conciliar projetos profissionais e pessoais.

“Eu tenho os meus horários, mas tenho mais liberdade para trabalhar dentro deles. Quando me sentir à vontade, posso tra-

balhar à noite, fim de semana, aproveitar os momentos que me sentir mais inspirada, e se precisar parar em algum hora do dia, eu também posso, desde que cumpra as entregas”, diz.

Emanoela acredita que, no modelo, a produtividade dela é maior. Mas, por outro lado, acredita trabalhar mais e sente falta do convívio com os colegas. O contato com os funcionários da agência é pelo WhatsApp. Telegram, E-mail ou chamadas de vídeo. Mesmo assim, o modelo de trabalho traz mais benefícios do que prejuízos, e ela escolheria esse formato mais uma vez no futuro.

ENTREVISTA

“O trabalho híbrido vem para ficar” Professor dos cursos de Gestão da Univates, Sandro Faleiro avalia o modelo de forma positiva, mas destaca a importância do trabalho presencial para a produtividade.

Você acredita que trabalhar de forma híbrida seja uma realidade futura como afirma a pesquisa?

Principalmente nos grandes centros que têm uma questão de segurança e deslocamento das pessoas, o trabalho híbrido tende a crescer. Especialmente quando se consegue estabelecer um tipo e uma data de entrega. Por exemplo, na área financeira, de pagamentos e recebimentos, pode ser feito de qualquer lugar.

Você credita que uma abordagem híbrida esteja ligada a melhores resultados no local de trabalho?

Acho que as empresas vão acabar avaliando muito o comportamento do trabalhador, e medir a sua autonomia para trabalhar. Existe um trabalho a ser feito e as empresas conseguem

medir o tempo necessário para isso. Se o colaborador produzir dentro do prazo estipulado, não tem nenhum problema ele fazer isso de casa, ou de outro lugar fora da empresa, desde que seja feito e as entregas ocorram sem atraso.

Se o colaborador produzir dentro do prazo estipulado, não tem problema ele fazer isso fora da empresa”

Por que o formato híbrido será essencial para o futuro do trabalho?

O trabalho híbrido vem para ficar. Em algumas situações, ele será relevante, mas o trabalho presencial continua sendo importante. Os escritórios físicos vão continuar existindo, sem dúvidas, para negociações e reuniões de planejamento.

A reprodução assistida post mortem, ou pós-morte, consiste no uso de óvulos, espermatozoides ou embriões que tenham sido previamente congelados para obtenção de gravidez após o falecimento de um dos cônjuges. Para que o congelamento possa ser realizado, é necessário que se preencha um consentimento informado explicando qual destino deve ser dado ao material biológico caso um dos cônjuges venha a falecer.

Uma vez que se trata de evento raro, nos últimos dias um caso de gestação post mortem ocorrido no Rio Grande do Sul recebeu destaque.

A gaúcha de Pelotas Eliziane Lautenschlager, 30 anos, acabou engravidando cerca de quatro meses após o óbito do seu marido, que tinha 47 anos.

Marcelo foi diagnosticado em 2018 como portador de Mieloma Múltiplo, doença maligna que acomete a medula óssea e que já se encontrava em estágio avançado. Na luta contra o câncer, durante uma internação hospitalar, Marcelo foi acometido pelo coronavírus e veio a ser mais uma das milhares de vítimas brasileiras da Covid-19. No entanto, pelo fato do sê-

men ter sido criopreservado antes do falecimento, devido ao câncer e à necessidade de se submeter a sessões de quimioterapia, pôde Eliziane, mesmo se tornando viúva, realizar a fecundação dos seus óvulos com os espermatozoides que se encontravam congelados. Mediante o tratamento de Fertilização in vitro (FIV), foi possível realizar o sonho da gestação do casal, mesmo após o falecimento do esposo.

Em 15 de junho de 2021 foi publicada a resolução nº 2.294 do Conselho Federal Medicina (CFM) com novas regras para a utilização das técnicas de reprodução assistida no Brasil. Várias das diretrizes trouxeram mudanças significativas. Entretanto, alguns dos preceitos éticos foram mantidos, como é o caso do direito à reprodução assistida post mortem, que continua sendo permitida desde que haja a autorização específica do(a) falecido(a) para o uso do material biológico criopreservado.

Fontes: site globo.com, Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e Diário Oficial da União (D.O.U.) de 15.06.2021.

Dr. Marcos Höher Médico especialista em Reprodução Assistida FIM DE SEMANA, 24 E 25 DE JULHO DE 2021

| Você. | 9

Um paraíso

no morro

D

a varanda, é possível ver parte do Vale e um pôr do sol de tirar o fôlego. A receptividade dos proprietários é também um atrativo, além da comida caseira e quentinha servida para o café. No topo do Morro Gaúcho, em Arroio do Meio, o Sítio Paraíso dos Anjos recebe viajantes de toda a região e tem sido um lugar procurado para quem visita o Cristo Protetor.

O estabelecimento está aberto de sexta a domingo, e as três cabanas podem receber até 12 hóspedes atendidos pelo casal Leandro e Adriana Arenhart.

Eles compram a propriedade há oito anos, sem pretensões de fazer das terras um negócio. Aliás, as cabanas são muito mais do que um serviço rentável, é onde eles vivem e cultivam seus próprios alimentos.

Esse era um sonho de Adriana, que costumava visitar a família no campo aos fins de semana. Mais tarde, o casal decidiu construir uma pequena cabana para morar no morro, e outras para receber o público.

O nome do sítio foi em agradecimento.

Comida caseira à mesa Além do aconchego, da vista bonita e do atendimento familiar, a comida caseira é outro atrativo do espaço. Mais velha

10 | Você. | FIM DE SEMANA, 24 E 25 DE JULHO DE 2021

entre quatro irmãos, Adriana começou a cozinhar ainda nova, aos 12 anos. Ele ajudava a mãe no preparo das refeições, e foi naquela época que fez os primeiros bolos e pães.

Hoje, na pousada, essa é uma de suas principais atividades ao lado de Leandro.

Para o café da manhã, os hóspedes são esperados com cuca, café e pão de queijo, além de omeletes e frios. Os sucos com a fruta da estação também são servidos, além

das geléias caseiras e do melado. Tudo é feito em família.

Para a janta ou almoço, é comum ter uma carne preparada por Leandro no fogão à lenha. E, ao redor do fogo, os visitantes sentam para conversar. No inverno, a sopa de capeletti é outra especialidade do casal. Galinhada ou carreteiro também são pratos servidos na pousada.

Mas o prato preferido de quem passa pelo lugar é a massa caseira de Adriana. “Eu se-

paro um pouco de massa crua para fritar e coloco por cima”, conta. Grande parte dos alimentos são cultivados por eles.

“As pessoas procuram cada vez mais voltar à natureza, à comida caseira, à tranquilidade.

Elas também gostam de plantar seus alimentos e buscam esse turismo mais rural”, avalia Adriana. Por isso, os fins de semana são movimentados na pousada e os hóspedes também pedem indicações de trilhas ou outras atrações naturais.

BUBBLE WAFFLE

Doce com sabor

U

ma receita de família ganhou o gosto do público na Fruteira e Padaria Benjamim, em Lajeado. Depois de uma viagem a Santa Catarina, os irmãos Jonas Hauschild e Elias Hauschild trouxeram ao empreendimento familiar o bubble waffle.

O doce tem origem em Hong Kong, mas na padaria da família, é feita com a receita da avó.

Aliás, foi com ela e o avô que os netos conheceram a culinária.

O Seu Romaldo Hauschild era proprietário de um pequeno mercado próximo ao Colégio Irmã Branca, entre as décadas de 60 e 90.

Quando o espaço foi fechado, os filhos seguiram caminhos diferentes, até que em 2010, um deles, Renato Hauschild, quis retomar os passos da família, e abriu a Fruteira e Padaria Benjamim, ao lado da esposa Maria de Lourdes Hauschild.

Foi no empreendimento dos pais que Jonas e Elias passaram grande parte da infância e aprenderam sobre gastronomia. “Nós sempre buscamos nos empenhar ao máximo no que fazemos, e

com a abertura do mercado começamos a buscar receitas antigas da nossa família e colocá-las em prática, e os clientes começaram a gostar”, conta Jonas.

Mais tarde, alguns cursos ajudaram a aperfeiçoar as técnicas e hoje, ao lado dos pais, os dois também trabalham na produção dos doces e salgados da padaria, além dos bubbles waffle.

Eles são feitos com uma massa de waffle e recheio de chocolate preto ou branco, com complementos variados como m&m,

Bis, ou bombom, no valor de R$ 14. Outros são salgados, feitos com frango ou carne de rês, vendidos a R$12.

Os sabores podem ser conferidos página do Instagram @fruteiraepadariabenjam. É também por lá que eles recebem os pedidos para tele entrega ou pelo telefone (51) 993000505. O doce também pode ser consumido na padaria, além de outros lanches como bolos, pães, cucas e roscas. Para o verão, a ideia é rechear o bubble waffle com sorvete ou açaí.

FIM DE SEMANA, 24 E 25 DE JULHO DE 2021 Você. |

11

A neuroarquitetura e a relação entre ambiente e ser humano Elisandra Patrícia Michels CAU 34475-3 / Arquiteta e Urbanista / Sócia-proprietária da Traço Arquitetura e Engenharia (@traco.roca) / Sócia fundadora da @Neuro_Juntos.

Q

uando a arquitetura e a neurociência se unem, possibilitam maior compreensão dos impactos da técnica no cérebro e no comportamento humano. A chamada neuroarquitetura está ligada à história, cultura, ao psicológico, às lembranças e à certeza de que cada projeto é único e provoca diferentes sensações.

De acordo com a arquiteta e urbanista Elisandra Patrícia Michels, a qualidade de uma construção também depende desses fatores. “Muitas coisas influenciam nos espaços, como as cores, cheiros, materiais utilizados, técnicas, sons, iluminação e ventilação natural. Além da conexão com a natureza, histórias e memórias afetivas”, destaca.

Ela conta que quando gostamos de um lugar, mostramos nossa identidade. A arquitetura também influencia no humor e pode, inclusive, fazer pessoas adoecerem, ficarem deprimidas ou alterarem os batimentos cardíacos.

Por isso a neuroarquitetura deve ser utilizada para criar espaços mais saudáveis no curto e longo prazo, e impactar positivamente no bem estar físico e emocional das pessoas. “Isso é possível quando a gente realmente

Obra contemporânea com uso de materiais naturais.

Sala de estar e recreação hospitalar.

PATROCINADORES

| Você. | FIM DE SEMANA, 24 E 25 DE JULHO DE 2021 1212| FIM DE SEMANA, 30 E 31 DE MAIO DE 2020

estuda o usuário e percebe como ele reage a cada estímulo provocado pelo ambiente construído”, destaca a arquiteta.

A técnica traz benefícios, inclusive, para a saúde, além de influenciar na felicidade. Por isso, quando projeta uma residência, ela diz ser importante pensar no significado de lar. “Um lar autêntico tem alma que espera seu habitante. É um local onde ele se sente pertencente e seguro”, diz.

Em projetos comerciais, Elisandra ressalta que o espaço vende uma experiência. “Investir no ser humano ajuda a empresa a crescer”, afirma. Já em estruturas corporativas, o ambiente deve estimular a produtividade, atenção, criatividade, e res-

REALIZAÇÃO

peito às limitações humanas, com momentos de relaxamento e descontração.

“Em hospitais, estudos mostram que o uso correto da arquitetura influencia na percepção da dor, assim como fazem alguns pacientes terem alta mais cedo e até utilizarem menos analgésicos. Em espaços públicos, pode até ajudar a combater a solidão”, explica a arquiteta.

Na neuroarquitetura, existe um cuidado com as pessoas, com a valorização e a humanização dos espaços, com a utilização da Teoria da Empatia e memória afetiva. “A gente só lembra dos lugares que passamos quando eles tiveram algum significado para nós”, ressalta Elisandra.