Você - 25/07/2020

FIM DE SEMANA, 25 E 26 DE JULHO DE 2020 edição nº 247

Vovós 2.0

Conheça duas mulheres que modernizaram o conceito de terceira idade Páginas 6 e 7

Bastidores

F

Aos meus avós

oi uma amiga quem me mostrou o perfil da Vó Thereza, que você conhecerá nas próximas páginas desta edição. Assim como ela, e como talvez também seja o seu caso, meus avós tiveram presença e têm significado muito importante na minha vida.

Dois deles não pude conhecer porque a vida os levou antes, mas posso reconhecê-los todos os dias no rosto do meu pai e no espelho, nos traços que indiscutivelmente herdei.

Por sua vez, a casa dos pais da minha mãe sempre foi minha segunda casa. Fim de semana sim, fim de semana não, lá estávamos nós. A casa da vó era lugar de encontro e de descoberta, tão diferente que era da minha, aqui “na cidade”. Lá a gente dormia ao som das rãzinhas que cantavam no açude e acordávamos com as galinhas.

A casinha azul, que foi lar da minha mãe durante toda sua infância, era lugar de encontrar os primos que, como não são poucos, faziam a casa, que para a minha pequeneza de menina, era enorme, parecer minúscula e barulhenta.

Lá era lugar de correr solto no pátio, com os cachorros, atrás dos gatos. Mas só no pátio, porque se corresse dentro de casa, podia derrubar os santos da vó.

Nas próximas páginas você também confere uma matéria sobre comida com sabor de afeto. E existe comida mais afetuosa que comida de vó? A vó que me esperava com grostoli, porque sabia que eu gostava, mas também com o “é por isso que está magrinha” se eu recusasse a comida.

Se os traços físicos peguei da família do meu pai, para equi-

librar, foi da família da minha mãe que herdei parte da personalidade. O vô, bom, era o típico vô. Adorava seus bichinhos.

Não conversava muito, porque a audição já não ajudava, mas era senhor de sorriso doce e fácil.

A vó era como dona Thereza e dona Hedy. Mesmo quando a idade começou a pesar, era impossível pará-la.

Saracoteava para cima e pra baixo. Não gostava de pedir ajudar, preferia fazer ela mesma.

Traços que, cada dia mais, reconheço na minha mãe. Mulher de energia invejável e personalidade tão forte quanto a mãe dela. Traços que, cada dia mais, percebo em mim também.

Uma vez li que nossos avós são nossos primeiros pais. E é verdade. Eles são a semente do que seremos. São parte da alma, do corpo e das nossas memórias mais bonitas.

Os meus já não estão mais aqui. Às vezes um “vocês vão ir na vó?” ainda me escapa, mesmo depois de tantos anos sem eles. Dói, porque dá saudade dos momentos em que a vida era mais simples.

Uma vez também li que quem amamos nunca se vai. E talvez por isso que eu sempre queira, mesmo que de forma inconsciente, voltar para casa do vô e da vó. Quem amamos nunca nos deixa, porque são parte da gente.

Amanda Cantú voce@jornalahora.inf.br

Faça você mesmo

Luminária de canudinhos Materiais • 27 canudos de drink (aproximadamente) • 3 metros de arame maleável • Alicate • Tesoura • Feltro • Kit elétrico para luminárias • Lâmpada de LED

As linhas coloridas nas fotos servem como guia.

A ordem de montagem é verde, laranja, salmão, azul, vermelho, amarelo, lilás, mostarda e roxo.

Passo 1

Separe 18 canudos para serem usados inteiros. Pegue 6 canudos e corte ao meio, assim você terá 12 metades.

Pegue 3 canudos e corte em 4 partes iguais, assim você terá 12 peças pequenas.

Passo 2

Passe pelo arame 3 canudos inteiros e uma metade. Dobre o arame conforme adicionar os canudos, criando a primeira forma geométrica. Continue o processo para formar mais 6 peças iguais a primeira.

Passo 3

Use a metade de um canudo para conectar a parte verde na parte lilás e passe o arame por dentro do canudo verde. Quando a ponta sair por baixo, adicione um canudo inteiro. Essa última peça fará a junção entre o canudo roxo e o canudo verde.

Passo 4

Pegue outra peça completa, passe pelo arame meio canudo, que vai ligar a peça anterior ao canudo de cor salmão. Conecte este no que está na outra ponta. Use meio canudo para fazer o encontro das duas partes. Faça esse processo com as outras duas aberturas.

Passo 4

Use os canudos pequenos para formar a parte em que ficará a lâmpada. Siga o mesmo sistema de montagem. Corte pequenos pedaços de feltro e encaixe nas quinas para dar firmeza.

Passe o fio elétrico por baixo da luminária e encaixe a lâmpada.

Use apenas lâmpadas frias, pois as incandescentes esquentam e podem causar acidentes.

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* Fonte Revista Artesanato

CRON CENTRO REGIONAL DE ONCOLOGIA

Apresentado por

CERTIFICADO nº 036/016/005 VALIDADE: 29/11/2021

IB E S Instituto Brasileiro para Excelência em Saúd e

Vacinação: um benefício a pacientes oncológicos

Manter a imunização ao longo do tratamento médico auxilia no bom estado clínico

A

s vacinas são uma das principais formas de salvar vidas e prevenir doenças. Em pacientes oncológicos, a vacinação é uma forte aliada durante o tratamento do câncer, pois, quando bem orientada pelos oncologistas, reforça a proteção do organismo contra antígenos que causam outras doenças e fragilizam a saúde.

Ainda que muitas pessoas tenham receio em tomar as doses, a médica oncologista do Centro Regional de Oncologia (CRON), Camila Jeremias, afirma que elas são importantes e, muitas vezes, essenciais para os pacientes.

Boa parte do processo de imunização ocorre durante a infância, sendo necessário algumas reaplicações das vacinas (reforços) durante a vida adulta. Desta forma, é possível manter o organismo protegido e erradicam-se doenças. No entanto, quando há o diagnóstico de câncer, algumas pessoas hesitam em fazer o reforço ou mesmo a proteção anual para vírus mutantes, como o da gripe, pois acreditam que o sistema imunológico pode ser afetado de forma negativa.

Contrariando a crença popular, a médica oncologista ressalta que, “em razão do tratamento com quimioterapia, os pacientes oncológicos estão mais suscetíveis ao desenvolvimento de formas graves de doenças infecciosas e as vacinas podem reduzir as suas complicações, diminuindo a mortalidade por essas doenças”. Além disso, Camila salienta que

Quais vacinas fazer? É importante destacar que a vacinação não protege apenas aqueles que recebem a vacina, mas também ajuda a comunidade como um todo”

Camila Jeremias MÉDICA ONCOLOGISTA (CRM: 38483)

é importante seguir as orientações do oncologista, pois existem tipos diferentes de câncer, assim como tratamentos, que precisam de cuidados especiais. “É importante destacar que a vacinação não protege apenas aqueles que recebem a vacina, mas também ajuda a comunidade como um todo”, afirma a médica. Além dos pacientes, é preciso que profissionais da saúde, familiares e cuidadores também se mantenham imunizados a fim de evitar que estes se tornem fontes de infecção.

As vacinas podem ser divididas em dois grandes grupos, sendo eles as imunizações por organismos vivos enfraquecidos e as vacinas inativadas (compostas por agentes mortos). Pacientes que estão realizando quimioterapia não devem receber doses do primeiro grupo, pois há risco de desenvolver a doença à qual destina-se a proteção. Isso inclui vacinas contra caxumba, febre amarela, rubéola, sarampo e varicela.

“De maneira geral, as imunizações com organismos inativados são consideradas seguras aos pacientes, como é o caso da vacina da gripe (influenza). Mas, o melhor momento para administrá-las deve ser sempre orientado pelo oncologista”, afirma Camila. O ideal é que os pacientes que iniciarão o tratamento oncológico sejam vacinados, preferencialmente, antes da primeira quimioterapia e conforme seu calendário vacinal, desde que isso não atrase o tratamento.

Prevenção às demais doenças Para evitar as doenças do grupo de vacinas dos organismos vivos enfraquecidos, é importante que os pacientes façam a prevenção. Ou seja, protejam-se do contato com pessoas doentes ou com aquelas que tenham suspeita de alguma infecção, evitem aglomerações e locais fechados, lavem as mãos com frequência e mantenham os cuidados gerais.

Produzido por FIM DE SEMANA, 25 E 26 DE JULHO DE 2020

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CONTEÚDO PATROCINADO

Manter o corpo em movimento também é importante durante a pandemia Sócios podem praticar atividades físicas no Clube, com atenção aos cuidados de proteção e prevenção

O

distanciamento social é um dos grandes desafios enfrentados pelas pessoas nos últimos meses.

Desde o início da pandemia e a adoção de medidas de isolamento na região, muitos dos passatempos favoritos das famílias tiveram que ser deixados de lado. O Clube Tiro e Caça (CTC) suspendeu atividades, restringiu o acesso às dependências e, aos poucos, retoma alguns serviços para poder proporcionar momentos de lazer para os sócios.

Cada ação é planejada com cuidado para que as atividades aconteçam da forma mais segura possível para todos.

O esporte sempre foi sinônimo de encontro entre amigos, reunião familiar, diversão e saúde no CTC. Neste momento, as aglomerações não são permitidas, mas cuidar da saúde física e mental é ainda mais importante.

Por isso, o CTC têm desenvolvido iniciativas para engajar os sócios que estão em casa, através de ações on-line como a “Relembrar é CTC/Saudades do Gol” e “Relembrar é CTC/ Defesas que marcaram”, e proporcionado a prática de atividades físicas no Clube para aqueles que optarem por sair, sem deixar de seguir as orientações das autoridades em relação à proteção contra o coronavírus.

Para as crianças que estão com saudades das aulas da Escolhinha de Futebol, o professor Jura está ofere-

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Atividades físicas são importantes para a saúde física e mental em tempos de isolamento cendo aulas de fundamentos técnicos de futebol. Os encontros são feitos em grupos de no máximo cinco alunos e as datas e horários devem ser agendados diretamente com o professor. Pais e alunos devem ficar atentos às regras para participação na atividade.

Para os sócios, estão permitidas as caminhadas e corridas, e práticas em dupla nas modalidades Tênis, Beach Tennis, Vôlei de Areia, Futevôlei, Bocha, e treinos de futebol nos campos A, B e C. Para o futebol, é per-

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mitido uma dupla para cada goleira.

No caso de aulas de tênis, beach tênis e futevôlei, cada horário poderá ter um professor e até três alunos As regras de utilização das quadras e campos e os horários e contatos para agendamentos estão disponíveis no site do Clube. Para acesso e permanência nas dependências do CTC é obrigatório o uso de máscara facial e há álcool gel disponível para higienização das mãos e álcool para limpeza de utensílios esportivos.

Live arrecada roupas e alimentos A live realizada pelo CTC na noite de segunda-feira (20/07) para divulgar o resultado da ação “Relembrar é CTC/Defesas que marcaram” também arrecadou doações para as famílias afetadas pela enchente em Lajeado. Os sócios deixaram donativos em caixas espalhadas pelo Clube e também foram arrecadadas doações dos parceiros do evento.

A Construtora Diamond doou R$ 1,2 mil para compra de cestas básicas que serão distribuídas pelo Rotary Club de Lajeado; a Basílico Pizzeria doou 60 quilos de alimentos; a Kalber Fardamentos doou duas cestas básicas e o Subway Lajeado fez a doação de roupas.

Os alimentos e as roupas serão entregues às famílias nos próximos dias e o CTC agradece a participação de todos os sócios e parceiros em mais uma ação solidária.

Apresentado por

Saiba quais são os efeitos da pandemia no sono Especialistas apontam os motivos e as formas para evitar dificuldades na hora de dormir

U

m dos processos mais importantes para uma boa saúde, o sono é responsável por ações metabólica s fundamentais para o corpo humano, além de representar um importante momento de descanso físico e mental. Com a chegada da pandemia, os distúrbios do sono se tornaram reclamação frequente no Serviço de Atendimento ao Seguidor (SASaq) da Água da Pedra.

Médica Neurologista, Marta Hemb afirma que as dificuldades de sono durante a pandemia são provocadas, principalmente, pelo estresse. Segundo ela, mesmo em pessoas que mantiveram a rotina de trabalho e os horários, a situação adversa pode desencadear dificuldades com o sono.

“Acabamos pensando mais na pandemia, o que é um fator estressante. O estresse deixa as pessoas mais despertas porque aumenta a produção de cortisol”, afirma. Com isso, a pessoa acaba tendo

Marta Hemb

Médica Neurologista

mais dificuldade para dormir, além de acordar mais vezes durante a noite.

Vice-diretora do Instituto do Cérebro (InsCer) e professora da Escola de Medicina da Pucrs, Magda Nunes explica que a pandemia pode influenciar na qualidade do sono não só pela perda da rotina das pessoas que estão em isolamento domiciliar, mas também em função das grandes preocupações que envolvem a saúde e também em relação às finanças.

“Todo mundo sabe que dormir levando

para a cama as suas ansiedades e preocupações causa problemas na qualidade do sono”, aponta. Segundo ela, os distúrbios do sono podem afetar todo o equilíbrio do organismo. Isso inclui questões imunológicas, emocionais e hormonais, que podem, inclusive, resultar em obesidade.

Conforme Marta, no caso das crianças, o sono também é responsável pela liberação do hormônio do crescimento. “Uma noite bem dormida significa uma criança saudável e com menos propensão a problemas psico-

Magda Nunes

PROFESSORA DA ESCOLA DE MEDICINA DA PUCRS

lógicos relacionados aos distúrbios do sono.”

A Neurologista ressalta que a insônia comportamental, como é chamada a falta de sono devido a alterações da rotina, torna as crianças mais propensas a desenvolver outras doenças associadas, como o déficit de atenção e hiperatividade. Nos adultos, as consequências do desequilíbrio também tem relação com a liberação de hormônios com a melatonina e o cortisol.

Importância da rotina

De acordo com Magda Nunes, mesmo durante a pandemia é fundamental manter uma rotina com atividades diurnas e noturnas que possam levar a um sono de melhor qualidade. “Existem técnicas de relaxamento e meditação que ajudam, mas a principal dica para manter o seu sono em dia é, durante o dia, se expor bastante à luz.”

Para Marta Hemb, minimizar os cochilos de dia e maximizar as rotinas, tanto de exercício físico quanto de alimentação e horários para dormir, estão entre as ações mais importantes para o equilíbrio do sono. Mas, segundo ela, a principal dica é evitar as telas e exercícios físicos próximo da hora de dormir.

“Se a pessoa for tirar uma soneca de dia, ou assistir uma série ou filme, é importante tentar manter as janelas abertas e não escurecer o ambiente, porque senão o corpo se atrapalha”, aponta. Com a escuridão, o organismo entende que é noite e libera o hormônio do sono, causando desequilíbrio.

Dicas para dormir melhor • Manter uma rotina com atividades diurnas e noturnas, com horário para dormir e acordar • Evitar os cochilos durante o dia • Praticar exercícios físicos, mas não perto da hora de dormir • Evitar o uso de telas (televisão e celular) perto da hora de dormir • Se for assistir filmes ou séries durante o dia, manter a iluminação do ambiente

Confira a websérie nas redes sociais da Água da Pedra

/AguaDaPedraOficial

@AguaDaPedra Produzido por

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Comportamento

As avós do século XXI O Thereza e Hedy quebram o conceito de avós tradicionais e aproveitam a vida de forma ativa junto à família e amigos

que é ser idoso? Segundo a Organização Mundial da Saúde, é ter mais de 60 anos.

Mas já faz tempo que ressignificamos a terceira idade e também o que é ser avô ou avó. A casa cheia de lembranças da infância e as receitas de família continuam lá, mas esqueça a mantinha e a cadeira de balanço.

Com o aumento da qualidade de vida e com as possibili-

dades que a tecnologia trouxe, ser avó agora é conviver e participar de forma ativa da vida dos netos e dos filhos, viajar, se divertir com os amigos e até fazer sucesso na internet.

No dia dos avós, celebrado neste domingo, o caderno Você conta a história de duas mulheres que são exemplos perfeitos do que é ser avó em 2020. Conheça a Thereza, a vovó influencer, e a Hedy, a vovó viajante.

A avó

O

s netos de Thereza Christina Pretto Zagonel costumavam publicar vídeos da avó em seus perfis no Instagram e receber mensagens de carinho e amigos pedindo para que criassem um perfil só dela.

Assim, em fevereiro deste ano, como uma brincadeira pelo seu aniversário de 91 anos, surgiu o perfil da @votherezaoficial.

Quem grava e publica os vídeos são os netos, mas é a vó Thereza que encanta a todos com suas histórias e dicas. Em menos de um ano, já são mais de 3 mil seguidores que acompanham sua rotina e participam dos sorteios promovidos pela avó influencer digital.

Com a pandemia, o perfil se tornou também uma forma de manter a avó feliz e ativa. “Ela está isolada em casa, mas, mesmo assim, está conhecendo pessoas de forma virtual. As mensagens que recebe são muito lindas e a deixam ainda mais feliz”, destaca a neta Rebeca Zagonel.

A vó Thereza mora em Lajeado, mas nasceu em Putinga.

Dividiu a infância com os 13 irmãos e, entre as melhores memórias daquela época, lembra dos churrasquinhos que faziam no potreiro e de brincar de as-

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sar “pãezinhos” feitos de barro.

Chegou na região pelo Rio Taquari, em uma lancha de motor, pois o rio estava alto e não havia barca para cruzar. “Foi uma loucura”, recorda.

Aqui criou os quatro filhos, Almir, Alair, Laerte e Elton. Depois, viu nascer os 12 netos e os sete bisnetos.

“Eles são uma benção de Deus, agradeço todos os dias por isso.

Que Ele me dê muita saúde pra poder ver todos crescerem”.

Apesar da idade, a vó Thereza tem uma rotina agitada. Levanta da cama e já vai logo se arrumar, conta. Se tem roupa para lavar, coloca tudo na máquina e vai tomar café até que elas estejam prontas para estender.

Depois é a vez de regar as plantas e temperos e fazer um pouco de crochê. Depois do almoço, sempre toma uma chá e dorme um pouco. De noite, gosta de ver novela e sempre lê a Bíblia antes de dormir. Uma vez por semana, a neta Cristine a ajuda com as atividades físicas e todos se emprenham em produzir conteúdo para os seguidores.

Se manter sempre ativa é sua estratégia para cuidar da saúde e aproveitar melhor os momentos em família. “Quem sabe um dia terei a oportunidade de ter tataranetos”.

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Meus netos são uma benção de Deus. Que Ele me dê muita saúde pra poder ver todos crescerem”

A avó

D

esde criança, Hedy Anna Caye tem por hábito tomar seu mate doce todas as manhãs, enquanto escuta rádio sentada ao lado do fogão a lenha.

Esta é a primeira atividade de uma rotina agitada. Aos 81 anos, todos os dias ela cuida da horta, trata os animais, faz caminhadas e seu almoço no fogão a lenha.

Hedy nasceu em Cruzeiro do Sul, quando a região ainda pertencia a Lajeado. “A filha número oito entre 13 irmãos”, brinca. Casou-se aos 22 anos e teve três filhos, Jaime, João e Maria, que lhe deram quatro netas, Camila, Samanta, Pamela e Jenifer.

Sempre ativa, antes da pandemia, costumava frequentar os bailes da terceira idade e, inclusive, por 19 anos liderou o grupo da comunidade onde vive, em Cruzeiro do Sul. Gosta de encontrar as amigas para jogar carta, vispo, canastra e bolão de mesa, conta.

“Chegando aos 82 anos nunca precisei tomar remédio contínuo, apenas para controle de colesterol, e me sinto privilegiada por isso”.

Na infância, estudar era uma de suas atividades preferidas.

Sempre tirava as melhores notas nas provas, lembra. Nunca teve oportunidades de continuar os estudos, mas levou a leitura como hábito para a vida. “Já li sete livros desde o início da pandemia, além de várias revistas e jornais”.

Porém, sua maior paixão sempre foi viajar, e foi nos filhos e nas netas que encontrou seus parceiros de aventura.

Durante um final de semana no parque Beto Carrero World com as netas, a energia para se divertir nos brinquedos e encarar as longas caminhadas chamou a atenção de todos.

“Rimos muito durante a viagem, foram momentos que nunca serão esquecidos. Só orgulho em ter uma avó assim”, lembra a neta Samanta Caye.

Em setembro de 2019, foi a vez de levar os filhos para um cruzeiro na Amazônia. “Foi uma experiência única e, por todos amarem a natureza, foi inesquecível”, conta Samanta.

Além destes lugares, a vovó viajante já conheceu a Serra Gaúcha, o litoral catarinense, Foz do Iguaçu, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Brasília, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Recife, Maceió, Porto

Seguro, Natal, Manaus, Buenos Aires, Santiago e Montevidéu.

Para uma pessoa tão ativa e envolvida com a comunidade,

Devemos viver cada momento, pois são únicos, e quem não faz isso não aproveita as oportunidades que a vida lhe dá”

o isolamento social tem sido difícil, mas a vó Hedy encontra na companhia da família e também na leitura os companheiros para viver o momento da melhor forma, enquanto não pode voltar a viajar.

“Devemos viver cada momento, pois são únicos, e quem não faz isso não aproveita as oportunidades que a vida lhe dá”.

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Saúde

Envelhecer com saúde Alimentação equilibrada e exercícios para o corpo e a mente são os segredos para a vitalidade

U

m estilo de vida saudável, com alimentação de qualidade e corpo e mente ativos, são os segredos para uma vida mais prazerosa e feliz na velhice.

Conforme a médica geriatra e assessora do Promoção à Saúde da Unimed VTRP, Mariana Kunrath Tocchetto Pritsch, apenas 25% do envelhecimento é determinado pela genética. Os outros 75% são resultados dos hábitos que cultivamos durante a vida.

Por isso, o ideal é exercitar-se desde jovem, o que também facilita a manter estes hábitos quando a idade chegar. As atividades físicas mais indicadas para os idosos, com o intuito de melhorar a funcionalidade e preservar a independência são pilates, hidroginástica, musculação e fisioterapia.

Quanto as atividades cognitivas, o ideal é manter uma rotina de jogos para manter o cérebro ativo, como dominó e quebra-cabeças, além de ler livros e assistir filmes. “Não podemos esquecer também a parte relativa à socialização, pois conviver com amigos também acarreta no bem-estar dos idosos”.

A convivência com os mais jovens, inclusive, pode ser muito benéfica. Segundo estudo publicado no periódico The Journals of Gerontology,

Não podemos esquecer a socialização, pois conviver com amigos também acarreta no bem-estar dos idosos”

Mariana Pritsch médica geriatra

dos Estados Unidos, a solidão pode aumentar em 40% o risco do indivíduo desenvolver demência. Além disso, a médica afirma que pessoas solitárias têm maior probabilidade de apresentar fatores de risco para doenças neurodegenerativas, como depressão, hipertensão e diabetes.

“Talvez o mais básico destes benefícios seja suprir a necessidade humana de companhia e o senso de ter um propósito na vida. Os jovens de hoje nasceram na frente do computador e só isso já é capaz de abrir um mundo novo aos mais velhos, que também adoram aprender coisas novas”.

Luisa Rheinheimer Nutricionista

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Juntos pela saúde Envelhecer com qualidade de vida é o objetivo do Sesc Maturidade Ativa. Destinado para pessoas a partir de 50 anos, o programa busca promover saúde e bem-estar por meio de ações para o envelhecimento ativo, explica a agente de Cultura e Lazer do Sesc Lajeado e facilitadora do Maturidade Ativa, Débora Mallmann Nonnenmacher.

Entre as atividades estão oficinas, passeios, campanhas sociais, rodas de conversa e palestras. O grupo de Lajeado foi fundado em 2003 e hoje possui cerca de 53 idosos.

Com as atividades presenciais suspensas, o programa realiza ações virtuais. No WhatsApp, o grupo formou uma rede de troca de informações e conhecimento.

Os contatos são quase diários, com atividades como exercícios de ginástica para o cérebro, cartas enigmáticas, exercícios físicos, dicas de saúde e outros.

“Também existe no grupo uma equipe de voluntárias fazendo meias e mantas de tricô e crochê para doações à casa de idosos ou famílias necessitadas. É um trabalho lindo, que dedica tempo e muito carinho”.

FOTOS DIVULGAÇÃO/SESC LAJEADO

Dicas da nutri • Consuma peixes para a obter ômega 3, que auxilia nas funções cognitivas, cardiovasculares, musculares e na imunidade.

• Evite alimentos processados • Aumente o consumo de vitamina C • Reforce o consumo de fibras e hidrate-se • Prefira temperos naturais, como coentro, alecrim, orégano ou manjericão • Diminua o consumo de sal

Uma ajudinha da alimentação A nutrição também é uma poderosa aliada para o envelhecimento saudável. Conforme a especialista em nutrição e nutricionista do Sesc Lajeado, Juliette Carvalho, a alimentação do idoso deve favorecer a manutenção da massa muscular e ajudar a prevenir enfermidades ou complicações relacionadas a doenças como diabetes e hipertensão.

Todos os grupos alimentares são importantes, pois fornecem vita-

minas e minerais essenciais para a manutenção do organismo, destaca. O processo de envelhecimento traz alguns prejuízos ao organismo, como a diminuição do paladar e da salivação, mudanças que afetam o apetite e a habilidade de digerir e absorver os nutrientes.

“A visão prejudicada, a perda da audição e da coordenação levam a diminuição da ingestão de alimentos, do reconhecimento e da habilidade alimentar, por isso, algumas intervenções são importantes para o idoso não chegar ao estado de desnutrição”.

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COMA SEM MEDO

Confort food: comida com

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odos nós temos aquele sabor que faz lembrar a infância e as coisas mais simples da vida.

São memórias gustativas que produzem a sensação de nostalgia, bem-estar e aconchego.

Esses pratos se tornaram uma forte tendência gastronômica, que recebeu o nome de confort food.

O termo surgiu para dar nome às receitas que despertam lembranças e vêm em contrapartida à onda fast food e as receitas superelaboradas. Confort food é simplicidade, é receita de família, daquelas que passam de vó para neta.

A jornalista Bárbara Corrêa, 27, cresceu em Santa Rosa. Morava ao lado da casa da oma (avó em alemão) Grete Waldow, 85, que ainda vive na cidade.

“Minha oma sempre foi amor. Quando eu era criança, me esperava de manhã com um leitinho quente, adoçado com Nescau. Eu chegava enrolada em uma cobertinha e sentia aquele gostinho de aconchego”.

Foi com a oma Grete que a neta aprendeu a fazer chimarrão e a importância de registrar os fatos históricos, o que elas faziam em cadernos escritos à mão, lembra. “Quem sabe daí surgiu minha paixão pela palavra escrita”.

Apesar da distância, as duas conversam todos os dias pelo WhatsApp. Para Bárbara, a avó é exemplo e inspiração.

“Me ensinou a enxergar o lado bonito da vida, a parte positiva de qualquer situação”.

Entre todas as receitas deliciosas que aprendeu com a avó, como calça virada, bolacha pintada e sagu de pêssego, Bárbara lembra com cari-

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nho da sopa de batatas.

“Ela tem gostinho de mesa recém-servida em um dia frio.

Lembro sempre que ela fazia essa sopa em dias especiais, como quando recebia minha prima que morava em outra cidade. Hoje, sou eu que venho de longe e sou tão profundamente amada pela sopinha servida no almoço ou no jantar. É aquela comida que ama”.

da oma Grete s a t a bat e ad p o

• Corte 3 ou 4 batatas em pequenos pedaços • Coloque-as para cozinhar na água com um pouco de sal • Quando estiverem bem macias, doure um pouco de farinha com óleo em uma panela e crescente

esta mistura na sopa.

•Adicione duas colheres de nata, folhas de manjerona, folhas de louro e sal a gosto na sopa • Por fim, acrescente os complementos que preferir, como carne ou outros vegetais

ÁGUA NA BOCA

Pão de queijo com goiabada Cappuccino caseiro INGREDIENTES 1 xícara (chá) de café solúvel 3 xícaras (chá) de leite em pó 1 xícara (chá) de chocolate em pó 1 xícara (chá) de açúcar 1 colher (sopa) de canela em pó 1 colher (sopa) de bicarbonato em pó

MODO DE PREPARO

INGREDIENTES 2 xícaras (chá) de leite 2 colheres (sopa) de manteiga 1/2 colher (chá) de sal 1/2 xícara (chá) de óleo 500 g de polvilho doce

500 g de queijo de minas curado ralado 100 g de queijo parmesão ralado 2 xícaras (chá) de goiabada em cubos 3 ovos Margarina para untar

Em uma tigela, amasse o café solúvel com um amassador de batatas ou colher. Adicione o leite em pó, o chocolate, o açúcar, a canela, o bicarbonato e misture. Transfira para potes

com tampa e conserve por até 2 meses. Para preparar, coloque de 2 a 3 colheres (sopa) do cappuccino em uma xícara com 250 ml de água quente e misture até dissolver.

MODO DE PREPARO Em uma panela, em fogo médio, coloque o leite, a manteiga, o sal, o óleo, e deixe levantar fervura. Retire do fogo.

Coloque o polvilho doce em uma tigela e despeje o leite quente. Acrescente os ovos e os queijos ralados. Misture até formar uma massa firme e uniforme.

Pegue pequenas porções de massa, abra na palma da mão e coloque uma porção de goiabada. Feche, enrole e distribua em uma forma média untada.

Leve ao forno médio, preaquecido, por 35 min ou até dourar. Retire do forno e sirva. *Receitas Guia da Cozinha

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