Revista Desafio | 3° Edição

JULHO/2021

aeca: a canoagem é daqui Foi o Rio Taquari que recebeu a primeira embarcação destinada ao esporte no Brasil. Referência na modalidade, a Associação de Ecologia e Canoagem mantém a tradição em revelar talentos para o esporte e a vida.

Páginas 20 a 29

Sara Scherer

inspiração

Ricardo Diedrich

rumo ao topo

Giovane Marasca

o esporte é minha vida

Nunca é tarde para iniciar no esporte

Uma vida com o Padel

Colecionador de camisas do Dense

Páginas 4 a 9

Páginas 14 a 17

Páginas 36 a 38

EXPEDIENTE

Diretor Executivo:

Adair Weiss

Diretor de Mercado e Estratégia:

Fernando Weiss

Diretor de Marketing e Inovação:

Sandro Lucas

editorial

Desafios do recomeço

Produção

Textos

Ezequiel Neitzke Caetano Pretto FOTOS

Ezequiel Neitzke Caetano Pretto Arquivo pessoal Divulgação ARTE E DIAGRAMAÇÃO

Fábio Costa

Para nos contatar: contato@estudioa.net.br Demais Produtos e Serviços do Grupo A Hora Jornal A Hora Rádio A Hora 102.9 Jornal AH Regional Eficiência Logística Núcleo de Pesquisa Publicações A Hora A Hora Eventos Tudo na Hora Grupo A Hora: avenida Benjamin Constant, 1034, Centro, Lajeado/RS Fone: 51 3710-4200.

Site www.grupoahora.net.br E-mails comercial@grupoahora.net.br recepcao@grupoahora.net.br redacao@grupoahora.net.br

JULHO/2021

s Olimpíadas de Tóquio ficarão marcadas na história por representarem um momento ímpar. Seu adiamento, em 2020, mostrou para o mundo a gravidade de uma pandemia que avançava a passos largos e que provocaria, um ano e meio depois, mais de quatro milhões de mortes ao redor do globo.

Pela primeira vez na história, os Jogos Olímpicos foram transferidos para o ano seguinte. Desde a primeira edição das olimpíadas modernas, em 1896, apenas três edições não foram realizadas no tradicional intervalo de quatro anos.

O mundo estava em guerra em 1916, 1940 e 1944. O Jogos Olímpicos de Londres, em 1948, marcavam a reconstrução do ideal de paz e união que caracterizam a competição.

Quase três décadas depois, a Guerra Fria se transforma em boicote. Primeiro dos Estados Unidos em Moscou, 1980, depois dos soviéticos em Los Angeles, 1984.

Barcelona, 1992, carrega o simbolismo do fim de conflito que, se não resultou em agressões diretas, apresentou ao mundo a ameaça de colapso atômico. Outras três décadas se passaram até outro acontecimento global alterar o rumo dos jogos. Assim como Barcelona simbolizava a esperança de um 2

novo tempo de paz mundial, Tóquio ficará na história como símbolo da vitória contra a ameaça do vírus.

As máscaras ainda se farão presentes nos Jogos Olímpicos e talvez façam parte do nosso cotidiano daqui para frente. As arquibancadas ainda estarão vazias no Japão, mas começam a encher nas competições esportivas de diversos países. O mundo respira mais aliviado e começa a encarar os desafios do recomeço.

A terceira edição da Revista Desafio surge em meio a esse contexto. Na reportagem principal, destacamos o trabalho da AECA, associação pioneira da canoagem nacional, que prepara atletas do Vale para o sonho de participar dos jogos vindouros.

Também contamos a história de dedicação ao esporte da ciclista Sara Scherer, do atleta de padel, Ricardo Diedrich e do colecionador de camisetas do Esporte Clube Lajeadense, Giovane Marasca.

Por fim, apresentamos o calendário das competições que começam a retornar na região, com destaque para o Desafio das Estações.

Boa Leitura!

Inspiração

Histórias de atletas que superaram desafios para chegar ao topo

“Tenha metas e alcance seus objetivos” oradora de Estrela, Sara Scherer, 51, faz do ciclismo um estilo de vida. Enquanto lamenta a falta de estrutura na região para o desenvolvimento do esporte, a técnica de enfermagem busca seguir na conquista de títulos.

Com quantos anos você iniciou no ciclismo e por que escolheu a modalidade?

Eu sempre amei o ciclismo, dos 8 aos 12 anos tinha uma bicicleta de barra circular.

Depois, com 48 anos e por incentivo do meu filho, comprei novamente uma bike.

A intenção era praticar um esporte e com a bike eu me sentia mais segura do que ao caminhar ou correr. E aí veio o prazer de

JULHO/2021

4

pedalar. Cada vez me apaixonava mais pelo esporte e tinha vontade de pedalar mais longe. Para ter segurança e parceria ingressei nos grupos de ciclismo. Foi no Desafio do Grupo ValeCiclismo, em março de 2018, que tive a minha primeira conquista: 1º lugar feminino nos 85 km de estrada na modalidade MTB categoria livre. Essa conquista me motivou a querer mais. Após o Desafio, comecei a participar de vários eventos de ciclismo.

O que o ciclismo representa na sua vida?

O ciclismo representa vida, liberdade. É onde nasce o respeito ao próximo e a você mesmo. Você se motiva e motiva outras pes-

soas. É você descobrindo o mundo sobre duas rodas. Através do ciclismo conheci novos lugares e fiz novas amizades.

Quais os benefícios da atividade?

Inúmeras. Você conhece lugares onde o carro não chega, se supera o tempo todo e começa a ter um estilo de vida saudável. Hoje meu círculo de amigos é extenso. Quando você vai em uma festa você não cumprimenta todo mundo, mas o ciclista na estrada sim. Ele levanta a mão e te socorre quando fura um pneu, por exemplo.

Através do ciclismo conheci novos lugares e fiz novas amizades.

Descobri o mundo sobre duas rodas.”

CONTINUA

5

JULHO/2021

Como é a sua rotina? Qual o seu treinamento e quantos quilômetros você chega a andar por semana?

Hoje mantenho a rotina do trabalho nos três turnos semanais e quando possível faço um pedal na hora do almoço, que é meu intervalo. Nos finais de semana me dedico aos treinos. Hoje pedalo em torno de 180 a 200 quilômetros por semana. Gostaria de andar ao menos 400 quilômetros por semana, mas minha rotina de trabalho não ajuda muito.

Como era a Sara antes do ciclismo?

Antes era mais sedentária e com uns quilos a mais, praticava apenas caminhada e participava de janta entre amigos.

Quando você viu que poderia se destacar nas competições de ciclismo pelo Estado e Brasil?

As vitórias nos Circuitos Gaúchos de Ciclismo são algumas das mais marcantes na carreira da ciclista

Só em 2019 comprei a minha bicicleta speed, por influência de uma amiga, e me

Antes era sedentária e com uns quilos a mais. Hoje pedalo em torno de 180 a 200 quilômetros por semana.”

O ciclismo proporcionou a Sara descobrir diversos locais do sul do país, como Mondaí, em Santa Catarina

JULHO/2021

6

apaixonei. Fui me desafiar em duas etapas do Gaúcho na Categoria Elite e para minha surpresa fiquei em 4º e 7º lugar, respectivamente. Isso me motivou a treinar e me desafiar .Na primeira etapa de 2020 fiquei em 1º. Com essa conquista, em uma prova de circuito fui chamada por outras equipes, pois até o momento estava andando sozinha. Participei da segunda etapa em Passo Fundo e acabei conquistando o título de Campeã do Ranking Gaúcho de Estrada de 2020.

Qual é o momento mais marcante que você tem no ciclismo?

Ser bicampeã da prova da Serra do Rastro em 2018 e 2019. Não consegui o tri, pois em 2020 foi cancelado devido a pandemia.

Além disso, ter conquistado o título do Ranking Gaúcho de Ciclismo na Categoria Master B +40 foi um feito a ser comemorado, pois tenho 50 anos.

Você se vê como fonte de inspiração para outras pessoas?

Claro. E com orgulho! Recebo relatos de muitos seguidores e seguidoras dos CONTINUA

7

JULHO/2021

aplicativos, e também de colegas dos grupos, que dizem que sou inspiração, pois o ciclismo feminino ainda não tem muita divulgação e apoio comparado ao masculino. Mas acredito que estamos em uma nova era de conquistas.

Quais as tuas metas e conquistas para o ano?

Para 2021 recebi o convite da Equipe Tomates, de Passo Fundo, tanto para representar o Gaúcho ou até

Apesar da pandemia afetar a vida de muitas pessoas, e até a minha, 2020 foi um ano generoso e de muitas vitórias.”

JULHO/2021

8

algumas provas do Brasileiro. Também está no meu projeto fazer o Desafio da Serra do Rastro em Santa Catarina e conquistar mais uma vez o título. Apesar da pandemia afetar a vida de muitas pessoas, e até a minha, pois trabalho na área da saúde, 2020 foi um ano generoso comigo, me dando vitórias e fazendo acreditar mais em mim.

Qual a mensagem que você deixa para os leitores?

Tenha metas e alcance seus objetivos.

9

JULHO/2021

Olimpíadas

Os jogos do recomeço Em meio à pandemia de covid-19, Tóquio recebe a partir de 23 de julho os melhores atletas do mundo em 45 modalidades

s Jogos Olímpicos de Tóquio iniciam oficialmente no dia 23 de julho e terminam no dia 8 de agosto de 2021, no Japão. O evento esportivo que precisou ser adiado por um ano, em razão da pandemia do coronavírus, é tratado como um recomeço no esporte mundial.

Nesta edição serão 45 modalidades. Entre elas, contará com cinco novidades: beisebol, karatê, escala-

JULHO/2021

Natural de Colinas, Lucão disputará a sua terceira Olimpíada.

Conquistou a prata em Londres e o ouro no Rio de Janeiro

da, surfe e skate.

A cerimônia de abertura das Olímpiadas de Tóquio será realizada no dia 23 de julho, uma sexta-feira, a partir das 8h (horário de Brasília), no Estádio Olímpico. O espetáculo artístico de boas-vindas dos jogos de verão irá apresentar para todo mundo um pouco da cultura nipônica.

Na madrugada de sexta-feira, 1h da manhã, o brasileiro Marcus D’Almeida compete pela primeira vez nas Olimpíadas, na rodada de classificação do Tiro com Arco. Além dele, estreiam pelo time Brasil, Felipe Wu, que compete no Tiro Esportivo, Guilherme Toldo e Nathalie Moellhausen (Esgrima), Fabiana Silva e Ygor 10

Coelho (Badminton), Henrique Avancini, Jaqueline Mourão e Luiz Henrique Cocuzzi (ciclismo).

As Seleções Brasileiras de Vôlei Masculino de Quadra, Handebol, Tênis de Mesa e Ginástica Artística também entram em cena no dia 23 de julho (veja na próxima página).

Delegação olímpica A delegação olímpica do Brasil que participará dos jogos terá em torno de 330 atletas. Entre eles está Lucão. Natural de Colinas, no Vale do Taquari, disputará pela terceira vez os Jogos Olímpicos. Medalhista de Prata em Londres, e Ouro, no Rio de Ja-

Na Ginástica Artística, Arthur Nory é uma das grandes esperanças de medalha para o Brasil

neiro em 2016. Uma das referências da Seleção Masculina de Voleibol, acredita ser possível conquistar mais uma medalha.

Onde assistir As Olimpíadas de Tóquio serão transmitidas no Brasil pela Globo, na TV aberta. SporTV e BandSports entre os canais por assinatura.

Com exclusividade na TV aberta, a Globo prepara uma cobertura especial para os Jogos. A emissora terá cerca de 12 horas de programação exclusiva ao even-

Daniel Alves é um dos atletas acima dos 23 anos que defenderão a Seleção Brasileira Masculina de Futebol

CONTINUA

11

JULHO/2021

to. A faixa de horário de exibição será das 22 horas até as 11 horas do dia seguinte.

Por causa da pandemia, a emissora diminuiu o número de profissionais que viajarão ao Japão para a cobertura olímpica. Serão 50 pessoas (entre repórteres, produtores e cinegrafistas) no país asiático, metade do total anteriormente previsto. A emissora optou pela criação de um estúdio virtual em suas instalações no Rio de Janeiro. De lá, os jornalistas e comentaristas poderão interagir diretamente com a equipe no Japão.

A Globo também investiu em seu time de comentaristas, acrescendo vários atletas e ex-atletas olímpicos. Entre os nomes que participarão das transmissões estão a jogadora Cristiane, o nadador Cesar Cielo, a ginasta Jade Barbosa e Emanuel, ex-jogador de vôlei de praia.

Já o SporTV oferecerá quatro canais simultâneos de exibição das modalidades olímpicas e mais 45 sinais livres nos aplicativos da Globo e da GloboPlay. O canal também reforçou a equipe de comentaristas. Além do time tradi-

Seleção Brasileira chega novamente com o favoritismo na disputa do Voleibol Feminino

Depois de conquistar três medalhas nas Olimpíadas do Rio, Isaquias Queiroz busca o ouro em Tóquio

JULHO/2021

12

cional, contará com alguns ex-atletas como o ex-boxeador Popó, a ex-jogadora de basquete Janeth Arcain, Serginho, do vôlei, além dos exnadadores Joanna Maranhão e Thiago Pereira.

A transmissão olímpica da SporTV também contará com programas especiais criados para a cobertura da competição, como o "Ohayo Tóquio", que abrirá os dias no canal e será comandado por Marcelo Barreto e o técnico de vôlei Bernardinho. Único canal com direito de transmissão fora do Grupo Globo, a BandSports também terá uma

Formiga irá para a disputa da sua sétima Olimpíada pela Seleção Brasileira Feminina de Futebol

cobertura especial em Tóquio. O canal fechado do Grupo Bandeirantes ficará 24 horas ao vivo com conteúdo focado nos Jogos Olímpicos.

Elia Júnior, Glenda Kozlowski e Álvaro José participarão diretamente de Tóquio. O canal terá um programa especial, o "Pódio BandSports", com a participação de medalhistas olímpicos e a participação dos atletas brasileiros. Entre os comentaristas estarão o ex-judoca Henrique Guimarães, os ex-jogadores de vôlei Fofão e Marcelo Negrão, além das gêmeas Bia e Branca, que se destacaram no nado artístico.

Camilo é esperança de medalha no atletismo

Agenda

Atletismo – de 30 de julho à 8 de agosto Badminton – de 24 de julho à 7 de agosto Basquete – de 25 de julho à 8 de agosto Basquete 3 x 3 – de 24 de julho à 28 de julho Beisebol – de 21 de julho à 27 de julho Boxe – de 24 de julho à 8 de agosto Canoagem slalom – de 25 de julho à 30 de julho Canoagem Velocidade – de 2 de agosto à 7 de agosto Caratê – de 5 de agosto à 7 de agosto Ciclismo BMX – 30 de julho Ciclismo BMX Freestyle – de 31 de julho à 1º de agosto Ciclismo Estrada – de 24 de julho à 28 de julho Ciclismo Mountain Bike – 26 à 27 de julho Ciclismo Pista – de 2 de agosto à 8 de agosto Escalada – de 3 de agosto à 6 de agosto Esgrima – de 24 de julho à 1º de agosto Futebol – de 21 de julho à 7 de agosto Ginástica Artística – de 24 de julho à 3 de agosto Ginástica Rítmica – de 6 de agosto à 8 de agosto Ginástica Trampolim – 30 de julho à 31 de julho Golfe – de 29 de julho à 7 de agosto Handebol – de 29 de julho à 8 de agosto Hipismo – de 24 de julho à 7 de agosto Hóquei - de 24 de julho à 6 de agosto Judô – de 24 de julho à 5 de agosto Levantamento de peso – de 24 de julho à 4 de agosto Luta Olímpica – de 1 de agosto à 7 de agosto Maratona aquática – de 4 de agosto à 5 de agosto Mergulho – de 25 de julho à 7 de agosto Natação – de 24 de julho à 7 de agosto Natação Artística – de 2 de agosto à 7 de agosto Pentatlo Moderno – de 5 de agosto à 7 de agosto Polo aquático – de 24 de julho à 8 de agosto Remo – de 23 de julho à 30 de julho Rugby – de 26 de julho à 31 de julho Skate – de 25 à 26 de julho Surfe – de 25 de julho à 1º de agosto Taekwondo – de 24 à 27 de julho Tênis – de 24 de julho à 1º de agosto Tênis de mesa – de 24 de julho à 6 de agosto Tiro com arco – de 23 à 31 de julho Tiro esportivo – de 24 de julho à 2 de agosto Triatlo – de 26 à 31 de julho Vela – de 25 de julho à 4 de agosto Vôlei – de 24 de julho à 8 de agosto Vôlei de praia – de 24 de julho à 7 de agosto 13

JULHO/2021

RUMO AO TOPO

A rotina dos atletas que aspiram à elite do esporte

Referência no Padel

Natural de Estrela, Ricardo Diedrich é referência no Padel e já representou a Seleção Brasileira no Campeonato Sul-Americano O administrador de empresas, Ricardo Luís Diedrich, 48, é a prova de que é possível chegar longe com a raquete nas mãos. Natural de Estrela, Tado, como é chamado, é uma das referências do Padel na região. Um dos atletas que disputa o Padel há mais tempo no Vale do Taquari, defendeu a Seleção Brasileira duas vezes no Campeonato Sul-Americano. Mesmo assim, considera que a amizade e uma vida saudável são os maiores retornos ganhos com o esporte.

Este esporte me proporciona uma vida saudável e também um grande círculo de amizades.

Felizmente minha esposa e minha filha também são apaixonadas.”

JULHO/2021

14

Como e por que você começou no Padel?

Comecei a convite de amigos, ainda no século passado, nas quadras do Trajano, no Padel do Vale. Devo ser um dos jogadores mais antigos da região.

Você disputou outras modalidades esportivas antes dele?

Minha vida esportiva iniciou no futebol, cheguei a jogar nas categorias de base do Lajeadense e no profissional do Estrela FC, além de jogar o futebol amador em toda a nossa região e em outras partes do estado.

Para onde o Padel já te levou?

Participamos todos os anos de algumas competições. Circuito Serrano, Campeonato Gaúcho e Brasileiro. Eu e minha dupla fomos convocados também para a Seleção Brasileira e participamos de dois Campeonatos Sul-Americanos. Em 2019 foi no Brasil, em Novo Hamburgo. Em 2020, que foi adiado para 2021, disputamos o torneio em Assunção, no Paraguai.

A vida esportiva de Tado iniciou no futebol, mas foi no Padel que ele achou o seu esporte preferido

Quais os seus resultados mais expressivos?

Sem sombra de dúvidas foi a conquista de Campeão Sul-Americano na Categoria Sênior, acima de 45 anos, na disputa de 2019.

Você imaginava que o Padel poderia te proporcionar estas experiências?

Confesso que no início não. Nos últimos tempos tenho me dedicado mais e tem sido muito legal ser convocado para CONTINUA

Tado faz sucesso ao lado de sua dupla, e também amigo, Marcelo Borges

15

JULHO/2021

representar a Seleção Brasileira, é algo que nunca imaginei.

Das partidas e competições que disputou, qual a que não sai da tua cabeça?

O Sul-Americano de 2019, mas também a etapa do Campeonato Brasileiro do mesmo ano, em Curitiba, que acabou me credenciando para defender a Seleção Brasileira.

Além de retornos esportivos, o que mais o Padel te proporciona?

Este esporte me proporciona uma vida saudável e também um grande círculo de amizades. Minha esposa também joga, o que facilita as viagens. Para a nossa felicidade, a Maria Clara, minha filha de 12 anos, também está jogando, o que tem sido motivo de muito orgulho.

O título do Campeonato Sul-Americano de 2019 foi o mais marcante na carreira de Tado

JULHO/2021

16

O que é preciso para jogar o Padel?

Ganhar é ótimo, mas no esporte nem tudo são vitórias e precisamos entender que para chegar lá em cima dependemos de nossa determinação.”

São duas coisas: uma raquete e vontade. Além de outros três parceiros, pois o Padel somente se joga em duplas.

Como é para você ser referência deste esporte na região?

Não me considero uma referência, mas sim alguém que joga há bastante tempo. Organizo torneios aqui na região, já representei nossos clubes em várias competições e incentivo muitos atletas a participarem de eventos e torneios. Mas, o que é mais legal para mim é chegar em outras cidades e ter o carinho dos amigos.

Que ensinamentos o Padel te deu?

Que ganhar é ótimo, mas no esporte nem tudo são vitórias e precisamos entender que para chegar lá em cima dependemos de nossa determinação. É preciso muito treino e um bom parceiro ao lado. Felizmente, tenho há anos o Marcelo Borges, que além de minha dupla de Padel, é um grande amigo e parceiro de vida.

17

JULHO/2021

EU ATLETA

De quase jogador a médico pediatra

A prática de atividade física e esportiva é fundamental para o desenvolvimento da criança. Médico pediatra, João Paulo Weiand relembra a sua carreira no esporte e dá dicas de como lidar com as crianças em tempos de pandemia. inha vida de atleta iniciou muito cedo. Morávamos no interior de Cruzeiro do Sul, e na frente da minha casa havia o campo de futebol da Sociedade Esportiva Boa Esperança – SEBE. Diariamente íamos brincar.

Primeiro brincadeiras de criança e logo iniciando o contato com a bola de futebol, sempre estimulados e seguindo o exemplo de nosso pai. A medida que crescíamos, eu e meus irmãos, fomos nos interessando cada vez mais pelo esporte, principalmente o futebol, jogando nas equipes de futebol amador do município.

Correr, andar de bicicleta e brincar com outras crianças é fundamental”

JULHO/2021

18

usando um aplicativo de celular para iniciar os treinamentos. Em fevereiro deste ano tive a covid-19 e acredito que o fato de praticar esportes foi fundamental para a minha rápida recuperação.

Importância do esporte para a criança

Passagem pelo Internacional Já na adolescência eu e meu irmão resolvemos enfrentar o “peneirão” do Sport Club Internacional. Com a chuteira na mochila, partimos na cara e coragem para Porto Alegre e acabamos passando, iniciando os treinos semanais.

Minha carreira de atleta profissional durou pouco, logo fui dispensado e também havia passado para o curso de Medicina, definindo meu futuro profissional. Mas nunca abandonei a bola, mantendo os jogos de futebol com amigos como atividade esportiva.

Do futebol para as corridas Na minha vida vejo o esporte como de importância fundamental. O futebol com os amigos nos treinos e nas competições do Clube Tiro e Caça, além de atividade física, funciona como um anti stress, onde

consigo descarregar as tensões do dia a dia da nossa profissão.

De 2020 para cá, com as suspensões das atividades coletivas no nosso clube, busquei alternativas. Comecei a correr,

19

Profissionalmente, como médico pediatra, vejo com preocupação a diminuição da atividade física por parte das crianças, o que se agravou ainda mais durante a pandemia. Crianças presas em casa sem poder brincar e praticar esportes, ficando o dia inteiro na frente de telas, em consequência, houve um aumento na incidência da obesidade infantil e outras patologias relacionadas ao sedentarismo na infância.

Nas nossas consultas procuramos sempre orientar os pais a estimular seus filhos à prática de atividade física e esportiva, lembrando sempre que as crianças aprendem a gostar pelo exemplo, iniciando com as brincadeiras ao ar livre. Correr, andar de bicicleta e brincar com outras crianças é fundamental.

Depois vem o estímulo de atividades coletivas com competição. Mesmo agora na pandemia é muito importante manter uma regularidade de atividade física para crianças, quer dentro de casa, no pátio e sempre que possível ao ar livre, tomando os cuidados de prevenção e evitando aglomerações.

A Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam para crianças um mínimo de uma hora diária de atividade física intensa . Para boa parte das crianças esta atividade física só é conseguida na escola.

JULHO/2021

Associação de Ecologia e Canoagem

Pioneira em no Brasil Poucas regiões têm o privilégio de serem as pioneiras em algum esporte.

O futebol veio da Inglaterra, o basquete e o voleibol dos Estados Unidos e o tênis foi praticado pela primeira vez na Itália e na França. O Vale do Taquari, no entanto, pode se orgulhar, pois é a origem da canoagem no Brasil.

JULHO/2021

oi um imigrante alemão, José Wingen, quem construiu a primeira embarcação esportiva no país. Nascido em 1915, ele residia em Porto Alegre e em 1941 mudou-se para Estrela.

Banhado pelo Rio Taquari, decidiu construir uma embarcação de ma-

20

deira parecida com as que ele utilizava durante sua infância, quando competia pelo Kanu Club, da Alemanha.

Wingen deixou uma semente no Vale do Taquari. Sua embarcação chamou a atenção e é um marco do esporte a nível nacional. Anos depois, serviria de exemplo para uma das associações de canoagem mais antigas e importantes do país. A Associação de Ecologia e Canoagem, AECA.

Associação mais antiga do estado Com 36 anos de história, a Associação de Ecologia e Canoagem foi fundada em 28 de junho de 1985 por João Tomasini Schwertner em Estrela.

Hoje, também é sediada em Lajeado. É a associação de canoagem mais antiga do Rio Grande do Sul e a terceira mais antiga do Brasil.

Foi Schwertner quem mais tarde, em 1989, fun-

dou a Confederação Brasileira de Canoagem, também em Estrela, reforçando ainda mais o Vale do Taquari como berço do esporte em âmbito nacional.

“A canoagem surgiu aqui. Se hoje vemos atletas de destaque mundial, como o Isaquias Queiroz, medalhista olímpico, ele deve muito à AECA e a Estrela”, comenta João Francisco Oliveira, o Chiquinho, coordenador técnico da equipe.

Se surgiu como pioneira 36 anos atrás, hoje a equipe pode se orgulhar de ser uma das mais ven-

21

cedoras do país. Uma associação de alto rendimento, mas que nunca esquece o lado mais importante do esporte, o social. “Somos uma equipe de elite mas também um projeto social. Tiramos crianças que poderiam estar na rua e colocamos no projeto.

Crianças entram na equipe e evoluem até chegar na equipe de alto rendimento para participar de competições”, destaca Marco Edson Carvalho da Silva, presidente da AECA.

CONTINUA

JULHO/2021

Uma vida dedicada à canoagem João Francisco Oliveira, o Chiquinho, tinha 5 anos quando a AECA foi fundada. Aos 10, surgiu o interesse em participar da equipe. “Eu falo que acompanhei a AECA desde o nascimento. Gostava muito do rio, ia me banhar escondido da família. Logo surgiu o interesse em participar. Me aproximei do pessoal que trabalhava aqui e comecei a remar. Ainda era criança, mas nunca mais larguei os remos”, lembra.

O carro-chefe da canoagem no Vale é a velocidade. Chiquinho, no entanto, se aventurou também em outras modalidades.

Com 26 anos iniciou a prática de Canoagem Freestyle. Participou de Campeonatos Na-

JULHO/2021

Chiquinho participou de Campeonatos Nacionais, Sul-Americanos, Pan-Americanos e de dois Mundiais

cionais, Sul-Americano, Pan-Americano e até de dois Mundiais. “Sempre representando a AECA e o Brasil. Não tem preço que pague tu representar a tua associação, estado e país”, destaca.

Para ele, as melhores lembranças são estar

22

no meio de outros atletas, fazendo amizades com pessoas de outros países. “Independente do resultado, é o maior legado que podemos ter e trazer de volta para a nossa cidade.”

Destaca ainda que devido ao seu histórico,

consegue transmitir experiência para os jovens que querem entrar na equipe. “A gurizada fica feliz e motivada para, assim como eu, poder chegar lá no topo.”

O presidente que não rema Atual presidente da AECA, Marco Edson Carvalho da Silva gosta de falar que tem o currículo muito menor do que o de Chiquinho. Que praticamente veio de fora do esporte, mas que se apaixonou pela canoagem. “Na verdade eu comecei a acompanhar a modalidade quando trouxe meu filho para experimentar e começar a treinar. Ele acabou desistindo em um primeiro momento e até retornou depois, mas eu sempre permaneci.”

Conforme seu filho foi aprendendo, começou a participar das competições. Edson, como pai, foi se envolvendo cada vez mais. “Enxerguei a dificuldade que tínhamos e me juntei a outros pais. Fizemos mutirões, buscamos recursos para levar os atletas às competições.

Com o tempo, me tornei presidente.”

Mesmo sendo uma equipe que visa o alto rendimento, Edson vê no projeto social o maior destaque da AECA. “Venho da área da segurança pública. Já vi muito moleque se perder na vida, mas na canoagem eu vivenciei a gurizada saindo da escola motivada para treinar”, destaca.

Pai de um ex-atleta, Marco Edson Carvalho da Silva é o atual presidente da AECA

O presidente se orgulha em falar que a equipe é aberta a todos. “É um local sem distrações, a única briga é na raia, cada um no seu barco. É um esporte que envolve adultos, crianças, adolescentes, homens, mulheres e

23

deficientes físicos. É um esporte para todos.

Não sou um atleta, faço a parte fora do rio. Mas a entidade é bem antiga e precisa continuar. A AECA é a história da canoagem.”

CONTINUA

JULHO/2021

Projeto social de alto rendimento e superação Na AECA, os projetos sociais servem como um garimpo para futuramente, e se houver interesse, os atletas participarem da equipe de alto rendimento. A associação inclusive possui parcerias com os municípios de Estrela e Lajeado, que realizam os Projetos Navegar e Remada Ecológica.

“São projetos que atendem às demandas de crianças de 10 a 17 anos. Crianças que entram aqui sem saber o que é a canoagem e chegam ao nível de destaque nacional do esporte”, salienta Chiquinho.

O carro-chefe é a canoagem de velocidade. É onde os resultados mais expressivos aparecem. Além dela e da parte social com

crianças e adolescentes, há ainda o trabalho com os deficientes físicos e também a modalidade chamada Dragon Boat, com a equipe formada por mulheres que superaram o câncer de mama. “É uma modalidade que serve para integrá-las na sociedade, e somos a primeira equipe do estado a possuir esta embarcação”, destaca Edson.

Em relação às crianças, a primeira dúvida que surge é sobre a atividade ser perigosa, uma vez que é desenvolvida no rio. Chiquinho trata de logo desmistificar esta situação. “Temos nossa equipe que é extremamente preparada. A criança não vai sentar num barco e sair re-

mando. O primeiro passo é se ambientar no meio. Aprender sobre o rio, os coletes, o barco. O colete salva-vidas é parte do nosso corpo. Está sempre conosco. Fazemos também instrução de natação. É no passo a passo. Desde o ensinamento até o alto rendimento.”

A menina que não gostava de remar Entre os alunos que iniciaram nos projetos sociais e se tornaram atletas de alto rendimento está Jéssica Tatiane Stroher, um dos principais destaques da AECA. “Eu tinha 13 anos e estava no Projeto Navegar.

Nunca gostei de remar, na verdade o que eu menos gostava era a canoagem. Mas fiquei curiosa, comecei a treinar e aos poucos criei gosto”, lembra.

No projeto social, os alunos aprendem a nadar e conhecem o Rio Taquari antes de poder remar

JULHO/2021

24

Uma das várias conquistas da AECA rendeu à equipe um passeio com o Caminhão de Bombeiros em Lajeado

Com dois meses de canoagem já participou do primeiro Campeonato Brasileiro. A cada campeonato que participava, mais gosto pelo esporte pegava.

Hoje nem se recorda o total de competições que participou. Remou em Copa Brasil, Campeonatos Brasileiros e inclusive em Sul-Americanos e Jogos Olímpicos da Juventude.

Sobre as conquistas, tem na ponta da língua as que mais lhe marcaram.

“As minhas medalhas no Brasileiro e o terceiro lugar e prata nos Campeonatos Sul-Americanos.” Como grande sonho e meta da carreira, quer chegar na Se-

leção Brasileira.

Mesmo se não chegar no seu principal objetivo, sente-se feliz com o que conquistou e com o que a AECA representa.

“Criei um laço maior do que o esporte proporciona, hoje não digo que são meus colegas, são minha família.”

Para o coordenador Chiquinho, Jéssica tem total condição de chegar no topo

25

do esporte. “É uma atleta que já demonstrou muito no passado. É campeã gaúcha e brasileira. Isso a possibilitou de participar de um Sul-Americano e ela conquistou o terceiro lugar. É uma atleta de muita garra e sangue nos olhos. Se continuar focada pode despontar.”

CONTINUA

JULHO/2021

“São mais de vinte anos aqui” Não é só Jéssica que considera a AECA a sua família. O mesmo é dito por Guilherme Blume, ex-atleta de alto rendimento e que se tornou também técnico da associação. “Estou aqui desde 2000. Fazia aula de futebol, mas meu pai não me apoiava muito. Um dia, na Escadaria de Estrela, vi uma galera remando. Cheguei no professor e pedi para participar da aula. Iniciei e nunca mais larguei”, recorda.

Guilherme é um dos cases de sucesso da equipe. Em 2002 foi campeão gaúcho e iniciou uma escalada na modalidade que passou pelo título brasileiro em 2006 e constantes viagens para fora do país. Hoje é atleta, professor e membro da diretoria. “A AECA para mim é uma família. São mais de vinte anos aqui. Incentivamos a prática esportiva, o lazer. A canoagem pode nos levar a lugares inimagináveis, e eu sou a prova.” É Guilherme quem instruiu sobre a canoa havaiana, uma das últimas aquisições da associação. “Fazemos passeios turísticos no Rio Taquari e temos o projeto das remadoras rosas, atletas que superaram o câncer de mama.”

Um dos responsáveis por cuidar da sede da equipe, diz que o local é sua casa e incentiva aos

JULHO/2021

alunos o cuidado do lar. “Temos que cuidar bem do nosso local, fazer a manutenção dos equipamentos constantemente. Não adianta termos só atletas, queremos formar pessoas para a vida.”

Sonho olímpico

A AECA para mim é uma família.

São mais de vinte anos aqui. A canoagem pode nos levar a lugares inimagináveis.”

Guilherme Blume Membro da AECA

26

Como é referência no esporte, a AECA acaba por receber atletas de outras regiões do estado. É o caso de Leonardo Delfino, oriundo de Eldorado do Sul e que hoje reside no Vale do Taquari.

Para ele, o Rio Taquari é o principal atrativo para a canoagem na região. “É um privilégio. Antes treinava no Guaíba e às vezes ficávamos até duas semanas sem entrar na água. É muito vento, não possuía as condições ideais para a canoagem. Aqui não tem problema, é o rio perfeito para o esporte.”

Aos 20 anos, decidiu encarar o desafio de sair de casa e focar no seu grande sonho, a disputa de uma Olimpíada. “Botei na balança e achei válido vir para cá. A equipe tem disciplina e ambição. Estou há um ano aqui e não me arrependo. Ainda quero participar de um Pan-Americano e de uma Olimpíada. Sei que isso requer muito esforço, mas com dedicação eu chego lá.”

Associação é uma das primeiras a criar uma equipe de Dragon Boat no estado

“Podemos remar em direção à solução de muitos problemas” Uma das últimas novidades da AECA foi a criação das Remadoras Rosas, uma equipe formada por atletas que tiveram câncer de mama. Foi neste cenário que Andreia Haetinger entrou na equipe.

“Tive câncer há cerca de 10 anos e, mesmo durante o tratamento, nunca deixei de praticar atividade física. Nesse sentido, a canoagem tem um papel essencial, pois trabalha e fortalece os membros superio-

res e o abdômen, sem falar na integração entre as participantes”, destaca.

Para ela, a própria ideia de remar em grupo remete à ideia de que estas mulheres não estão sozinhas na luta. “É um símbolo de que podemos remar em direção à solução de muitos problemas.”

O fator Rio Taquari Associação histórica, a AECA vislumbra também um futuro promissor.

“Principalmente pela questão do rio e logística, é um dos melhores lugares para

27

Andreia faz parte das Remadoras Rosas

o treinamento da canoagem. A posição geográfica do nosso rio e a condição de vento são ótimas, possibilitam treinarmos formas diferentes dentro do mesmo rio”, destaca Chiquinho.

Em 2003 e 2004, parte da Seleção Brasileira esteve no Rio Taquari treinando. Era a época de ouro da canoagem. Na ocasião, a AECA conseguiu resultados muito expressivos. Teve um ouro e um terceiro lugar no Pan-Americano de Santo Domingo. É até hoje o resultado mais expressivo da equipe.

CONTINUA

JULHO/2021

O homem à frente da canoagem Fundador da AECA e da Confederação Nacional de Canoagem, o nome de João Tomasini Schwertner sempre estará ligado a este esporte. Vítima da covid-19, deixou um legado para Estrela, o Vale, e o esporte nacional.

“A AECA não perdeu somente o presidente de sua confederação, mas sim um grande amigo”, lamenta Edson, o atual presidente.

Como Presidente da CBCa, Schwertner comandou inúmeros Comitês Organizadores em Campeonatos Sul-Americanos, Pan -Americanos e Mundiais realizados no país.

Também foi 3º Vice-Presidente da Federação Internacional de Canoagem de 2010 a 2014.

“O João é um dos maiores exemplos que temos dentro da canoagem. O currículo dele é um motivo de orgulho para nós.

Um cara que dedicou a vida dele em prol da canoagem. Este esporte era a vida dele, ele vivia a canoagem. Além de termos muito orgulho, tenho certeza que a canoagem brasileira deve muito ao João Tomasini Schwertner. ”, salienta Chiquinho.

JULHO/2021

28

Projeto Remada Ecológica Desde 2017, o projeto Remada Ecológica, desenvolvido por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) de Lajeado e Associação de Ecologia e Canoagem (Aeca), oferece aos jovens do município atividades em três modalidades esportivas: Canoagem Velocidade, Paracanoagem e Stand Up Paddle.

O projeto tem como objetivo capacitar jovens para a modalidade de canoagem e estimular a socialização e o espírito de grupo. Ainda, busca preparar os jovens para participar de campeonatos estaduais e nacionais, possibilitando a evolução e crescimento pessoal.

Inicialmente, os alunos aprendem os princípios de natação. As atividades proporcionam aprimoramento físico, contato com o meio ambiente e com o Rio Taquari e envolvem questões de preservação e conscientização ambiental.

29

JULHO/2021

Foi dada a

largada Desafio das Estações surge com o objetivo de incentivar a prática esportiva ao longo de todo o ano

om o objetivo de incentivar as pessoas a praticarem um exercício físico, o Grupo A Hora lançou o Desafio das Estações.

Com a largada em junho, evento terá a duração de um ano e passará por todas as estações.

O primeiro desafio é durante o inverno. O participante pode optar por caminhada, corrida, bicicleta ou horas de atividades. Elas podem ser realizadas em qualquer local, seja ruas, trilhas, asfalto, academias de luta, musculação, funcional, estúdios de dança ou o que o participante desejar.

Ao se inscrever, o atleta tem direito a uma camiseta alusiva à estação. A atividade é uma realização do Grupo A Hora com o apoio da Lucasa Construtora, Sicredi Integração, Gota Limpa, Lojas Certel, Kalber Fardamentos Esportivos, Academia Corpo e Alma e Brasrede.

JULHO/2021

30

Como funciona Para validar a atividade, o atleta tem que fazer um print da tela do aplicativo utilizado para marcar a atividade ou ainda uma foto do período em que realizou a atividade. Após isso, deve enviar todos os documentos para o e-mail desafiodasestacoes.ahora@gmail.com.

Nele tem que conter o nome, quilome-

tragem ou horário e data. As atividades podem ser enviadas ao término de cada dia ou quando completar o desafio estipulado. A equipe organizadora irá validar os prints do aplicativo e fazer a contabilização, caso esteja tudo correto no final da etapa, o participante será informado para receber a medalha de participação.

31

A comissão organizadora informa que não haverá premiação de ranking geral ou por categorias, a ideia é estimular a prática esportiva.

Será disponibilizado no instagram @ ahora_esportes, a relação dos atletas que concluírem a atividade.

CONTINUA

JULHO/2021

Outros desafios

Modalidade e distância Caminhada

50 km / 100 km/ 150 km

Corrida

50 km / 100 km / 150 km

Bike

500 km / 1000 km / 2000 km

Horas de Atividade 20h / 60h / 80h

ÕES INSCRIÇ DAS

Primavera

Inscrições: 09 de agosto à 12 setembro Período para realizar atividade: 23 de setembro à 21 de dezembro.

Verão

Inscrições: 07 de novembro à 12 dezembro Período para realizar atividade: 21 de dezembro à 21 de março de 2022.

Inscrições: 14 de fevereiro de 2022 à 13 de março de 2022 Período para realizar atividade: 21 de março de 2022 à 21 de junho de 2022

JULHO/2021

• Foto mais criativa. Ao final de cada etapa será escolhido a melhor foto da estação, com base nos seguintes critérios: ângulo, cores, composição da foto.

• Maior número de cidades percorridas. Por quantas cidades você passou?

Envie fotos de cada lugar por onde tenha passado completando a atividade.

A Inscrições: 15 de maio ENCERR até 12 de junho Período para realizar atividade: 21 de junho à 23 de setembro

Outono

Desafios • Lugar mais inóspito. Envie um vídeo do lugar menos agradável por onde passou.

As estações Inverno

Para deixar a atividade mais emocionante e desafiadora, foram estabelecidos alguns mini desafios. O escolhido de cada desafio será premiado com brindes especiais. Cada desafio será avaliado por uma banca julgadora e o melhor vídeo ou foto ganhará os prêmios.

• Maior altimetria alcançada.

• Maior quantidade de cachoeiras.

• Temperatura mais baixa no inverno. Registre a temperatura mais fria durante a realização de sua atividade.

• Temperatura mais alta no verão. Registre e mande a temperatura mais alta que você enfrentou.

• Muitos animais no seu percurso? Envie a quantidade de animais que você encontrou no seu percurso e o mais estranho.

• Além da sua atividade, que tal um desafio ainda maior? Mande um vídeo de uma atividade que fará você se desafiar: Rapel, pêndulo, asa delta...

• A equipe/pessoa que mais entregar donativos (roupa, alimentos, produtos de limpeza) ganha um prêmio.

• Equipe com maior número de participantes.

• E para finalizar, queremos conhecer seus talentos. Use o TikTok, Reels, Kwai e participe do concurso com um vídeo mais criativo dançando em algum lugar do Vale.

32

33

JULHO/2020

É necessário mudar o treino e dieta para obter mais resultado

MITOS E VERDADES

Entenda que você pode estar errando quando fica mudando de treino ou dieta. Há uma diferença muito grande em mudar de treino e fazer pequenos ajustes dentro do treino e dieta. A mudança do treino muitas vezes vai fazer você baixar o nível por estar começando algo novo. A dieta funciona da mesma maneira. O corpo leva três semanas para se adaptar com algo novo. Por outro lado, na periodização, você faz pequenos ajustes que elevam o seu nível de forma periódica, além de deixar o treino e a dieta cada vez mais exclusivos para você. O profissional da Educação Física e Nutrição consegue ter essa visão para ajudar você a elevar o seu nível.

Psicologia, Esporte e Atividade Física

A maioria das pessoas procuram academias por estética

A alimentação é importantíssima

99% querem reduzir a gordura corporal e ter aumento dos músculos. A maioria das pessoas procuram academias com o objetivo de melhorar a estética. E com isso, acabam se cobrando em demasia e tendo pressa para obter resultados. Essa ansiedade por resultado leva a pessoa, muitas vezes, a desistir no meio do percurso.

Coloque a palavra “querer” na frente de “precisar”. O verbo precisar te coloca numa situação de obrigação, e isso dificulta o acontecimento. Descubra exercícios que você possa tomar gosto, para que essa prática vire rotina fácil. Pense que a saúde está em primeiro lugar.

Muitas pessoas saíram da rotina com a pandemia e por vários fatores ganharam peso corporal. A partir disso, começam a buscar macetes da internet para solucionar os problemas.

Preste atenção nesses mitos: • Pular refeições; • Não jantar; • Não comer carboidratos à noite; • Cortar gorduras do cardápio.

Pular refeições pode ser um tiro no pé, você vai ficar com mais fome e provavelmente ultrapassará o limite de calorias ingeridas no dia.

Não adianta não jantar, se durante o dia você está excedendo o limite calórico. Além disso, provavelmente o corpo pedirá mais comida pela manhã por ter ficado muito tempo sem.

Tudo depende do dia todo, a semana toda, o mês. Não adianta cortar o carboidrato à noite e se empanturrar ao longo do dia, além disso, é o mesmo princípio de não jantar, provavelmente terá mais fome no próximo dia.

As gorduras estão presentes na maioria dos alimentos, e são importantes para nossa fonte de energia. Você deve fugir das frituras.

Musculação não ajuda a emagrecer Ao contrário do que muita gente pensa, o treino de musculação pode ser uma ótima estratégia para o emagrecimento. Estudos de mais de 30 anos já comprovaram que as enzimas oxidativas ficam aumentadas com a musculação, o que aumenta a capacidade máxima de oxidação, bem como a eficiência do sistema metabólico oxidativo em até 45%. Durante o treino, a principal fonte de energia usada pelo corpo é o carboidrato. Mas, na fase de recuperação, é a gordura corporal o combustível usado para o organismo reparar os tecidos musculares depois de um treino intenso de musculação.

JULHO/2021

Crístofer Negri

Profissional da Educação Física Especialista em fisiologia e nutrição esportiva.

Empreendedor IF Personal Studio.

CREF 019342-G/RS

@ifpersonal

34

35

JULHO/2020

O esporte é minha vida

Histórias e curiosidades de pessoas apaixonadas por diferentes práticas esportivas

Colecionador de camisas do Dense Do amor tardio pelo clube da sua cidade, Giovane Marasca passou a ser colecionador de camisas do Clube Esportivo Lajeadense paixão do lajeadense Giovani Marasca, 28, pelo clube de sua cidade começou de forma tardia. Sua primeira lembrança com o Clube Esportivo Lajeadense data apenas de 2010, ano em que o Alviazul voltou à elite do futebol gaúcho.

De lá para cá, o amor só aumentou.

Hoje Marasca é um dos torcedores mais conhecidos do Lajeadense, e por um fato em especial: a sua coleção de camisas do clube. A primeira peça foi comprada em 2012. Hoje já são mais de 30 camisas, abrigos e casacos. Cada um com sua particularidade, mas todos especiais.

De onde vem o seu amor pelo Lajeadense?

Costumo dizer que o amor pelo Lajeadense vem do momento em que entendi que o clube da cidade depende muito mais de mim do que qualquer

JULHO/2021

O amor pelo Lajeadense vem do momento em que entendi que o clube da cidade depende muito mais de mim do que qualquer time da capital.”

Giovane Marasca

Torcedor do Lajeadense

outro da capital.

Qual a primeira memória que tem com o clube?

As primeiras memórias são tardias, da Segundona de 2010, quando o Lajeadense retornou à elite do futebol depois de um período de portas fechadas.

Qual o melhor momento que viveu com o clube?

Sem dúvidas, a final da Copa Fernandão, em 2014, quando quebramos um jejum de títulos e conquistamos uma taça após 16 anos. Ainda mais especial pelo adversário, pois vencemos o nosso rival, o Guarani de Venâncio Aires.

36

Como começou a coleção de camisas?

O início da coleção veio paralelo à quando comecei a frequentar o estádio. Tinha curiosidade pela história do clube, sem muito onde pesquisar.

Mesmo com a internet, não há muita coisa disponível. Depois que comprei a primeira não parei mais.

Qual a primeira camisa que você teve?

A primeira camiseta foi uma que comprei nova no Campeonato Gaúcho de 2012.

37

JULHO/2021

Quantas você tem hoje?

Tem alguma que você anseia em ter?

Hoje, entre camisas, abrigos, casacos, são em torno de 30 peças. Umas mais raras que outras, mas todas especiais.

Qual a mais especial?

Não sei se existe alguma mais especial, afinal, cada camisa traz a sua história e faz parte da história centenária do clube, marcando momentos bons ou ruins. Talvez a mais importante, levando em conta a história do clube, seja a camisa do lendário time de 1991, que tinha Everton Giovanella, Gelson Conte, Vandéco, entre outros ídolos, a maioria oriundos de nossa região.

E a mais cara?

A compra mais cara foi um conjunto bem especial que consegui com camisas de 1986, 1988 e a lendária camiseta do timaço de 1991. Paguei R$ 600 nas três. Dois dias depois, recebi uma oferta de R$ 800 só pela de 1986. Óbvio que não vendi.

Qual a mais antiga?

As mais antigas são essas de 1986 e 1988, que ainda eram confeccionadas com um tecido semelhante ao algodão. Bem pesado.

JULHO/2021

Cheguei a pagar R$ 600 em três camisas e receber a proposta de R$ 800 por uma delas poucos dias depois. Óbvio que não vendi.”

Como é o processo de garimpo e compra?

São diversas formas. Algumas eu garimpo na internet, outras troco com amigos colecionadores. Tenho o contato de um dos maiores vendedores de camisetas do Rio Grande do Sul, que me passa sempre com prioridade as camisetas do clube devido ao histórico de negociações que temos. Ao longo dos anos também fiz amizade com ex-jogadores, que as vezes se desfazem do que têm e eu acabo comprando.

38

Como falei, toda camisa tem sua história e sua importância. Mas tem uma da década de 1980, que não sei ao certo o ano, e que tem um patrocínio da Fruki. Linda demais e que ainda espero encontrar.

Você é conhecido como “o cara das camisas do Lajeadense”?

Não sei se é para tanto, mas muita gente talvez me conheça por conta das minhas camisas. No momento desta entrevista, por exemplo, toda minha coleção está exposta na loja que o clube montou no Shopping Lajeado para comemorar os 110 Anos. Fico muito feliz em contribuir e manter essa história viva.

Tem alguma história especial que você viveu devido a uma camisa do clube?

Acho que as boas histórias são sempre as memórias que as camisas carregam, principalmente quando as adquiro de algum ex-jogador. Essa negociação sempre traz um momento de compartilhamento destas histórias.

DICA DA

NUTRI

Bianca Coletti Schauren

Em tempos de pandemia!

Daiane Weschenfelder

Quer resultados na melhora da sua saúde, emagrecimento e ganho de massa muscular?

O isolamento social e a mudança de rotina influenciam no estado de saúde mental e emocional, alterando o comportamento alimentar dos indivíduos.

Isso faz com que as pessoas ingiram mais calorias, além de procurarem alimentos que chamamos de “alimentos de conforto”, os quais nos remetem à memória afetiva de prazer e bem-estar. Por isso, é interessante reconhecer a presença excessiva destas emoções e perceber se estão influenciando no seu comportamento alimentar. É importante criar estratégias:

Então invista na organização dos 5 pilares essenciais:

ALIMENTAÇÃO HIDRATAÇÃO TREINO BOM SONO ROTINA Alimentação: Associar uma rotina de alimentação que seja realista, sustentável e possível de ser adaptada à sua vida. Não existe mágica, dedicação e constância são imprescindíveis para gerar os resultados esperados.

• Organize a semana.

Faça apenas as compras necessárias, evitando desperdícios e excessos de alimentos de baixa qualidade.

Hidratação: A ingestão de 30 a 40ml/kg/dia de água melhora seu rendimento físico, mantém seu cérebro mais ativo, auxilia na manutenção do volume muscular e da sua saúde.

Treino: Um treinamento bem feito, em frequência e em intensidade adequadas para promover as adaptações benéficas ao seu corpo e gerar evolução na qualidade da sua composição corporal.

• Estabeleça horários das refeições.

Evite “pular” e “beliscar” durante o dia.

Sono de qualidade: Não significa dormir muito, mas em quantidade e qualidade suficientes para atingir as fases mais profundas do sono. Durante esse estágio, a energia é restaurada e são liberados hormônios relacionados ao controle do estresse, apetite e metabolismo da glicose.

A privação do sono pode aumentar os níveis de cortisol e da grelina que tem o efeito de aumentar o apetite dificultando a perda de peso. Portanto, dormir adequadamente pode ajudar seu corpo a manter os hormônios em níveis saudáveis.

• Varie legumes e frutas.

Para ter uma alta ingestão de nutrientes e assim aumentar sua imunidade.

• Evite o sal. Altere por temperos naturais.

Rotina: Manter uma rotina de hábitos saudáveis faz com que você reproduza repetidas vezes atitudes que melhoram sua saúde e bem-estar, gerando adaptações metabólicas que interferem diretamente no funcionamento corporal adequado.

• E o mais importante: se exercite!

39

JULHO/2021