Negócios em Pauta - 13/06/2020

ENTREVISTA ESPECIAL

Vale do Taquari

Fim de semana, 13 e 14 de junho de 2020

Edição 65

Mari Perin assumiu o desafio de se tornar a própria marca em 2017, ano em que inaugurou a loja que leva seu nome. Nascida no interior de Canudos do Vale, ela enfrentou dificuldades antes de se tornar empreendedora Páginas 4 e 5

WORKSHOP

Saúde mental para gestores

As armadilhas emocionais no meio empresarial foram tema de Live do Negócios em Pauta. Os empresários Vera Riediger, da Free Viagens e Turismo, André Damiani, da Florense, e o psiquiatra Nélio Tombini abordaram o tema no evento transmitido pela Rádio A Hora e nas redes sociais

Página 6 e 7

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Fim de semana, 13 e 14 de junho de 2020

OPINIÃO Realização

THIAGO MAURIQUE thiagomaurique@jornalahora.inf.br

Patrocínio

Prevenção no rótulo

As garrafas da Água da Pedra, marca de água mineral fabricada pela Bebidas Fruki,

Apoiadores

terão dicas sobre como lavar as mãos. A novidade estará disponível nos próximos dias

nas distribuidoras da marca, e faz parte de uma série de iniciativas da empresa de apoio ao combate da pandemia de coronavírus.

Em Abril, a empresa com sede em Lajeado doou mais de 50 mil garrafas de água mineral para 20 hospitais. A Água da Pedra também criou uma série de conteúdos com dicas sobre como manter a saúde e a imunidade em dia durante o isolamento social, com materiais disponíveis nas redes sociais da marca e publicados nas páginas do A Hora.

MARCANTE E ATUAL Rômulo Xavier

As crises sempre foram ultrapassadas com amor ao negócio. Amor à Prata, que sempre foi o meio de sustento da família. Amor em poder ver os amigos vestindo o que comercializamos.

Você não derruba um amor de verdade com facilidade”

diretor das Lojas Prata, em entrevista para o Negócios em Pauta de Abril de 2020.

Novos investimentos VA L E D O TA Q U A R I Câmara da Indústria, Comércio e Serviços

A Diamond aproveitou as comemorações pelos 23 anos de aniversário da empresa para anunciar novos empreendimentos que serão iniciados no segundo semestre deste ano. Entre as obras estão um lote-

amento comercial em Cruzeiro do Sul, um loteamento residencial em Estrela, um novo prédio residencial no bairro Americano, em Lajeado, e um condomínio de apartamentos em Gramado, na Serra Gaúcha.

O mundo ainda precisa comer Dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram o surpreendente aumento das exportações de suínos e frangos no mês de maio na comparação com o mesmo período do ano passado. No caso da carne de porco, o aumento no volume embarcado foi de 52%. O setor de aves teve crescimento mais modesto, de 4,5%, mas que deve ser comemorado diante de uma crise global.

Parte das 400 mil toneladas de frango e 102,4 mil toneladas de suínos que foram enviadas para fora do país são provenientes do Vale do Taquari, onde as cooperativas Dália e Languiru cumprem um papel fundamental – seja como modelos de excelência dos padrões de produção, ou como indutoras para o desenvolvimento econômico e social.

No mês passado, a Dália realizou suas primeiras exportações de frangos do Golden Chicken, ousado projeto que resultou, entre outras coisas, na inauguração de uma nova unidade fabril na cidade de Arroio do Meio. De iniciativa em iniciativa, a região vai consolidando o desejo de se tornar o Vale dos alimentos.

Em tempo O crédito prometido pelo governo federal para as empresas em dificuldade devido a pandemia do novo coronavírus ainda custa a chegar na ponta. Uma pesquisa realizada pela Abrasel-RS, associação de bares e restaurantes gaúchos, mostra que metade dos empresários que pediram empréstimos para mantar as operações não tiveram acesso aos recursos.

Entidades empresariais já alertavam para esse problema e a pressão parece ter surtido efeito. Na semana passada, a União anunciou o primeiro programa de crédito voltado exclusivamente para os pequenos negócios, o Pronampe. Agora, é esperar que o dinheiro chegue realmente à quem precisa. Vale lembrar que as pequenas empresas são responsáveis por 54% dos empregos de carteira assinada no país.

Boa Leitura!

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Fim de semana, 13 e 14 de junho de 2020 Apresentado por

Câmeras inteligentes ajudam no combate ao coronavírus SOLUÇÃO APRESENTADA PELA OLICENTER MEDE A TEMPERATURA DE 15 A 30 PESSOAS SIMULTANEAMENTE

E

mpresa de tecnologia da informação com 25 anos de história no Vale do Taquari, a Olicenter apresenta uma nova

linha de equipamentos que ajudam no combate à pandemia de Covid-19. O sistema verifica a temperatura das pessoas que aparecem nas imagens, dis-

serviços oferecidos a partir da fusão

“No caso de um hospital ou asilo,

para um alarme e reconhece o rosto de

entre a Olicenter e a F1, empresa espe-

pode detectar quando uma pessoa

quem estiver com febre.

cializada em sistemas de câmeras para

leva um tombo, por exemplo”, destaca.

circuitos fechados (CFTV).

O sistema também possui funções de

Ainda é capaz de distinguir uma pessoa de um animal ou objeto quente, podendo ser usada também na medição de temperatura de equipamentos, controle de incêndio e invasões. A inteligência artificial do sistema também inclui reconhecimento facial e verifica se a pessoa está ou não de máscara.

O sistema é fabricado pela empresa catarinense Intelbras e faz parte dos

No caso de um hospital ou asilo, pode detectar quando uma pessoa leva um tombo.”

Silva, responsável técnico que acumula

Funções inteligentes De acordo com Jonas Henrique da

inteligência forense, podendo buscar pessoas de acordo com característiscas como a cor da roupa, faixa etária aproximada e gênero.

9 anos de experiência no setor à frente

“É capaz de detectar se uma pessoa

da F1, o sistema tem ainda uma série de

está com o rosto feliz ou triste, funciona-

funcionalidades que podem ser utiliza-

lidade que muitas empresas já utilizam

JONAS HENRIQUE DA SILVA

dos por empresas e instituições de diver-

para saber a melhor forma de se comu-

RESPONSÁVEL TÉCNICO

sos segmentos.

nicar com esse funcionário”, aponta.

THIAGO MAURIQUE

Demanda em alta Conforme Silva, a procura pelo sistema e por outras soluções de seguraça eletrônica está em alta, em especial devido a pandemia de Covid-19. Como o sistema consegue medir a temperatura e reconhecer de 15 a 30 pessoas simultaneamente, é uma ferramenta que agiliza o controle de acesso em locais de grande circulação, evitando filas e aglomerações.

“Também temos sistemas mais adequados para a segurança residencial ou para empresas com menos circulação de pessoas”, ressalta. Segundo ele, a opção pelos sistemas da Intelbrás ocorre por ser uma empresa inovadora e reconhecida no mercado pela qualidade.

DETALHES DO SISTEMA FORAM APRESENTADOS POR ENGENHEIROS DA INTELBRÁS EM EVENTO NO DIA 2 DE JUNHO

Produzido por

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Fim de semana, 13 e 14 de junho de 2020

ENTREVISTA

MARI PERIN

“Um vendedor precisa ser um pouco psicólogo” Apaixonada por vendas, Mari Perin aceitou desafio de se tornar sua própria marca

N

ascida na localidade de Rui Barbosa, hoje interior de Canudos do Vale, Mari Perin venceu inúmeras dificuldades antes de alcançar o sucesso. De família humilde, saiu de casa aos 13 anos com o desejo de se tornar freira. Frequentou o Juvenato São José, em Arroio do Meio até os 17 anos, quando decidiu

Qual a origem da Mari Perin?

Mari Perin – Eu venho do interior, em uma comunidade humilde, chamada Rui Barbosa, que hoje pertence a Canudos do Vale, mas antigamente fazia parte de Progresso. A gente morava bem pertinho da gruta de Rui Barbosa. Éramos meu pai, minha mãe e três gurias, vivendo da roça. Para ir no colégio caminhávamos uma hora todo dia a pé. Em toda a comunidade só tinha um carro, que era do dono do único comércio. Passávamos dificuldade e meu pai foi muito batalhador. Ele começou a trabalhar de pedreiro enquanto nós cuidávamos da produção. Lembro que com seis anos eu já sabia tirar leite. Minha mãe é uma pessoa bem alegre e sempre transmitiu muita felicidade e empolgação em tudo o que fazíamos. Meu pai depois começou a ficar semanas fora

se mudar para Lajeado, com o sonho de levar os pais para a maior cidade do Vale. Mari percebeu a paixão por vendas na primeira oportunidade de trabalho na área, no antigo Empório de Tecidos. Depois, atuou em uma empresa administrada pelo ex-marido, que veio à falência. “Fiquei desempregada logo após o nascimento do meu filho.”

A dificuldade foi vencida com a oportunidade de trabalhar nas Lojas Certel, onde ficou por 21 anos e exerceu cargos de gerência antes de sair e ser proprietária de uma franquia da Dell Anno. Em 2017, fechou parceria com a Finger e criou a marca Mari Perin.

para participar de obras e assim evoluiu na profissão. Essa foi minha vida até os 13 anos, quando saí de casa com a intenção de me tornar freira, junto com minhas duas irmãs.

Como foi sair de casa tão cedo?

Mari – Meus pais perguntaram muitas vezes se era o que eu realmente queria. Eu achei que iríamos juntas, mas fomos para congregações diferentes. Eu fui para o juvenato em Arroio do Meio e minhas irmãs foram para Taquari e Rio Pardo. Quando cheguei lá passei o primeiro dia todo chorando, porque eu não conhecia ninguém. Eu era a mais humilde e tentava nem falar porque tinha vergonha. Fiquei quatro anos e aprendi muito. A gente trabalhava na metade do dia e estudava na outra metade.

Com 17 anos eu pedi para sair

e decidi vir para Lajeado. Nesse momento, tive dois desafios, o de arrumar emprego e uma moradia. Era muito difícil as pessoas oferecerem trabalho para quem não tinha experiência. Meus pais diziam para voltar para casa, mas decidi insistir.

Por que a decisão de não voltar para casa e ir morar em Lajeado?

Mari – Na época as condições no interior eram muito precárias.

Trabalhar na colônia era muito sofrido e eu queria trazer meus pais para morar em Lajeado. Uma

amiga da comunidade, a Dirce Delwig, me ajudou muito. Ela me deu lugar para ficar e comecei a trabalhar em uma casa de família, onde fiquei 29 dias e percebi que não era o que eu queria. Até que eu consegui meu primeiro emprego no Empório de Tecidos, que hoje FOTOS THIAGO MAURIQUE

Mari Perin administra a loja ao lado do filho Guilherme (e) e o marido Márcio Roberto Dick

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Fim de semana, 13 e 14 de junho de 2020 apenas para vender o que tem na loja, e sim para encontrar o que o meu cliente está procurando.

Se não tem na loja, vou atrás.

Ser vendedor é acordar todo dia, tomar um banho e se motivar. O vendedor tem que organizar a loja, ajudar na limpeza, descarregar caminhão, não apenas vender. É preciso ter paixão.

– Quando surgiu a ideia de empreender?

Mari – Eu era gerente da Certel quando o Márcio, meu atual marido, veio com a proposta de abrirmos uma loja da Dell Anno. Lembro de ter relutado, porque tinha medo de perder tudo o que trabalhamos tanto para ter. Fiquei com muito medo, mas o Márcio tinha conhecimento de móveis planejados e eu em vendas.

Nós começamos bem devagar porque não queríamos investir muito dinheiro. A pessoa que vendeu a loja para nós parcelou em muitas vezes.

Os fornecedores também acreditaram e venderam para a gente. Então passamos a buscar clientes para a nossa loja, que eram diferentes do que os clientes que eu atendia na Certel. Foi muito difícil no início, mas tive meu marido e meu filho sempre do meu lado para apoiar. Só o empresário sabe como faz para pagar as contas. Tem muitos que trabalham hoje para pagar a conta amanhã e eu também passei por isso.

Como foi a decisão de abandonar uma franquia já consolidada?

não existe mais. Eu era vendedora e amava trabalhar lá. Fiquei muitos anos e depois trabalhei de degustadora. Foi a época em que conheci meu ex-marido, com o qual vivi 12 anos. Tivemos uma loja de roupa e, nesse meio tempo, consegui trazer meus pais para Lajeado. Também tivemos o Guilherme, meu filho. Depois do nascimento do Gui passei por novas dificuldades.

Quais foram essas dificuldades?

Mari – O negócio não deu certo e eu fiquei desempregada.

Na época eu não fazia parte da administração da empresa, porque meu negócio era vender. Continuei batalhando e recebi a oportunidade de trabalhar na Certel, que foi como uma faculdade para a vida. Eu amava trabalhar lá e era apaixonada pelos meus clientes.

Fiquei primeiro na loja do Shopping

e depois fui para a Loja do Centro, que era onde as pessoas iam pagar a luz. Vinha muita gente de tudo que era lugar e eu gostava muito de atender as pessoas. Fiquei 21 anos na Certel e cheguei a ser gerente.

Tive um grande aprendizado com a Maria Helena Dick, que me ensinou a ser uma boa vendedora. Hoje um vendedor é um psicólogo, que tem que ouvir a necessidade do outro.

Tem que dar o máximo de si para o cliente.

O que é preciso para ser um bom vendedor?

Mari – Ser vendedor não é para qualquer um. Precisa ter brilho no olhar e as vendas correndo nas veias. É preciso dormir e acordar pensando em vendas. Você não vende apenas o produto, você se vende para o cliente. Ele tem que gostar tanto de ti quanto do produto. Precisamos saber ouvir principalmente. Não estou aqui

Mari – A Dell Anno estava em Lajeado fazia algum tempo e trocou várias vezes de ponto. Nós investimos muito em propaganda e a Dell Anno associa sua marca a um público com muito elevado. Eu queria atingir vários públicos, não só a classe mais alta. Queremos todas as pessoas do nosso lado.

A franquia era só de móveis e eu me sentia perdida dentro da loja, porque gosto da linha solta. Um dia tivemos uma visita do pessoal da Finger Móveis Planejados, uma empresa que meu marido se identifica muito. Visitamos a fábrica e percebemos que eles tinham o que precisávamos. A Dell Anno não fez nenhum esforço para continuarmos com a marca e nos deram um prazo de 24 horas para tirar da loja tudo o que tivesse relação com a marca.

Por que a opção por criar uma marca própria?

Quais os resultados dessa decisão?

Mari - O dono da fábrica disse

Foi muito difícil no início, mas tive meu marido e meu filho sempre do meu lado para apoiar.

Só o empresário sabe como faz para pagar as contas."

para pensarmos um nome próprio para trabalhar com a Finger. Meu marido deu a ideia de ser Mari Perin/Finger Móveis Planejados.

Voltamos conversando sobre isso e meu filho chegou a questionar se era uma boa ideia, já que eu estaria expondo a minha imagem. Mas

o Márcio me deu confiança para seguir em frente. Era 2017 e ainda estávamos enfrentando reflexos da crise na economia, mas foi a melhor coisa que aconteceu na nossa vida. Não penso em ter uma franquia, não sei se quero ter mais uma loja, porque estou muito feliz da forma como estamos. Tenho uma equipe maravilhosa e somos uma família.

O que você diria para aquele jovem que também vem do interior e deseja empreender?

Mari – Diria para acreditar e ouvir principalmente o que os pais tem a dizer. Ouvir pessoas que têm experiência. Uma vez um cliente me atendeu e me disse para me cercar de pessoas com bons pensamentos, não ficar ouvindo negativismo. Acreditar, porque nós somos capazes. A fé e a vontade precisam estar em primeiro lugar.

Eu já perdi tudo e, quando você está no fundo do poço, aí é que percebe uma força muito grande.

Hoje existe oportunidade de negócio mesmo no interior e é preciso fazer o que gosta. E entender que uma pessoa de sucesso já teve muitos momentos de fracasso.

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WORKSHOP

Empresários precisam cuidar da saúde mental As consequências da pandemia para o psicológico dos empreendedores foi tema de Live do Negócios em Pauta

A

s consequências da crise provocada pelo coronavirus foram debatidas na segunda live do Negócios em Pauta. O painel foi transmitido ao vivo dos estúdios da Rádio A Hora 102.9, na rádio e nas redes sociais do grupo de comunicação. O evento teve como convidados os empresários Vera Riediger, da Free Viagens e Turismo, André Damiani, da Florense Lajeado e do médico psiquiatra, Nélio Tombini, que participou por videoconferência, diretamente de Porto Alegre.

Representante de um dos setores

mais atingidos durante a pandemia, Vera falou sobre as medidas adotadas pela empresa diante de uma situação inesperada e que inviabilizou as operações de todo o setor. “Foi uma dor terrível fechar a empresa e mandar os funcionários para casa, trabalhar em home office. Foi um dos momentos mais difíceis desde que tenho agência de viagens.”

A primeira medida foi cortar e renegociar todas as despesas possíveis para evitar demissões de profissionais que serão importantes na retomada das atividades. Segundo ela, a

As pessoas se colocam no papel de que não precisam de ninguém, quando o mais importante na vida é pedir ajuda.”

Nélio Tombini

empresa aproveitou o momento para realizar treinamentos já pensando no pós-pandemia.

Para André Damiani, o impacto da crise foi ainda maior diante da expectativa de bons resultados no ano de 2020. “Fomos obrigados a pensar muito rápido nas ações que teríamos para preservar nosso negócio, as pessoas que nos cercam e os empregos.”

Com apoio e orientação da Florense, a franquia de Lajeado buscou entender e se adaptar aos processos legais permitidos para o momento de excepcionalidade. “Depois, remonta-

Live foi transmitida ao vivo na rádio e nas redes sociais, diretamente dos estúdios da Rádio A Hora 102.9

mos em passos lentos como alcançar nossos consumidores, com todos os cuidados necessários do momento.”

Nas últimas semanas, a empresa passou a mostrar estratégias para um retorno gradual. Lembra que ain-

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Fim de semana, 13 e 14 de junho de 2020 CONTEÚDO INSTITUCIONAL

COVID-19 - RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO POR FATO DO PRÍNCIPE A reboque dos inúmeros problemas pelos quais o mundo e especialmente nosso país vem sofrendo em face da pandemia provocada pelo novo coronavírus, está o fechamento de inúmeras empresas e a rescisão de vários contratos de trabalho.

Essa realidade vem ensejando a (re)discussão junto à Justiça do Trabalho, de um velho dispositivo legal, qual seja, o art. 486 da CLT, que trata da rescisão do contrato de emprego em face de fato do príncipe.

da existe a dificuldade de funcionar com um fantasma viral rondando o imaginário coletivo. De acordo com o psiquiatra Nélio Tombini, as pressões do momento se somam a todas as outras dificuldades já enfrentadas pelos empresários.

“Quem tem negócio está sempre correndo risco”, lembra. Diante disso, Tombini considera fundamental procurar ajuda para cuidar do psicológico, da mesma forma como fazemos com as demais questões da saúde.

Segundo ele, a sociedade nega a existência das dificuldades emocionais por preconceito e esquece que o meio empresarial depende de gestores e administradores. “Se essas pessoas não tiverem boa saúde mental, passarão por dificuldades para superar essa crise.”

Lembra que é a primeira vez na história que o Brasil enfrenta uma situação tão grave, o que explica parte das dificuldades para lidar com o problema. Conforme Tombini, países da Europa e da Ásia enfrentaram guerras e tragédias naturais, fazendo com que estejam mais preparados para situações limites.

Ouvir e pedir ajuda

O psiquiatra afirma que um dos principais problemas do ser humano, e consequentemente do empresário, é a impressão de que podemos resolver tudo sozinhos. “As pessoas se colocam no papel de que não precisam de ninguém, quando o mais importante na vida é pedir ajuda.”

Segundo Tombini, as pessoas que são muito ansiosas e só querem falar e serem aplaudidas são as que mais sofrem nas crises. “Se quiser sair melhor dessa situação, chame as pessoas, chame os colaboradores, peça ajuda. Pode ser que vai ouvir 30 bobagens e uma ideia boa. Já é o

Armadilhas

Foi uma dor terrível fechar a agência e mandar os funcionários para casa, trabalhar em home office.”

Vera Riediger

Fomos obrigados a pensar muito rápido nas ações que teríamos para preservar nosso negócio, as pessoas que nos cercam e os empregos.”

André Damiani suficiente.”

Para ele, a pessoa que tem a competência de assumir que está com dificuldade, temendo quebrar, que está nervosa e vai no médico, será mais longeva. “Temos que sair desse ‘puleiro’ de nos acharmos especiais.”

O psiquiatra acredita que a própria noção de resiliência precisa ser revista. Conforme Tombini, não é saudável normalizar a resistência física às dificuldades. “A melhor resiliência passa pela nossa competência de nos percebermos. Senão pode significar que temos que ‘levar chumbo’ e aguentar.”

Acredita que o empresário, quando é bem sucedido, recebe homenagens e aplausos, ficando preso a esse papel. Tombini faz uma analogia aos pajés das tribos indígenas, que têm direito a uma oca especial devido aos seus poderes de cura. “Ele paga o preço de ser solitário e não se mistura com o resto da tribo. Temos muitos empresários que são pajés: solitários e se sentem frágeis se forem buscar ajuda.”

O psiquiatra ressalta a importância de olhar para dentro de si para não cair em armadilhas emocionais que existem na vida de todos nós. “Se a pessoa tem essa rigidez, é turrona e inflexível, tem que convidar alguém para conversar.”

Destaca ainda o papel da família em perceber que a pessoa não está bem e propor alternativas. Lembra que o medo paralisa e pode se transformar em uma doença, ainda mais quando se torna uma fobia, ou seja, um medo inadequado que não condiz com a realidade.

...ficaria a autoridade pública que provocou a paralização temporária ou definitiva da atividade, responsável pelo “pagamento de uma indenização” Afinal o que é o fato do príncipe? O fato do príncipe caracteriza-se quando houver uma paralisação total, temporária ou definitiva da atividade da empresa, por ato de autoridade municipal, estadual, federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que impossibilite a continuação da atividade.

Pelo país afora, a edição de inúmeros Decretos Legislativos ensejaram o fechamento de empresas e estabelecimentos comerciais.

Muitos destes estabelecimentos tiveram de encerrar suas atividades de forma definitiva, acarretando a rescisão dos contratos de seus empregados. Perceba-se, que esse ato da autoridade (municipal, Estadual ou Federal) em promulgar uma lei que impossibilita a continuação da atividade empresarial, tem o poder de, em tese, ensejar a responsabilização do governo responsável pelo pagamento de indenização.

Entre as várias discussões que podemos fazer, duas nos pare-

Fernando Peretti Schäffer fernando@schafferadvogados.com.br

cem importantes, a primeira é se atos de autoridade objetivando o resguardo da saúde da população em face da pandemia pode ser considerado como fato do príncipe e a segunda, qual seria a extensão da responsabilidade do Poder Público no pagamento da rescisão do contrato de emprego.

A discussão vem ganhando fôlego no meio jurídico e um entendimento predominante junto ao Poder Judiciário deverá ser fruto de construção jurisprudencial do caso concreto e de interpretação do art. 486 da CLT. Em vindo os Tribunais a entender que os atos praticados pelas autoridades públicas, caracterizam-se como factum principis, ficaria a autoridade pública que provocou a paralização temporária ou definitiva da atividade, responsável pelo “pagamento de uma indenização”.

No ponto, descortina-se nova discussão. Para a doutrina majoritária, essa indenização corresponderia ao pagamento da indenização de 40% sobre o FGTS. As demais parcelas decorrentes da resilição do contrato de trabalho, estariam a cargo do empregador.

Outra parcela da doutrina e jurisprudência, entendem por isentar o empregador do pagamento da indenização rescisória, atribuindo essa responsabilidade de forma integral a autoridade responsável pelo ato.

O certo é que tanto a doutrina especializada, como as decisões de nossos Tribunais, nunca se debruçaram sobre a questão como ela vem se apresentando atualmente, sendo, portanto, a discussão sobre a caracterização do fato do príncipe como medida a amparar empregados e empregadores atingidos pela impossibilidade de manutenção das atividades empresariais, por ato dos Poderes constituídos, necessária e urgente.

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INFORME COMERCIAL

Coincidências de um aniversário DÁLIA FAZ 73 ANOS. ELES NASCERAM NO ANO DE 1973. DÁLIA FOI FUNDADA EM 1947 E ELES IRÃO FAZER OU JÁ TEM 47 ANOS

N

ou já completaram 47 anos de vida, e foi em 1947 que a cooperativa foi fundada. Uma lógica simples, talvez um tanto infantil, mas que traduz de uma forma diferenciada (e divertida) um pouco de cada empregado desta grande mãe que emprega 2,5 mil pessoas e hoje está entre as maiores cooperativas do agronegócio do Estado.

Janete, Leandro e Gianmarco se juntam e simbolizam todos esses funcionários, nas suas mais variadas características e funções, mais as três mil famílias associadas que estão no campo, em 130 municípios gaúchos e que ajudam a fazer esta grande engrenagem funcionar ao longo destes interruptos 73 anos.

o dia 15 de junho a Cooperativa Dália Alimentos completa 73 anos de fundação. Janete Fontana (47), Leandro Radaelli (46) e Gianmarco Barzotto (46) são funcionários da cooperativa e têm algumas coincidências entre si (e olha que bacana) com a cooperativa também: eles nasceram no ano de 1973 já completaram ou irão completar 47 anos em 2020.

Mas o que isso tem a ver com o aniversário da cooperativa? Tudo! É fácil se fizermos um cálculo rápido. Então, eles nasceram no ano de 1973 e a Dália completará 73 anos de história e o segundo ponto é que eles irão completar

A “Janete” da Balança

Dos três personagens citados acima, Janete é a funcionária com mais tempo de casa: são 29 anos como empregada da cooperativa, a serem completados no dia 12 de junho. Ingressou no ano de 1991 no Setor Contabilidade fazendo trabalhos de arquivo e passando o movimento dos associados para os livros diários, numa época de trabalho totalmente manual e quando a informatização estava começando a surgir. “Quando conclui o Ensino Médio precisava trabalhar e havia vagas para caixa no supermercado. A pessoa que me entrevistou achou que eu tinha o

perfil para trabalhar na área administrativa e me indicou a uma vaga na Contabilidade. Fiz a prova e fui selecionada”, recorda.

O tempo passou e hoje Janete trabalha na Central de Notas (Balança), na parte da terminação de suínos, no acerto e envio de insumos e no atendimento ao associado e à área técnica. Sobre o que a motiva a vestir a camiseta da empresa e sair para trabalhar todo dia é o sentimento de orgulho que sente pela cooperativa. “Trabalhar na Dália é ter a certeza de que faço parte de uma empresa séria, que produz alimentos com qualidade e está comprometida com o desenvolvimento de seus funcionários, associados e com as regiões onde atua”.

Sobre uma pergunta: a Dália está completando 73 anos de fundação no dia 15 de

O “Gian” da Qualidade

No ano de 1995 Gianmarco Barzotto (46) foi contratado, somando 26 anos de empresa. Nasceu em 1º de dezembro de 1973 e irá completar 47 anos no final deste exercício.

Ele é supervisor da Qualidade e coordena os programas desta área na empresa, dentre eles o Sistema 5S, os Grupos de Controle da Qualidade (GCQ’s) e os Procedimentos Operacionais Padrões.

Gian começou na Dália quando a cooperativa possuía um Posto de Vendas em Porto Alegre e lá realizava funções administrativas diversas, como o lançamento de pedidos, a emissão e conferência de notas fiscais, arquivamentos, entre outras tarefas de escritório. No transcorrer dos 26 anos de casa, ele conta ter passado por várias fases. “Tive a sorte de entrar após o início da reestruturação da cooperativa, ocorrida em 1993, que fez com que a empresa iniciasse a sua guinada para se tornar o que é hoje. Foram muitos desafios e aprendizados. Então, não poderia ser diferente e sinto orgulho por fazer parte disso tudo e muita gratidão pelo que vivi e pelo que tenho vivido aqui dentro”.

Para ele, é difícil descrever ou mensurar em palavras o significado da Dália em sua vida, afinal, são quase três décadas fazendo parte da cooperativa. “A Dália Alimentos re-

Janete está na Dália há 29 anos

O “Rada” motorista

Com 26 anos de empresa, Gianmarco trabalha na Qualidade

presenta uma parte importante na constituição de muitas coisas em minha vida. Me refiro a colegas, amigos e muitas, mas muitas conquistas e quando você faz parte de uma empresa que se encontra em pleno desenvolvimento, e ainda trabalha com uma equipe de colegas extraordinários, fica fácil se sentir motivado para encarar a jornada de trabalho diária com entusiasmo e amor”.

Sobre a coincidência do aniversário da cooperativa, ele se diz supresso e até brinca: “coincidência bacana, só fico curioso para saber quem chegou à conclusão desta conta! Mas está sendo válido para mim poder fazer este relato aqui.

Certamente a Dália Alimentos é parte relevante do que me tornei e do que levo comigo hoje, em todos os sentidos da minha vida”.

Leandro Radaelli completará 47 anos de vida no dia 15 de outubro. Ele, que trabalha na função de motorista do Dália Supermercados de Encantado há duas décadas, está na cooperativa há 21 anos. Radaelli recorda que foi contratado em 27 de setembro de 1991 pelo então gerente da Divisão Varejo, Rui Rahmeier, sendo auxiliar de Juarez Fontana (supervisor do depósito à época) e Cisto Vian (encarregado pelo abastecimento do supermercado também à época). Em menos de um ano na função de repositor de produtos pesados, fez a habilitação para dirigir caminhão e passou a ser motorista para as mais variadas funções, sendo a principal, junto a Cisto, em ir todas as segundas e quintas-feiras à Ceasa, em Porto Alegre, buscar mercadoria. “Saímos às 3h da madrugada de Encantado para estar em Porto Alegre às 5h, quando a Ceasa abria. Foram dez anos fazendo isso, além das entregas”, recorda.

Foram dez anos indo à Ceasa, longas madrugadas e atividades com o caminhão.

Depois passou a entregar somete ranchos na cidade de Encantado e região. Sempre colaborando com a cooperativa, ele comenta que fez muitas amizades desde que ingressou na Dália e agradece à cooperativa pela confiança e pela oportunidade de trabalho ao longo de todos estes anos. “Trabalho com

junho, ano em que você nasceu. E você neste ano fez 47 anos e foi em 1947 que a Dália foi fundada. Como você vê essa coincidência? “Coincidentemente a Dália completa 73 anos no dia 15 de junho, 73 é o ano em que nasci (ela nasceu em 13 de abril de 1973), neste ano completei 47 anos e a Dália foi fundada em 1947. Em meio a essa pandemia que estamos vivendo, quem sabe esta coincidência seja para nos unirmos ainda mais, empresa e funcionários, e juntos seguirmos com a missão de produzir alimentos para a população”. Resumindo em uma frase, o que a cooperativa representa sua vida? “A Dália representa crescimento pessoal, evolução e gratidão”.

amor e transparência. Valorizo muito todos os meus colegas, principalmente os que também fazem entregas de rancho, pois estamos sempre juntos, desde as viagens mais curtas até as mais longas, levando as compras da maneira mais rápida e correta possível a todos os clientes do Dália Supermercados”. Quanto à coincidência de fazer 47 anos no ano em que a Dália faz 73 anos de história, ano que ele nasceu, diz ser engraçado. “Olha como é o mundo, trabalho aqui há tanto tempo e não tinha me ligado nesta coincidência”.

Radaelli é conhecido de todos por levar “o rancho do mercado” aos clientes Produzido por: AI da Dália Alimentos