Negócios em Pauta - 13/11/2021

VALE DO TAQUARI Fim de semana, 13 e 14 novembro 2021 Edição 95

Lothar Johann completa 49 anos Criada pelo patricarca da família, empresa é administrada pelos irmãos Kurt, Hanz e Adrian Johann

Inaugurada em 1972 por Lothar Johann, a loja se tornou referência ao fornecer equipamentos elétricos em um período de expansão da eletricidade no meio rural. O comércio se tornou um das mais movimentados de Lajeado e, na década de 1991, a inaugurou inaugurou a fábrica de equipamentos para refrigeração comercial e demais itens para açougues, mercados lancherias, restaurantes e padarias. Os produtos da empresa conquistaram o Brasil e hoje são exportados para 17 países.

2

Fim de semana, 13 e 14 novembro 2021 Realização

OPINIÃO

Esperança na dificuldade

THIAGO MAURIQUE thiagomaurique@jornalahora.inf.br Patrocínio

Acelerada no Vibee recebe R$ 2 milhões Acelerada no 2º Batch do Vibee Unimed, a startup SleepUp, fornecedora de aplicativo para o tratamento da insônia e outros transtornos do sono, recebeu aporte de R$ 2 milhões, provenientes de cinco fundos de investimentos e quatro executivos.

A empresa detem a primeira terapia digital para insônia aprovada pela Anvisa. Para o tratamento, a SleepUp utiliza técnicas da medicina do sono, de terapias comportamentais e cognitivas, além de métodos de relaxamento e meditação. Com sede em São Paulo, a HeathTech trabalha em um segmento que cresce a expressivos 20% ao ano.

Para o head do Vibee, Rafael Zanatta, o resultado mostra o potencial

DIVULGAÇÃO

e capacidade de conexão do hub de inovação da Unimed VTRP. Nos dois primeiros batchs realizados, foram mais de 220 startups inscritas, de todos os estados do Brasil.

As incrições para o 3º batch do

Vibee estão abertas e encerram no dia 26 de novembro. Podem participar healthtechs em fase de ideação, validação e operação. Interessados devem acessar o site do hub, no endereço vibeunimed.com.br.

MARCANTE E ATUAL Apoiadores

Fundamos a Docile em 1991, efetivamente uma linha nova entrou na empresa em 2009. Foram anos de trabalho, que pouca gente vê. As coisas não acontecem de uma hora para outra. O sucesso é consequência de muitas coisas bem feitas.”

Ricardo Heineck

em entrevista para o Negócios em Pauta de setembro de 2021

FREDERICO SEHN

Multifeira e a expectativa pela Expovale VA L E D O TA Q U A R I Câmara da Indústria, Comércio e Serviços

Primeiro grande evento presencial da região desde o início da pandemia, a Estrela Multifeira superou as expectativas com R$18 milhões em negócios fechados – um feito e tanto para uma feira que não tem nos negócios a principal atividade.

Diante dos resultados, 90% dos ex-

positores afirmam que o evento atendeu ou superou as expectativasm, e 95% deles disseram ter interesse em participar da próxima edição, prevista para novembro de 2023.

Os bons números da Multifei-

ra trazem ainda mais expectativa para a próxima Expovale. A principal feira de negócios da região terá ainda o acréscimo da Construmóbil, com a promessa de números ainda mais expressivos.

A queda das últimas restrições de funcionamento e a proximidade das festas de fim de ano trouxeram novas perspectivas para os empresários de bares e restaurantes. Conforme a mais nova pesquisa nacional da associação do setor, Abrasel, 79% dos empresários acreditam em aumento das vendas até o fim de 2021.

Porém, o cenário atual preocupa, uma vez que 32% dos empresários do setor segue trabalhando no prejuízo e 60% desses disseram não ter conseguido fazer ajustes para sair do vermelho.

Segmento que está entre os mais afetados pela pandemia, o setor de bares e restaurantes agora enfrenta a grande elevação no preço dos insumos. O IPCA de alimentos e bebidas nos últimos 12 meses está em 14,6%, mas a pesquisa mostra que os empresários sentiram um aumento ainda maior nos custos, em especial da carne, energia elétrica e laticínios.

Para que os sinais de otimismo se concretizem, os estabelecimentos precisam recompor seus estoques, já pensando nas festas de fim de ano. Nesse ponto, além da alta nos preços, ainda enfrentam a escassez de itens vitais.

Um quarto dos entrevistados relataram dificuldade para comprar cerveja, e já há perspectiva de falta de outras bebidas, como vinhos e espumantes. É um efeito dominó, provocado principalmente pela escassez de embalagens no mercado. Se no ano passado havia falta de garrafas de vidro, neste ano mesmo as de plástico estão escassaz.

Por fim, a pesquisa aponta prejuízos causados pela alta da taxa básica de juros, Selic. Um quinto das empresas estão com dívidas bancárias em atraso. Um cenário complexo e desafiador.

Boa Leitura!

Fim de semana, 13 e 14 novembro 2021

3

4

Fim de semana, 13 e 14 novembro 2021

“Era o sonho do pai que trabalhássemos juntos” Irmãos Kurt, Hanz e Adrian Johann administram a Lothar Johann, empresa que completou 49 anos no dia 2 de novembro

U

ma das empresas mais tradicionais de Lajeado, a Lothar Johann nasceu da ousadia do patriarca da família Johann.

Representante comercial reconhecido pela honestidade e pelo engajamento na comunidade, Lothar Johann abriu o negócio em 1972, com uma loja de tintas, material elétrico e refrigeração, além de assistência técnica.

A empresa se tornou referência em um período de expansão da eletricidade no meio rural. Na

década de 1980, os irmãos Kurt, Hanz e Adrian Johann ingressaram no negócio. Em 1991, a Lothar Johann inaugurou a fábrica de equipamentos para refrigeração comercial e demais itens para açougues, mercados lancherias, restaurantes e padarias.

Os produtos da empresa conquistaram o Brasil e hoje são exportados para 17 países. Sempre unidos, os três irmãos comandam juntos a empresa que se tornou referência em Lajeado, seguindo o desejo do pai.

– Como nasce a Lothar Johann?

Kurt Johann – A Lothar Johann nasceu de um grande sonho. Meu pai era representante comercial de tintas e material elétrico. Depois também incorporou a parte da refrigeração e vendia aparelhos para uma indústria de Cachoeirinha. Ele percebeu a necessidade de abrir

uma assistência técnica para os aparelhos que vendia e decidiu também abrir uma loja. O pai gastou tudo e se endividou muito para abrir a empresa. Mas ele era sempre foi um bom vendedor e a mãe se engajou junto, cuidando mais a parte financeira.

Assim começou.

– Porque a empresa logo se tornou referência em Lajeado?

Hanz Johann – Poucas pessoas trabalhavam com refrigeração na época. Boa parte da região não tinha

energia elétrica e estava acontecendo o desbravamento da eletrificação, em especial na área rural. O pai teve a visão de que a energia elétrica iria se espalhar pelo interior e por isso apostar na refrigeração. Lembro que nós éramos “piás” e o pai ficava até de noite entregando freezeres e geladeiras pelo interior. As tintas também foram muito importantes para o início da empresa. Mas principalmente o carisma e a honestidade do pai, que era muito considerado na comunidade. Ele e a mãe sempre foram muito bem relacionados, participavam do

5

Fim de semana, 13 e 14 novembro 2021

clube de bolão iam a bailes e o pai foi tesoureiro da Acvat por 41 anos. Nas casas comercial do interior, chamavam ele para fazer o balanço.

– Quando vocês ingressaram na empresa?

Adrian Johann – Eu fui o primeiro a trabalhar de fato na empresa.

Aquela coisa de guri, estudava de manhã de tarde ajudava a carregar galão de tinta. O pai primava muito pelo nome da empresa, e a assistência técnica surgiu por isso. Não bastava só vender, tinha que arrumar se houvesse um problema. Se tiver 50 técnicos de refrigeração em Lajeado, 40 foram formados aqui. Eu fui estudar em Porto Alegre e casualmente namorei uma menina cujo pai era dono de uma loja de refrigeração com assistência técnica e acabei trabalhando lá. Depois trabalhei em uma empresa de refrigeração em Porto Alegre, na época da faculdade.

Mas, a vontade do pai sempre foi que trabalhássemos juntos. O Kurt e o Hanz moravam em Porto Alegre e ingressaram juntos na empresa.

Isso por volta de 1981. Eu voltei para Lajeado e fui direto para a assistência técnica.

– Como foi esse período?

Kurt – Para mim foi mais fácil porque eu havia trabalhado por anos nas Tintas Renner, em Porto Alegre, e já tinha conhecimento. A refrigeração, o produto já vinha pronto e o Adrian tinha conhecimento da parte técnica. Mas houveram dificuldades.

Com a vinda do Plano Cruzado, em 1986, começou a faltar muitos produtos. As pessoas vinham com dinheiro e colocavam em cima da mesa, mas não tinha o produto.

Também era uma época de hiperinflação. Nossa loja era no centro, se tu tinha a mercadoria e o cara te pagava a vista, tinha que ir até o banco para aproveitar o overnight, aplicação que pagava juros diários.

Teve uma época que os próprios gerentes passavam nas empresas para pegar o dinheiro à tardinha. Se deixasse algum valor no caixa, no outro dia valia menos, por causa da inflação.

– Quando vocês decidiram abrir a fábrica?

Hanz – A fábrica veio em 1991, porque vimos a necessidade de ter um produto com preço melhor. O produto que vendíamos tinha a margem do fabricante, mais a margem do revendedor, acabava ficando um

Lothar Johann recebeu título de Cidadão Lajeadense em 1996 preço mais alto para o consumidor final. Com a fabricação, podíamos vender para o consumidor pelo preço de fábrica, além de agregar outras revendas.

Kurt – Foi mais um peitaço. Existiam poucas fábricas na época no Rio Grande do Sul, mas eram muito fortes. O primeiro produto fabricado foi um refrigerador comercial para carne que eu vendi lá em Santa Cruz do Sul, mas o comprador mandou de volta, porque tinha uma perna mais curta que a outra. Teve um outro cliente meu que acabou ficando com ele, e nós fomos nos aperfeiçoando e adquirindo conhecimento.

Naquela época não dependíamos de maquinário sofisticado e fabricávamos conforme o pessoal pedia.

Com o tempo, passamos a ter uma linha de produção e fazer produtos em série.

por isso que deixamos de revender direto da fábrica para o consumidor e passamos a apostar em revendas.

A fábrica passou a vender para lojas porque a inadimplência era bem menor. Para crescer, procuramos acompanhar o mercado e desenvolver novos produtos. Começar a fazer estufas para salgados, pela qual somos conhecidos nacionalmente, fritadores, e incorporar algumas coisas no meio.

– Quais foram as principais mudanças no mercado desde então?

Hanz – O mercado mudou muito a partir dos anos 2000, com a digitalização. Veio a linha branca e os consumidores quiseram ter o mesmo mostrador do refrigerador de casa. Eles começaram a perceber que o balcão não serve apenas para conservar o produto, mas também

para vender. Antes era apenas vidro na frente, agora é na frente e dos lados. No início os galpões eram uma caixa de fórmica com vidro na frente e havia pouco auto serviço nos supermercados, pois quem servia era o atendente no balcão. Foi uma grande transformação.

– Porque a Lothar Johann continua sendo referência?

Adrian – O determinante foi a nossa união. Temos autonomia para decidir. Sempre conversamos para adotar uma decisão, mas temos toda a liberdade de botar em prática um produto nosso. As vezes, meus irmãos criam alguma coisa que eu fico sabendo só quando está quase pronto. Discutirmos, como todo mundo, pois cada um tem suas ideias, mas e sempre chegamos a um denominador comum. Mesmo quando discordamos, saímos pela porta e

O pai teve a visão de que a energia elétrica iria se espalhar pelo interior e por isso apostar na refrigeração.”

– Como a fábrica transformou a empresa?

Adrian – A fábrica elevou o nosso patamar. Vendíamos muito. Mas havia o problema da inadimplência.

Era a época dos cheques pré-datados. Acontecia muito de a pessoa deixar cinco cheques e pagar só os três primeiros. Era muito difícil fazer cobrança naquela época. Foi

Ao lado, fachada da primeira sede da Lothar Johann Acima, participação da Lothar Johann em uma das primeiras Expovales

está tudo certo, pois temos confiança um no outro. O pai trabalhou conosco até 2005, quando faleceu. Ele sempre foi nosso conselheiro.

- O que é preciso para uma empresa dar certto hoje?

Kurt – Coragem e pensar muito, saber sobre o que vai vender ou produzir e conhecimento de gestão. Começar no primeiro degrau. Vejo muito o pessoal que já começa com espaço maior do que precisa, gastando muito na frente. Precisava voltar a ser como antigamente, um degrau de cada vez, um dia de cada vez. Começar pequeno até chegar a uma qualidade boa para poder espalhar o produto no mercado. Hoje o pessoal começa muito do alto e quando acontece alguma coisa errada, estoura tudo. É preciso ter capital de giro, para não lesar o teu fornecedor. Consciência, pé no chão e alicerce.

6

Fim de semana, 13 e 14 novembro 2021

Conheça as vencedoras do Sebrae Like a Boss Desafio de Startups foi relizado durante a Estrela Multifeira, no Salão da Inovação

A

s startups AurosRobotics, SensorGreen e InovaPictor foram os grandes vencedores da edição do Desafio Sebrae Like a Boss realizado durante a Estrela Multifeira. Sediado no Salão de Inovação da feira, o evento reuniu 11 startups, com o objetivo de acelerar a conexão e a expansão dos negócios.

O desafio começou na sexta-feira, 6, quando as startups Pmetric, SensorGreen, InovaPictor, Criação.cc e Sintalgae disputaram três vagas para a final. Na manhã de sábado, 7 foi a vez das starups StartLearning, Freecash, Meu Resíduo, Auros

Robotics, Oka Coliving e Retta Tec disputarem outras três vagas.

As empresas tiveram quatro minutos para apresentar seus projetos, no formato pitch, para uma banca avaliadora formada por profissioanis da área de inovação e tecnologia. Após a apresentação, os avaliadores tiveram quatro minutos para fazer perguntas e questionamentos. A escolha dos vencedores considerou critérios como mercado, inovação, equipe e modelo de negócio.

Na tarde de sábado, as classificadas apresentaram o pitch final. A AurosRobotics, de Rio Grande, foi a

grande vencedora, e recebeu como prêmio uma avaliação de pré-investimento no valor de R$ 350 mil da Stars Aceleradora. Em segundo lugar ficou a Sensor Green, de Teutônia, e em terceiro a InovaPictur, de Campo Bom. Ambas foram premiadas com uma pré-incubação na Inovates.

Analista de articulação de projetos do Sebrae-RS, Claudia Kuhn afirma que o evento surpreendeu pela qualidade das startups e o alto nível das propostas apresentadas. Segundo ela, todas as 11 participantes apresentaram projetos inovadores e adequados às necessidades do mercado.

Primeira colocação ficou com a AuroRobotics, de Rio Grande

77

Fim de semana, 13 e 14 novembro 2021

AuroRobotics

SensorGreen

Criada na Universidade Federal de Rio Grande (Furg), a AuroRobotics desenvolve tecnologia para automação da colheita na fruticultura. Sócio da startup, Alexandre Horn afirma que o setor é carente de mão de obra e ainda utiliza tecnologias antigas, com mais de 30 anos.

Atualmente, a empresa trabalha com uma solução voltada para produtores de maça, que está em fase de adapação para colheita de uva, e no futuro será utilizada em outras culturas. O sistema utiliza Inteligência Artificial e visão computacional para mapear os pomares das fazendas. Outro produto ainda em desenvolvimento inclui a utilização de robôs para a colheita.

Horn considera o Like a Boss uma ótima oportunidade para apresentar a empresa ao mercado, buscar novos parceiros e investidores. Ele também destaca a oportunidade de fazer um pitch presencial após vários meses de apresentações apenas virtuais.

Agrotech focada em análise do solo, a SensorGreen ajuda a ampliar a produtividade das propriedades rurais sem deixar de lado os cuidados com o ambiente. A empresa utiliza uma tecnologia de sinais infravermelhos, chamada de espectroradiômetro. Em contato com o solo, o sistema gera dados que, por meio de equações e gráficos modelados com Inteligência Artificial, quantificam os nutrientes e a matéria orgânica presente no solo.

Sócias da SensorGreen, Fernanda da Silva e Luiza Kreimeier, afirma que, por ser uma empresa

InovaPictor recente, a decisão de participar do desafio foi avaliar a percepção das pessoas quanto ao projeto.

“Foi gratificante participar e conquistar o segundo lugar. Queremos desbravar novos campeonatos e, quem sabe, levar a ideia para o exterior”, afirma Luiza.

Conforme Fernanda, o evento também teve o mérito de reunir diferentes propostas inovadoras, além de apresentar uma banca qualificada, que fez questionamentos importantes. “Foi um momento de fazer novas conexões e gerar conhecimento.”

Agrotech SensorGreen, de Teutônia, ficou em segundo lugar

Terceira colocação ficou com a InovaPictor, de Campo Bom Empresa voltada para facilitar os registros de propriedade intelectual de pequenas empresas, a InovaPictor desenvolveu um sistema próprio que automatiza e otimiza os processos relacionados ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Por meio do sistema, a startup fornece todas as informações relacionadas aos processos em andamento e consegue dimiunuir o ticket médio gasto pelas empresas nos registros. A partir de 2022, a intenção é oferecer o serviço de

acompanhamento para empresas que já estão com processos em aberto no INPI. De acordo com Luís André Werlang, sócio da startup, foi a segunda participação da empresa no desafio, que oferece a oportunidade de melhorar o negócio a partir das considerações da banca de avaliadores, além do contato com outros empreendedores.

“Quando terminamos uma das nossas participações, outra startup nos contatou na hora para fechar um contrato.”

8

Fim de semana, 13 e 14 novembro 2021