A Hora - 07/03/2020

A HORA | Fim de semana, 7 e 8 de março de 2020 | Ano 17 - Nº 2544 | Avulso: R$ 5,00

Sim, nós podemos Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, o caderno Você apresenta uma série sobre mulheres fortes, que você acompanha durante todo o mês de março.

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Desigualdade de gênero agrava no RS, aponta estudo Pesquisa do Departamento de Economia e Estatística revela que as mulheres no RS recebem 26% a menos do que os homens, que houve queda na presença

COMUNIDADES

Localidades que décadas atrás tinham dezenas de famílias vivendo em comunidade estão hoje reduzidas a raros moradores

E

m busca de melhores condições de vida e trabalho, ao longo dos anos, centenas de famílias deixaram suas terras no interior e migraram para a cidade.

Processo foi mais intenso nas décadas de 1980 e 1990. FiPáginas 11, 12 e 13

OPINIÃO FERNANDO WEISS

O Santo e a Santa Depois de Encantado, Santa Clara do Sul projeta monumento.

OPINIÃO RODRIGO MARTINI

Porto de Estrela Segundo prefeito, município obtém cessão de uso junto ao Estado.

Fechamento da edição: 19h

delas em posições de chefia e que a violência de gênero faz parte do cotidiano do estado, com índices de femiPágina 6 e 7 nicídios superiores à média nacional.

GABRIEL SANTOS

caram para trás comunidades abandonadas. No Vale do Taquari, há mais de uma dezena de casos. Em alguns destes, ex-moradores iniciam um ciclo inverso, de retomada da vida comunitária perdida com o tempo.

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A HORA | Fim de semana, 7 e 8 de março de 2020

ABRE ASPAS

“Se formos olhar para a política, onde estão as mulheres?”

ARQUIVO PESSOAL

Jandra Cardoso Segabinazzi, 30, é professora de História e militante do movimento feminista da região.

Vê nesta corrente uma oportunidade de promover a revolução pelos direitos das mulheres.

LAURA MALLMANN laura@jornalahora.inf.br

• Qual é a origem da data e por que ela é tão importante para as mulheres?

A história nos conta vários eventos que fazem com que o dia 8 de março seja considerado o Dia da mulher. A data foi proposta pela militante Clara Zetkin, em 1910, é uma data fruto das lutas das mulheres por seus direitos sociais, políticos e culturais. O que me toca neste dia vai além de toda e qualquer possível comemoração ou celebração.

A data me vem como um misto de sentimentos: força e angústia. Quantas mulheres e quantas Marielle Franco precisarão perder suas vidas para que consigamos andar na rua sem medo? Para que tenhamos o direito à nossos corpos? Gostaria de deixar essa reflexão hoje.

• Como você vê o avanço das mulheres em meio à sociedade? É processo de muita luta, resistência e sangue derramado. O Brasil é um dos países que mais mata mulheres cis e trans. Não é um cenário seguro para ser mulher. Não considero que os avanços chegaram onde gostaríamos que chegasse. Ainda há muito

a ser feito, pensado e concretizado coletivamente. Seria muito audacioso de minha parte dizer que avançamos. Quando leio feministas de 50 anos atrás, vejo que muitas das reivindicações ainda são as mesmas de agora. Há muito a ser feito: começando peça segurança de nossos corpos e proteção de nossas vidas.

• No que você enxerga que as mulheres precisam crescer?

Percebo que as mulheres conquistam espaços, mas ainda não ocupamos todos os que podemos estar. Se formos olhar para a política, onde estão as mulheres? Somos minoria. E a única mulher na história do país a ser Presidenta sofreu um golpe. Isso já diz muita coisa. Nossos direitos ainda são decididos por homens brancos. São eles que decidem as políticas para nós mulheres e as que envolvem nossos corpos e nossas decisões. Devemos ficar atentas às opressões e buscar a liberdade. Devemos saber que existem vários feminismos, o de mulheres

Contatos eletrônicos: Diretor Executivo: Adair Weiss Diretor de Mercado e Estratégia: Fernando Weiss Diretor de Marketing e Inovação: Sandro Lucas Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

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negras, de indígenas e de mulheres rurais.

Não estamos só!

• O que é o feminismo, como se envolveu com o movimento?

Antes de conhecer a palavra feminismo, escutava bandas de punk rock de mulheres feministas. Estas, faziam parte de um movimento chamado Riot Grrrl da década de 90, nos Estados Unidos. Acredito que o movimento feminista não caminha apenas na busca da igualdade de gênero.

Vejo como um movimento de revolução.

Na forma de pensar, de comunicar e de se relacionar. O feminismo ensina que empatia, solidariedade e comunicação não violenta são chaves essenciais para as relações. É um movimento que busca também o respeito às diversidades e individualidades e o acesso de toda e qualquer pessoa aos espaços. Não haverá igualdade social e econômica se esta não for feminista, por exemplo. Estudo, trabalho, voto são conquistas da luta feminista.

Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Impressão Zero Hora Gráfica

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EDITORIAL

Muito mais do que flores

E

studo divulgado nesta semana pelo Departamento de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul reforça a importância da luta pela igualdade de gênero. Seja em nível estadual ou nacional, muito ainda é necessário avançar para a construção de uma sociedade justa e equilibrada no que diz respeito a direitos e deveres de homens e mulheres.

O RS ainda registra uma taxa de feminicídios superior à média brasileira, rendimento salarial 26% menor do que o dos homens e uma queda na presença em posições de chefia.

Dos atos e assédios machistas do cotidiano ao extremo da violência contra a mulher. O Brasil ainda é o 5º país do mundo que mais mata mulheres e é o pior país da América do Sul em termos de oportunidade para meninas. Os índices de estupro, de violência doméstica, de exploração sexual. Tudo isso mais do que justifica a necessidade de debater o tema.

O Dia Internacional da Mulher é muito mais do que dar uma rosa à namorada, à mãe ou esposa. Traz consigo um momento de reflexão sobre a desi-

Muito ainda é preciso avançar para construir uma sociedade justa e equilibrada em condições, direitos e deveres, entre homens e mulheres.” gualdade entre homens e mulheres e de como romper a barreira do preconceito.

Enquanto alguns minimizam a luta pela igualdade de gênero, rotulando o movimento feminista de radical e exagerado, felizmente, cada vez mais, mulheres e meninas despertam a consciência para a importância de reivindicar condições equânimes.

Historicamente, o feminismo foi fundamental para uma série de conquistas. Se não fosse o feminismo, as mulheres não teriam tido o direito de estudar, dirigir, ter uma profissão, escolher com quem casar ou não casar, ter filhos ou não ter. Não teriam o direito de votar em seus governantes e tampouco ser um deles.

Muita informação e persistência ainda são necessárias para superar tabus e dogmas da cultura patriarcal, a começar pela educação de nossas crianças e jovens, a quem deve ser mostrado que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações.

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8 de Março

Dois Planos

Domingo, 8 de março, é dia das Romis, das Martas e das Lauras. Mas segunda, terça, quarta ... também é. Todo dia é Dia da Mulher. Parabéns a todas e que sigam, paripassu, ocupando o espaço que sempre foi de vocês.

Enfim, Lajeado caminha para ter um crescimento ordenado. Dois Planos – o Diretor e o da Mobilidade Urbana – estão em vias avançadas de implementação. As duas políticas públicas são fundamentais para nortear o crescimento de uma cidade, ainda mais, quando esta se projeta para ser inteligente. Se aprovar ambos os planos ainda este ano, estaremos diante de um feito histórico.

FERNANDO WEISS Sugestões, críticas, contrapontos: fernandoweiss@jornalahora.inf.br

(INTERINO)

AUMENTO QUESTIONÁVEL.

NO MÍNIMO

O

parlamento lajeadense vota, nas próximas semanas, o aumento salarial de 4,2% para todo funcionalismo público. São dois projetos: uma para os servidores e outros para os agentes políticos, incluindo os próprios vereadores.

Sabe-se que se trata de prática anual costumeira, ainda assim, os legisladores poderiam ser sensíveis a situação econômica e excluir o próprio aumento da lista. Sempre é bom reiterar: ser vereador não é – ou não deveria ser – profissão. Mas, infelizmente os parlamentos foram se institucionalizando país afora e hoje estão aparelhados com estrutura e custo que muito mais alimentam os currais eleitorais do que propriamente a função que cabe ao Legislativo.

A propósito: em Estrela, os vereadores rejeitaram o projeto que previa o aumento aos agentes políticos.

SALÁRIOS DOS AGENTES POLÍTICOS DE LAJEADO

CARGOS

ATUAL

COM AUMENTO

Prefeito

R$ 23.319,04

R$ 24.298,43

Vice

R$ 9.678,83

R$ 10.085,34

Secretários Municipais

R$ 11.659,52

R$ 12.149,21

Vereadores

R$ 7.484,67

R$ 7.799,02

Enquanto isso

Em Santa Clara do Sul, o vice-prefeito em exercício, Fabiano Immich negou o pedido dos servidores da secretaria de Obras, que pediam redução da jornada de trabalho de 44 para 40h semanais.

O Santo e a Santa Em Encantado, o que muitos duvidavam começa a virar realidade. A construção da estátua de Cristo, no Morro das Antenas, já supera 30 metros de altura. Trata-se do mais alto monumento de Jesus em todo o país. Inclusive, já tem data prevista para a inauguração: 19 de dezembro. E tem algo a invulgar nesta empreitada projetada para alcançar 43 metros: será feito integralmente por dinheiro privado, arrecadado por doações de pessoas físicas ou jurídicas. O valor previsto para aplicar na obra é de R$ 1,6 milhão, sendo que até aqui, o arrecadado beira R$ 400 mil.

Em Santa Clara do Sul, voltou ao debate a construção de uma santa no morro dos Marder, próximo ao centro da cidade. O desejo de construir uma estátua de Santa Clara no referido local é antigo. O primeiro projeto surgiu por volta de 2011. Na época, foi desapropriada a área, sem dar andamento a obra em si.

Dessa vez, com o município orientado para a produção orgânica e ao estímulo de empreendimentos turísticos, o projeto deve sair do papel, inclusive foi assunto dessa semana no Conselho do Desenvolvimento.

O prefeito Paulo Kohlrausch vai para Brasília no próximo dia 16 para buscar recursos do Ministério do Turismo e viabilizar a obra. Entre os detalhes, consta que para chegar ao monumento da Santa, haverá 650 degraus de escada, o que por si só, será grande atração.

Acima, a obra em andamento em Encantado. Ao lado, pátio da igreja Matriz de Santa Clara. Santa será erguida no morro que fica ao fundo, à esquerda

Orgânicos para pets Na esteira de estimular produção e consumo de orgânicos, Santa Clara do Sul terá uma fábrica de rações orgânicos para cães e gatos.

O empreendimento já está em atividade e fez os primeiros testes de produção de biscoitos e rações feitos com matéria prima ecológica, oriunda de produtores locais que plantam legumes, verduras e frutas sem utilização de agrotóxicos. Para iniciar oficialmente a produção, a indústria aguarda apenas a documentação do Ministério da Agricultura para ser legalizada. Não restam dúvidas da demanda de mercado existente neste segmento. O empreendedor é de Porto Alegre, mas tem raízes no Vale do Taquari.

Exemplo de Estrela ao país É compreensível a inquietação dos moradores estrelenses próximos ao empreendimento da Folhito. Ninguém se sente confortável com mau cheiro e a própria empresa diz e rediz que resolverá a situação. Sem entrar nestes pormenores, es-

tamos diante de um dos mais significativos investimentos em biogás do país. Em síntese, a empresa industrializa resíduo que em outros épocas e lugares se perdia no ambiente, seja nos rios, nos matos ou lavouras.

Resolver a questão do cheiro é primordial, mas é necessário uma dose de cautela da sociedade e perceber o tamanho do benefício do empreendimento, sob pena de avançar para um senso comum que não nos conduz a lugar nenhum.

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Inteligência territorial!

RODRIGO MARTINI Sugestões, críticas, contrapontos: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

Porto de Estrela

O prefeito Carlos Rafael Mallmann informa: na tarde dessa sexta-feira, durante a reunião do Conselho de Patrimônio da Secretaria Estadual de Planejamento, ficou definido que o Estado autorizou a cessão de uso da área do porto para o município de Estrela. É a tão sonhada municipalização do complexo portuário às margens do Rio Taquari. Porém, a decisão final ainda será avalizada em Brasília. “O processo já está pronto, faltava apenas a cessão da área para o município”, garante o chefe do Executivo estrelense.

Mobilidade Urbana

Dois contribuintes que se manifestaram durante a audiência criticaram a necessidade de aprovação do Plano pelo Legislativo de Lajeado. “Percebemos no município a ocorrência de negociatas”, disse um deles. “São temas para Técnicos, e não para a Câmara de Vereadores.”

Mobilidade Urbana II

Outro debate retomado a partir da audiência foi sobre a necessidade de retornos nas principais avenidas da cidade, como forma de suavizar a travessia de veí-

culos. Os presentes também debateram sobre formas de cruzar ou mesmo erguer as rodovias BR-386 e ERS-130.

Mobilidade Urbana III

A empresa ImTraff realiza nova audiência em junho e dois workshops. Também coloca no ar o link MobLajeado, para realizar pesquisas (haverá QRCode nos ônibus). E vale lembrar Estrela, Teutônia, Arroio do Meio, Encantado e Taquari também precisam planejar a mobilidade.

Candidatos e partidos Aos poucos estão surgindo os nomes dos futuros candidatos a vereador. Pelo MDB, a Assessora de Comunicação da Câmara de Lajeado, Carolina Gasparotto, está confirmada. Ainda em Lajeado, o PSDB quer lançar Guilherme Bolsi, filho do ex-vereador, Léo Bolsi.

E os tucanos confirmaram nessa sexta-feira a filiação do vereador Ildo Salvi, ex-REDE, e ex-PT. A filiação de Salvi dobra a representatividade tucana na Câmara.

O ato contou com a presença de outros pré-candidatos do PSDB. Entre eles, Alex Braga e

Oilquer dos Santos, e também Celi Ulrich, da Associação de Moradores do Bairro Conventos. Márcio Dal Cin não estava presente no evento, mas deve ser confirmado como mais um candidato tucano em outubro.

F

oi interessante a primeira audiência pública sobre mobilidade urbana em Lajeado. Havia inicialmente um receio em relação à participação ou não da sociedade lajeadense neste encontro.

Quando faltavam poucos minutos para iniciar o debate, no fim da tarde dessa quinta-feira, o público ainda era ínfimo nas dependências da Câmara de Vereadores.

Porém, aos poucos o plenário foi enchendo e a sociedade, de fato, se mostrou representada.

Vi empresários de setores distintos da nossa economia sentados lado a lado, dividindo espaços com políticos, correligionários de diferentes partidos, ciclistas, curiosos e contribuintes de diversos bairros. Todos atentos aos mais intensos problemas de mobilidade na cidade. Foi um início promissor para um debate que é urgente. A nossa qualidade de vida está em jogo, e será preciso muita sintonia para evitar danos maiores no futuro.

Tratar de mobilidade urbana é debater o coletivo. E é essa a grande complexidade desse plano. Afinal, de nada adianta criar fundos

Pro_Move em Curitiba O Governo de Lajeado vai apresentar o case do Pro_Move durante terceira edição do Smart City Expo Curitiba, um dos principais eventos sobre inovação no setor público em toda a América Latina. Pouco a pouco, esse importante movimento vai ganhando espaço!

e mundos se lá no fim do processo as pessoas insistirem com os mesmos hábitos. Mobilidade urbana é, também, um debate cultural.

Será preciso quebrar paradigmas e mudar conceitos. E isso, como bem dito por um dos participantes, é muito difícil em Lajeado.

Uma das frases que marcaram o encontro foi: “o trânsito muda a cada troca de prefeito”. E é verdade. O exemplo utilizado foi a principal via da cidade, a Rua Júlio de Castilhos. De tempos em tempos, governantes trocavam o sentido da via. O mesmo ocorreu com a Av. Benjamin Constant, em alguns trechos. São mudanças bruscas que foram realizadas com pouco ou nenhum estudo qualificado, assim como tantas rótulas e quebra-molas. E isso precisa acabar.

O encontro também revelou angústias mais singelas – mas não menos relevantes. Realocação de faixas de seguranças, calçadas, mais horários e conforto nos ônibus coletivos municipais, e mudanças pontuais em alguns pontos e vias mais distantes do centro da cidade foram demandas levantadas pelo público presente.

São problemas crônicos que carecem de um estudo aprofundado para uma solução plausível. Chega de tapar o sol com a peneira.

Houve também um breve debate sobre ciclovias. Ah, as ciclovias.

Tão bem difundidas em países mais desenvolvidos e tão esquecidas no nosso Brasil. Na tarde que antecedeu o encontro, fui buscar a bicicleta do meu filho em uma oficina tradicional da cidade. O equipamento ficou muito tempo exposto na praia e a maresia cumpriu seu papel. Chegando lá, fui interpelado pelos proprietários.

“Você vai acompanhar a audiência, certo?”

Eles estão preocupados com a falta de incentivos ao modal que nada polui o ambiente natural.

Segundo eles, no início da década, logo após a criação de alguns quilômetros de ciclovias em Lajeado, o comércio de bicicletas registrou um aumento superior a 10% nas vendas. “Mesmo com ciclo-faixas mal planejadas”, provocam. Ou seja, parte da população está disposta a mudar hábitos. Resta garantir segurança e condições adequadas para novos modais.

Aniversário!

O prefeito de Encantado comemorou 80 anos de idade nessa sexta-feira.

Adroaldo Conzatti ainda demonstra bastante vitalidade e deve ser candidato à reeleição em outubro – ainda resta saber se ele concorre pelo PSDB ou se migrará para o MDB.

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VIOLÊNCIA E BARREIRAS NO MERCADO

No Dia da Mulher, um alerta nacional Ano de 2020 e a sociedade ainda discute igualdade.

Entre quem considera o feminismo mimimi e a luta por mais representatividade, estudo revela que as mulheres recebem 26% menos do que os homens, que houve queda na presença delas em posições de chefia e que a violência de gênero faz parte do cotidiano gaúcho. Estado tem um índice de homicídios de mulheres maior do que o brasileiro FILIPE FALEIRO

Por ano, são mais de mil ocorrências de crimes de violência contra a mulher

FILIPE FALEIRO filipe@jornalahora.inf.br

ESPECIAL

A

polarização coloca pessoas vistas como iguais pela Constituição em extremos opostos no debate público. O fenômeno é ainda mais latente nas redes sociais. Na tentativa de desacreditar quem pensa de maneira contrária, se cria um campo de discórdia e desequilíbrio nos espaços de fala.

O feminismo é um dos conceitos que mais sofre com ataques para deslegitimá-lo. Uma tentativa de vender uma ideia de que homens e mulheres têm as mesmas condições no espectro social. Na prática, indicadores mostram outra realidade.

Estudo do Departamento de Economia e Estatística ajuda a dar uma base concreta ao cenário no RS. Em resumo, os dados alertam para uma desigualdade crescente. De mais grave, a taxa de homicídios contra mulheres no Estado é superior à média brasileira.

O panorama compreende o período de 2015 a 2019 e consta no estudo "Igualdade de gênero e empoderamento das mulheres e meninas no Rio Grande do Sul".

Pela avaliação da secretária estadual de Planejamento e Gestão, Leany Lemos, a desigualdade de gênero é um dos assuntos que precisa ser colocado como prioridade nas políticas públicas. “Um bom diagnóstico da situação é sempre o ponto de partida adequado para o desenvolvimentos das iniciativas”, disse durante apresentação da pesquisa nesta semana.

O diagnóstico mostra os indicadores gaúchos e do país.

Aborda desde informações sobre violência de gênero, inserção feminina no mercado de trabalho, diferenças salariais, acesso a políticas públicas, participação em cargos de chefia no setor privado e público, além de questões de saúde.

Ao passo em que alguns itens demonstraram avanços, em especial no acesso a atendimentos em saúde e educação, houve piora no quesito violência em virtude do gênero e a diferença salarial em comparação com os homens.

Violência cotidiana

A delegada Márcia Bernini Colembergue responde pela delegacia da Mulher no Vale do Taquari. São em média mil ocorrências por ano de violência de gênero. Os casos mais comuns são de ameaça, agressão, vias de fato e perturbação. Depois entram assédios, abusos e estupros.

Para ela, há uma questão cultural envolvida na relação homem e mulher. “A socieda-

de patriarcal reproduz a ideia de que o homem tem a posse da mulher. Ele decide. Isso cria uma conduta nociva”, realça.

Para a policial, as agressões estão na base, inclusive devem ser maior, pois muitas vítimas não registram. Por vezes na esperança de isso terminar ou mesmo por dependência financeira ou emocional.

Os números nacionais mostram que no ano passado, de cada dez mulheres, três sofreram algum tipo de violência. Nesse universo, quatro foram assediadas.

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A HORA | Fim de semana, 7 e 8 de março de 2020 MARINA MULLER/DIVULGAÇÃO

Com relação a homicídios contra elas, o RS tem um índice maior do que o brasileiro. A cada 100 mil pessoas, foram 5,1 mortes de mulheres. No país, esse número é de 4,6. Dos 300 casos de homicídios de mulheres no Estado, 83 foram classificados como feminicídio (quando o assassinato é cometido em função do gênero).

“Se o RS tem um elevado índice de feminicídios, fica evidente que os autores praticam tal violência ligada ao machismo estrutural que coisifica a mulher e estabelece relações de hierarquia e submissão”, afirma a delegada aposentada e professora da Univates, Elisabete Barreto Müller.

Maioria na sociedade e no desemprego

A população gaúcha é composta por 51,3% de mulheres.

Com relação a força de trabalho, corresponde a 46,2% das vagas preenchidas. O contingente feminino é o maior em relação aos desempregados, com 56,5%. Índice mais elevado do que a nacional, que fechou 2019 com 53,1%.

Quando se analisa os rendimentos, mais desigualdade. Para as mesmas funções, as mulheres

Grupo de mulheres criou o A.Woman Ocupa. Movimento visa fortalecer o empreendedorismo feminino em Lajeado

gaúchas recebem 26% menos do que os homens. “Tal índice representa uma enorme injustiça e uma notória discriminação. A igualdade prevista pelo artigo 5° da Constituição não está sendo cumprida na prática”, afirma a professora.

Para Elisabete, é preciso desenvolver ações afirmativas para equilibrar as competências e méritos individuais. O primeiro passo, diz,

Por ano, mais de

16 milhões

de mulheres brasileiras sofrem algum tipo de violência Em 2019, mulheres gaúchas ganharam

74%

do rendimento em comparação aos homens Por hora, mulheres ganham

84%

ante a hora dos homens

seria criar incentivos para que elas tenham as mesmas condições de trabalho do que os homens. “Penso que também poderiam haver projetos para levar mais transparência na divulgação de salários no setor privado e prever benefícios para empresas que se destacam.”

Em relação aos cargos de chefia, houve mais redução da participação das mulheres entre 2015 e 2018. No primeiro ano da análise era de 34,8%. No número mais atual, o percentual está em 33,8%.

Na história Desde o fim do século 19, organizações de mulheres operárias protestavam por melhores condições de trabalho na Europa e nos Estados Unidos. O primeiro Dia da Mulher foi celebrado em maio de 1908 nos EUA. Cerca de 1,5 mil mulheres aderiram a uma manifestação por igualdade econômica e política no país. A data foi instituída em 1910, na 2ª Conferência Internacional de Mulheres Socialistas quando mais de cem representantes de 17 países aprovaram a criação do dia. O objetivo era honrar as lutas femininas e buscar suporte mundial em defesa da igualdade de condições entre homens e mulheres.

Em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional com os princípios de igualdade entre homens e mulheres. Nos anos 60, o feminismo cresceu junto com os movimentos de contracultura. O 8 de março foi reconhecido pelas Nações Unidas em 1977.

No Brasil, a mobilização das mulheres começou no início do século 20. Os grupos buscavam melhores condições de trabalho e qualidade de vida. A luta se fortaleceu com o movimento das sufragistas, entre 1920 e 1930.

Por meio desse movimento, as mulheres ganharam o direito ao voto, em 1932.

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FAMOSOS APOIAM A CAUSA Whindersson Nunes, o maior youtuber do

país, foi uma das primeiras personalidades com alcance nacional a divulgar a campanha. No dia 5 de janeiro, ao completar 25 anos, Whindersson divulgou nove Vakinhas Online, inclusive a de Lívia.

As apresentadoras Eliana e Ana Hickmann abraçaram a causa no

TODOS PELA LÍVIA

Campanha precisa de R$ 5,4 milhões em oito meses Grupo de terapeutas acompanha a menina diariamente para minimizar as dificuldades que o diagnóstico impõe LAURA MALLMANN laura@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

A

família de Lívia Teles corre contra o tempo para arrecadar os R$ 9 milhões para o tratamento com medicamento Zongelsma, necessário para curar a Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1. Em meio à campanha, Lívia passa por terapias diárias para reduzir as dificuldades decorrentes da doença.

Uma equipe de fisioterapeutas participa do cotidiano da menina. Professora universitária, fisioterapeuta e doutora em medicina, Magali Quevedo Grave acompanha Lívia desde quando recebeu a AME foi constatada. Mensalmente, Magali realiza exercícios de interação para o desenvolvimento motor e de mobilidade de Lívia. “Temos uma equi-

pe que discute os avanços e efeitos positivos e negativos do tratamento”, esclarece.

Sessões de fisioterapia motora e respiratória, terapia ocupacional e fonoaudiologia são algumas das atividades de Lívia. A fisioterapeuta Adriana Nunes integra a equipe desde setembro do ano passado, quando a menina retornou para a casa da primeira internação hospitalar.

Adriana revela que o caso de Lívia é desafiador. “Precisamos estudar e pesquisar sobre o caso todos os dias. Estamos motivados a aprender para oferecer o melhor para ela.”

Adriana conta que todos estão envolvidos na luta dela. “Hoje nossa relação ultrapassou a de terapeuta e paciente”, afirma.

Avanços Nesta semana, a família foi até Curitiba para realizar exames preparatórios em laboratório para receber o Zolgensma, no Hospital Pequeno

dia 7 de janeiro. Eliana divulgou a campanha em seus stories. “A pequena @liviatls precisa da nossa ajuda. Conte comigo anjinho”. Ana Hickmann publicou uma foto e um vídeo solicitando ajuda para a menina.

Juntas, as apresentadoras somam mais de 33 milhões de seguidores.

Em 14 de janeiro, em vídeo, o capitão e meia do Internacional, Andrés D’Alessandro compartilhou com os seguidores a história de Lívia e convocou seus seguidores a colaborar com a menina.

No dia 25 de janeiro, o jogador da seleção brasileira de vôlei e da Funvic Taubaté, Lucas Saatkamp, o Lucão, divulgou um vídeo para motivar seus seguidores a contribuir com a campanha. Além disso, o jogador, natural de Colinas, doou uma camiseta da seleção para sortear em uma rifa.

A banda Nenhum de Nós interrompeu sua apresentação no Planeta Atlântida, no dia 1º de fevereiro, para divulgar a campanha #TodosPelaLívia.

DIVULGAÇÃO

O atacante da Juventus e ex-Grêmio, Douglas Costa, gravou um vídeo de apoio a campanha no dia 26 de fevereiro e doou uma camiseta do seu clube autografada para a realização de uma rifa online.

Já no último dia 29, a apresentadora Angélica publicou uma foto de Lívia em suas redes sociais com a frase “Vamos lá! Mais um anjo precisando da gente”.

Vídeos gravados por produtoras impulsionam a divulgação da campanha

Príncipe. Os exames são acompanhados por uma doutora neuropediatra.

Conforme o pai de Lívia, Anderson Teles, ela está saudável e responde bem aos estímulos das terapias. “A nossa busca é manter ela bem e, com

o apoio de todos, chegar o quanto antes no valor para custear o medicamento”, conclui.

Conquistas Quem segue o perfil de Lívia nas redes sociais já está acostumado com as postagens das conquistas e metas de valores. A cada R$ 300 mil arrecadados, a família compartilha as etapas em um mapa, que

parte do RS com destino final a cidade de Boston, em Massachusetts (EUA). A campanha começou em agosto do ano passado e precisa arrecadar o valor total até em outubro de 2020, antes da menina completar dois anos. Nesta semana, o perfil oficial no Instagram, o @liviatls, atingiu a marca de 53,9 mil seguidores. Conforme Teles, muito se deve à divulgação dos vídeos produzidos pela Produtora Pavillion e pela Âmago Fotografia.

Rumo aos R$ 4 milhões Segundo a família, a campanha está próxima de alcançar os R$ 3,9 milhões. No sábado, serão realizados 23 pedágios solidários pelo estado.

Em Lajeado, o Diretório Central de Estudantes da Univates promove neste domingo, 8, uma feirinha ao ar livre, em frente à Biblioteca da Instituição. As mercadorias comercializadas serão doadas pelos alunos.

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GABRIEL SANTOS

COMUNIDADES Com a migração dos mais jovens para a cidade em busca de uma vida melhor, localidades do interior do Vale do Taquari vivem um processo de esvaziamento. Comunidades que, décadas atrás, reuniam 20 ou 30 famílias se veem reduzidas a um ou outro morador e estruturas, como igreja e escola, abandonadas. Há casos em que nem morador mais há. Nos Centros urbanos e nas prefeitura pouco se sabe sobre estas localidades.

MATHEUS CHAPARINI matheus@jornalahora.inf.br

GABRIEL SANTOS gabriel@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

N

a chegada, há uma ampla casa de madeira. Com cinco quartos, varanda e porão, abrigava uma família de oito filhos. Está abandonada.

Genro dos falecidos donos, Batista de Jesus é o único que aparece de vez em quando. “Tem um açudezinho e uns pés de ai-

pim para me distrair”, diz.

Mais adiante, as únicas duas casas que restaram habitadas na localidade. O carro só segue por mais 100 metros. A subida é íngreme e a estrada tem muitas pedras soltas. Para ir adiante, só a pé.

Mais uns 500 metros de subida e chegamos à antiga escola. O imóvel que décadas atrás servia ao ensino de mais de 30 alunos, é uma casa de três peças. A escola funcionou de 1967 a 1996 quando havia apenas uma matrícula, do aluno Maico Specht.

Ainda hoje, é muito bom de viver aqui. Pena ter 64 anos, queria ter 20.”

CÉLIO SPECHT MORADOR LINHA VINARE ALTA

Aos fundos, uma área coberta, destinada a festividades e uma cancha com duas bochas, uma vermelha, outra branca.

Mais adiante, há uma pequena queda cascata.

Na sala de aula, duas cadeiras, uma caixa d’água quebrada e alguns cacos de vidro das janelas.

Seguindo pela estrada, uma casa de madeira abandonada tomada pelo mato. Ali se criaram Célio Specht e seus irmãos. Ao lado dela, um forno de tijolo. Até alguns meses atrás, havia um galpão. As madeiras amontoadas

e parcialmente queimadas.

Do outro lado da estrada, uma casa reformada com uma placa na frente: Sítio Dutra. O dono morreu, segundo relatos dos poucos que ainda sabem o que se passa na Linha Vinagre Alta, interior do município de Travesseiro.

O imóvel, que já não era morada, ficou ali. A família aparece de vez em quando. A estrutura em bom estado e a grama cortada contrastam com o cenário de abandono.

Continua>>

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A HORA | Fim de semana, 7 e 8 de março de 2020

A última família Não tinha daquela comunidade luz na Natal

U

m dia, foram embora os Simonetti. Em seguida, os Souza também migraram. Em poucos anos, a comunidade que reunia mais de 20 famílias resumiu-se aos Specht.

A penúltima família foi embora em 2003.

Hoje são apenas duas casas. Nelas moram Célio, a esposa, Maria, e dois dos filhos do casal: Neiva, que trabalha na prefeitura de Travesseiro, e Maico, que ajuda na propriedade e faz outros trabalhos eventuais. A outra filha, Vanda, vive em Porto Alegre faz cerca de 20 anos e trabalha no comércio.

Célio vive ali desde que nasceu.

Os avós vieram da Alemanha e se instalaram na localidade.

A criação da lei da aposentadoria rural, em 1991, foi fator decisivo na demandada. Passou a ser possível se aposentar com a comprovação da atividade no campo, por meio dos talões de produtor e testemunhas, e completar o período com trabalho de carteira assinada. Muitos viram ali a oportunidade de uma vida melhor.

Em poucos anos, boa parte dos moradores foi embora. Specht foi testemunha 27 vezes em processos de aposentadoria. “Aquele tempo, tinha gente que nem formiga. Hoje não tem quase ninguém.”

Aos 64 anos, ele diz gostar de onde vive. Só sai da Vinagre Alta para receber algum pagamento e para os churrascos de sexta ou as bochas de domingo, no salão comunitário da Picada Felipe Essig, a 2 km.

Na propriedade, os Specht têm sua fonte de renda, com a produção de suínos, alimento variado, na horta e na lavoura, e água limpa, que vem de uma nascente no meio do mato. A casa conta ainda

N

Célio Specht é feliz onde vive e não quer deixar sua comunidade

com internet, antena para celular e até TV a cabo.

No que depender deles, a linha vai demorar para se tornar uma comunidade fantasma. “Ainda hoje, aqui é muito bom de viver.

Pena ter 64 anos, queria ter 20.”

A primeira professora

Aos 17 anos, Elides Bettio deixou o curso de magistério, em Venâncio Aires, para lecionar e assumiu a escola da comunidade.

A família morava em Três Saltos Alto. Na segunda-feira, ela percorria a pé 10 km de subidas e descidas para passar a semana na comunidade vizinha. “Precisava ajudar o pai, então eu e a mana saímos do colégio para dar aula.”

De manhã, cuidava da educação de 37 jovens do primeiro ao quinto ano. À tarde, ajudava nos serviços domésticos da família de João Meneghini, como forma de retribuir a estadia.

Naquela época, as escolas do

interior funcionavam no sistema de unidocência. “Eu tinha que fazer tudo, a limpeza, a merenda, as aulas. Durante a semana tinha missa e a gente ajudava, fazia liturgia, canto.”

O padre era Wunibaldo Backes Sobrinho, hoje nome de rua. A professora conta que os moradores eram pessoas humildes e de poucas posses e, fato curioso para uma região de predominância de descendentes italianos e alemães: a maioria dos alunos eram negros.

Após quatro anos na Vinagre Alta, ela retomou os estudos e se formou no Magistério. Deu aula por 45 anos até se aposentar, em 2012. Aos 70 anos, mora em Travesseiro e guarda boas lembranças do tempo de sala de aula.

“Era o que eu gostava. Hoje é mais difícil, pelo comportamento dos alunos. Naquela época, o professor era muito valorizado. A pessoa mais importante da comunidade era o padre, depois vinha o professor.”

A escola onde estudavam mais de 30 alunos fechou em 1996 e é hoje uma casa abandonada

a parede de uma Igreja cercada de mato, a placa indica a data da inauguração: 11 de janeiro de 1971. À direita, ficava a escola Olavo Bilac, fundada no ano seguinte e fechada em 1993. Não há mais nada. O material foi recolhido para a construção de casas populares e o sino, doado à comunidade Nossa Senhora das Graças, de Marques de Souza. À esquerda, há um cemitério, que só se enxerge entrando no mato. Algumas covas abertas, lápides quebradas e cruzes. Este e o cenário atual da Picada Natal, no interior de Capitão.

“Meu pai foi o presidente da comunidade por dois anos, quando construíram a igreja.

Demorou, porque eles não tinham dinheiro para pagar empregados.”, recorda o agricultor Aventino Biasibetti, 72 anos.

Ele conta que na época da construção, eram 63 famílias associadas à comunidade. Em cinquenta anos, a comunidade ficou reduzida a dois homens.

A escola tinha duas professoras, o que não era considerado pouco. “Claro que era grande!

Tinha mais de 30 alunos.”

Ele aponta duas razões principais para a debandada dos moradores: o terreno acidentado, que dificulta uso de maquinário na produção agrícola, e a falta de energia elétrica. Há 32 anos, os Biasibetti se mudaram para Linha Marinheira, em função de problemas de saúde do pai de Aventino, Ricieri.

A luz ainda não havia chegado à Natal. “Em São Miguel, aqui do lado, seria a mesma coisa se não tivessem colocado energia”, conclui.

Abençoada pelo menino Jesus

Para quem busca lembranças da comunidade de Picada Natal, o livro Histórias de Nova Bréscia, de 1983, é um raro registro histórico. Segundo ele, as primeiras famílias, de origem alemã, chegaram em 1915. O nome da comunidade é homenagem ao seu padroeiro, o menino Jesus.

Inácio Höffe, um dos primeiros moradores, foi sepultado no cemitério hoje abandonado. Em meio às folhas, galhos e terra, a lápide indica o nascimento em 30 de janeiro de 1941 e a morte, em 15 de

Planejar para inverter o ciclo

P

residente do Codevat, Cintia Agostini avalia que o êxodo dos pequenos municípios é um fenômeno mundial, que ocorre à medida que os centros urbanos se consolidam e atraem população.

Cíntia acredita que pensar em territórios que sejam agradáveis de se viver e trabalhar é uma forma de evitar a saída dos moradores.

“São os ambientes que fazem as pessoas se conectarem. À medida que não tem a escola, a igreja, o salão, a comunidade vai se esvaziando e não volta. A perspectiva de médio prazo é que ainda tenha esvaziamento para se conseguir fazer um ciclo de inversão, com política pública e planejamento de longo prazo”, conclui.

Menos produção, mais moradias Para o presidente do STR Lajeado, Lauro Baum, trata-se de um processo natural e irreversível. Propriedades que já eram pequenas, foram divididas e acabaram inviáveis economicamente.

Ao mesmo tempo em que vê a saída de produtores como um processo que ainda vai se acentuar, Baum percebe um movimento de retorno ao campo.

“Muitos filhos de agricultores, que trabalham na cidade, estão voltando para morar no interior. Já acontece, é um processo visível. Vão ficar poucos que vão produzir muito e muitas áreas ficarão para moradia.”

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A HORA | Fim de semana, 7 e 8 de março de 2020 FOTOS GABRIEL SANTOS

Os quatro times na Santa Teresa

“T

inha quatro times de futebol 11 na comunidade. Hoje não tem nem para futebol de salão”. Assim Juares Zalotelli resume a história da Linha Santa Teresa, em Putinga, onde se criou e vive até hoje.

Na metade dos anos 90, começou a migração. A gurizada saiu para trabalhar em restaurantes e lancherias ou abrir mercados, em Porto Alegre, Lajeado e outras cidades. Assim que possível, buscavam os pais. “Um foi embora, depois outro e assim foi indo”, diz Zatolelli.

Distante 10 km de chão batido do Centro, a comunidade

Igreja construída em 1971 teve sua última missa em 1994.

Hoje, resta apenass o mato.

No cemitério ao lado, lápides quebradas e covas abertas

julho de 1994. As famílias Rempel, Southier, Waiman, Dill, Segui, Biasibetti e Fraislebenr também residiam na localidade.

O livro revela que no ano de 1984, cerca de 14 famílias habitavam a Picada Natal sendo as principais fontes de renda o plantio de soja, corte de pedras basalto para paralelepípedos e o reflorestamento.

Natural de São Miguel, antes interior de Nova Bréscia, Lasie Delazeri, 48, foi o último professor que passou pela Picada Natal e acom-

que chegou a reunir 48 famílias, tem hoje cerca de 12. A maioria é de aposentados. A igreja ainda tem uma missa por mês. A escola e o salão estão abandonados, mas Zalotelli ainda corta a grama.

Depois de 20 anos viajando a trabalho como vendedor, ele decidiu ficar na comunidade. Trabalha em uma ervateira na cidade e, no tempo de folga, na sua pequena ervateira, em casa. É o único de três filhos que não migrou para a cidade.

“Fico aqui porque tem o pai e a mãe, quero ficar junto dos velhos. E aqui tenho a terra, não vou abandonar.”

Aventino Biasibetti morou na Picada Natal por mais de 30 anos

panhou a saída das famílias. O ingresso na Escola Olavo Bilac ocorreu em 1991 após concurso público.

Quando a escola fechou, havia apenas cinco alunos matriculados.

Linha Figueira: retomada e esperança

ALBERTO MALLMANN/ARQUIVO PESSOAL

“Não havia perspectiva de desenvolvimento. A única opção foi sair e cultivar as áreas de terra.

Por lá, só ficou a igreja e o cemitério”, diz.

TRAVESSEIRO

Picada Natal - tem uma família ainda e sobrou a igreja e cemitério abandonados.

Picada Vinagre Alta – A família Specht é a única remanescente da localidade sobrou três casas, escola e cancha de bocha abandonadas. Tem uma família ainda.

Herval – Vizinha da Linha Vinagre Alta, vive situação semelhante. Chegou a ter mais de trinta famílias, hoje vivem no local apenas os Blau.

PUTINGA

Depois de seis anos, comunidade reformou e reabriu capela

A

gurizada foi crescendo, casando e se mudando. A velha escola, que teve mais de 90 alunos, fechou em meados da década de 1980.

Em busca de melhores condições de vida, uns foram para bairros urbanos de Estrela, outros para Lajeado, Bom Retiro do Sul ou outras cidades.

Os velhos foram morrendo e a comunidade esvaziou. A igreja, desativada.

No salão, nenhuma festa.

Até aí poderia ser a história de centenas de comunidades nos recantos rurais do Rio Grande do Sul e do Brasil. Na Linha Figueira, esse enredo ainda não está todo escrito.

A localidade não chegou a esvaziar. Ainda hoje, vivem lá cerca de 30 famílias. Mas a vida comunitária se desfez. Os moradores se associaram à comunidade do Arroio do Ouro.

Depois de seis anos fechada, a capela passou por uma ampla reforma.

Assoalho e forro foram trocados, pintura interna externa foram refeitas e o altar reconstruído.

Em 2016, um grupo de pessoas decidiu retomar a vida comunitária da Figueira. A primeira missa foi na casa de atual presidente, Ivoni Wendt.

“Não tinha condições de entrar na igreja. Estava tudo danificado, tinha trator, pasto. Limpamos tudo e a segunda já fizemos na igreja”, lembra.

Para Ivoni, a Figueira voltou a ser uma comunidade verdadeira.

“Quando você nasceu naquela comunidade, nunca vai esquecer. Eu acho que hoje o pai e a mãe [falecidos] estão muito orgulhosos. Juntamos a nossa família através da comunidade da Figueira.”

Linha Santa Tereza - Chegou a ter cerca de 48 famílias, hoje restam 12, maioria de aposentados.

Migração ocorreu na década de 1990. Jovens foram para Porto Alegre e Lajeado para trabalhar em restaurantes e mercados. Igreja tem missa mensal, salão e escola estão abandonados.

MARQUES DE SOUZA

Picada Cornellius - Das mais de 30 famílias, ficaram 12. Salão comunitário segue ativo. Moradores frequentam igreja da comunidade São José de Vasco Bandeira.

NOVA BRÉSCIA

Linha Fortaleza - Vizinha de Linha Olinda. O local já foi habitado por 20 famílias e teve uma escola até os anos 90. Hoje vivem ali apenas a família Biasibetti.

PROGRESSO

Alto Tamanduá - A última missa ocorreu em meados de 2010. A comunidade tem áreas também em Marques de Souza. O salão e a igreja estão abandonados. A estrada é de difícil acesso. Chegou a ser uma comunidade fantasma, sem ninguém morando. Hoje tem uma família, que se mudou recentemente

ENCANTADO

Linha Guabiroba. - Tem oito famílias, já teve cerca de 50.

As saídas foram na década de 80. Há pequena produção de leite e milho para silagem. Alguns moradores deixaram a produção e trabalham fora. Três anos atrás, antigos moradores voltaram e restauraram o salão comunitário. A igreja de madeira deve ser restaurada em 2020.

DOUTOR RICARDO

João de Melo Baixo e Alto – No município, o esvaziamento das comunidades foi um processo generalizado. Nas duas comunidades, há poucos moradores. Estruturas comunitárias estão desativadas.

Pompeia – tem 4 famílias, já teve 14 ou 15, cerca de 30 anos atrás. Igreja e salão funcionam. Escola fechou faz uns 30 anos. Tem dois aviários grandes, mas os donos não moram. Há pequena produção de erva mate.

Rio Verde – Residem cerca de quatro famílias. Ainda há festas comunitárias, com apoio de moradores de outras localidades.

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A HORA | Fim de semana, 7 e 8 de março de 2020

Região celebra o Dia da Mulher FOTOS ARQUIVO

Palestras, exposições, feira de saúde e de beleza integram atividades neste fim de semana GIOVANE WEBER weberjornalismo@gmail.com

Em Estrela, ônibus lilás estará presente no Arte na Escadaria

VALE DO TAQUARI

C

omemorado no domingo, o Dia Internacional da Mulher terá uma série de atividades pela região.

Em Santa Clara do Sul ocorre o 22º Encontro Regional das Mulheres Trabalhadoras Rurais, nas dependências da ASER Sampainho.

A programação começa às 9h com recepção, seguido de palestra do prefeito de Santa Clara do Sul, Paulo Cezar Kohlrausch, sobre a importância da agroecologia e agroturismo como alternativa para a manutenção da propriedade rural familiar.

Ainda haverá exposição de artesanato, feira de produtos coloniais e de flores, presença da Secretaria

Encontros pelo Vale destacam desafios e conquistas das mulheres

Municipal da Saúde, bolão de mesa, almoço e baile de integração. São aguardadas mais de mil mulheres de 27 municípios da região.

Momento Mulher Em Lajeado, o Parque dos Dick sedia a 3ª Edição do Momento Mulher a partir das 15h30min, de domingo. A programação engloba desde apresentações artísticas, exposições, aulas de ginástica, maquiagem e minirrústica infantil até exames rápidos realizados pela Secretaria de Saúde de Lajeado

(SESA) e pelo Serviço de Atenção Especializada (SAE).

O evento também contará com um show da banda Franchicos e do Antonina Quarteto. Ainda será feito lançamento do Programa “Saúde Móvel” da Secretaria da Saúde (Sesa) que irá facilitar a aproximação da comunidade com os testes rápidos de HIV, sífilis, hepatite B e C.

Comunidade evangélica Neste sábado, dia 7, a Comuni-

dade Evangélica de Confissão Luterana em Lajeado (IECLB) realiza o 7º Encontro de Mulheres, das 8h às 16h no Centro Comunitário Evangélico. A teóloga e graduanda em psicologia Denise Heidi Süss conversará com o público sobre o tema “Mulheres que nos inspiram”.

Arte na Escadaria Em Estrela, a programação do XIV Multimulher, terá a 6ª Só Elas/ Rola Moça – corrida, caminhada e kangoo no domingo, dia 8. Serão mais de mil participantes, com prova em benefício da Liga Feminina de Combate ao Câncer.

A caminhada e kangoo terão uma distância de três quilômetros e a corrida será de cinco quilômetros. Ain-

da haverá edição especial do Arte na Escadaria a partir das 9h, com presença do ônibus-lilás.

Feira em Arroio do Meio A Secretaria de Saúde e Assistência Social abre o Posto Central neste sábado, das 8h às 11h30min, especialmente para atendimento ao público feminino. Serão oferecidos exames de saúde preventiva para as mulheres, com coleta de pré-câncer, encaminhamento de mamografia, aplicação de vacinas e testes rápidos de HIV, Sífilis, Hepatites B e C. Interessadas devem trazer documento de identificação e carteirinha do Sistema Único de Saúde – SUS.

26 | Fim de semana, 7 e 8 de março de 2020 A HORA

A HORA | Fim de semana, 25 e 26 de janeiro 2020

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IDEIAS Este é um espaço fixo de colunistas convidados pelo A Hora. Cada um escreve um artigo mensal, em espaços previamente estabelecidos e reservados.

O VALE QUE ME LEVA Jornalista escreve coluna semanal a partir das visitas que fez e faz aos mais diferentes pontos turísticos no Vale do Taquari. Acompanhe também no portal e nas redes sociais do A Hora.

Zeitgeist

FÁBIO ALEX KUHN

fabio@jornalahora.inf.br

E

Beleza por trás da Canhada Funda CANHADA FUNDA CASCATA RASGA DIABO

FÁBIO KUHN

Frente a frente com a Rasga Diabo Editado em 2014, pelo Grupo A Hora, o VEM é o Editado em 2014, pelo Grupo A mais completo Hora, o VEM éGuia o mais completo de Turismo Guia de Turismo Vales. dos dos Vales.

Ele Ele detalha todos os roteiros detalha todos os regionais e está disponível nas roteiros regionais bancas e na sede dodisponível A Hora. e está

A L

inda querocom descobrir que ocalidade poucospor morauma das cascatas mais imponendores, mas com muitos atratites região se chama “Rasga vosda naturais.

Assim descrevo Diabo”.

Muito diferente da noa pequena Canhada Funda, menclatura, queda d’água de quilôme135 metros vilarejo que afica a cerca de sete é tros umado verdadeira Deus. Um toque centro de obra PousodeNovo. divino em meio à natureza de Vespasiano Em fevereiro, eu e um grupo de Corrêa. nas bancas e na amigos fomos desbravar as várias casFui para lá no domingo com o Jean Hansede do A Hora. catas escondidas na pequena comusen e alguns amigos do Brutus do Gaúcho. nidade. Pena que é época de arroios O rolê começou em uma propriedade parquase vazios e pouca vazão da água. ticular, próximos dos enormes viadutos no Mesmo assim, já mais foi possível caminho do ainda gigantecurtir V-13.a vibe do local.

A trilha é dura. Inicia por propriedade Paramos nosso por carro perto do de uma particular e passa dentro arroio ponteDiabo. e lá iniciamos nossa Rasga Embora seja aventura só seguirpeo las águas.

Emrecomendo qualquer lado curso d’água, quedo a córrego primeira que for, possível encontrar visita sejaserá feita com alguém quealguma já coqueda de água. nhece o trajeto. Também indico preparo Subindo às águas, o aventureiro físico.

Haja perna para passar em meio às chega eaté umanativa. cachoeira com cerca de A Cascata Rasga Diabo fica pedras mata na Linha Eduardo Guinle, em 10 havia um moinho.

Para Nometros mais, onde o caminho inteiro é contemVespasiano Corrêa, na Microrregião outro lado, o rolê tenatural leva atéímpar. o topoHá de plativo e de beleza dos Viadutos. Vários caminhos vários poçosde onde é possível darmais aquele Para chegar uma queda água.

Moradores até a localidade, podem ser feitos para chegar até a mergulho.

Claro, sempre cuidando o nívelé preciso descer antigos sabem caminhos para descer um morro bem queda d’água, entretanto todos precisam daaté água que Para podenós, variar dependendo a íngreme. Opassar o poço. faltou informação “Celta veio” apanhou, pelo arroio. época ano.de coragem. e um do pouco mas chegamos no destino.

Tem As trilha?

Bastante e nadaque fácil. O nível de dificuldade Chegar a cascata todo o esforço.

Pelo caminho há vale vários poços com Os Tem trilha? duas cascatas pode aumentar ou diminuir dependendo do nível do mais de 100 metros são divididos em três águas cristalinas e paisagens deslumvisitamos em Canhada Funda ficam a arroio. Necessário preparo físico. quedas. é fria.

Mesmo assim, boa menos de um brantes.AÉágua um bom local para respirar quilômetro uma da oudepois paradiferente. chegar até lá. tra. A trilha deve ser feita percorrendo ar purodae trabalheira fazer uma trilha Tem infraestrutura? Nada, só o que a natureza No Quem domingo, tivemos a sorte de acompafor para Canhada Funda, pode o arroio, claro, sempre responsa. possibilita.

Nestecom caso, bastante sombra das árvores e um nhar a decida de rapel feita pela poço bom pra mergulhar. aproveitar para conhecer outros galera pontosdo Tem infraestrutura?

Nada, os estabeIndiada Buena turísticos como(Bento a GrutaGonçalves). de Nossa lecimentos mais próximos ficam na área Tem custo? Único custo é o físico. Baixo se comparado à Nas redes sociais do A Hora e no InstaSenhora de Lourdes e a conhecida central. Caso leve algo junto, lembre-se experiência de ficar frente a frente com a famosa Rasga gram @365_vezes_no_vale vai rolar vídeo cascata de Arroio do Leite (propriedade sempre de não deixar lixo no local.

Diabo. da aventura. Bora lá assistir. particular). Desses atrativos, falo mais Tem custo? Nenhum, o rolê é totaloutra hora. mente gratuito, só gasta a gasolina e A Canhada Funda fica em Pouso energia física para chegar até lá. Bora Novo, na Microrregião de Forqueta. aproveitar!

Arvorezinha

Arvorezinha

Ilópolis

Ilópolis

Anta Gorda

Anta Gorda

Dois Lajeados

Dois Lajeados

Putinga

Vespasiano Corrêa

Putinga

Doutor Vespasiano Ricardo

Corrêa

Relvado

Pouso Novo

Pouso Novo

Progresso

Coqueiro Relvado Baixo

Progresso

Coqueiro Baixo

Boqueirão do Leão

Doutor Ricardo

Travesseiro

Canudos do Vale

Muçum

Nova Bréscia

Marques Nova de Souza Bréscia

Roca Sales

Capitão

Encantado Arroio do Meio

Sério TravesseiroForquetinha

Roca Sales

Capitão

ão do Leão Boqueir

Canudos do Vale

Sério

Marques de Souza

Forquetinha

Santa Clara do Sul

Imigrante

Colinas

Santa Clara do Sul

Mato Leitão

Muçum

Encantado

Westfália

Lajeado

Arroio do Meio

Cruzeiro do Sul

Lajeado

Imigrante

Estrela

Colinas Bom Retiro do Sul

Westfália

Paverama

Fazenda Vilanova

Teutônia

Mato Leitão

Cruzeiro do Sul

Tabaí

Estrela

Taquari

Bom Retiro do Sul

Poço das Antas

Teutônia

Fazenda Vilanova

Paverama

Tabaí

Taquari

Poço das Antas

ntendo que muita gente começa o ano mais preocupado em quitar o IPVA ou garantir a praia do que repensar o mundo. Tudo bem! O que me estraga é justamente a mania de pensar o todo, tentar entender o tom do momento que vivemos. Segundo George Hegel, filósofo idealista alemão, a síntese sobre os fatos históricos e a nossa consciência sobre eles é que estabelece o espírito da época, o Zeitgeist: um espírito absoluto, a partir de tudo que vivemos num período X. Se no início há uma tese, sempre surgirá uma antítese e só a partir do confronto entre elas chegaremos a uma síntese.

Que cheguemos logo lá, então! E o que fazer para isso?

Eu queria ter ido a Davos, participar do Fórum Econômico Mundial, apesar de saber que o peso do encontro está mesmo nos interesses econômicos e quem manda são os gigantes.

Que a presença de Greta Thunberg não se torne apenas uma jogada de marketing! Mas de lá saem reflexões que poderão nos inspirar para tomar atitudes também dentro de nossa casa, na empresa e na comunidade.

Os grandes temas desse ano foram sete: Como salvar o planeta; Sociedade e futuro do trabalho; Tecnologia para o bem; Economias mais justas; Melhores negócios; Futuros saudáveis, além da Geopolítica. Qual desses temas não te interessa?

Aliás, qual vai ser sua pegada para 2020? Sei que é apenas janeiro e muita coisa ainda vai acontecer para que se tenha realmente a cara do ano, mas quem sair na frente tem mais chance de realizar seus projetos. Ou não! A cena do ex-ministro da cultura foi o mais completo “carro na frente dos bois” de todos os tempos e expôs a complexa antítese que vivemos no país. Acima de tudo, foi um alerta para o empoderamento descuidado de pessoas públicas.

Será que conseguimos apreender alguma coisa com esse fato? O que esperar de Regina Duarte?

E se alguém pensa que a cultura de uma nação deve ser moldada e definida por pensadores, está

SÉRGIO R. SANT’ANNA Publicitário e professor da Faculdade La Salle muito enganado. A cultura é livre e expressa o que somos, é criativa e verdadeira. Só assim poderá ser também um elemento transformador e, até, comercialmente viável.

Para os empreendedores, o ano será mais um período de grandes desafios, de medir os investimentos e buscar retorno, sem que o fantasma das eleições municipais assombre suas iniciativas.

Materialismos a parte, 2020 é, segundo a numerologia, um ano ‘quatro’. O duplo 20 nos oferece a possibilidade de adquirir uma nova consciência de tudo que está à nossa volta. Quem sabe não esteja aí uma boa oportunidade para entendermos o espírito da época e colocarmos o trem nos trilhos? Na Faculdade La Salle Estrela, encerramos 2019 em um efetivo processo de mudança, conduzida pela Rede La Salle.

A instituição estrelense promoveu uma adequação em sua estrutura educacional, tornando os cursos mais dinâmicos. As atividades práticas ganham mais peso neste ano e, juntamente com os acadêmicos, passaremos a explorar mais as necessidades e demandas das empresas locais, proporcionando uma maior entrega à comunidade. Se o Zeitgeist não for por aí, é, no mínimo, uma boa atitude para contribuir com a síntese que desejamos. “Vale o que vier // Vale o que quiser”. Contradizendo Tim Maia, vale até dançar homem com homem e mulher com mulher. Se for para o bem, vale!

Sérgio escreve sempre no quarto fim de semana do mês. Fale com ele: santanna.sergio@hotmail.com ou WhatsApp 99145 5005.

Lajeado

Arroio do Meio

Estrela

51 3748.0103

51 3716.2221

51 3720.2204

Fim de semana, 7 e 8 de março de 2020

DIVISÃO DE ACESSO

NO CLÁSSICO, ALVIAZUL BUSCA PRIMEIRA VITÓRIA CACO MARIN

Lajeadense vai até Venâncio Aires enfrentar o Guarani no sábado

SÁBADO

2ª RODADA

DOMINGO

CAETANO PRETTO caetano@jornalahora.inf.br

N

a segunda rodada da Divisão de Acesso, o Lajeadense vai em busca da primeira vitória. Depois de empatar em casa na estreia por 0 a 0 com o Bagé, o Alviazul vai até Venâncio Aires enfrentar o Guarani no sábado, no jogo que é conhecido como Clássico dos Vales. A partida ocorre no Estádio Edmundo Feix, às 18h.

As equipes são velhas conhecidas e vêm se enfrentando com regularidade nas últimas Divisões de Acesso. Foram quatro partidas nos dois últimos anos. Quem tem levado a melhor é o Guarani, que venceu duas vezes. O Lajeadense teve uma vitória e ainda houve um empate.

Para a partida, o técnico Serginho Almeida ganha o reforço do volante Magnor, que foi regulamentado no BID da CBF, e está disponível para jogar. O restante

DIVISÃO DE ACESSO 17h

Avenida

x Inter-SM

18h

Guarani

x Lajeadense

15h30min

Tupi

x Veranópolis

15h30min

Brasil

x Glória

16h

União

x Cruzeiro

16h

Bagé

x São Paulo

18h

Passo Fundo

x Igrejinha

20h30min

São Gabriel

x Guarany

CLASSIFICAÇÃO GRUPO A Depois em empatar em 0 a 0 na estreia com o Bagé, Alviazul busca o primeiro gol e a primeira vitória

do time deve ter poucas alterações, principalmente pelo fato da equipe ter feito uma boa estreia.

A provável escalação alviazul tem: Guilherme; Bindé, Nascimento, Dadalt e Alan Bald; Renan, Stard e Roger; Marquinhos, Guilherme Nicolas e Maycon Bamberg.

FORÇA DA TORCIDA

Cerca de 30 quilômetros separam Lajeado do Estádio Edmundo Feix, em Venâncio Aires. A partida contra o Guarani é a oportunidade perfeita para a torcida lajeadense acompanhar o time fora de casa.

Para isso, a torcida Fiel Alviazul organiza uma van para os torcedores que tenham interessa em ir ajudar a equipe. Interessados podem entrar em contato com Anderson Da Silva pelo 99749-9398.

GUARANI EM RISCO

Adversário da rodada, o Guarani teve o pior resultado na estreia da competição. Em Bagé, foi derrotado pelo Guarany por 3 a 0. A equipe teve também resultados ruins na pré-temporada, como uma goleada sofrida diante do Igrejinha. O início conturbado de

ano coloca o trabalho do treinador Chicão em risco, uma derrota para o Lajeadense pode valer a demissão do técnico.

ÚLTIMOS CONFRONTOS PELA DIVISÃO DE ACESSO 2018 Guarani 2 x 1 Lajeadense Lajeadense 2 x 0 Guarani 2019 Lajeadense 0 x 1 Guarani Guarani 2 x 2 Lajeadense

EQUIPE

PG

V

E

D

GM

Glória

3

1

0

0

3

1

2

Igrejinha

3

1

0

0

2

0

2

Veranópolis

3

1

0

0

1

0

1

Cruzeiro

1

0

1

0

1

1

0

Passo Fundo União Frederiquense Tupi Brasil de Farroupilha

1

0

1

0

1

1

0

0

0

0

1

0

1

-1

0

0

0

1

1

3

-2

0

0

0

1

0

2

-2

EQUIPE

PG

V

E

D

GM

Guarany InternacionalSM Avenida

3

1

0

0

3

0

3

3

1

0

0

1

0

1

1

0

1

0

1

1

0

São Paulo

1

0

1

0

1

1

0

Lajeadense

1

0

1

0

0

0

0

Bagé

1

0

1

0

0

0

0

São Gabriel

0

0

0

1

0

1

-1

Guarani

0

0

0

1

0

3

-3

TITE CONVOCA TIME PARA A ESTREIA

O técnico Tite fez na manhã de sexta-feira a primeira convocação da Seleção Brasileira para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022. O Brasil estreia na competição contra a Bolívia, no dia 27 de março, em Recife. Na segunda rodada, joga contra o Peru, no dia 31, fora de casa.

Tite convocou 24 jogadores para as duas paridas. O único representante da Dupla Gre-Nal é Everton, atacante do Grêmio. A lista tem ainda outras novidades, como a convocação de Bruno Guimarães e três atletas do Flamengo: Éverton Ribeiro, Bruno Henrique e Gabriel Barbosa.

Tite manteve a base de jogadores que vinha convocando no ano passado. Principal novidade é Bruno Gruimarães

A estreia do Brasil nas Eliminatórias é contra a Bolívia, no dia 27 de março, na Arena Pernambuco.

Depois, na segunda rodada, o time encara o Peru, no Estádio Nacional do Peru, no dia 31.

CONVOCADOS Goleiros Ederson (Manchester City) Weverton (Ponte Preta) Ivan (Ponte Preta) Laterais Daniel Alves (São Paulo) Danilo (Juventus) Alex Sandro (Juventus) Renan Lodi (Atlético de Madrid) Zagueiros Militão (Real Madrid) Felipe (Atlético de Madrid) Marquinhos (PSG) Thiago Silva (PSG)

SG

GRUPO B

SELEÇÃO BRASILEIRA

LUCAS FIGUEIREDO

GS

Meias Arthur (Barcelona) Bruno Guimarães (Lyon) Casemiro (Real Madrid) Éverton Ribeiro (Flamengo) Fabinho (Liverpool) Coutinho (Bayern de Munique) Atacantes Bruno Henrique (Flamengo) Everton (Grêmio) Firmino (Liverpool) Gabriel Barbosa (Flamengo) Neymar (PSG) Richarlison (Everton) Gabriel Jesus (Manchester City)

GS

SG

25

A HORA ESPORTE | Fim de semana, 7 e 8 de março de 2020

AGENDA DO

FUTEBOL

GAUCHÃO

LUCAS UEBEL

ESTRATÉGIAS DIFERENTES

SEGUNDA

DOMINGO

SÁBADO

GAUCHÃO 17h

Juventude

x São José

16h

Pelotas

x Grêmio

16h

19h

Ypiranga x Aimoré Novo Hamx Esportivo burgo Internacional x Brasil

19h30min

São Luiz

x Caxias

09h30min

Liverpool

x Bournemouth

12h

Arsenal

x West Ham

14h30min

Burnley

x Tottenham

11h

Chelsea Manchester United

x Everton

17h

ANTES DO GRE-NAL

DOMINGO

SÁBADO

INGLÊS

13h30min

Em Pelotas, Grêmio deve utilizar time alternativo.

No Beira-Rio, Inter vai de força máxima

x Manchester City

17h

Betis

x Real Madrid

SÁBADO

14h30min

Borussia M'gladbach

x Borussia Dortmund

11h30min

Bayern de Munique

x Augsburg

13h30min

Strasbourg

x PSG

16h

Nice

x Mônaco

17h

Lille

x Lyon

x Ferroviária

19h30min

Palmeiras Novorizontino Santos

16h

Botafogo

x São Paulo

Flamengo

x Botafogo

DOMINGO

SÁBADO

14h30min

Atletico Madrid Barcelona

DOMINGO

ESPANHOL 12h

RICARDO DUARTE

x Sevilla x Real Sociedad

ALEMÃO Pepê é uma das esperanças do time alternativo que vai à campo em Pelotas

Coudet escalará força máxima contra o Brasil no Estádio Beira-Rio

DOMINGO

SÁBADO

FRENCÊS

ESCALAÇÕES

DOMINGO

SÁBADO

PAULISTA Paulista 19h

PELOTAS

SÁBADO DOMINGO

16h 18h

SÁBADO

BRASIL

x Mirassol

Douglas Iago Pedrão Felipe Chaves Busanello Felipe Guedes Vacaria Hugo Sanches Talles Cunha Jô Hugo Almeida Técnico: Luiz Carlos Winck

Volta Redonda Fluminense

x Vasco da Gama x Resende

MINEIRO 19h

INTER

x Corinthians

CARIOCA 18h

GRÊMIO

ESCALAÇÕES

Atlético-MG

x Cruzeiro

X

X

Vanderlei Orejuela Paulo Miranda David Braz Cortez Darlan (Lucas Araújo) Thaciano Patrick Thiago Neves Pepê Luciano Técnico: Renato Portaluppi

Marcelo Lomba Saravia Bruno Fuchs Cuesta Uendel Musto Marcos Guilherme Edenilson Boschilia D’Alessandro Thiago Galhardo (Guerrero) Técnico: Eduardo Coudet

estado enfrentar o time Áureo-Cerúleo no Estádio Boca do Lobo, às 16h. Renato Portaluppi escalará uma equipe alternativa, o único titular em campo deve ser o goleiro Vanderlei.

Ao que indica, a defesa será composta por Orejuela, Paulo Miranda, David Braz e Bruno Cortez. No meio-campo, a formação terá Lucas Araújo ou Darlan, Thaciano, Patrick e Thiago Neves. Pepê e Luciano serão os jogadores mais avançados.

Como venceu na estreia, o Grêmio busca nova vitória para encaminhar a classificação à semifinal do segundo turno.

Adversário da tarde, o Pelotas iniciou a fase empatando com o Aimoré fora de casa.

Matheus Nogueira Ednei Lázaro Heverton Bruno Santos Leandro Leite Revson Simião Gegê Jarro Wesley Técnico: Gustavo Papa

CLASSIFICAÇÃO CAETANO PRETTO

GRUPO A

caetano@jornalahora.inf.br

EQUIPE

PG

V

E

D

GM

Pelotas

1

0

1

0

1

1

GS

0

SG

Internacional

1

0

1

0

1

1

0

São Luiz

0

0

0

1

0

1

-1

Novo Hamburgo

0

0

0

1

0

1

-1

Ypiranga

0

0

0

1

0

1

-1

Juventude

0

0

0

1

0

3

-3

GRUPO B EQUIPE

PG

V

E

D

GM

Grêmio

3

1

0

0

3

0

GS

3

SG

Esportivo

3

1

0

0

1

0

1

São José

3

1

0

0

1

0

1

Brasil

3

1

0

0

1

0

1

Aimoré

1

0

1

0

1

1

0

Caxias

1

0

1

0

1

1

0

O

s jogos da Dupla Gre-Nal no final de semana ganham caráter secundário frente ao grande clássico da próxima quinta-feira. Pelo Gauchão, Grêmio e Inter enfrentam a dupla de Pelotas no domingo com estratégias opostas. O Grêmio usará equipe alternativa fora de casa contra o Pelotas, enquanto que o Inter usará força total em casa contra o Brasil.

O primeiro a entrar em campo é o Tricolor, que vai até o sul do

FORÇA TOTAL NO BEIRA-RIO

Diferente do rival, o Internacional irá de força total encarar o Brasil no Estádio Beira-Rio, às 19h. Como o time empatou na estreia e joga em casa, a comissão técnica entendeu que não há a necessidade de poupar o time.

A grande novidade da partida pode ser a estreia do lateral-direito Renzo Saravia. O jogador que chegou do Porto teve sua docu-

mentação regularizada e já está no BID da CBF. Sendo assim, a estreia está nas mãos de Coudet.

Quem ainda é dúvida é o lateral-esquerdo Moisés. Uendel é quem deve atuar na posição novamente. Outro jogador que pode ser poupado é Paolo Guerrero, enquanto que D’Alessandro deve voltar ao time titular.

OUTROS JOGOS

Outras quatro partidas movimentam o Gauchão. O Juventude recebe o São José. O Ypirana recebe o Aimoré. Novo Hamburgo enfrenta o Esportivo, e São Luiz recebe o Caxias.

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A HORA ESPORTE | Fim de semana, 7 e 8 de março de 2020

CORRIDA E CAMINHADA

RODRIGO ANGELI/DIVULGAÇÃO

HORA DELAS COLORIREM AS RUAS DE ESTRELA A 6ª Só Elas/Rola Moça será realizada domingo repleta de atrações

A

s ruas centrais de Estrela ganham um brilho e um colorido especial na manhã deste domingo.

Charme, esforço e suor também não vão faltar. O município sediará mais uma vez a Só Elas/Rola Moça – Corrida, Caminhada e Kangoo, uma promoção da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Smel), dentro da programação do XIV Multimulher e em apoio à Liga Feminina de Combate ao Câncer.

A sexta edição do evento dedicado exclusivamente às mulheres, de crescente sucesso desde sua primeira largada em 2015, reu-

nirá mais de 1,1 mil participantes, de todas as idades. A largada ocorrerá às 9h, mas já a partir das 7h30min será possível aproveitar os serviços oferecidos.

A prova ocorrerá em três modalidades: caminhada e kangoo, na distância de três quilômetros; e corrida, na distância de cinco quilômetros, com largada e chegada no Parque Princesa do Vale “Quem já participou sabe o quanto prezamos por um evento bem organizado, divertido, repleto e sempre com novos atrativos que tanto as mulheres de nossa cidade e demais visitantes que prestigiam o

evento merecem em uma data dedicada a elas”, destaca o secretário da Smel, Julio Saldanha Pereira.

KITS

Desde ontem é possível as participantes inscritas retirarem os kits que fazem parte da prova. Ele é compostos de diversos itens oferecidos pelo patrocinador principal e demais apoiadores, entre estes as empresas e marcas Bella Luna, Vini Lady, Divine e Casa Luigi Basílio. No sábado, a entrega ocorre na loja da Rola Moça em Lajeado (Av. Benjamin Constant, 1498) das 9h às 17h. Quem

CICLISMO

Prova de Estrela reunirá mais de 1,1 mil mulheres neste domingo

não conseguir o poderá fazer no domingo, no local da prova, das 7h30min às 8h30min.

ATRAÇÕES

Também a partir das 7h30min será possível as mulheres inscritas aproveitarem os serviços e as atrações oferecidas. Entre estas a presença de 11 massoterapeutas; análise de pele com a Clínica Au-

têntica; sessões de fotos oficiais; apresentações de zumba, kangoo e dança; sorteios de brindes diversos. Após a prova o já tradicional brinde de espumante. Todas participantes, inclusive da caminhada, recebem uma medalha de participação. As melhores das provas de corrida e kangoo serão premiadas com um kit especial da patrocinadora master.

RUGBY

ÚLTIMOS DIAS PARA SE INSCREVER FRED SEHN/ARQUIVO A HORA

ÚLTIMO JOGO ANTES DA ESTREIA NO ESTADUAL

JENNIFER HARTH

Centauros vai para Dois Irmãos enfrentar o Brummers em mais um amistoso EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

Os atletas saem do Shopping Lajeado e passam por Arroio do Meio, Encantado, Muçum e voltam a Lajeado

O Ciclismo vem ganhando muitos adeptos pelo Vale do Taquari.

Com isso, diversos passeios e eventos são organizados mensalmente para desenvolver ainda mais o esporte. Para o dia 15 de março, o Grupo ValeCiclismo promove o seu evento.

O 6º Desafio ValeCiclismo está com as inscrições abertas até o dia 9 de março. O evento ocorre no dia 15 de março com duas categorias de trajeto: curto e longo. Os atletas saem do Shopping Lajeado e passam por Arroio do Meio, Encantado, Muçum e vol-

tam a Lajeado.

As inscrições devem ser feitas pelo www.bikedosul.com.br ou nas lojas Ponto da Bike, Bike Mania, GoBike, Casa do Ciclista, em Lajeado e Estrela, e Bike Center, em Santa Clara do Sul, no valor de R$ 55.

O Centauros Rugby Clube segue na preparação para a estreia no Campeonato Gaúcho. Neste sábado, a equipe vai para Dois Irmãos enfrentar o Brummers.

Esse será o último amistoso antes da estreia na competição. No dia 21 de

março, a equipe recebe o Antiqua, no campo em frente ao Parque Princesa do Vale.

TREINAMENTOS

Os treinos masculinos ocorrem sempre nas terças e quintas-feiras, das 20h às 21h30min e nos sábados das 15h às 17h.

O local é o campo em frente ao Parque Princesa do Vale.

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A HORA | Fim de semana, 7 e 8 de março de 2020

IDEIAS

Este é um espaço fixo de colunistas convidados pelo A Hora. Cada um escreve um artigo por mês, em espaços previamente estabelecidos e reservados.

O Tempo

HUGO SCHÜNEMANN Médico oncologista e diretor técnico do Centro Regional de Oncologia (Cron)

H

á alguns anos em Porto Alegre, eu caminhava pela Rua Osvaldo Aranha, no bairro Bom Fim, quando uma porta que se abria direto para uma escada, me chamou a atenção. Era uma vídeo locadora, que anunciava amplo e diverso catálogo.

A loja era grande, com uma grande quantidade de prateleiras e inúmeras fitas de vídeo VHS. Havia também filmes em DVDs, mas o forte era fitas de vídeo. Mas já era o tempo em que o DVD ganhava importância.

Ao chegar no balcão, havia um cartaz, anunciando a compra de fitas de vídeo. Perguntei ao proprietário que ali estava, se isso não era “um tiro no pé”, ou seja, mau negócio, ao que ele respondeu: “Nunca, claro que não. Todo mundo tem aparelho de vídeo cassete em casa, as fitas não vão deixar de ser usadas nunca. DVD

“A tecnologia engole a tudo e a todos, sem lógica alguma. Buscamos o novo, quando o velho ainda nos serve e está bom.“

Administrador de Empresas, Empresário, Consultor e Assessor de Gestão da Univates

Presidente do Codevat e Coord. Adm. do Tecnovates

Mulheres fortes, vivas e felizes.

Mulheres empoderadas e empreendedoras!

M

As empreendedoras brasileiras são mais jovens que a média dos homens empreendedores, possuem uma escolaridade maior, mas ainda ganham 22% menos que os homens na mesma posição. Essas informações confirmam que as mulheres brasileiras ainda procuram e lutam por seus espaços diuturnamente. Ou seja, para generalizar sem abstrair, o contexto brasileiro é um patriarcado consolidado no qual prevalece ainda a dominação masculina

Hugo escreve sempre no primeiro e terceiro fim de semana do mês. Fale com ele: hugo.schunemann@gmail.com

ALBANO MAYER

CÍNTIA AGOSTINI

ulheres fortes, sem serem duras; mulheres vivas, sem serem fúteis; mulheres felizes, sem precisar dos outros para o serem. Mulheres empoderadas! Mulheres que intraempreendem ou empreendem. Mulheres, que além de saberem fazer muito bem o seu trabalho, o fazem com criatividade, proatividade, planejamento e com ação. Mulheres que executam!

Essas são as mulheres que empreendem nos negócios nos quais fazem parte de uma equipe ou em seus próprios negócios. Atualmente são 9,3 milhões de mulheres à frente de uma empresa no Brasil, representando 34% de todos os donos de negócios do país, segundo dados do Sebrae.

é muito caro, poucos vão comprar.”

Ainda tenho meu vídeo cassete em casa, uma coleção de fitas VHS, meu aparelho de DVD e alguns discos com filmes. A loja, por óbvio, faliu. A tecnologia engole a tudo e a todos, sem lógica alguma. Buscamos o novo, quando o velho ainda nos serve e está bom.

Ele apostou em vídeo cassetes, muitos apostaram em DVDs. Hoje, olhamos Netflix.

E o resto é lixo eletrônico.

nas relações de gênero (Louis, 2006).

Assim, o empoderamento feminino é fundamental no processo de empreender, no qual as mulheres passam a fazer o papel de gestoras, de parceiras, de responsáveis individual e coletivamente dos negócios que fazem parte ou que são proprietárias. E a partir de relações de confiança, reciprocidade e cooperação, a participação igualitária se dá na ação coletiva e possibilita a formação de capital social.

“O empoderamento implica a alteração radical dos processos e das estruturas que reproduzem a posição da mulher como submissa” (Lisboa, 2008, p.2). Para tanto, “as mulheres devem melhorar a autopercepção que tem sobre si mesmas, acreditar que são capazes de mudar suas crenças em relação a submissão e despertar para seus direitos” (Lisboa, 2008, p.3).

As mulheres não precisam serem iguais aos homens como coincidentes, em termos de postura ou posicionamento, elas devem ser iguais mas sendo diferentes, sendo mulheres, cada uma a seu jeito. Mulheres empreendem por necessidade e por oportunidade, no entanto, muitas ainda precisam se empoderar para assumir seus espaços em sociedades mais iguais, percebendo que têm condições de mudar suas crenças e as crenças sociais.

O empreendedorismo associado ao empoderamento feminino, quando ultrapassadas as barreiras sociais, possibilita incrementos no crescimento econômico dos territórios, em virtude de que mulheres empoderadas, a medida que sabem o que querem e aonde pretendem chegar, contribuem para si e para o coletivo. Mulheres fortes, mulheres vivas, mulheres felizes empoderam-se e empreendem. Feliz dia das Mulheres a nós Mulheres!

Cíntia escreve sempre no primeiro fim de semana do mês. Fale com ela: cintia@univates.br

N

Cidades Inteligentes, estamos perto disso?

o dia 28 de março, o Movimento Pro_Move Lajeado completará o seu primeiro ano. Sendo um de seus articuladores e um curioso sobre o tema, me questionei se estamos indo no caminho certo. Depois de uma viagem de férias, me deparei com a seguinte pergunta: estamos preparando Lajeado para ser uma cidade inteligente?

Pois bem, isso fez com que eu fosse estudar e entender este conceito, achei uma explicação que gostei, de Renata Paola Damieri: “Uma cidade inteligente tem uma área geográfica bem definida, as tecnologias cooperam para criar benefícios para os cidadãos. É governada por um

conjunto de objetivos bem definidos, que identificam as regras e políticas para o governo da cidade e seu desenvolvimento”.

Ainda curioso com o tema, segui na minha pesquisa, encontrei um instituto espanhol que define as 10 dimensões que indicam o nível de inteligência de uma cidade: governança, administração pública, planejamento urbano, tecnologia, meio-

-ambiente, conexões internacionais, coesão social, capital humano e a economia.

Agora já podemos voltar a pergunta inicial e tentar identificar a resposta. No caminho percorrido pelo Pro_Move no ano de 2019, unimos forças da sociedade e definimos um objetivo: “Transformar Lajeado em uma cidade inovadora, ampliando a qualidade de vida e o conhecimento dos seus cidadãos”, este objetivo está muito alinhado ao conceito de cidades inteligentes.

Somos naturalmente críticos, nem sempre percebemos as boas coisas que estão acontecendo na nossa volta, mas proponho uma reflexão sobre as 10 dimensões, estamos atendendo estas de forma integral ou parcial?

Vou comentar 2 destas, para que possamos perceber o nosso desenvolvimento.

Temos um plano diretor em fase de votação na Câmara de Vereadores, o que é muito positivo, pois atualiza as necessidades de planejamento urbano da nossa cidade.

Lajeado conta com uma boa educação, e especialmente com a UNIVATES, uma grande formadora de capital humano, de reconhecimento nacional, que pelo seu compromisso com o desenvolvimento profissional busca constantemente a atualização e a inovação. Além, disso é responsável pelo Parque Tecnológico – Tecnovates, uma referência em pesquisa aplicada e no aprimoramento das empresas locais.

Neste artigo não conseguirei comentar as outras 8 dimensões, um tema que voltaremos a falar, mas quero deixar uma reflexão: eu já percebi que estamos no caminho? E você o que percebeu? Já estás participando do Pro_Move Lajeado?

Albano escreve sempre no primeiro fim de semana do mês. Fale com ele: contato@albanomayer.com.br

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A HORA | Fim de semana, 7 e 8 de março de 2020 LAURA MALLMANN

ardemio@bewnet.com.br

ARDÊMIO HEINECK

O 15 de março e a democracia Na reta final para efetuar o cadastramento biométrico, a fila do cartório eleitoral de Lajeado já dobrava a esquina na manhã dessa sexta-feira. Até o fechamento desta edição, cerca de 11 mil pessoas ainda precisavam realizar o procedimento para garanir o voto em outubro. O prazo expira na próxima quarta-feira, 11.

Mande sua foto para o A Hora.

WhatsApp (51) 9 92487689.

FRASES DA SEMANA

“Não adianta ter mil homens numa guarda se não houver um plano, um controle, uma estratégia.”

Paulo Locatelli,

secretário de Segurança de Lajeado, sobre o projeto de criação da guarda municipal que será enviado à câmara nos próximos dias.

“Só vamos saber ao certo o impacto da estiagem quando terminar a safra de verão. Lá por maio teremos realmente o tamanho da quebra.”

Carlos Augusto Lagemann,

gerente regional adjunto da Emater, sobre os prejuízos no campo decorrentes da estiagem.

“Do ponto de vista ambiental, o projeto é fantástico”

Paulo Roberto Dias Pereira,

secretário-adjunto de Meio Ambiente do RS, sobre o empreendimento da Folhito, no interior de Estrela.

Articula-se manifestação popular para o dia 15, ao que parece, em repúdio à atuação do Congresso e do STF. Jamais buscando seu fechamento! No caso do Congresso, para assegurar a manutenção de veto do Presidente da República a Artigo que os Deputados teriam colocado na Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano, obrigando o Executivo à concessão de emendas impositivas num total de 30 bilhões.

Sangraria os parcos recursos livres do Governo para aplicar no desenvolvimento econômico. A organização desse movimento é de grupos sociais que comungam da iniciativa, assim como outras manifestações que assistimos, organizadas por entidades que simpatizam com suas causas.

Terça feira ouvi o Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. Entrevistavam o Presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Insistentemente os entrevistadores tentavam tirar dele alguma expressão contrária à mobilização do dia 15, ou no sentido de que representava “um atentado à democracia” ou que, de alguma forma, vinculasse o Presidente Bolsonaro ao feito. É claro que tentavam gerar mais uma manchete sensacionalista contra o atual Governo. Felizmente Maia soube esquivar-se desta arapuca e, visivelmente irritado com estas reiterações da entrevista, desligou o telefone em meio a ela.

Quarta pela manhã ouvi a entrevista do ex Presidente Fernando Henrique Cardoso no Timeline da Gaúcha. A linha da conversa foi parecida, só que FHC não soube ser elegante, aproveitando para pavonear-se. Meteu o pau no atual Governo e na mobilização em

articulação. Talvez já tenha se esquecido do desastre que foi seu segundo mandato.

A grande imprensa – notadamente Estadão, Folha de São Paulo, Rede Globo e associadas – em nada têm contribuído postando-se sistematicamente contra o Governo. Em Governos anteriores faziam igual.

Contudo, para sustentar esta sua linha de atuação, querer dizer que a manifestação popular prevista para o dia 15 é um atentado à democracia, chega a ser hilariante, beirando o ridículo. O chamado “povo nas ruas” é a mais pura prova da existência de democracia, por detrás da qual está o desenvolvimento econômico, o bem-estar social, a liberdade de expressão e a livre escolha de governantes.

Desde os anos 80 temos exemplos notórios de mobilizações no País. O movimento “Diretas Já” que levou à reabertura política e a uma nova Constituição. O das “caras pintadas nas ruas” que sustentou o impeachment de Collor. Os do MST, para assegurar a posse de terra para produzir, aos milhares de “sem terras”. Agora, se quiserem ver um exemplo de mácula ante democrática, visitem no Google o tema “Praça da Paz Celestial, de Pequim”. Verão um regime totalitário que, em junho de 1989 suprimiu violentamente uma manifestação de centenas de milhares de pessoas, notadamente estudantes, que justamente buscavam mais democracia. Foram milhares os mortos.

Então, louvemos a democracia brasileira que permite o povo ir às ruas.

Vê-se que algumas redes de comunicação não cumprem seu papel de informar com fidelidade. Lutam contra o Governo Federal por este se negar a investir bilhões de reais em propaganda pública inútil, própria e de empresas estatais. Não lhes interessa a democracia ou a manutenção de um ambiente de desenvolvimento econômico e de justiça social.

Insistem em cabrestear o Governo e o povo, consolidando seu poder de manipulação pela informação.

Não sou lulista, bolsonarista ou brizolista, mas, brasileiro, que sempre torceu pelo Brasil e seus governos.

Estes, felizmente se alternam e atuam segundo sua base ideológica, tendo no horizonte, o bem do Brasil e o bem-estar dos brasileiros. Caso contrário, o povo irá às ruas.