Você - 17/07/2021

FIM DE SEMANA, 17 E 18 DE JULHO DE 2021 edição nº 300

BIBIANA FALEIRO

Um alerta em meio à brincadeira

Pequenas influenciadoras digitais se dividem entre a diversão e os perigos das redes sociais Páginas 6 e 7

Dica do Sesc

Bastidores

300 vezes Você Ouvir histórias sempre foi minha parte preferida do jornalismo. Gosto de conhecer as casas das pessoas, ou quando elas me convidam para sentar na mesa posta para o chá.

Gosto desse contato, do olho no olho, do acolhimento, que vem dos dois lados, e de sentir parte daquela vida de alguma forma.

Acredito que quando sentamos para conversar com alguém, é isso o que significamos. Quando estamos dispostos a entrar nas particularidades de alguém, de alguma forma, aquela vida toca a nossa e vice e versa.

Mas não é preciso ser jornalista para ouvir e contar histórias. Essa pode ser também uma atividade cotidiana, não só de outras profissões, mas do ser humano. Ser ouvido é muito raro e ouvir também o é. Às vezes alguns minutos bastam para que ao contar sua história, alguém possa se sentir melhor, dividir algum fardo que até então carregou sozinho, ou compartilhar pequenas ou grandes alegrias do dia.

Ouvir e ser ouvido é sinônimo de carinho e atenção. É a melhor forma de dizer ao ou-

tro que estamos aqui por ele e queremos ao menos escutar sua história. Afinal, naqueles minutos, enquanto tomamos o chá que o outro preparou e o ouvimos, é o nosso tempo que estamos doando. E, hoje, tempo é também raridade.

Sejam inusitadas, de superação ou cotidianas, as histórias que ouvimos ou contamos andam com a gente por todo o lado. Elas estão na senhora sentada na parada de ônibus, no rosto simpático de quem cruza com a gente na rua ou no sorriso de uma criança.

Histórias são o que há de mais rico em uma sociedade.

Essas histórias reais e humanas fizeram parte de 300 edições do caderno Você, e não é à toa que esse nome aparece na capa com um rosto diferente a cada semana. E, por trás de cada um deles, alguém sentou para contar uma história, e nós estávamos lá para ouvir.

A riqueza que eu falava antes está aí. Nas coisas que um dia alguém contou pra gente e que de alguma forma nos tocou. As histórias se ligam e se separam, mas são elas que deixam a vida interessante.

Ouvir e ser ouvido faz parte do trabalho como jornalista, mas é também um hábito.

Daqueles que a gente vicia mesmo, sabe? E quando compartilhamos essas histórias e elas são lidas, quem o faz também transfere carinho e atenção para aquele rosto que abriu sua vida para que a gente pudesse entrar.

Boa leitura!

Bibiana Faleiro

pravoceahora@gmail.com

Produção: Bibiana Faleiro

Arte: Gianini Oliveira

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Saber cuidar,

N

ão é de agora que a leitura tem espaço na vida de Fabiane R. Nicolay. Mas a prática se aprofundou durante a graduação. Trabalhar como agente de atendimento do Sesc Lajeado também possibilitou outro contato com livros e autores da biblioteca que fica ao lado de onde ela trabalha.

Entre uma leitura e outra, o título Saber Cuidar se tornou um dos preferidos de Fabiane. Do autor Leonardo Boff, a obra fala sobre o paradigma da convivência entre as pessoas diante do mundo online. Ela também retrata a sociedade do conhecimento e da comunicação que, contraditoriamente, traz mais solidão para as relações pessoais.

“Tudo vem à nossa casa de forma online, diminuindo aquela realidade concreta, seus cheiros, frios e calores, a falta do toque, do tato, do contato humano, afetando o cuidado e a compaixão”, relata o autor.

Ele comenta que a essência humana, como o cuidado, não se perdeu, apenas foi transferida para um aparelho digital. “É essencial para a evolução ter condições de ficar ‘on’ em qualquer momento, mas aquela reunião familiar, um happy hour ou uma viagem com pessoas queridas também são importantes e revelam que esse convívio social faz parte de cada indivíduo”, destaca Fabiane.

Depois da leitura, ela conta que passou a reparar mais no próprio comportamento e no das pessoas ao redor e perce-

por Fabiane R. Nicolay

beu como a vida se movimenta cada vez mais em frente às máquinas. “Isso faz parte do desenvolvimento, mas é importante deixar espaço para ouvir o outro, se olhar nos olhos, o que é um grande ato de educação e consideração, ou explorar locais onde a natureza é farta”, acredita.

Ela diz ter convicção de que o aprendizado é um processo contínuo e procura melhorar como ser humano todos os dias. “Não é uma tarefa fácil, todos temos nossa história de vida”, destaca.

Entre os benefícios do hábito da leitura, ela destaca a imaginação, o estímulo à memória, o poder de argumentação, dicção e oratória, além do autoconhecimento. “Cada pessoa tem

Gostou da dica de leitura?

Confira este e outros livros na biblioteca do Sesc Lajeado.

Rua Silva Jardim - 135, bairro Centro.

Horário de atendimento: Segunda a sexta-feira, das 8h às 17h (sem fechar ao meio dia).

Reservas: (51) 3714-2266. bibliotecalajeado@sesc-rs.com.br

seu gosto pela leitura assim como em tudo na vida, mas o que posso afirmar por experiência própria é que uma boa leitura eleva a alma”.

Turismo

Roteiros

C

aminhos ao ar livre, matas e cachoeiras.

Grandes belezas do Vale do Taquari estão em meio à natureza, no contato com a terra, com a cultura e com a gastronomia local. Opções não faltam para um passeio em família ou entre amigos. E, no período, destinos naturais estão entre os mais procurados pelos viajantes na região.

“Temos muito a oferecer, muitas pessoas empenhadas apostando no turismo, pois todos gostam de experimentar a culinária, sua história, seu artesanato, enfim, ver a natureza bonita que o nosso Vale tem”, conta a agente de turismo da empresa Brasil Viagens, Iedi Schnorr.

Na área há mais de 20 anos, ela sempre gostou do tema e de elaborar roteiros de viagens.

Aliás, para ela, essa é a parte

para conhecer

o Vale preferida do trabalho.

Iedi percebe que a comunidade procura conhecer cada vez mais o interior da região, experimentar a culinária como os cafés coloniais, comidas alemãs e italianas ou campeiras e explorar lugares com cachoeiras e trilhas na natureza.

Entre os roteiros que ela oferece e gosta de levar os visitantes está o Janelas do Interior, em Marques de Souza lançado

no início deste ano.

“São lugares tão perto da gente, onde as pessoas estão empenhadas para dar certo, trabalhando com muito amor para receber os visitantes”, destaca.

O passeio passa pela Cascata Dalmoro, Pedra D’Mim, Pousada Beija Flor, Confeitaria Sabores Artesanais, Indústria e comércio Ecogumelos, e pela Agroindús-

Roteiro Janelas do Interior pode ser feito em um dia em Marques de Souza

tria Favo de Mel. No interior de Arroio do Meio, outro roteiro também é apresentado aos turistas por Iedi, o Entre Vales e Arroios.

Os roteiros e valores podem ser conferidos no site brasilviagens.com.br.

Caminhos pela região

Outros roteiros fazem parte da Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales). Entre eles, estão: • Caminho das castacatas • Comendo Cá, Lá e Acolá • Caminhos da Forqueta • Rota das Paixões • Vale dos Túneis e Viadutos • Caminho dos Moinhos • Rota Germânica • Roteiro Turístico Delícias da Colônia No site amturvales.com.br também há dicas de acomodações e experiências gastronômicas da região.

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CONTEÚDO PATROCINADO

Copa CTC/Construtora Diamond de Minifutebol começa neste sábado ENTRE A GENTE

CHAVES FORAM DEFINIDAS POR SORTEIO E, DENTRO DELAS, JOGAM TODOS CONTRA TODOS

A

bola vai rolar nos gramados do Clube Tiro e Caça (CTC)! Neste sábado (17/07), iniciam-se os confrontos da Copa CTC/Construtora Diamond de Minifutebol 2021. Serão 37 equipes na disputa e o sorteio das chaves foi realizado na última segunda-feira.

Dentro das chaves, os times disputam todos contra todos. Após, serão definidos os integrantes de cada uma das 3 Divisões. A 1ª e 2ª Divisão terão 12 equipes e a 3ª terá 13 equipes.

Todos os participantes deverão cumprir o protocolo de prevenção ao coronavírus e o regulamento

Tradicional campeonato de minifutebol começa neste fim de semana

da Copa. O uso de máscara é obrigatório para acesso e circulação nas dependências do Clube e haverá intervalo mínimo de 15 minutos entre as partidas.

Dúvidas podem ser esclarecidas diretamente com o setor de Esportes e a tabela de jogos da primeira rodada já está disponível no site do CTC.

Futebol tá na mesa

O CTC também apoia mais uma iniciativa do programa Mesa Brasil Sesc, a "Futebol tá na mesa". A campanha é aberta a todos os sócios e a participação pode ser individual ou por equipe inscrita na Copa. A cada 10 quilos de alimentos não perecíveis doados, a equipe ou sócio ganha um cupom para concorrer a prêmios especiais.

As doações poderão ser feitas até o dia 30 de julho na Secretaria do CTC, e o sorteio será realizado no dia 6 de agosto, com transmissão on-line na página do Sesc/RS no Facebook.

Entre os prêmios estão camisas autografadas da Seleção Brasileira, da dupla Gre-Nal e de outros times, além de chuteiras, luvas e bolas. Participe desta corrente do bem e seja um doador campeão!

ROSES FOTOS

CTC realizará Baile de Debutantes em 2021 O CTC já iniciou os preparativos para o 56º Baile de Debutantes, o evento do calendário social mais aguardado pelos sócios. O Debut será realizado em novembro, com um rigoroso protocolo de cuidados, e as inscrições serão abertas nos próximos dias.

Todas as novidades poderão ser acompanhadas no site do CTC e nas redes sociais.

Neste ano, as meninas participarão das tradicionais atividades pré-Debut e todo o planejamento levará em conta as precauções necessárias para

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o momento.

Em 2020, o CTC realizou uma programação especial alusiva ao Debut, com atividades em modelo híbrido. As oficinas foram presenciais e também tiveram transmissão on-line para as meninas que optaram pela participação a distância. Já o último baile, ocorreu em 2019. O evento de gala apresentou 13 meninas à sociedade e emocionou os convidados com uma programação repleta de música, celebração e surpresas.

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55ª edição reuniu 13 debutantes, em 2019

Inscreva-se no Torneio Interno de Tênis Simples CTC/Engemori/ Água da Pedra Sexta-feira (23/07) é o último dia para confirmar a inscrição no Torneio Interno de Tênis Simples CTC/Engemori/Água da Pedra. As partidas estão programadas para os dias 29, 30 e 31 de julho e 1º de agosto, nas seguintes categorias: 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª Classe Masculina, Iniciantes Masculina e 1ª e 2ª Classe Feminina.

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo e-mail esporte@ctclajeado. com.br ou pelo Whatsapp (51) 98153-1222. O evento seguirá todos os protocolos de prevenção ao coronavírus e o uso de máscara é obrigatório para acesso e circulação nas dependências do Clube. Outras informações podem ser obtidas diretamente com a organização do Torneio, no setor de Esportes.

ENTRE A GENTE

Torneio Interno terá disputas em oito categorias

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Comportamento

Entre a magia e os perigos da exposição destaca Patrícia.

Com o tempo, Clarinha passou a ser conhecida também fora das redes sociais e a participar de eventos presenciais. Ela já passou por diversos municípios do Vale do Taquari e foi homenageada pela feira do livro de Cruzeiro do Sul em 2019.

Mas foi depois de uma contação de histórias em um evento da Sicredi que a demanda aumentou. E, no início, a procura por Clarinha assustou Patrícia.

“Sabemos que as redes sociais oferecem um mundo de possibilidades, mas se não for bem administrada, ela pode se tornar perigosa”, acredita a mãe. “Por isso sempre fiz questão de deixar a Ana segura em relação a isso e dizer exatamente o que ela poderia ou não fazer”, ressalta.

Ainda crianças, elas são fenômenos das redes sociais, com vídeos no YouTube ou postagens no Instagram. Para que a atividade como “blogueiras mirins” seja saudável, no entendo, o acompanhamento dos pais é essencial

Cuidados redobrados

P

or trás das câmeras, o sorriso tímido e a voz doce de Ana Clara Krug Cassol, de apenas 10 anos, ganharam o coração de crianças e adultos da região e ela ficou conhecida por contar histórias infantis. A ideia surgiu há três anos, quando a menina pediu à mãe, Patrícia Krug, 40, para criar um canal no YouTube. Com o gosto pela leitura e o amor por livros, esse foi o tema escolhido para compartilhar conteúdos nas redes sociais.

“Eu li a coleção ‘Querido Diário Otário’ em poucos dias e foi quando eu percebi que gostava muito disso. Então comecei a decorar as histórias e contar”, diz Ana Clara, carinhosamente chamada de Clarinha, a Tracinha.

Para dar vida à perso-

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nagem, o Instagram, Facebook e Youtube, com 401 inscritos, tornaram-se ferramentas importantes.

Mas todas as redes sociais são admi-

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nistradas pela mãe. “Ela tem acesso para responder as pessoas que volta e meia conversam com ela, mas precisa estar comigo. Eu sou a mãe, e faço isso até para ela se sentir segura com quem está falando”,

Ana Clara interpreta a personagem Clarinha, a Tracinha que conta histórias em eventos e pelas redes sociais.

Segundo Patrícia, a filha conheceu muitas crianças no processo, e as pessoas a reconheciam na rua. Por compartilhar conteúdos educativos, o desenvolvimento da menina também foi um ponto positivo.

“Talvez a única coisa negativa é que em alguns momentos eu recebia convites de homens mais chamando ela para conversar. Eu logo questionava se eles tinham percebido que era uma página de incentivo à leitura e que uma criança estava ali e acabava bloqueando os contatos”, ressalta.

Outra questão trabalhada por Patrícia foi a não aceitação dos vídeos por parte de algumas pessoas. Assim, Clarinha também aprendeu a lidar com as frustrações. “A internet é algo benéfico, mas que ao mesmo tempo pode ser perigosa se não tiver esse olhar de zelo e proteção à criança”, acredita a mãe.

Influenciadora mirim A lajeadense Isabelle de Almeida Follmer, de 7 anos, também começou cedo a aparecer nas redes sociais. Ela tinha apenas 3 anos e já posava para fotos compartilhadas no Instagram.

Com um rosto de boneca e roupas diferentes, ela conquistou os internautas e passou a receber parcerias de marcas infantis. Tudo foi feito de forma natural, com a supervisão e apoio da mãe Julia Emanuelle de Almeida Follmer.

“Apesar de ser algo bacana, a Belle não tinha entendimento sobre esse mundo digital e precisava desse cuidado”, conta Julia.

Com o tempo, pessoas mais próximas da família passaram a elogiar as produções, comentar e pedir por mais postagens. Foi naquele período que Belle começou a questionar o que era o Instagram, quantos seguidores ela tinha e outras curiosidades sobre a plataforma.

“Ela acha bonito dizer que tem Instagram e “seguimores”. Porém sempre leva na brinca-

deira, assim como sempre levamos a situação dela nas redes sociais”, ressalta a mãe.

Julia conta que a família nunca tratou as publicações como trabalho ou obrigação. “Quando surge alguma proposta de divulgação, nós amamos, mas deixo sempre bem claro que ela é uma criança, e que possui vontades próprias, nós nunca a obrigamos. As coisas devem fluir conforme o seu tempo”, ressalta a mãe. À medida que as pessoas gostavam da pequena influenciadora, o número de seguidores aumentava. Hoje ela possui 73,6 mil seguidores no Instagram.

Por algum tempo, Belle também participou de um grupo de influenciadores mirins e ficou conhecida por todo o Brasil.

Mesmo com a grande visibilidade, as publicações sempre foram feitas de forma leve, a fim de evitar frustrações. “Passamos um tempo sem postagens, porque ela não queria fotografar.

Depois ela começou a querer fazer vídeos

e eu passei a liberar a internet para os stories, mas tudo demanda muita dedicação nesse meio. O conteúdo tem que ser atraente aos olhos dos internautas, caso contrário, as pessoas deixam de seguir”, destaca Julia.

Hoje, além de Belle, ela também é mãe da Manu. Com o cuidado das duas, o tempo dedicado às postagens diminuiu.

Mas hoje Belle já entende sobre o perfil e o que gosta de divulgar nas redes sociais. Segundo Julia, a menina se tornou mais expressiva e comunicativa, e esse é considerado o lado positivo da exposição.

Mas, ao mesmo tempo, ela se preocupa com o tipo de pessoas que seguem a filha, cuida dos perfis falsos e do uso de imagem sem autorização. Julia e Belle não sabem se a menina seguirá no mundo digital.

Mas o perfil será alimentado pela mãe quando possível e de acordo com os “recebidos” da influenciadora mirim.

“Por enquanto, mamãe que lute com essa pequena e linda influencer mirim lajeadense”, brinca Patrícia.

Isabelle, de apenas 7 anos, possui 73,6 mil seguidores no Instagram.

Na brincadeira, um alerta Se por um lado a exposição das crianças às redes sociais desenvolve a expressão e oratória, por outro exige um olhar atento dos pais e responsáveis.

Apesar da idade permitida para criar uma conta nas plataformas ser de 13 anos, o estudo TIC Kids Online Brasil de 2016, do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), mostra 86% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos com perfis próprios nas mídias sociais.

Youtube, Facebook e Instagram são as plataformas mais comuns.

Mas um novo aplicativo ganhou as redes e vem viralizando vídeos de jo-

Se diminuirmos as telas, as crianças terão mais tempo para atividades como brincar, pintar ou desenhar.”

vens com as “dancinhas” do TikTok. De acordo com a psicopedagoga Cristiane Loposzinski, 44, sócia proprietária do Espaço Pé com Pé, desde muito pequenas as crianças têm uma exposição excessiva às telas e, devido ao contato precoce, as redes sociais fazem parte da socialização dos pequenos.

“Pensando que a via de maior aprendizagem da criança dá-se pela visual, ela vai criar modelos através daquilo que está assistindo. Vai querer imitar o que está sendo usado pelo adulto como distração, mas que para ela é o correto”, alerta a profissional.

Além disso, quando uma

criança é exposta nas redes sociais, pessoas mal intencionadas podem buscar endereços, dados pessoais e, em muitos casos, imagens inadequadas das crianças.

A psicopedagoga também destaca a dificuldade para os influenciadores mirins diferenciarem o imaginário do real. “Nesse momento os pais devem mostrar para as crianças que existe uma realidade social diferente daquela em que vivem, e que nem sempre elas vão conseguir as coisas de forma fácil na vida”.

Em alguns casos também é importante cuidar com a exposição do corpo das crianças e jovens, além de conteúdos inadequados para a idade, como as músicas, por exem-

plo. Mas, ao mesmo tempo em que é preciso o alerta, a psicopedagoga afirma terem muitas crianças com bons conteúdos nas redes sociais, como contação de histórias ou jogos pedagógicos.

“Se diminuirmos o tempo de uso das telas, as crianças terão mais tempo para fazer atividades como brincadeiras ao ar livre, pinturas ou desenhos”, destaca.

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Para quebrar o tabu Mesmo com o aumento dos adeptos à cultura dos brechós, ainda há preconceito quando se fala em peças de segunda mão.

De acordo com a designer de moda Mirella Barboza, 24, muitas pessoas pensam na questão de energia e de por onde aquela roupa já com história de vida andou.

“Mas roupa nova não significa energia boa. Para quebrar esse tabu é preciso fortalecer o entendimento de como é o mundo da moda, uma indús-

tria que não vive só do glamour”, destaca.

A designer acredita na necessidade de transformação de empresas, tanto na moda quanto em outros setores.

“Muitas marcas estão surgindo pensando em impulsionar uma transformação, e profissionais da área ambiental também têm sido importantes no papel de conscientização”, ressalta.

Mirella iniciou um mestrado em Design para a Sustentabilidade, é voluntária do mo-

vimento Fashion Revolution Porto Alegre, e atua com conscientização de moda sustentável no perfil do Instagram @ mirellabarboza_.

Para ela, definir a moda sustentável é uma tarefa difícil. “É preciso garantir os direitos de todos os trabalhadores, priorizar os direitos da natureza, falar sobre inclusão de pessoas e acima de tudo ser um movimento em prol do planeta, não apenas um nicho de mercado”, ressalta. De acordo com ela, cada roupa ou outros utensí-

lios da moda utilizam grandes quantidades de recursos naturais finitos para as produções.

“Quando falamos em produtos com apelo ambiental, devemos pensar que tudo o que é mais sustentável, no que já existe e que pode ser reaproveitado, por isso os brechós são grandes aliados e uma das melhores formas de fazer e consumir moda sustentável. Incentivar o consumo em brechós ajuda a poupar recursos naturais que podem ser necessários para outras indústrias”, destaca

a designer.

Segundo ela, com a internet fica cada vez mais difícil fugir da realidade sobre a crise climática, com perfis que divulgam práticas de vida com menor impacto ambiental.

Na busca pela autenticidade

Incentivar o consumo em brechós ajuda a poupar recursos naturais que podem ser necessários para outras indústrias.”

Mirella Barboza Joanello Designer de moda

Entre as clientes assíduas do espaço está a tatuadora Alice Joanello, 26. Curiosa para conhecer e consumir em brechós, ela levou tempo para encontrar um que se encaixasse no estilo que procurava. Mas depois de conhecer a Casa BEV, passou a consumir apenas roupas de segunda mão.

A exclusividade das peças é um dos fatores que a incentiva nas compras em brechós. Outro ponto é a economia. “Para mim, sustentabilidade e economia andam de mãos dadas quando se trata de consumir em brechó. Toda a minha relação com o consumo de roupas mudou, conheci peças e tecidos diferentes e assim hoje sei o que procurar”, afirma. Ela costuma procurar peças de diferentes estampas e estilos. Quanto mais divertida e diferente, melhor.

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MINHA DICA

Cookie de nozes da Tatiana

T

rabalhar com gastronomia nem sempre esteve nos planos de Tatiana Greef Aschebrock, 36. Relações públicas na época, foi na gestação do primeiro dos três filhos que ela percebeu a importância da alimentação saudável e foi em busca de informações.

Há três anos, passou a se dedicar à gastronomia funcional e desde então, os preparos dela são baseados em técnicas da cozinha sem glúten, lactose ou açúcares refinados, sem excesso de sal, e com um olhar voltado a quem consome os alimentos, principalmente aos filhos.

“A gastronomia funcional une o conhecimento científico às técnicas adequadas para a preservação dos aspectos nutricionais dos alimentos. Basicamente é o retorno à comida de verdade, com pratos coloridos e limpos”, ressalta Tatiana.

Para se aperfeiçoar na cozinha, ela fez cursos e workshops em Porto Alegre, além de uma formação como Personal Chef pela escola Fran Tonello de São

Paulo. Há algum tempo também concluiu o curso na escola Natural Chef de Florianópolis.

Ela tem os professores como referências na área, além da Chef Funcional Paloma Zaccani e da Nutricionista Anne Dalla Costa, que apresentaram o mundo funcional à Tatiana.

Vivendo em uma propriedade rural em Teutônia, ela se divide entre o cuidado da horta e os preparos na cozinha. “Costumamos plantar muitos alimentos e ensino isso aos meus filhos também”, ressalta.

Além disso, faz pães de fermentação natural para quem busca por esse tipo de alimentação ou possui algum tipo de restrição alimentar. Tatiana pretende aumentar a gama de produtos com o tempo.

Ela também prepara saborosas sobremesas, pratos mais pedidos entre a família e os amigos. “Isso me deixa feliz e satisfeita por poder mostrar que algo saudável pode ser tão gostoso quanto o prato clássico”.

Como mãe de três filhos pequenos, sempre tem alguma

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receita coringa, principalmente no preparo de lanches. Ela gosta de produzir pratos simples mas com aporte nutricional e funcional para o melhor desenvolvimento dos pequenos.

“Cozinhar é minha vida. Não me imagino mais fazendo outra coisa que não seja relacionada a isso. O ato de preparar teu próprio alimento te dá liberdade e autonomia, aliado a uma série de fatores emocionais que ele proporciona”. É na cozinha que ela se dedica à criatividade e busca ajudar outras pessoas por meio da alimentação.

Ingredientes:

• 1/2 xícara de pasta de amendoim • 1/4 de.xicara de açúcar mascavo • 3 colheres de sopa de farinha de coco • Nozes picadas bem pequenas • Canela em pó a gosto

Modos de preparo:

• Misture todos os ingredientes em uma tigela até ficar bem homogêneo. Quado estiver bem misturada, pegue pequenas porções da massa e faça bolinhas. Coloque os cookies em uma forma untada e asse a 180°C por 20 minutos ou até dourar.

ENCONTROS

Parada obrigatória dos motociclistas

N

o caminho entre o Vale do Taquari e a Serra, uma construção chama a atenção dos viajantes. O Estaleiro Restaurante e Pizzaria aberto há oito meses em Imigrante é fácil de ser reconhecido pelos carros e lambretas que fazem parte da fachada e do interior.

O proprietário é Gilnei Ceriotti, mais conhecido como Kuiki. Natural de Bento Gonçalves, encontrou no Vale um lugar para empreender. “Peguei referência de cada lugar onde trabalhei para montar o meu espaço”, conta o empresário.

Aberto todos os dias da semana, o espaço é famoso por receber ciclistas e motociclistas de toda a região. Aos sábados ou domingos, cerca de 150 motos passam pelo lugar em grupos.

O local também ganhou o gosto dos jovens e dos mais velhos e atende todos os públicos.

Com paredes de tijolo à vista e parte da estrutura de ferro

preto, a sensação é de entrar em um típico bar americano. As peças de automóveis também não deixam a desejar e foram adquiridas para compor o ambiente.

“Eu era motociclista, e depois de me acidentar tive que parar, mas o gosto continuou comigo”, conta Kuiki.

As mesas e cadeiras de madeira também ficam em uma área externa, de onde é possível ver a estrada de um lado e, do outro, um riacho que passa entre as árvores. O silêncio durante o dia traduz uma sensação de tranquilidade e aconchego.

Mas durante a noite o espaço é mais movimentado. De quinta a domingo o restaurante vira pizzaria. Aliás, as pizzas são o carro-chefe da gastronomia do lugar. Para acompanhar, também são servidos drinks ou cervejas e chopp. Além de água e refrigerantes.

No cardápio, estão os hambúrgueres, torre de batata,

peixe com polenta, cachorro quente uruguaio, entre outros lanches. Já ao meio-dia, é servido mais de 12 tipos de comidas caseiras. Nos fins de semana tem churrasco para o almoço.

Nos sábados à noite é comum ter música ao vivo com artistas locais. O atendimento e a comida boa são atrativos para o Estaleiro que se tornou um ponto exótico e acolhedor no interior do Vale, há cerca de 28 km do centro de Lajeado.

Horário de atendimento: Aberto todos os dias ao meio-dia; Quintas e sextas ao meio-dia e a partir das 17h; Sábado e domingo ao meio-dia até à noite sem fechar durante a tarde.

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Centro da Cultura Transformadora

IMAGENS JEANDRES ROSA

C APRESENTA APRESENTA

Nicoli Müller arquiteta e urbanista Orientação etapa 1 (pesquisa): Jamile Weizenmann Débora Caterine Costa Orientação etapa 2 (projeto): debo_costa94@yahoo.com.br Fernanda Antonio

F

acilitar a interação com a comunidade e o ambiente externo é a grande aposta do projeto da arquiteta recém-formada pela Univates, Débora Caterine Costa, para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). O prédio, pensado como uma nova sede para as três empresas que formam o Grupo Popular, também possui espaço para abrigar outros empreendimentos.

Sacadas e visuais foram adotados para garantir uma expe-

om o objetivo de criar um ambiente de cultura e transformação, a arquiteta e urbanista formada pela Univates, Nicoli Müller, desenvolveu o projeto Centro da Cultura que Transforma. O trabalho pensado para a cidade de Lajeado foi orientado pelas professoras Jamile Weizenmann e Fernanda Antonio e apresentado como conclusão do curso em março deste ano.

“Vivemos em uma era onde a desigualdade social está cada vez mais eminente. Pessoas com muito e pessoas sem o básico. Essas realidades encontram-se em dois extremos, o que gera a percepção de que a humanidade vive em dois mundos. Nesse cenário, a classe baixa é a que sofre”, destaca

Nicoli.

Este foi o tema escolhido para o projeto. Um lugar para promover o desenvolvimento humano por meio de boas experiências.

“Quando o indivíduo tem a oportunidade de ter vivências satisfatórias e que enriquecem seu crescimento pessoal, quando se depara com os desafios pesados da vida, ele tem a capacidade de reagir com esperança e tomar decisões mais alinhadas com o caminho do bem”, explica a arquiteta.

riência diferenciada aos usuários, explica a profissional.

A construção busca ampliar a visibilidade e a interação das empresas com a comunidade, por isso, o projeto também prevê uma cafeteria no andar térreo. “A ideia é atrair tanto o público que trabalha e frequenta o prédio, como a comunidade em geral”.

Na parte externa, cores neutras como cinza, preto e tom de madeira foram escolhidas para transmitir sensação de aconchego, destaca Débora.

Nos espaços internos, cada ambiente foi projetado conforme as necessidades dos usuários, mas a partir da mesma estratégia de cores da área externa.

A cafeteria possui tom de concreto, laje e esquadrias escuras. A madeira, utilizada tanto nos brises, como no mobiliário, busca proporcionar um ambiente acolhedor.

Os demais espaços possuem uma paleta de cores semelhantes, porém mais claras, o que garante mais conforto

proposta contempla uma praça e uma edificação onde a principal estratégia foi criar um espaço integrado com a natureza e priorizar locais de interação constante entre as pessoas.

Para isso, Nicoli criou um prédio com estrutura formal de grelha, que permitiu um jogo entre cheios e vazios, criando salas multiusos com pátios amplos. O projeto valoriza os espaços de convivência e locais dinâmicos para diversas atividades.

Público e aberto para toda a comunidade, a proposta é que a agenda de atividades seja feita em parceria com o setor privado. A praça foi pensada para ser palco de feiras e eventos municipais, bem como para contemplação e lazer.

“A proposta central foi criar

um espaço acolhedor, de ensino, cultura, troca e convívio, com liberdade para as pessoas de baixa renda se desenvolverem e se autoconhecerem”, destaca Nicoli.

Uma solução estrutural de concreto armado com fechamento em blocos cerâmicos aparentes, material que permite uma construção e manutenção mais acessível, também foi utilizado no trabalho.

para trabalhar.

Entre as texturas, destaque para o equilíbrio entre os brises de madeira e o concreto aparente. Na parte interna, também foram adotados carpetes para ajudar no conforto acústico, além de painéis em MDF para compor cada área, conforme a finalidade.

Segundo a profissional, a escolha dos materiais considerou a disponibilidade no mercado, beleza, funcionalidade, custo-benefício e qualidade acústica e térmica.

“Os materiais também se destacam pela durabilidade.

O carpete, por exemplo, tem uma durabilidade média.

Pode ser substituído com facilidade, se necessário, mas com o devido cuidado, dura bastante tempo”.

Por fim, para destacar a fachada, foram adotados materiais como o concreto e revestimentos metálicos. Esquadrias piso-teto e pilares demarcados também marcam a identidade do prédio e garantem mais personalidade ao projeto.

Elementos conectam Um espaço de empresas e comunidade convivência

Projeto desenvolvido para Trabalho de Conclusão de Curso, com possibilidade de ser executado futuramente.

O terreno escolhido para o Projeto busca ampliar visibilidade das marcas e possibilitar projeto foi um lote público maior interação entre público interno e visitantes junto ao Parque dos Dick.

A

PATROCINADORES

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REALIZAÇÃO