Você

FIM DE SEMANA, 31 DE JULHO E 1º DE AGOSTO DE 2021 edição nº 302

BIBIANA FALEIRO

Para amamentar sem medo

No Agosto Dourado, mulheres falam sobre os desafios do aleitamento materno Páginas 6 e 7

Bastidores

M

Em cada rua, uma história

oisés (nome fictício) estava deitado debaixo de um telhado em um prédio na Avenida Benjamim. Ele dormia com um grande casaco e uma coberta no chão duro do lugar. Quando nos aproximamos para lhe dar um potinho com sopa quente, ele sentou e tratou de conversar.

Moisés gosta de futebol e tem Guerreiro, atleta de futsal, como ídolo. Nascido na serra gaúcha, já passou pelas ruas de Porto Alegre e diz ter sido abençoado na Padre Cacique. Moisés gosta de contar sobre a vida. “Óh, o mistério”, ele diz. Ele também gosta de ler, e leu um trecho de um livro fino que guardava amassado no bolso do casaco.

Naquele dia, ele estudava um herói da história. Moisés é esperto, tem família na cidade natal. Aos 16 anos, ele saiu da antiga Febem. Não contou o que aconteceu, mas talvez faltou alguém para lhe mostrar o caminho certo. Antes e depois disso. No entanto, o que é caminho certo?

Moisés, no auge de seus 30 e pouco anos, trabalha com reciclagem e guarda um dinheirinho para voltar para Caxias assim que der. Ele mora hoje nas ruas de Lajeado, mas é um homem do mundo. Um andarilho que tem sonhos, que passa fome e sente frio. Mas gosta de conversar com algum

estranho que cruza com ele pela calçada.

Mesmo com o dinheiro guardado, ele reconhece que hoje ainda perde a quantia para a bebida e o cigarro. E, apesar de já terem oferecido um teto onde morar, Moisés gosta da rua. Talvez ali ela tenha liberdade. Ou talvez a possibilidade que o agora em que ele vive lhe traga é de poder sempre melhorar. Afinal, cada conquista que ele guarda debaixo do sorriso às vezes cansado já é motivo para, de fato, sorrir.

Moisés não nos conhece, e nós não conhecemos Moisés.

Assim como tantas outras pessoas que vivem nas ruas por aí. Às vezes queremos vê-los nos abrigos, onde há uma cama onde dormir e não entendemos por que, ainda assim, muitos preferem estar nas ruas.

Mas Moisés tem sua história. Assim como a Ana (nome fictício), que quando viu o potinho com sopa, disse que ali vinha a esperança que ela pedia. Ao lado dela, Pedro (nome fictício) dizia ser a última noite na rua. Ele havia procurado ajuda para tratar o alcoolismo. E, de fato, na noite seguinte, não andava mais por lá.

Talvez, Moisés, Ana e Pedro precisem mais do que um prato de sopa quente em uma noite fria de inverno. Eles precisam de alguém que os incentive a parar com a bebida e o cigarro. E que faça isso com tantos outros, ainda antes de chegar à adolescência. Mas enquanto eles escolherem estar nas ruas e precisarem de ajuda, alguém vai estender a mão e ajudar, até que um dia Moisés volte à terra natal com uns trocados no bolso e outras histórias para contar.

Boa leitura!

Bibiana Faleiro

pravoceahora@gmail.com

Produção: Bibiana Faleiro

Arte: Gianini Oliveira

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Dica do Sesc

Destino, Liberdade e Alma,

U

m romance literário que fala sobre as perguntas que vivem na mente de todo o ser humano. Destino, Liberdade e Alma é o primeiro livro da série Osho - Questões Essenciais. Por indicação de uma colega de trabalho, essa foi uma das leituras preferidas da agente de atendimento do Sesc Lajeado, Marta Neres da Silva.

“O autor Osho nos coloca para questionar sobre a nossa existência. Por que estamos aqui? Será que existe a reencarnação? Se tivermos alma, o que acontece após a morte?”, ressalta.

Com os questionamentos, o autor também afirma que muitas vezes não existem respostas. Em outros casos, a própria pergunta é a resposta.

“Ele também coloca que devemos aproveitar as coisas boas e simples da vida, que muitas vezes na correria do dia a dia estamos tão no automático que não nos damos conta. Como degustar o nosso almoço, às vezes nem sentimos o gosto da comida”, destaca Marta.

O livro fala sobre a importância de aproveitar as pequenas coisas do cotidiano, como uma simples conversa, um olhar diferente, e observar as coisas ao redor que por vezes não são percebidas.

Marta sempre gostou de ler e quando não está com um livro nas mãos, costuma fazer palavras cruzadas, como uma forma de exercitar a mente e a imaginação.

Segundo ela, todos deveríamos ter o hábito da leitura.

“Ela nos faz viajar num mundo criado por nossa imaginação e nos desliga por aquele instante da nossa rotina do dia a dia”, acredita.

Depois da leitura de Destino, Liberdade e Alma, Marta

por Marta Neres da Silva

O autor nos coloca para questionar sobre a nossa existência” diz ter mudado a forma de ver a vida e passou a ter outro conceito sobre religião.

Marta Neres da Silva agente de atendimento

FOTOS DIVULGAÇÃO

Olimpíadas

Representatividade e inclusão em

Q

TÓQUIO 2021

uem acompanha as Olimpíadas de Tóquio este ano, pode perceber muitos rostos femininos entre os competidores. A edição é histórica para as mulheres. De acordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI), dos quase 11 mil atletas, 48,8% são mulheres. A primeira participação feminina nas Olimpíadas foi em Paris, em 1900.

Entre os rostos brasileiros nos jogos deste ano, está a maranhense Rayssa Leal, de 13 anos, carinhosamente chamada de Fadinha, porque quando tinha 7 anos, a família gravou um vídeo dela andando de skate vestida de fada.

De lá para cá, a carreira des-

lanchou e este ano ela se tornou a mais jovem medalhista da história do Brasil e terceira mais jovem da história de todas as Olimpíadas. Aliás, a modalidade é uma novidade nesta edição.

Os Jogos Olímpicos de Tóquio também bateram outro recorde: esta é a edição com mais atletas LGBTQ+ declarados na história da competição, com 163 atletas.

Outro momento marcante foi na abertura da competição, quando a tenista Naomi Osaka, de 23 anos, acendeu a pira olímpica. Negra, filha de pai haitiano e mãe japonesa e criada nos Estados Unidos, é envolvida em movimentos sociais com discussões sobre racismo e

identidade nacional.

Em outubro de 2019, ela teve que tomar uma decisão sobre a nação que representaria esportivamente. Nascida em Osaka, escolheu o Japão e assim abriu mão da nacionalidade americana.

Criada em 2016, a equipe de refugiados do COI quase triplicou para 2021. São 29 competidores de 11 países e 12 modalidades, que vivem em 13 nações e viajaram para Tóquio.

As Olimpíadas deste ano provaram mudança e até mesmo o juramento na cerimônia de abertura passou a integrar as palavras “inclusão” e “igualdade”.

Charlotte Cooper foi a primeira mulher medalhista de ouro nas Olímpíadas.

Tenista Naomi Osaka, de 23 anos, acendeu a pira olímpica em Tóquio 2021.

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CONTEÚDO PATROCINADO

CTC retoma competições de tênis com Torneio Interno de Simples ENTRE A GENTE

EVENTO CONTA COM MAIS DE 100 SÓCIOS INSCRITOS, DIVIDIDOS EM SETE CATEGORIAS

Torneios Pais e Filhos No próximo sábado (07/08), o CTC promove o Torneio de Dupla de Pênaltis Pais e Filhos. A atividade alusiva ao Dia dos Pais será realizada no Campo B, a partir das 9h.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até terça-feira (03/08) pelo telefone (51) 3726-4980, pelo WhatsApp (51) 98153-1222 ou pessoalmente, no Setor de Esportes. As categorias serão definidas conforme o número e idade dos participantes.

Já no sábado seguinte (14/08), ocorre o Torneio de Tênis Pais e Filhos. As inscrições poderão ser feitas até o dia 10, pelos mesmos canais.

D

esde sexta-feira (30/07), os atletas do Clube Tiro e Caça (CTC) disputam o primeiro Torneio de Tênis Interno de Simples CTC/Engemori/Água da Pedra. O evento segue até domingo (1º/08) e marca a retomada das competições da modalidade em 2021.

O torneio conta com 104 sócios inscritos, divididos na 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª Classes, Categoria Iniciantes Masculina e Categoria Feminina.

O Setor de Esportes está atento aos protocolos de saúde estabelecidos pelas autoridades sanitárias, assim como possíveis alterações no decorrer das atividades. Portanto, todos os sócios terão a temperatura aferida ao ingressar no Clube e o uso de más-

Final de semana será de jogos no Clube

cara é obrigatório para acesso e permanência. Os atletas poderão permanecer sem máscara durante seus jogos.

Totens com dispenser de álco-

ol gel estão instalados em todos os espaços esportivos e sociais do CTC para que atletas e demais sócios possam higienizar as mãos com frequência.

CTC inicia testes para novo sistema de cobrança de luz ENTRE A GENTE

Nos próximos dias, o CTC iniciará a fase de testes de um novo sistema para cobrança da taxa de iluminação referente ao uso das quadras e campos esportivos. A medida tem o objetivo de simplificar o procedimento, que atualmente consiste na aquisição de cartão de luz, conforme reserva dos espaços.

Para utilização do sistema, os

sócios responsáveis pelas reservas deverão portar a carteira social, especificamente o modelo que já contém o código de barras.

Por meio dela, será gerado o valor da cobrança. Após a fase de testes, todas as quadras e campos deverão ter o sistema e o uso dos espaços com iluminação será condicionado à apresentação da carteira de sócio.

Apresentação da carteirinha de sócio será obrigatória para acesso ao Clube e utilização das quadras e campos

Aberto Nacional de Tênis Infantojuvenil tem nova data A organização do 2º Aberto Nacional Clube Tiro e Caça de Tênis Infantojuvenil decidiu remarcar o evento, que estava previsto para o primeiro final de semana de setembro. Os jogos serão realizados em novembro nos dias 18, 19, 20 e 21, no CTC.

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O torneio pontua como Grupo 1 pelo Ranking da Confederação Brasileira de Tênis e terá disputas nas categorias Tennis Kids e 12 a 18 anos (masculino/feminino – Simples/Duplas). As inscrições poderão ser feitas até o dia 9 de agosto no site da Federação Gaú-

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cha de Tênis (www.fgtenis.com. br). As inscrições realizadas anteriormente seguem válidas e outras informações podem ser obtidas com o Departamento Técnico da FGT pelo e-mail tecnico@fgtenis. com.br, pelo telefone (51) 32265734 ou Whatsapp 99174-2063.

Diana Dick e Alex Duarte animam Happy Hour Nem o frio abalou os sócios que curtiram a noite de música no CTC. O Happy Hour Cultural foi retomado na quarta-feira (28/07), com Diana Dick e Alex Duarte em uma apresentação de voz e violão.

O evento foi realizado no Restaurante do Clube e ainda contou com cardápio diferencia-

do, com pizza em fatia, caipirinha e taça de vinho da Concha Y Toro para acompanhar.

Para o retorno das atividades, o CTC segue todos os protocolos de prevenção ao coronavírus. O uso de máscara é obrigatório e o público deve evitar aglomerações ou circulação entre as mesas.

ENTRE A GENTE

Noite de frio marcou o retorno das atividades do Happy Hour

Solidariedade

Saúde e consciência

para o bairro DIVULGAÇÃO

MoveMães e SAE promoveram uma ação com testes rápidos para DSTs e colocação de implante anticoncepcional

Associação que une os projetos no bairro leva o nome de uma voluntária que morreu no ano passado, a Marines Alves da Silva.

A

união de mulheres voluntárias fez surgir no bairro Santo Antônio, um projeto social. O MoveMães acolhe gestantes e mulheres com crianças de zero a 12 anos, com arrecadação e destinação de leite, alimentos, roupas e outras necessidades materno-infantis.

Este ano, ao lado do Debut Social e da Escolinha de Futebol Santo António, o projeto passou a integrar a Associação Marines no bairro.

Saúde e controle familiar Nas últimas semanas, um novo movimento foi feito pelo

projeto em parceria com o Serviço de Assistência Especializada em DST/Aids (SAE).

Foram feitos testes rápidos em 40 mulheres e a colocação do implante anticoncepcional Implanon em 24 usuárias do serviço.

De acordo com a coordenadora do

SAE, Waldirene Bedinoto, o método tem duração de três anos.

“Uma das vantagens é que as mulheres têm mais autonomia. Mas ele evita a gestação, não contração de doença.

Conversamos muito sobre os cuidados a serem tomados”, explica a coordenadora.

Entre eles está o uso de preservativos durante as relações sexuais.

De acordo com a coordenadora, o HIV pode ficar adormecido no corpo humano por 10 ou 12 anos, por isso é importante o teste rápido mesmo sem apresentar sintomas.

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Saúde

PERSISTÊNCIA E INFORMAÇÃO PARA

amamentar

O mês é chamado de Agosto Dourado para remeter à “qualidade ouro” do leite materno. Mulheres e especialistas falam sobre os benefícios e dificuldades da amamentação nos primeiros dias do recém-nascido

A

s mãos pequenas de Gabriel hoje são mais fortes e ajudam a segurar o peito da mãe na hora de receber o leite materno. Com nove meses de idade, ele já come alimentos mais sólidos e frutas, mas também aguarda o momento em que Maitícia Gisele Rocha chega em casa do trabalho e o pega no colo para amamentar.

Hoje a rotina é mais tranquila e Maitícia se sente segura para dar o leite ao filho.

Mas no início não foi assim.

“Eu sempre quis amamentar, era uma vontade muito grande”, conta a mãe. Por isso, ela e o marido John Lenon Seibel procuraram uma consultoria na área para se prepararem para o nascimento do filho.

A gestação foi tranquila, mas com 34 semanas, Gabriel nasceu de forma prematura e ficou internado na UTI Neonatal de Estrela por sete

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dias. “Tudo o que a gente tinha planejado não aconteceu.

A gente imaginava que ele ia nascer, ir para o quarto e eu já ia amamentar. Eu não pude ter esse contato desde o início”, relata a mãe.

Sem o filho no colo, o corpo também não produzia leite, e era preciso estimular. Assim, ela ia de três em três horas em um espaço dentro do hospital para retirar o líquido.

Quando Gabriel foi liberado, ele usava uma sonda e era preciso cuidado. “Foi bem diferente do que a gente imaginava. Ele era muito pequeno e não tinha muita força. Era sonolento, então tinha que mamar sentado”, lembra Maitícia.

A mãe também precisou da ajuda de um bico de silicone para dar leite a Gabriel. Já em casa, o recém-nascido passou por outro problema. Durante a amamentação costumava se

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engasgar e voltou à UTI por mais quatro dias.

Naquele momento ela deixou o bico de silicone de lado, e levou tempo para o filho se

acostumar com a mudança.

“Foi depois de muita insistência, porque eu não queria desistir, ele começou a pedir o peito aos pouquinhos, mas deu certo e até hoje ele está mamando”.

Rede de apoio

A mulher é induzida a achar que o bebê está com fome. (...)

Cada mãe tem leite suficiente para o seu filho”. fonoaudióloga e consultora em amamentação

Seja para alcançar algum objeto ou buscar um copo de água, John fica ao lado de Maitícia nas madrugadas em que o filho acorda para ser amamentado. A irmã de 12 anos e a família também ajudaram no processo. A menina ia todos os dias ajudar a cuidar de Maitícia e Gabriel.

Tem dias mais difíceis do que outros, mas hoje amamentar se tornou um momento especial. “Nem todas as mães conseguem amamentar, mas para quem pode é um sentimento maravilhoso, é lindo saber que tu está alimentando o teu filho”, acredita.

Leite suficiente

Entre os benefícios do leite materno estão nutrientes e anticorpos essenciais para o desenvolvimento das crianças. E, apesar de um momento de conexão entre mãe e bebê, amamentar nem sempre é fácil.

Muitas mulheres enfrentam dificuldades após o nascimento dos filhos. Outras não conseguem produzir leite.

De acordo com a fonoaudióloga e consultora em amamentação, Joanna Moraes, a partir da 30ª semana de gestação é importante a mulher procurar informação e se preparar para o momento.

Entre as dificuldades após o parto, está a pega incorreta do bebê no seio da mãe, além de dores no peito causadas por fissuras ou mastite. Elas também cometem erros comuns causados pela sensação de não produzirem leite suficiente.

“A mulher é induzida a dar

Congelamento e banco de leite

um complemento ao leite materno por achar que o filho ainda está com fome. Mas as mamas são produtoras de leite, não

armazenadoras, elas produzem quando estimuladas. Cada mãe tem leite suficiente para o seu filho”, ressalta Joanna.

Quando é preciso interromper a rotina de amamentação, as mães também podem congelar o leite para ele ser dado ao bebê quando não estiverem juntos. O ideal é não usar mamadeira, e sim um copo aberto ou uma colher dosadora.

O leite pode ficar refrigerado por até três dias e congelado por até três meses.

“Mães de bebês prematuros também podem fazer o congelamento para que ele possa receber aquele primeiro leite, o colostro, depois o de transição e o maduro”, destaca Joanna.

O banco de leite mais próximo do Vale do Taquari fica em Porto Alegre. Mas, de acordo com a profissional, que atua na UTI Neonatal de Estrela há 10 anos, o Hospital de Estrela tem estrutura para receber um banco e a expectativa é que isso seja feito nos pŕoximos anos.

Enquanto isso, Joanna já organizou duas campanhas com doadoras de leite. “Busquei frascos junto ao banco de leite de Porto Alegre e recrutei algumas mulheres da região. Deixei os frascos nas casa delas e depois de uma semana levamos para a capital”, conta.

Para este ano, a campanha para o Agosto Dourado será baseada em proteger a amamentação. Joanna organizou uma série de lives com histórias de mulheres que tiveram dificuldades e passaram por elas de cabeça erguida.

Uma corrente para o bem Desde abril de 2014, o Projeto Soffya Valentina, antes chamado de Corrente do Bem, ajuda famílias de crianças da UTI Neonatal do Hospital Bruno Born (HBB). Ao lado do marido e da filha, Carline Sell Ariotti ganhou o apoio da comunidade com campanhas mensais para viabilizar a atividade, com valores arrecadados no Brechó do Bem. Depois de cinco anos, com mais voluntários, outro projeto saiu do papel, o Mamãe e Bebê. Ele visa reformar ou construir uma sala de amamentação dentro de uma Escola Municipal de Educação Infantil

(EMEI) no Vale do Taquari.

“Amamentar em um espaço adequado, silencioso, confortável e exclusivo só para a mãe e seu bebê é um direito. As diretoras nos relatam que muitas mães deixam de amamentar porque o espaço oferecido não deixa o bebê tranquilo para mamar”, conta Carline.

Para dar continuidade do projeto, as voluntárias contam com a ajuda da comunidade com doações de valores ou materiais nos pontos de coleta, via pix, ou na sede do Brechó do Bem, na Rua Carlos Spohr Filho, 3231, no bairro Moinhos D’Água.

Amamentar em um espaço adequado, silencioso, confortável e exclusivo só para a mãe e seu bebê é um direito”.

Carline Sell Ariotti Voluntária

Curiosidades - Contato com a saliva do bebê ajuda o corpo da mulher a saber os nutrientes que ele deve produzir no leite; - Casais homossuexuais com duas mães podem estimular o aleitamento da mão que não gestou; - Mães adotivas podem estimular o aleitamento para amamentar o bebê adotado; - A amamentação protege as crianças do sobrepeso e da obesidade; - A amamentação exclusiva até os seis meses protege o bebê contra infecções gastrointestinais; - A prática reduz o risco de câncer de ovário e de mama das mães; - Aumento das taxas de aleitamento materno exclusivo pode salvar a vida de 820 mil crianças a cada ano; - A amamentação melhora o QI, a frequência escolar e está associada a maior renda na vida adulta; - Grávidas vacinadas contra Covid passam os anticorpos para o bebê através da placenta e do leite materno; - O apoio do pai é uma das principais influências para o sucesso do aleitamento materno; - Falta de conhecimento ou desvalorização do tema pelo pai podem causar a interrupção precoce dessa prática pela mãe; Fontes: OMS, Fiocruz, artigos científicos

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Apresentado por

A sedução do concreto FOTOS ARTUR PRETTO JUNQUEIRA

Adriana Nunes Machado

Camila Cima Ahlert

Arquiteta e Urbanista |

Arquiteta e Urbanista |

CAU/RS A56748-5

CAU/RS A93704-5

H

á muito tempo o concreto aparente vem conquistando espaço nos ambientes residenciais.

A textura rústica, que contrasta com os materiais mais sofisticados utilizados no mobiliário, agrada o usuário e confere personalidade aos projetos.

O concreto deixa de protagonizar apenas as fachadas mais ousadas para consolidar também sua presença na arquitetura de interiores.

Seja em sua aparência original (como elemento estrutural ou de vedação), seja como textura de revestimento, ele tem sido o queridinho dos ambientes que buscam uma proposta aconchegante, despojada e versátil.

No projeto de residência localizada na cidade de Lajeado, as arquitetas e urbanistas Adriana Nunes Machado e Camila Cima Ahlert, da Muram Arquitetura, adotaram o concreto desde a concepção da edificação, como elemento estrutural e de vedação.

“Ele também foi concebido para ficar aparente, conferindo personalidade e pureza aos elementos construtivos de projeto”, destaca Adriana.

O piso vinílico, que se estende por toda a área social, busca manter a aparência do concreto natural e mostra que é possível integrar os elementos construtivos sem perder a unidade estética.

No ambiente de estar, a textura integra-se ao móvel e o contraste com a madeira valoriza o resultado da composição.

No hall, o concreto aparece como fundo para o móvel projetado com estrutura metálica e tem sua textura valorizada com a iluminação pendente proposta.

Na adega, o concreto assume um efeito especial por remeter ao ar rústico das adegas tradicionais, mas sem perder a sofisticação do móvel que garante a praticidade e organiza os exemplares expostos.

Produzido por

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Porteira aberta para semear o

conhecimento

Sítio Pedagógico Vô Calvi fica em Encantado e une atividades pedagógicas com consumo conscientes de hortaliças, frutas e legumes

O

sonho de Adroaldo Luiz Calvi era ter um lugar no campo para passar os fins de semana em família. Há mais de 20 anos, ele adquiriu um pedaço de terra na propriedade onde cresceu, no bairro Santa Clara, em Encantado. É lá que no início deste ano, ao lado da esposa Clary Daltoé Calvi e de uma das filhas, Evelise Calvi Mezacasa, ele abriu o Sítio Pedagógico do Vô Calvi. Desde então, esperam os visitantes com pinhão na chapa e um chá quentinho.

A ideia surgiu por iniciativa de Evelise, que atua como professora há mais de 15 anos. Durante a pandemia, ela passou mais tempo ao lado da família e em espaços no interior, e viu no sítio uma oportunidade de unir coisas que a família gostava,

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Clary, Evelise e Adroaldo abriram o sítio em Encantado para receber visitantes.

como a gastronomia, a música e o contato com crianças.

“O projeto saiu em poucos meses do papel. Nós organizamos o lugar, mas deixamos com a ‘cara’ original. A ideia era deixar simples e trabalhar com essa ideia do rural e do contato

com a natureza”, conta Evelise.

Clary também sempre gostou de cozinhar e Adroaldo é apaixonado pela gaita. Ele, inclusive, costuma reunir o grupo de amigos para tocar nos eventos organizados no sítio e assim o espaço se prepara para

receber crianças e adolescentes com oficinas, experiências gastronômicas e com plantio e colheita de frutas e hortaliças. A educação é o principal ingrediente cultivado no sítio, mas as brincadeiras são também muito incentivadas.

Um espaço educativo

Por meio de atividades lúdico pedagógicas, o ambiente busca a vivência e interação de crianças e adolescentes com a natureza, a fim de contribuir com o bem estar físico, emocional, social e cognitivo.

Segundo Evanise, brincar na natureza colabora para

o desenvolvimento infantil, uma vez que proporciona experiências positivas. Entre os benefícios, está a força, equilíbrio e coordenação motora.

Também diminui sintomas de depressão, ansiedade e déficit de atenção associados à hiperatividade.

O sítio oferece atividades voltadas para escolas e grupos particulares, baseadas no respeito ao meio ambiente e sustentabilidade, promoção da saúde física e mental, além de promover valores como a empatia, cooperação e responsabilidade.

Assim, são ofertadas oficinas de acordo com o interesse da instituição escolar e a idade das crianças ou adolescentes. O espaço também é aberto para eventos corporativos, formação de professores, famílias e grupos de amigos com o mínimo de 15 integrantes.

Uma das programações é uma caminhada de 50 minutos pelas propriedades rurais do bairro Santa Clara e uma recepção do sítio com café colonial e piquenique. Na proposta do espaço estão os eventos infantis, com atividades e oficinas organizadas por Evanise, assim como aniversários ecológicos.

Experiências na cozinha

Nos espaços naturais do sítio são desenvolvidas atividades ligadas à culinária e educa-

Oficinas: • Oficina de Horta e Jardinagem; • Jogos Cooperativos; • Brincadeira na natureza; • Momento para alimentação junto à natureza; • Oficina da imaginação; • Oficina de conta e reconta; • Caminhada dos 5 Sentidos; • Trilha ecológica; • Caminhada rural; • Oficina do corpo; • Oficina de Arte Ecológica; • Jogos Cooperativos; • Caminhada rural; • Luau; • Círculo de construção de paz; • Mini Vôlei; • Momento para alimentação junto à natureza.

ção alimentar. Entre elas, um Relógio Biológico do Corpo Humano, para estudo de ervas medicinais.

Também há uma Horta Pedagógica e composteira para atividades voltadas à alimentação saudável, práticas sustentáveis,

Muitas vezes esse é o primeiro contato da criança com a cozinha, e cada vez é uma experiência diferente”.

Evelise Calvi Mezacasa Professora

estudos de hortaliças, leguminosas e temperos.

Em formas de barro, Clary também ensina sobre a gastronomia por meio da cozinha experimental, com a produção de pães e biscoitos.

“Muitas vezes esse é o primeiro contato da criança com a cozinha, e cada vez é uma experiência diferente. Elas também aprendem a diferenciar alimentos como alface ou radite. Outras não sabem o que é a sálvia, por exemplo”, conta Evelise. Nas caminhas pelo sítio, as frutas são tiradas do pé e vão direto para a mesa.

Os eventos no sítio podem ser agendados com Evelise pelo (51) 99994-3842 e têm duração de um turno, de manhã ou à tarde.

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Acessibilidade e inclusão: um parque esportivo para todos IMAGENS JEANDRES ROSA

Imagens: Túlio Augusto Eckhardt

APRESENTA APRESENTA

Túlio Augusto Eckhardt Arquiteto e Urbanista formado em 2020/B Orientador: Guilherme Osterkamp

Débora Caterine Costa

C F

debo_costa94@yahoo.com.br riar instalações para

atender atletas de Teutônia com acilitare aregião, interação acessibilidade univercom a comunidade e sal e um o ambiente ambiente saudável. externo Essa foi aé proposta Trabalho a grandedoaposta do de Conclusão do curso dorecémarquiprojeto da arquiteta teto e urbanista Túlio Augusto -formada pela Univates, DéEckhardt, formado pela Univabora Caterine Costa, para o tes no fim do passado. de Trabalho deanoConclusão O Parque Esportivo TeutôCurso (TCC). O prédio, pennia aproximaria o esporte das sado como uma nova sede para pessoas, a fim de fazer do as três empresas que parte formam cotidiano da cidade, ofereceno Grupo Popular, também posdo espaço um ambiente convidativo sui para abrigar outros para permanecer. Além disso, empreendimentos. tem a intenção de estimular as Sacadas e visuais foram adointerações sociais por meio da tados para garantir uma expeprática esportiva.

Segundo Túlio, foram lançadas três tipologias: o estádio, a arena poliesportiva e os ginásios de ginástica e natação. ”Elas são localizadas de forma que proporcione a permeabilidade entre as modalidades e os fluxos reduzidos estimulam os pedestres a percorrê-los, visto

Elementos conectam empresas e comunidade Projeto busca ampliar visibilidade das marcas e possibilitar maior interação entre público interno e visitantes riência diferenciada aos usuários, explica a profissional.

A construção busca ampliar a visibilidade e a interação das empresas com a comunidade, por isso, o projeto também prevê uma cafeteria no andar térreo. “A ideia é atrair tanto o público que trabalha e frequenta o prédio, como a comunidade em geral”.

Na parte externa, cores neutras como cinza, preto e tom de madeira foram escolhidas para transmitir sensação de aconchego, destaca Débora.

PATROCINADORES

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Nos espaços internos, cada ambiente foi projetado conforme as necessidades dos usuários, mas a partir da mesma estratégia de cores da área externa.

A cafeteria possui tom de concreto, laje e esquadrias escuras. A madeira, utilizada tanto nos brises, como no mobiliário, busca proporcionar um ambiente acolhedor.

Os demais espaços possuem uma paleta de cores semelhantes, porém mais claras, o que garante mais conforto

que estão ligados diretamente à diversidade de usos ao longo do para trabalhar. percurso”, destaca o arquiteto.

Entre as texturas, destaque O projeto contemplou para o equilíbrio entre osuma bripistadedemadeira atletismo, de ses e ocampo concreto futebol, quadras de vôlei de aparente.

Na parte interna, praia, quadra poliesportiva e também foram adotados carcampo de futebol sete.

As quapetes para ajudar no conforto dras descobertas acústico, além deforam painéisposiem cionadas no sentido norte-sul, MDF para compor cada área, considerando a luz solar e os conforme a finalidade. estacionamentos foram distri-a Segundo a profissional, buídos nas extremidades do escolha dos materiais consideterreno, diminuindo os deslorou a disponibilidade no mercamentos pelo lote. cado, beleza, funcionalidade, As fachadas principais das custo-benefício e qualidade edificações foram projetadas acústica e térmica. com brises screenpanel, produto que possibilita o desenvolvimento de perfurações personalizadas, com identificação visual dos esportes praticados no edifício.

Os materiais utilizados para a construção seriam elementos pré-fabricados. Para a estrutura das tipologias foi escolhido o

concreto pré-moldado e a cobertura foi projetada em estru“Os materiais também se tura metálica leve, na forma de destacam pela durabilidade. treliça planapor e treliça planatem em O carpete, exemplo, balançodurabilidade no estádio. uma média.

Nosser fechamentos Pode substituídosuperiores com fafoi escolhida telha trapezoicilidade, se anecessário, mas dal, em formato de trapézio, com o devido cuidado, dura com partes translúcidas para bastante tempo”. iluminação natural.

“Com a Por fim, para destacar a fautilização desses materiais, a chada, foram adotados mateobra como ficariao concreto mais sustentável, riais e revestide baixo custo e eficiente”, resmentos metálicos. Esquadrias salta Túlio. piso-teto e pilares demarcados também marcam a identidade do prédio e garantem mais personalidade ao projeto.

Projeto desenvolvido para Trabalho de Conclusão de Curso, com possibilidade de ser executado futuramente.

REALIZAÇÃO Projeto desenvolvido para Trabalho de Conclusão de Curso, com possibilidade de ser executado.