Você - 22/02/2020

FIM DE SEMANA, 22 E 23 DE FEVEREIRO DE 2020 edição nº 225

Histórias da folia Dos áureos tempos das escolas de samba, ao amor de quem quer manter viva a tradição do carnaval lajeadense.

Bastidores

Amanda Cantú voce@jornalahora.inf.br

Minha fantasia não é um convite

F

evereiro de 2020. A maior festa popular do país se aproxima e, infelizmente, ainda precisamos falar sobre assédio no carnaval. Todos os dias, milhares de mulheres são assediadas nas ruas, no ônibus, no trabalho e, muitas vezes, até dentro da própria casa. Porém, durante o carnaval, esta triste realidade se intensifica.

Muitos têm a impressão de que o período permite mais liberdade de acesso ao corpo da mulher, seja pelo uso das fantasias, ou pelo clima descontraído da festa. O que deveria ser um momento de alegria para todos, acaba se transformando em incômodo e violência para muitas mulheres.

A prova é que, durante o carnaval, as queixas de violência sexual costumam aumentar 20%, segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH), obtidos por meio do Disque 100 (Disque Direitos Humanos) e do Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher).

Em função de informações como esta, e em meio a tantos casos que apagam completamente o colorido da data, que coletivos como o Não é Não! surgem com a missão de conscientizar sobre o tema. Muito

mais do que as mulheres entenderem que têm o direito de dizer não, e que isso precisa ser respeitado, é fundamental fazer entender que nada dá acesso ao corpo do outro sem permissão. Não importa o que a pessoa está vestindo ou fazendo. Não é não! E tudo depois do não é assédio.

Desde 2018, a importunação sexual, que se configura toda vez que alguém praticar algum ato libidinoso na presença de outra pessoa de forma não consensual, tendo ou não contato físico, é considerada crime punível com prisão.

Então mulher, denuncie.

Lembre-se que você não é culpada. Você tem o direito de se divertir e assédio vem de uma cultura machista e patriarcal que precisa ser desconstruída.

Em situações complicadas, peça a ajuda de outra mulher, e se vir uma mulher passando por dificuldade, ajude-a. Tire ela do ambiente e traga-a para o seu grupo. Ninguém solta a mão de ninguém no carnaval também.

Lembrete importante para todo mundo: etnia e religião não são fantasias. Homem vestido de mulher também não. Carnaval fica ainda melhor com respeito!

voce@jornalahora.inf.br Produção: Amanda Cantú Matheus Chaparini

Arte: Fábio Costa

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Faça você mesmo

Tiara de

abacaxi Materiais • Uma tiara de cabelo amarela (caso não encontre, utilize fita de cetim para revestir a tirara) • Feltro em diferentes tons de verde • Cola quente

Passo 1 Para montar a base da coroa de abacaxi, recorte uma tira de feltro com 10 cm de altura e 25 cm de comprimento, e cole as pontas conforme a imagem.

Passo 2 No restante do feltro, desenhe e recorte as folhas.

Elas podem ter entre 10 e 20 cm de altura, por 4 cm de largura, conforme o tamanho da coroa que você deseja. Utilizar feltros de cores diferentes ajuda a criar contraste e deixa a sua cora mais bonita.

Passo 3 Cole as folhas ao redor de toda a base. Cole as maiores primeiro e faça uma segunda camada com as menores.

Passo 4 Cole a coroa na sua tiara. Para criar um efeito divertido, você também pode colar a coroa levemente inclinada.

Apresentado por

CRON CENTRO REGIONAL DE ONCOLOGIA CERTIFICADO nº 036/016/005 VALIDADE: 29/11/2021

IB E S Instituto Brasileiro para Excelência em Saúd e

O ACOLHIMENTO QUE HUMANIZA E FORTALECE ESTRATÉGIA MELHORA RELAÇÃO COM PACIENTES E TRANSMITE TRANQUILIDADE A EQUIPE

A

humanização no atendimento é uma estratégia que melhora a relação dos pacientes com os profissionais de saúde e gera bons resultados nos tratamentos. Por meio da escuta e do afeto, equipes levam conforto a quem necessita e tornam mais ameno o processo de enfrentamento das doenças. O acolhimento é uma das principais características do Centro Regional de Oncologia (CRON), e a técnica tem aperfeiçoado as relações ao longo dos anos.

“Não tenho palavras para descrever a equipe do CRON”, revela a paciente Clair Carvalho da Costa. “No momento em que recebi a notícia da doença fiquei fragilizada, mas ao chegar no Centro tudo mudou. Me

senti muito mais segura e preparada para encarar a nova fase”.

Clair descobriu o câncer de mama no final do ano passado e já em dezembro iniciou o tratamento no CRON. Ela conta que o processo de acolhimento foi fundamental para o melhor entendimento da doença e dos procedimentos a serem realizados. “Tive acesso a vários profissionais, como médicos, nutricionistas e psicólogas, que me orienta-

É MUITO IMPORTANTE QUE O PACIENTE SAIBA E SINTA QUE TEM COM QUEM CONTAR” [...]

Francielli Macagnan PSICÓLOGA DO CRON

ram em todas as etapas”, afirma.

Com foco na escuta e afeto, o acolhimento é um dos momentos mais importantes para os pacientes. De acordo com a psicóloga do CRON, Francielli Macagnan, é a partir deste momento de conversa que se estabelecem os planos de cuidado e se faz o encaminhamento individualizado.

“A escuta torna todo processo menos difícil. É muito importante que o paciente saiba e sinta que tem com quem contar, este amparo favorece o processo de enfrentamento da doença”, explica a psicóloga.

MONITORAMENTO CONSTANTE No CRON, a prática do acolhimento existe desde a fundação do Centro. À medida que o espaço e a equipe evo-

Eles se importam com o paciente, ligam para saber como estamos após cada quimioterapia. E é esse cuidado que nos fortalece.”

Clair Carvalho da Costa PACIENTE

luíram, a técnica foi intensificada e tornou-se uma característica base dos serviços da unidade.

Na prática, o paciente é encaminhado a consultas com todas as áreas. A avaliação inclui atendimento com enfermeiras, farmacêuticos, nutricionistas e psicólogos. “Quando o paciente está em fase de iniciar o tratamento a recepção agenda a consulta de acolhimento. Mas é importante destacar que ao longo do procedimento o paciente segue sendo acompanhado e monitorado por todas as áreas”, ressalta Francielli.

O REFLEXO DO CUIDADO A relação mais próxima e humanizada permite aos profissionais do CRON compreenderem melhor as necessidades dos pacientes. Estabelecer o vínculo transmite confiança e tranquilidade.

Para Clair, é a atenção da equipe que faz a diferença no tratamento. “Eles se importam com o paciente, ligam para saber como estamos após cada quimioterapia.

E é esse cuidado que nos fortalece”.

Hoje, a equipe do CRON é composta por 18 profissionais e tem seu trabalho reconhecido pela Acreditação ONA – nível 2. A honraria é um dos mais altos reconhecimentos na área de gestão de empresas no segmento da saúde.

Produzido por FIM DE SEMANA, 22 E 23 DE FEVEREIRO DE 2020

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CONTEÚDO PATROCINADO

Enterro dos Ossos CTC é no próximo sábado

Foliões ainda podem garantir os ingressos antecipados na Secretaria do Clube

ENTRE A GENTE

ENTRE A GENTE

Crianças e adultos aproveitaram o Clubinho de Carnaval no último sábado

A criançada levou a família toda para o Salão Social do Clube Tiro e Caça (CTC) para curtir uma tarde colorida e cheia de diversão no Clubinho, no sábado passado (15/02). Mas quem perdeu a festa, ainda tem tempo de brincar o Carnaval. Quinta-feira acontece

Aproveite as últimas semanas da temporada de piscinas Aproveite o verão nas piscinas do CTC! O complexo tem atrações para crianças e adultos e é uma ótima opção para amenizar o calor em qualquer dia da semana. Para quem não está de férias, vale um mergulho para recarregar as energias depois do trabalho.

A temporada de piscinas vai até o dia 29 de março e o espaço fica aberto todos os dias. Na segunda-feira, o funcionamento é das 14h às 21h, e de terça a domingo, das 9h às 21h. A partir do dia 1º de março, o fechamento ocorre às 20h.

Para acessar as piscinas é preciso estar com o cadastro atualizado e apresentar a carteirinha e o cartão de banho. O valor do cartão de banho é R$ 30 por mês ou R$ 50 a temporada, para sócios.

Horários de atendimento no feriado

o último ensaio aberto do Bloco do Cascata antes do Enterro dos Ossos.

O encontro é no Salão Rústico, a partir das 19h.

Para quem vai aproveitar o Enterro dos Ossos CTC, ainda há ingressos antecipados disponíveis na Secretaria. O evento será no Salão Social, no próximo sábado (29/02), às 21h.

A animação fica por conta do DJ Gui Trentini, do grupo de pagode Nosso Jeito, e a noite ainda terá participações especiais dos integrantes da Escola de Samba Vila Isabel, de Porto Alegre, e da Bateria do Cascata.

Os convites antecipados custam R$ 10 para sócio (com consumação) e R$ 20 para não sócio. Os ingressos na bilheteria serão vendidos a R$ 15 para sócio e R$ 30 para não sócio, ambos sem consumação.

ENTRE A GENTE

Temporada de piscinas encerra-se no dia 29 de março

Crianças de até 11 anos não podem permanecer no local sem um adulto acompanhante. Outras informações podem ser obtidas diretamente na Secretaria do Clube ou no site.

AGENDA CTC

O horário de atendimen to ao público no Clube será reduzido durante o feriadão de Carnaval. Na segunda e quarta-feira, a Secretaria e o setor de Locações funcio nam normalmente. Já na terça-feira, feriado, não haverá atendimento ao público. No feriado, as piscinas e as qua dras de tênis têm funciona mento normal.

Bloco do Cascata faz último ensaio aberto na quinta-feira

Inscrições para o Ranking de Tênis terminam segunda Os tenistas interessados em participar do Ranking de Tênis CTC/Engemori/ Água da Pedra têm até segunda-feira para garantir sua inscrição. A confirmação deve ser feita diretamente no Setor de Esportes e Lazer. Quem jogou no ano passado precisa se inscrever normalmente e aqueles que não participaram do torneio anterior podem se inscrever na 5ª Classe, Categoria Iniciantes e Categoria Feminina.

O valor é R$ 120, com camiseta inclusa, e parte da renda será revertida para uma entidade beneficente. O Ranking inicia-se no dia 14 de março e os jogos serão divididos nas 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª Classes, Categoria Iniciantes e Categoria Feminina.

As inscrições para o Qualifying podem ser feitas até o dia 02/03 e a competição será realizada entre os dias 6 e 8, no CTC. A 2ª, 3ª e 4ª Classes já estão

27/02: Ensaio Geral do Cascata 29/02: Enterro dos Ossos CTC 6, 7 e 08/03: Qualifying de Tênis

Temporada de tênis será aberta em março

confirmadas. Os tenistas que foram rebaixados de categoria no ano passado não poderão jogar na mesma Classe neste ano.

14/03: Abertura do Ranking de Tênis CTC/Engemori/Água da Pedra 29/03: Encerramento da Temporada de piscinas 2019/2020

Carnaval

Ainda lembro bem daquele carnaval Nas décadas de 1970 e 80, o carnaval de Lajeado viveu sua época de ouro. As escolas de samba desfilavam na rua Júlio de Castilhos, que ficava completamente lotada nas duas calçadas. Vinha gente de toda a região.

Sambistas de Porto Alegre reforçavam as escolas.

Quase 40 anos depois, foliões recordam histórias dos bailes e desfiles que marcaram a cidade.

H

ouve um tempo em que os verões de Lajeado eram marcados pela preparação dos desfiles de carnaval. A gurizada deixava de ir à praia para se enfiar em barracão e fazer carro alegórico. Casas viravam ateliês. Famílias inteiras se envolviam nas tarefas.

Meses antes da folia de momo, iniciava uma mobilização para arrecadar dinheiro para fantasias e carros alegóricos. As escolas organizavam festas, jantares e gincanas. Ensaios abertos, com venda de bebidas, também contribuíam com o custeio.

No dia dos desfiles, a rua Júlio de Castilhos ficava totalmente lotada.

Ao longo da via, era impossível transitar nas calçadas. O público vinha de toda a região, trazia cadeiras, e esperava para ver passarem Cascata, Soreba, Explode Coração, Deixa Sambar, entre outras. O Bloco dos Palhaços era presença confirmada, com suas sátiras de temas atuais da época.

A concentração era na rua Tiradentes e as agremiações desciam a Júlio desfilando até a praça. O desfile era completo: samba enredo, abre-alas, carros alegóricos, bateria, ala

ARQUIVO PESSOAL SEBALDO HAMMES

de baianas, velha guarda, casal de mestre sala e porta-bandeira e uma peculiaridade do carnaval gaúcho: porta-estandarte.

O surgimento das escolas foi influenciado pelo bloco Maracangalha, criado em 1957. O carnaval de Lajeado viveu seu auge da metade da década de 1970 até meados da década de 1980. Destaques do carnaval de Porto Alegre vinham a Lajeado reforçar as equipes das escolas. Nesta época, o carnaval de Lajeado chegou a ser o terceiro mais importante do estado, atrás apenas de Porto e Alegre e Uruguaiana.

Em 1986, ocorreu o último desfile daquele ciclo. Na década de 1990, os desfiles foram retomados, mas sem tanta repercussão e envolvimento da comunidade. Durante alguns anos, foram realizados no Parque dos Dick.

Em 2019, os desfiles oficiais não foram realizados na cidade. Para este ano, há apenas algumas iniciativas

descentralizadas de blocos.

Os jovens foliões daquele tempo são hoje profissionais, empresários, juízes, diretores de empresas. Daqueles carnavais, restaram memórias e muitas histórias a contar.

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Rivalidade e trajes mínimos Suzana Trentini nasceu em 1957, mesmo ano da fundação do Bloco Maracangalha. Aos 15, tornou-se porta estandarte da agremiação. Alguns anos depois, passou a integrar a então recém criada Cascata. Nunca desfilou em ala, sempre levando estandarte ou bandeira.

Entre todas as escolas, misturavam-se grupos de amigos e casais.

O que não significa que não houvesse rivalidade.

“Quando, por exemplo, alguém do Cascata passava para o Soreba, meu deus. Era virar casaca, igual time de futebol” Suzana recorda de um ano em que os integrantes do Maracangalha causaram rebuliço na comunidade lajeadense ao desfilarem seminus no carnaval. Meninas, apenas de biquínis prateados, meninos de shortinho e colete. O que, para os desfiles de hoje, poderia ser considerado traje excessivo, na época, chocou algumas pessoas.

“Meus pais sempre foram super liberais. Minha mãe fez o meu biquíni.

Quando meu pai viu, ele quase teve um troço. O ‘Maraca’ sempre foi à frente do tempo.”

A posição de porta estandarte era lugar de destaque nas escolas. A maioria trazia gente de escolas da capital, com mais conhecimento e, assim, Suzana nunca vencia. “No último ano do carnaval, eu fui para a raia, nem

ARQUIVO PESSOAL SUZANA TRENTINI

Quando a turma virou escola Engana-se quem imagina desfiles simplórios e com pouco luxo.

Há quem diga até que as escolas de Lajeado possuíam alegorias mais elaboradas que as da capital.

“O Deixa Sambar tinha uma ba-

teria muito boa e muita criatividade na confecção dos carros alegóricos. Na época, a gente já colocava luzes nos carros.

Tivemos até alegorias que se movimentavam”, recorda o empresário Maurel Lenz.

Ele participou da escola desde bem novo, tocando surdo na bateria. Lenz destaca a amizade que uniu os foliões a criarem as escolas e que, em muitos casos, permanece através do tempo.

“Todas as escolas aqui da cidade se originaram de grupos de amigos.

Muitos são amigos até hoje. Era muito legal porque a gente vivia em turma e movimentava essa turma o ano todo, não só no carnaval.”

ARQUIVO PESSOAL MAUREL LENZ

Suzana Trentini carregou estandarte e bandeira do Maracangalha e Cascata

fiquei para esperar o resultado. Neste ano eu ganhei”, recorda.

Um tombo em frente aos jurados

Em um dos anos em que desfilou à frente da Cascata, Suzana passou por um dos momentos menos desejados por uma porta bandeira. Quando passava em frente aos jurados, a ponta da sandália engatou na armação da saia.

Enquanto caía, foi salva pelo companheiro, o mestre sala Paulinho Durão, da Restinga, que a segurou antes que chegasse ao solo.

“Eu fiquei sem saber o que fazer e o Paulão, que era irmão dele, disse: ‘gira, gira, gira’. O público nem notou, mas os jurados viram e eu perdi pontos.

Foi muito engraçado”, lembra.

Desde bem novo, Maurel Lenz tocou o surdo da Deixa Sambar

ARQUIVO PESSOAL ROBERTO MUNHOZ LEAL

Herança de carnaval Quem também tem o Cascata correndo pelas veias é o empresário Roberto Munhoz Leal, 38, o Bebeto.

Sobrinho e afilhado de Marco Aurélio Munhoz, o Keko, um dos fundadores da Cascata, Bebeto viu a escola nascer na casa de seus avós e cresceu acompanhando seus desfiles.

Quando adolescente, o Cascata já não desfilava, então Bebeto teve a ideia de montar um bloco a partir da escola de samba. “Com o tempo, começamos a misturar a bateria junto do bloco e todos adoraram, se tornou o diferencial”.

Hoje o Cascata é formado por cerca de 200 pessoas. Entre elas, 30 compõem a bateria que segue o mestre Bebeto, função herdada do padrinho Keko.

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Terezinha Leite Rosas Munhoz, mãe de Keko e Miriam Munhoz, desfilando pela Cascata na década de 80

Entre as muitas histórias que lhe marcaram, Bebeto recorda da apresentação feita em 2001, ocasião em que o bloco voltou a ser escola de samba para resgatar a tradição. Com um samba enredo sobre o jubileu da Cascata, tudo foi feito de última hora, recorda.

Durante 30 dias, a casa de Keko foi usada de barracão para confecção dos carros alegóricos e adereços. “Virávamos a madrugada colando lantejoulas. Lembro do pessoal dormindo lá e o Keko chegando do trabalho com cacetinho e salsichão para jantarmos”. O esforço valeu a pena, e mais uma vez a Cascata foi campeã do Carnaval de Lajeado.

Para Bebeto, o carnaval é um momento para promover cultura e diversão. “Desejo que as próximas gerações abracem esta festa popular e contribuam para resgatar o carnaval de Lajeado. Temos uma longa história, só está adormecida. Tem muita gente aqui que gosta do carnaval”.

Couros furados

Coisa de família O carnaval está na família de Miriam Munhoz Scherer, 64, desde a adolescência. Suas lembranças mais bonitas da data são os pais desfilando com o Cascata. “Meu pai na comissão de frente, lindo, e minha mãe arrasando de baiana”.

A professora aposentada é irmã de um dos fundadores da Cascata, o Keko. Nascida em Porto Alegre, Miriam mudou-se para Lajeado quando tinha apenas seis meses, e aqui morou até os 18 anos.

Mesmo depois de se mudar para a capital, Miriam continuou a visitar Lajeado para prestigiar o carnaval e as apresentações do Cascata, incentivada pelo irmão. “Marcavam o ensaio e o Keko já nos avisava, então vinhamos no fim de semana para as crianças se divertirem. Assim começou o amor dos meus filhos pelo Cascata também”.

Hoje o filho mais velho, Mauro, toca na bateria do Cascata e é companhado nos ensaios pelas filhas Luiza e Laís.

Miriam Munhoz

MATHEUS CHAPARINI

No acervo de Beto Roos, ele cantando no CTC, a entrega de um prêmio e a esposa, Goia, defilando

O engenheiro civil Humberto Roos, o Betinho, viveu esta rivalidade. Um dos fundadores da Sociedade Recreativa Batutas, a Soreba, ele é casado com Goia Munhoz, que era do Cascata. No ano em que começaram a namorar, o pai da moça proibiu que ela desfilasse em qualquer escola.

Em outra edição, ele conta que a Soreba teve todos os instrumentos de couro furados por um concorrente. Os

integrantes tiveram que correr a Porto Alegre, na tradicional loja Valcareggi, na Cidade Baixa, para comprar novos couros. “O mais difícil sempre foi a bateria, porque aqui não temos essa tradição.

Nós criamos vínculos com escolas de Porto Alegre. Queríamos ser grandes como eles. O ensaiador do Imperadores do Samba foi nosso ensaiador.”

A partir do início dos anos 80, as escolas se tornaram mais luxuosas e os

Memórias de uma rainha “Só quem está ali, com a bateria, entende o amor e o frio na bariga quando ela começa a tocar. É um momento único”. A maquiadora e bacharel em direito Daniela Porto, 31, é a rainha da bateria do Cascata há nove anos. Tudo começou quando uma amiga a convidou para participar de ensaio, em 2011.

“Cheguei e me deparei com uma bateria ensaiando. Achei o máximo pois nunca havia visto e, quando percebi, estava sambando. Meu amor pelo carnaval surgiu deste primeiro encontro”.

O papel da rainha de bateria é transmitir a mensagem do enredo desenvolvido pela bateria, conta Dani. “Procuramos transmitir amor, paz e emoção.

Que as pessoas possam sentir o arrepio que sentimos todas as vezes que nos encontramos e fazemos o som acontecer”.

O Cascata é como uma sua segunda família para Daniela. Os ensais ocorrem no Clube Tiro e Caça, entre janeiro e fevereiro, uma vez por semana. “É um ambiente democrático e para todas as idades. É muito bonito ver as crianças querendo tocar e dançar. É o retorno que temos do amor que transmitimos através das apresentações”.

Daniela lembra de muitos momentos marcantes ao lado do Cascata, mas

ARQUIVO PESSOAL DANIELA PORTO AMANDA CANTÚ

Daniela Porto quando foi convidada a ser rainha do Bloco Cascata, em 2011

um em especial a marcou logo no início da trajetória. No primeiro ano com a escola, era tímida e nunca havia desfilado. No dia da apresentação, a rainha se atrasou e, quando chegou, a bateria já estava tocando. Quando a viram, os músicos calaram os instrumentos e por um momento, a bateria do Cascata si-

Hoje, o Cascata é como uma segunda família para a rainha

lenciou. “Então todos começar a gritar “a rainha chegou” e a tocar de forma ainda mais alegre”. A amiga Cassia Borba, responsável por levar Daniela ao primeiro ensaio, emocionou-se. “Ver os olhos dela cheios de lágrimas só reforçou como aquele momento foi especial e indescritível para mim.”

desfiles, mais caros. Roos estima que, em valores atualizados, os desfiles custassem cerca de R$ 500 mil. O alto custo veio junto com a evolução e a sofisticação do carnaval e foi um dos fatores que culminou na interrupção da festa em 1986.

Outro aspecto é que os integrantes amadureceram, constituíram família e trabalho e acabavam tendo menos tempo para se dedicar às escolas.

Se o bloco não sai, saimos nós No verão de 1976, um grupo de adolescentes de 14, 15 anos decidiu criar uma escola de samba. A ideia depois que o tradicional desfile do Bloco Maracangalha não saiu. Faltava uma folia no período carnavalesco. No dia 5 de fevereiro, na esquina das ruas Tiradentes e 15 de novembro, no bairro Florestal, foi criada a Escola de Samba Cascata.

A escola foi formada por um grupo de amigos, associados do Clube Tiro e Caça. Entre eles, Marco Antonio Bald, Carlos Schoroeder, Paulo Zart, Luis Eitos, Antenor Spech, Alexandre Gravina e Marco Aurélio Munhoz, o Keko.

De azul e branco, a agremiação chegou a desfilar com mais de 500 pessoas, 50 integrantes na bateria e quatro carros alegóricos. Munhoz destaca o caráter popular da escola.

“Apesar de a grande maioria dos integrantes serem associados do Tiro e Caça, a escola tinha um caráter popular. Sempre se caracterizou pela bateria nota 10.

Nos anos que nao tinha muito recurso para fantasia e adereço, a gente saia com o samba no pé”, recorda Keko.

De acordo com Munhoz, a escola venceu os carnavais de 1978, 80, 81, 85 e 86.

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Mendonza A

os pés da Cordilheira dos Andes está Mendoza, uma das cidades mais bonitas da Argentina. Conhecida por ser a quinta maior produtora de vinho do mundo, conta com mais de 1.200 bodegas (como são chamadas as vinícolas), a maioria especializada na uva Malbec.

A região ainda tem muito mais a oferecer. Ali também há lagos, rios, montanhas nevadas e deserto, ótima pedida para atividades ao ar livre e prática de esportes radicais. Destaque ao Pico do Aconcágua, o ponto mais alto das Américas, com 6.962 m de altura. Programe-se para conhecer de perto parreirais, cassinos e parques cheios de atrações. Aproveite!

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Vinícola Luigi Bosca

Fundada em 1901, a bodega Luigi Bosca é uma das vinícolas de mais longa trajetória de Mendoza.

Propriedade da Família Arizu, foi a primeira vinícola da região de Luján de Cuyo a alcançar, em 1989, o status DOC (Denominação de Origem Controlada – vinificação especialmente aprovada em uma determinada área).

O tour pela vinícola Luigi Bosca mostra uma visão moderna de vinificação, compartilha a história da família, a magia da degustação de vinhos de excelente qualidade e apresenta o circuito de arte “Via Crucis del Vino”, uma expressão artística do escultor mendocino Hugo Mendoza Leytes, que inclui uma coleção de 14 obras relacionando os acontecimentos desde a chegada de imigrantes que começaram a indústria do vinho no país.

Uspallata

Uspallata é uma cidade andina da Argentina, perto da fronteira com o Chile. É conhecida por suas montanhas desérticas próximas, como o Cerro de los Siete Colores e o Cerro Tunduqueral, com seus petróglifos incas. Uspallata teve uma participação histórica importante na campanha do Exército dos Andes, já que é o lugar onde dois exércitos se encontraram antes de cruzar os Andes. Sob o comando de Juan Gregorio de las Heras, eles cruzaram a cordilheira através da passagem de Uspallata em 1817 com o objetivo de libertar o Chile de mãos realistas.

Punta De Vacas Punta De Vacas, é uma vila na província de Mendoza , Argentina, entre Mendoza e Puente del Inca , não muito longe da fronteira com o Chile. A cidade já foi servida pela ferrovia Transandine, agora desativada , que ia de Mendoza, na Argentina, a Los Andes, no Chile.

De lá, a montanha Tupungato pode ser vista.

Esta montanha se eleva a 6800 metros acima do nível do mar. Constitui um dos acessos ao Parque Provincial de Aconcagua e as rotas de ascensão ao monte Aconcagua .

Ponte Picheuta

A Ponte Picheuta fica a 20 km de Uspallata e atravessa o rio Picheuta. É uma pequena ponte de pedras unidas com argamassa áspera, da época colonial. Desde o século XVIII, a Ponte Picheuta ligou a Capitania Geral do Chile ao Vice-reinado do Rio da Prata. Aqui você pode ver as ruínas de uma fortificação, uma testemunha silenciosa de importantes eventos históricos ligados aos feitos de San Martin. A ponte foi feita no século XVIII por ordem do vice-rei do Chile Ambrósio O`Higgins. A Ponte Picheuta foi declarada Monumento Histórico Nacional.

Punta De Vacas

Punta De Vacas é uma vila na província de Mendoza, entre a cidade de Mendoza e Puente del Inca, não muito longe da fronteira com o Chile. A cidade já foi servida pela ferrovia Transandine, agora desativada, que ia de Mendoza, na Argentina, a Los Andes, no Chile.

De lá, a montanha Tupungato pode ser vista. Esta montanha se eleva a 6.800 m acima do nível do mar. Constitui um dos acessos ao Parque Provincial de Aconcagua e as rotas de ascensão ao monte Aconcagua .

Parque Providencial do Aconcagua

Las Cuevas Las Cuevas é o último vilarejo no território argentino. A atração principal é a estátua do Cristo Redentor de Los Andes, que fica a 4.200 metros de altitude, considerado o ponto mais alto para quem vai fazer o passeio de um dia. É um símbolo da divisão entre Argentina e Chile e uma espécie de união entre os dois países.

Com 71 mil hectares, o Parque Providencial do Aconcágua fica a 180 Km do centro de Mendoza e recebe alpinistas de todo o mundo.

Existem as opções de trilhas mais leves e curtas para poder explorar as paisagens naturais.

A trilha mais simples é chamada de Laguna Horcones, com apenas 2 Km de extensão.

Vale lembrar que só é possível fazer este caminho no verão, já que as estradas são fechadas no inverno. Por conta da quantidade de neve, não conseguimos realizar o passeio.

Mendoza para Mulheres Grupo Brasil Viagens Período: 29/10 a 02/11/2020 • Tour privativo a 03 tradicionais bodegas com degustação e almoço c/ vinhos (Luigi Bosca – Inclui: Trapiche – El Enemigo); • Passagem aérea com Aerolíneas Argentinas; • Tour Alta Montanha com almoço; • Traslado de chegada e saída; • Serviços privados ao grupo com guia local; • 04 noites de hospedagem no Amerian Exe- • Kit de Viagens; cutive Mendoza com café da manhã; • Seguro viagem; • City Tour em Mendoza; • Guia acompanhante da agência.

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Sociedade, cultura e entretenimento

Barriga solidária, além das novelas

Um brinde tecnológico por:

Leila Franz leilafranz@jornalahora.inf.br

A Univates inaugurou, quinta-feira, 20, à noite, o Laboratório Cervejeiro. Instalado no Parque Tecnovates, conta com equipamentos com excelente tecnologia, que permitem oportunidade de estudos aos alunos e também para o desen-

volvimento de bebidas fermentadas por micro cervejarias.

A fita inaugural e o brinde à “cervejaria da Univates”, terminou com uma confraternização em frente a Tecnovates, com música ao vivo, do cantor Conrado Vier.

DEOLÍ GRÄFF

Danielle Harth e Sérgio Diefenbach

Simone Stülp, Ivete Kist, Cíntia Agostini e Elisete Lazzari

Organização financeira Valmor Kappler, Liviane Bald e Alexsander Guimarães atraíram público seleto ao Negócios em Pauta, nesta quarta-feira, na Acil. Contadores e gestores financeiros estavam entre os que prestigiaram o painel sobre fluxo de caixa.

Cleusa Marise Kappaun, Márcia Bosio, Mara Regina Schüssler e Ane Josiele da Silva Auler

Evanir Diehl e Marcelo Mallmann

pessoa solteira; • A cedente temporária do útero deve pertencer à família de um dos parceiros em parentesco até o quarto grau (primeiro grau – mãe/filha; segundo grau – avó/irmã; terceiro grau – tia/sobrinha; quarto grau – prima). Demais casos estão sujeitos à autorização do Conselho Regional de Medicina; • A Cessão Temporária do Útero não poderá ter caráter lucrativo ou comercial; • É necessário que pacientes e a cedente temporária do útero (que receberá o embrião em seu útero) assinem termo de consentimento livre e esclarecido, contemplando aspectos biopsicossociais e riscos envolvidos no ciclo gravídico-puerperal; • Apresentar relatório médico com o perfil psicológico, atestando adequação clínica e emocional dos envolvidos; • Formalizar termo de compromisso claramente a questão da filiação da criança; • Apresentar por escrito provação do cônjuge ou companheiro, se a cedente temporária do útero for casada ou viver em união estável.

Camile Bertolini Di Giglio , Fernanda Bode, Dalva Pohren e Liviane

Alegres encontros DEOLÍ GRÄFF

Luiz Fassina e Isoldi Regina e Rosangela

Não é a primeira vez, nem talvez seja a última, que a temática sirva de inspiração para os roteiristas de telenovelas. Chamada de “barriga solidária”, a prática ficou mais conhecida pelos brasileiros quando em 1990 deu nome à novela Barriga de Aluguel. Trinta anos depois, Amor de Mãe, exibida pela Rede Globo, volta a abordar uma das possibilidades terapêuticas disponibilizadas pela Medicina Reprodutiva no Brasil. Migrando da ficção para a realidade, seguem alguns dos principais pontos da Resolução no 2.168 do Conselho Federal de Medicina, publicada no Diário Oficial da União em 10 de novembro de 2017, a respeito do que é tecnicamente denominado de Gestação de Substituição ou Cessão Temporária do Útero: • As clínicas, centros ou serviços podem usar técnicas de reprodução para criarem a situação identificada como gestação de substituição, desde que exista um problema médico que impeça ou contraindique a gestação na doadora genética, em união homoafetiva ou

Confraternizar com a família.

Este é o objetivo do Rotary Club de Lajeado Engenho durante o recesso das atividades oficiais, em janeiro e fevereiro. Quatro encontros de férias com as famílias dos rotarianos. Para o presidente Evanir Diehl, os encontros reforçam o companheirismo.

Na foto, o casal governador do Distrito 4700 Luiz e Isoldi Fassina com Regina Haas e Rosangela Backendorf

Dr. Marcos Höher Médico Especialista do Centro de Reprodução Humana Bruno Born

FIM DE SEMANA, 22 e 23 DE FEVEREIRO DE 2020

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Refúgio no litoral Ambientes neutros e arejados para um espaço de conforto próximo ao mar FOTOS RENAN COSTANTIN

Gabriela Rieth Tectum Arquitetura (51) 99971-7444 tectumarqui@gmail.com

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m projeto pensado como um recanto litorâneo aberto ao ambiente externo, a casa de praia no litoral gaúcho foi desenvolvida com amplo espaço interno e nenhum obstáculo visual para o exterior, o que possibilitou a criação de um ambiente funcional e aconchegante para todas as estações.

Foram escolhidas cores neutras, como cinza, branco e preto, com o objetivo de destacar a leveza da decoração e dos quadros, de forma que toda a cor do ambiente venha destes elementos.

O mobiliário transmite leveza, em contraponto à solidez

dos materiais adotados para os revestimentos. Para as cores dos tecidos das cadeiras e sofás também foram escolhidos tons neutros, de forma que, mais uma vez, o destaque ficasse a cargo dos detalhes, neste caso, das almofadas coloridas. A madeira e os diferentes materiais dos móveis soltos também suavizam o espaço.

A textura de aço corten na churrasqueira e de concreto no piso contribuem para a criação de um espaço moderno. Por sua vez, a pedra que reveste a parte externa da lareira e o porcelanato amadeirado da fachada servem para neutralizar

PATROCINADORES

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a “frieza” do cinza e concreto, criando um equilíbrio. O uso de pedra na lareira também trouxe sofisticação para o espaço, assim como o granito preto utilizado na escada.

Para a cozinha, as cores trouxeram de forma elegante a temática do oceano para dentro da casa, assim como todos os quadros escolhidos para dar vida ao ambiente. No projeto de iluminação, pendentes foram colocados na área de jantar e de estar para que nesses pontos os lustres amadeirados tivessem o destaque merecido.

O painel geométrico iluminado com led, que configura o pano de fundo para a sala de estar, permite a criação de uma atmosfera diferente durante a noite. Todas as persianas são automatizadas e o espaço também pensado para absorver a luz natural e refrescar por meio da ventilação cruzada.

Os brises não simétricos na fachada minimizam a entrada de luz nos momentos mais críticos do dia, o que resulta em sombras interessantes no interior e movimento às fachadas. As paredes externas da casa são duplas para melhor isolamento térmico e a lareira de alto desempenho foi pensada para aquecer a casa nos dias mais frios.

REALIZAÇÃO