Negócios em Pauta - 15/04/2022

ENTREVISTA ESPECIAL

Vale do Taquari

Sexta-feira e fim de semana, 15, 16 e 17 2022

Edição 101

Gestor de negócios em setores distintos, da Tecnologia da Informação ao varejo de combustíveis, Tiago Johann divide a dedicação ao trabalho e a família com a vocação de pastor.

Ciberataques crescem

950% em um ano

Pequenas e médias empresas são mais vulneráveis a crimes cibernéticos

Com mais de 8,8 bilhões de tentativas de invasão a sistemas no ano passado, o Brasil terminou 2021 como o 5º país com mais ataques cibernéticos no mundo. Problema que também afeta as empresas do Vale do Taquari, a ameaça hacker exige estratégias de proteção para evitar prejuízos provocados pelo roubo de dados.

Páginas 6 e 7

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Realização

THIAGO MAURIQUE thiagomaurique@jornalahora.inf.br

Patrocínio

Picht Day do InnovatiOn Unimed Referência nacional em inovação na área da saúde, a Unimed VTRP avança em mais um programa de conexão em startups.

Na quarta-feira, 13, os gestores da Cooperativa ouviram 14 startups, de diversos cantos do Brasil, no Pitch Day do InnovatiOn. Nesta edição, o programa busca soluções digitais em saúde, gerenciamento da saúde à distância, engajamento do paciente ao tratamento, novas experiências em saúde e futuro do cuidado. As startups selecionadas participarão de uma imersão

com as equipes da Cooperativa, em maio, e realizarão um piloto durante três meses na região no segundo semestre.

Desde a primeira edição, realizada em 2019, mais de 250 startups já foram avaliadas pela Unimed VTRP.

Reconhecimento ao Sindilojas-VT Apoiadores

Daiane Fontana

Diretora da Di Hellen Cosméticos, em entrevista para o Negócios em Pauta de 26 de março de 2022.

VA L E D O TA Q U A R I Câmara da Indústria, Comércio e Serviços

Realizado no dia 12 de abril, o 35º Fórum Fecomércio-RS de Gestão reuniu presidentes de sindicatos patronais em Porto Alegre para debater as principais mudanças no mercado, com destaque para o setor terciário.

Transmitido pela internet para o público em geral, o evento teve como focos principais a inovação, a tecnologia e a criatividade, com palestras de nomes como o fundador e CEO da marca Chilli Beans, Caito Maia, o

head do South Summit POA, Thiago Ribeiro, o CEO do Instituto Caldeira, Pedro Valério e o presidente executivo da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), Ronald Dauscha.

No encerramento do evento, a Federação reconheceu sindicatos com o Sistema de Excelência em Gestão Sindical (SEGS) 2021, entre eles o Sindilojas Vale do Taquari. O SEGS é um programa de incentivo à gestão que avalia seis eixos da atuação sindical.

MARCANTE E ATUAL Aprendemos muito com as multinacionais, porque elas atuam há muitos anos além das fronteiras dos países, captando o que há de melhor em cada lugar do mundo. No mundo globalizado e com a internet, também temos acesso a tudo isso.”

OPINIÃO

Crise oculta

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evantamento realizado pela Federação das Indústria do Estado (Fiergs) mostra que o setor industrial enfrenta uma crise inédita que as estatísticas não conseguem mostrar. Por meio da coleta de depoimentos a entidade buscou entender o que ocorre em cada segmento da indústria gaúcha.

Dessa forma, foi possível analisar uma conjuntura ampla e com diferentes variáveis que prejudicam o setor. Entre elas estão a desorganização das cadeias de suprimento; escassez e alto custo de matérias-primas; inflação interna ainda da pandemia somada à inflação externa da guerra da Rússia com a Ucrânia. Também pressionam os empresários a disparada dos preços de fretes, a altas dos juros e o câmbio irregular.

Presidente da Fiergs, Gilberto Petry afirma que o momento é de perplexidade, devido a falta de condições de prever o desempenho ao longo deste ano. “ O que temos são várias crises que vão se sobrepondo.”

Em tempo Na última edição do caderno Negócios em Pauta, comentei sobre o número ainda pequeno de declarações de Imposto de Renda enviadas à Receita, a pouco menos de um mês para o fim do prazo.

Pois bem, a solução para a baixa adesão foi prorrogar em um mês o prazo de envio dos dados ao Fisco. O motivo alegado oficialmente foi o mesmo dos últimos dois anos: mitigar efeitos da pandemia de covid-19. Em 2020 e 2021, mesmo com prazo ampliado, o velho hábito de deixar tudo para a última hora persistiu. Como será este ano?

Boa Leitura!

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ENTREVISTA

“Atribuo todas as minhas conquistas a Deus” Sócio das empresas Olicenter, Reforce, Fascina e Ano 3 Viagens, Tiago Johann também se dedica ao pastorado Lajeadense de origem humilde, o empresário Tiago Johann se tornou referência em empreendedorismo ainda muito jovem. Dedicado aos estudos, ele começou a trabalhar na adolescência e passou por empresas como Imec e Fruki antes de se formar em Economia e iniciar o trabalho de consultoria para empresas na área – que resultou na abertura do primeiro negócio.

Desde então, Johann participou de diferentes empresas, iniciou negócios que não deram certo, aprendeu com os erros e se tornou bem sucedido. Hoje, ele divide o tempo entre as empresas nas quais é sócio, a família e a atividade de Pastor na Igreja Quadrangular de Bom Retiro do Sul.

– Qual a origem da sua vocação para o empreendedorismo?

Tiago Johann – Minha família era muito pobre e passávamos dificuldades. Nasci em Lajeado, meu pai é de Santa Clara do Sul e minha mãe é natural de Venâncio Aires, mas a família do meu avô, que era sargento da Brigada Militar, é de São Luiz Gonzaga.

Meus pais foram industriários a maior parte da vida. Meu pai empreendeu por pouco tempo e de forma muito incipiente. Então, no início da vida tive que me virar.

Moramos no Jardim do Cedro,

no Conservas, e com seis anos fomos morar no São Cristóvão na casa do meu avô. Minha mãe sempre nos estimulou muito a estudar, para ser alguém na vida. Sempre frequentei a Igreja Quadrangular, onde os líderes de jovens também incentivavam muito o estudo.

– Quando começou a tua trajetória profissional?

Johann – Nos poucos anos que o pai teve comércio, eu ajudava de tarde e estudava de manhã. Com 12 ou 13 anos, comecei a entregar panfleto para a A Mobília Móveis. Lembro até hoje que íamos na capota de uma Fiorino até os bairros e era o dinheirinho que usava para comprar uma roupa, comer alguma coisa diferente. Com 16 anos eu comecei a trabalhar no

O principal para ser empreendedor é não desistir.

Existe uma curva de aprendizado até encontrar um modelo de negócio equilibrado e com resultados."

Imec. Comecei de ponta de caixa no Imec Florestal e fui crescendo até chegar na área administrativa. Nessa época, ganhei uma bolsa de estudos federal e iniciei a faculdade de economia na Unisc, em Santa Cruz do Sul. Do Imec, fui para a Fruki, onde comecei de estagiário e quando saí era o coordenador financeiro.

– Como foi a experiência na Fruki?

Johann – Fiquei seis anos e meio na Fruki e foi a minha grande escola. Eu era muito estimulado ao intraempreendedorismo, em criar coisas e participar de cursos oferecidos pela empresa.

Tive muita liberdade e cresci muito. Nesse período, aflorou ainda mais a minha vontade de empreender. Quando me formei, com 22 anos, logo comecei a dar aulas para o curso técnicos de gestão, devido a minha bagagem na área financeira da Fruki.

Como lecionei para muitos empresários, surgiram os primeiros trabalhos de consultoria, que eu fazia à noite. Chegou um tempo em que não consegui conciliar as duas coisas. Assim nasceu a Valorar, que foi minha primeira empresa, de consultoria, quando me desliguei da Fruki.

– Todas as tuas iniciativas de empreender deram certo?

Johann – Não. Uma das

Tiago Johann também foi professor na Univates minhas primeiras era uma representação de uma empresa de software de gestão. Na época éramos em três sócios e nenhum dos três sócios podia se dedicar ao negócio. Era um bom negócio, mas mas dependia de vendas recorrentes, que alguém precisava fazer, mas não tínhamos essa pessoa. Outro negócio que tive e não deu certo foi uma distribuidora de alimentos. A empresa ficava em Lajeado mas atuava na região metropolitana.

Era uma área muito grande, criamos uma equipe grande e precisávamos de muito giro, porque a margem era apertada. Sofremos muito com alta inadimplência e fomos vítima de três estelionato.

– De que forma ocorreram esses crimes?

Johann – Eram compradores que iniciavam adquirindo tudo a vista. Depois de um tempo, pediam um prazo pequeno e quando estavam com grande volume em aberto, sumiam. Era um golpe que afetava 30, 40 empresas por vez.

Essa empresa foi um caso onde queríamos abraçar algo grande sem condições técnicas e experiência. Fomos muito inocentes nesses casos de estelionato.

– Como recomeçar depois de uma situação difícil?

Johann – Quando decidimos

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Sexta-feira e fim de semana, 15, 16 e 17 2022 uma margem e vendem, vou montar uma agência. Hoje trabalhamos com viagens internacionais. Usamos rede social para captar pessoas no mundo inteiro, com 14 pessoas diretas trabalhando em Lajeado e mais dez indiretas que nos representam em outros lugares do mundo. É uma empresa tecnológica e estamos buscando ferramentas para automatizar os processos. Usamos um software russo que faz toda a gestão dos nossos leads.

Como não somos uma agência tradicional, não temos vitrine.

Hoje estou com 35 anos e daqui a 5 anos estarei muito melhor preparado. É por isso que a maioria das pessoas enriquece depois dos 40 e dos 50 anos."

encerrar a empresa não tínhamos todos os valores para pagar o que devíamos. Então, sentamos com todos para negociar e ficamos pagando por um tempo. É um aprendizado. O principal para ser empreendedor é não desistir.

Existe uma curva de aprendizado até encontrar um modelo de negócio equilibrado e com resultados. Também é preciso buscar pessoas para orientar nas áreas que temos dificuldade. Um negócio que não dá certo trás uma bagagem muito grande para que você erre menos na tua próxima empresa. Também tive oportunidade com alguns negócios relacionados aos clientes das consultorias, como a Olicenter e o Posto Fascina.

– Quando você ingressou na Olicenter?

Johann – Em 2016, no mesmo ano que fechei a distribuidora.

Foi um novo desafio, também com uma curva de aprendizado.

Abrimos lojas que depois fechamos e trabalhamos com produtos que não deram certo. Hoje temos um foco bem definido, somos bons no que fazemos e estamos crescendo, com metade da equipe e melhores resultados.

A Olicenter de dez anos atrás tinha 40 funcionários e vendia muito notebook e computador.

Com o avanço do celular, o cliente pessoa física começa a deixar de existir. Em contrapartida o

mercado empresarial também sofreu mudanças que exigem cada vez mais performance e preocupação com a TI.

– Quais os desafios de gerir negócios em diferentes setores?

Johann – O posto de gasolina, nós passamos por um período terrível com a pandemia. A conveniência foi um dos setores mais atingidos e ainda não voltou ao normal, mas adequamos o negócio a uma nova realidade. O próprio preço do combustível é um problema. É um segmento desafiador, por isso olhamos estrategicamente para esse negócio, que está mudando. Outra empresa que tenho sociedade é a Reforce, em parceria com o Ito e a Marina Lanius e também a Graciela Black. Ela nasceu com a ideia inicial de intermediação de compra e venda de empresas.

Hoje também participamos de alguns negócios, em três ou quatro frentes. Também tenho a agência de viagens Ano 3, que trabalha com milhas.

– Como funciona a agência?

Johann – Nasceu de uma atividade que eu já fazia, que era a venda de milhas.

Pensei: se forneço milhas para uma empresa grande, eles pegam meu preço, colocam

– Quais pessoas te inspiraram na tua trajetória?

Johann – Primeiro minha mãe, uma guerreira que voltou a estudar depois dos 40 anos, fez ensino Fundamental, Médio e Técnico em Enfermagem, profissão que atua até hoje. Na Fruki, acompanhava o seu Nelson Eggers, um líder visionário que ajudou a despertar minha vocação empreendedora. Tive outro grande líder na minha vida que foi o Edson Wietholter, diretor do Gustavo Adolfo que foi meu maestro na época de orquestra. Ele era exigente e linha dura em uma época que eu era bagunceiro. Também aprendo todos os dias com o Ito Lanius, que tem grande bagagem como gestor e líder.

– A que você atribui as conquistas?

Johann – Atribuo tudo a Deus e não estaria onde estou sem um lado espiritual bem resolvido. Temos problemas todos os dias para administrar nas empresas, mas essa minha relação com a espiritualidade me dá muito força, assim como a família. Tem uma passagem bíblica: qualquer coisa que você tiver que fazer, faça como se fosse para Deus. Eu faço sempre o melhor, independente da situação. Estudei muito, fiz duas pós-graduação e nunca desisti. Os grandes líderes empresariais do mundo já quebraram duas, três, quatro vezes antes de acertar. Hoje estou com 35 anos e daqui a 5 anos estarei muito melhor preparado e é por isso que a maioria das pessoas enriquece depois dos 40 e dos 50 anos.

Você aprende a errar menos, tem mais experiência para lidar com pessoas.

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SEGURANÇA

Hackers ameaçam empresas do Vale Tentativas de ataques cibernéticos cresceram 950% no Brasil em 2021

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om sede em Bom Retiro do Sul, a Cervejaria Salva é uma das milhares de empresas brasileiras que sofreram com tentativas de invasão por hackers no ano passado.

Pesquisa realizada pela FortiGuard Labs, laboratório de inteligência de ameaças da Fortinet, mostra que o Brasil sofreu 88,5 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos em 2021, aumento de mais de 950% com relação a 2020.

Conforme a gerente administrativo/financeira da cervejaria, Regina Gauer a tentativa de invasão foi descoberta após queixas da equipe sobre lentidão para acessar o sistema da empresa.

“Contatamos uma empresa para analisar o servidor e eles constataram um grande ataque com mais de 300 tentativas por segundo. Era questão de dias para a invasão acontecer e ficarmos sem os dados.”

Segundo Regina, as medidas de proteção foram imediadas e impediram prejuízos imensuráveis. “Somos uma indústria com uma carteira gigante de clientes, fornecedores e produtos.

Hoje, se uma empresa perde o sistema as informações, fica sem nada.”

Engenheiro de cibersegurança, Gerson Fell confirma o aumento exponencial dos ataques cibernéticos. Conforme Fell, as ameaças atingem empresas de todos os portes, mas as pequenas e médias ficam mais vulneráveis devido à ausência de gestão voltada para a cibersegurança.

Sequestro de dados

De acordo com Fell, existem os dois tipos mais comuns de ataques cibernéticos: de “força bruta” e aqueles que envolvem alguma engenharia social. “No caso da Salva, as tentativas foram de força bruta, quando ocorrem milhares de tentativas de decifrar a um login e senha de acesso ao sistema.”

Os ataques com uso de engenharia social consistem em esconder um link ou arquivo malicioso por e-mail, SMS ou

mensagens em redes sociais.

Segundo Fell, com acesso ao sistema, os criminosos agem para criptografar os dados, excluir os backups e cobrar de R$ 20 mil a R$ 50 mil, em média, pelo resgate. Nesses casos, ressalta que a empresa fica refém, e precisa decidir entre

Os três pilares da Segurança da Informação

Integridade: A informação enviada deve permanecer sempre em sua natureza original. Não deve ser alterado durante o processo de transmissão por agentes não autorizados.

perder toda a sua base de dados ou pagar os criminosos na esperança que eles liberem as informações. “A maioria das empresas paga.”

O engenheiro de cibersegurança acredita que a cultura de se precaver contra os ataques virtuais ainda está distante

da realidade de grande parte das empresas. Segundo ele, a maioria dos empresários enxerga os investimentos em TI como um custo, e buscam se proteger somente após serem vítimas de ataques – situação cada vez mais comum no Vale do Taquari.

Confidencialidade: consiste em impedir que alguém leia informações que não está autorizado a ler.

Disponibilidade: Garante as informações a qualquer momento, sem falhas, para pessoas qualificadas e autorizadas com acesso ao sistema.

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“Os hackers estão mais sofisticados e criativos para cometer crimes”

Carlos Heusser é Oficial de Proteção de Dados, DPO na sigla em inglês.

Previsto na Lei Geral de Proteção de Dados, o DPO é o profissional responsável por atuar na comunicação com o titular dos dados e ser a voz da empresa perante a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), entre outras tarefas relacionadas à proteção das informações.

– O que são ameaças cibernéticas?

Carlos Heusser – A transformação digital trouxe diversas melhorias em nossa sociedade, transformando dificuldades em novas oportunidades de negócio, com o surgimento de novas empresas e startups que geram riqueza. Praticamente todas as empresas usufruem do meio cibernético. Isso vai deste o pagamento de uma conta via Internet Banking, até a compra e venda de produtos no e-commerce.

Porém, sabemos que a internet não é segura. É um ambiente público com diversas ameaças, chamadas ameaças cibernéticas. São ações que visam comprometer algum ativo da empresa e podem ser desencadeadas por diversos agentes externos ou internos, assim como por qualquer ato que quebre algum dos pilares da Segurança da Informação, é considerada uma ameaça.

Era questão de dias para a invasão acontecer e ficarmos sem os dados.”

Regina Gauer

– Qual a ameaça capaz de causar maior prejuízo para as empresas?

Heusser – Atualmente é o Ransomware. Quando infecta os computadores da empresa, esse programa malicioso criptografa todos os arquivos e, para liberá-los, é necessário o pagamento de resgate, por meio de transferências em criptomoedas. Os softwares piratas também são grandes vilões.

Geralmente, a pessoa que desenvolve o mecanismo para quebrar a autenticidade de um software, adiciona junto um código malicioso para infectar o sistema do usuário assim que for executado. A cada dia surgem novas ameaças.

Os hackers estão mais sofisticados e criativos para cometer crimes.

– Como funciona um ataque cibernético?

A maioria dos empresários enxerga os investimentos em TI como um custo.”

Gerson Fell

Heusser – É uma tentativa de explorar alguma vulnerabilidade do sistema da informação. Para um ataque bem-sucedido, o hacker coleta informações do alvo, analisa as vulnerabilidades e começa a explorar as falhas para ter acesso às informações. Também existem ataques que dependem da interação de uma pessoa, por meio de

técnicas de engenharia social como o Phishing. Consiste em direcionar o usuário clicar a um link, que pode ser recebido tanto por e-mail como por SMS. No momento em que a pessoa clica no link, executa o código malicioso que infecta o computador, smartphone ou smartTV, ocasionando roubo de informações, ou a instalação de algum Ransomware.

– De que forma a LGPD se insere nesse cenário?

Heusser – A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) está

em vigor, e um dos pilares para a empresa começar um programa de gestão de privacidade é a cibersegurança. A proteção de dados e informações é fundamental para qualquer empresa. Além de prejudicar o negócio, o vazamento de dados tem consequências jurídicas, com advertências e multas para empresas que não estiverem adequadas. O objetivo final da lei é a privacidade. Empresas que iniciarem um programa de adequação estarão mais seguras. Para cultivar a cultura de proteção de dados, todos os integrantes da empresa precisam estar conscientes dos riscos envolvidos.

– Como proteger uma empresa contra hackers?

Heusser – Primeiro é necessário saber como o ataque é realizado, ou pelo menos entender que tipos de ameaças estão presentes ao

nosso redor. Não existe uma solução universal para todas as ameaças cibernéticas. Cada empresa é única, com as suas atividades, processos internos, produtos e cultura referente ao meio cibernético. Recomento procurar com a sua consultoria de TI de confiança, a inicialização de um programa de adequação de proteção cibernética.

Também criar uma reserva de investimento relacionada a esta área. É imprescindível entender a cibersegurança como parte estratégica do negócio. A primeira arma contra as ameaças é o conhecimento. É crucial realizar treinamento com os colaboradores, pois são eles que executam as tarefas no dia a dia. O primeiro passo para esta caminhada é a propagação de assuntos relacionados ao tema na empresa.

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