Gastrô 30 de agosto de 2019

SEXTA-FEIRA, 30 DE AGOSTO DE 2019 CADERNO DO JORNAL A HORA NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

Mais chocolate Principais marcas de guloseimas da região lançam opções que devem fazer a alegria dos chocólatras

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MINHA DICA

EDITORIAL

INGREDIENTES

Pequenas porções Excepcionalmente, essa edição está em um formato diferente. Em função da redução do número de páginas, o Gastrô dessa semana tem matérias um pouco menores do que o comum. Mas, ainda assim, o leitor vai encontrar delícias por aqui.

Aqui ao lado, na seção Minha Dica, a agricultora Irani Gomes Denardi, 49, ensina a preparar um nhoque simples de fazer, e que leva apenas ingredientes que encontramos facilmente na despensa e na geladeira. Então, quem quiser se aventurar em nhoques de batatas, já sabe onde pegar a receita.

Outro assunto que integra essa edição é uma das conquistas do curso Técnico em Cervejaria da Univates. É que, recentemente, a turma lançou a primeira cerveja artesanal. Inspirados pela estação fria, os estudantes elaboraram uma Coffee Stout, de aromas que remetem a café e chocolate. Aliás, cerveja sempre é um assunto que cai bem por aqui.

O sommelier André Pereira fala sobre alguns mitos que envolvem a tradicional bebida. Na coluna dessa semana, ele explica porque o fato de uma cerveja ser puro malte não significa necessariamente qualidade.

E quem quiser combinar cerveja com chocolate encontra duas opções dessa deliciosa guloseima nas próximas páginas. Apresentamos ao leitor os lançamentos que as principais marcas de chocolate apresentaram na Expoagas desse ano.

Ah, lembramos ainda que a edição do Ratzday prevista para esse sábado foi transferida para a próxima semana.

Boa leitura e bom apetite!

Nhoque de batata da Irani

• 4 batatas pequenas • 4 ovos • Farinha de trigo Molho branco • 3 caixas de creme de leite • 100g de nata fresca • 200g de queijo colonial ou mussarela • 4 colheres de sopa de farinha de trigo ou amido de milho • Sal a gosto • Tempero verde

MODO DE PREPARO

A

organização com o cardápio do dia faz parte da rotina da agricultora Irani Gomes Denardi, 49, de Dois Lajeados. É que ela é a responsável pelo almoço da família, que inclui sete pessoas. Diariamente, eles se reúnem para as refeições. O almoço é sagrado, todos sentam ao redor da mesa – já no jantar, meio que cada um se vira.

Foi justamente por essanecessidade de cozinhar para os seus que Irani aprendeu a comandar as

e-mail para contato: gastro@jornalahora.inf.br

panelas. Criada entre um grupo de oito irmãos, dos quais seis eram mulheres, tinha como parte da educação paterna o aprendizado dos serviços da casa. “Meu pai fazia um cronograma para que todas aprendessem os afazeres domésticos e isso incluía fazer comida”, lembra.

Depois, conforme foi crescendo, as trocas de conhecimento passaram a ocorrer entre um grupo de jovens e em atividades da Emater. “Sempre tive muita criatividade: pegava um prato e tentava fazer diferente e sempre dava certo.

• Massa | Cozinhe as batatas, descasque e amasse bem.

Acrescente os ovos.

Coloque farinha até dar o ponto que não grude nas mãos, amassando até ficar homogênea.

Faça tiras e corte em bolinhas. Ferva cerca de quatro litros de água, acrescente a cebolinha verde e cozinhe os nhoques quando a água estiver fervendo. Quando estiverem cozidos, escorra os nhoques e coloque-os em uma vasilha.

• Molho | Misture todos os ingredientes, mexa até engrossar, cuidando para não grudar. Finalize com a cebolinha verde. Cubra os nhoques e sirva.

Irani Gomes Denardi

E até hoje é assim.”

Apesar de estar cercada por influências de diversas etnias

Produção Gesiele Lordes

– polonesa, alemã e brasileira – foi a italiana que sempre predominou em suas escolhas culinárias. Diferentemente de muitas famílias gaúchas, nem sempre as festas e datas celebrativas têm churrasco. “A gente faz muito pratos à base de massa”, diz.

A pasta ao molho branco, ao molho de guisado, de salame ou de frango, além da pizza ou do nhoque são especialidades que sempre fazem a alegria da família. Entre os muitos elogios, o pessoal lamenta porque sempre comem demais.

“Vou praticamente todos os dias para a cozinha. O que me incentiva é o amor que eu sinto por eles. Enquanto cozinho, vão junto com essa comida o amor e o carinho; é isso que me alimenta.”

Diagramação Gianini Oliveira

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CHOCOLATE

Doces novidades

Para alegria geral da comunidade, o Vale está muito bem servido em chocolate. Prova disso são os lançamentos que empresas locais apresentaram na Expoagas. A seguir, confira as mais novas delícias produzidas pelas marcas Divine e Neugebauer.

Chocolate orgânico Chocolate orgânico com 62% cacau, com alto valor nutricional e que ainda auxilia o sistema imunológico, estimula o funcionamento cerebral, é rico em polifenóis e antioxidantes e proporciona sensação de bem-estar.

Esses são todos os atributos do Healthy, lançamento da Divine. É elaborado com ingredientes selecionados de origem brasileira, sem uso de qualquer tipo de agrotóxicos. O chocolate orgânico é produzido sem leite, sem gordura hidrogenada, sem glúten e sem soja. Apresentado em porção de 40g, o produto traz um design com características únicas, com embalagem reciclada.

Bib’s Tablet

Disponível em formatos de 80, 85 e 90g. Barras de chocolate da marca Bib’s, perfeitas para compartilhar, disponíveis em cinco sabores que exploram formulações com maior teor de cacau: Ao Leite, Amendoim, Flocos, Dark e Duo. Um dos destaques nessa linha é o lançamento do tablete Bib’s Cookies - chocolate ao leite com 30% cacau com pedaços de biscoito, na versão 80g.

BEBIDAS

Em função da previsão de chuva para o fim de semana, o tradicional evento promovido pela confraria Ratzbier foi adiado. O Ratzday Mostra Artística e Cultural, que estava pro-

Ratzday transferido gramado para esse sábado, será realizado na próxima semana, dia 7, no Parque Histórico Municipal de Lajeado. O evento inclui shows com bandas, food trucks e, claro, boa

cerveja.

Vinho| O 19º Encontro do Vinho ocorre na Casa Nostra, em Lajeado, a partir das 20h30 deste sábado, 31. Entre as presenças confirmadas, destaque

para quarteto música voz e alma, Vinícola Cavalleri, Importadora Decanter, TDP Wines e Importadora Cantú.

Além disso, enólogos ou sommeliers estarão escla-

recendo dúvidas, trocando ideias com os clientes e ainda, mostrando todos os rótulos que são novidades. O encontro terá vinho e comes. Ingressos a R$ 150.

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UM BRINDE

VAMOS FALAR DE CERVEJA

Turma de Cervejaria lança primeira ceva

A

primeira cerveja produzida no curso técnico em Cervejaria da Universidade do Vale do Taquari - Univates foi elaborada pelos alunos da disciplina Ciência e Tecnologia da Cerveja. Depois de pronta, a bebida recebeu diferentes propostas de rótulos feitos pelos estudantes do curso técnico de Comunicação Visual.

A receita da cerveja, elaborada pelos alunos, foi a Coffee Stout. Conforme o professor Evandro Luis Janovik, o resultado foi uma bebida leve em termos de teor alcoólico e com profusão de sabores e aromas que remetem a chocolate e café.

Os estudantes participaram da escolha do malte, da levedura e dos demais detalhes do processo.

“Foi um experiência muito prazerosa. Era a primeira cerveja que muitos estavam produzindo.

Podemos explorar muitos aspectos da produção, que resultou em uma cerveja muito interessante”, diz Janovik.

Os rótulos para cerveja foram desenvolvidos na disciplina Produção Gráfica e Pré-Impressão, ministrada pela professora Débora Seibert.

Para a aluna Barbara Scheibel, 26, a experiência foi a primeira brassagem. Formada pelo técnico em Química da Univates, quis aproveitar as cadeiras do tronco comum para fazer mais algum curso.

Depois de ter morado por um ano na Alemanha, a jovem de Cruzeiro do Sul ficou ainda ain mais interessada p pela bebida.

“Por sser de primeiro semestre, pensei que seria uma disciplina mais teórica, teór mas não; a discipl disciplina foi muito bacana bacana.” Além disso, Barba Barbara também participa da Confraria D’Elas, D’ grupo de mulheres mulher que se reúnem uma um vez ao mês para degustar e falar sobre ceva.

Desconstruindo mitos, parte I: cerveja puro malte

E

ssa coluna quer descontruir uma ideia de que apenas cervejas puro malte são boas de serem bebidas, e que o uso de milho, arroz ou outros cereais estraga a cerveja.

O marketing das cervejas puro malte se apoia na Reinheitsgebot, ou seja, na Lei da Pureza Alemã de 1516. Esse que foi o primeiro controle sanitário de fabricação de produtos alimentícios, e traz que a cerveja deve ter apenas: água, malte e lúpulo. Na época, ainda não se conhecia a existência e importância das leveduras para a cerveja. A grande questão é que esse decreto não tinha o objetivo de qualificar a produção, e sim controlar os estoques de cevada e trigo na época e região, e também para as cobranças de impostos.

As grandes empresas cervejeiras ao estudarem o mercado, viram o aumento de consumo das cervejas artesanais e começaram a usar o conceito de Puro Malte como um diferencial de produtos. Mas, uma cerveja pode ser Puro Malte e não ser uma boa cerveja que mereça ser bebida de novo.

Como já falamos aqui na coluna, o malte é todo o cereal submetido a um processo de germinação para aumentar os açúcares do grão e posterior secagem, então qualquer grão pode ser maltado, cevada, trigo, arroz, sorgo, centeio – apenas usamos mais a cevada na cerveja por ser um grão com mais açúcares e proteínas ótimas para a fabricação de cerveja.

Uma cerveja pode ser feita

com outros grãos e cereais não maltados por uma série de motivos.

Milho: É um dos cereais não maltados mais usados em cervejas, com a função de ser uma fonte de açúcar para a fermentação sem acrescentar corpo.

O uso do milho não acrescenta aromas e sabores à bebida, mas dá leveza para receitas.

Ele é usado tanto em American Light Lagers comuns quanto para bebidas mais robustas, como algumas Ales belgas, em quantidades menores para não deixá-las tão pesadas.

Arroz – Também muito usado em Lagers leves tais como a Budweiser, o arroz geralmente entra como fonte de açúcar para a fermentação, sem influenciar muito sensorialmente.

O cereal muitas vezes confere leveza para a bebida. Ele é muito usado em países orientais, como o Japão e China.

Aveia – Muitas receitas de cervejas levam aveia em sua composição, maltada ou não.

A aveia é utilizada principalmente para conferir cremosidade à bebida. Um dos estilos

Essa coluna quer desconstruir a ideia de que apenas cervejas puro malte são boas.”

mais conhecidos a usar são as Oatmeal Souts (Stout de aveia), mas atualmente tem se tornado popular nas New England IPA, que traz uma “névoa” à cerveja, por isso também são conhecidas como Hazy IPAs. Centeio – O centeio maltado ou não é usado em algumas cervejas, mas geralmente em baixas quantidades, devido ao seu sabor muito pronunciado.

Nessas condições garante cremosidade e sabores levemente picantes. O grão também confere um tom avermelhado para a bebida. Atualmente, Rye IPAs com o cereal têm se tornado populares, mas ele também está presente em estilos clássicos como as Roggenbiers alemãs e as Sahti finlandesas.

Trigo – Um dos cereais mais conhecidos dos cervejeiros é o trigo, que pode entrar na bebida, maltado ou não. Ele é fundamental para estilos clássicos como as Weizenbiers alemãs e WitBiers belgas, ambas geralmente turvas, cremosas e refrescantes. O trigo entra em outras cervejas também, como as American Wheat Beers.

E vamos falar de cerveja!