Revista Desafio

JUNHO/2020

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8 a 11 Páginas

ESPORTE ALTERNATIVO

Minota

INSPIRAÇÃO: Nathi Peixoto

Vale tem 30 mil esportistas

RUMO AO TOPO

Páginas 6 e 7

Páginas 12 a 19

Páginas 22 e 23

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EXPEDIENTE

Diretor Executivo:

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Diretor de Mercado e Estratégia:

Fernando Weiss

Diretor de Marketing e Inovação:

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JUNHO/2020

editorial

De repente, tudo mudou que fazer diante do inesperado? O Grupo A Hora deu início a revista Desafio para falar sobre uma realidade percebível, mas ainda não quantificada. O aumento dos praticantes das mais diferentes modalidades esportivas era visível nos parques, praças, academias, clubes, tatames e estúdios de treinamentos variados. Também era notório o avanço do mercado de produtos e serviços voltados para o desempenho esportivo.

Precisávamos contar isso em números.

Após quase três meses de pesquisa, chegamos a mais de 30 mil pessoas que estão matriculadas em algum centro de atividade física, participam de grupos organizados ou integram circuitos e torneios. A eles, se somam um número ainda inestimável de pessoas que praticam esportes regularmente, mas com igual intensidade e também em busca do aprimoramento constante.

O próximo passo foi contar histórias desses atletas, em sua maioria amadores, mas que agregam o esporte em suas rotinas, faça chuva, faça sol. São pessoas que suportam a dor, as lesões e as privações em busca de um objetivo.

O que Nathi Peixoto, Minota, Gustavo Tramujas, Paulo Sehn, Ricardo Diedrich, Dirlei Bronstrup e todos os que contam suas histórias nessa revista tem em comum é uma decisão: a de encarar os seus próprios desafios.

Nesta primeira edição também abordamos o bom e velho futebol, anos atrás, a única opção de esporte e lazer disponível na região. Se é verdade que os anos dourados da várzea, quando partidas de fim de semana reuniam boleiros em campos por toda a região, também é verdade que os campeonatos municipais e de clube continuam a movimentar multidões.

As finais dos campeonatos do Clube Tiro e Caça e do Clube Sete de Setembro reúnem milhares de pessoas e são grande exemplo da força das quatro linhas. Para as agremiações, os campeonatos são o principal atrativo para associações e para manutenção do pagamento das mensalidades. Nos municipais e ligas, apesar das dificuldades 4

financeiras, os torneios continuam sendo sucesso de participação e público.

Com boas histórias e uma pesquisa qualificada, a revista estava concluída e pronta para ir para a gráfica em meados de março.

Foi aí que nos deparamos com um desafio ainda maior. A pandemia de coronavírus transformou completamente o cenário esportivo da região. E essa história também precisava ser contada.

Do dia para a noite, academias fecharam, parques foram interditados e as pessoas foram aconselhadas a ficarem em casa. Milhares de praticantes, empresários e profissionais do seto se viram diante do inusitado e tiveram que se reinventar mais uma vez. A casa virou academia e as lives se tornaram uma forma de manter o contato entre alunos e professores.

O que ficará dessa pandemia ainda é uma incógnita. Fato é que as pessoas não deixaram de se exercitar. Muitas, inclusive, redescobriram o tempo e daqui para frente farão parte do enorme contingente de atletas do Vale do Taquari. O desafio pode ter se tornado maior, mas a decisão de encará-lo ainda está nas mãos de cada um.

Boa Leitura!

Inspiração

Histórias de atletas que superaram desafios para chegar ao topo

“O maior presente que a corrida me trouxe foi uma família de amigos”

Nathi Peixoto começou a correr com 30 anos quando entrou em uma academia para melhorar a forma física. Com o tempo, foi se apaixonando pelo esporte, largou o vício em cigarros e regrou a alimentação.

Como resultado, passou a melhorar o desempenho e participar de provas de resistência. Ao completar o sonho de concluir os 42 quilômetros de uma maratona, percebeu que podia ir ainda mais longe, e passou a perseguir a meta de correr da maratona de Boston.

A prova é a única do mundo que exige índice mínimo para participar. Ela alcançou o tempo necessário ao completar a maratona de Florianópolis, no ano passado. Agora, se prepara para viajar aos Estados Unidos, onde enfrenta o seu maior desafio.

Quando e porquê você começou a correr?

Nathi Peixoto - Completei 36 anos em março e comecei faz 6 ou 7 anos. Minha relação com a corrida começou muito por acaso. Sempre admirei muito as pessoas que corriam, mas nunca pensei que pudesse me tornar praticante. Sempre tive problema de controle de peso. Nunca fui obesa, mas sofria com o efeito sanfona. Teve uma época em que cheguei a engordar bastante, então comecei a cuidar da alimentação e entrei para uma academia. Lá o instrutor insistiu para que eu corresse no aquecimento do treino. Na época eu fumava quase que uma carteira de cigarro por dia, então não achava que era capaz de correr.

Comecei aos poucos. Passadas algumas semanas consegui correr 15 minutos. Dali por diante, comecei a me desafiar. Quando eu consegui correr 3 km na esteira, resolvi botar os tênis no final de semana e começar a correr na rua.

Quando você começou a levar a corrida mais a sério?

Nathi - Mudei de academia e comecei a fazer personal. Depois, entrei para o crossfit. Um dia, conversando com uma das meninas, disse que o meu sonho era correr meia maratona. Até então eu corria 8, 10 kms no máximo. Ela me sugeriu procurar alguém para me orientar na corrida e realizar meu sonho de correr 21 kms e me deu o contato de um grupo de corridas. Fiquei um ano naquele grupo e migrei para o que estou hoje, o Galgos. Na época, eu olhava para o pessoal do Galgos e achava eles muito profissionais e achava que não teria cacife para estar no grupo. Com eles, comecei a evoluir mesmo.

Por que você decidiu começar a competir?

Nathi - A corrida de competição nunca foi o meu objetivo, acabou sendo uma consequência.

Me mostrou que posso ir muito além daquilo que um dia imaginei. À medida que vou rompendo barreiras, vai me dando a noção de que ainda tenho mais limites a serem superados. Estou indo 6

para a minha terceira maratona. Penso no quanto significa isso. O ser humano não foi feito para correr 42 km. É um desafio que transcende os limites.

Correr se tornou uma parte muito importante da minha vida e no ano passado participei de muitas provas. Transcender o meu limite me fortalece para todas as outras coisas da vida.

Além de correr, quais outros hábitos foram incorporados à sua rotina?

Nathi - Muitos hábitos acabam mudando. Nesse meio tempo parei de fumar, porque a corrida me ajudava a controlar ansiedade e a compensar a falta do cigarro. Hoje tenho uma rotina de reforço muscular que não posso abrir mão. Preciso sistematicamente fazer fisioterapia e faço acompanhamento com nutricionista. Minha rotina até do trabalho é adaptada para que eu possa treinar. Outra coisa são as horas de sono, que a gente precisa para poder se recuperar de um treino para o outro. São hábitos que acompanham esse desenvolvimento no esporte. Também o acompanhamento médico, com check-ups regulares para ver se está tudo bem.

Como é a sua dieta?

Nathi - Minha alimentação é bastante regrada, mas não sou do tipo radical. Gosto muito de comer doce, então elegi alguns tipos que me permito comer, como o chocolate 70% cacau.

Mas minha paixão é pasta de amendoim com mel. Tenho horário bem regular me alimentar e organizo meu trabalho para que eu consiga fazer as alimentações nos intervalos. Minha dieta é bastante proteica, com baixo carboidrato, mas não é uma low-carb. Não bebo refrigerante, uso farinhas alternativas, de amêndoas, castanhas.

Me permito tomar uma taça de vinho, quase todos os dias. Minha nutricionista é muito tranquila, então não é um sacrifício. Evito ao máximo alimentos industrializados e isso me faz muito bem. Bebo muita água, de 3 a 4 litros opor dia, principalmente em épocas de treinos.

Você perde alguma coisa com tamanha dedicação ao esporte?

Nathi - São escolhas que a gente faz. Cada escolha é uma renúncia. A gente acaba abrindo

mão de algumas coisas em função do horário de treino. Hoje, tenho que treinar à noite, depois do trabalho. Era o momento de estar com minha filha e com meu marido, quando a gente se reúne, conversa e relaxa. Esse tempo ficou bastante reduzido. Eu tento sempre manter o equilíbrio para não abrir mão de tudo. Não sou uma atleta profissional, não vivo disso, mas a gente precisa ter uma disciplina. Sem janta com amigos durante a semana ou mesmo no fim de semana, porque aí tem que acordar as 6 horas da manhã para fazer o treino longo. Sempre tenho que dormir muito cedo, então não dá para ficar fazendo farra.

Quando eu cruzo a linha de chegada, penso no que isso significa para mim. É o que compensa de abrir mão de todas essas outras coisas. Hoje, o esporte faz parte de quem eu sou. Assim como mãe, profissional, esposa, filha e amiga.

Qual foi a sua maior conquista no esporte?

Transcender o meu limite me fortalece para todas as outras coisas da vida.”

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Nathi - Meu Maior feito foi ter conseguido o índice para Maratona de Boston. Alcancei o tempo necessário para os 42 quilômetros na maratona de Florianópolis de 2019. A prova de Boston é a única no mundo na qual não é possível apenas se inscrever para correr. É preciso fazer o índice da tua categoria, dividida por faixa etária, em numa prova classificatória credenciada.

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HORA DE ADAPTAR-SE

Pandemia muda rotina de academias e atletas Medidas de distanciamento social obriga empreendedores do setor a rever forma de atuação enquanto praticantes adaptam hábitos para treinar em casa

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studante da Univates, Samanta Caye, 24, é aficionada por exercícios físicos.

Faz dois anos e meio que ela frequenta academia de musculação para cuidar do corpo e da mente. A estudante é uma das mais de 30 mil pessoas da região que aposta nos exercícios para manter uma vida saudável, e que tiveram que rever a rotina diante da pandemia do novo coronavírus.

Antes das medidas de distanciamento social, Samanta treinava em média cinco vezes por semana, se-

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guindo um plano feito pelos profissionais da academia. Em meio à rotina de trabalho e faculdade, dedicava uma hora por dia aos treinos de hipertrofia. “Para mim, é como uma terapia, pois ajuda a aliviar o stress.”

Com o fechamento das academias na cidade, ela readequou a rotina para não deixar as atividades físicas de lado. “Tenho alguns pesos e acessórios que utilizo nos meus treinos em casa, mas ainda sinto falta de treinar em academia pela diversidade de equipamentos e capacidade de carga que possuem.”

O tempo dedicado às atividades físicas também aumentou. “Ampliei a carga de exercícios aeróbicos porque, em casa ficamos mais propícios a exagerar nas refeições”, afirma. Para ela, o isolamento provocado pela pandemia pode fazer com que as pessoas se cuidem mais e procurem se exercitar, mas destaca a importância de buscar orientações com profissionais habilitados e confiáveis.

Para o estudante de educação física e professor de Jiu-Jitsu, Elias Rafael Hauschild, a mudança na rotina foi ainda mais drástica.

Em uma semana, ele treinava a arte marcial cinco vezes, fazia treino específico para preparação física três vezes e ainda dava aula para duas turmas por dia.

“No dia 16 de março nossa academia fechou devido a pandemia e por ser esporte de contato não podemos mais prosseguir com o treinamento”, afirma. Como estava se recuperando de uma lesão no ombro, ele continuou com sessões de terapia por um mês antes de retomar as atividades físicas.

“Logo após, comecei com a musculação e exercícios de equilíbrio, na academia, nos períodos em que ela não estava fechada por causa das bandeiras de Lajeado”, aponta.

Hauschild também realiza exercícios pre-

ventivos, de resistência e equilíbrio.

“Em casa temos que improvisar, sabe usar material que temos, adaptar outros.

A criatividade tem que ser sua aliada neste momento”, ressalta. Ele também assiste a lives com vídeos de exercícios, em especial no Instagram.

“Se você seguir páginas boas, pessoas com bons conteúdos, selecionar os matérias, consegue deixar seu feed com informação de qualidade”, acredita. Segundo Hauschild, para os alunos da academia, está disponível um site com dezenas de posições de Jiu-Jitsu para estudar e treinar em casa, se possível, além de lives diárias.

Negócios em transformação Para mim, é como uma terapia, pois ajuda a aliviar o stress.”

Samanta Caye Estudante

Se para os praticantes a pandemia provocou mudanças, para os empresários e profissionais do setor o impacto foi ainda maior.

Proprietário de um estúdio de Personal Trainer, Paulo Daltoé afirma que a pandemia caiu como uma bomba para o setor.

“Inicialmente foi um susto grande que trouxe muito medo e receio”, lembra. Segundo ele, a partir do momento que as notícias e os estudos mais precisos sobre a doença surgiram, foi se criando uma consciência maior de como cuidar e se preservar.

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Elias Hauschild

“Após 30 dias fechados nós retornamos com os cuidados necessários, com higienização permanente e redução no número de pessoa”, ressalta. Mesmo assim, a queda no número de alunos chegou a 70%. Conforme Daltoé, hoje a academia sobrevive, mas foi preciso rever o orçamento, cortar gastos e renegociar o aluguel.

CONTINUA

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Para manter o contato com os alunos e marcar hora para os treinos com restrições, a academia utilizou as redes sociais. “Não cheguei a fazer vídeos ou lives, mas assisti colegas que postaram e fiquei contente porque são profissionais que passam orientações importantes.”

O Personal Trainer Marcelo Gomes foi um dos que apostou nas aulas virtuais para manter o contato com os clientes. Segundo ele, a ideia, primeiramente, era manter as pessoas ativas durante a quarentena. “No início foi entranho por parte de alguns clientes pelo fato de não estarem familiarizados com a ferramenta on-line mas depois se acostumaram.”

Gomes afirma que a elaboração dos exercícios foi o mais próximo personalizado possível com o que o cliente já vinha treinando, com os acessórios fitness. Lembra que cada cliente particularidades diferentes, portanto, não se consegue atingir o ideal via on-line.

“A intervenção presencial é insubstituível e como tenho produtos que exigem manipulação nos casos de reabilitação neuromuscular, alguns sentiram a diferença e não aprovaram em relação à outros”, ressalta.

Sócia de um estúdio de Crossfit, Diovana Harth afirma que a pandemia provocou o afastamento físico de um grupo sempre muito unido e solícito nos treinos. “Por outro lado, só mostrou o quanto somos unidos além do treino presencial, pois existe uma conexão muito forte entre todos.”

Conforme Diovana, o estúdio precisou se reinventar, com um trabalho mais forte nas

Corridas virtuais

Após 30 dias fechados nós retornamos com os cuidados necessários.”

Paulo Daltoé Personal Trainer

redes sociais e proporcionando treinos para os alunos fazerem em casa, com adaptações de movimento e materiais. Também foi disponibilizado aos alunos alguns materiais do box, com um valor de aluguel que foi totalmente revertido para a campanha da Lívia Teles.

“Fizemos lives e grupo de vídeos com todas as orientações para um treino seguro, além de mantermos contato via Whats App para quaisquer dúvidas”, afirma. Para Diovana, a rotina das pessoas aos poucos voltará ao que era antes, em especial na comunidade Crossfit, que preza muito pelo coletivo.

“Continuaremos crescendo e fortalecendo essa família”, garante. Segundo ela, a pandemia também mostrou a importância de ser forte mentalmente diante das adversidades.

Proprietário de uma rede de academias, Guilherme Marder afirma que a pandemia afetou quase 100% dos negócios “Tivemos que fechar as academias na bandeira vermelha e hoje, com a badeira laranja, atendemos com 25% dos funcionários”, ressalta.

Além disso, o Circuito dos Vales, série de eventos de corrida organizado pela rede, teve que ser cancelado. “Nosso faturamento caiu de 60 a 70%”, aponta. As regras de distanciamento social aceleraram o desenvolvimento de um aplicativo próprio da empresa, por meio do qual os alunos recebem treinos.

A rede também oferece aulas virtuais por videochamada no Whats App. Mas a principal mudança foi a criação de um circuito de corridas em casa. Conforme Marder, o Circuito dos Vales Virtual foi uma iniciativa com grandes resultados.

As pessoas se inscrevem, fazem percursos dentro de casa, enviam fotos e o tempo que levaram para percorrer o trajeto previsto. Depois da prova, é elaborado um ranking com os melhores tempos. “Fazemos lives com treinadores de ponta em nível nacional. Na próxima edição do circuito, teremos participação de corredores de São Paulo e do Rio de Janeiro.”

Outra entidade que apostou nas corridas virtuais foi o Sesc. A pandemia motivou a criação do 1º Circuito Sesc de Correr em Casa, com 19 etapas que simularam as ruas das cidades gaúchas. Desde abril, foram 113 quilômetros percorridos e mais de 115 mil pessoas participantes.

Cuidados redobrados

Paula Bolsi trocou o ciclismo pela Yoga para poder se exercitar em casa JUNHO/2020

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Trabalhadora da área da saúde, Paula Bolsi teve que redobrar os cuidados para manter uma rotina ativa. Coordenadora do bloco cirúrgico do Hospital Bruno Born, ela praticava pedalada em grupo, além de corridas e caminhadas ao ar livre, mas teve que parar para evitar lesões.

“Percebi que andar de bicicleta, por exemplo, representa risco de lesão ou de queda.

Como estamos com pessoas afastadas e o quadro reduzido, não posso me machucar”, afirma. Paula encontrou no Yoga uma alternativa para fazer exercícios em casa.

“Eu já praticava, mas havia parado por falta de tempo. No início da pandemia achava que não iria me dedicar às aulas virtuais, mas foi o contrário”, lembra. Ela passou não apenas a praticar diariamente, mas também a estudar e ler sobre o Ashtanga.

“Hoje, minha prática de exercício das posturas só é um resultado daquilo que eu leio e tento botar em prática no cotidiano”, destaca. Des-

conta. Para ela, a pandemia altera totalmente o futuro das academias, que daqui para frente deverão ter mais cuidados com limpeza, esterilização e com a aglomeração de pessoas.

Comecei a fazer exercícios de manhã, pois felizmente tenho esteira e bicicleta em casa.”

Karina Cenci Empresária

sa forma, além de manter um exercício físico, a prática ajuda a reduzir o stress do trabalho.

A empresária Karina Cenci também encontrou em casa uma alternativa para manter a rotina de exercício. Antes da pandemia ela fazia musculação duas vezes por semana e aula de bike três vezes por semana. “Comecei a fazer exercícios de manhã, pois felizmente tenho esteira e bicicleta em casa.”

Nas primeiras semanas de distanciamento social, Karina acompanhou lives de profissionais que passavam treinos no Instagram, mas depois continuou a prática de exercícios por

Mudanças permanentes?

Elias Hauschild acredita que o mundo da prática esportiva nunca mais será o mesmo.

Para ele, a procura por locais menores para o treinamento vai aumentar, assim como as aulas particulares ou de atendimento em família ou grupo de amigos. “Todos estabelecimentos terão que se adaptar às mudanças.”

Segundo ele, a preocupação do estabelecimento com a saúde do cliente vai aumentar muito, mesmo depois da pandemia. “Sou a favor das aulas presenciais, mas a aula à distância é outra prática que veio para ficar.”

Já Paulo Daltoé acredita que o número reduzido de alunos nas academias é momentâneo. “Penso que no futuro teremos um número maior de pessoas e alunos que compreendem os benefícios da atividade física para o organismo.”

Para ele, as pessoas estarão mais conscientes e interessadas em conviver, conversar e fazer trocas. “Nada como o olho no olho e estar junto com as pessoas. Vamos valorizar

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Diovana Harth

mais os abraços, o olhar e o conversar.”

Paula Bolsi acredita que a quarentena fará com que as pessoas percebam que é possível fazer atividade longe de um lugar fechado e que o tempo deixa de ser uma desculpa para se exercitar. Segundo ela, no cenário pós -pandemia não vai faltar gente nas academias ou praticando exercícios ao ar livre, mas os cuidados redobrados devem permanecer.

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Reportagem especial

Novas modalidades conquistam o Vale Mais de 30 mil pessoas estão matriculadas em academias ou participam de eventos oficiais de esportes como corridas, tênis, padel, artes marciais e outras modalidades alternativas ao futebol. Com rotina semelhante ao de profissionais, atletas da região despontam em competições nacionais e internacionais.

Crescimento no número de praticantes amadores movimenta economia e representa novas oportunidades de negócios.

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Academias de musculação, estúdios e cross-fit

15 mil 10,5 mil

Corridas

1,5 mil

Artes Marciais Natação e Hidroginástica

1,2 mil

Ciclismo

500

Basquete

500

Vôlei

400

Tênis

390

Padel Kangoo Canoagem Rugby

200

Atletas inscritos em academias, campeonatos, circuitos e grupos oficiais

190 60 55

12

Total

30.495

estrelense Paulo Sehn, 36, é um dos milhares de moradores da região que fizeram da prática esportiva uma parte da própria vida.

Professor na rede municipal de Lajeado, supervisor na Secretaria de Educação de Estrela e professor na faculdade LaSalle, ele encontrou no ciclismo a motivação que precisava para se tornar um atleta. Hoje, ele faz parte do ranking de atletas brasileiros que mais pedalaram nos últimos dois anos.

A história de Sehn é semelhante a de muitos atletas da região. Ele praticava ciclismo na infância e na adolescência, mas abandonou a bicicleta ao entrar na faculdade, adquirir a carteira de motorista e começar a namorar. “Voltei para a bike sete anos atrás, porque estava me sentindo obeso e precisava melhorar a minha saúde.”

O primeiro passo foi adotar uma nova rotina de horários. Sehn começou a acordar mais cedo para pode tomar café, levar a filha na escola e depois pegar a bicicleta rumo à Lajeado. De casa para o trabalho e do trabalho para casa, inclusive ao meio dia, garante pelo menos 30 quilômetros diários.

Paulo Sehn, ciclista

“Comecei a perceber o resultado, melhorar o meu condicionamento físico e nos fins de semana passei a pedalar para cidades da região um pouco mais distantes”, lembra.

Fazendo trajetos maiores, Sehn conheceu

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outros ciclistas da região. Foi quando surgiu a ideia de formar o grupo de ciclismo Riders.

O grupo começou a se juntar para percorrer distâncias ainda Maiores e, em um ano, Sehn perdeu 34 quilos. “Já fui para a praia pedalando e fiz várias provas de Audax”, destaca. Também participou de desafios internacionais, como o Rapha 500, no qual é preciso percorrer 500 Kms em oito dias – Sehn concluiu em quatro dias – e o Riders 1000. No último, no qual era necessário percorrer mil Kms em 30 dias, ele fez um total de 2.036 kms.

Segundo Sehn, a busca por melhores desempenhos ocorreu de forma natural.

O mais difícil foi manter a regularidade e mudar a alimentação. Conforme o professor, entre os principais benefícios do esporte está a disciplina. “Você se torna uma pessoa mais regrada e isso melhora inclusive a produtividade no trabalho.”, Hoje Sehn se tornou referência na modalidade e inspiração para novos praticantes. Em 2018, alcançou o seu Maior feito, tornandose o 42º ciclista brasileiro que mais pedalou no ano com 21,8 mil quilômetros rodados.

CONTINUA

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Outro atleta regional com destaque em um esporte alternativo é Ricardo Diedrich. O empresário de Lajeado é figura frequente nos pódiuns dos campeonatos de Padel. Tudo começou como uma brincadeira, quando amigos convidaram para jogar uma partida nas quadras do Padel do Vale. Hoje, ele compete em campeonatos estaduais, brasileiros e sul-americanos.

Segundo Diedrich, a principal característica do esporte é o dinamismo. Semelhante ao tênis, o Padel é jogado exclusivamente em duRicardo Diedrich foi campeão sul-americano de Padel com a Seleção Brasileira Senior

Maior expoente da região em esportes de contato, Dirlei Broenstrup, mais conhecido como Mão de Pedra, foi campeão da maior organização de MMA da América Latina, o Jungle Fight, e atração em eventos na Rússia e nos Estados Unidos. Também participou do filme que conta a história do excampeão do UFC, José Aldo Júnior.

Como grande parte das pessoas que buscam uma atividade física, Broenstrup começou a treinar para perder peso. Com 16 anos e 110 quilos, ele começou a treinar Taekwon-Do. Depois, conheceu o mestre Rovel Rosendo, que dava aulas de Muay Thai, Boxe e Jiu-jitsu. “Fui me aperfeiçoando, ingressando em competições, sempre chegando ao topo, até que tive interesse de competir profissionalmente e me tornar professor.”

Hoje ele mantém em Teutônia o CT Mão de Pedra, onde dá aulas de Muay Thai e Jiu-jitsu para cerca de 80 alunos por mês. Para o lutador, mais do que ensinar técnicas e treinar a parte física, é a filosofia das artes marciais que contribui para o de-

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plas, com categorias por sexo e mistas. “A grande diferença é a parede, que dá uma dinâmica maior ao jogo. É um jogo intenso, desgastante, mas apaixonante.”

No ano passado, Diedrich foi convocado para a Seleção Brasileira Senior do esporte, onde ficou campeão sul-americano da categoria. Antes de descobrir a modalidade, Diedrich se dedicava ao futebol e mantinha uma vida regrada, com exercícios físicos e alimentação, hábitos que manteve e que ajudam a alcançar o alto nível no esporte atual.

Para ele, a rotina de treinos e competições é uma forma de manter amizades e unir a família. “É um esporte que integra as famílias. Minha esposa também joga e participa de torneios. Nossa agenda do ano é baseada nas competições.”

É um esporte que ensina disciplina, equilíbrio e o espírito de solidariedade.”

senvolvimento pessoal. “É um esporte que ensina disciplina, equilíbrio e o espírito de solidariedade para formar verdadeiros cidadãos.”

Lembra que antigamente as lutas não eram bem-vistas pela sociedade, devido a associação com a violência e se surpreende pelo grande aumento da procura pelo esporte. Hoje, não são só alunos, mas também pais que procuram nas artes marciais uma atividade que tire os jovens do celular e dos jogos eletrônicos.

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Dirlei Broenstrup conquistou títulos internacionais de MMA e Muay Thai

Desafio levado a sério Mesmo para atletas que não tem intenção de competir em alto nível, os esportes alterativos têm entre as principais motivações o desafio dos próprios limites dos atletas. Praticante de Muay Thai, Karla Pozzebon, 23, começou a praticar o esporte em 2016, também motivada pelo desejo de emagrecer.

Natural de Boqueirão do Leão, ela costumava jogar futebol e vôlei nos tempos de colégio, na cidade de Progresso, mas encontrou em Lajeado e na arte marcial a motivação que precisava para levar o esporte a sério. “Quando eu entro no tatame, esqueço de todos os problemas. O desempenho no Muay Thai depende só de mim e consigo me superar a cada dia com a prática.”

Segundo ela, a principal mudança provocada pelo esporte foi a disciplina, tanto dentro quanto fora do tatame. Com a prática vieram também os cuidados com a alimentação e a participação em circuitos de corrida e provas de aventura.

“Uma das maiores emoções é a graduação, quando você demonstra os teus conhecimentos para o mestre da federação para conquistar um novo prajied”, destaca. Maristela Lagemann, de Teutônia, começou a treinar aos 55 anos. Formada em Educação Física, ela já praticou vôlei, futebol, basquete, atletismo, natação e corrida, mas foi no Muay Thai que encontrou sua paixão e a solução para alguns problemas de saúde.

“Eu tinha problema de rinite alérgica, tosse, coriza e melhorei bastante”, destaca. Hoje, Maristela é uma entusiasta do esporte e incentiva amigos a ingressar na arte marcial. Segundo ela,

Karla Pozzebon começou a praticar Muay Thai em 2016 e se tornou aficionada pelo esporte

No Centauros encontrei um lugar onde as pessoas torcem por sua evolução.”

Maristela Lagemann começou a treinar aos 55 anos

Lauren Flavia Werle PRATICANTE DE RUBY

muitos seguiram os conselhos e passaram a treinar Muay Thai ou praticar outros esportes.

“O esporte, a atividade física é o que mais ajuda a fazer uma pessoa sair de depressões e das tristezas da vida”, afirma. Moradora de Estrela, Lauren Flávia Werle é um exemplo do quanto a prática esportiva ajuda a equilibrar, além do físico, a mente.

Até 2019, ela morava em Porto Alegre onde cursava administração de empresas na Ufrgs, e acabou desenvolvendo uma depressão no fim da faculdade. Ao

Centauros, de Estrela, é uma das poucas equipes com Rugby feminino no Estado

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concluir a graduação, Lauren decidiu mudar a rotina em busca de melhor qualidade de vida, e encontrou no Rugby, esporte de origem inglesa semelhante ao futebol americano, a motivação necessária.

“Encontrei com o Centauros (equipe de Estrela) o dever do comprometimento com a participação, com a evolução como atleta e com o objetivo de perder o medo do novo e do difícil”, afirma. Além disso, Lauren destaca o acolhimento recebido pelas demais atletas do time.

“No Centauros encontrei um lugar onde as pessoas torcem por sua evolução, onde fazem questão de te ensinar”, aponta. A prática do esporte também acarretou na busca pela mudança de hábitos. Para Lauren, o rugby auxiliou a manter uma rotina mais saudável, com uma alimentação mais regrada e o consumo de, no mínimo, dois litros de água por dia.

Além dos objetivos físicos, Lauren encontra características que hoje fazem parte da rotina fora dos treinos. Ressalta ter aprendido a confiar em si, ignorar o medo e ser mais comprometida.

Para ela, o fato de haver um time de feminino de rugby no interior do estado, já mostra uma mudança de comportamento na sociedade. É mais uma prova de que praticar qualquer modalidade vai muito além de exercitar-se.

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Oportunidades de um

Treinamentos alternativos ganham força

A busca por modalidades esportivas diversificadas gerou novos negócios. Empresários, que já eram praticantes, instrutores ou profissionais, investiram na construção de modelos diferenciados, voltados para um mercado que hoje tem público consolidado.

Um exemplo, é o MegaRace, que tem como sócios os profissionais Michele Villa, Robson Bohrer da Rocha e Charlene Leal Tomazino. O projeto começou com a ideia de criar uma corrida de obstáculos capaz de

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desafiar atletas amadores e profissionais.

A primeira edição foi realizada em abril de 2017, com mais de 200 participantes. Na segunda edição, realizada seis meses depois, foram mais de 650 participantes.

Na época, Michele trabalhava em uma academia e sempre ouvia reclamações dos alunos quanto a falta de treinos dinâmicos que não envolvessem tantos aparelhos e pudessem ser realizados ao ar livre. Um ano depois da primeira corrida, em setembro de 2018, foi inaugurado o Centro de Treinamento MegaRace.

“Desde o início queríamos trazer à região um negócio inovador, de qualidade e que estimulasse as pessoas a se desafiarem”, destaca. No CT, que hoje tem cerca de 250 alunos, os clientes podem escolher diferentes modalidades e treinar com data e hora marcada por meio de um aplicativo.

Segundo ela, é possível perceber que o público está aderindo cada vez mais às novas modalidades, principalmente pela qualidade de vida proporcionada pelo esporte.

“Não importa a idade, as pessoas buscam os exercícios porque eles proporcionam mais energia, disposição e auxiliam na prevenção de muitas doenças”.

Sócio da rede de academias Bioteam, Guilherme Marder afirma que as novas modalidades são muito positivas para tirar as pessoas do sedentarismo, mas acredita que esportes mais tradicionais, como a musculação e as corridas vieram para ficar.

“Há três anos, cerca de 4% das pessoas frequentam academia no Brasil. Hoje estamos em 4,5% e com muita perspectiva de crescimento, pois nos Estados Unidos são 17%”, destaca. Para ele, os principais negócios da atividade física serão divididas entre academias low-cost, de baixo custo e bons equipamentos, mas pouco atendimento, e estúdios de atendimento

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Guilherme Marder acredita no crescimento dos estúdios de Personal Trainer

personalizado.

“No interior, as academias normais se mantem por um período maior, mas essa é a realidade de grandes centros”, ressalta.

Marder inaugurou a Bioteam em 2012, dentro do Clube Tiro e Caça em Lajeado, após acumular experiência com um estúdio de personal trainer.

A empresa se tornou uma franquia de academias com unidades em Capitão, Arroio do Meio, Lajeado e duas em Estrela, somando mais de 500 clientes. O foco da rede não está no alto desempenho, e sim em oferecer um serviço personalizado, voltado para a saúde e o bem estar.

“Prescrevemos rotinas de exercícios nas quais as pessoas não ficarão doloridas no outro dia”, afirma. Conforme Marder, a área esportiva oferece inúmeras oportunidades em diversas modalidades diferen-

mercado em expansão

tes. “Todos os que fizerem um trabalho de qualidade, gerando uma boa experiência para os clientes que inclua resultados, serão bem sucedidos.”

No caso das artes marciais, o crescimento do número de praticantes se deu com o aumento das informações sobre as modalidades. Jefferson Santos, que gerencia a unidade de Lajeado da rede Black Belt, afirma que algumas modalidades começaram a ter destaque em programas de televisão, ajudando a quebrar o preconceito que existia em relação aos esportes de contato.

“Muitas modalidades também se tornaram esportes olímpicos, o que ajudou a quebrar as barreiras que existiam”, destaca. Criada em Uruguaiana em 1985, a rede que oferece aulas de Muay Thai e Taekwondo foi criada por Carlos Santos, que repassou a administração para os filhos. Hoje, a Black Belt possui 15 filiais, distribuídas entre Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

“Meu pai, que é militar aposentado, sempre conciliou a academia com o exército. Com o tempo, foi se tornando um negócio e dessa forma, algo que amamos se tornou uma fonte de renda”, relembra. Segundo ele, o sucesso na área é possível desde que o trabalho seja bem feito, com resultados e divulgação.

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Jefferson Santos é um dos gerentes da rede Black Belt

Recomenda que, antes do início de qualquer prática, o futuro aluno pesquise procedência da academia e o histórico do professor. Lembra que ainda existem pessoas desqualificadas que se aproveitam para ensinar sem a preparação necessária, colocando a saúde dos alunos em risco.

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Patric Dexheimer joga volei diariamente no Parque dos Dick

Para Anderson Sylvain, do Haiti, quadras resultam em amizades

Contingente inestimável O levantamento realizado pelo Grupo A Hora identificou mais de 30 mil atletas no Vale do Taquari. O número parece expressivo, mas inclui apenas aqueles que são matriculados em academias, times e grupos, ou participam de eventos oficiais.

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Isso significa que o Vale possui um contingente ainda maior de atletas que praticam esportes regularmente nas ruas, parques, praças e quadras esportivas da região. São pessoas como Patric Dexheimer, 34. Natural de Guaporé, mora em Lajeado faz dois anos e

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joga vôlei todos os dias nas quadras de areia do Parque dos Dick.

Ele pratica a modalidade desde criança, mas começou a levar o esporte mais a sério a partir dos 20 anos. Participou de times e campeonatos, mas sentia dificuldade em encontrar outras pessoas dispostas a se dedicar à prática na cidade natal.

“As pessoas só queriam saber de futebol.

Aqui em Lajeado vejo muito mais gente jogando modalidades diferentes, não apenas o vôlei”, ressalta. Conforme Dexheimer, o esporte também ajudou a fazer amizades. Hoje, ele participa de um grupo de praticantes que se reúne quase diariamente.

“Foi muito natural, porque treinamos jun-

Maria Roseli Nunes começou a praticar esportes para melhorar a saúde

Aqui em Lajeado vejo muito mais gente jogando modalidades diferentes.”

Patric Dexheimer PRATICANTE DE VÔLEI

tos e melhoramos o nosso desempenho com apoio um do outro”, destaca. Morador de Lajeado faz três anos, Anderson Sylvain, 33, veio de um lugar ainda mais distante, o Haiti, e também encontrou no esporte uma forma de fazer novas amizades e manter a saúde em dia.

Ele aprendeu a jogar basquete no Brasil e se tornou frequentador assíduo das quadras do Parque dos Dick. Apaixonado por futebol, Sylvian também é goleiro de um time de veteranos em Lajeado. “O Brasil me deu a oportunidade de conhecer pessoas dedicadas ao esporte, algo que não acontecia no Haiti.”

Já Maria Roseli Nunes começou a praticar esportes por necessidade. Diagnosticada com fibromialgia, recebeu indicação médi-

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ca de praticar exercícios físicos e ingressou no programa Mude 1 Hábito, da Unimed, aos 45 anos.

Oito anos depois, ela ainda participa dos grupos da Unimed, faz caminhadas, exercícios aeróbicos e alongamentos em casa. “Minha qualidade de vida melhorou em todos os sentidos. Reduzi meu peso e raramente sindo as dores musculares da fibromialgia.”

Nas quadras, pistas, academias, tatames e nas ruas, a prática esportiva congrega um imenso contingente. Sejam praticantes de fim de semana, atletas amadores ou profissionais, é cada vez maior o número de pessoas dispostas a superarem os seus próprios desafios em busca de saúde, desempenho e lazer.

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EU ATLETA Especialista dá dicas para manter boa performance sem comprometer sua saúde O interesse por atividades físicas está aumentando entre a população. Cada vez mais é possível encontrar academias e centros de treinamentos lotados, comprovando o interesse das pessoas em aderirem a hábitos saudáveis. A prática de exercícios exige alguns cuidados, independentemente se o perfil do atleta é recreativo ou de alto desempenho. Por isso, o especialista em nutrologia e prática ortomolecular, Marcio Nutels, traz cinco dicas para manter a boa performance sem comprometer a saúde.

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Hidrate-se O principal combustível do ser humano é a água e ela deve fazer parte da rotina. É possível realizar um cálculo básico para saber a quantidade ideal a ser consumida diariamente. Para os indivíduos que não treinam, recomenda-se a ingestão de 35 ml de água por quilo (ml/k), enquanto que os praticantes de atividade física devem consumir cerca de 45 ml/k. É importante destacar que esse valor varia conforme a intensidade do exercício.

Cuide da alimentação Diminuir a ingestão de álcool, ajustar o consumo de calorias e macronutrientes, bem como evitar o consumo de alimentos com características inflamatórias (carboidratos refinados, açúcares e farinhas), são práticas que melhoram o desempenho do atleta.

Comer muito ou abaixo do recomendado para gerar energia, prejudica a prática de atividades mais intensas.

Procure profissionais habilitados

Atenção para o overtraining

Respeite seus limites Alcançar e ultrapassar o limite do organismo é parte do processo de evolução do corpo. No entanto, a prática não pode ser exagerada, pois extrapolar na intensidade dos exercícios pode gerar lesões, em alguns casos irreversíveis. Uma pessoa que recém começou a treinar, precisa fazer adaptações no treino e não pode comparar seu desempenho ao de atletas.

Ao tentar melhorar o desempenho muitos atletas exageram no volume de atividade física e não realizam o descanso necessário para o corpo. A combinação destas práticas irregulares gera consequências de ordem muscular, nas articulações e, inclusive, resulta na queda de imunidade para algumas pessoas.

Cuidado com informações da internet O acesso fácil à informação permite ampliar o conhecimento sobre os cuidados com a saúde, mas é preciso saber filtrar os dados. Nem todo material possui embasamento científico e algumas informações podem atrapalhar na performance dos praticantes. O mesmo vale para os conselhos de amigos. Nem toda dieta funciona para todo mundo.

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Uma boa performance é resultado da combinação da alimentação, descanso adequado e a frequência de exercícios. Por isso, recomenda-se procurar profissionais habilitados ou equipes multidisciplinares para auxiliarem na periodicidade do treino e no alinhamento de todas as etapas. Isso inclui, profissionais de educação física, nutricionistas, médicos do esporte, entre outros.

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RUMO AO TOPO

A rotina dos atletas que aspiram a elite do esporte

Minota quer conquistar o mundo Campeão sul-brasileiro de Jiu-Jitsu, Eduardo Friedrich, da Equipe Mário Reis/Lajeado, se prepara para dois campeonatos mundiais da modalidade Por que você começou nas artes marciais? história de Eduardo Friedrich, o Minota, começa como a de muitas pessoas que ingressam em uma modalidade esportiva. Ele começou a praticar artes marciais aos 22 anos, com o objetivo de perder peso e melhorar a forma física. Treinou e competiu no Boxe, Muai Thay e no MMA, mas foi no Jiu-Jitsu que encontrou a verdadeira vocação, seis anos atrás.

Hoje, Minota treina para se tornar campeão brasileiro, em competição que estava prevista para o fim de abril, mas que foi adiada em função do coronavírus. Em seguida, vai atrás do sonho de se tornar campeão mundial, em duas competições que ocorrem em São Paulo e Las Vegas, Estados Unidos.

Minota - Quase todos começam nas artes marciais para reduzir o peso. Primeiro era só para manter a forma física, mas depois isso foi crescendo, se tornando um amor pelo esporte. Tenho amor pela ideia de poder passar isso adiante, de participar de torneios e vencer. A sensação de vencer foi muito importante para mim, porque sempre pensei que era um perdedor. Nunca ganhava em nenhum esporte e não ia bem nas notas da escola. Com a arte marcial eu consegui tirar o meu melhor e ter a sensação de vitória.

Depois, entendi que mesmo nas coisas nas quais eu me achava um perdedor, foram vitórias, porque foram elas que me trouxeram até aqui.

Você participou de competições nas outras modalidades, antes do Jiu-Jitsu?

Minota - Fiz algumas lutas de Muai Thay e boxe, mas sem muito sucesso. Fiz lutas de MMA, que gostava. Mas, quando você é lutador amador e tem que trabalhar no outro dia, se machucar é um problema. Às vezes ficava duas, três semanas com as coxas inchadas. Já quebrei o dente e abri o lábio em uma luta, então decidi parar com o MMA. No Jiu-jitsu você faz seis lutas em um dia e sai cansado, mas não tem machucados, porque não leva socos ou chutes. É um jogo mais mental.

APRIMORE JUNHO/2020

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Se pararmos por qualquer problema, nunca seremos atletas profissionais.”

pósito. Meus adversários não são adversários, são os clientes da minha loja, então nos ajudamos mesmo competindo um contra o outro. Passei a enxergar a vida de uma outra maneira. Percebo que minhas relações se tornaram mais humanas.

Como você lida com as lesões que fazem parte da rotina de um atleta de ponta?

Minota - Tanto nas artes marciais quanto em qualquer esporte, o atleta de alto nível convive com lesões. Precisa ter superação. Se você machucou o dedinho, enfaixa ele e vai treinar. A minha pior situação foi uma lesão na virilha. Eu nem conseguia treinar direito, mas continuei fazendo técnica e trabalhando aquilo que eu podia fazer para não parar.

Fui competir, mesmo com essa lesão. Não venci, mas aquela dificuldade me fez ficar melhor para as próximas. Quando você tem uma dificuldade, parar não é solução. Se pararmos por qualquer problema, nunca seremos atletas profissionais.

O que é preciso para se tornar um multicampeão?

Minota - Não me considero um multicampeão. Apenas consegui, naquela hora de cada combate, aplicar as melhores técnicas na comparação com meus adversários. Olhando para trás, lembro de quando morava em Arroio do Meio e pegava minha moto para treinar em Lajeado todos os dias, com chuva ou sol, frio ou calor. Às vezes chegava ensopado na academia e ia treinar.

Isso tudo me fez chegar ao ponto de vencer. É uma caminhada. Não tem outra saída que não seja ir devagarinho, crescendo e se desafiando.

Como você se prepara para uma luta de Jiu-Jitsu?

Minota – Tudo começou com a minha primeira luta, em 2015, nove meses depois de começar a treinar. Ainda era faixa branca, iniciante. Foi mais para sentir a emoção e ver se era realmente o que eu queria. Lutei contra um cara com quatro anos de experiência na modalidade e quase ganhei dele. Percebi que eu poderia fazer mais e decidi continuar. Mudei meu treino para focar em competição. Hoje treino diariamente, junto com a preparação física e dieta balanceada. Não sou escravo da dieta,

mas está tudo dentro de um cronograma que inclui alimentação, treinos e competições.

Qual a principal mudança que o esporte te proporcionou?

Minota - O que mais me marcou foi o jeito de encarar a vida. De como eu vejo os meus adversários, minha mãe, meus filhos e amigos.

O que mais mudou foi minha disciplina. Por isso, hoje sou um melhor filho, melhor pai e melhor amigo. Eu abri uma loja especializada em Jiu-jitsu para suprir os custos de lutas e viagens.

Também faço rifas e eventos com o mesmo pro-

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Como é para você buscar o topo aos 35 anos?

Minota – Comecei a competir depois dos 30 anos. Hoje sou um dos top ranking do estado.

Então, se você tem um sonho ou um objetivo, deve ir atrás. Não pode deixar outras pessoas te desestimularem. Se você tem um sonho, não pode parar por um obstáculo. Tem um senhor de 60 anos que treina conosco e ele treina mais forte que muito guri de 20. Isso me emociona.

Se ele, com 60 anos, está treinando, porque eu, com 35, devo desistir dos meus sonhos? Quero ser campeão mundial e não vou desistir.

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O bom e velho

futebol

ezequiel neitzke

Antes da Covid-19, campeonatos amadores movimentavam multidões s transformações no universo esportivo da região são percebíveis mesmo para quem não é praticante.

Anos atrás, o futebol era a principal atividade esportiva e opção de lazer de muitas comunidades,e as peladas de fim de semana reuniam boleiros de diferentes idades nos campos de várzea. Hoje, essas partidas não existem mais.

Os campeonatos municipais ainda resistem, mas a dificuldade de organizá-los está cada vez maior. Mesmo assim, o futebol continua um esporte de massa capaz de atrair milhares de jogadores e um público fiel aos torneios realizados por clubes e associações.

Os campeonatos amadores do Vale do Taquari somaram em 2019 um total de 3.575 atletas participantes, de 22 municípios. Presidente da Associação de Ligas do Vale do Taquari, Volnei Antônio Kochhann, afirma que a organização desses torneios é resultado de grande esforço, uma vez que a realização depende de recurso.

Segundo ele, hoje 95 times de 64 clubes participam dos campeonatos da Aslivata, número que cresceu em 2020 com a programação de aniversá-

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rio de 35 anos da associação. Entre as ações realizadas está uma rifa, cujos prêmios foram proporcionados pela Certel.

Os clubes receberam 500 números para vender, o que garantiu R$ 2,5 mil para cada um. Quem joga a copinha com um time só recebeu 300 números.

“Isso representou ajuda de custo para praticamente toda a primeira fase.”

Conforme Kochhann, as cooperativas Sicredi e Certel são fundamentais para as atividades do futebol amador da região, apoiando diversas competições. Alguns clubes também recebem apoio das prefeituras, garantindo o pagamento da arbitragem. Dessa forma, utilizam como renda os recursos obtidos por meio da associação.

O regional do ano passado teve premiação de R$ 5 mil em dinheiro. Neste ano, o valor subiu para R$ 10 mil. A liga de Arroio do Meio ainda tem apoio da Girando Sol e Neugebauer. “Hoje, nossos parceiros acreditam no sucesso dos eventos que a Aslivata organiza.”

Responsável por coordenar cinco campeonatos na região – Copa Monte, A Liga, Taça Serrana e Taça Serrana Futebol 6 – Jarles Dreissig afirma que a principal motivação para manter as competições é dar uma opção para aqueles que não competem nos municipais ou regionais.

“Tivemos a idéia de valorizar o pessoal do interior, o amador mesmo. Quem quer ganhar dinheiro, quem é bom, joga o municipal, o regional e outros campeonatos”, ressalta. Dreissig acredita que os campeonatos com grandes investimentos acabam atraindo menos equipes e muito menos público.

“Quando um filho joga, vai pai, mãe, avô, tio, primo para prestigiar. Assim, acabamos trazendo o torcedor de volta para os campeonatos”, destaca. A Copa Serrana completou 14 anos de atividades e se manteve algumas vezes com apoio da prefeitura de Venâncio Aires, em outras com recursos dos clubes participantes. Hoje, faz dois anos que recebe recursos do Programa Municipal de Incentivo ao Esporte

Amador (Promiea) mantido pelo município do Vale do Rio Pardo. Ao todo, são disponibilizados R$ 15 mil, divididos entre as equipes participantes.

No segundo semestre, Dreissig promove A Liga, campeonato que completa quatro anos. “Assim, mantemos o futebol de campo o ano todo”, afirma.

Pandemia suspende eventos

Os campenatos de futebol da região vinham em ritmo forte até o advento da pandemia de Covid-19. Com as medidas de isolamento social, clubes e ligas precisaram parar as atividades por tempo ainda indeterminado.

Quando a crise for superada, os torneios voltarão a movimentar multidões pelo Vale do Taquari.

A Copa Monte é uma das mais tradicionais do Futsal, com 13 anos de existência. Com apoio do Promiea, a competição arrecadou R$ 12 mil para pagar premiação em troféus e R$ 6 mil em dinheiro.

“Começamos com 12 equipes e hoje tenho 89 e algumas não conseguiram vagas por falta de data”, aponta. Também no segundo semestre, Dreissig realiza a Taça Copeva, e de setembro a março, a Taça Copeva de Futebol 6. “É um campeonato novo, com quadra propícia para seis jogadores por equipe”, afirma. Dreissig também ajuda na organizações de seis campeonatos municipais. Para ele, essa é a única forma de garantir a continuidade do futebol no interior.

“Anos atrás tinham amistosos entre as equipes e as famosas peladas. Hoje, o interior está totalmente abandonado e os jovens cada vez mais migram para a cidade”, alerta. Lembra que mesmo os bailes, que eram opção de lazer também acabaram, devido a queda no público. Por isso, ressalta a importância de oferecer competições atrativas e capazes de manter o interesse das pessoas.

CONTINUA

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Campeonatos atraem novos associados Se para o interior a continuidade dos campeonatos representa a sobrevivência do futebol, nos três principais clubes sociais da região, significa novas associações e grande público. O Clube Tiro e Caça (CTC), de Lajeado, é um exemplo do sucesso das competições.

Conforme Daniel Leite Gregory, um dos responsáveis pelo futebol no CTC, o principal campeonato do clube reúne 41 equipes com 22 sócios cada, somando cerca de mil atletas. Na final do ano passado, nada menos que 3 mil pessoas acompanharam a partida.

“Isso sem contar os acessos nas redes sociais, onde transmitimos ao vivo, os telespectadores da TV Univates e ouvintes das

rádios”, destaca. Segundo ele, os torneios do clube se destacam pela organização e são responsáveis pelo aumento da procura pelo título de sócio.

“Todo dia tem gente procurando se associar para jogar os campeonatos. É uma das coisas que ajuda a manter o clube, porque o atleta precisa estar com as mensalidades em dia para estar apto a jogar”, ressalta.

O campeonato principal do CTC ocorre entre março e dezembro. Já o torneio de férias ocorre entre janeiro e fevereiro.

“Foi uma maneira que encontramos para reduzir a inadimplência e ajudar a manter o clube nesse período.”

Outro clube de Lajeado cujos campeo-

natos reúnem grande número de atletas é o Clube Esportivo Sete de Setembro.

De acordo com o coordenador esportivo do Clube, Luís Felipe Worm, a principal competição é a Cope Sete/Sicredi/CBM de Minifutebol, que está em sua 34ª edição.

Ao todo, são 31 equipes, 14 equipes na primeira divisão e 17 na segunda. “São mais de 700 associados envolvidos diretamente em todos os finais de semana de março a dezembro, com 365 partidas aos sábados à tarde e domingos pela manhã.”

Para este ano, o clube preparou um site exclusivo para divulgação da competição.

Também fará um torneio alusivo ao aniversário de 86 anos da agremiação, no mês de setembro e a escolha dos Reis da Bola de todas as séries e divisões.

Com 29 equipes e cerca de 600 atletas envolvidos, a Sociedade Ginástica de Estrela (Soges) também tem no campeonato de futebol um dos principais atrativos. De acordo com o coordenador de futebol, Rodrigo Ramminger cerca de 90% das associações ocorreram por causa do esporte.

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aldo césar lopes

aldo césar lopes

ezequiel neitzke

“Muitos se associam em virtude do futebol e acabam depois descobrindo que tem outras possibilidades de esporte e de lazer no clube e acabam ampliando a participação”,

alega. No ano passado, o público da final ultrapassou as 700 pessoas.

Para além dos clubes sociais e dos campeonatos organizados, o futebol em suas diversas

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modalidades continua sendo uma das principais atividade nas praças, parques, gramados naturais ou sintéticos e nas quadras particulares e comunitárias de toda a região.

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DICA DA NUTRI

Bianca Coletti Schauren

Daiane Weschenfelder "Indiferente do seu objetivo, não se preocupe apenas com as refeições pré e póstreino. Para bons resultados e manutenção da saúde, precisamos de equilíbrio entre fontes energéticas em todas as refeições do dia."

Como melhorar o desempenho no esporte?

A melhoria do rendimento esportivo exige a associação de alguns fatores que sinergicamente contribuirão para os objetivos almejados, dentre os quais destacam-se: • A organização da qualidade e quantidade de alimentos ingeridos em todos as refeições do dia e não somente com as consumidas pré e pós-treino;

Luisa Arruda

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• A adequação da ingestão calórica, bem como a distribuição de macro e micronutrientes conforme os objetivos e necessidades físicas;

"Devemos manter nosso corpo sempre hidratado. A água é essencial para o bom funcionamento de todo o nosso organismo. Muitas vezes, podemos confundir sede com fome, sentimos que algo nos falta e logo procuramos o alimento. É este pode ser um sinal de que seu corpo precisa ser hidratado. Atletas e praticantes de exercício físico regular possuem uma necessidade Maior de hidratação, o que interfere diretamente na resistência e performance. Além da água pura, a água de côco também pode ser uma boa opção, pois ela também vai repor eletrólitos perdidos no suor. Importante lembrar que chimarrão, chás e café não substituem o consumo de água!"

• A avaliação e o acompanhamento do desenvolvimento da composição corporal, através de exames antropométricos, manual ou tecnológicos como a bioimpedância ou, modernamente, a ultrassonografia, a qual permite identificar a espessura muscular e a gordura em imagem com rigorosa precisão; • A observância da qualidade e quantidade de sono necessárias para o descanso e reparação tecidual; • O ajuste da quantidade de líquidos ingerida, principalmente de água, a qual irá variar de acordo com a massa corporal, temperatura do ambiente, necessidades individuais e perda hídrica conforme o tempo e modalidade esportiva praticada; • A periodização das estratégias nutricionais de acordo com os objetivos e o ciclo de treino; • A avaliação da necessidade do uso de recursos ergogênicos como adjuvante da prescrição nutricional.

Por fim, cabe ressaltar que a prescrição dietética é individual e personalizada, devendo ser avaliada, prescrita e acompanhada por um Nutricionista especialista no esporte.

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MITOS E VERDADES As dúvidas mais comuns sobre a prática de atividade física O aumento no número de pessoas que se conscientizam sobre a importância da atividade física para a saúde e a qualidade de vida também amplia o leque de dúvidas sobre a prática esportiva. Confira mitos e verdades recorrentes:

Exercício melhora o humor e o bem-estar Enquanto você se exercita, ocorre a liberação de substâncias neurotransmissoras (dopamina e serotonina) que são responsáveis pela sensação de bem-estar e de felicidade. A prática constante também contribui para afastar a ansiedade e a depressão.

Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Harvard indicam os exercícios aeróbicos para uma boa saúde do cérebro.

Treino de alta intensidade traz mais resultados O período mais indicado para o exercício é pela manhã Embora existam pesquisas que indiquem que a prática de exercícios pela manhã ajuda a acelerar a perda de peso pelo fato de estimular o corpo a queimar mais gordura ao longo do dia, especialistas reforçam que o melhor horário para se exercitar é aquele em que você se sente mais à vontade e mais disposto. O principal objetivo é colocar o corpo em movimento e isso deve acontecer nos horários livres e de acordo com a preferência de cada pessoa.

Malhar em jejum emagrece Malhar sem ter se alimentado previamente não ajuda a emagrecer e ainda pode ser prejudicial à saúde. Isso porque a queda do nível de glicogênio, que é responsável por fornecer energia ao corpo, gera fraqueza e as consequências podem ser queda de pressão, tontura e desmaio.

O treino HIIT, que consiste em intercalar esforços na máxima intensidade com intervalos de recuperação em aulas rápidas de até 30 minutos, é considerado um dos mais eficazes para quem quer eliminar os quilos extras. Isso porque nesse tipo de exercício há Maior demanda por energia e com isso queimamse mais calorias por minuto.

Porém, não deve ser praticado sem a orientação de um educador físico.

Quem sofre de dor nas costas não deve se exercitar As pessoas que sentem dores nas costas geralmente recebem a indicação do ortopedista para realizar exercícios com regularidade, sobretudo os abdominais, que ajudam a fortalecer a musculatura da região lombar e eliminar a dor. Com os movimentos, ainda ocorre um aumento da circulação sanguínea e melhora na estabilização da coluna.

Fonte: Unimed

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O esporte é minha vida

Histórias e curiosidades de pessoas apaixonadas por diferentes práticas esportivas

Um museu do tênis em casa quetes, diversos livros e até mesmo calçados que fizeram parte da história da modalidade.

Como você começou a coleção de raquetes?

Praticante e colecionador, Gustavo Tramujas reúne mais de cem raquetes que fazem parte da história da modalidade

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O advogado Gustavo Tramujas é aficionado por tênis. Praticante do esporte desde a infância, durante a adolescência chegou a participar de torneios nos Estados Unidos e enfrentar nomes como Gustavo Kurten, o Guga, maior atleta brasileiro do esporte e ex-número 1 do mundo.

Hoje, o esporte continua fazendo parte da vida de Tramujas. Além de praticar nas quadras do CTC, ele possui uma coleção com mais de 100 ra-

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Gustavo Tramujas – Tudo começou como uma brincadeira. Comprei uma raquete antiga e acabei gostando. Minha primeira foi uma vermelhinha, de alumínio. Depois, acabei fazendo uma cronologia das raquetes. Começa com raquetes de madeira, das décadas de 1920, 1930 e 1940.

Tenho raquetes com encordamento original, feito de tripa de carneiro e raquetes de madeira mais modernas, que dominaram o esporte até as décadas de 1970 e 1980. Nessa época vieram as raquetes de alumínio. Depois surgiram as de grafite e a partir da década de 1990 começa a modernidade, com raquetes que incorporam diversos tipos de matéria-prima. Também tenho raquetes bem novas e tecnológicas. Essa coleção representa um pouco da minha vida.

De que forma sua vida se mistura ao tênis?

Tramujas – Eu comecei a jogar com cinco anos de idade por incentivo do meu tio, que era professor da modalidade. Na faixa dos 9, 10 anos, comecei a participar de alguns torneios. Disputei

campeonato paranaense e brasileiro. Tive a honra de jogar com o nosso Gustavo Kurten, o Guga.

Joguei com ele em um torneio em cascavel, aos 14 anos. Perdi, é claro, mas tive o privilégio de fazer um game no Guga e isso vai ficar na minha memória. Cheguei a jogar torneios nos Estados Unidos, com 15, 16 anos. Sempre vivi na quadra de tênis, desde criança, mas quando fiquei adulto, tive que parar de me dedicar na mesma intensidade. Hoje, jogo mais por hobby, no CTC.

O que o tênis te proporciona?

Tramujas – Muita coisa boa, além de ajudar a manter a forma física. Cheguei em Lajeado em 2013 e hoje tenho muitos amigos por causa do tênis. O esporte proporciona conhecer pessoas e se relacionar de uma forma rápida e saudável. É bom para a saúde, te deixa muito bem. Minha família acaba participando também. Minha filha de dois anos já tem raquete e minha filha de sete anos joga na quadra desde os quatro. Estou construindo uma casa que terá uma quadra de tênis, que é o meu sonho.

Quais são os principais itens da sua coleção?

Tramujas - São os modelos que eram usados por grandes tenistas profissionais de cada época.

Tenho a Wilson do Chris Evert, a Bancroft da Billie Jean King, a Adidas do Ilie Nastase, a Donnay do

Tive a honra de jogar com o nosso Gustavo Kurten, o Guga.

Perdi, é claro.”

Bjorn Borg, a Wilson do Jack Kramer, a Spalding do Pancho Gonzales, a Le Coq Sportif do Yannick Noah a Wilson do Jimmy Connors e a Adidas do Ivan Lendl. Tenho uma da década de 30 que está até um pouco empenada, mas é bastante rara.

Qual a sua raquete preferida?

Tramujas – A raquete que tenho uma paixão que é a que eu mais gosto, tenho mais carinho, foi a mais difícil de conseguir. Não foi nenhuma de madeira ou mais antiga de alumínio. Foi a Adidas do Ivan Lendl, na época em que ele foi número 1 no mundo. É difícil de encontrar porque poucas foram fabricadas. Inclusive, eu joguei com essa raquete quando era garoto. Outra raquete icônica é a do Arthur Asch, tenista negro que fez história nos anos 1960 e 1970. Uma das quadras do US Open leva o nome dele. Parece feita com uma liga metálica, ela é de madeira. São as minhas favoritas.

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Onde você encontra essas raquetes e qual o próximo item que você deseja incluir na coleção?

Tramujas – Compro a maioria pela internet, em sites como Mercado Livre e Ebay.

Hoje, tenho muito contatos com colecionadores e de pessoas que vendem para colecionadores, mas a internet continua sendo o meio mais próximo. A minha próxima, as raquetes que eu sonho em ter na coleção, são as do século XIX de 1888 a 1890, uma época em que o esporte era muito popular entre os ingleses. A mais antiga que tenho hoje é da década de 1920.

Quais outros itens ligados ao tênis que você coleciona?

Tramujas - Coleciono livros de todos esses grandes atletas. Tenho do Gustavo Kurten, Maria Ester Bueno, Jim Courier, Ivan Lendl, Bjorn Borg, John Mcnroe, Pete Sampras, Rafael Natal, Roger Federer, que é meu ídolo atualmente. Tenho uma enciclopédia italiana chamada 500 Anni di Tennis, que conta toda a história do esporte.

Também acabei comprando tênis, calçados, usados no esporte nas décadas de 80 e 90.

Nessa casa que estou construindo terei um museu dedicado ao tênis.

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