Agronotícias - 21/12/2019

FIM DE SEMANA, 21 E 22 DE DEZEMBRO / 2019

Circulação bimensal GIOVANE WEBER

Especial do jornal A Hora

Dependência

da soja

Área cultivada com a oleaginosa no Vale do Taquari aumentou 40% nos últimos dez anos. Preço estável, pouca necessidade de mão de obra e alta demanda do grão tornam cultivo o principal – e único – em muitas propriedades da agricultura familiar. Especialistas alertam para o risco Páginas 4 e 5 da monocultura.

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FIM DE SEMANA, 21 E 22 DE DEZEMBRO / 2019

Safra menor, mas de qualidade GIOVANE WEBER

O frio registrado no mês de setembro e o déficit de insolação em outubro, resultaram em uma quebra de até 50% em alguns pomares. No entanto, frutas estão graúdas e saborosas. Preço mais alto do quilo compensa perdas

N

os pomares da família Tormest, em Lajeado e Farroupilha, a produtividade registra queda de 50%. Apesar disso, a qualidade das frutas impressiona. “Estão grandes, saborosas e muito doces”, relata Gilmar.

Com mais de 10 anos de experiência em fruticultura, atribui a menor oferta às baixas temperaturas de setembro e o excesso de chuva em outubro. No entanto, a colheita que encerra em janeiro, deve trazer bons resultados.

O calor das últimas semanas, aliado a pouca chuva favorece o amadurecimento e afasta pragas e doenças das plantas.

“O pêssego ficou mais doce, crocante e menos aguado”, constada.

Tornes cultiva duas variedades, o BRS Kampai e o PSTardio. “O primeiro é precoce e chega ao mercado quando temos pouca oferta. Logo o preço é mais alto. O sabor é doce com leve acidez”, explica.

Já a segunda variedade começa a amadurecer em dezembro. O quilo da fruta é vendido por R$ 3, direto na propriedade, em fruteiras e mercados.

“O problema é o intermediário. Ele acrescenta até R$ 9 a mais. Isso torna inviável a compra para

Casal Tornes estima colher 11 mil quilos. Frutas estão graúdas e saborosas. Quilo é vendido por R$ 3 aos mercados e fruteiras do Vale do Taquari e Serra

4, direto na propriedade. As frutas estão sadias e muito saborosas. Uma pena que a maior parte estragou no ponto de colheita”, lamenta.

O pessêgo ficou mais doce, crocante e menos aguado.”

Gilmar Tormest, produtor muitos e resulta em desperdício”, lamenta.

Para este ciclo, a estimativa é de colher em torno de 11 mil quilos, a metade da safra anterior. Entre as dificuldades destaca a exigência de mão de obra. “É preciso passar sete ou oito vezes pelos pessegueiros para colher tudo”, diz.

Mais plantas

O agricultor Raul Hecher, 59, de Progresso, chegou a colher 4 mil quilos em ciclos

Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

passados. Este ano, o ataque de aves, pragas e condições climáticas desfavoráveis resultam em uma quebra considerável.

Estima colher apenas 200 quilos, das variedades Granada e Douradão. “Preciso fazer uma renovação do pomar e corrigir o solo. Apesar de requerer mão de obra, é uma boa alternativa.

Quero ampliar o número de plantas”, adianta.

O quilo é vendido por R$

Diretor Executivo: Adair Weiss Diretor de Mercado e Estratégia: Fernando Weiss Diretor de Marketing e Inovação: Sandro Lucas

Preço melhor Conforme estimativa da Emater de Caxias do Sul, a região deve colher 38 mil toneladas em 2019, queda de 27% frente ao ano anterior. A colheita, nos 3.450 hectares se encontra na fase derradeira, com previsão de término em janeiro.

Segundo o engenheiro agrônomo Enio Todeschini as frutas são destinadas para o consumo in natura. Na venda a granel, sem classificação, o produtor consegue uma média de R$ 2,50 por quilo, considerado um valor compensador. “Alivia um pouco as perdas. A qualidade COORDENAÇÃO E PRODUÇÃO Giovane Weber/FW Comunicação Prestador de Serviços

melhorou bastante com o calor e pouca chuva”, comenta.

O valor alto em alguns supermercados e fruteiras é justificado pela oferta menor, resultado das baixas temperaturas e falta de insolação nos meses de setembro e outubro.

Para saber Os municípios de Pinto Bandeira e de Bento Gonçalves são responsáveis por 14,7% de toda a produção de pêssego do Brasil. No primeiro, em cerca de 400 propriedades, há 1.020 hectares da fruta cultivados, com produção média de 18 toneladas por hectare.

ARTE Fábio Costa e Silvia Vian

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Peru está mais caro para a Ceia Opção é apontada por 32% dos consumidores como item indispensável na lista de produtos para o preparo da Ceia Natalina. Apesar do aumento de até 18%, em virtude dos custos de produção, expectativa é de vender até 880 mil perus e frangos especiais até o dia 24 de dezembro em todo Estado

E

mbora o valor de um dos principais pratos da Ceia Natalina e festas de fim de ano esteja mais caro,emcomparaçãocomoano passado, o clima é de otimismo nossupermercadoseempresas responsáveis pela criação.

Entre os produtos indispensáveis para as datas, listados

pelos consumidores em uma pesquisa encomendada pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) ao Instituto Segmento Pesquisas, o peru é citado por 32,5% dos entrevistados, seguido do Chester com 32%.

No jantar do casal Rafael Delfino e Elisa Basso, de Lajeado, o chester é o prato principal. “É um dos símbolos do Natal. Na noite reunimos toda família para confraternizar. Ainda servimos carne suína, salmão e outros acompanhamentos ”, destacam.

Custo puxa aumento Segundo o gerente comercial de uma rede de supermercados de Lajeado, Hans Röhsig, ambos são itens muito procurados pelos

clientes. O aumento de 15% nas vendas registradas, em relação a 2018, traz otimismo. “Estes dois produtos estavam sem reajuste faz dois anos. Insumos como o milho e a soja ficaram mais caros e

Insumos como o milho e a soja ficaram mais caros e algumas empresas elevaram o valor. Mesmo assim, as compras estão em alta.”

Hans Röhsig, gerente comercial

algumas empresas elevaram o valor. Mesmo assim, as compras estão em alta em função da cotação da carne bovina e suína”, diz.

Panetones, espumantes, frutas, lentilha, bacon e linguicinha calabresa também tem alta procura, observa.

Vendas maiores Uma pesquisa da Agas aponta que as vendas devem crescer 8,2% este ano.

Já os valores das aves natalinas (peru, chester, bruster, tender e frangão), estão em média 7,5% mais caros. “A estimativa é de comercializar 2,5 mil toneladas até o dia 24. Os gaúchos deverão novamente privilegiar as aves mais acessíveis e de preparo rápido”, prevê o presidente Antonio Longo.

Detentora 75,8% da produção de perus no Brasil, a BRF começou os abates ainda em abril. Segundo Manoel Martins, diretor comercial de autosserviço Brasil da empresa, os recursos do FGTS devem estimular o consumo nas festas de fim

de ano. “A melhora na economia, ainda que pequena, deve refletir na demanda”, avalia. Os preços subiram entre 15% e 18%.

O valor maior dos itens é justificado pelo custo de produção mais alto – até 30% - em relação aos frangos. Os perus são criados em ambientes específicos, com temperatura, luz e alimento controlados. A conversão é mais lenta. Enquanto os frangos são abatidos com 42 dias, estes demoram cem dias.

CURIOSIDADE Herdamos a tradição de comer esse tipo de carne na Ceia Natalina dos Estados Unidos, onde o prato é obrigatório na celebração de Ação de Graças. No Brasil, a Sadia foi pioneira ao introduzir o peru no mercado , há mais de 50 anos.

Os pesos variam de 3,5 quilos a até 14 quilos nas gôndulas do mercado.

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Mecanizada, lavoura d Falta de mão de obra, envelhecimento, tecnologia, preço e demanda em alta, aliada a receita gerada por hectare, faz o grão se tornar a principal e a única cultura em muitas propriedades. No Vale do Taquari, área aumentou 40% nos últimos dez anos

O

plantio avança por diversas regiões e áreas. É o caso da lavoura localizada em Alto Conventos, interior de Lajeado. O plantio de milho destinado parasilagemegrãos,paraalimentarum plantel superior a 30 vacas leiteiras, deu lugar a oleaginosa faz dois anos.

Diantedapossibilidadedeincremento na renda e por ter afinidade com a agricultura, Paulo Mallmann, 66, ex-funcionário da Siemens, com sede em Canoas, passou a investir no cultivo.

Administra a propriedade após a morte do irmão.

“Tendo a variedade certa, boa genética, trato cultural eficiente e colaboração do clima, o lucro é bem maior comparado com leite ou mesmo milho, principalmente quando é destinado para grão. A soja dá pouco trabalho, é mais resistente em caso de seca e tem venda garantida”, observa.

Neste ciclo serão 16 hectares cultivados com projeção de colher até 1.120 sacas. Na safra passada, problemas com um fungo e as perdas na hora da colheita, resultam em apenas 55 sacas por hectare. “Mesmo assim, o rendimento financeiro foi bom. A abertura do mercado chinês deve elevar o valor pago e se chover dentro da média, poderemos ter uma safra bastante lucrativa”, adianta.

Apenas uma cultura

Fábio Immich, de Lajeado desistiu de cultivar milho e passou a investir todas as “fichas”, na lavoura de soja faz dois anos. Neste ciclo até aumentou a área semeada – chegou a 60 hectares. A meta é colher 4,2 mil quilos por ha.

“Com a tecnologia disponível,

preço alto, menos horas de trabalho e demanda em constante crescimento, tanto no mercado interno como externo, inexiste cultura que possa superar a da soja. Basta cuidar de cada etapa para atingir bons resultados”, garante.

Embora tenha um pouco de receio quanto ao clima e o mercado chinês, principal comprador da commoditie, entende ser inviável manter outra atividade na área, como pecuária de leite, trigo ou milho. “Está difícil se manter na lavoura. Por isso, apostamos naquilo que ainda dá um pouco de lucro”, diz.

Dependência

Conforme dados do Censo Agropecuário, a soja tornou-se a principal ou até mesmo a única cultura plantada nas lavouras do Estado. Com a crise do setor leiteiro e preço baixo do trigo e milho, o grão avança a passos largos.

De acordo com o Censo Agropecuário de 2017, a produção entre 2006 e 2017 saltou de 2,7 milhões para 3,9 milhões de toneladas. Já a média por hectare passou de 36 para 55 sacas no período abrangido pelo levantamento. Outro dado importante é a movimentação financeira - R$ 20,26 bilhões. De cada R$ 5, o grão responde por R$ 1.

A soja está em 76 mil das 293,8 mil propriedades familiares no Estado, o equivalente a 26% do total. No Vale

do Taquari, segundo dados da Emater, a área aumentou 40% nos últimos dez anos.

Passou de 15.074 para 21.170 ha.

“A produtividade saltou de 3 mil quilos para 3,7 mil neste ciclo, um acréscimo de 23%”, destaca o assistente técnico regional da área de Sistema de Produção Vegetal da Emater/RS-Ascar, Derli Bonine.

Para ele, a área cresceu devido a pouca oscilação do preço, o que traz segurança para o plantador. A tecnologia de cultivo aliada a mecanização total, desde a dessecação das plantas de cobertura, semeadura, tratamentos e colheita, fazem com que, mesmo com pouca mão de obra, seja possível realizar o cultivo, observa.

Alternativa segura Está difícil se manter na lavoura. Por isso, apostamos naquilo que ainda dá um pouco de lucro”.

Fábio Immich, produtor

O aumento das exportações para a China aliada a obrigação de comprar o grão junto a agricultura familiar para produção de biodiesel, tornou a oleaginosa uma alternativa segura de lucro.

Conforme o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja-RS), Luis Fernando Fucks, o pagamento à vista e a liquidez proporcionadas, diferente de outras culturas, faz a área culti-

vada aumentar a cada safra. “O que paga as contas é a soja”, afirma.

Na região, com o valor da saca em R$ 68, o segmento movimenta R$ 89 milhões por safra. O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) Gedeão Pereira, a soja se tornou a principal fonte de receita da Agricultura Familiar.

“Para 2020, se as condições climáticas forem favoráveis, esperamos uma produção recorde que pode ficar

Produção de soja (Agricultura Familiar) Área (ha)

1,1 milhão Produção

3,9 milhões Propriedades com cultivo

76.027

Valor bruto da produção

R$ 3,99 bilhões Fonte: Censo Agropecuário 2017, IBGE

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de soja cresce FOTOS GIOVANE WEBER

acima de 35,5 milhões de toneladas de grãos, superando inclusive a supersafra de 2017”, adianta.

Controle de produção

A dependência apenas de uma cultura traz preocupação para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Lajeado, Lauro Baum. Cita a ausência de um regramento como fator principal para justificar o aumento da área.

“No exterior, como por exemplo, na Alemanha, são impostas cotas de produção. Um produtor só pode aumentar caso ele compre a cota do vizinho. Lógico não é fácil, mas necessário para evitar um colapso muita Com preço em alta e acesso a tecnologia, Immich manteve apenas o plantio de soja nos 60 hectares cultivados por ano

vezes”, entende.

A falta de mão de obra, envelhecimento e o preço baixo, também motivam a migração quando são analisadas culturas como a de milho ou a atividade leiteira. Neste ciclo, com a previsão de chuva abaixo da média, a soja ganhou a preferência por ser mais resistente. “Sem falar da demanda garantida pelo aumento da compra dos chineses, tecnologia disponível, menos horas de trabalho e a boa valorização”, observa.

Entende ser necessário e prudente diversificar, fazer um planejamento a médio e longo prazo para definir os investimentos. “Qualquer problema com o clima ou relação comercial pode resultar em prejuízos incalculáveis quando dependemos apenas de uma cultura”, alerta.

Exigência de pouco trabalho e preço em alta fez Mallmann investir na cultura

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“A GRANDE BRIGA É PELA BIOSSEGURIDADE”

PALAVRA DO CAMPO

Francisco Turra destaca a importância do setor de proteína animal cumprir rigorosamente os regulamentos internacionais e priorizar a sanidade. Cita a oportunidade do país diante das doenças verificadas ao redor do mundo

A

pós 20 anos como representante do agronegócio, tendo ocupado cargos como Ministro da Agricultura, Francisco Turra não disputará reeleição da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) para ocupar a presidência da entidade no próximo ano. “Tive um problema de saúde e entendi que precisava diminuir o ritmo. Não ficarei totalmente fora. Serei presidente do conselho consultivo e também farei consultorias”, adianta.

Destaca a importância de priorizar sempre a sanidade para manter e conquistar novos mercados no setor de aves, suínos e carne bovina. “Não pode haver, jamais, descuido. Não tem espaço para erro”, alerta.

Como foi decidir que em abril de 2020 o senhor deixará a presidência?

Francisco Turra – A ABPA realizada a cada 2 anos sua

assembleia, onde é escolhido o presidente. Fui reconduzido ao cargo por seis vezes. Em 2020, informei que não pretendo disputar a reeleição por força da natureza do cargo, que exige presença em São Paulo e mobilização por vários países. Ao longo de 12 anos, estive em mais de 60 países. O conselho concordou, mas pediu que continuasse ligado à associação. O farei, como presidente do Conselho Consultivo.

Ao longo de duas décadas no comando da entidade, cite as principais conquistas?

Turra - Em 2017, fui convidado a assumir a presidência da então Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos, a ABEF. Fui um dos negociadores para a abertura da China, hoje, nosso principal importador. Estive no comando de negociações para diversos outros mercados: Paquistão, Malásia, México, Uruguai, Mongólia. Foram incontáveis ações internacionais para divulgar o produto made in Brazil, nas maiores feiras do mundo, em missões presidenciais e tantas outras ações oficiais. Conseguimos fortalecer a presença da proteína animal do País na pauta obrigatória do Governo Federal. Aqui, também trabalhei para a construção de uma das maiores associações do País, a ABPA, com a unificação de produtores da avicultura com a suinocultura nacionais.

Não pode haver, jamais, descuido.

Não tem espaço para erro”.

Enfrentou problemas?

Turra - Muitos. Não foram só alegrias. Também enfrentamos momentos difíceis, como as desinformações e a crise gerada pela Operação Carne Fraca.

Nos 12 anos como presidente da ABPA, contribui para que as exportações de carne de frango se elevassem quase 1 milhão e meio de toneladas. Acompanhando o passo, a produção cresceu mais de 3 milhões e meio de toneladas.

E as suas frustrações?

Turra - O protecionismo das nações pelo mundo foi e continua sendo um grande entrave para o nosso crescimento.

Nações que se fecham para o produto brasileiro, por motivações protecionistas, que prejudicam todos, incluindo seu próprio produtor. Outro ponto difícil foi a desinformação gerada durante a Operação Carne Fraca. Nada contra a Operação, tudo contra a desinformação, que nos afastou de 70 mercados importadores – hoje, reconquistados.

As perspectivas de quem aposta na produção e industrialização são positivas para os próximos anos?

Turra - São positivas, desde que saibamos preservar intacto nosso status sanitário. Há uma grande oportunidade nas exportações mundiais, decorrentes dos focos de Peste Suína Africana – em especial, na Ásia. Para aproveitarmos este momento, é fundamental garantir que nosso sistema siga livre de enfermidades, o que é um diferencial competitivo fundamental.

Considerações finais Turra – Com a abertura do mercado chinês há a expectativa de um salto relevante na produção voltada para as vendas a este mercado, com possibilidade de eventuais investimentos em ampliação da planta. Passamos por 2 anos de profunda crise. Este fim de ano, o quadro é outro. É um momento valioso, de grande otimismo para quem produz.

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA: MAIS UM FEITO HISTÓRICO Onyx Dornelles Lorenzoni

é médico-veterinário, deputado federal em quinto mandato e atualmente Ministro-Chefe da Casa Civil da Presidência da República

Sabe por que o Governo Bolsonaro respeita tanto e faz questão de ajudar o máximo possível aos produtores rurais? Porque os homens e as mulheres do campo, ao fazerem muito com pouco, são a mais perfeita inspiração do nosso trabalho no comando do país. E é por isso que, em menos de um ano, apresentamos um projeto histórico, esperado há décadas: a MP da Regularização Fundiária.

Herdamos uma grave crise: desemprego histórico, gastos públicos batendo recordes, inflação acabando com o poder de compra dos brasileiros, educação vergonhosa, mais de 60 mil assassinatos por ano... E por aí vai. Em pouco tempo, reduzimos os gastos e melhoramos os resultados. Diminuímos ministérios e cortamos mais de 21 mil cargos.

Sem negociatas, sem conchavos, aprovamos reformas que mudarão o futuro do Brasil.

Toda semana batemos um recorde novo: 22% menos mortes, rumo a 1 milhão de novos empregos formais, inflação baixa, queda do Risco Brasil, diminuição da taxa de juros e muito mais.

E isso tem tudo a ver com o agro, que nos ensina a fazer muito com pouco. Utilizando menos de 30% de nosso território, o campo é responsável por boa parte de nossa geração de riquezas, por avanços tecnológicos e por uma preservação ativa do meio ambiente. É graças à eficiência de nossa agropecuária que mantemos nada menos do que 51% da continental área brasileira intacta, em florestas intocáveis. Enquanto a maior parte dos países europeus já devastou suas matas para produzir alimentos, nós avançamos na produção e na preservação ao mesmo tempo. Somos exemplares no combate à poluição também: em 2020, a previsão é de que “economizemos” 400 milhões de toneladas de CO2 – isso equivale a todo o CO2 que a Noruega despeja na atmosfera terrestre.

Agora, imagine que 147 milhões de hectares, distribuídos entre 930 mil famílias, estão na mais absoluta ilegalidade! Quanto de produtividade e desenvolvimento não estamos perdendo? Quanto potencial não está sendo desperdiçado? Famílias de produtores rurais, sobretudo em pequenas propriedades, esperavam havia décadas que sucessivos governos resolvessem o problema. Pois é o que fará o Governo Bolsonaro. Em uma força-tarefa sem precedentes, a equipe da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, fornecerá centenas de milhares de títulos de propriedade para que famílias possam produzir mais, comercializar, contrair empréstimos, comprar maquinário, enfim, para que possam prosperar e colaborar para com o progresso do Brasil.

Além disso, estamos protegendo as famílias do campo e suas propriedades como ninguém! A título de comparação: a média de invasões no primeiro ano dos mandatos de FHC, Lula e Dilma foi de 258 invasões.

No primeiro ano do Governo Bolsonaro e da gestão de segurança de Sérgio Moro, foram apenas 5 invasões – todas desbaratadas em menos de uma semana. Como se vê, acabou a vida fácil, a farra dos criminosos – na cidade e no campo. O Brasil está voltando a ser dos brasileiros. E este grande país está se transformando em uma grande nação!

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AGENDA Colheita da Uva

A cidade de Muçum sedia neste domingo, dia 22, a Abertura da Colheita da Uva. Na praça matriz estarão expostas e para a venda em torno de 20 variedades devidamente identificadas: Gethe, Niágara Rosada, Niágara Branca, Isabel Precoce e Concord Clone 30 da Embrapa.

Safra de arroz

A Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que chega a sua 30ª edição, ocorrerá entre 12 e 14 de fevereiro de 2020 na Estação Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS), com o tema “Intensificação para Sustentabilidade”.

Itaipu

Rural Show

É uma exposição segmentada no agronegócio. São mais de 20 hectares de área própria, mais de 300 expositores e em torno de 50 mil visitantes por edição. O evento é realizado entre os dias 29 de janeiro e 1º de fevereiro de 2020, em Pinhalzinho (SC).

AGRONOTÍCIAS RESPONDE Quais os impactos causados pelo estresse térmico na produção leiteira?

Responde Anna Luiza Belli, médica-veterinária e pós-graduada em zootecnia, na área de produção animal.

Dentro dos sistemas de produção da pecuária leiteira, garantir conforto para os animais é fundamental. O estresse térmico, seja pelo frio ou pelo calor, acarreta um impacto muito grande sobre o desempenho das vacas.

O que é?

O estresse térmico pelo calor é uma condição de desconforto que pode ser observada pelo aumento da frequência respiratória (acima de 60 movimentos respiratórios por minuto) e o aumento da temperatura retal (acima de 39ºC) do animal.

Como amenizar o problema?

As propriedades têm adotado alguns mecanismos para garantir o conforto térmico para o rebanho, como os sistemas de resfriamentos. No direto, os animais são separados em lotes e colocados numa estrutura, de duas a três vezes ao dia, para serem umedecidos por um aspersor de água de baixa pressão, por cerca de 30 a 45 minutos. Os animais são molhados com gotas grossas, em ciclos de três a cinco minutos. Depois disso, eles passam por um ciclo de ventilação e é quando eles têm suas temperaturas resfriadas devido à evaporação

Anna Luiza Belli, médica-veterinária e pós-graduada em zootecnia

da água. Já no indireto, ficam numa sala fechada e totalmente climatizada, em que o ambiente fica com a temperatura controlada (“cross ventilation” ou túnel de vento) em torno de 15ºC. Quais os efeitos negativos?

Durante a lactação, se o animal está sob estresse térmico há uma queda de consumo de alimento. E se o animal come menos, consequentemente, há uma queda de produção. Estudos apontam que as bezerras nascidas de vacas que sofreram estresse térmico durante o período seco nascem em média com cinco quilos a menos do que as bezerras nascidas de vacas que tiveram conforto térmico. Também há trabalhos que apontam que as vacas sob estresse térmico durante o período de transição têm um grande comprometimento do seu sistema imunológico, com aumento da chance de serem acometidas por doenças infecciosas e metabólicas.

Considerações finais A condição de estresse térmico nas vacas ocorre devido às temperaturas altas encontradas em países tropicais, como o Brasil.

Durante todo o ano, o rebanho pode ser impactado pelo clima, inclusive no inverno.

Por isso, os produtores começaram a perceber que resfriar os animais é imprescindível e tem um impacto positivo na produtividade, principalmente na pesagem de leite.

Informe Agroeconômico COTAÇÕES AGRÍCOLAS

Produto

Unidade

Dezembro

Arroz em casca

50kg

45,51

Feijão

60kg

143,88

Milho

60kg

36,54

Soja

60kg

79,03

Trigo

60kg

39,8

Boi p/ abate

kg vivo

7,03

Cordeiro p/ abate

kg vivo

7,44

Suíno tipo carne

kg vivo

3,73

Vaca p/ abate

kg vivo

6,08

Leite (valor líquido)

litro

1,26

Búfalo kg vivo

5,52

PREÇO DO FUMO Variedade

R$/kg

R$ /arroba

TO1

11,01

172,21

BO1

11,64

181,05

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INFORME COMERCIAL

Dália Alimentos inaugura Complexo Avícola em Arroio do Meio

T

COOPERATIVA RECEBEU CERCA DE 900 CONVIDADOS EM EVENTO QUE CONTOU COM DIVERSAS AUTORIDADES, DENTRE ELAS MINISTRA E GOVERNADOR DO RS FOTOS ESTÚDIO PRIME/DIVULGAÇÃO

rezentos e dezessete. Este é o número concedido à Cooperativa Dália Alimentos pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) para

que o Complexo Avícola, inaugurado na sexta-feira, dia 13, possa operar. O anúncio do registro foi realizado pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que esteve presente no ato inaugural da planta industrial localizada em Palmas, no interior de Arroio do Meio, às margens da ERS-130.

Associados que fazem parte dos condomínios para produção de frangos de corte

Essa foi a quinta vez que a ministra esteve no Estado e a primeira na região. Ela elo-

um trabalho conjunto, que em sua primeira

giou o espírito empreendedor da cooperati-

etapa resultará na criação de centenas de

va, enaltecendo que este é o Brasil que dá

novos postos de trabalho e na melhoria da

certo. “Esse arranjo produtivo me encantou

renda das muitas famílias que participa-

e deu ainda mais energia em fazer o Brasil

rão do Programa Frango de Corte”. Frei-

agro cada vez melhor. O Brasil é o país do

tas também frisou as parcerias realizadas

presente e esse modelo é uma inspiração

para a concretização do empreendimento.

para todos nós. É uma grande realização

“Temos convicção na força da cooperação,

da Cooperativa Dália, coroada com este in-

porque sabemos que a confiança aumenta

vestimento industrial que favorece também

quando não se está sozinho. É em equipe

a ponta, que são os produtores rurais lá no

que o trabalho tem um valor maior e as vi-

campo”, disse a ministra, que convidou a Direção da Dália para ir a Brasília com o objeti-

Descerramento da placa no Complexo Avícola

tórias se tornam mais significativas. A esta destemida equipe Dália, que se supera a

vo de apresentar a concepção deste modelo

do Brasil (OCB), Márcio Lopes, falou que “arranjos

“Como cooperativa temos a responsabilidade

cada desafio, os meus sinceros agradeci-

a fim de aplicar a demais regiões do país.

produtivos como esse são diferenciados e só de-

de promover a inovação, porque é através dela

mentos, por juntos termos concretizado

senvolvidos pelo sistema cooperativo”.

que tornamos os pequenos produtores fortes

mais um sonho”.

governador do RS, Eduardo Leite, esteve

Essa também foi a primeira vez que o

Também prestigiaram a solenidade os sena-

e competitivos. E essa inovação tem alicerces

na região. Ele falou em geração de renda e

dores da República Luis Carlos Heinze e Lasier

fundamentados, que são as parcerias. Assim,

fez eco à manifestação da ministra, dizen-

Martins, deputados estaduais, prefeitos e demais

encontramos alternativas econômicas viáveis

Toda a cadeia produtiva

do que esse é o Rio Grande que dá certo.

autoridades e lideranças, além de convidados, tota-

para as famílias, movimentando a economia e

Os 174 associados dos nove condomí-

“Vocês estão fazendo o Rio Grande que

lizando cerca de 900 pessoas.

gerando renda. Nosso sonho, que formatamos

nios para produção de frango de corte que

Emoção e entusiasmo no discurso dos presidentes

para contemplar toda a cadeia produtiva, atra-

irão abastecer o frigorífico estiveram pre-

vés de uma perspectiva diferenciada de produ-

sentes com suas famílias. Vestindo cami-

ção em escala, se tornou realidade”, pontuou.

setas que no peito levava o símbolo Golden

precisamos, gerando renda, melhorando a qualidade de vida das pessoas no campo e na cidade, orgulhando a todos os gaúchos.

São R$ 100 milhões aplicados na indús-

O presidente Executivo, Carlos Alberto de

Chicken, nome dado ao frango Dália, e o

tria e outros R$ 100 milhões investidos no

O presidente do Conselho de Administração,

Figueiredo Freitas, recordou que há dois anos,

nome do condomínio do qual pertenciam,

campo, gerando riqueza a todos. A Dália

Gilberto Antônio Piccinini, falou em cooperação

nas comemorações dos 70 anos de fundação

as quase duas centenas de famílias viram

Alimentos é uma inspiração em cooperati-

e que foi ela que levou à inauguração do Com-

da cooperativa, a Dália Alimentos foi apresen-

uma etapa do Programa Frango de Corte

vismo e empreendedorismo”.

plexo Avícola, um sistema diferenciado, inova-

tada uma como uma senhora com espírito

da Dália Alimentos ser inaugurada. O pri-

Representando a Câmara do Deputados,

dor, capaz de promover bem-estar e desenvolvi-

jovem e preparada para uma vida saudável ao

meiro abate está agendado para o dia 27

o deputado federal Alceu Moreira lembrou à

mento às famílias de associados e funcionários.

longo do futuro. “Hoje coroamos o resultado de

de janeiro de 2020.

época em que esteve no Complexo Avícola, quando a área recebia as primeiras máquinas

ASSISTA AO VÍDEO DO EVENTO

para a terraplenagem. “A Cooperativa Dália Alimentos é um exemplo para o Rio Grande do Sul e para os demais estados do país. A Dália orgulha o cooperativismo e o agronegócio pelo arranjo produtivo adotado”.

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, enfatizou que a Dália é muito especial. “É uma marca que respeita e que impõe respeito. Gente humilde, que trabalha e que olha para o futuro. Essa é a Cooperativa Dália Alimentos”. O presidente da Organização das Cooperativas

Piccinini, Leite, Tereza Cristina e Freitas

Produzido por: AI da Dália Alimentos