Agro | 02 de fevereiro de 2019

FIM DE SEMANA, 2 E 3 DE FEVEREIRO / 2019

Circulação bimensal

Colmeias ameaçadas Aplicação incorreta de agrotóxicos, o crescimento de monoculturas, desmatamento e desequilíbrio ecológico estão entre os principais causadores da morte de 400 milhões de abelhas em dois meses no RS. Estudos científicos alertam que, se nada for feito, insetos serão extintos até o ano de 2035.

Páginas 4, 5 e 6

GIOVANE WEBER/FW COMUNICAÇÃO

Especial do jornal A Hora

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No ano passado cada brasileiro comeu em média 220 ovos, 20 a mais do que em 2017. Motivos foram as pesquisas que derrubaram a imagem de alimento prejudicial à saúde. Nas granjas cenário traz otimismo e motiva novos investimentos

FIM DE SEMANA, 2 E 3 DE FEVEREIRO / 2019

GIOVANE WEBER/FW COMUNICAÇÃO

Valdori e Marilei alojam dez mil galinhas. Por dia são produzidas 950 dúzias. Aumento no consumo motiva novos investimentos

Consumo de ovos atinge recorde histórico C onsiderado um alimento completo, rico em proteína, ferro, zinco e os carotenoides luteína, o consumo de ovos atingiu um recorde histórico em 2018. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Proteínas Animais (ABPA), cada brasileiro comeu em média 212 ovos durante o ano, 20 a mais do que em 2017. Os motivos foram as pesquisas que derrubaram a imagem do ovo como alimento prejudicial à saúde.

O crescimento é visto como oportunidade para quem produz. Na granja do casal Valdori Sauter, 57 e Marilei Verruck, 47, em Forquetinha, são 10,5 mil galinhas poedeiras alojadas. Por dia são produzidas 950 dúzias. O valor pago por dúzia chega a R$ 0,25. “A integradora nos fornece tudo e temos apenas o compromisso de recolher os ovos e cuidar

da alimentação”, explica.

Sauter apostou na atividade faz cinco anos após a integradora de frangos decretar falência e atrasar os pagamentos. “Nos dedicamos à criação durante 23 anos e alojamos por lote 21 mil aves.

Aproveitamos a estrutura para iniciar a produção de ovos”, comenta.

Na granja o sistema é todo automatizado e as galinhas vivem soltas, longe das gaiolas. “Se sentem no seu habitat natural, sem estresse. O ovo produzido é muito mais saudável”, opina.

Sauter pretende fazer novos investimentos na estrutura e no futuro tentar ampliar o plantel.

“A nossa maior preocupação é com a sanidade”, observa.

O ciclo dura em média 85 semanas, quando as galinhas são descartadas.

Na família o consumo também cresceu. Por dia são

Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS Diretor-geral: Adair Weiss Diretor de Conteúdo: Fernando Weiss Diretor comercial: Sandro Lucas

em média seis unidades. “De vilão ele virou mocinho graças às pesquisas. É um alimento completo e não faz mal à saúde desde que seja consumido com moderação”, argumenta.

Bom para a saúde e o bolso

Uma pesquisa realizada durante nove anos por cientistas das Universidades de Pequim (China) e Oxford (Reino Unido) com um grupo de 416 mil pessoas, comprovou que aqueles que comem um ovo por dia reduzem de forma significativa os riscos de doenças cardiovasculares.

Além disso, em 2018, o ovo também fez bem ao bolso do brasileiro. O aumento de 11% na produção, em relação ao ano anterior, derrubou os preços do alimento. De janeiro de 2018 a janeiro último, os

DIREÇÃO EDITORIAL Fernando Weiss

Promover os benefícios Para Ricardo Santin, presidente do Instituto Ovos Brasil e diretor-executivo da ABPA, promover o consumo de ovos é fundamental para fortalecer a qualidade da alimentação do brasileiro.

Segundo ele, o ovo é considerado um alimento completo, rico em proteína, ferro, zinco e os carotenoides luteína e zeaxantina, que são poderosos antioxidantes, além de conter colina, uma vitamina do Complexo B responsável pela condução de impulsos nervosos e formação do centro da memória. “Precisamos ampliar a conscientização sobre o potencial nutritivo do ovo, um alimento completo e fundamental para a alimentação humana”, ressalta.

Aumento do consumo

preços médios da caixa de ovos registraram queda de 17,8%.

Para este ano, espera-se novos aumentos de consumo e produção, estimulados pela boa safra de milho, alimento básico das galinhas poedeiras. No ano passado, o Brasil produziu 44,2 bilhões de unidades, outro recorde.

Foram exportadas 11,6 mil toneladas. Em 2017, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), foram produzidos 39,6 bilhões.

COORDENAÇÃO E PRODUÇÃO Giovane Weber/FW Comunicação Prestador de Serviços

Ano ovo 2010 - 148 2011 - 162 2012 - 161 2013 - 168 2014 - 182 2015 - 191 2016 - 190 2017 - 192 2018 – 220 Fon te – ABPA

REVISÃO Laiane Lengler ARTE Gianini Oliveira

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ENTREVISTA

Deputado federal reeleito pelo PP, Covatti Filho, está à frente da pasta de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. Entre as metas destaca a necessidade de rediscutir acordos comerciais com o Mercosul e promover a sucessão das propriedades.

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“Chegou a hora de rever os acordos” C

ovatti Filho definiu dois temas como fundamentais para promover um maior equilíbrio na cadeia produtiva e gerar mais oportunidades para quem está no meio rural.

Um deles é a revisão de acordos estabelecidos com países do Mercosul referentes à produção de leite, arroz, trigo e vinho.

Outro é a implantação de novas políticas para manter e atrair os jovens ao campo. “Se não conseguirmos manter eles lá, logo adiante teremos sérios problemas de produção”, observa.

Quais serão as prioridades a frente da pasta?

Covatti Filho - A secretaria trata com setores da agricultura e pecuária que representam cerca de 40% do PIB gaúcho. Nossa estrutura está preparada para atender desde o pequeno até o grande produtor, dentro e fora da porteira.

São muitos os projetos para garantir a produção, o emprego, a renda e a competitividade, no entanto, darei atenção especial para um problema histórico que precisa ser resolvido: o Mercosul. Chegou a hora de rever os acordos e resolver as assimetrias que afetam a nossa produção, especialmente do arroz, leite, trigo, alho e vinho, entre outras.

Como pretende auxiliar na busca de soluções para a crise do leite?

Covatti Filho - A única forma de resolver de uma vez por todas a crise do leite é dificultando a entrada de produto importado.

Enquanto não revermos os acordos do Mercosul as importações em demasia continuarão ocorrendo.

Agora, como medida

É nossa principal prioridade garantir a assistência técnica na pequena propriedade.

emergencial, estamos buscando apoio do Governo Federal para aquisição de compra governamental, o que resolveria temporariamente e daria um fôlego ao produtor.

A demarcação de terras para indígenas será retomada e como pretende diminuir os conflitos com os produtores?

Covatti Filho - O novo governo Bolsonaro está tomando uma série de medidas no sentido de rever as regras e dificultar o processo de demarcação.

A partir das mudanças faremos uma análise mais profunda e buscaremos formas de amenizar os possíveis conflitos.

De que forma pretende manter os programas criados pela SDR? Covatti Filho - A nova secretaria conta com toda a estrutura da antiga Secretaria do Desenvolvimento Rural e com a Emater, inclusive com um depar-

tamento específico para a agricultura familiar. Desta forma, vamos continuar cumprindo o compromisso de formular, coordenar e executar políticas e diretrizes de desenvolvimento rural da base familiar.

Como garantir acesso a tecnologia, elevar a produtividade e eficiência?

Covatti Filho - Por meio de parcerias com o Governo Federal e a iniciativa privada. Como deputado federal, por exemplo, apresentei um projeto de lei que autoriza o uso de recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para promover acesso à banda larga nas áreas rurais. É

um Fundo que conta com R$ 20 bilhões em caixa, que praticamente não são usados porque só podem ser aplicados em telefonia fixa. Essa medida é uma forma de como garantir internet e acesso a novas tecnologias.

A sucessão nas propriedades é um desafio. Existem formas de minimizar e fazer com que os jovens voltem às propriedades. Como fazer?

Covatti Filho - É um desafio que temos que enfrentar. Estive com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e com o secretário da Agricultura Familiar do Ministério, Fernando Schwanke, para tratar da necessidade de projetos e programas governamentais para atrair o jovem a permanecer no campo.

Falamos em crédito fundiário para a juventude, cursos técnicos agropecuários para filhos de produtores e da necessidade de facilitar a comercialização da produção familiar, a fim de aumentar a renda na propriedade. Se não incentivarmos o jovem a permanecer no campo, logo adiante teremos sérios problemas para manter a nossa produção.

A mortandade de 5 mil colmeias coloca em alerta apicultores, produtores, especialistas e órgãos ambientais. Aplicação incorreta de agrotóxicos é apontada como a principal causa. Prejuízo é estimado em 150 mil toneladas de mel

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FIM DE SEMANA, 2 E 3 DE FEVEREIRO / 2019 GIOVANE WEBER/FW COMUNICAÇÃO

Para Horn, produtores precisam se conscientizar da aplicação correta dos agrotóxicos nas lavouras para preservar a diversidade de plantas e animais

Extinção ameaça cultivo de alimentos E

nquanto observa um vizinho aplicar fungicidas na lavoura de soja, as abelhas do apicultor José Horn, de Estrela, trabalham incansavelmente.

As caixas estão depositadas a poucos metros da área onde o grão é cultivado. “Eu arrendei as terras. No ano passado ganhei R$ 12,5 mil de aluguel. É um bom retorno”, calcula.

A harmonia entre as abelhas e o cultivo, segundo Horn, depende do uso correto dos agrotóxicos. “Muitos aplicam errado e isso provoca a morte, além das abelhas, de outros animais importantes para manter o equilíbrio na natureza”, aponta.

Nos mais de 50 anos em que

se dedica a produção de mel, foram poucos os registros de mortandade. Além da colocação das caixas em locais estratégicos, onde existe boa oferta de alimentos e diversidade de plantas, ele orienta quem cultiva a lavoura. “O ideal seria aplicar os dessecantes e demais produtos à noite, quando a abelha descansa e o risco de deriva é menor”, opina.

Para ele, o surgimento da soja e do milho transgênico fez as abelhas migrarem para outras regiões, onde ainda é preservado o ciclo natural das plantas. “Se estes espaços forem destruídos, teremos sérios problemas”, alerta.

Horn mantém em torno de 200 colmeias e por ano chega

a vender uma média de 5 mil quilos de mel.

“É triste ver o enxame morto”

Os defensivos químicos eliminam a diversidade.”

Jeferson Teston, técnico agrícola

O técnico agrícola Jeferson Teston, 31, começou a se dedicar a criação de abelhas faz três anos. De início eram quatro enxames e hoje já são mais de quarenta, distribuídos em propriedades pelo interior de Marques de Souza e Progresso.

No ano passado Teston perdeu sete colmeias. Entre os motivos aponta o uso frequente de agrotóxicos em lavouras próximas onde ficam depositadas as caixas. “Os defensivos

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químicos eliminam a diversidade. Sem alimento, as abelhas ficam fracas e até morrem.”, lamenta.

Outra mudança percebida é a época de colheita. “O que antes se colhia em dezembro, agora retiramos apenas em março”, destaca. A dificuldade de vender o produto também desanima quem aposta na atividade como uma renda extra.

Jeferson faz parte de um grupo que busca a formalização da Casa do Mel, em Progresso.

Já possuem espaço físico cedido pela prefeitura e equipamentos adquiridos com recurso do governo federal. O entrave para legalizar as vendas é a inscrição no Susaf. “O processo foi encaminhado, mas sem previsão de ser aprovado”, diz.

A produção de Testen, cerca de 500 quilos, é vendida para clientes de Encantado e Porto Alegre.

“Começa a faltar alimento” Zilda Regina da Costa, de Marques de Souza beneficia 30 mil quilos de mel por ano na agroindústria. Em 12 meses contabiliza três colheitas,

dependendo das condições meteorológicas e da florada.

Ela observa um fato preocupante nas áreas onde aloja as colmeias, a ausência cada vez maior de alimento. “O agrotóxicos impedem a floração de muitas plantas, aos poucos perdemos a diversidade e isso faz com que as abelhas fiquem sem alimento”, diz.

Para evitar mortes, acomoda as caixas em locais onde ainda existe uma boa diversidade de plantas e longe de lavouras tradicionais, onde regularmente são aplicados agrotóxicos.

“É necessário mais diálogo” Para Aldo Machado, coordenador da Câmara Técnica da Apicultura da Secretaria da Agricultura do Estado e vice-presidente da Federação Apícola do RS, as abelhas são insetos fundamentais para elevar a produtividade das lavouras. “O comportamento natural delas é de alta importância, pois esses insetos são responsáveis por 33% da produção agrícola mundial”, explica.

Cita que na Europa e nos Estados Unidos, é comum agricultores alugarem colmeias para as abelhas polinizarem os

cultivos. “Os insetos têm a função de maximizar o potencial produtivo”, enfatiza.

Segundo ele, o Brasil apresenta um clima temperado, propício a pragas, insetos e plantas daninhas e jamais alcançaria os altos índices se não fosse a utilização dos agrotóxicos.

No entanto, diz que não se pode fechar os olhos para os apicultores, somente em benefício do agricultor. “Bom seria o equilíbrio, beneficiando um e outro, sem nenhum prejuízo para ambos. O apicultor que perde suas abelhas e colmeias, simplesmente perde.

Não há nenhum fundo ou seguro que lhe ampare”, lamenta.

Aldo entende ser necessário haver uma relação mais aprofundada entre apicultura e agricultura, com capacitação, orientação, conscientização e, principalmente, mais diálogo entre as classes de agricultores e produtores de mel.

Agrotóxico é a principal causa de mortes A mortandade de abelhas registrada nos últimos meses

trouxe um prejuízo de 150 toneladas de mel, 1,7% da produção estimada em cerca de 8,9 mil toneladas.

Conforme Machado, a suspeita é de que os vilões sejam os inseticidas com o princípio ativo fipronil, que estariam sendo aplicados na soja durante a floração, período em que o uso desses produtos é proibido por normativas conjuntas do Ministério da Agricultura e do Ibama. “No ano passado recebemos 30 notificações.

Em todas coletamos animais mortos, e das oito análises das quais temos os resultados, todas tem algum tipo de resíduo de agrotóxico, entre os quais o fipronil”, aponta.

Entre os motivos Machado destaca o uso incorreto de produtos. “Se aplicar errado, mata as abelhas. Queremos uma convivência pacífica entre os dois lados. Não sugerimos banir os produtos químicos, mas sim, reforçar a orientação e conscientizar da aplicação correta”, afirma.

Outro dado que preocupa é o baixo número de notificações em casos de mortandade. Hoje apenas 30% é registrado. Esta deficiência de informações é um dos obstáculos apontados para a busca de soluções ao problema.

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Para Zilda aplicação de agrotóxicos reduz a diversidade e reflete em produção menor nas colmeias

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“Os que usamos aqui, os europeus já proibiram” Para o assistente técnico regional da área de Apicultura e Meliponicultura da Emater/RS-Ascar, Paulo Conrad a aplicação de agrotóxicos de forma incorreta coloca em risco a produção de alimentos no futuro.

Conrad - Normalmente o apicultor fica sozinho e arca com o prejuízo, por muitas vezes para evitar problemas com o vizinho ou amigo. Este assunto precisa ser direcionado ao Ministério Público e a Patrulha Ambiental.

Sinto o apicultor inseguro individualmente para fazer os trâmites da denúncia e provar. Isto deve ser uma luta da sociedade, pois a abelha é o ente visível desta aplicação indevida.

Como é possível consorciar a produção de grãos com a de mel?

Paulo Conrad - A apicultura convivia tranquilamente com a produção agrícola até o surgimento de produtos químicos altamente tóxicos, especialmente os neonicotinoides, cujo uso começou há uma década. Os países europeus já proibiram seu uso. Estes produtos são altamente tóxicos, letais para as abelhas e demais insetos que temos na natureza.

Porém, são eficientes para os produtores de grãos e outras culturas. No entanto, o agricultor tem que estar consciente e saber que as abelhas precisam existir, tem que respeitar o apicultor e utilizar produtos menos agressivos. A natureza é de todos nós e precisa ser respeitada, por todos, inclusive o produtor de grãos. Os fabricantes orientam que o apicultor seja informado do uso na redondeza e tranque suas colmeias por 60 dias.

Isto é ridículo e inviável.

Temos registrado casos de mortandade na região?

Conrad - Registramos muita mortandade de abelhas nos últimos anos. Onde se coletou amostras, foi detectado o uso destes produtos.

Exemplos típicos ocorreram em Fazenda Vilanova, Santa Clara do Sul, Encantado e outras cidades onde temos produção.

Os apicultores notificam as autoridades?

Qual a importância das abelhas?

Conrad - As abelhas são fundamentais para a produção de alimento e a existência das plantas. O produtor de soja, laranja, maçã, pêssego, morango, abóbora, todos necessitam das abelhas. Quem chama as abelhas é a planta em flor oferecendo néctar e em troca recebe a fecundação e produz as sementes.

O que aconteceria sem elas?

Conrad - Vamos ter menos produção, menos alimentos e menos diversidade de plantas.

Maçã, mirtilo, pêssego, morango e pepino, com certeza, sem abelhas não seriam culturas comerciais.

Isto deve ser uma luta da sociedade, pois a abelha é o ente visível desta aplicação indevida.”

Considerações finais Conrad - É muito difícil conciliar a apicultura em regiões de pequenas propriedades onde são usados este grupo de agrotóxicos como os neonicotinoides. As abelhas voam num raio de 3 quilômetros e, além disto, este produto exala um gás que flutua no ar em baixas altitudes.

Por onde cruza, as abelhas morrem. Precisamos conscientizar os produtores a utilizar produtos menos agressivos, seguir o receituário e levar a sério as recomendações. O apicultor que faz apicultura migratória consegue cuidar isto, mas o pequeno fica restrito a sua propriedade e não tem gestão sobre a forma de produção da vizinhança.

CUIDE DAS ABELHAS - Leia a bula e o receituário do produto químico a ser aplicado e o período para fazer isso. Importante aplicar em dias sem vento; - Caso existam caixas nas imediações, avise o dono sobre os dias e horários em que pretende fazer a aplicação; - Evite o desmatamento da mata nativa nas beiras da lavoura. Isso atrai as abelhas e impede que elas entrem na plantação; - O manual de boas práticas na agricultura e apicultura com dicas e ações para preservar as duas atividades pode ser acessado no site Colmeia Viva.

Aplicativo está disponível para download gratuito nas plataformas App Store e Google Play.

Atividade no RS - Colmeias 487 mil - Apicultores 38 mil

- Produção 8,9 mil toneladas

No Vale do Taquari - Produção 500 mil quilos

- Produtores 1 mil

- Colmeias 20 mil Fonte - Emater

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AGENDA Eleição na Acsurs A Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realiza assembleia geral no dia 8 de março, sexta-feira, em Estrela. Na pauta, a apresentação do relatório de atividades, prestação de contas e proposta de alteração do Estatuto da entidade, além da eleição da diretoria para a próxima gestão.

Safra de Oliva A 8ª Abertura Oficial da Colheita da Oliva no Rio Grande do Sul ocorre no dia 15 de março, sexta-feira, no município de Formigueiro. O produtor Arno Werlang recebe as autoridades na propriedade.

Coopavel Ocorre entre os dias 4 e 8 de fevereiro a Show Rural Coopavel em Cascavel, no Paraná.

Expoagro Afubra Com 18 anos de história, entidades parceiras trabalham para desenvolver uma programação técnica que atenda às necessidades dos produtores e mostre as novidades do setor agropecuário, através de manejos, demonstrações práticas, exposição e informação em áreas temáticas. A feira ocorre nos dias 26, 27 e 28 de março em Rio Pardo.

Expodireto A 20ª edição da Expodireto será realizada de 11 a 15 de março em Não-Me-Toque.

Exposição de máquinas, equipamentos, atividades técnicas e agroindústria integram programação.

AGRONOTÍCIAS RESPONDE Como escolher bons reprodutores ovinos?

Conforme o diretor do Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado do Rio Grande do Sul (Simvet/ RS), João Júnior, destaca a importância da sanidade animal na hora de adquirir um reprodutor.

O que é preciso observar na hora da compra?

Para melhorar geneticamente o rebanho, o produtor deve observar a linhagem e buscar conhecer o que os pais desses animais vinham produzindo. Alguns exames também são fundamentais e devem ser solicitados aos vendedores. Nas feiras oficiais ou mesmo nas compras particulares é obrigatório o exame da Epididimite, que é a brucelose dos ovinos, e o laudo do Andrológico.

A sanidade dos exemplares a serem adquiridos é importante?

Sim. É fundamental estar em dia com o calendário de desverminação.

Uma vez que a verminose acomete o animal, principalmente a hemon-

cose, acaba ocorrendo um impacto na reprodução tanto do macho quanto da fêmea. Deve ser feita uma amostragem de exame parasitológico de fezes do rebanho para saber se a desverminação foi eficiente.

as fêmeas que depois vão gerar os cordeiros e estarão com sobrepeso.

Então é importante deixar todos com os cascos preparados.

COTAÇÕES AGRÍCOLAS

Quais os vermífugos são possíveis utilizar?

Quando as fêmeas não estão prenhas é recomendado utilizar vermífugos teratogênico-abortivos como closantel, albendazol, disofenol e organofosforados. Durante a prenhez podem ser utilizados são ivermectina, doramectina e levamisoleca.

Considerações finais Devemos ter um cuidado na parte da alimentação das fêmeas que estão se preparando para gestar. É importante colocar na dieta sal mineral tanto para as fêmeas quanto para os machos, o que irá ajudar no aumento da produtividade. Ainda é preciso aproveitar enquanto os animais não estão em reprodução para fazer o casqueamento preventivo.

Os machos acabam percorrendo um território grande para cobrir todas

Informe Agroeconômico Produto

Unidade

Fevereiro R$

Arroz em casca

50kg

39,81

Feijão

60kg

161,88

Milho

60kg

32,87

Soja

60kg

69,56

Trigo

60kg

41,3

Boi p/ abate

kg vivo

5,12

Cordeiro p/ abate

kg vivo

6,41

Suíno tipo carne

kg vivo

3,09

Vaca p/ abate

kg vivo

4,4

Leite (valor líquido)

litro

1,09

Búfalo kg vivo

4,23

PREÇO DO FUMO

Variedade

R$/kg

R$ /arroba

TO1

11,01

168,45

BO1

11,64

177,15

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Produto é vendido in natura para Ceasa, mercados ou consumo direto nas praias gaúchas.

Variedades cultivadas têm sabor adocicado, mais maciez e facilidade de digestão

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GIOVANE WEBER – FW COMUNICAÇÃO

Família Gregory produz em torno de 420 mil espigas em dois ciclos

Milho verde expande negócios C om sabor diferente e feito especialmente para consumo humano, o milho verde ganha espaço nos supermercados impulsionado por produtores familiares que veem no produto oportunidade para um nicho que ainda engatinha no Brasil.

Na propriedade da família Gregory, em Cruzeiro do Sul, o cultivo iniciou em 1997. São seis hectares da lavoura destinados à cultura entre os meses de agosto e março. A qualidade da espiga e o sabor dependem, além do clima, considerado excelente neste ciclo, da variedade, genética e o correto manejo. “O calor e as chuvas regulares resultaram em espigas de grande porte e sabor adocicado”, revela Ricardo, 55.

A colheita é manual. No galpão é feito o corte, retirada a palha e a espiga é embalada em bandejas.

Entre as dificuldades destaca a falta de mão de obra para auxiliar na lavoura. “O ciclo de maturação

é curto. Em oito dias precisamos colher, embalar e entregar ao mercado. Caso contrário estará impróprio para o consumo”, explica.

As caixas com as bandejas são transportadas até a Ceasa de Por-

to Alegre, de onde seguem para todo estado, desde supermercados e litoral, onde o consumo nesta época é elevado. “Por três unidades cobramos R$ 1,30. O milho tem de ficar bonito para ser comprado”, comenta.

Por hectare a produtividade chegou a 35 mil unidades este ano.

Custos mais altos O calor e as chuvas regulares resultaram em espigas de grande porte e sabor adocicado.”

Ricardo Gregory, produtor

Os constantes aumentos do óleo diesel e as estradas em péssimas condições aumentam os custos.

Gregory viaja para Porto Alegre três vezes por semana para fazer as entregas. “A nossa despesa com manutenção e combustível aumentou 100% nos últimos três anos e não conseguimos repassar ao consumidor”, lamenta.

Para diversificar a produção e manter a renda estável, aposta na produção de aipim e morangas, também levados diretamente para

Porto Alegre.

Retorno satisfatório Conforme dados da Emater, no município são cultivados em torno de 50 hectares por produtores familiares, além de uma agroindústria que atua no processamento, cuja área plantada chega a seis hectares.

Além do clima, segundo o técnico em Agropecuária da Emater, Maurício Antoniolli, o desafio é oferecer ao consumidor um produto de excelente sabor. A produtividade alcança em média 12 toneladas por hectare. “Depois de colhido, ele é selecionado e embalado para ser vendido. É uma opção para diversificar a lavoura, com retorno satisfatório”, afirma.

Não há dados específicos sobre o cultivo no Brasil, mas estima-se cerca de 35 mil hectares, a maioria deles em Goiás e Minas Gerais.