Agronotícias - 24/07/2021

SEXTA-FEIRA, 23 DE JULHO DE 2021

Especial - Grupo A Hora

RENATA LOHMANN

25 DE JULHO

DIA DO COLONO E MOTORISTA

Agricultor empresário e motorista tecnológico A data para homenagear colonos e motoristas coloca em evidência as transformações profissionais e os novos desafios em cada setor. Trabalhadores do campo e do transporte assumem protagonismo e buscam qualificação diante da evolução e do avanço tecnológico.

Mais tecnologia, menos esforço no campo

Páginas 2 e 3

O agricultor é cada vez mais empreendedor rural, focado na gestão da propriedade para atender o mercado. Já o motorista, além dos conhecimentos de direção, precisa estar capacitado para as ferramentas digitais.

Evolução no setor logístico exige qualificação constante

Páginas 4 e 5

Lugar de mulher também é atrás do volante Página 11

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Mais tecnologia, menos esforço Ganhos em produtividade e qualidade estão atrelados a pesquisa, maquinário e gestão da propriedade

Dados do IBGE demonstram a força e potencial produtivo da agricultura e pecuária gaúcha.

São mais de 700 mil pessoas ocupadas na atividade.

Cerca de 83% do leite consumido tem origem nas propriedades familiares.

FELIPE NEITZKE

FILIPE NEITZKE

máquinas ampliaram o potencial produtivo e aliviaram VALE DO TAQUARI o trabalho braçal no campo.

“Essa evolução é indisolono, agricul- pensável, o próprio mercado tor e empredita esse ritmo”, comenta endedor rural, Carlos, mencionando o uso assim são da tecnologia para desendefinidos aqueles que trabavolver produtos e serviços.

Ele aponta para pesquisas lham no campo e marcam diferentes períodos na agrique desenvolveram plantas cultura. É um resgate desde mais resistentes e alimentos o período dos colonizadores de origem animal de maior ao momento atual, sob um qualidade.

Lagemann compara a olhar empresarial da propriedade”, resume o gerente produtividade da soja, a adjunto da Emater/RS-Ascar, maior commodity. “Em 1980, Carlos Lagemann. a produção era de 30 sacas Além do Dia do Colono por hectare, hoje passa de 70 sacas”, observa. Ele cita e Motorista, celebrado em a tecnologia, o estudo de 25 de julho, há uma data específica para o manejo e a evolução agricultor, comedos processos para morada em 28 de obter melhores resultados. julho. “As datas se confundem, Neste contexto, mas o objetivo é a Emater/RS-Ascar o mesmo, valorizar atua com assistênaqueles que trabacia técnica e extensão lham na agriculCarlos Lagemann rural. “Nós como tura e garantem gerente adjunto da Emater/RS instituição temos a produção essas duas misde alimentos”, acrescenta sões. Levar para o campo a Carlos. tecnologia desenvolvida em laboratório e dar assistência A tecnologia foi e continua essencial para os avanços para romper barreiras e torna produção agrícola, obter nar a propriedade rentável”, maior rentabilidade e diminuir pontua Carlos Lagemann. custos de produção. Diante Como resultado deste trada redução da mão de obra, balho, observa os recordes filipe@jornalahora.inf.br

“C

FELIPE NEITZKE

Produtor planeja robotizar a ordenha e automatizar o trato dos animais

Roberto de Oliveira, de Estrela, investiu R$ 180 mil em chips e sistema para monitorar produtividade do rebanho leiteiro

de produção agropecuária apesar de períodos com estiagem. Carlos alerta para a importância da gestão orientada, incentivando o agricultor na tomada de decisão e qualificar para o mercado”, acrescenta.

Experiência no campo Pedro Lenhard, 71, conhece bem as transformações do trabalho no campo.

Quando jovem ajudava o pai a cortar cana-de-açúcar, serviço árduo e braçal, hoje participa da gestão da granja localizada no interior de Estrela. O gosto pelo trabalho na roça, o fez investir na bovinocultura leiteira. Iniciou na atividade em 1971, com uma pequena estrutura e baixa produtividade.

Além de vender para a cooperativa, mantinha clientes para quem vendia em garrafas plásticas. Em 1999, o genro Roberto de Oliveira, 40, passou a auxiliar na rotina e incentivar melhorias para

aumentar a produção de leite.

As inovações surtiram efeito em 2007, quando constituíram agroindústria para legalizar a venda ao consumidor final.

“Comecei entregando leite de moto”, lembra Roberto.

Através de cursos e acompanhando feiras, Oliveira se especializou na área, passando a gerenciar a produção.

Tornar a propriedade eficiente e lucrativa foi o grande desafio. “Era uma rotina cansativa, muito trabalho braçal, pouca tecnologia, grandes movimentos e pouca produtividade”, explica Roberto.

O planejamento levou à qualidade e hoje a família entrega leite A pasteurizado, com o mais alto grau de pureza. Um terço é envasado na propriedade e vendido para clientes na região.

O excedente é entregue à cooperativa.

Gestão

As melhorias na genética e manejo fizeram a produção saltar de 17 para 37,5 litros/dia por vaca. Para

alcançar esse resultado, contratou um médico veterinário, que presta serviços há 12 anos. Fez investimento de R$ 180 mil em sistema para monitorar a produção das 90 vacas.

“Tomei decisões ousadas, mas sempre bem embasado para obter o resultado pretendido. Cada passo foi planejado e colocado no papel”, explica o agricultor. A terceirização das pastagens é um dos exemplos de ações implementadas.

Percebeu economia considerável ao contratar o serviço e não mais com maquinário próprio. “O custo de manutenção e tempo dedicado às lavouras se tornava mais caro”, aponta.

Conhecedor da tecnologia em outros países, Roberto planeja robotizar a ordenha e automatizar o trato dos animais. “São investimentos que a médio e longo prazo se pagam. Representa mais produtividade e qualidade do produto final”, projeta o empreendedor rural.

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ENTREVISTA

Carlos Joel da Silva • presidente da Fetag/RS

“O agricultor precisa planejar, ser gestor e conhecer o mercado” O dia 25 de julho é reservado para homenagens aos colonos e motoristas, categorias que se complementam e assumem protagonismo. No decorrer de décadas, o trabalho no campo evoluiu, a tecnologia trouxe mudanças no modo de trabalho. O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar no Rio Grande do Sul (Fetag/RS), Carlos Joel da Silva, fala das conquistas e desafios da categoria.

A Hora: O que o agricultor tem a celebrar nesta data?

Quais os desafios do trabalhador rural?

Carlos Joel da Silva: As conquistas são muitas, basta avaliar a agricultura como era e o que é hoje.

Não se tinha energia elétrica, nem onde acondicionar os alimentos. O modo de trabalho era árduo e braçal. Hoje a facilidade é maior, muitos processos foram mecanizados. Melhoramos em qualidade de vida, mas se trabalha por mais horas para atingir o resultado ideal.

Carlos Joel: O maior desafio é a sucessão na propriedade. Embora o ritmo de jovens deixando o campo tenha reduzido, ainda é uma questão que precisa ser trabalhada.

Aponto três aspectos fundamentais para garantir essa permanência. O primeiro é a infraestrutura, incluindo melhores estradas e acessos às propriedades. O segundo ponto é

a qualidade da energia elétrica, pois precisamos de uma rede que suporte os projetos de expansão.

E por fim, acesso à internet. O filho do agricultor quer ter boas condições, caso contrário, ele tende a ir para a cidade.

Em relação ao trabalho no campo, o que mudou nas últimas décadas e o que ainda precisa mudar?

Carlos Joel: Houve uma boa evolução nos últimos 30 anos, mas o agricultor produz cada vez mais para os outros. A crescente nos custos de produção faz ele trabalhar mais e ter uma margem cada vez menor. É preciso obter a devida valorização e lucratividade. O preço dos produtos aumentam nas prateleiras do supermercado, mas esse percentual não atende o aumento dos custos de produção. Agricultores do segmento de aves e leite, por exemplo, estão pagando para produzir.

Qual a atuação da Fetag e os sindicatos frente aos trabalhadores do campo?

Carlos Joel: Graças ao movimento sindical conseguimos manter programas e políticas públicas para o produtor rural. Se não fosse o trabalho dos sindicatos, talvez o Pronaf, Banco da Terra e PAA, não chegariam para atender os pequenos produtores. É um movimento fundamental e nós também evoluímos muito. Antes,

as entidades apenas cobravam do poder público, agora somos protagonistas e construímos propostas para discussão com o governo.

Como a agricultura familiar está superando a pandemia e os efeitos da estiagem nas últimas safras?

Carlos Joel: Para se manter na atividade, o agricultor precisa planejar cada vez mais, ser gestor dentro e fora da propriedade, ser conhecedor do mercado. É preciso ser um empresário completo e não apenas um produtor.

Outra questão importante é a qualificação. Em meio a tudo isso, percebemos o aumento na busca por cursos.

Quais as perspectivas para o futuro do trabalhador rural?

Carlos Joel: A perspectiva é de crescimento na agricultura e pecuária como um todo, tanto na familiar, quanto empresarial. No entanto, precisamos resolver o custo Brasil, pois estamos cada vez mais dependentes da exportação. O mundo precisando de alimentos e o Brasil com potencial. Nosso desafio é ser competitivos e resolver os problemas internos, ter uma política agrícola de longo prazo, algo para 5 a 10 anos. Também precisamos processar o grão aqui, não dá para ficar vendendo soja em grão ou o gado sem processar.

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Evolução do setor logístico exige mais dos motoristas Profissionais precisam estar atentos a novas tecnologias e buscar qualificação constante FILIPE NEITZKE filipe@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

A

s alterações no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em vigor desde abril, valorizam o bom motorista e contribuem para uma condução mais segura, essa é a avaliação do motorista Alexsandro Wathier, 46, com 25 anos de experiência.

“O trânsito está cada vez mais carregado e requer motoristas preparados”, observa Alexsandro. Ele elogia a necessidade dos exames toxicológicos e constante treinamento conforme a carga transportada. “O aumento de validade da habilitação é um reconhecimento aos

bons condutores”, acrescenEm sua empresa, no ta Wathier. momento que o motorista Na empresa onde trabalha, utiliza o celular, um alerta é Giovanella Transportes, com emitido. “Nossa preocupasede em Estrela, qualidade e ção é com a segurança do segurança são prioridades. profissional e sua qualidade Conforme o diretor, Jeande vida. Nossos clientes nos carlo Giovanella, a empresa cobram isso”, esclarece Gioinveste em uma frota atualivanella. A empresa também zada, tecnologia e qualificalimitou as horas de trabalho ção dos profissionais. “São e velocidade máxima dos mais de 600 caminhões, veículos. “Com horas todos monitorados extras, o motorista em tempo real e não pode trabacom imagens da lhar mais que 11 cabine do motohoras, incluindo rista”, explica o as pausas regulaempresário. mentadas por lei”, Em relação às acrescenta. mudanças no Código Ainda de acordo de Trânsito, lem- Jeancarlo Giovanella com o empresábra da imporrio, nos últimos empresário tância quando cinco anos implementada a Lei Seca, cresceram cerca de 60%, proibindo dirigir após conesse percentual poderia ser sumo de bebida alcoólica. maior, mas optou em prezar “Isso ajudou muito a reduzir pela qualidade e não na acidentes. Hoje nosso maior quantidade. “Nosso veículo problema ainda é o uso do mais antigo é um caminhão celular durante a condução”, 2019 e já estamos providenafirma Jeancarlo. ciando a troca. A entrega de

FELIPE NEITZKE

novos caminhões atrasou diante da falta no mercado”, explica.

Escassez de mão de obra

certificação, além de obter experiência mínima antes de ser contratado por uma empresa.

“Hoje todo o mercado é muito exigente. Precisamos transportar com mais qualidade e menor custo, além de investir em capacitações como direção defensiva e condução econômica. Tudo isso para nos mantermos sustentáveis e transportando com segurança”, afirma Steffler.

O alto nível de qualificação exigido e o interesse pela profissão em declínio, são apontados como fatores para a escassez de mão de obra. Quem confirma a informação é o presidente da cooperativa de transportes Vale Log, Adelar Steffler.

“Com o envelhecimento da categoria e a vinda de caminhões cada vez mais sofisticados, a falta de motoristas Segundo relatório do já é uma realidade. Muitos Linkedin sobre Profissões estão deixando a função por Emergentes em 2020, a conta da idade, outros por de motorista está entre não ter habilidade de as 15 em ascensão manusear estas nono Brasil. Isso vas tecnologias”, se deve, dentre afirma o presidenoutras coisas, ao te da Vale Log. aquecido merO motorista que cado de logística deseja se tornar e transporte. Os caminhoneiro precisa motoristas assumiram passar por todo certo protagoAdelar Steffler processo de presidente da Vale Log nismo durante a habilitação, com pandemia. A caobrigatoriedade de apresen- tegoria não parou e garantiu tação de exames toxicológio abastecimento da populacos regulares, treinamento e ção durante a crise sanitária, arriscando a própria saúde para manter o país funcionando.

“Precisamos trazer e dar oportunidade aos jovens e Tecnologia em novos camias mulheres, apresentando nhões exige maior conhecimento dos motoristas a eles à realidade da profis-

Perspectiva positiva

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ENTREVISTA

Lucas Scapini • diretor efetivo da Fetransul

“A qualificação dos motoristas vai ao encontro da dinâmica do mercado”

Alexsandro Wathier, de Estrela, tem 25 anos de experiência com o transporte de carga e defende a qualificação para um trânsito mais seguro

são de motorista – os pontos positivos e negativos – mostrando que, com a evolução dos caminhões em termos de tecnologia, e com qualificação e empenho, existe uma ótima oportunidade de crescimento financeiro nesta carreira”, observa o presidente da Vale Log.

Diretor comercial no grupo Scapini e diretor efetivo da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Rio Grande do Sul (Fetransul), Lucas Scapini avalia o cenário e aponta as projeções para o setor logístico. Comenta sobre a adaptação dos motoristas frente às tecnologias e os movimentos do mercado que exigem maior qualificação dos motoristas.

A Hora: O que os motoristas têm a celebrar neste dia 25 de julho?

Lucas Scapini: Os motoristas celebram nesta data toda sua importância e profissionalismo.

A visibilidade é fundamental para exaltar sua relevância. Há também o sentido religioso, dia do padroeiro São Cristóvão,

reverenciado por sua proteção no trânsito.

em nossos processos.

Quais são as perspectivas e projeções para o futuro da profissão?

Diante do avanço tecnológico, quais as principais mudanças no setor de transportes?

Scapini: Precisamos de mais motoristas capacitados. Essa demanda ocorre em razão do avanço tecnológico, dos equipamentos modernos embarcados nos veículos. Essa mão de obra qualificada será o futuro da profissão.

Por que é importante a constante qualificação dos profissionais do transporte?

Scapini: Essa qualificação vai ao encontro da dinâmica do mercado, clientes e operações exigem um transporte aperfeiçoado. Precisamos acompanhar a evolução, para garantir qualidade

Scapini: Novidades surgem a todo o momento. Essa transformação do setor favorece, sem dúvida, a agilidade do transporte e segurança dos profissionais. Os veículos estão cada vez mais completos e por isso, são necessários profissionais capacitados para operá-los. A tecnologia proporciona também, melhor gestão da frota e acompanhamento em tempo real no transporte das encomendas.

Qual a realidade das empresas de transporte?

Falta mão de obra qualificada?

Scapini: De modo geral percebo a necessidade na capacitação e qualificação da mão de obra.

Nem todas as empresas têm essa preocupação.

Nós no grupo Scapini, proporcionamos constante treinamento aos motoristas e toda equipe.

Acreditamos que isso faz a diferença no dia a dia e gera melhores resultados à empresa.

Quais os impactos das alterações no Código de Trânsito Brasileiro?

Scapini: Foram ajustes importantes e necessários que preservam o bom motorista. O novo CTB proporciona maior regulação e por consequência, a profissionalização do transporte.

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Sistema de parceria garante a continuidade de granjas Modelo produtivo de parceria entre produtores está regulamentado desde maio deste ano no RS

SISTEMA DE PARCERIAS DA SUINOCULTURA

ESTADO

N

este sábado, 24, é comemorado o Dia do Suinocultor. A data reforça a importância do setor e destaca o potencial produtivo no estado e na região.

Levantamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostra que as exportações gaúchas de carne suína cresceram 19,89% em junho, totalizando 30,342 mil toneladas — contra 25,308 mil toneladas registradas no é muito mais enxuto e acommesmo período em 2020. panhamos todos os detalhes Neste contexto, a produção de suínos fora do sistema do negócio de perto. A gente integrado tradicional é uma está em cima disso e, como realidade de muitos suinoculsuinocultores, conhecemos todo o processo como nintores. Produzindo em conjunto e em quantidades menoguém", explica Gobbi. res, o sistema de parceria A decisão de investir nessa entre os suinocultores garante área e dividir entre mais a produção de suínos e a criadores a produção de suínos veio por conta de uma continuidade de granjas que trabalham apenas com mão demanda externa, já que de obra familiar. ampliar a produção O vice-presidente para atender a escala da Associação de de entrega exigida pelos frigoríficos era Criadores de Suínos do Rio Grande do inviável.

Sul - Acsurs, Mauro "Como trabalhamos Gobbi, vivencia esse com a produção de Mauro Gobbi, leitões, não temos processo na atividade. Proprietário suinocultor condições de engordar todos animais em uma da Suinocultura Gobbi, ele atua da mesma forma que propriedade só. Além de difíempresas integradoras na cil, o problema ambiental hoje também é muito delicado, por suinocultura, assim como outros empresários do ramo, isso o sistema de parceria ou integração é muito importangarantindo alimento para os animais e o acompanhamento te para distanciar e dividir a produção da melhor forma", de todo o ciclo de produção. justifica o suinocultor.

"Somos como qualquer Com mais produtores empresa da área, só que participando da produção e atuamos em menos proporem diferentes propriedades, ções. Nosso diferencial é que

foi possível atender a escala dos frigoríficos e também ter o aproveitamento adequado Os suinocultores não são dos dejetos, o que possibilitou os únicos beneficiados. conciliar a produção em larga Gobbi também destaca a escala, mesmo que dividida importância do sistema de entre produtores, e a preserparcerias para os frigoríficos vação do meio ambiente. e pequenas indústrias do Além disso, o trabalho em setor que possuem inspeconjunto garante a participação municipal e estadual, já ção de pequenos e grandes que são elas que absorvem suinocultores, da mesma toda essa produção. "Atraforma que mantém vés desse sistema empreendimentos atendemos a defamiliares ativos e manda de frigorípode até motivar e ficos e pequenas oportunizar o surindústrias. Se não gimento de novos existisse a produção negócios relacionados dessa forma, seria Valdecir Luis Folador, necessário enconà produção de suínos. presidente da Acsurs trar outra maneira "Investir em uma granja de adquirir os suínos para o nova e ter mão de obra exabate", finaliza. terna é muito caro, nem todo mundo pode. Com essa parceria, o suinocultor consegue intercalar e manter a produção de suínos em pequena escala, com outras culturas O sistema de parceria na propriedade. Para nós, o pecuária entre produtores foi importante é ter uma produregulamentado pela Secretação com qualidade e não só ria da Fazenda do Estado do quantidade", frisa Gobbi.

Rio Grande do Sul por meio

Cadeia produtiva

Sistema regulamentado

da Instrução Normativa (IN) nº 041, de 2021, publicada no dia 17 de maio.

Almejada há anos, o setor comemorou a publicação da IN, que veio para reforçar a profissionalização da atividade e valorizar ainda mais o trabalho do suinocultor, que tem seu dia comemorado no dia 24 deste mês.

Presidente da Acsurs, e também suinocultor, Valdecir Luis Folador parabeniza todos os suinocultores gaúchos e evidencia a dedicação e o empenho destes profissionais do agronegócio.

"Nós desempenhamos um trabalho muito importante.

Para ser suinocultor é necessário ter vocação, já que a atividade é cheia de desafios", finaliza Folador.

O dirigente destaca o desafio diário e o orgulho da entidade em representar os cerca de 8 mil suinocultores gaúchos, entre independentes e integrados, que diariamente trabalham no fortalecimento da economia do estado e do país.

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Dia do Colono e Motorista tem programação especial FOTOS: DIVULGAÇÃO

Quermesse Rural é atração neste sábado, já no domingo, tem carreata de São Cristóvão

ESTRELA

T

rabalhadores do campo e da estrada têm programação especial neste fim de semana no município de Estrela. O governo municipal promove uma série de eventos. Entre as atrações: Quermesse Rural, Carreata de São Cristóvão, Feira de Adoção de Cães, Cãominhada, shows e inauguração de painéis artísticos e da rampa de acesso ao Rio Taquari e Parque da Lagoa.

A programação inicia na manhã de sábado, 24, movimentando a praça Henrique Roolart, ao lado da Feira do Produtor. Neste espaço, a Associação das Mulheres Estrelenses (AME) comercializa produtos do interior do município. Também há a participação dos jovens da paróquia São Cristóvão e Emater/RS-Ascar.

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR)

Programação deste sábado, 24, se concentra na praça Henrique Roolart, ao lado da Feira do Produtor

promove exposição de máquinas agrícolas antigas.

Pontos de alimentação da cidade foram convidados a produzir receitas com a temática rural e a comercializá-las em seus locais. Às 10h, ocorre homenagem aos agricultores premiados com o Troféu Frontine Caye, em 2019.

Parque da Lagoa

Ainda na manhã de sábado, 24, às 9h, no Parque da Lagoa, acontece a apre-

sentação da nova rampa de acesso ao Rio Taquari.

Remada festiva da Associação de Ecologia e Canoagem (Aeca), envolvendo participantes de todo o Estado, marca o ato e celebra o retorno da modalidade.

Feira de Cães A Escadaria de Estrela será outro local de atrações. Das 15h às 16h30min, acontece a Feira de Adoção de Cães do canil municipal,

em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento, Inovação e Sustentabilidade (Sedis) e apoio da Associação Estrelense de Proteção aos Animais (Aepa).

Show do adestrador Rudinho Bombassado é atração, e traz dicas para educar cães, em um preparo para a Cãominhada, programada para o domingo.

Painéis Já às 16h, tem a inauguração oficial dos painéis de arte da Escadaria. Show da banda Zangaia e Rafael Machado (vocalista do Chimarruts), a partir das 16h30min, evento presencial e também com transmissão online, fecha a programação de sábado, 24.

Inauguração dos painéis de arte da Escadaria será no sábado às 16h

Carreata

Os preparativos para a carreata de São Cristóvão iniciam às 14h, em frente ao parque Princesa do Vale.

O início está previsto para às 14h30min, após benção e participação especial do grupo de motociclistas Bodes do Asfalto. Às 16h, está agendada a missa solene em reverência ao padroeiro São Cristóvão.

Cãominhada e show O encerramento das atrações ocorre entre às 15h30min, e 14h. Valdecir de Mouse se apresenta ao público na Escadaria de Estrela. De lá, às 16h, inicia mais uma edição da Cãominhada, percorrendo percurso de um quilômetro por vias do centro, retornando à Escadaria. O evento tem por objetivo arrecadar ração para cães e gatos atendidos pela Associação Estrelense de Proteção aos Animais (Aepa).

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Concurso valoriza produção de leite

CARLOS EDUARDO SCHNEIDER

Município tem 290 produtores de leite e uma produção anual de 42 milhões de litros

ESTRELA

O

agronegócio é um dos eixos da Estrela Multifeira, que ocorre nos dias 29, 30 e 31 de outubro e 5, 6 e 7 de novembro. Entre as novidades da 7ª edição da feira, o 1º Concurso Leiteiro, apresentado na terça-feira, 20, a parceiros e técnicos de empresas de laticínios, que serão o elo com os produtores de leite interessados e potencial de participação.

A apresentação do concurso ocorreu no Salão Paroquial, junto à Cacis. A presidente Andreia Zwirtes Kich destacou o empenho da entidade em promover o evento e nos diferenciais da feira.

As inscrições podem ser feitas de 26 de julho a 13 de agosto através dos técnicos das empresas envolvidas, cuja confirmação até o momento é da Languiru, Dália, Lactalis e Latvida. O concurso é destinado a produtores de leite de Estrela e terá a avaliação feita por uma comissão julgadora diretamente nas propriedades, com critérios de qualidade e produtividade.

A divulgação dos vencedores será feita durante a Estrela Multifeira, bem como a entrega de premiação que contemplará o Trio Mais Produtivo, Vaca mais Produtiva (período total), Vaca mais Produtiva (única ordenha), Propriedade Destaque, Propriedade Destaque Geral, além de homenagens a todas as propriedades, técnicos e empresas participantes.

Segundo o coordenador do concurso, o médico veteri-

nário Nelson Souza, a ação dará visibilidade à feira e aos produtores. “Será um momento de também compartilhar conhecimento, mostrar ao público como é o processo”, destaca.

A novidade foi aprovada por quem atua junto ao setor.

“Estrela é um município onde a cadeia leiteira chama a atenção, com muito investimento em tecnologia, alta produtividade e rentabilidade”, observou o gerente de fomento leite da Languiru, Mauro Aschebrock.

O formato planejado também é elogiado pelo zootecnista setor de gado leiteiro da Dália, Yago Machado. “Viemos para conhecer a proposta e saímos surpresos positivamente, porque a iniciativa destaca o produtor e os animais dentro da sua propriedade”.

Ordenha robotizada A família Fell, no interior de Estrela, fez investimento robusto para ampliar a produção e agregar valor. São 160 vacas em lactação, de um plantel de 300 animais. A produção diária é de 5,5 mil litros.

Hélio Fell, 55, observou oportunidades e instalou ordenha robotizada e infraestrutura de climatização. Os investimentos foram possíveis tendo em vista a sucessão na propriedade. Leandro Fell, 31, segue os passos do pai e busca tecnologia para melhorar a produtividade. “Vamos focar na genética dos animais para produzir leite em quantidade e qualidade”, ressalta.

Leandro Fell, 31, foca na genética dos animais para ampliar qualidade do leite

Produção local Estrela tem 290 produtores de leite e uma produção anual de 42 milhões de litros do alimento (2020). Está entre as principais do Rio Grande do Sul neste setor e uma amostra disso poderá ser conhecida na Estrela Multifeira 2021.

O 1º Concurso Leiteiro reforça as demais atrações do agronegócio, que são a exposição de animais já conhecida pelo público das edições anteriores, além das empresas de produtos, tecnologia e serviços que dão suporte ao setor.

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Toque feminino atrás do volante

DIVULGAÇÃO

Desde 2019, Bruna da Silva possui habilitação categoria E. Com força e coragem, enfrenta as dificuldades na estrada para exercer profissão LARISSA SANTOS larissa@jornalng.net.br

BOM RETIRO DO SUL

B

runa da Silva, de 32 anos, natural de Bom Retiro do Sul, queria ser policial militar.

Em 2014, participou de um concurso. A reprovação, porém, fez ela virar a chave. Foi aí que, em 2019, ela trocou a categoria da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) da AD para AE. Inspirada pelo pai e o marido que são motoristas, a caminhoneira conta que o início foi difícil, devido à falta de experiência que é exigida. Começou em uma empresa cujo veículo

era de câmera fria, onde percorria a linha Encantado e Esteio, além de Rio Grande. “Rodava bastante à noite nesse período.

Agora, faço apenas os carregamentos, com algumas entregas em Porto Alegre”, explica.

Dificuldades Bruna se sente privilegiada por ser mulher e atuar como motorista.

Para ela, há diferença no tratamento. “Onde chego sou bem recebida. Às vezes, é claro, também encontro pessoas que subestimam a gente no comando de um caminhão. O preconceito ainda existe sim”, afirma.

No dia a dia, conforme Bruna, há dificuldades na profissão. Muitas vezes, fica sem almoço ou não dá tempo de se alimentar da forma correta. Além disso, enfrenta o sono e, em dias de chuvas intensas, o trabalho é mais prejudicado. “O trânsito é bem estressante. Tem também o tempo de espera para carregar e descarregar os produtos”, pontua.

Mais oportunidades para elas

Bruna da Silva é caminhoneira desde 2019

Há 11 anos, Bruna possui vivências com caminhão. Segundo ela, é importante que o mercado de trabalho abra cada vez mais oportunidades para as mulheres. “Que possamos banir de vez o preconceito que, infelizmente, ainda existe em algumas profissões designadas como apenas para homens”, salienta.

Quem deseja seguir na profissão, orienta ela, deve ter persistência. “Precisamos de mulheres para ocupar esse espaço que, muitas vezes, é exercido com mais excelência. Talvez somos menos favorecidas na questão da força física, mas temos mais cuidado e prudência no trânsito. Estamos mentalmente mais preparadas. Que tenhamos, cada vez mais, motoristas femininas para mostrar a força da mulher”, ressalta.

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Piscicultor aposta na energia solar para ampliar produção Investimento em placas fotovoltaicas possibilita incrementos tecnológicos no açude. Medida deve reduzir a perda de peixes RAMIRO BRITES ramiro@grupoahora.net.br

CAPITÃO

M

orador de Linha Argola, Ezequiel Agostini, instalou nesta semana 21 painéis fotovoltaicos para potencializar o açude de três hectares, onde cria peixes faz cerca de 15 anos. A expectativa do agricultor é produzir 1,2 quilowatts de energia por mês.

Com a energia gerada, Agostini pretende iluminar o açude, instalar câmeras para videomonitoramento, congelar parte da produção, com uso de freezers, e potencializar o trabalho do aerador.

O piscicultor possui hoje um equipamento de oxigenação de peixes que funciona duas horas por dia. A partir da produção de energia solar, a máquina trabalhará a noite inteira. Agostini projeta ainda instalar mais um aerador. A peça diminui as perdas na produção.

“Nós já perdemos uns 3 mil quilos de peixe quando não tínhamos aerador. Se tivéssemos dois, garantiria um lote sem perdas”, explica. Com aumento da oxigenação, os peixes também ganham mais peso. “Se ele está mal, ele não vai comer o dia. Se ele passou a noite inteira bem, respirando, já ganha bastante peso logo de manhã”, complementa.

O aerador gasta, em média, um quilowatt por hora de trabalho. O equipamento funciona durante a noite.

No inverno, pode ficar ligado por até 12 horas seguidas.

FOTOS: RAMIRO BRITES

Segurança do açude O investimento em energia solar possibilita o produtor a aumentar a segurança da produção.

Um episódio em março de 2019, fez com que Agostini diagnosticasse a necessidade de iluminação e videomonitoramento no açude.

Parte do açude foi seco para retirada de metade do lote, o restante da produção seria pescada no dia seguinte. O produtor teve peixes furtados.

Os ladrões levaram as carpas mais pesadas e deixaram alguns peixes se debatendo.

No meio da noite, ele foi conferir o tanque e percebeu que havia sido vítima do furto. Com ajuda de vizinhos, conseguiu recuperar e congelar cerca de três toneladas de peixes.

O produtor conseguiu vender os peixes, no varejo, por R$ 9 o quilo. O fato adverso demonstrou outras possibilidades de comércio para Ezequiel.

Armazenamento particular O uso da energia solar deve resolver, para Agostini, uma dificuldade antigo dos piscicultores de Capitão. Apenas dois frigoríficos fazem concorrência para compra de peixes produzidos no município.

Os freezers devem aumentar o valor produto.

Os piscicultores vendem as carpas entre R$ 4 e R$

Agostini projeta aumentar a estrutura nos próximos anos. Energia permite instalação de novas ferramentas nos tanques

6. Os peixes são revendidos por cerca de R$ 12.

“Nós trabalhamos um ano e meio e em uma semana eles dobram o preço do peixe”, contesta Agostini.

Em 2014, um abatedouro e frigorífico para todos os piscicultores do município foi projetado com recursos do governo do Estado na Linha Zatonelli.

O prédio foi construído, mas não tem mais máquinas, nem refrigeradores. O proprietário do abatedouro devolve o investimento público ao Piratini. A dívida de R$ 50 mil foi parcelada em oito anos.

De acordo com o secretário municipal da Agricultura, Márcio da Costa, o negócio seria viável se produzisse cerca de cinco mil quilos por dia. Capitão produz, me média 320 quilos diários.

Para viabilizar o negócio, Costa acredita que a única maneira seria uma associação de piscicultores a nível regional.

Números da piscicultura em Capitão

• 150 propriedades com açudes • 180 hectares de área alagada • 45 produtores • 120 toneladas por ano

GERAÇÃO DE ENERGIA SOLAR POR SETOR NO BRASIL

Com o incremento tecnológico, a produção deve subir de 13 toneladas para 18 toneladas no próximo lote