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from A Hora - 05/01/2022
Hospitais do Vale receberão quase R$ 7 milhões do Avançar na Saúde
Segunda etapa do programa foi lançada ontem, em Estrela. Entre as 39 instituições contempladas no Estado, seis são da região. Comitivas de 80 municípios prestigiaram cerimônia no Parque Princesa do Vale
Mateus Souza
mateus@grupoahora.net.br FOTOS MATEUS SOUZA
Números do Avançar na Saúde 2
REDE BEM CUIDAR
R$ 12,8 milhões
- Aporte de R$ 30 mil a cada um dos 428 municípios que aderiram à rede;
ESTRELA FARMÁCIA CUIDAR+
OParque Princesa do Vale, no coração de Estrela, foi o local escolhido para receber comitivas de 80 municípios gaúchos. A nova etapa do Avançar na Saúde foi lançada ontem, e destinará quase R$ 100 milhões em três diferentes áreas. A maior parte do valor (R$ 66,6 milhões) serão para melhorias em 39 hospitais, seis deles localizados no Vale do Taquari.
Foram contemplados nesta etapa os hospitais Estrela, Bruno Born (Lajeado), São José (Arroio do Meio), Sant’ana (Bom Retiro do Sul), Dr. Anuar Elias Aesse (Boqueirão do Leão) e São Roque (Dois
Estrela foi o local escolhido pelo governador para anúncio de quase R$ 100 milhões à saúde
Lajeados). Ao todo, serão destinados R$ 6,8 milhões às casas de saúde da região. O recurso deve ser liberado ao longo do ano.
O prefeito de Estrela, Elmar Schneider, agradeceu ao governo gaúcho pelo prestígio dado à Estrela e enfatizou a honra em sediar
Recursos para hospitais do Vale
Hospital São José (Arroio do Meio) R$ 420 mil
- Aquisição de compressor, ventilador mecânico e 4 monitores para abertura de leitos de UTI; - Qualificação da prestação dos serviços à população da região nas áreas de traumato-ortopedia, cirurgia vascular, otoririno, ginecologia e urologia; Hospital de Caridade São Roque (Dois Lajeados)
R$ 150 mil
- Instalação de central de gases medicinais; - Prestação dos serviços de saúde, com mais segurança e otimização na utilização dos recursos públicos;
Hospital Estrela
R$ 928 mil
a cerimônia. “Recebemos pessoas que nos ajudaram a enfrentar uma era de muitas dificuldades em razão da pandemia, e que promoveram uma verdadeira revolução administrativa”, disse.
A apresentação do projeto foi feita pelo governador Eduardo Leite e pela secretária da Saúde, Arita Bergmann. Durante o discurso, Leite ressaltou que as reformas administrativas, tributária e previdenciária permitiram ao Estado recuperar a capacidade de investimentos. Na saúde, por exemplo, o programa Avançar já soma quase R$ 350 milhões.
Já Arita pontua que os recursos ampliarão a oferta de atendimento especializado fora dos grandes centros. “Isso representa a possibilidade concreta de fortalecimento dos polos regionais de saúde, autonomia e capacidade assistencial maior, além da aproximação dos serviços da população”, destacou. toda a estrutura. Já era ótimo em 2015 e com certeza agora vai melhorar com esses recursos”, ressaltou.
O Hospital Estrela receberá R$ 928 mil. O recurso será utilizado na reforma da Urgência e Emergência, aquisição de berços, bancadas, camas, cadeiras de rodas, carros, eletrocardiógrafo, monitores e ultrassom, além da qualificação do atendimento do serviço.
Terceira visita em um mês
Eduardo Leite fez a terceira visita ao Vale do Taquari em um mês. No começo de dezembro, participou de reunião-almoço na Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil). Depois, no dia 23, cumpriu agenda em Lajeado e Encantado, onde visitou a obra do Cristo Protetor.
Desta vez, escolheu Estrela para lançar o Avançar na Saúde 2. Chegou de helicóptero ao campo do Par-
R$ 20 milhões
- Aporte de R$ 35 mil a R$ 100 mil por farmácia. 446 municípios aderiram ao programa;
HOSPITAIS
R$ 66,6 milhões
- Todas as macrorregiões do Estado beneficiadas;
TOTAL
R$ 99,4 milhões
que Princesa do Vale por volta das 14h35min. “Escolhemos Estrela pela sua localização privilegiada, às margens da BR-386”, destacou, durante a apresentação.
A cerimônia durou quase duas horas. Além de Leite e Arita, participaram o vice-governador Ranolfo Vieira Junior, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Edson Brum, o deputado federal Lucas Redecker (PSDB) e diversos deputados estaduais da base aliada.
Depois, Leite se deslocou até o Hospital Estrela. Por fim, atendeu a imprensa antes de voltar à Porto Alegre.
Hospital de Caridade Sant’ana (Bom Retiro do Sul)
R$ 550 mil
- Aquisição de camas hospitalares, arco em “C” e ultrassom portátil; - Qualificação do Centro Cirúrgico, permitindo aumento de cirurgias à população de referência;

Hospital Dr. Anuar Elias Aesse (Boqueirão do Leão)
R$ 250 mil
- Adequação da área física do hospital às normas da Vigilância Sanitária; - Conclusão da reforma da Urgência e Emergência e aquisição de berços, bancadas, camas, cadeiras de rodas, carros, eletrocardiógrafo, monitores e ultrassom; - Qualificação do atendimento do serviço de urgência e emergência;
Hospital Bruno Born (Lajeado) R$ 4,6 milhões
- Reforma do serviço de hemodinâmica e a unidade de internação do Centro de Cardiologia; - Ampliação da área de referência na assistência ao paciente cardiológico do SUS;
Estrutura diferenciada
Durante a apresentação, Leite abriu espaço para representantes de hospitais e municípios contemplados discursarem. Mas o momento que mais chamou atenção foi a fala de Alessandra de Almeida, paciente do Hospital Estrela em 2015, quando foi diagnosticada com pré-câncer. A história dela e da filha Valentina arrancaram aplausos do público.
Alessandra destacou o atendimento diferenciado de urgência que salvou a vida dela e da filha, que nasceu com 560 gramas. “Tudo isso só foi possível devido à agilidade do nosso hospital, da equipe de médicos, técnicos e de

thiagomaurique@grupoahora.net.br THIAGO MAURIQUE
Medical San cresceu 240% em 2021

Com faturamento de R$ 84 milhões no ano passado, a Medical San comemora crescimento de 240% em 2021, maior elevação desde a fundação da empresa, em 1994. Fabricante de equipamentos para o setor de estética e dermatologia com sede em Estrela, a Medical San ganhou market share e manteve a liderança nacional na produção de equipamentos para criolipólise no ano que passou.
CEO da empresa, Mauro Santos Filho afirma que a companhia se preparou para esse momento de expansão. Segundo ele, o Ramp Up vem desde 2018, quando a Medical San conquistou a liderança do mercado de criolipólise com o modelo Criodermis.
Para 2022 a empresa projeta dobrar o faturamento, além de expandir a participação no mercado internacional, especialmente o europeu e norte-americano. Também prevê o lançamento de uma nova marca focada em tecnologias de entrada, além de laser para procedimentos estéticos e cirúrgicos com tecnologias de alta performance e nível mundial.

Senac lança programa de formação em TI
Lajeado será uma das sedes do Programa RS TI, lançado pelo Senac-RS segunda-feira, 3, com o objetivo de ampliar a oferta de mão de obra no setor da Tecnologia da Informação – um dos maiores entraves para o crescimento dos negócios de base tecnológica. Ao longo de 2022 e 2023 a instituição oferece 9 mil vagas, sendo 3 mil gratuitas, em 18 escolas espalhadas pelo RS.
Estão disponíveis quatro formações presenciais, com foco em programação e alinhadas com as necessidades do mercado. Todos cursos são de desenvolvimento: Front End e Back End, com 204 horas cada, Desktop Java (164h) e Python (252h).
A chamada para as vagas gratuitas serão divulgadas por meio de edital. O candidato deve ter mais de 16 anos, estar matriculado ou ser egresso da educação básica, ser trabalhador empregado ou desempregado, e ter renda familiar mensal per capita de no máximo dois salários mínimos. Mais detalhes no site www.senacrs.com.br/programaRSTI ou diretamente na sede do Senac Lajeado, na avenida Senador Alberto Pasqualini, 421.

Escassez de contêineres e navios encarece insumos
A retomada das atividades após a grave paralisação na logística mundial na temporada 2020-2021 expôs problemas amortecidos no período de maiores restrições durante pandemia. Um dos desequilíbrios foi a explosão do preço dos contêineres utilizados no frete marítimo, que aumentou cinco vezes em relação aos anos anteriores, conforme dados da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Na chamada “crise dos contêineres”, o Brasil ainda agrega desvantagens competitivas devido a sua localização e característica da balança econômica. O hemisfério norte concentra as principais rotas de transporte marítimo e também as mais baratas – ruim para os negócios ao sul do globo.
A matriz exportadora baseada em commodities, que não precisa ser embarcada em contêineres, também pressiona os preços. Hoje, o país responde por apenas 1% do comércio mundial regular de contêineres. Antes da pandemia, o preço de um contêiner variava entre US$ 1,8 mil e US$ 2 mil. A cotação atual varia de US$ 10 mil a US$ 12 mil.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou pesquisa com 128 empresas e associações industriais para avaliar os efeitos da pandemia na disponibilidade de contêineres. Mais de 70% dos entrevistados sofreram com a falta de contêineres ou de navios e mais da metade foi obrigada a cancelar ou suspender as atividades por esse motivo.
FRASE DO DIA
Boa parte das empresas anteciparam a captação para o fim de 2021 para não correr o risco das eleições. O que pode acontecer agora é um afunilamento ao longo dos quatro primeiros meses de 2022.”
DANIEL PEGORINI
CEO DA VALORA INVESTIMENTOS, EM ENTREVISTA PARA O INFOMONEY
• Sicredi sobe no ranking – O sistema Sicredi ficou na 68ª colocação na pesquisa Valores Grandes Grupos, publicação anual do jornal Valor Econômico que ranqueia as 200 maiores companhias em atividade no país – uma posição acima da registrada em 2020. A instituição financeira cooperativa ficou em 12º lugar entre as maiores empresas de finanças, 9º lugar entre os 20 maiores em Lucro Líquido e na 12ª posição em Rentabilidade Patrimonial.
• Ibovespa abre em queda – O primeiro dia do ano na bolsa de valores brasileira foi de mal humor. O índice B3 recuou 0,86% na segunda-feira, 3, chegando a 103.921 pontos ao fim do primeiro pregão de 2022. O resultado reflete as indicações do
Relatório Fócus, que reduziu as projeções de crescimento do país em 2022. Na terça-feira, a Ibovespa fechou em -0,39%, alcançando 103.513 pontos.

Pesquisa avalia impacto da inflação na cesta básica do Vale
Alunos da Univates conduziram pesquisa em 18 cidades no segundo semestre de 2021
Marcel Lovato
marcellovato@grupoahora.net.br
VALE DO TAQUARI
Estudo conduzido por estudantes da turma de Economia e Finanças na Era Digital, que abrange vários cursos da Univates, traçou um panorama da cesta básica na região.
Ao longo do segundo semestre do ano passado, os alunos coletaram preços de alimentos considerados essenciais em 18 municípios. Embora não pertençam ao Vale, São Valentim do Sul, Guaporé e Venâncio Aires também fizeram parte da pesquisa.
De acordo com o coordenador do grupo de trabalho, professor Sandro Martim de Conto, a base do trabalho foi a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA), divulgada todos os meses.
Outra disse respeito ao decreto que estipula a cesta básica e a quantidade suficiente para garantir o sustento mensal de um trabalhador em idade adulta.
No contexto do Rio Grande do Sul, seriam seis quilos de carne
FILIPE FALEIRO/ARQUIVO A HORA

Produtos foram analisados em coletas feitas durante três meses
bovina, sete litros e meio de leite, quatro quilos e meio de feijão, seis de batata e pão francês, nove de tomate, 600 gramas de café em pó, 90 bananas, 3 quilos de açúcar, 900 gramas de óleo de soja e 750 de manteiga.
Ao todo, 14 grupos de alunos visitaram estabelecimentos entre setembro e novembro, com 141 coletas foram feitas. pesquisados, o que apresentou o maior valor geral foi São Valentim do Sul, com R$ 811,13. No outro lado, Taquari se destaca com R$ 366,50. Capitão e Relvado, com 7,60% e 7,43%, tiveram a maior variação nos dois últimos meses do trabalho. No âmbito das reduções, Lajeado (-17,26%) e mais uma vez, Taquari, se destacaram.
Variações
Conforme o levantamento, a média da cesta básica nos supermercados de Lajeado durante o período foi de R$ 616,69. No local mais caro, o consumidor teve de desembolsar R$ 877,89. Por outro lado, o mais baixo chegou a R$ 473,19.
Entre todos os municípios
Análise
Conforme o economista Rafael Spengler, deve-se levar em consideração variáveis como as marcas de cada produto pesquisado. Ainda assim, os números reforçam o cenário observado ao longo do último ano, com as sucessivas altas e a consequente perda do poder de compra.
Para este ano, a expectativa é de uma desaceleração em função da safra recorde de grãos e do crescimento da Taxa Selic, a básica de juros, pelo Banco Central. Em geral, esses fatores levam algum tempo para chegar até o varejo.
Então, o consumidor deve sentir os efeitos a partir do segundo semestre.
“Por enquanto, a desvalorização do real, que encarece as importações, tende a manter os preços la em cima. Exemplo: milho, soja e petróleo, que são cotados no mercado internacional e diretamente impactados pelo câmbio”, conclui Spengler.
Custo nos municípios
FONTE: UNIVATES
Município Média da Cesta Básica Variação em novembro (%)
Arroio do Meio R$ 753,19 Arvorezinha R$ 518,65 Bom Retiro do Sul R$ 663,17 Capitão R$ 796,48 Doutor Ricardo R$ 762,64 Encantado R$ 711,34 Estrela R$ 721,74 Guaporé R$ 552,85 Ilópolis R$ 524,33 Lajeado R$ 616,89 Nova Bréscia R$ 647,27 Putinga R$ 697,03 Relvado R$ 512,62 Roca Sales R$ 614,40 São Valentim do Sul R$ 811,33 Taquari R$ 366,50 Teutônia R$ 608,50 Venâncio Aires R$ 599,17
-1,26 0,27 0,99 7,60 0,71 -0,11 5,98 0,08 1,96 -2,37 5,12 -0,91 7,43 2,15 0,32 -17,26 2,88 4,42
Balança comercial fecha 2021 com superávit de R$ 61 bi
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 61 bilhões em 2021, conforme divulgado pelo Ministério da Economia na segunda-feira, 3. No ano passado, o acumulado foi de US$ 280,3 bilhões e as exportações cresceram 34% na comparação com 2020.
Já as importações cresceram 38,2% e totalizaram US$ 219,3 bilhões. O principal parceiro comercial do Brasil é a China, que responde por 31,28% das exportações brasileiras em 2021 e 21,72% das importações. Estados Unidos e Argentina aparecem na sequência.
Entre os países que mais aumentaram suas participações nas exportações brasileiras, destaque para a Argentina, com alta de 40% no valor total na comparação com 2020. Estados Unidos (44,9%), União Europeia (32,1%), China, Hong Kong e Macau (28%) também estão na lista.
Soja, ferro e petróleo
Segundo o Ministério da Economia, o superávit de 2021 ocorreu em um ano marcado pelo crescimento dos preços das chamadas commodities, que são os produtos com cotação básica, como alimentos, petróleo e minérios. A alta do dólar também influenciou.
Os maiores avanços nas exportações ocorreram em produtos da indústria extrativa (62,4%), impulsionado pelas vendas de minério de ferro (72,9%) e petróleo (54,3%). A agropecuária ampliou em 22,2% seus embarques externos, sobretudo em razão da soja, com 35,3% de aumento.
Já as exportações da indústria de transformação cresceram 26,3%, após sofrer um tombo de -9% de 2020.
Em nota, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) destacou que a participação da indústria manufatureira no agregado das exportações brasileiras segue em trajetória de contração. Em 2021 representou 51% do total exportado, contra fatia de 81% 20 anos atrás.

Avanço do PIB em 2022 depende do agronegócio
Exportações de matérias-primas, indústria de tratores e implementos agrícolas devem ter desempenhos mais positivos do que outros setores, apontam especialistas

ARQUIVO A HORA
Filipe Faleiro
filipe@grupoahora.net.br
VALE DO TAQUARI

Tratores, implementos agrícolas, serviços voltados à produção primária e exportação agropecuária, são a aposta de analistas econômicos para o Produto Interno Bruto (PIB). A perspectiva para o ano é de avanço no segmento da agricultura, com crescimento de 3% até 5%.
Por parte do mercado, há uma estimativa de que o PIB nacional tenha um aumento discreto, quase nulo, de 0,5%. Informações constam no Boletim Focus do Banco Central (BC). Esse resultado é muito inferior ao crescimento previsto para 2021, de 4,5%.
Conforme o Boletim Macro, da Fundação Getúlio Vargas\Ibre (FGV\Ibre), de todas as atividades econômicas, 30% dos segmentos devem crescer mais do que o PIB, enquanto as demais devem ter retração.
Do cenário macro às perspectivas para o Vale do Taquari, a economia diversificada e a força da produção de alimentos fazem com que os resultados econômicos sejam mais positivos do que a média nacional e estadual.
Diante do risco de quebra das safras e de aumento nos custos de produção devido a estiagem os setores produtivos ficam em alerta. O consultor e economista, Eloni Salvi, relembra que o agronegócio foi importante para atenuar a crise provocada pela pandemia tanto em 2020 quanto 21.
Para o presidente da cooperativa

Com pouca área para cultivo de soja, Vale do Taquari precisa repor estoque do grão e também de milho. Insumos comercializados em dólar representam mais custos e menos faturamento para cadeia local
Languiru, Dirceu Bayer, há desafios e oportunidades para o agronegócio regional. “O Vale é muito forte na industrialização de carnes, leite e derivados. Para manter essa cadeia, o consumo de grãos, de milho e soja, é intenso.”
Com o quadro de escassez hídrica, a região ficará mais dependente de matéria-prima de outras regiões do país ou mesmo de importação.
Seis atividades em momentos distintos
O presidente-executivo da Cooperativa Dália, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, destaca algumas características da cadeia do agronegócio. De acordo com ele, nem todos os elos estão em um mesmo momento econômico. “Há períodos de boa
DIRCEU BAYER
PRESIDENTE DA LANGUIRU rentabilidade enquanto outros elos acumulam resultados deficitários.”
Esses ciclos compostos por seis atividades (genética de sementes e animais; maquinários; fertilizantes; defensivos agrícolas; produção de grãos ou proteína animal; e a agroindústria). Frente a esta organização, Freitas ressalta: “as quatro primeiras são praticamente formadas por empresas multinacionais, algumas até estabelecidas no país, mas que comercializam em dólar.
Os dois últimos, da produção de grãos ou proteína animal e a agroindústria, são nacionais e vendem em real. “Em torno de 80% da produção fica no mercado nacional. Apenas 20% vai para o exterior, com negócios em dólar.”
Na análise dele, esse é o grande desafio para o setor primário tanto da região quanto do país. “A questão é abastecer o mercado interno de baixo poder aquisitivo com alimentos produzidos com custos dolarizados”, resume.
Com base nas cotações dos grãos, percebe-se o quanto está mais caro produzir. Relatório da última semana de dezembro aponta que a saca de milho de 60 kg no mercado internacional custa mais de R$ 80. Já a soja, está ainda mais cara, com R$162,50.
Relembre
A falta de chuva entre o fim de 2019 e início de 2020 interferiu na produtividade da agricultura gaúcha. Como reflexo, geração de riquezas no RS despencou mais de 9%. Com um novo período de seca, o temor é de repetição deste cenário.
Na safra retrasada, a Federação da Agricultura do Estado (Farsul) diagnosticou uma retração de 28% no PIB da agricultura e pecuária. Isso trouxe um efeito cascata. Atingiu a indústria, o comércio e os serviços.
CARLOS FREITAS
PRESIDENTEEXECUTIVO DA DÁLIA
PIX ganha novas funções em 2022
PAÍS
Em menos de dois anos, a ferramenta que permite transferências e pagamentos instantâneos, o PIX, se tornou uma preferência nacional. Com mais de 100 milhões de usuários no país, a modalidade alcançou tal popularidade por ser prático e gratuito.
Com essa confirmação como meio de pagamento mais usado no Brasil, o Banco Central prevê novas atualizações no sistema. As mais recentes são o PIX saque e troco.
Passou a valer em novembro passado e permite saques e o recebimento de troco. As referidas modalidades já são aceitas em supermercados, lojas de departamento, padarias e até mesmo em unidades lotéricas.
Detalhes sobre novas funções
Para este ano, há mudanças em curso, como o pagamento por aproximação; débito automático; e o uso do sistema no exterior.
• Pagamentos por aproximação: a perspectiva do Banco Central é para que os acertos possam ser feitos com o uso do celular ao se aproximar da máquina de cartão.
• Débito automático: as contas de internet, assinaturas de streamings, e outras contas fixas poderão ser programadas com débitos automáticos via PIX;
• PIX garantido: ferramenta para ser implementada e que poderá facilitar parcelamentos e agendamentos;
• Cobertura internacional: o Banco Central negocia com outros países, como Itália e Inglaterra, para possibilitar pagamentos e transferências internacionais;
• PIX sem internet: a funcionalidade está em testes e não há prazo para ser colocada em execução;

PROJETO: REALIZAÇÃO:
Diretora da Black Contabilidade, Graciela Ethel Black fala sobre a trajetória da empresa, que se tornou referência no setor na região. Próxima presidente da Acil, projeta como será o mandato que inicia este ano

Mateus Souza
mateus@grupoahora.net.br

Há quase 50 anos, Olavo Black dava os primeiros passos na contabilidade, enquanto atuava no Banco Sulbrasileiro. Com o tempo, a atividade se tornou a principal fonte de renda. Foi a partir disso que surgiu, anos depois, a Black Contabilidade. A filha, Graciela, foi quem deu sequência ao trabalho familiar, e transformou a empresa em uma das mais fortes do setor na região.
A trajetória de Graciela e da Black Contabilidade foram abordados durante conversa com Rogério Wink, na 11ª edição de “O Meu Negócio”, programa multiplataforma do Grupo A Hora. Os desafios e o dia a dia da profissão de contador e também do negócio também estavam entre os assuntos abordados.
Graciela se inspirou na trajetória do pai para cursar Ciências Contábeis na Univates. “Ele tinha o escritório em casa e eu brincava com as coisas dele. Achava legal isso. Depois, quando terminei o segundo grau no Ceat, decidi estudar aqui em Lajeado. Depois, cursei a pós-graduação também na Univates”, recorda.
O aprendizado na universidade, conforme Graciela, foi importante na formação, sobretudo pela vivência profissional dos docentes. “Os professores da graduação eram daqui e atuavam no mercado. Eram profissionais donos de escritório ou advogados que tinham a experiência. Não adianta só a parte teórica. Essa é a parte boa do ensino na Univates”.

Presidência da Acil
Além da atuação profissional, Graciela tem um pé no voluntariado. Em 2007, participou de uma entidade pela primeira vez, a JCI (Junior Chamber International). Pegou gosto e, três anos depois, passou a integrar a diretoria da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil).
Dica de leitura
A cada programa, Rogério Wink traz uma dica de leitura. Confira a sugestão desta semana:
O mundo atual impulsionou a redefinição da palavra “carreira” para indivíduos e organizações. As estratégias que irão construir as próximas trajetórias de sucesso são diferentes das usadas até aqui. Por isso, Maurício Benvenutti, autor do livro “Desobedeça – A sua carreira pede mais” destaca que a autenticidade engaja mais do que qualquer outra coisa.
Nos últimos quatro anos, Graciela ocupou o cargo de vice-presidente de Administração da Acil. Agora, se prepara para comandar a entidade em 2022. Ela encabeça a única chapa até o momento para a eleição, que ocorrerá nos próximos meses. Será a segunda mulher na presidência em 100 anos.
“O voluntariado é uma coisa que eu gosto e me sinto bem em fazer. Temos que retribuir à sociedade de alguma forma”, explica. Na presidência, Graciela diz que trabalhará muito na temática da inovação e dará atenção especial ao associado, sobretudo às pequenas empresas. “Elas dão o suporte às grandes e, muitas vezes, ficam desassistidas. Vamos mostrar o valor da Acil aos associados”.
A contadora Graciela Black contou detalhes de como começou na profissão e o que almeja no comando da Acil
ENTREVISTA
GRACIELA BLACK • SÓCIA DA BLACK CONTABILIDADE E FUTURA PRESIDENTE DA ACIL
• Rogério Wink: Como foi o
início da tua trajetória na contabilidade?
Graciela Black: Saí do Ceat em 1988 e comecei a trabalhar no ano seguinte na empresa do pai, que era sócio de outras pessoas. Comecei como office girl e passei por todos os setores. Era uma funcionária normal e fazia de tudo. Meu pai me cobrava muito para ser perfeita. Tive períodos bem difíceis, mas foi um aprendizado sem tamanho. Aprendi o valor que tem um documento arquivado de forma correta. Sem a experiência profissional e só com a graduação, talvez eu não conseguiria trabalhar na área.
• De que forma ocorreu a transi-
ção na empresa?
Black: Em 2006, meu pai começou a se afastar do negócio. Em 2007, tive um sócio que seguiu comigo até 2010. Ele saiu e fiquei sozinha com duas meninas. O início foi bem assustador, pois sempre tive o apoio dele. Mas isso me tornou mais forte. Hoje, tenho uma equipe de 15 pessoas, sendo 14 mulheres e um menino.
• Houve muitas transformações na contabilidade nos últimos anos?
Black: Hoje em dia, é tudo sistema. Já vínhamos em evolução, mas se avaliarmos como estávamos em fevereiro de 2019 e olharmos agora, foi uma evolução muito grande. Em outros períodos, levaria dez anos. Adaptamos todo nossos sistema em dois meses devido à pandemia e funcionou. Entramos em uma nova realidade, onde tudo pode ser digitalizado e funciona bem.
• Quais são as áreas fortes da
Black Contabilidade?
Black: Não tem como destacar um ramo. Mas uma área que eu particularmente gosto muito é a tributária. Gosto de fazer estudos tributários. E uma área que evoluiu bastante foi a de nota fiscal. Facilitou muito a nossa vida, mas tem bastante coisa a ser melhorada.
• Do que o empresário mais
reclama hoje em dia?
Black: Da alta carga tributária e dos encargos sociais e trabalhistas. São reclamações diárias. E há coerência nisso, pois nossa carga tributária é absurda. Temos que cumprir a regra, mas é muita burocracia. É necessária uma reforma tributária bem forte para facilitar a vida do empresário e do contador.
• Quais os benefícios da conta-
bilidade para as empresas?
Black: Com uma contabilidade bem feita, o empresário pode se valer de relatórios e índices para a tomada de decisões, ver o andamento da empresa e que atitude tomar para os próximos anos. Em muitos casos, o empresário vê a contabilidade como uma burocracia a ser cumprida. Mas hoje em dia os clientes estão com outra visão, de que a contabilidade pode auxiliar.
JANEIRO DE 2010
DIVULGAÇÃO
JANEIRO DE 2022

Cheia do Rio Forqueta inundou áreas residenciais e deixou mais de 100 famílias desabrigadas Falta de chuva amplia preocupação no abastecimento de água e gera prejuízos na produção agrícola

De uma das maiores enxurradas da região aos efeitos da estiagem
O contraste em 12 anos. Nessa mesma semana, só que em 2010, uma das maiores cheias de verão destruiu casas, empresas e campings em Marques de Souza. Agora, as mesmas famílias vivem o oposto. Em vez da chuva, a falta dela mais prejuízos
Felipe Neitzke
felipeneitzke@grupoahora.net.br
MARQUES DE SOUZA

No mesmo janeiro, situações diferentes. Em 2010, choveu mais de 300 milímetros em 24 horas nas cabeceiras dos principais rios do Vale do Taquari. A força da água do Forqueta arrastou casas, invadiu comércios e deixou um rastro de destruição em Marques de Souza. Na época, as perdas foram estimadas em R$ 15 milhões. Agora, é a seca que provoca perdas.
Os técnicos da Emater/RS-Ascar ainda contabilizam o tamanho do impacto da estiagem. Cerca de 50% do milho para silagem apresenta danos irreversíveis e a produção para grãos pode ser afetada na totalidade se não chover nos próximos dias. O tempo seco também eleva preocupação

FÁBIO MERTZ
PREFEITO
com lavouras de soja. Além disso, são 12 famílias com falta de água nas propriedades.
O prefeito Fábio Alex Mertz aguarda laudos para definir sobre decreto de emergência. O chefe do Executivo ressalta o drama da comunidade diante da crise hídrica e o contraste com o episódio da enxurrada em 4 de janeiro de 2010.
“Sei como é triste perder aquilo que se conquistou com muita dedicação e esforço. Quando teve a enchente, era proprietário de uma fábrica de bolachas e perdemos todo o maquinário, além da matéria-prima”, lembra. Por conta do episódio a produção foi suspensa e prejudicou mais de 80 funcionários.
Mertz recorda que a água chegou com força e em poucos minutos subiu ao ponto de não terem tempo de retirar os equipamentos. “A saída teve de ser rápida para não ter vítimas. Se essa catástrofe fosse à noite, além dos bens, animais e casas, poderíamos ter tido mortes.”
O fato de 12 anos atrás é uma lembrança difícil de ser esquecida e expõe os extremos dos fenômenos naturais. Essa interferência direta do clima no modo de vida e economia do Vale reforça a necessidade de ações preventivas. Diante do momento de estiagem, as perdas na produção agrícola já ultrapassam os R$ 200 milhões no Vale do Taquari. São 15 municípios em situação de emergência.
Monitoramento e alertas
O ex-prefeito e atual secretário de Administração, Ricardo Kich, aperfeiçoou uma antiga técnica de monitoramento sobre o risco de cheia em Marques de Souza. Seu avô definiu marcas nos pilares da ponte em Barra do Fão para alertar moradores de áreas alagáveis.