A Hora - 24/04/2021

A HORA | Fim de semana, 24 e 25 de abril de 2021 | Ano 18 - Nº 2828 | Fechamento da edição: 19h

Avulso: R$ 6,90

RAMIRO BRITES

AULAS PRESENCIAIS

Após quase dois meses, escolas podem reabrir Novo decreto estadual permite retomada das atividades presenciais na Educação Infantil e anos iniciais do Fundamental, mesmo com bandeira preta. No Vale,

municípios organizam rede pública, enquanto que escolas particulares já reabrem nesta segunda. Entidades contrárias ameaçam ingressar na Justiça.

Página 8 MONTAGEM SOBRE A FOTO: DIVULGAÇÃO E BIBIANA FALEIRO

80 ANOS DEPOIS

Maior cheia da história do RS OPINIÃO RODRIGO MARTINI

Antes tarde do que nunca Autonomia às regiões para decidir sobre aulas já poderia estar em vigor.

EDITORIAL

Nas mãos da Justiça Nova judicialização pode frustrar a expectativa da retomada.

Entre abril e maio de 1941, cerca de 20 dias de chuvas incessantes causaram a maior enchente de que se tem registro no estado. O fenômeno fez trans-

bordar todas as bacias hidrográficas do RS. Quem vivenciou o incidente na região ainda lembra o rastro de destruição deixado pelas águas do Taquari.

Páginas 5, 6 e 7

Com nove anos na época, Dagmar recorda o trauma causado pela cheia em Lajeado: “Ninguém imaginava que seria tão grande”

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A HORA | Fim de semana, 24 e 25 de abril de 2021

ABRE ASPAS

“Sempre teremos alguém para nos acolher” ARQUIVO PESSOAL

Fernanda Brenner (e) e Priscila Gonçalves, de Marques de Souza e Pelotas, criaram o projeto “Quando Alguém Encontra Você”, com o intuito de instigar a evolução pessoal e profissional. Por meio das redes sociais, levam palavras de carinho e empoderamento.

EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

Como surgiu a ideia de criar o projeto Quando Alguém Encontra Você?

Fundado em setembro de 2020, o Quando Alguém Encontra Você surgiu a partir de encontros e conversas, em que debatiam sobre autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Percebendo o espaço que essas conversas poderiam ocupar na vida das pessoas, o projeto nasceu com o propósito de levar aconchego, conhecimento e reconhecimento sempre com muita informação e bom humor. Priscila e eu, entendemos a necessidade de compartilhar com as pessoas, as nossas experiências. O diferencial

do trabalho do Quando Alguém Encontra Você, é falar diretamente com as pessoas criando uma comunidade de empoderamento e crescimento. Uma verdadeira rede de trocas, do individual ao coletivo.

Vocês falam de diversos assuntos, como ansiedade, positividade e amar a si mesmo. O que representa para vocês transformar a vida das pessoas?

Por ser um espaço aconchegante e seguro, onde o diálogo é aberto, sincero e generoso, a pessoa pode refletir e formular mudanças positivas para a vida, transformar a vida das pessoas para nós, representa o estímulo ao diálogo, o acolhimento às diversidades e a celebração as múltiplas concepções de sucesso e a realização.

Contatos eletrônicos: Diretor Executivo: Adair Weiss Diretor de Mercado e Estratégia: Fernando Weiss Diretor de Marketing e Inovação: Sandro Lucas Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

assinaturas@jornalahora.inf.br comercial@jornalahora.inf.br faturamento@jornalahora.inf.br financeiro@jornalahora.inf.br redacao@jornalahora.inf.br

Av. Benjamin Constant, 1034, Centro, Lajeado/RS

CEP 95900-104

As palavras têm o poder de criar e de destruir. Nesse momento de pandemia, qual a importância de passar tranquilidade às pessoas?

Talvez esta seja a pergunta mais difícil até agora, afinal, nossos avanços podem ser internos ou externos, mas sempre devem respeitar e honrar a essência de cada um.

A mesma mensagem pode abrir um leque de interpretações, levar a diversos caminhos, e é isso que torna cada pessoa única. Pensando nisso, a importância de passar tranquilidade para as pessoas, neste e em qualquer outro momento, é principalmente lembrar a todas, que elas não estão sozinhas, e seja em um momento de pandemia como o que vivemos atualmente, ou até mesmo em um desafio profissional ou pessoal, sempre teremos alguém para nos acolher.

Quem tem interesse em conhecer o projeto, faz como?

Pensando em oportunizar ao maior número de pessoas o acolhimento e desenvolvimento praticado pelo Quando, estamos presentes nas redes sociais e em nosso site https://quandoalguemencontra.com.br/ Como eram as fundadoras antes, e como estão hoje? Éramos felizes, nossos empregos nos traziam satisfação, mas não realização profissional. Somente após o projeto é que nosso propósito e missão de vida foram colocados em prática. Agora, finalmente somos felizes e realizadas atuando na área profissional que verdadeiramente nos representa.

Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Impressão Zero Hora Gráfica

Filiado à

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EDITORIAL

Nas mãos do Judiciário

O

imbróglio jurídico que se instaura em torno da retomada das aulas presenciais é imprevisível. Desde que uma liminar suspendeu as atividades, o estado vive um cenário de indefinição sem precedentes para um dos setores mais importantes da sociedade.

A partir de um novo decreto estadual anunciado nessa sexta-feira, uma nova perspectiva se cria para a próxima semana. Conforme o entendimento da Procuradoria Geral do Estado (PGE), a nova regra vigente “dribla” a suspensão até então vigente e viabiliza a retomada imediata a partir de segunda-feira para a Educação Infantil e os anos iniciais do Ensino Fundamental.

A instabilidade é tamanha que, até a próxima segundafeira, a expectativa de retorno pode ser frustrada.”

Por outro lado, ainda na tarde dessa sexta, as entidades autoras da ação que suspendeu as aulas no fim de fevereiro (CPERS e Associação de Pais e Mães pela Democracia) já começavam a se articular para um novo movimento junto à Justiça. A instabilidade é tamanha que, até a próxima segunda-feira, a expectativa de retorno pode ser frustrada.

O fato é que existe uma grave contradição na suspensão das aulas presenciais no RS. Bares, igrejas e academias, por exemplo, estão autorizados há receber público há mais de um mês, enquanto que as instituições de ensino permaneceram esse período e praticamente todo o ano passado somente com as aulas virtuais.

Em um país onde a exclusão digital ainda é uma dura realidade, como ficam as famílias sem acesso à internet de qualidade ou mesmo sem computador em casa?

Os mais prejudicados nesta conjuntura são os menores. Já há inúmeros estudos sobre os danos cognitivos e prejuízos pedagógicos. Isso sem considerar aspectos como violência doméstica, depressão infantil e alimentação saudável comprometida.

Para quem tem filhos e precisa trabalhar de forma presencial, são poucas as opções para manter as crianças em ambiente seguro. Muitos optam por contratar babás ou ainda em deixar os pequenos em casas de cuidadoras. E quem não tem recursos para tanto?

Em termos sanitários, seriam essas alternativas mais seguras do que o espaço escolar que segue os devidos protocolos? Para muitos, resta acionar serviços clandestinos, onde não há garantia de condições de higiene e mesmo de acompanhamento confiável aos menores.

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A HORA | Fim de semana, 24 e 25 de abril de 2021

FERNANDO WEISS Sugestões, críticas, contrapontos: adairweiss@jornalahora.inf.br

O Cristo e a oportunidade de ouro ao Vale do Taquari A hora é esta. O momento é este. Nunca antes na história, o Vale do Taquari obteve tantos holofotes em torno de uma obra turística como agora. O Cristo Protetor de Encantado é muito mais do que um símbolo em homenagem a Jesus. Ele será – se ainda não é –

OLHO”

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A HORA | Fim de semana, 17 e 18 de abril de 2021

RODRIGO MARTINI Sugestões, críticas, contrapontos: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

Aulas presenciais

O governo do Rio Grande do Sul luta para manter as rédeas neste combate à pandemia. Mas parece insistir em incoerências que desmantelam a credibilidade do atual e jovem gestor do nosso Estado. E o imbróglio envolvendo o retorno das aulas presenciais é a síntese de toda a bagunça. É só seguir a linha do tempo. O governo estadual proibiu as aulas presenciais, se “arrependeu”, viu a tentativa de voltar atrás ser judicializada, gritou aos sete campos que “um decreto não mudaria a decisão judicial”, e, agora, apresenta justamente um decreto para driblar a mesma decisão judicial. E no meio disso tudo, as nossas crianças e adolescentes adoecendo e perdendo conteúdo.

Aulas presenciais II

A decisão de devolver a autonomia sobre aulas presenciais para os municípios habilitados à cogestão já poderia ter sido anunciada há quase dois meses. No dia 1º de março, logo após a justiça proibir o retorno às salas de aula, a Procuradoria-Geral do Estado entrou com recurso para tentar anular a decisão judicial. Ou seja, o executivo estadual queria o retorno das crianças às escolas. Desde então, e diante das negativas por parte de outros tribunais, o governador insistiu em não alterar as regras. E agora, mudou. Ou seja, foram necessários 53 dias para que o governo do estado percebesse a possibilidade de alterar as regras. Definitivamente, a educação não é prioridade no RS.

Aulas presenciais III

Muitos prefeitos anunciam o retorno das aulas presenciais (educação infantil e 1ª e 2ª ano do fundamental) para a próxima segunda-feira. Na próxima semana, também, vence o prazo para o julgamento do recurso (em segunda instância) interposto pelo estado contra a decisão que impediu as aulas presenciais. No início de março, o CPERS e os defensores das escolas fechadas contavam com apoio popular mais expressivo. Desta vez, porém, a pressão pública parece mais à vontade para defender o retorno às salas de aula. E isso pode influenciar na decisão judicial. Sendo assim, diminui o risco deste novo decreto ser abocanhado novamente pelo protagonismo do Judiciário.

De novo, a dengue Os primeiros relatos de dengue no Brasil datam do fim do século XIX. Naquele momento, o tal Aedes aegypti já era um problema, mas por conta da transmissão da febre amarela. Em 1955, o país erradicou o mosquito. Cinco anos depois, e diante do relaxamento das medidas adotadas, o vetor voltou com tudo ao território nacional e hoje é encontrado em todos os Estados.

A primeira ocorrência do vírus da dengue documentada clínica e laboratorialmente aconteceu em 1981.

Ou seja, lá se vão 40 anos e ainda não reaprendemos a evitar a doença por completo. O que nos falta?

Do Cristo à Santa

O

Vale do Taquari já conta o Cristo Protetor. A obra não está pronta, eu sei, mas o resultado deste empreendimento já é facilmente projetado em algumas áreas da nossa economia. E isso precisa inspirar outras comunidades. Em Santa Clara do Sul, por exemplo, o debate sobre a construção da estátua da Santa Clara perdura há mais de dez anos.

A proposta é erguer o monumento no alto do “Morro dos Marder”, próximo ao centro da cidade. É um investimento alto para um município pequeno. Portanto, o custeio não pode recair apenas sobre os ombros do Executivo. É preciso ser criativo. E eu reforço: o exemplo da comunidade encantadense precisa servir de inspiração. Por lá, os frutos já estão sendo colhidos em praticamente todos os continentes!

Brasão e confusão Parque O governo de Santa Clara do Sul tentou implantar um novo brasão por conta própria e foi obrigado a recuar. A mudança na identificação do município carece de um debate maior e o Executivo acerta – mesmo tardiamente – ao retirar a proposta que já estava no Legislativo e entregá-la para o devido debate por meio de uma comissão. O prefeito Paulo Kohlrausch (MDB), em entrevista do programa Frente e Verso, tentou minimizar a polêmica. Tentou mostrar desdém.

Mas não conseguiu disfarçar o incômodo e o nervosismo com a rejeição momentânea por parte de uma ala da Oposição. É um tema delicado, eu reforço.

E basta uma simples pesquisa no Google para perceber que os debates também são acalorados em outras cidades que tentaram – ou ainda tentam – mudar o brasão. Ou seja, o prefeito poderia ter conduzido melhor esse instigante debate.

Assim, teria evitado o desgaste gerado nas redes sociais, principalmente, e também teria evitado desgaste político. Para se defender, Kohlrausch utilizou termos como “oposição desqualificada”, “filósofos de Facebook” e “mau caráter”.

E isso vai gerar atritos. Em tempo, a proposta do novo brasão é boa!

Beira Rio?

O novo parque municipal de Lajeado tem nome: definido Parque Dr. Ney Santos Arruda. Entretanto, o Departamento de Trânsito instalou placas com uma informação “um pouco” diferente.

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80 ANOS DEPOIS

Lembranças de quem viu a maior cheia da história A chuva leve que se intensificou com o passar dos dias, o avanço rápido das águas e os rastros de destruição.

Moradores do Vale relembram a maior cheia da história gaúcha, registrada entre abril e maio de 1941 BIBIANA FALEIRO bibiana@grupoahora.net.br

FÁBIO KUHN fabiokuhn@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

C

hoveu no estado por cerca de 20 dias seguidos entre abril e maio de 1941.

A data exata em que as pancadas iniciaram é imprecisa. Em suas pesquisas, o historiador José Alfredo Schierholt aponta que a água caía desde 13 de abril. Já o jornal O Taquaryense (única imprensa do Vale na época) registrava chuvas desde o dia 19.

O certo é que as precipitações começaram fracas. A situação mudou em 22 de abril, quando choveu mais de 120mm em apenas um dia. “O que surpreendeu foi a repentina subida do rio Taquari. Em poucas horas começou a sair rapidamente de seu curso natural e transbordar”, lembra Clocy Schroeder Johann, 94.

Na época com 15 anos, ela morava em Mariante, distrito de Venâncio Aires. Se recorda das águas carregando objetos e do pai acudindo desalojados. “As pessoas estavam muito apavoradas, gritavam por socorro à medida em que o rio ia subindo e levando suas casas”, conta.

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

ENCANTADO

ARROIO DO MEIO

LAJEADO A exemplo do Taquari, as principais bacias hidrográficas gaúchas transbordaram em 1941. Em Porto Alegre, o auge do Guaíba foi registrado no dia 8 de maio, quando o nível do rio passou dos 4,7 metros no cais do porto (normal é 1,2 metros).

Até hoje, o dia é conhecido como “quintafeira negra”.

Cerca de 25 mil quilômetros quadrados do RS foram inundados (o que representa 9% do território gaúcho). Dezenas de cidades ficaram isoladas, faltaram subsídios básicos como alimentos e praticamente todos os meios de transporte terrestres ou aquáticos pararam.

“Pavorosa” enchente do Rio Taquari “Os habitantes desta cidade assistiram, com a atual cheia do rio Taquari, um espetáculo doloroso que jamais se apagará da memória dos que tiveram a ventura ou desventura de assisti-lo”, afirmava O Taquaryense em 10 de maio de 1941.

Na edição seguinte, em 17 de maio, o semanário trazia no título a expressão “pavorosa” ao classificar os prejuízos com a invasão das águas. Nas margens do rio, as famosas navegações Arnt e Aliança tiveram suas estruturas parcialmente danifica-

das e ficaram por dias sem operar. Mais de 4 mil pessoas foram desabrigadas e os prejuízos em Taquari chegaram a “um conto de réis” (cerca de R$ 120 mil).

Lajeado teria prejuízo ainda maior, segundo pesquisa de Schierholt. O rio alcançou 28,13 metros, 15 a mais que o normal, no dia 8 de maio. Pontos como a Praça Marechal Floriano e a extinta Casa Born foram atingidos. Na rua Borges de Medeiros, a água chegou próximo de onde hoje estaria localizada a Secretaria da Paróquia de Santo Inácio.

Prefeito lajeadense na época, João Frederico Schaan abriu um crédito de quase “seis contos de réis” (cerca de R$ 740 mil) para as

ESTRELA

despesas com reparações.

Na longínqua década de 40, o Vale do Taquari era composto apenas pelos municípios de Estrela, Encantado e Arroio do Meio. Dados sobre perdas nessas cidades são mais raros e a dimensão da enchente de 41 fica mesmo na memória das pessoas.

Embora os prejuízos econômicos tenham sido incalculáveis, não há registro de mortes no Vale em função da violência das águas.

Sem defesa civil na época, salvamentos foram feitos por populares, pescadores e empresas de navegação.

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A HORA | Fim de semana, 24 e 25 de abril de 2021 BIBIANA FALEIRO

Lajeado

“Ninguém imaginava que seria tão grande”

Em Lajeado, já chovia há semanas, e uma “pequena cheia” assustava os moradores de Lajeado. A professora aposentada Dagmar Jaeger Scheid, 88, era criança na época, e lembra de quando o rio começou a inundar a casa da família. A água atingiu primeiro os fundos e chegou a subir um metro dentro da residência que ficava na rua Marechal Deodoro.

“Depois daquela enchentezinha, começou a chover e a chover, por umas duas semanas. De noite trovejava. A enchente de 41 veio muito rápido, e ninguém imaginava que seria tão grande, eu tinha muito medo”, lembra.

Quando a água atingiu a esquina da rua Marechal Deodoro com a João Abott, Dagmar disse para a mãe que queria sair da casa. Era naquela esquina que ficava a fábrica de móveis do pai.

Enquanto a família se abrigava na residência da avó, na Rua Borges de Medeiros, os funcionários da fábrica trabalhavam para erguer os móveis em tábuas dispostas em cavaletes. O mesmo foi feito na casa da família.

Mas a enchente foi maior do que o esperado e, mais tarde, encontraram os móveis há algumas quadras de onde ficava a indústria.

Na esquina da rua seguinte de

onde moravam, na Silva Jardim, ficava uma usina que fornecia energia elétrica para Lajeado, que também foi inundada e deixou a cidade no escuro. A família ficou meses na casa da avó, à luz de velas e lampiões.

Além da escuridão que fazia Lajeado silenciosa, principalmente durante a noite, os moradores também ficaram sem água potável. A maioria das casas possuía uma cisterna que, depois da cheia, ficou suja e coberta por barro.

Quando a água baixou, as famílias iniciaram um processo de reconstrução. “Muita gente chorava, porque perderam quase tudo”, lembra. Depois de alguns meses, a família de Dagmar voltou a morar na casa por muitos anos e, quando o pai construiu a nova residência no terreno, seguiu a medida do nível da água da enchente de 41. Aterrou o terreno e fez a casa na altura do que era a janela.

Depois do susto, sempre que chovia, a lajeadense se preocupava. “Era

Dagmar tinha 9 anos e lembra o trauma causado pela cheia: “Era só chover que já ficava com medo”

só chover que eu já ficava com medo da enchente”, conta.

Na pesquisa do professor José Alfredo Schierholt, as chuvas iniciaram em 13 de abril e o Rio Taquari, nor-

malmente com 13 metros, alcançou 28,13 metros, no dia 8 de maio. As águas cobriram a Rua Silva Jardim, até onde estão localizados hoje os prédios dos antigos Correios e Fórum.

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A HORA | Fim de semana, 24 e 25 de abril de 2021 FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Estrela Avenida Getúlio Vargas, no centro de Taquari, foi tomada pelas águas em maio de 1941

Taquari Mais de quatro mil pessoas estariam em situação de miséria após a enchente.

Os vapores e “gasolinas”, como eram chamados os barcos pequenos, das Navegação Arnt e Aliança e outros barcos particulares foram requisitados pelo governo para auxiliar as famílias.

Não só os moradores ribeirinhos sofreram com a ação das águas. No interior do município, em pontos distantes de mais de uma légua do rio, as águas destruíram boa parte das construções, além de atingir plantações e animais. A enchente também destruiu as residências das famílias na área central. O Taquaryense noticiou: “Levados pela correnteza, eram vistos passarem pelo porto casas, animais mortos, além de grande quantidade de abóboras, lenhas, madeiras, tábuas, etc”.

A taquariense Flávia Therezinha Sa-

raiva Dias, 89, era criança na época e lembra que a chamada zona da praia, na Avenida Getúlio Vargas, foi tomada pelo rio. Ela morava no centro e a casa ficou fora do perigo da enchente. Mesmo assim, depois do almoço, ela ia com a família ver a cheia. Os tios-avós se mudaram para a casa dela e a comunidade se mobilizou para ajudar os desabrigados.

“Nós, que éramos crianças, não entendíamos a extensão e os prejuízos da enchente. Não entendíamos o quanto era assustador. O povo se aglomerava na Praça D. Pedro II pra ver e levávamos também alimentos e roupas para as famílias”, lembra.

Ela conta que um dos lugares onde as pessoas ficaram abrigadas foi o Colégio Pereira Coruja. Os médicos também se mobilizaram para tratar os atingidos pela enchente e vaciná-los contra tifo e o município teve ajuda da comunidade com doações financeiras para atenuar as perdas. Os valores passaram de um conto de réis (R$ 120 mil).

Arroio do Meio

A cheia de 1941 alcançou os 33,91 metros no balneário municipal de Arroio do Meio. Foram 76 centímetros a mais que a enchente de 2020, que deixou mais de 3,5 mil pessoas desabrigadas no município.

Madalena Noêmia Marchini, 94, presenciou os dois fenômenos e confirma que o da década de 40 foi superior. “A água subiu muito rápido e com muita violência. Tivemos de ser resgatados de caíque”, comenta a moradora do Navegantes que na época tinha 15 anos.

Passar pelas águas em meio às residências parcialmente submersas é lembrado com temor. Madalena recorda que um dos barqueiros ameaçava virar a balsa para assustar ela e os quatro irmãos. “Se o barco vira, todo mundo morre”, acredita.

Foram dias até a água sair das ruas.

Nesse período, a família se abrigou na casa do prefeito. Mesmo com a violência das águas, a arroio-meense recorda que apenas uma casa foi arrancada do chão e nenhuma pessoa morreu.

No livro, “Arroio do Meio entre Rios e Povos” há imagens das águas na proximidade do que hoje seria a esquina das ruas Maurício Cardoso e João Carlos Machado, próximo da Lojas Lebes.

Com 15 anos na época, Madalena recorda os estragos em Arroio do Meio

Segundo informações do pesquisador Airton Engster dos Santos, Estrela era essencialmente rural em 1941. Naquele ano, além das cidades, vilas e povoados ribeirinhos, o maior dano da enchente foi para navegação fluvial, que ficou seriamente comprometida no Rio Taquari entre Estrela e Muçum. As margens mais alargadas também fizeram com que o rio ficasse mais raso.

O morador de Estrela Rudolfo Maria Rath conta que a cheia de maio de 1941 trouxe danos imensuráveis para agricultura e pecuária em Estrela, já que mais de 80% da população residia em área rural do município.

As estradas do interior de chão batido foram destruídas com as en-

xurradas e as pontes que eram de madeira foram levadas pela força das águas. As praias e as ilhas desapareceram. Segundo o historiador Gino Ferri, a enchente de 1941 apresentava um quadro de grandeza selvagem e desolador, atingindo grande número de moradores ribeirinhos às margens do Rio Taquari, especialmente nas periferias das cidades.

Segundo Santos, Estrela não possuía redes de energia elétrica na época. As casas no interior utilizavam lampiões a querosene, motivo pelo qual não há registro de quedas de postes e falta de energia elétrica. “A comunidade também utilizava água de poço artesiano e cisternas, motivo pelo qual acreditamos não haver relatos de problemas com abastecimento durante o período da enchente”, destaca.

Principais prejuízos em Estrela foram registrados na navegação e na agricultura

Encantado

As chuvas teriam caído em Encantado de 1° a 5 de maio, conforme o livro “O município de Encantado Através do Tempo”, escrito por Lauro Nelson Fornari Thomé.

No livro “A História de Encantado em Fotografias”, Gino Ferri traz registros fotográficos da enchente na extinta Indústria de Produtos Suínos Costi S/A, na Barra do Jacaré (sede atual da Quinta do Vale).

Conforme o historiador, os porcos que estavam na indústria tiveram de ser soltos para não morrerem afogados. A enchente também entrou no primeiro andar do Hotel Costi, administrado na época pela família Martini. Outro ponto atingido foram as re-

sidências dos operários. “Depois disso, as casas foram tiradas da parte de baixo e colocadas em um terreno acima”, relembra Luiz Antônio Radaelli, 81 anos. Morando no bairro desde o nascimento, destaca que as histórias da cheia de 1941 se perderam com o tempo. “No passado havia até as marcas em pedras”, comenta.

Nas medições registradas pela administração municipal de Encantado, a cheia de 1941 alcançou 19,48 metros, sendo considerada a quarta maior da história no município. Fica atrás da enchente de 2010 (19,50m), 2001 (19,58m) e 2020 (20,27m).

Em 1941, águas chegaram próximo ao que seria a esquina das ruas Maurício Cardoso e João Carlos Machado

Registros no livro de Ferri mostram invasão de águas na Indústria Costi (atual Quinta do Vale)

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A HORA | Fim de semana, 24 e 25 de abril de 2021

AULAS PRESENCIAIS

Estado muda decreto e confirma a reabertura das escolas Queda nos números da pandemia e importância do ensino são as justificativas centrais para permissão de atividades presenciais na Educação Infantil e séries iniciais do Fundamental. Entidades contrárias ao retorno em bandeira preta avaliam ingressar na Justiça para barrar decisão. No Vale, municípios organizam rede pública para atendimentos. Escolas privadas já reabrem segunda FILIPE FALEIRO filipe@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

C

om alterações no decreto de distanciamento controlado, o governador Eduardo Leite autoriza o retorno das atividades presenciais nas escolas mesmo em regiões com bandeira preta. A medida cria o modelo de cogestão na educação, o que possibilita que municípios e também a rede particular reabram as escolas de Ensino Infantil e dos anos iniciais do Fundamental já a partir de segunda-feira, dia 26.

Os detalhes da alteração constam em edição extra do Diário Oficial do Estado e significa que as atividades presenciais de ensino só poderão ocorrer nas regiões classificadas em bandeira preta quando os protocolos municipais permitirem aplicação das regras da bandeira vermelha. “É muito importante que tenhamos o retorno das aulas de forma híbrida, com atividades presenciais com protocolos e distanciamento. Para isso, a educação foi incluída no sistema de cogestão. Isso significa que, embora o Estado esteja em bandeira preta, que serve de alerta para a população, os municípios podem aplicar as regras mais brandas, de bandeira vermelha, e assim possam fazer a retomada”, destacou o governador.

Os detalhes da alteração foram apresentados no fim da manhã de ontem em transmissão ao vivo pelas redes sociais. Pela análise do gabinete de crise, o RS tem reduzido a ocupação de leitos de UTI e também na taxa de contágios.

Além dessa redução nos indicadores da pandemia, o Executivo gaúcho também considera o ensino, em especial na alfabetização, uma necessidade. Por esse motivo, os dois níveis (Ensino Infantil e Fundamental séries iniciais) foram priorizados para atividades presenciais neste momento.

Reabertura na Justiça Pela análise da ProcuradoriaGeral do Estado (PGE), as regras da cogestão no ensino possibilitam a reabertura dos colégios já na próxima semana, apesar de li-

RAMIRO BRITES

minar expedida que suspende os atendimentos. Pelo entendimento do governo, o decreto respeita a decisão judicial que impede as aulas na bandeira preta ao criar a cogestão para regiões com protocolos de bandeira vermelha.

Conforme o governador, as escolas devem cumprir os protocolos sanitários, como distanciamento entre alunos e ocupação das salas de aula. Esse entendimento do Piratini foi encaminhado ao Tribunal de Justiça. Além disso, o Estado aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que busca suspender as decisões judiciais e demais atos que impedem a retomada das atividades presenciais.

Manobra, diz Cpers O sindicato que representa os professores das escolas públicas do Estado afirma que a medida é uma manobra. “O Cpers espera que a liminar seja preservada e mantém a posição quanto ao alto risco do ambiente escolar”, diz a presidente Helenir Aguiar.

O assunto foi debatido pelo Conselho Geral, para verificar a possibilidade de uma nova ação judicial contra a cogestão na educação. O encontro ocorreu após o fechamento desta edição. Pelo entendimento do Cpers, a ampla vacinação dos servidores da educação, mais recursos humanos e estratégias de testagem, rastreamento e monitoramento dos casos são condicionantes mínimos ara um retorno seguro.

Decisão salutar, avalia Sinepe O Sindicato do Ensino Privado (Sinepe), considera a inclusão desse mecanismo de aulas no RS um avanço. “Saudamos a decisão do Governo em incluir o setor educacional no sistema de cogestão, e assim permitir a reabertura das escolas durante a vigência da bandeira preta”, salienta o presidente da entidade, Bruno Eizerik.

O dirigente ressalta que o retorno à presencialidade não é obrigatório e que as instituições privadas cumprem rigorosos protocolos sanitários, a fim de garantir o máximo de segurança possível à comunidade escolar.

Escolas da rede privada da região confirmam volta do atendimento presencial já para segunda-feira. Na casa de Milene Behs, 38, e de Lívia, 4, sentimento é de expectativa

PELO VALE Lajeado Com a permissão, a rede pública municipal estipula a reabertura para quarta-feira, dia 28. O funcionamento será em um turno, com dois grupos. Cada um terá cinco encontros em semanas intercaladas.

Estrela Em reunião na tarde desta sextafeira, o município decidiu pela reabertura já na segunda-feira,

O que diz o decreto

dia 26, com 50% da ocupação nas salas de aula.

há data prevista para reabertura

Teutônia

Arroio do Meio

A previsão é de retorno da rede pública municipal na quarta-feira, dia 28. O formato de atendimento ainda está em análise pela equipe do governo e da Educação.

Taquari Governo e a procuradoria do município debatem formato. Não

Na segunda-feira, o governo e a equipe da Educação se reúne para definir uma data para volta das atividades presenciais.

Encantado A organização do formato de atendimento será feita ao longo da próxima semana.

DETALHES

Serão permitidas atividades presenciais de ensino e cuidados de crianças nos seguintes casos: • educação infantil, aos 1º e 2º ano do Ensino Fundamental; • plantões para atendimento aos alunos de Ensino Médio Técnico Subsequente, de Ensino Superior e de pós-graduação; • estágio curricular obrigatório, de pesquisas, laboratoriais e de campo, e de outras consideradas essenciais para a conclusão de curso e para a manutenção de seres vivos, conforme normativa própria; • cursos de ensino profissionalizante, de idiomas, de música, de esportes, dança e artes cênicas, e de arte e cultura (chamados cursos livres).

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Todo o RS segue pintado de preto pela nona semana Apesar de redução de 24% no número de óbitos, estado permanece em risco máximo de contágio de coronavírus por conta da pouca disponibilidade de leitos ESTADO

O

RS entra na nona semana consecutiva com bandeira preta no Distanciamento Controlado.

O mapa da 51ª rodada, com as 21 regiões Covid classificadas no nível mais alto de risco, foi divulgado ontem e tem vigência até 3 de maio.

Como todas as regiões estão em cogestão, podem ser adotados protocolos até o nível de bandeira vermelha.

Nesta rodada, houve melhora, na média estadual, no número de internados em leitos clínicos (-12%) e em UTIs (-10%). O número de registros de óbitos reduziu 24% em relação à semana passada.

Mesmo com a melhora em indicadores da pandemia, todo o RS ficou na bandeira preta devido à trava de segurança do modelo que coloca as regiões nessa cor mesmo que alguma tenha ficado com a média mais baixa. A salvaguarda da bandeira preta é acionada quando a relação entre leitos de UTI livres e ocupados por pacientes de Covid-19 baixa de 0,35.

Nesta rodada, o índice ficou em 0,25.

Com uma média de ocupação de leitos de UTI de 85,5%, o Estado tem 2.010 pacientes suspeitos e confirmados com Covid-19 em unidades de terapia intensiva.

Devido a gravidade do cenário, o mapa divulgado nessa sexta-feira, 23, já é definitivo. O governo estadual não permite o envio de pedidos de reconsideração. Também segue suspensa a Regra 0-0, a qual determina que os municípios sem registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias poderiam adotar protocolos de bandeira imediatamente inferior. A cogestão regional, por sua vez, está permitida.

Números do Vale A região de Lajeado, que contempla a maior parte dos municipios do Vale do Taquari, apresentou estabilidade na avaliação dos indicadores que abrangem dados específicos da região.

A pressão sobre a capacidade do sistema de saúde estadual e macrorregional, indicada pela salvaguarda de bandeira preta, mantém a avaliação da região em bandeira preta.

As três áreas que formam a macrorregião dos Vales apresentam os piores desempenhos ao analisar os 11 indicadores que compõem as notas da região.

As médias ponderadas de Cachoeira do Sul, Santa Cruz do Sul e Lajeado estão empatadas como as piores do estado. As três regiões têm nota 1,88.

Novo Hamburgo apresenta o melhor desempenho com 1,38.

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A HORA | Fim de semana, 24 e 25 de abril de 2021

ARQUIVO A HORA

UM ANO DO 1º ÓBITO

“Temos certeza que ela está lá em cima, olhando por nós”

RAMIRO BRITES

Primeira morte pelo novo coronavírus aconteceu em 23 de abril de 2020. Um ano depois, família de Elmira Vieira relembra angústias e busca na fé a força para superar a dor da perda

Imunização segue para idosos com 61 anos completos ou mais

Lajeado faz drive-thru de vacinação no sábado

FILIPE FALEIRO filipe@jornalahora.inf.br

RAMIRO BRITES ramiro@grupoahora.net.br

VALE DO TAQUARI

A

região completa um ano da primeira morte por covid-19. Se trata de Elmira Vieira, 86, moradora de Lajeado. O óbito foi em 23 de abril de 2020. “Para nós foi um choque.

Não imaginávamos. Víamos as notícias, da doença, mas nunca esperamos que fosse acontecer com a gente”, diz a filha, Beatris, 56.

Relembrar essa data ainda é motivo de dor. “Às vezes parece que não foi verdade, como se eu fosse encontrá-la. É um sentimento difícil de explicar. Não sei se é saudade, se é a dor da perda, enfim.” Beatris encontra conforto na fé. “Um ano sem a minha mãezinha. Mas temos certeza que ela está lá em cima, com Deus, e olhando por nós.”

Até hoje ela se lembra da última vez que viu a mãe. “Fiquei com ela na UPA. Ela começou a piorar. Entrei na ambulância junto e fomos até o hospital, quando ela entrou, nunca mais a vi.” A família não pode fazer o velório. “O que fica disso tudo também são os bons momentos. Em vida, fizemos tudo o que estava ao nosso alcance.”

Neste um ano do primeiro óbito registrado no Vale do Taquari, dados da Secretaria Estadual de Saúde apontam que houve um total de 712 vítimas da doença. O municí-

Mãe de Beatris Vieira foi a primeira vítima da covid-19 no Vale do Taquari. De lá para cá, são mais de 710 óbitos

CIDADES COM MAIS MORTES

170 • LAJEADO 70 • TEUTÔNIA 65 • ESTRELA 60 • TAQUARI 48 • ENCANTADO pio de Lajeado tem o maior número de mortes, com 170. Em seguida aparece Teutônia, com 70, e Estrela, com 65.

Ano de mudanças A pandemia exigiu transformações. Aulas presenciais suspensas, aglomerações proibidas, restrições para realização eventos sociais e novas regras para atendimento em saúde nos hospitais, postos de saúde e unidades de emergência.

Tudo para frear o risco de um colapso no atendimento em saúde. Todos os profissionais dos hospitais, postos e emergências

CIDADES COM MENOS MORTES

5 • SANTA CLARA DO SUL, ILÓPOLIS e MARQUES DE SOUZA 4 • ANTA GORDA 3 • DOUTOR RICARDO, IMIGRANTE, RELVADO, POUSO NOVO e CANUDOS DO VALE

2 • COQUEIRO BAIXO e CAPITÃO 1 • POÇO DAS ANTAS e DOIS LAJEADOS tiveram de adotar novos protocolos. Foi uma reviravolta, pois tudo era novo e desconhecido.

O período marca também novas formas de trabalho e impactos na economia. Depois de abril, maio e junho de muitas incertezas, com decisões de fechar empresas, lojas, restringir atendimentos e produção na indústria, houve um avanço expressivo do desemprego e nas falência.

Os setores mais atingidos foram os serviços e o comércio. Na análise da Fecomércio, o período de desafios fez com que se acentuassem desigualdades, em que as pequenas e médias empresas são as que mais sofrem.

Com a terceira onda da covid, o governador Eduardo Leite determinou três semanas de restrições.

O que trouxe descontentamento por parte dos representantes do comércio dito não essencial.

Na indústria, o primeiro semestre de 2020 foi de queda na produtividade. Quando houve mais condições, com queda nos contágios e equilíbrio dos casos, o setor se mostrava em crescente recuperação.

Para entidades como a Fiergs, o rombo só não foi maior devido às políticas governamentais, como suspensão de contratos, antecipação de férias e autorização para redução da jornada de trabalho.

Aplicação das vacinas ocorre no Parque do Imigrante, das 8h às 14h LAJEADO

Com a chegada de novas doses de vacina contra a Covid-19, o município de Lajeado dá continuidade à imunização de primeira dose neste sábado, 24. O público-alvo segue sendo os idosos com 61 anos completos ou mais, que ainda não foram completamente atendidos.

A vacinação ocorrerá exclusivamente no Parque do Imigrante, no modo drive-thru, das 8h às 14h, sem fechar ao meio-dia. No local também estará ocorrendo a aplicação da segunda dose para qualquer pessoa que estiver na data de completar o esquema vacinal. Neste caso, é necessário levar a carteirinha de vacinação para comprovar a data da primeira dose.

Lajeado recebeu 300 doses da Coronavac para 2ª dose, 435 doses da Astrazeneca também para 2ª dose e outras 930 doses da Astrazeneca para aplicação da 1ª dose.

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A HORA | Fim de semana, 24 e 25 de abril de 2021

DIVULGAÇÃO

Loteamento Comercial e Residencial Safira está localizado na RSC-453, com fácil acesso para Cruzeiro do Sul e Lajeado

Avançam as obras do Loteamento Safira VALE DO TAQUARI

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mpreendimento realizado pela Construtora Diamond, o Loteamento Safira ganha forma com o avanço das obras. Perto da natureza e distante 15 minutos do Centro de Lajeado, o espaço une áreas comerciais e residenciais às margens da RSC 453, entre Lajeado e Cruzeiro do Sul. Com ruas internas pavimentadas com asfalt, o empreendimento tem localização estratégica, com fácil acesso para ambas as

cidades. São 14 lotes comerciais com áreas de 1.000m² à 1.430m² de frente para a Rodovia, planejados para proporcionar ampla área de manobra para caminhões, além de pátio com estacionamento para clientes e colaboradores.

Integram o loteamento outros 75 lotes residenciais com áreas de 360m² à 490m², em uma região tranquila, rodeada pela natureza e com fácil acesso para as principais rodovias. Para mais informações, entre em contato com o nosso plantão de vendas pelo: (51) 99990.0998 (whatsapp).

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Resumo da novela Império

Vicente ajuda João Lucas e Du. José Alfredo não consegue dormir pensando no álbum de recortes. Cristina se preocupa com Cora. O segurança consegue libertar Cora do armário. Maria Marta encontra Cora nos corredores da empresa. José Alfredo fica furioso ao saber que Maria Marta levou Cora em casa. Xana encontra a gangue e obriga o líder a devolver o que roubou de João Lucas. José Alfredo e Maria Marta veem João Lucas sair da casa de

Xana. José Alfredo leva o filho mais novo para fazer exames. José Pedro reclama da possibilidade de ter mais uma irmã e Maria Clara o repreende. Vicente pede o telefone de Cristina para Xana. Cora lembra que deixou o álbum de recortes na Império e corre para resgatá-lo. José Alfredo recebe notícias de João Lucas e avisa a Maria Marta. José Alfredo se emociona quando João Lucas cochila em seus braços. Maria Marta oferece dinheiro a Cristina.

OBITUÁRIO MARIA AMÁLIA GONÇALVES ESPÍNDOLA, 71, faleceu sexta-feira, 23, em Lajeado. Sepultamento foi no Cemitério Municipal do bairro Florestal, em Lajeado.

HEDA BOGNER, 84, faleceu sexta-feira, 23, em Teutônia. Sepultamento foi sábado, 24, no Cemitério Evangélico de Canabarro, em Teutônia.

Para informar falecimentos:

• WhatsApp: (51) 92487689 • Fone: 3710 4200 • E-mail: centraldejornalismo@grupoahora.net.br

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS Cruzadas

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL www.coquetel.com.br / © Revistas COQUETEL Roma Desenho animado e história em quadrinhos japoneses, respectivamente

É captada Recurso de modernos fones de ouvido pelo drone Cidade mexicana que sediou o Pan de 2011

Qualquer cerimônia de cunho simbólico Pessoa apegada aos bens tangíveis

Rio sagrado no Egito Antigo

(?) Tzu, estrategista e filósofo chinês

Pequena porção (de sal) Mikkey (?), baterista Estrela, em inglês

Piloto, em inglês Estou (pop.)

Indício facial de noite mal dormida

Intriga Muito boa (a comédia)

Mesa pagã destinada a sacrifícios

(?) anabolizante: bomba (gíria) Possuir Estado natal de Zagallo (sigla) Divisão do prédio do presídio

(?) Paes, atriz brasileira

Coletivo de "abelhas" Instrumento musical Estudava (o texto)

Técnica que promove a filtragem do sangue

Objeto despachado no "check-in" Tiro a vida de Vaso sanitário

Onomatopeia do vidro quando quebra

Atitude típica do fanfarrão Excelente; magnífica Puxar para cima

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21/03 a 20/04 21/03 a 20/04 21/03 a 20/04 21/03 a 20/04 21/03 a 20/04 21/03 a 20/04

N

M

E

E L A

Solução

Unidas, em "ONU" Planta, em "caatinga" Timothy Dalton, ator galês

E

O

"Rico (?) à toa" (dito)

T

Excelente; magnífica Puxar para cima

O

D

Tiro a vida de Vaso sanitário

D

Objeto despachado no "check-in"

G

O

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Divisão do prédio do presídio

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Estado natal de Zagallo (sigla)

I D A A L X A J M A A R L A A C T A D A

Mesa pagã destinada a sacrifícios

O E T E R T R A M A E I R A R A E N L I R A L I S E I S A L A T O A A T EN T R S I I O R M E N M P A N A

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H I L A R I A N T E

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(?) Tzu, estrategista e filósofo chinês

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T A L D A I T A L I A

N G S U A O I D A A L X A J M A A R L A A C T A D A

É captada Recurso de modernos fones de ouvido pelo drone Cidade mexicana que sediou o Pan de 2011

N I L O

R I I M EE M A T A D A O T G A E ST E R T R A M A E I R A R A E N L I R A L I S E I S A L A T O A A T EN T R S I I O R M E N M P A N A

© Revistas COQUETEL

21/03 a 20/04 21/03 a 20/04 21/03 a 20/04 21/03 a 20/04 21/03 a 20/04

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Solução

H I L A R I A N T E

3/dee — sun. 4/star. 5/pilot. 7/diálise — la

DAS DIRETAS

BANCO

3/dee — sun. 4/star. 5/pilot. 7/diálise — latrina. 9/empanadas — esteroide. 11/guadalajara.

PEIXES: Nos momentos livres, tende a buscar atividades de lazer.

Bom dia para fazer exercícios físicos e esportes.

"Os (?) justificam os meios", frase atribuída a AngustiaMaquiavel do (fig.)

Espécie de pastel de origem espanhola (pl.)

P

VIRGEM: Cautela pra não se decepcionar ou magoar os coleguinhas e ser cancelado(a) pela turma, virginiane.

AQUÁRIO: Saúde firme e forte, embora possa pintar febre, inflamação, dor de cabeça, cirurgia, doença aguda e rápida ou dolorosa.

Timothy Dalton, ator galês

"Rico (?) à toa" (dito)

O

LEÃO: Se depender dos astros, pode se sentir confortável pra mostrar toda a sua paixão pelo mozão. Eita, que delícia!

CAPRICÓRNIO: Se precisa perder peso para ficar mais saudável, a Lua Crescente avisa que é mais difícil alcançar o objetivo durante essa fase.

Objeto de estudo da acústica

D

CÂNCER: Na saúde, como tende a guardar suas emoções e engolir sapos, há risco de ter problemas digestivos, úlcera ou gastrite.

SAGITÁRIO: Contando com bom gosto, pode se dar bem ao lidar com moda, cosméticos, design ou produtos de higiene.

Unidas, em "ONU" Planta, em "caatinga"

Meticulosa (a análise dos fatos)

G

GÊMEOS: Tudo indica que irá se esforçar para ganhar mais dinheiro, mas talvez não leve esse espírito guerreiro ao longo do dia.

ESCORPIÃO: Se for ficar em casa estudando ou tiver aula na faculdade, tudo indica que sua mente estará ativa, inquieta e dedicada.

Entrar de (?): ser enganado (pop.)

F

TOURO: No amor, tensão no ar.

Deve ficar mais sensível e se irritar fácil, fácil, aí será um pulo para as tretas com seu amorzinho.

LIBRA: Tende a exercer sua profissão com muita garra e dedicação, mas há sinal de instabilidades e intrigas. Tá amarrado!

C A P I T A L D A I T A L I A

ÁRIES: Marte migra para a sua Casa da Família e você vai esbanjar pique no lar. Tende a aproveitar o tempo para fazer consertos.

21/03 a 20/04

HORÓSCOPO

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FUTSAL

JUNIO NUNES/DIVULGAÇÃO

DOS GRAMADOS PARA O APITO

DIVULGAÇÃO

Alexandre Horn se formou no curso de árbitro da Liga Gaúcha de Futsal

União Corinthians tem a chance de recolocar a equipe santa-cruzense no play-off de uma competição nacional adulta após mais de 20 anos

BASQUETE

EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

UNIÃO CORINTHIANS EMBARCA PARA DISPUTA DO BRASILEIRO

T

oda a competição esportiva precisa ter além de atletas, técnicos e dirigentes, uma figura central de ponderação e ajuizamento das disputas: o árbitro. Um personagem que é responsável direto pelas ações que ocorrem dentro de campo. Mesmo com muitas dificuldades, algumas pessoas ainda buscam seguir essa carreira.

Esse é o caso de Alexandre Horn, 40.

Natural de Lajeado, o foco sempre foi ser jogador de futebol, mas uma grave lesão o tirou dos gramados.

Sem poder contribuir em campo, decidiu treinar algumas equipes amadoras, mas aos 33 anos, após uma conversa com o jornalista José Roberto Gasparotto, optou pela arbitragem.

Em função da idade optou em ficar nos jogos amadores e não quis tentar uma oportunidade na Federação Gaúcha de Futebol.

Indagado se passou pela cabeça desistir de ser árbitro, Horn comenta que sim, em virtude de algumas situações que ocorrem no meio esportivo. “Sigo pelo amor ao futebol, pois hoje uma partida só é realizada se tiver árbitro, além disso o carinho que se recebe em muitos lugares me dá energia para continuar.”

Horn relata que para ser árbitro, a pessoa tem que ser corajosa, pois passam por momentos difíceis no campo e quadra. “Qualquer um api-

Horn teve início no amador e agora dará um passo a mais na carreira, fazendo parte do quadro de árbitros da Liga Gaúcha

ta, mas na hora de jogos decisivos a adrenalina sobe no jogador, treinador, torcida e nessa hora o árbitro precisa crescer.”

ESPECIALIZAÇÃO NO FUTSAL Após um convite do árbitro federado Fernando Henz, Horn optou em fazer o curso de arbitragem da Liga Gaúcha de Futsal. A inscrição foi feita no último dia, por insistência de Henz. Na formatura realizada na quarta-feira, foi um dos quatro oradores escolhidos pela turma. “Agora fico na expectativa da primeira escala.”

O início no futsal será nos jogos das categorias de base, depois a evolução será gradual até chegar na Série Ouro. “A evolução depende

apenas do meu trabalho.”

Sobre o curso, o árbitro explica que ele é inovador e desafiante, pois as aulas foram EAD. “O resultado foi ótimo, pois de 162 alunos, 118 conseguiram se formar.”

Para seguir como árbitro da Liga Gaúcha, Horn precisará conciliar o trabalho como vendedor, as atuações no amador e a família.

Por falar em família, ela sempre apoiou, principalmente depois do nascimento do filho Lucca. “Ele já gosta de uma bola e não tem 1 aninho. Vou sempre fazer tudo por ele, dar o meu máximo em campo ou quadra pra chegar em casa e ver o meu troféu, a minha família.”

Além de Horn, a região terá outros três árbitros formados nesse curso: Jonathan Camargo, de Anta Gorda, Álvaro Ruggeri, de Sério e Léo Bagnara, de Muçum.

A equipe União Corinthians, que representa o Rio Grande do Sul no Campeonato Brasileiro de Clubes de Basquete, viajaou na quarta-feira, 21, à cidade de Brusque, para a conclusão da primeira fase da Conferência Hélio Rubens.

Além das partidas do returno, o time ainda disputou os confrontos contra o ADRM/ Maringá e o Brusque/ARADEFE, que ocorreram na quinta e sexta-feira, respectivamente.

As demais disputas do torneio vão acontecer entre os dias 25 e 30 de abril, também na cidade catarinense.

Nesse momento, a equipe santa-cruzense ocupa a segunda posição da Conferência, com seis pontos conquistados em três partidas, atrás apenas do invicto NBPG Ponta Grossa. Em busca da classificação direta para a próxima fase, o treinador Athos Calderaro

confirma a confiança no grupo. “Não vemos a hora de estar jogando, pois estamos há praticamente dois meses só treinando. Trabalhamos com metas curtas para chegar num objetivo principal que é lá no final.

Durante o período de preparação para a retomada das disputas (interrompidas em virtude das restrições da pandemia da Covid-19), a equipe realizou jogos-treino contra a equipe do Flamengo Blumenau, conquistando duas vitórias. Esta será a primeira vez que Calderaro terá o plantel completo de jogadores à disposição.

EXPECTATIVA Com a chance de recolocar a equipe santa-cruzense no play-off de uma competição nacional adulta de basquete após mais de 20 anos, o técnico reforça a expectativa do grupo: representar da melhor maneira possível um clube com a dimensão do União Corinthians.

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DIVULGAÇÃO

EZEQUIEL NEITZKE

ezequiel@jornalahora.inf.br

LAJEADENSE 110 ANOS

M Internacional volta a encarar o Vitória, equipe que foi sua algoz na Copa do Brasil de 2018

COPA DO BRASIL

CAMINHOS TRAÇADOS

Sorteio define Grêmio x Brasiliense e Inter x Vitória na terceira fase EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

A

dupla Gre-Nal conheceu na sexta-feira os adversários na terceira fase da Copa do Brasil. O Tricolor encara o Brasiliense, enquanto que o Colorado pega o Vitória. As partidas de ida devem ocorrer na primeira semana de maio.

Neste ano, diferentemente do que ocorria desde 2013, os clubes participantes da Libertadores entram na terceira fase de mata-mata do torneio, e não mais nas oitavas de final. Agora, portanto, serão dez jogos até a taça e o prêmio de R$ 56 milhões pagos ao campeão.

Não há chaveamento previamente definido para as próximas etapas, com outro sorteio a ser realizado que apontará quais equipes se enfrentarão nas oitavas de final. A classificação às oitavas, inclusive, rende um bônus de R$ 1,7 milhão aos 16 times avançarem.

TERCEIRA FASE

Grêmio x Brasiliense Vitória x Internacional Cianorte x Santos Vilanova x Bahia CRB x Palmeiras 4 de Julho-PI x São Paulo Fluminense x Bragantino Fortaleza x Ceará América-MG x Criciúma Remo x Atlético-MG Avaí x Athletico-PR Corinthians x Atlético-GO Cruzeiro x Juazeirense Coritiba x Flamengo Chapecoense x ABC Boavista x Vasco

ADVERSÁRIOS DA DUPLA O Internacional volta a encontrar o Vitória na terceira fase da Copa do Bra-

sil. Em 2018 foi eliminado após vitória em casa por 2 x 1 e derrota fora por 1 x 0. Com o resultado, a decisão foi para os pênaltis e os baianos venceram por 4 x 3. Antes disso, os times se enfrentaram nas oitavas de final de 2004, na ocasião o Vitória venceu na Bahia por 3 x 1 e empatou em Porto Alegre em 1 x 1. O primeiro confronto será em Salvador.

Já Grêmio e Brasiliense se encontram pela primeira vez em uma competição nacional. A equipe de Brasília tem atletas conhecidos em seu elenco como os atacantes Jorge Henrique e Zé Love.

O primeiro jogo será em Porto Alegre e o decisivo no Distrito Federal.

CLÁSSICOS NACIONAIS Além dos confrontos da dupla Gre-Nal, a quarta fase terá dois clássicos regionais e dois nacionais. O principal deles é o Clássico-Rei entre Fortaleza e Ceará. Há também o jogo entre os cariocas Vasco x Boavista.

Já Fluminense x Bragantino e Corinthians x Atlético-GO são os confrontos entre times da primeira divisão do Campeonato Brasileiro.

inha relação com o Lajeadense sempre foi de amor e ódio. Muitas vezes fui mal interpretado por algumas opiniões mais fortes. Em outras ocasiões fui parabenizado. O que é do jogo. A profissão exige que nos manifestamos, mas meu nome nunca foi unanimidade no clube, seja por torcedores, por jogadores, ou até mesmo pela direção. Porém, na sexta-feira o

clube completou 110 anos, algo que poucos times conseguiram.

Nesse espaço quero dar meus parabéns ao Alviazul. Parabéns pela belíssima história que tem e também parabenizar todos que acreditam no projeto. Não é fácil fazer futebol no país, principalmente no interior.

Que o Lajeadense tenha vida longa e que em um futuro próximo possamos ver o clube novamente na elite do Gauchão e disputando a Copa do Brasil.

NA BUSCA DA GLÓRIA Jaque Weber segue em busca de uma vaga para os Jogos Olímpicos. Neste fim de semana participa da Taça Cidade de Bragança Paulista. A atleta viajou à São Paulo na sexta-feira. A disputa das provas de 1500m será no sábado e a dos 800m no domingo. Hoje, Jaque é a segunda colocada no ranking nacional dos 800m, muito próximo da vaga.

QUAL A DIFERENÇA? Nessa quinta-feira, o comitê de crise do Rio Grande do Sul voltou atrás e liberou a disputa de partidas de futebol à tarde.

Mas gostaria que alguém me explicasse o motivo de ter vetado os jogos à tarde por tanto tempo.

Muitos vão dizer: “Mas Zique, os torcedores podem se aglomerar em bares para assistir as partidas, ou nas proximidades do estádio.” Tudo bem, até entendo que isso poderia acontecer em jogos da primeira divisão, mas não vem me dizer que o mesmo ocorreria na terceira divisão do Gauchão. Em um mundo normal, sem pandemia, os jogos

quase não tem torcedores, imagina agora, a representatividade de muitos é pífia. Essa decisão do comitê de crise do Rio Grande do Sul afetou todas essas equipes.

Todas tem um orçamento enxuto e programado para um período, imagina agora ter que pagar um ou dois meses a mais de salários, testes para covid e outras despesas. Não é por nada que dos 18 times que estavam programados para disputar o torneio, cinco já desistiram. Não será surpresa se até o começo do torneio, mais clubes venham desistir. Lembrando que a terceirona era para iniciar no dia 4 de março.

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SÉRGIO R. SANT’ANNA

LUCAS REDECKER Deputado Federal PSDB/RS

Penas mais rígidas aos crimes de filicídio, matricídio e patricídio

N

o início de março, o Brasil começou a acompanhar o desenrolar do caso envolvendo a morte do menino Henry Borel, de apenas 4 anos. A polícia investiga a mãe e o padrasto do garoto, suspeitos de causarem a morte da criança. À medida que as investigações do caso avançam, mais chocados ficamos por se tratar de um crime grave de violência envolvendo uma criança. Infelizmente, casos como esses são mais comuns do que deveriam e com a pandemia, os números de denúncias de violência contra menores, idosos e deficientes ficaram mais evidentes, recorrentes e registraram aumento.

Dados do Sistema Nacional de Proteção à Infância, divulga-

“Tais crimes devem ser tratados de forma especial pelo Direito Penal e não como um homicídio ‘normal’” dos em setembro passado, informaram que houve um aumento nos casos de violência infantil desde março de 2020, mês em que a pandemia começou a se agravar no Brasil.

Por isso, para que punições mais severas sejam aplicadas em crimes como o do caso Henry, apresentei o Projeto de Lei 1114/2021 que estabelece a espécie qualificada, ao homicídio, dos crimes de patricídio, matricídio e filicídio e equipara os delitos cometidos por enteado, madrasta e padrasto, com penas que variam de 15 a 40 anos.

Atualmente, os crimes de homicídio

Publicitário e professor da Faculdade La Salle

ARTIGO

simples, sejam eles cometidos por pais, mães ou filhos, ou por qualquer pessoa, recebem penas que variam de seis a 20 anos, a depender do caso. Caso o homicídio seja qualificado pela forma utilizada para o delito ou pelo motivo que impulsionou o ato, como o caso de motivo fútil ou emprego de veneno, as penas aplicadas variam de 12 a 30 anos.

No homicídio simples, se o agente comete o crime por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Crimes cometidos por pai ou mãe contra os filhos, ou crimes cometidos por filhos contra os pais, precisam ter penas mais rígidas. Tais crimes devem ser tratados de forma especial pelo Direito Penal e não como um homicídio “normal”, tamanha é a repulsa moral causada diante do atentado contra a vida de uma pessoa que ocupa posição singular e salutar na vida do assassino.

Trata-se de violência trágica e de extrema gravidade, à qual o Estado deve impor sanção equivalente e justa. É a sensação de impunidade que faz com que os delinquentes não tenham medo algum de cometer seus crimes e é isso que não queremos mais ver se repetir no nosso país.

O projeto de lei também acrescenta uma equiparação na hipótese dos crimes serem cometidos por padrasto, madrasta e enteado ou equiparados, tendo em vista que assumem papel fundamental na vida de crianças e jovens, no caso de padrasto e madrasta. O que se espera é que esses devem, portanto, acolher, educar, proteger e amar. Assim, como o enteado, por ter sido criado por madrasta ou padrasto, assume a condição de cuidador.

São razões que entendo que sejam estas as punições adequadas e proporcionais a serem dadas a esses crimes.

A

ARTIGO

O maior quiprocó

origem da expressão é o latim medieval quid pro quo, que significa “uma coisa pela outra”, um tipo de “toma lá, da cá”, alguma troca de favores ou compensação. Aportuguesada, virou “quiprocó”. O Dicionário Houaiss ainda cita o termo como sendo o “livro que existia nas farmácias para indicar as substâncias que deveriam substituir as receitadas pelo médico, caso a farmácia não as possuísse”. Possivelmente, pela confusão que trocas malsucedidas podem causar, quiprocó virou sinônimo de discórdia, desentendimento, engano e erro.

Com o fim da idade média e o florescer do humanismo renascentista, o homem e as suas capacidades ganharam lugar central nos estudos, enquanto a teologia, dominante até então, ficou relegada a um segundo plano. Considerado “o manifesto do humanismo renascentista”, a obra Discurso da dignidade do homem narra uma espécie de fábula, onde Deus, depois de determinar funções específicas

“O que poderia ser o maior quiprocó da paróquia é apenas uma amostra do quanto podemos subir na escala da criação. Apaziguando o que não merece conflito e fazendo mais por nós mesmos.” para todos os seres, se depara com um humano sem lugar definido na escala da criação. O que poderia transparecer limitação ou insignificância, na verdade, torna-se algo especial.

O jovem autor do manifesto, Giovanni Pico della Mirandola (1463-1496) descreve: “Veja, Adão, não vou lhe conceder nenhuma prerrogativa, nem lhe designarei um lugar exclusivo na criação. Os outros seres têm de se ater ao que eu programei para eles, mas você poderá procurar e lavrar seu próprio destino, usando sua liberdade.

Será seu próprio escultor e poderá fabricar com seus atos a imagem que preferir. Poderá subir a escala até o ponto mais alto (...) ou se degradar e descer até as bestas inferiores”.

Giovanni não fazia a menor ideia de onde chegaríamos com nosso potencial criativo e transformador, mas naquele momento buscava retratar a capacidade criadora do homem, nos colocando não apenas como parte da criação divina, mas como um colaborador, alguém superior às demais espécies, porque somos capazes de inventar a nós próprios – para o bem e para o mal.

Nos tempos atuais, com a tecnologia amplamente integrada à nossa vida, o fato de algumas empresas programarem suas assistentes virtuais para responderem a mensagens machistas beiraria o ridículo, se não fosse verdadeira a infâmia de alguns homens que se dedicam a agredir ou assediar até um computador, uma inteligência artificial que, embora possua voz feminina, é desprovida de emoção e pouco se importa com tal comportamento. O fato, embora autêntico, é fichinha diante das incontáveis atitudes que homens e mulheres praticam diariamente, se esvaindo em pecados que deixariam o jovem Pico ruborizado. Comer a fruta sagrada foi apenas um deslize gastronômico, diante do que veio pela frente.

Mas, segundo Mark Tawil, no seu blog desta semana, valorizar o erro é positivo, desde que você o utilize como forma de crescimento, e não como mais um castigo do Cosmo ou do Divino.

O erro só ajuda. Falhar é humano – várias vezes também. “Errar rude” é o problema. E repetir o mesmo erro também. Ainda conforme Tawil, a gente só alcança a excelência quando experimenta diversas vezes o fracasso.

Por outro lado, em termos de acertos, nos últimos dias o Vale do Taquari ganhou repercussão mundial com o Cristo Protetor. Nem cabe mais aqui tecer elogios à sacra iniciativa ou ressaltar o potencial que traz à região, somando-se ao Trem, ao Porto e a tantas outras criações divinas e humanas que ponteiam o Vale. Destaco apenas o embrólio que ia se desenhando, na triste comparação entre os cristos valetaquariense e o carioca – cada qual com sua magnitude e expressão. A peleia se encerrou sem muito começar, servindo sim para projetar ainda mais o fato em construção. O que poderia ser o maior quiprocó da paróquia é apenas uma amostra do quanto podemos subir na escala da criação. Apaziguando o que não merece conflito e fazendo mais por nós mesmos.

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A HORA | Fim de semana, 24 e 25 de abril de 2021

NEY ARRUDA FILHO

ney@jornalahora.inf.br

O

ARTIGO

Seu Oswaldo

ano era 1969, eu tinha seis anos de idade e o cara era amigo do meu pai. O nome dele eu sabia: Oswaldo Carlos. O sobrenome era muito complicado e impronunciável na época. Na verdade, eu não sabia o que ele fazia, se era bombeiro ou advogado, se era fazendeiro ou médico. Sabia que ele era divertido, que criava coelhos, que sempre brincava comigo e dizia coisas engraçadas. Para mim ele era velho, pois tinha filhos, mas parecia criança.

Ele enxergava a vida com os olhos e também com o coração. Isso bastava para que eu gostasse muito dele.

Naquela tarde de primavera, na velha casa da rua Borges de Medeiros, ele me flagrou brincando de “Perdidos no Espaço”, com campo de força ligado e tudo o mais que a imaginação permitia. Foi recebido à bala, ou melhor, a raio laser, como deve ser recebido o invasor de um espaço sideral privado, onde brinca uma criança, com a extensão dos domínios de sua imaginação infinita. Não lembro bem das palavras, mas foi algo assim, “alto lá invasor, não ultrapasse meu campo de força”. Esse diálogo foi transcrito e publicado, com alguns acréscimos e detalhes, na forma de uma entrevista, na edição de outubro de 1969, da revista “Conheça o Vale do Taquari”, no primeiro ano da publicação, seu décimo número. O redator chefe e também o entrevistador era o Seu Oswaldo. Ele me perguntou o que eu queria ser quando crescesse. Respondi, com o ímpeto infantil, que seria advogado, detetive e chefe de polícia. Certamente aquela revista

“Seu Oswaldo, que continuava criança e velho, com seu sorriso fácil e olhar atento, nos deixou ...”

foi o embrião de outras tantas e do Jornal O Informativo, que o Seu Oswaldo capitaneou por muitos anos.

Até domingo, 18 de abril, não me parecia que tanto tempo havia passado. A revista não circula mais, quase todos os anunciantes da época não existem mais, não lembro a última vez que comi um churrasco de coelho, já passei do meio século e o campo de força parou de funcionar. Eu, que era criança, hoje sou criança e velho, tenho filhos e netos, escrevi livros, plantei árvores.

Não fui detetive nem chefe de polícia, me tornei advogado, não por acaso, guiado pelas curvas da vida. Às vezes me arrisco a escrever, sempre guiado pelo coração.

Seu Oswaldo, que continuava criança e velho, com seu sorriso fácil e olhar atento, nos deixou. Nestes anos que se foram, ele construiu um grupo de comunicação regional fortemente inserido nas comunidades onde atua. Muita gente olha pro cara e pergunta como ele conseguiu construir tudo isso. Se perguntassem pra ele, com certeza, ele revelaria os segredos. Certo é que um deles, um dos segredos, já estava lá, naquele bate papo que tivemos, eu com 6 anos, ele com trinta e poucos, naquela ensolarada tarde de primavera de 1969: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. Alguns homens esqueceram essa verdade, mas nós não vamos esquecer, né Seu Oswaldo?

Fim de semana,

24 e 25 de abril de 2021

MÍN: 15º MÁX: 29º

Sol com algumas nuvens.

Não chove.

GAUCHÃO 2021

TUDO PODE ACONTECER NA ÚLTIMA RODADA LUCAS UEBEL

Com todos os jogos no mesmo horário, equipes brigam por liderança, classificação, ou contra o rebaixamento

RICARDO DUARTE

CAETANO PRETTO

YPIRANGA X GRÊMIO O Colosso da Lagoa, em Erechim, recebe a única partida en-

volvendo duas equipes da parte alta da tabela. De técnico novo, o Grêmio precisa vencer para garantir matematicamente a liderança da fase classificatória.

GAUCHÃO CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICADOS

O

final de semana reserva uma rodada emocionante no Campeonato Gaúcho. A 11ª rodada é também a última na fase classificatória. Todas as partidas ocorrem às 21h de sábado e, mais do que isso, nenhuma equipe está com a vida resolvida.

O cenário do Gauchão aponta uma última rodada alucinante.

Todas as equipes buscam algo, seja liderança, classificação ou rebaixamento.

Na ponta de cima, a Dupla Gre-Nal duela pela liderança.

Abaixo deles, Ypiranga, Caxias, Juventude e Aimoré brigam por duas vagas às semifinais.

Do meio da tabela para baixo, todo mundo pode ser rebaixado.

Quem entra na rodada na zona de degola são Pelotas e Novo Hamburgo. No entanto, Esportivo, São Luiz, São José e Brasil de Pelotas também correm risco de rebaixamento.

Tiago Nunes comandará o Grêmio pela primeira vez neste sábado

REBAIXAMENTO

caetano@jornalahora.inf.br

V

E

D GP GC SG

EQUIPES

PG J

Grêmio

21 6 3 1 20 7 13 1

Internacional

20 6 2 2 19 9 10 3

Ypiranga

16 4 4 2 18 12 6

2

Caxias

16 4 4 2 12 10 2

2

Juventude Aimoré Brasil de Pelotas São José

14 4 2 4 12 11 1 5 13 4 1 5 10 14 -4 1

São Luiz

12 3 3 4 10 15 -5 -1

Esportivo

9

2 3 5

Novo Hamburgo

9

2 3 5 12 17 -5 -4

Pelotas

8

1 5 4

12 3 3 4

7 10 -3 -1

12 3 3 4

7 10 -3 -3 9 13 -4 -1 9 17 -8 -4

11ª RODADA SÁBADO – 21H Ypiranga Internacional São Luiz Novo Hamburgo Juventude Pelotas

x x x x x x

Grêmio Esportivo Aimoré São José Brasil de Pelotas Caxias

Já o Ypiranga precisa vencer para classificar sem depender de resultados.

Para a sua primeira partida, Tiago Nunes deve mandar a campo o seguinte time: Brenno; Rafinha, Rodrigues, Ruan e Cortez; Thiago Santos e Matheus Henrique; Léo Pereira (Pepê), Jean Pyerre e Ferreira; Diego Souza.

INTER X ESPORTIVO O Estádio Beira-Rio terá duas equipes com ambições diferentes. O Internacional precisa vencer e torcer contra o Grêmio para terminar a primeira fase na liderança. Já o Esportivo precisa vencer e torcer por resultados para não amargar o rebaixamento.

Com jogo pela Libertadores já na terça-feira, o técnico Miguel Ángel Ramírez pode poupar alguns titulares. O provável time tem: Marcelo Lomba; Heitor (Rodinei), Zé Gabriel, Pedro Henrique e Moisés; Rodrigo Dourado, Edenilson e Praxedes; Carlos Palacios, Patrick e Thiago Galhardo (Yuri Alberto).

Para classificar na liderança, o Inter precisa vencer e torcer contra o Grêmio

O QUE VALE CADA PARTIDA Ypiranga x Grêmio

O Tricolor precisa vencer para garantir a liderança. Já o Ypiranga precisa dos três pontos para garantir a classificação.

Internacional x Esportivo O Colorado precisa vencer e torcer contra o Grêmio para assumir a liderança. Enquanto isso, o Esportivo precisa vencer para não ter risco de rebaixamento.

São Luiz x Aimoré

A equipe de Ijuí precisa empatar para não ter chance de rebaixamento. Já o Aimoré precisa vencer e torcer por derrotas de Juventude, Caxias e Ypiranga para buscar a classificação.

Novo Hamburgo x São José O Noia precisa ganhar e torcer para o Esportivo não vencer para assim fugir do rebaixamento. Já o Zeca precisa pelo menos do empate para não correr risco de queda.

Juventude x Brasil

O Ju precisa vencer e torcer por derrota de Caxias ou Ypiranga para classificar. Já o Brasil foge do rebaixamento com um empate.

Pelotas x Caxias

O Lobo precisa vencer e torcer por derrotas de Novo Hamburgo e Esportivo para fugir do rebaixamento.

Já o Caxias classifica com uma vitória.