A Hora - 13/02/2021

A HORA | Fim de semana, 13 e 14 de fevereiro de 2021 | Ano 18 - Nº 2778 | Fechamento da edição: 19h

Fundado em julho de 2002

Avulso: R$ 6,00 FÁBIO KUHN

HORA DE CONTINUAR A

DUPLICAÇÃO Às vésperas de iniciar a obra na BR-386, A Hora relembra a saga da região para garantir a 2ª pista entre Estrela e Tabaí RODRIGO CONTE/DIVULGAÇÃO

A

duplicação da BR avança a partir da próxima segunda-feira, quando iniciam os trabalhos entre Marques de Souza e Lajeado. Trata-se da continuidade de uma conquista histórica, resultante de uma ampla e persistenARQUIVO A HORA

13 MORTES NA BR

Tragédia impulsionou movimento

FÁBIO KUHN

INTEGRAÇÃO REGIONAL

Mobilização histórica uniu o Vale Páginas 5, 6 e 7

OPINIÃO ADAIR WEISS

Pandemia e sensatez Somos capazes de nos comover com a covid-19. E com a fome?

OPINIÃO RODRIGO MARTINI

Nova delegada regional Perfil e experiência de Shana Luft Hartz são muito bem-vindos ao Vale.

te mobilização de líderes regionais, que uniram esforços por melhores condições logísticas e de segurança aos motoristas de uma das principais rodovias do RS. Em reportagem especial, A Hora resgata as memórias e lições desse processo.

DE MARQUES A LAJEADO

Obras prestes a começar

Página 2

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A HORA | Fim de semana, 13 e 14 de fevereiro de 2021

ABRE ASPAS

EDITORIAL

“Esse ‘obrigado’ é melhor do que qualquer dinheiro” BIBIANA FALEIRO

A cozinheira Maria de Lurdes Carvalho Machado, 54, é moradora do bairro Santo Antônio e faz cerca de 10 anos que reserva seus domingos para cozinhar e entregar almoços para pessoas carentes na vizinhança. Os alimentos são comprados por ela ou conseguidos por meio de doações. Seu sonho é construir um espaço onde os moradores do bairro possam ter abrigo.

BIBIANA FALEIRO bibianafaleiro@grupoahora.net.br

Quando surgiu a ideia de fazer os almoços?

Eu tinha um filho dependente químico que foi morar nas ruas.

Eu saía para procurar ele depois do serviço para levar comida e daí tinha sempre outros também. O que sobrava no restaurante meu patrão deixava eu trazer e eu doava para eles. Às vezes eu comprava.

E assim começou. Quanto mais eu fazia, mais gente aparecia. Nunca mais parei. Também comecei a levar roupas, porque no inverno é crítica a situação. A gente está cada vez tendo que levar mais coisas e nunca acaba.

Quem recebe a comida?

Além deles a gente doa para a vila. Bem no fundo do nosso bairro tem um monte de pessoas que são invisíveis para a sociedade, as pessoas não veem eles. Moram na rua, são dependentes, ou são avós que cuidam dos netos. São cerca de 60 pessoas cada vez. Pra ter uma ideia, eu faço 10 kg de arroz e ainda falta.

Você recebe alguma ajuda?

A maioria vem dos clientes do restaurante onde trabalho, na Avenida dos Quinze, ali na frente dos correios.

Eles doam dinheiro. Daí um dá R$ 100, R$ 50, sempre ajudam. E como eu trabalho lá já faz 12 anos, eles me conhecem. O açougueiro leva a carne no restaurante e sempre doa uma parte pra mim. Outras coisas eu compro. Toda doação é bem-vinda. Daí faço molho com batata e carne, arroz, galinhada, carreteiro, massa, às vezes faço feijão com um monte de carne, pão e salada. A igreja que participo, Assembleia de Deus, também começou a ajudar e o pastor às vezes faz um culto lá.

Qual é a reação deles quando recebem a doação?

Quando eu não vou, eles perguntam: “e a tia da comida? A minha camionete eles conhecem de longe, se eu parei, eles já vem vindo com pratos e potes. Comprei um terreno agora, bem lá no fundo onde ficam os esquecidos. Estou arrumando doações para

Contatos eletrônicos: Diretor Executivo: Adair Weiss Diretor de Mercado e Estratégia: Fernando Weiss Diretor de Marketing e Inovação: Sandro Lucas Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

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construir. Se alguém quiser ajudar vamos fazer uma cozinha e um banheiro, colocar piso e telhado. Vamos deixar roupas e calçados pra eles virem tomar banho, se alimentar. Esse espaço é para as pessoas, para as crianças.

Vamos tentar arrecadar fraldas, leite, que são coisas que eles pedem. E nos domingos vou pra lá cozinhar. Quero conseguir sacolinhas de comidas pra eles terem na semana.

Qual é o seu sentimento depois de fazer a ação?

Paz. Eu durmo com meu coração descansado porque fiz meu melhor.

Se um dia Deus me abençoar financeiramente e eu tiver dinheiro, eu digo que se eu ficasse rica eu ia ficar pobre de novo. Eu ia construir um local que as pessoas pudessem dormir, tomar banho, comer. Isso é o meu sonho, e é muito bom pro meu coração, faz muito bem. Fico muito triste de ver as crianças sem nada, de ver as avós sem nada.

E quando a gente dá um alimento eles dizem “obrigado, tia”. Esse ‘obrigado’ é melhor do que qualquer dinheiro.

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Mãos à obra

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diálogo e a persistência parecem ter rendido bons resultados para o Vale do Taquari. Às vésperas de iniciar a obra de duplicação da BR-386, comitiva regional conseguiu adequações singelas mas importantes para a comunidade regional.

Pela sinalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), uma parte da quinta etapa da obra, que iniciaria em 2026, será antecipada de modo que as intervenções previstas na primeira fase, que já começa na próxima semana, não prejudiquem a mobilidade local.

“Embora persistam as queixas pontuais acerca do projeto, é preciso reconhecer a relevância do investimento e de como as condições logísticas da região e do estado serão elevadas a um novo patamar.”

Trata-se de uma adequação relevante, especialmente para o fluxo entre Travesseiro e Marques de Souza, cujas autoridades estavam preocupadas com a extinção da rótula que facilita o trânsito entre as duas cidades, que possuem um vínculo significativo.

Pelo que prometeram os representantes do órgão federal em Brasília, a primeira etapa da obra, portanto, vai incluir a construção de uma nova ponte onde terminaria a duplicação, sobre o Camping do Stackão, e também um novo retorno de nível, para encurtar o deslocamento no perímetro urbano.

Outras adequações ainda são solicitadas no que diz respeito aos viadutos projetados. O município ainda não obteve respostas quanto a esses pleitos, mas como a obra inicia no sentido de Marques a Lajeado, ainda haveria tempo para o avanço das tratativas.

Embora persistam as queixas pontuais acerca do projeto, é preciso reconhecer a relevância do investimento e de como as condições logísticas da região e do estado serão elevadas a um novo patamar. Além de propiciar melhores circunstâncias para o desenvolvimento, a duplicação também promete salvar vidas, ao reduzir os riscos de acidentes de trânsito.

No passado, a parte hoje já duplicada da BR também contou com impasses, judicializações e reclamações pontuais de parte da sociedade e de organizações. Diante de um empreendimento desta envergadura, é natural que isso aconteça. Contudo, com o resultado da obra, resta claro que se trata de uma transformação estratégica e de valor imensurável para o Rio Grande do Sul.

ADAIR WEISS Sugestões, críticas, contrapontos: adairweiss@jornalahora.inf.br

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A HORA | Fim de semana, 13 e 14 de fevereiro de 2021

RODRIGO MARTINI Sugestões, críticas, contrapontos: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

Contra a intolerância

A

19ª Delegacia de Polícia Regional de Interior (19ª DPRI) terá nova titular a partir de quintafeira. No lugar do delegado José Romaci Reis (que assumirá a Delegacia de Pronto Atendimento), assume a unidade em Lajeado a delegada Shana Luft Hartz. Ela vem de Porto Alegre, onde atuava como diretora do Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV). E isso é

Luciano Huck e Eduardo Leite Sobre as eleições presidenciais de 2022, e de acordo com o deputado estadual e presidente do PSDB/RS, Mateus Wesp, a possibilidade de uma dobradinha entre o empresário Luciano Huck e o governador Eduardo Leite está descartada. A possibilidade foi “ventilada” na grande mídia. Mas, para ele, é pura especulação. Em entrevista ao programa

Frente e Verso, nessa sexta-feira, o parlamentar também falou sobre a “costura” para elevar o nome do chefe do executivo estadual gaúcho ao patamar de presidenciável. De antemão, é possível afirmar: a disputa será dura contra o governador de São Paulo, João Dória, que já se autoproclamou candidato à presidência.

Celular na escola muito interessante. Essa unidade da Polícia Civil, criada em 2019, trata de crimes de intolerância racial, sexual, religiosa, entre outras tantas que se tornaram pauta com maior intensidade nos últimos anos. Shana traz essa experiência “nova” para o Vale do Taquari, e isso é muito positivo. Tais crimes costumam ser velados. E ter uma especialista na área é fundamental para amenizar os problemas.

Deputados para o Vale O assunto esquenta nos bastidores. A necessidade do Vale do Taquari contar com representantes na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal é cada vez mais latente. Nos bastidores, os nomes de Emanuel Hassen de Jesus (PT), o Maneco, e Douglas Sandri (NOVO), surgem como dois grandes expoentes para o pleito do ano que vem. Da mesma forma, o nome do prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo (PP), começa a ganhar força como possível postulante ao cargo de Deputado Federal. Por ora, ele descarta deixar a prefeitura lajeadense em 2022. Mas tudo pode mudar.

Deputados para o Vale II Como é de costume, partidos devem lançar candidaturas próprias. Mas com mudanças. No PSDB, por exemplo, Mariela Portz foi candidata e recebeu 11.775 votos. Desta vez, a tendência é um apoio ao candidato do Partido Novo. Já o MDB aguarda um posicionamento do deputado estadual Edson Brum, ligado oficialmente ao Vale do Rio Pardo, mas com atuação destacada, também, no Vale do Taquari. Caso o parlamentar opte por uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE), Rafael Mallmann, Sidnei Eckert, Márcia Scherer ou Paulo Kohlrausch têm mais chances de êxito.

Um dos fundadores do Movimento Direita dos Vales (MDV), Felipe Milani protocolou um requerimento na Câmara de Vereadores, sugerindo a revogação de uma lei municipal aprovada em 2001, na gestão do ex-prefeito Cláudio Schumacher. A norma proíbe o uso de celular nas salas de aula

Poucos “Fura Filas”

O assunto ganhou repercussão. Aqui mesmo neste espaço. Mas, passados alguns dias, a impressão é de que o problema não é tão grande como fora anunciado.

São poucos casos Brasil afora. Aliás, por ora são apenas denúncias. Até essa sextafeira, eram 1.065 denúncias encaminhadas por meio das ferramentas disponibilizadas pelo Ministério Público em todo o país. E estamos falando de um país com quase 5 milhões de pessoas já vacinadas. Ou seja, um índice baixíssimo de “fura filas”.

das escolas municipais. Vinte anos após a lei entrar em vigor, os avanços tecnológicos são latentes, justifica ele, e por isso a lei estaria defasada. Faz sentido.

Hoje o celular se tornou uma ferramenta de ensino e, com prudência e bom senso, é possível liberar o uso. Outras nações já agem desta forma. O debate

veio à tona após uma monitora da educação infantil da rede municipal ser exposta nas redes sociais. Ela foi fotografada com um celular em mãos, dentro de uma sala de aula.

Segue a boa ação!

Marketing e boa ação. A construtora Diamond renovou o termo de autorização de “uso de locais nas vias públicas de Lajeado para instalação de dispenser de álcool gel 70%, visando cuidados de higiene para evitar a propagação do covid-19”. Com o aditivo, os dispositivos instalados na

Mais 60 dias

O governo de Lajeado prorrogou por mais 60 dias o prazo de conclusão das obras do novo entroncamento entre as ruas Bento Rosa, Décio Martins Costa e Capitão Leopoldo Heineck, no centro da cidade. É o novo acesso ao parque Ney Arruda, localizado às margens do Rio Taquari.

área central da principal cidade do Vale do Taquari devem ficar mais quatro meses à disposição da população.

Mais 180 dias

O governo de Lajeado prorrogou por mais 180 dias o prazo de entrega do novo viaduto na Av. Benjamin Constant sobre a ERS-130, entre os bairros Florestal e Montanha. A obra é realizada com recursos do Ministério das Cidades, por meio do Programa Pró Transporte – Avançar Cidades.

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A HORA | Fim de semana, 13 e 14 de fevereiro de 2021

Memórias e lições da duplicação que transformou o Vale Na próxima segunda-feira, CCR ViaSul inicia obras para duplicar um novo trecho, a partir de Marques de Souza. A Hora relembra como foi a saga para garantia da nova pista de Estrela a Tabaí, um marco na região, que fortaleceu o conceito de “Vale do Taquari” MATEUS SOUZA mateus@jornalahora.inf.br

ESPECIAL

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BR-386 não foi apelidada de “Estrada da Produção” à toa. A rodovia, que liga o norte do Rio Grande do Sul à região metropolitana, possui mais de 50 anos de história e uma enorme contribuição para o desenvolvimento do Estado e, sobretudo, do Vale do Taquari.

Ao mesmo tempo em que sua importância econômica aumentava, o fluxo diário também crescia. Com isso, a capacidade da rodovia foi se esgotando, não suportando a demanda. A duplicação era necessária, só que os passos foram lentos e feito por etapas. Hoje, dos 446 quilômetros de extensão da rodovia, pouco mais de 100 são duplicados, entre Lajeado e Canoas.

Na próxima segunda-feira, 15, inicia o prazo para a CCR ViaSul duplicar o primeiro lote previsto no contrato de concessão da rodovia. Serão 20,3 quilômetros de obras entre Marques de Souza a Lajeado. A previsão de conclusão é de dois anos. Até lá, quem utiliza a rodovia deve ter paciência com o andamento dos trabalhos.

Com o assunto em evidência, o A Hora aproveita para resgatar as memórias de outra duplicação da rodovia: a saga envolvendo os 33 quilômetros de Estrela a Tabaí. Batalha de uma década que enfrentou desconfiança, interrupções, crise financeira e que foi superada com uma até então inédita união das forças regionais, além de amplo apoio político.

Ônibus destruído após acidente: saldo foi de 13 mortes e mais de 20 feridos

Acidente grave impulsionou luta Treze mortes. Este foi o saldo da maior tragédia da história da BR-386, ocorrida na madrugada de 22 de julho de 2008. Por volta das 4h30, uma carreta da Transportadora Giovanella e um ônibus da empresa Ouro e Prata colidiram frontalmente no quilômetro 371 da rodovia, na ponte sobre o Arroio Concórdia, em Fazenda Vilanova.

O choque violento destruiu parte da frente do ônibus. Os condutores dos dois veículos morreram na hora, bem como 11 passageiros do coletivo que fazia a linha Porto Xavier/Porto Alegre. Ainda houve 22 feridos, atendidos nos hospi-

Me salvei porque troquei de poltrona 10 minutos antes” ELISEU MELLO MARTINS LIMA SOBREVIVENTE DO ACIDENTE DE JULHO DE 2008

tais de Lajeado e Estrela.

Entre eles, Eliseu Mello Martins Lima. Na época com 19 anos, voltava de Novo Hamburgo, onde visitou amigos. Ele perdeu o ônibus que o levaria até seu destino, Palmeira das Missões, e precisou pegar outra linha. Estava cochilando quando ocorreu a colisão.

“De madrugada, acordei e troquei de poltrona para ir deitado.

Me lembro que deu 10, 15 minutos e ocorreu o acidente. Foi um barulho estrondoso, não tem como explicar. Consegui sair e tentei parar os ônibus que estavam na rodovia. Um deles quase bateu”, recorda Eliseu, que hoje é engenheiro agrônomo.

Quando foi chamado para depor na Delegacia de Polícia de

Fazenda Vilanova, fez o reconhecimento das vítimas por meio de fotografias. Uma delas é a mulher que estava ao seu lado momentos antes da tragédia. “Me salvei porque troquei de poltrona 10 minutos antes”.

Entre pessoas ouvidas pela reportagem na época, era unânime a opinião de que o acidente seria minimizado se a rodovia fosse duplicada. Por isso, a tragédia impulsionou o movimento, remobilizando a região. “São coisas que ninguém deseja que aconteça, mas sem dúvidas foi um motivo muito forte para que a gente pudesse mobilizar a comunidade e políticos”, admite José Luiz Cenci, ex-prefeito de Fazenda Vilanova.

“Não medimos esforços para que a obra saísse A manhã de 29 de julho de 2010 é considerada simbólica na região. Em cerimônia ocorrida às margens da BR-386, o então ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, assinou a ordem de serviço para início das obras de duplicação. Presidente na época, Luiz Inácio Lula da Silva participou do ato por meio de uma videoconferência.

A quantidade de autoridades presentes mostrava o prestígio do movimento. Havia prefeitos, vereadores, deputados, senadores, empresários e lideranças setoriais. As obras não iniciaram em 30 dias, conforme previsto, mas aquele momento representava a concretização da luta regional.

Cenci esteve no lugar certo e na hora certa. Um de seus quatro mandatos de prefeito coincidiu com o período onde a mobilização ganhou força. Ele, que também tinha ocupado a presidência da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), foi o escolhido para liderar o movimento pró-duplicação.

“Era uma demanda antiga. Muitos se envolveram e nós tivemos o privilégio de estar, naquele momento, liderando o movimento.

Nos atiramos de corpo e alma e não medimos esforços para que a obra saísse. Faria tudo de novo”, comenta, destacando a importância do trabalho conjunto.

“Enquanto prefeito de Fazenda, não tinha força política. Mas na Amvat, representando mais de 30 municípios, se tinha outra perspectiva”, lembra.

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A HORA | Fim de semana, 13 e 14 de fevereiro de 2021 ARQUIVO A HORA

“Consolidação da região” A duplicação da BR-386 também representou um marco quando o assunto é mobilização regional. Foi um momento de unificação do Vale do Taquari. Entidades como o Codevat e a CIC-VT tiveram papel fundamental. A Amvat, antes uma entidade apagada, também ganhou projeção.

“Até o início dos anos 90, pouco se falava em Vale. Era Alto e Baixo Taquari, como se fossem regiões diferentes.

Aí surgem movimentos que começam a tratar essa ideia de Vale. E a duplicação foi o grande mote de unificação da região. Ela teve esse mérito de juntar e unificar”, avalia Ney Lazzari, ex-reitor da Univates, que presidia o Codevat na época.

Lazzari participou de inúmeras audiências.

Aproveitava os compromissos como reitor na capital federal para buscar apoio da classe política. Por isso, considera que, além da du-

plicação em si, o movimento trouxe outros ganhos para o próprio Vale.

“Tão importante quanto a obra física foi uma obra de unificação da região em torno de uma ideia. E que permaneceu para outras coisas, como a consolidação da Univates, do HBB e

Tráfego melhorou consideravelmente com a pista duplicada, dando mais segurança aos motoristas

outras questões. Aprendemos que, enquanto região, dá para se conseguir mais coisas do que individualmente”.

ENTREVISTA JOSÉ LUIZ CENCI • Ex-presidente da Amvat e da Comissão Pró-Duplicação

“Não só o Vale, mas o Estado precisava da duplicação” José Luiz Cenci era prefeito de Fazenda Vilanova à época do começo da mobilização. Coube a ele a missão de liderar a Comissão Pró-Duplicação, período marcante em sua vida pública.

Fazenda Vilanova tinha uma fama negativa devido aos acidentes na BR. Hoje, a situação é bem diferente...

Poucas vezes se viu uma mobilização regional tão grande como naquela ocasião. Como a duplicação ganhou tanto apelo?

Essa obra foi feita pensando em duas coisas: nas vidas e no desenvolvimento econômico. Se pesquisar, há 10 anos, o quanto de gente morria na nossa cidade em acidentes, era uma coisa impressionante. Quando a rodovia foi construída, os caminhões rodavam com dez toneladas. Hoje, passam de 70, 80. Não tinha mais como continuar daquela forma. Não só o Vale, mas o Estado precisava da duplicação.

De que forma a duplicação se tornou também uma prioridade federal?

Quando começamos o movimento mais forte, em 2009, o primeiro passo foi reunir o maior número de deputados, de todos os partidos. Influenciou muito o fato de 80% dos deputados gaúchos usarem a BR-386 para se movi-

mentar até suas regiões. A grande virtude foi despertar neles a necessidade da duplicação. Trouxemos o Mendes (Ribeiro Filho, ex-deputado), que era relator do Orçamento.

Tivemos o comprometimento deles em pressionar o governo federal para que a obra saísse.

Quais os maiores desafios que a duplicação teve assim que iniciada a obra?

Nunca faltou recurso. Sempre tivemos dinheiro federal para a obra. O grande problema foi a questão envolvendo os indígenas.

A conclusão atrasou por quase dois anos em virtude disso. Tivemos até algumas obras meio absurdas para que pudessem liberar a passagem da rodovia. Além de trancar em termos de tempo, custou muito caro esse acerto com eles.

Semanalmente tínhamos um acidente com morte ou feridos graves na rodovia. Eu mesmo tive uma experiência triste de perder um irmão no trânsito. A elevada feita aqui em Fazenda foi a primeira construída no interior. Pode parecer uma obra muito grande pelo tamanho do município, mas a discussão levou em conta as vidas perdidas na rodovia. Eramos a terceira cidade do Brasil em proporção por mortes em acidentes de trânsito.

O assunto voltou à tona com as obras previstas para iniciar em Marques de Souza. Mas o projeto causa divergências.

Como você avalia esta discussão? É um trecho complicado, onde a duplicação é extremamente importante. As lideranças precisam se preocupar principalmente com a serra. É preciso de alternativas para os caminhões que ficam sem freio ter uma saída, evitando acidentes.

Isso nós vemos nos países desenvolvidos. Se pudesse dar um conselho para quem está liderando este movimento, é de pensar muito naquele trecho, pensar em preservar vidas.

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A HORA | Fim de semana, 13 e 14 de fevereiro de 2021 FÁBIO KUHN

FÁBIO KUHN

A duplicação por reportagens 2010 – Ministro dos Transportes assina ordem de serviço, autorizando início das obras. Houve atraso de dois meses e as máquinas só Obras começa m em trinta dia s começaram a E trabalhar em novembro, em Fazenda Vilanova.

4/SEXTA-FEIRA, 30 DE JULHO

DE 2010 E FIM

DE SEMANA

ESPECIAL

fOTOS cAROLINA

Após cerimônia,

às margens da rodovia,

autoridades comemoram

a garantia do início

da duplicação. Obra

deverá ser concluída

num período de

LEIPNITZ

três anos

Após assinatura da documentação BR-386, região que inicia nova mobiliza garante início da duplicaç ão da ção para estender a obra até Soledade m 30 dias, iniciamVale do Taquari

JuREmIR VERSETTI

se as obras da Soledade. “Queremos Scapin, a obra dué importante que o plicação da BR-386 estado invista na para o crescimento região o regional e nos – trecho Estrela/ estadual. Ele lembra damos de retorno que Tabaí. Na manhã a ele”, de quase três décadas que são comenta. feira, foi assinada quintade espera a ordem O presidente da por uma rodovia de serviço pelo Câmara de alargada e Indústria ministro dos que a vitória foi e Comércio (CIC), Transportes, Paulo daqueles que Oreno Ardêmio se mobilizaram.

Passos e entregue Sérgio Heineck, diz “Estamos que aos colhendo os frutos a obra será um trutores que executarão constributo à que plan- vida. a obra. tamos com as mobilizações”, “Com ela vidas O presidente devem da república, ser poupadas, diz. Ele acredita e novos emLuiz Inácio Lula que o fluxo da Silva, pregos gerados”, na rodovia deverá não veio ao Vale comenta. melhorar, do Taquari, os acidentes diminuirão. e Heineck conta que mas assistiu à a União cerimônia por fará o projeto O presidente da da ampliação videoconferência Associada Usina do da duplicação ção de Indústria até Soledade Gasômetro, em e Comércio Porto Alegre, nos próximos dias de Lajeado (Acil), onde foi lançado e que proWalmor meteu o edital de Ministro Passos assinou ordem Scapini, diz que até o fim do ano duplicação da BR-116 de serviço na manhã a duplicação licitar a nova obra. de quinta-feira – Porto acesso é uma conquista Alegre/Pelotas. ao território argentino. local, O vice-presidente dual e até internacional, estaprietários das Com 454,9 quilômetros Conhecida também do Conconstrutoras visto selho de que passam pela de Conpasul, solicitou a obra, Desenvolvimento a Estrada da Produção, como extensão, ela tem a via mas teve que do função de Momento Cotrel, Iccila e esperar de vários países. veículos Vale do Taquari a BR- escoar mais de dez anos 386 é uma via (Codevat), as safras agrícolas Engenharia, antes A amplia- José para ção da de contexto do da cerimônia, Luis Cenci, afirma o pedido sair do rodovia, na visão estado e beneficiar econômico e de papel. Passos a frase dita pelo que a infraestrutura cerca de ministro empresário, influenciará do duplicação é a obra comentou que o 30% da população de transportes foi mais incisiva que o Vale governo sabe na precisa para do Mercosul, do estado. que economia. “Os As obras se desenvolver. o próprio documento do da nova iniciativa da região devido à ligação veículos checom a ro- milhões orçadas em R$ 147 ordem “Ela poupará muitas de na busca da gam ao destino dovia BR-285, de serviço: “Trago extensão da obra mais terão uma extensão vidas ao no trecho Caa com um ritmo melhor,rápido e longo dos anos”, de ordem do 34 quilômetros razinho/Santo Tomé diz. Cenci governo e quere- até Soledade e explicou que devido comenta e devem estar – ponte concluídas ao fluxo”, conta. até o fim do ano que a mobilização mos que vocês São Borja, que Ele diz que das será feito um em três anos. iniciem a obra propicia o as mesmas entidades entidades estudo de viabilidade já”. Conforme Ao encontrar com o ministro, que feitas para da região foram para a lutaram os pro- a sociedade continuação da melhorar a qualipela duplicação obra. organizou-se e no dade de vida trecho Para o empresário Tabaí/Estrela, dos moradores agora, e dos Nilto buscam JORNAL A HORA motoristas envolvidos a continuação Lajeado/RS até diariamente LTDA. Fundado em 1º com a rodovia. de julho de 2002

ENDEREÇO: Avenida Benjamin

SÓCIOS PROPRIETÁRIOS :

Constant, 1034

RESPONSÁVEL

Reg. Prof. MTD

Adair Weiss Fernando Weiss Kátia Fischer

Trevo de acesso a Marques de Souza atualmente.

Trecho será modificado com a duplicação

3710 4200

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- 2º Andar

TÉCNICO:

1375

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CCR confirma início dos trabalhos para segunda-feira

2011 – Índios caingangues ameaçam bloquear a obra caso suas exigências não sejam atendidas.

Dnit se compromete em cumprir o acordo Remoção de índios pode estabelecido paralisar duplicação com a Funai.

A HORA · QUARTA-FEIRA,

19 DE jAnEIRO DE 2011

4

Reportagem Especial

Funai exige que Dnit cumpra

o que foi prometido em documentação

para liberar o trecho. Atualmente,

Representantes regionais Vale do Taquari

O

impasse entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) e a Fundapara ção Nacional do Índio (Funai) a retirada da tribo Caingangue dos pode paralisar a duplicação entre 33,8 quilômetros da BR-386, Estrela e Tabaí.

A coordenadora de Acompanhamento de Licenciamento Paiva, Ambiental da Funai, Júlia possíresponsabiliza o Dnit pela

Tribo está às margens da rodovia,

onde vendem artesanatos

estão em Brasília para tentar

próximo a Bom Retiro do Sul

resolver entraves

Engenheiro está preocupado

federal há neque o as obras do governo vel interrupção. Ela afirma órgãos licencia2010, o gociações com os órgão liberou, em julho de para serem o tre- dores, que demoram início das obras. Entretanto, e 360 resolvidas. ficou cho entre os quilômetros 353 Porém, a tranquilidade foi excluído da documentação. conversaFe- na tentativa. Enquanto Segundo ela, a Constituição do jornal A de va com a reportagem de que deral proíbe a desapropriação Hora, recebeu a informação áreas indígenas sem indenização a situação dos índios de Estrela é o e que, para receber a liberação, o discurso. espaço complexa e mudou pode Dnit precisa adquirir um Casa diz, agora, que a obra para a realocação das famílias. ela está dentro que mas atrasar, no O superintendente do Dnit “Não vou Casa, do cronograma previsto.

Rio Grande do Sul, Vladimir problema andas me preocupar com o descartava a paralisação todas tes da hora”, conclui. obras. De acordo com ele, em

é confrontada pela A tranquilidade de Casa da obra. O diretor técnico aflição dos executores Assis Arantes Junior, afircomercial da Conpasul, com a situação. ma estar preocupado podem ser paralisadas Ele salienta que as obras Funai e o Dnit não seja caso o impasse entre a limite para a conclusão resolvido até maio, prazo novembro. do trecho iniciado em por último esta parte.

A empresa pode deixar caso a paralisação Junior eximiu a Conpasul responsabilidade é dos ocorra. Segundo ele, a órgãos do governo federal.

2012 – Novo impasse entre Dnit e Funai emperra avanço da duplicação entre Estrela e Bom Retiro do Sul. A entidade O indígena cobrava a construção de uma nova aldeia, numa área de 33 hectares.

Cidades 7

19 dE abRil dE 2012

Funai atrapalha a obra Divergência entre Dnit eduplicação em nove quilômetros da BR-386

A HORA · quinta-FEiRa,

emperra Descumprimento de acordos

RAFAEL DELFINO

Vale do Taquari

Dia Nacional do Índio tem pouco a ser celebrado na região.

O impasse entre o DeInfrapartamento Nacional de (Dnit) estrutura de Transportes Índio e a Fundação Nacional do da du(Funai) emperra o início quiplicação no trecho de nove Estrelômetros da BR-386, entre la e Taquari. pelo É o único local intocado consórcio construtor. A presença próxide uma tribo caingangue do mo da divisa com Bom Retiro federal Sul e à beira da rodovia impede o avanço da obra. entre A dificuldade de acerto os os dois órgãos federais irrita o prelíderes locais. Conforme Desende Conselho do sidente volvimento do Vale do Taquari o rela(Codevat), Ney Lazzari, ficou cionamento tumultuado exposto durante uma reunião, na terça-feira, com o superinVlatendente regional do Dnit, dimir Casa. que “O que transpareceu é o Dnit descumpriu promessas Funai em outros estados, e a aproveita isso para barganhar (novas exigências).” Acrescenta

de uma nova aldeia para liberar

a obra entre Bom Retiro do

Sul e Estrela

construção de SaneaDepu- nhia Riograndense distribuiAlegre) e na Câmara dos mento (Corsan) como tados (Brasília). dora de água no estado. “Agora, Lazzari ressalta que encon- não depende mais da pressão tros como esse, com a superin- política. É tudo questão burofeitas tendência do Dnit, são crática”, se exime. de “última hora”, impedindo Bacci afirma que participa dos um planejamento melhor mas em Brasília. eles das reuniões, nos demais políticos. Acrescenta que As reuniões com as entidades nesse Justifica a ausência sido conme- têm outras prioridades encontros por não ter federais ocorrem há, pelo locais. momento. vidado pelas lideranças nos, seis meses. Em nenhuma compartilhada é opinião A denão pode esperar que há Declara que houve a participação dos por Schmidt. Ele afirma as audiências sejam marputados estadual Luis Fernantrabalhadas que assim, tomar alguEnio outras prioridades do Schmidt (PT) e federal nas áreas cadas para, na pelos parlamentares Bacci (PDT), representantes da Compa- ma iniciativa.

(Porto da saúde e a defesa Assembleia Legislativa

Entidade indígena cobra a

foram que diversas promessas de cumpridas, como a compra e a disuma área de 33 hectares às tribuição de cestas básicas famílias indígenas.

Pressão política

nacional da Funai. Querem do órcobrar mais agilidade O gão na liberação do trecho. próencontro deve ocorrer na

xima semana. é Outra crítica de Lazzari do goquanto à inatividade ele, verno federal. Segundo soo trabalho hoje feito pela pela ciedade deveria ser feito é a União. Acredita que esta todos única maneira de fazer obra os órgãos envolvidos na se articularem e deixarem as disputas de lado.

Visita a Brasília

NOVA ALDEIA

apreenzzari, o momento é de Júlia reforça que os projetos obras são questões O principal entrave, agora, com atra- são. Licitar que demoram nova foram encaminhados é quanto à construção da mas foram apro- burocráticas para serem deque, em so à Funai, há duas muito tempo aldeia. Lazzari informa se vados pela entidade o que pode atrasar a um acordo verbal, a Funai os documentos finidas, a obra semanas. Todos projetada para ser concomprometeu a liberar pela cacique obra – pron- foram assinados novembro de 2013. quando o projeto estivesse Maria Antô- cluída em o do da tribo estrelense, Em pelo menos 90 dias to. Agora, cobra a execução nia Soares Silva. que a trecho permanecerá projeto para que as máquinas Casa se limita a dizer fazer inalterado. possam trabalhar no trecho. empresa contratada para área A coordenadora de acomo levantamento da nova panhamento de licenciamento finaliza o projeto para, em seBrasíresto “O ambiental da Funai, em obra. a licitar Ela diz guida, lia, Júlia Paiva contesta. equivocadas verbais são declarações que não faz acordos quais o da Funai, com as e que, conforme o contrato, em quando não entraremos trecho só será liberado polêmica.” a nova aldeia estiver concluída.

Para saia da “É preciso que a tribo mo- L a faixa de domínio e esteja local.” novo no rando

A comissão pela duplicação reencaminhou, ontem, um querimento a Brasília, solicitando uma audiência com a coordenação

2014 – Após quase quatro anos de obras, 21 quilômetros de duplicação estão finalizados.

Primeiro Dnit libera 14 quilômetr os da duplicação trecho a ser M liberado foi o de Bom Retiro do Sul até a antiga praça de pedágio de Fazenda Vilanova.

A HORA · QUARTA-FEIRA,

19 DE MARÇO DE

2014

Cidades

Tráfego entre Fazenda

Vale do Taquari

Vilanova e Tabaí será

autorizado às 9h30min

7

de hoje

ARQUIVO A HORA

ais 14 quilômetros duplicados da BR-386 serão liberados pelo Dnit a partir das 9h30min de hoje. O trecho liga o município de Fazenda Vilanova a Tabaí.

Mesmo com a chuva dos últimos dias, colocação de placas sinalização foram concluídas e na pista dupla. Durante a manhã de hoje, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) estará no local para auxiliar na sinalização aos motoristas.

No fim de fevereiro, o órgão autorizou o trânsito de veículos em sete quilômetros, de Bom Retiro Em quase quatro anos de obras, Dnit liberou do Sul até a antiga praça 21 quilômetros da duplicação. de pedáPrevisão era terminar gio de Fazenda Vilanova todo trecho em 2013 ( km 363 ao km 370). Após quatro anos de 2010, foi iniciada A BR-386 é considerada obras, foram finalizados a duplica- metros a ção dos 31,8 quilômetros 21 quilô- principal da obra. metros de duplicação. ligação entre o Vale entre Desse trajeto, o consórcio Estrela e Tabaí. Resta do Taquari e a responainda a sável pela capital. Em conclusão obra trabalha em nove de quase 11 quilôquilômetros. A previsão é liberá-los

Restam mais 11 Km

até o mês de maio.

Os outros dois quilômetros divisa entre Bom Retiro – na do Sul e Estrela – permanecem intocáveis porque uma tribo indígena está instalada na área.

No fim de semana, a Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT) organizou o movimento “Libera Já” com a participação de cerca de cem pessoas.

O intuito do manifesto foi sionar a Funai a autorizar presa entrada das máquinas nas proximidades da aldeia.

Caso isso não ocorra, a duplicação corre risco de ficar incompleta.

De acordo com o Dnit, 75% trabalhos de duplicação dos estão concluídos. Em um planejamento inicial, a obra custaria R$ 150 milhões. Porém, devido aos empecilhos, o consórcio responsável pela duplicação calcula aumento próximo de R$ 50 milhões nos custos.

2016 – Dnit autoriza reinicio

A HORA · SEXTA-FEIRA,

23 DE DEZEMBRO

quilômetros de duplicação

DE 2016

Cidades

Dnit repassa mais R$

36 milhões e prevê entrega

da obra para o segundo

semestre

suspensas RODRIGO MARTINI As obras foram dos 33,4 quiquando cerca de 22 entre Bom lômetros previstos, estavam Retiro do Sul e Tabaí, desde 2014 prontos e liberados Hoje, Departamento Naciopara o tráfego de veículos.

11 quilômenal de Infraestrutura resta liberar outros do Sul e Esde Transportes (Dnit) tros entre Bom Retiro onde está anuncia que o consórtrela. Em três desses, reindígena, a instalada a aldeia cio de empresas contratado pista sequer duplicação construção da nova tomará as obras de do dia 2 de foi iniciada. da BR-386 a partir Estrela e janeiro, no trecho entre atividaAs Sul. Bom Retiro do entre entre os Pelo contrato firmado des ficam concentradas empresas, em e 361,5. Hoje União e consórcio de quilômetros 355,5 R$ 15,5 em novemjaneiro passado, faltavam o projeto que iniciou os 8,4% res98,83% da milhões para finalizar bro de 2010 está com Ontem, o da pavitantes do investimento. terraplenagem e 79,87% a finalização Dnit anunciou que mentação concluídas.

36 milhões que no dia das obras custará R$ A autarquia informa federal. O aprovado no aos cofres do governo 15 de dezembro foi Conpasul, NilNacional o diretor da empresa Plenário do Congresso R$ 226 milhões mas não agora é gastar até de Lei Orçato Scapin, foi procurado, governo federal. Previsão texto final do Projeto não foi concluída pelo de 2017, com às ligações. iniciada em 2010 ainda mentária para o ano e da nova atendeu o anúnde R$ 36 Obra obras de duplicação Em janeiro, logo após a previsão da destinação relação ao va- das das obras, milhões a mais em aldeia indígena. cio da suspensão de obras complementamilhões para o empreendimento. con2010. o além em tes, depois, o acordado prolor partir da Uma semana alertava para possível O texto aprovado, a e ações ambientais. a equipe de Scapin final do do Ministério res sórcio retirou toda agora com aumento no orçamento posta orçamentária A União trabalha e os maquinários Na época, ele e Aviação de janeiro funcionários obras. Na época, empreendimento. expectativa de endos Transportes, Portos que Na segunda semana o Dnit, a uma nova do canteiro de devido à inflação, Segundo o Civil, garante, segundo estava com previa, Dnit encaminhou nota trega da duplicação. elevar de R$ todos de 2016, o que “a o empreendimento os o reajuste poderia conclusão da obra. a previsão é finalizar o à imprensa informando (LOA) de 91,6% concluído, incluindo regional do Dnit, para até R$ 25 miA superintendência pendentes e liberar pa- 15,5 milhões com o emLei Orçamentária Anual de terraplenagem e detalhes os serviços lhões. Ainda de acordo departamento especifica de veículos só no segundo 2016 não contempla a totalidade serviços já e o Dnit havia pago retomada das tráfego parte do pavimento Foi essa a vimentações, A autarquia não soube do planejamento de empresas presário, do empreendimento”. o primeiro semestre. trecho que não foi 168,7 milhões às do finalizado no obras. Ao longo de todo em qual mês pretende única justificativa apresentada R$ ser exe- precisar Conpasul e Iccila, vencedoras liberado poderia deteriorar. semestre de 2017, devem entregar todo o empreendimento, pela superintendência estadual licitatório. terraplenade processo chegar total deve cutados os serviços a suspensão total drenagem, cujo orçamento mais de R$ 70 para justificar gem, pavimentação, milhões, restan- a R$ 226 sinalização e iluminação

Vale do Taquari

Valor restante aumenta

6

Um ano de obras paradas

Sorteio da campanha

idores

premia mais cinco consum

é uma reA Lajeado Brilha 2016 de encerramento de Dirigentes a R$ 50 durante evento quarta-feira, 28, alização da Câmara o pavalor igual ou superior da campanha na (CDL) Lajeado, com cada ocorre às de rua Júlio de Lojistas prêmios de R$ 2 mil das 118 empresas partie apoio de Lojas a partir das 20h, na (rua Jú- em uma Pa- trocínio de Sicredi 18h30min no Posto Faleiro em frente à Casa do Lajeado. cipantes.

Benoit e Governo de 1348). premiará Castilhos, O último sorteio, que mais lio de Castilhos, Noel. os conHoje, 23, serão conhecidos 50 mil, ocorre pai Participam da promoção o vencedor com R$ Campanha que efetuarem compras cinco ganhadores da O sorteio dos sumidores Lajeado Brilha 2016.

adequações de acesso

Lajeado

6

2018 – Ocorre a liberação das últimas pistas duplicadas para tráfego de veículos. Com isso, a obra é Radiografia concluída da estrada após oito anos de trabalho, cinco anos de atraso e Rodovia P duplicada.

41% mais Mortes cara do que o subtraídas previsto.

4

Trecho não duplicado da BR-386 consiste em uma das partes mais críticas em termos de logística e acidentabilidade

para os veículos que acessam a BR386 e necessitam fazer o retorno na pista. Uma segunda ponte sobre o Camping do Stackão e um retorno em nível devem integrar o projeto.

Além disso, lideranças de Lajeado também pleiteiam melhorias no projeto, como a inclusão de mão dupla sobre duas travessias da BR-386 que no projeto estão propostas como mão simples, nos bairros Olarias e Montanha.

A CCR ViaSul, por meio de sua assessoria de imprensa, confirma o início dos trabalhos a partir do prazo estabelecido. “Seguimos o cronograma, segundo o projeto executivo aprovado pela ANTT. As máquinas já estão no trecho em razão das demais obras de conservação e melhorias”, informou.

A duplicação do trecho também é uma demanda antiga. Em meio à expectativa pelas obras no trecho de Estrela a Tabaí, na década passada, a comitiva se mobilizou também em prol da duplicação de Lajeado a Tio Hugo. Diversas reuniões foram realizadas com autoridades da região de Soledade e também em Porto Alegre e Brasília em busca de apoio.

NÚMEROS DA PRIMEIRA FASE

20,3

dos trabalhos após um ano de paralisação, com o repasse de mais reinicia em janeiro recursos.

Duplicação da BR-386 Naquele O momento, restava a liberação de 11 quilômetros para tráfego de veículos.

10

Assinado em 2019, o contrato de concessão da BR-386 prevê a duplicação de 176 quilômetros entre Lajeado e Carazinho, além da ampliação das pistas já duplicadas entre Lajeado e Estrela e de Tabaí a Canoas As obras foram divididas em seis trechos e a previsão de término é para 2036.

O primeiro trecho a ser duplicado contempla 20,3 quilômetros, a partir de Marques de Souza, nas imediações do trevo de acesso ao município, até Lajeado, próximo ao entroncamento com a ERS-130.

Além da duplicação a CCR ViaSul irá construir 13 quilômetros de vias marginais, dois retornos em nível, seis adequações de acesso, quatro passarelas de pedestres, seis novas pontes, seis alargamentos de pontes existentes, duas passagens inferiores e duas superiores.

Há a expectativa da inclusão de mais 1,6 quilômetros, cuja duplicação estava prevista somente para 2026. Este foi um pleito da comissão criada em Marques de Souza, com o objetivo de garantir mais segurança

13

quilômetros de vias marginais

2

retornos em nível

4

6

passarelas de pedestres

2

alargamentos de pontes existentes

passagens inferiores

15

550

novas pontes

2

passagens superiores

A HORA | Fim de semana, 29 e 30 de setembro de 2018

NA BR-386

CRISTIANO DUARTE cristiano@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

assados oito anos do início da duplicação da BR-386, nos 33,4 quilômetros entre Estrela (km 352) e Tabaí (km 385), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) considera que a obra esteja 99% pronta.

Entre os capítulos da novela da obra asfáltica mais aguardada no Vale do Taquari, os trechos de duplicação foram sendo liberados, principalmente, nos últimos quatro anos – reduzindo gradativamente o número de acidentes com mortes, sobretudo, envolvendo colisões frontais.

Resultados

Reportagem do A Hora percorreu os 33,4 quilômetros de duplicação da BR-386 entre Estrela e Tabaí e conferiu as condições da rodovia. Desde o início da obra, em 2010, número de acidentes com mortes caiu. Com a liberação dos primeiros trechos duplicados, o número de colisões fatais reduziu pela metade

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), entre setembro de 2013 e agosto de 2014, período da primeira liberação de trecho duplicado, e agosto deste ano, o número de acidentes com mortes caiu 58%.

Nos quatro primeiros anos da obra, ainda sem a duplicação, a média de acidentes fatais era de 11 por ano. A partir da liberação dos 22 quilômetros, de março

Primeiro trecho duplicado liberado

de 2014 até agora, o número foi reduzido para cinco mortes.

Falhas no asfalto

Desde a primeira liberação dos 22 quilômetros de trecho duplicado, entre Tabaí (km 384) e a rótula de acesso a Bom Retiro do Sul (km 360), há problemas na manutenção.

Buracos, rachaduras e deformações se espalham pelo tre-

em 2014 já apresenta deformações

frentes de trabalho na rodovia

empregos diretos e mil indiretos

R$

250

milhões em investimentos

8

A HORA | Fim de semana, 13 e 14 de fevereiro de 2021

CARNAVAL 2021

Sem desfiles, foliões se reinventam para manter tradição

Escolas de samba buscam alternativas para não deixar a data passar em branco BIBIANA FALEIRO bibianafaleiro@grupoahora.net.br

V

ersos de história e melodia de Carnaval. Assim é criado o samba enredo da escola de samba Inhandava, em Bom Retiro do Sul. Este ano, sem desfiles nas ruas, grupo buscou outra forma de levar a alegria e tradição do município à comunidade em forma de exposição.

O projeto “Comércio amigo do Carnaval” conta a história do samba da Inhandava que é protagonista da data faz pelo menos 38 anos no Vale e por muito tempo foi o cartão postal do município.

Fantasias, fotos, instrumentos musicais e troféus estão espalhados pela cidade em vitrines de estabelecimentos comerciais até terça-feira (16). Na última semana, a exposição também esteve no saguão da prefeitura. “Nosso objetivo é essa valorização da cultura carnavalesca. Não pensamos só no evento aqui, mas na tradição do Carnaval para o Vale, que está se perdendo”, conta Lene.

No dia 8 de março a escola apresenta o samba enredo deste ano em uma live. O tema busca resgatar a história do município, mas a letra ainda é um segredo. No ano passado foi uma homenagem aos 70 anos do hospital.

“Tentamos abordar alguma coisa da cidade. Essa é uma forma de aproximar o samba e o povo”, explica Rafael Schuh, um dos criadores da letra do samba enredo deste ano e também professor de história. A melodia ficou a cargo do presidente da escola, Bruno Petry, e do integrante Juliano Beppler.

Samba na ponta da língua

Blocos de Carnaval também não sairão em alegorias em Estrela, mas a tradição sobrevive. A escola Renascer do Samba fará uma live neste sábado das 17h30 às 18h30, quando apresenta o seu samba enredo.

A escola foi criada faz cerca de um ano e meio, mas faz pelo menos dez que o grupo sai às ruas em bloco.

Com a pandemia, os ensaios não ocorreram. O último desfile foi em março do ano passado.

O grupo é composto por 250 carnavalescos, mas para este evento, cerca de 15 participam. O encontro será na Escadaria de Estrela. “Ficamos tristes por não ter desfile na rua. O Carnaval é tudo pra nós. Mas temos que fazer o certo, manter o distanciamento. Se Deus quiser vamos conseguir no ano que vem, estamos bem ansiosos”.

DIVULGAÇÃO

Sem poder desfilar, escola de samba Inhandava organiza exposição em vitrines da cidade DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

Sem Cascata em 2021 Os instrumentos hoje estão guardados em um depósito, ao lado do estandarte onde se lê o nome da escola de samba “Cascata”. Por conta da pandemia, os carnavalescos não realizarão o tradicional evento “Enterro dos Ossos” este ano e já sentem falta de sambar e cantar ao Carnaval.

“Ficamos tristes por não termos a festa. A gente vive o Carnaval há tanto tempo, pra mim começou com o meu pai, virou uma tradição bonita na cidade”, conta o presidente da escola, Pedro Henrique Bald.

O grupo que completou 45 anos na última semana embala seu samba com o enredo dos últimos desfiles na rua. “Eles ainda sabem as letras e esse é o nosso samba enredo.

Assim que pudermos vamos voltar com força”, acredita.

Presidente do Cascata lamenta não poder botar o bloco na rua

Pelo Vale do Taquari

Conhecidos pela tradição da festa do samba, municípios do Vale cancelaram programações para este ano. Em Taquari, as principais escolas como Batutas da Orgia e Irmãos da Opa estão com as atividades suspensas.

Encantado, Fazenda Vilanova e Lajeado, que também costumavam movimentar os foliões, não terão programação oficial este ano. Mas

Instrumentos, fantasias, camisetas e troféus fazem parte do acervo histórico da Inhandava, que está exposto no comércio do município

para não perder a magia, haverá comemorações singelas, como em pubs e restaurantes, onde músicas carnavalescas e decorações marcarão a data. O funcionamento dos estabelecimentos deve seguir as regras sanitárias vigentes.

Primeira vez na história?

O Carnaval é festejado no Bra-

sil desde o século XVI (16). De lá para cá, duas situações impediram que a data fosse celebrada em alguns locais do país. Uma delas foi durante a Segunda Guerra Mundial. A outra foi durante a gripe espanhola de 1919.

Esta, no entanto, é a primeira vez que o país inteiro cancela os desfiles e as festas dos foliões, como conta o professor Rafael Schuh.

A HORA | Fim de semana, 13 e 14 de fevereiro de 2021

9

10

A HORA | Fim de semana, 13 e 14 de fevereiro de 2021

Grupo A Hora e Sesc reativam o “Pratas da Casa” Com foco em composições autorais, edição 2021 terá 10 apresentações transmitidas pela Rádio A Hora 102.9 e em formato de live nas redes sociais

FÁBIO KUHN

HISTÓRIAS DO PRATAS PREMIADO

FÁBIO KUHN fabiokuhn@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

M

úsicos interessados em mostrar o trabalho autoral têm espaço no Pratas da Casa 2021. Após quatro anos, o projeto que estimula artistas locais será reativado pelo Grupo A Hora e Sesc com shows divulgados pela rádio 102.9 e em live.

A inscrição iniciou hoje e se estende até dia 27 de fevereiro. Ficha e regulamento podem ser acessados no portal do Grupo A Hora (grupoahora.net.br/ pratas-da-casa/) ou no QR Code ao lado. Para participar, a banda precisa ter músicas autorais e a maioria dos integrantes morando no Vale do Taquari.

Serão 10 apresentações na terceira quarta-feira do mês entre março e dezembro de 2021. Além de mostrar o talento no Teatro do Sesc, a banda receberá cachê de R$ 1 mil e poderá ser premiada em três categorias (ver quadro).

O projeto terá arrecadação de alimentos por meio de QR Code e PIX durante as lives. As doações vão para o Mesa Brasil do Sesc.

De forma inicial, os shows serão sem a presença de público. Organizadores acompanham as mudanças dos protocolos contra a covid-19 para possíveis eventos presenciais.

Incentivando talentos O Projeto Pratas da Casa surgiu em 2009 com o interesse do Sesc em abrir o teatro para talentos locais. O nome foi inspirado em um programa da Light FM, rádio parceira da iniciativa até 2017.

Nos oito anos, foram realizados mais de 50 shows com arrecadação de

Reformado durante a pandemia, Teatro do Sesc aguarda os artistas

10 toneladas de alimentos. “As pessoas estavam com saudades do Pratas da Casa. Vamos ter muitas emoções nessa retomada do projeto”, prevê a gerente do Sesc, Betina Durayski.

Como diferencial desse ano, Betina cita a possibilidade do público acompanhar as apresentações ao vivo na rádio ou redes sociais. “Essa divulgação favorece a essência do projeto, que é propagar os nossos talentos”, reforça.

Para o diretor de Marketing e Inovação do Grupo A Hora, Sandro Lucas, o resgate do projeto Pratas da Casa valoriza a cena musical do Vale do Taquari.

“Uma iniciativa como essa inspira e contribui para que tenhamos mais artistas e bandas investindo em suas carreiras”, enaltece.

“Há quase um ano à frente do programa de rádio Pratas da Casa, percebo que o cenário é, e sempre foi, desafiador, especialmente em um momento de pandemia. O projeto tem o propósi-

to de reconhecer, premiar e estimular o desenvolvimento musical e profissional dos talentos locais”, conclui.

O Projeto Pratas da Casa 2021 tem patrocínio da Clínica Dr. Wilson Dewes, Wizard Idiomas, Kikão Lanches, Salva Kraft Beer, Escola de Música Josélia Jantsch Ferla, Alexandre Lucas Imóveis e Injeto Garage. São apoiadores o Rock Center, Peixe Gás, Loja Andrézinho, Matheus Hinterholz Produções, Na Baia Studio e Musicness.

PREMIAÇÕES Melhor música autoral – Gravação de uma música autoral no estúdio Na Baia Studio, em Lajeado.

Maior público virtual – Uma vaga no curso Gestão de Negócios da Música (formato EAD) pela escola Musicness, de São Paulo.

Melhor arranjo e composição autoral – Uma vaga no curso de Teoria e Composição na Escola de Música Josélia Jantsch Ferla, durante 12 meses, em 2022.

Participar do Pratas da Casa foi um marco aos integrantes do Franchicos. Fundada em 1994, a banda de rock passou 20 anos se apresentando esporadicamente, na maioria das vezes, em eventos de amigos ou familiares.

Foi em 2015 que os músicos resolveram se profissionalizar. Em maio do mesmo ano, eles subiram ao palco do Pratas da Casa em um teatro do Sesc lotado. “Somos quatro integrantes com nove filhos.

Foi a primeira vez que todos puderam nos assistir”, conta o vocalista Jorge Friedrich Júnior.

O show empolgou tanto que o Franchicos foi premiado como melhor banda de 2015, além de registrar o recorde de doações de alimentos no Mesa Brasil. No ano seguinte, subiram ao palco novamente para abertura da temporada.

“O Pratas da Casa foi uma peça chave para a banda estourar. É uma ótima divulgação para quem busca espaço na música”, percebe DIVULGAÇÃO Friedrich.

Banda Franchicos registrou recorde de público do Pratas da Casa em 2015

INCENTIVO A Banda Linck subiu duas vezes no palco do Pratas da Casa. A primeira delas foi em 2013, época em que o grupo musical tinha apenas dois anos de estrada e três músicas autorais já gravadas.

Segundo show foi em 2017. Logo após, a banda lançou um CD com canções autorais.

A estrutura de som no teatro do Sesc e gravação de um DVD são vantagens citadas pelo vocalista Stefano Collet. “Mesmo se o grupo é conhecido na região, vale muito participar, pois há alguém que vai escutar o teu som e te conhecer a partir do Pratas da Casa”, pontua.

DIVULGAÇÃO Um dos momentos mais marcantes, para Collet, foi apresentar a canção própria “Cinderela” acompanhado apenas do violão.

Tocar a música autoral acompanhado do violão foi momento marcante para Collet

11

A HORA | Fim de semana, 13 e 14 de fevereiro de 2021

Vale retorna à vermelha VALE DO TAQUARI

O

mapa preliminar do modelo de Distanciamento Controlado foi divulgado na sexta, 12, com 16 regiões em bandeira vermelha e apenas cinco em laranja. Após três meses em risco alto de contágio, o Vale do Taquari havia sido classificado, na rodada anterior, em risco médio, e agora, volta à vermelha. O município pode solicitar recurso até as 6h de domingo, 14.

O número de hospitalizações para covid-19 registradas e as internações por 100 mil habitantes tiveram um aumento de 53%. Os óbitos nos últimos sete dias cresceram cerca de 60% (de cinco para oito).

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A HORA | Fim de semana, 13 e 14 de fevereiro de 2021

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A HORA | Fim de semana, 13 e 14 de fevereiro de 2021

Resumo da novela

OBITUÁRIO GENUINO JOSÉ DELLAZERI, 69, faleceu quinta-feira, 11, em Nova Bréscia. Sepultamento foi Cemitério Católico, em Nova Bréscia.

ANA ROSA AMARAL VIANA, 72, faleceu quinta-feira, 11, em São Leopoldo. Ela foi cremada no Crematório Ecumênico Cristo Rei, em São Leopoldo.

PEDRO ADEMIR WEBER, 61, faleceu terça-feira, 9, em Estrela. Sepultamento foi na quarta-feira, 10, no Cemitério Católico, em Estrela.

A força do querer Joyce se revolta com a notícia da gravidez de Irene e pede que Eugênio se afaste. Irene provoca Caio e afirma a Mira que exigirá a pensão de Eugênio. Ritinha sugere que Joyce crie o filho de Irene com Eugênio. Amaro alerta Ruy sobre a possível reação de Zeca à sua perseguição. Rubinho prepara sua fuga com a família. Bibi questiona Aurora sobre a visita de Selma.

Jeiza pergunta a Caio sobre seu envolvimento com Bibi. Jeiza resgata crianças sequestradas por bandidos. Joyce decide dar uma nova chance a seu casamento com Eugênio. Guto conta para Zeca que Ruy é o comprador da casa de Nazaré. Aurora liga para Selma. Eurico avisa a Ruy que Zeca está à sua procura. Aurora revela a Selma a localização da casa de Rubinho.

Para informar falecimentos:

• WhatsApp: (51) 92487689 • Fone: 3710 4200 • E-mail: centraldejornalismo@grupoahora.net.br

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS Cruzadas

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL www.coquetel.com.br / © Revistas COQUETEL Iguaria rica em colesterol Especialista em ação judicial Nutrientes da carne

Molho à base de Sufixo de farinha, "cipriota": leite e natural de manteiga

Profes- Grupo que recepcionou Colombo e sora (bras. Desmora- Cabral, na inf.) liza (bras.) América

Censura Expressão latina: "assim mesmo" O mesmo que "corcundez" (Ortop.)

Calçado protetor contra cobras

Negrinho que assusta viajantes

Sucesso de Milton e Chico (?) Cavalcanti, comentarista de F1

Cidade dividida após a 2ª Guerra Enxofre (símbolo) Registros jurídicos

Jogo com pinos (bras.)

Banal

Secreção do fígado Seu símbolo é "B"

Uma unidade num conjunto

(?)-5: cassou direitos no Brasil

Pertencente a ele Em volta (?)

Gaspari, jornalista Unidade mínima da Informática

HORÓSCOPO

46

Caneta, em inglês Consoante de "era"

Interjeição que designa espanto igioso vive em steiro

Band-(?): protege feridas

Solução

Moeda do Japão (pl.) (?)-5: cassou direitos no Brasil

C E A DA L D H E A I N D I

rtennte a ele

GE

Uma unidade num conjunto

N A

(?) Cavalcanti, comentarista de F1

I E N E S

Negrinho que assusta viajantes

A L I M C E L L I C T D O R E A EL A M O I P B R A

Expressão latina: "assim mesmo"

U C R L I A F B O O S R E O B R I I T

Profes- Grupo que recepcionou Colombo e sora (bras. Desmora- Cabral, na inf.) liza (bras.) América

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T R I V I A L

A S V O A CI C E A DA L D H E A I N D I

GE

N A

DAS DIRETAS

Solução

I E N E S

PEIXES: No trabalho, você terá boas ideias e muita facilidade para defender suas opiniões. Mas ainda é preciso ouvir mais e falar menos.

46

C B E S S A U A E L I S T P A

AQUÁRIO: Quem já tem um mozão, valorize isso. Programas caseiros serão uma boa pedida para o casal.

3/aid — pen — sic. 4/lito. 5/palco. 6/cálice. 7/fritura. 8/bechamel. 14/processualista.

LEÃO: Use seu charme para atrair quem deseja ou para esquentar o clima na intimidade com seu mozão. Faça planos com seu par.

BANCO

F R I T U R A

CAPRICÓRNIO: O céu promete um dia leve, alegre e descontraído. A Lua e turbina seu lado extrovertido.

B T E I N C A H S A L I M C E L L I C T D O R E A EL A M O I P B R A

CÂNCER: No amor, há chance de romance com amigx ou pessoa de outra cidade. Com o mozão, fase de boa sintonia e cumplicidade.

A ponta do cigarro aceso

O T T I A C L I F B O O S R E O B R I I T

SAGITÁRIO: No amor, seu poder de comunicação continua acentuado, mas talvez prefira deixar as paqueras de lado.

Caneta, em inglês Consoante de "era"

CO

GÊMEOS: A Lua segue o baile na sua Casa 10, aumenta a sua vontade de brilhar e envia bons estímulos para você correr atrás do que quer.

Religioso que vive em mosteiro

T R I V I A L

ESCORPIÃO: Valorize a união e aposte no seu lado mais romântico e carinhoso para se entender com seu mozão.

A maior ilha da Polinésia Francesa Mundo ou Sunset, no Rock in Rio

P C R B O C B E S S A U A E L I S T P A

TOURO: Se você está na pista e o seu coração está livre, leve e solto, bem provável que prefira dar um tempo e curtir essa liberdade.

Interjeição que designa espanto

3/aid — pen — sic. 4/lito. 5/palco. 6

LIBRA: Adapte-se às novidades e mostre outras habilidades no emprego. Aliás, bom dia para quem quer mudar de emprego.

Band-(?): protege feridas

Bonita; esbelta Farto; opulento

Ingrediente de moqueca

ÁRIES: No trabalho, cuide só do que for prioridade e busque um canto sossegado para se concentrar e cumprir logo as tarefas.

VIRGEM: A proximidade do Carnaval aumenta o desejo de viajar e sair da rotina. Lembre-se de respeitar as regras do distanciamento.

Moeda do Japão (pl.)

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A HORA ESPORTE | Fim de semana, 13 e 14 de fevereiro de 2021

BRASILEIRÃO

SÓ A VITÓRIA INTERESSA

O

Internacional não pode se abalar pela derrota para o Sport na última rodada. Restam três jogos para o fim do Campeonato Brasileiro e o Colorado ainda é o líder, com um ponto de vantagem sobre o Flamengo. Neste domingo, vai até o Rio de Janeiro, onde enfrenta o Vasco da Gama, às 16h. A partida é fundamental para o clube se manter no caminho de um tí-

SUL-AMERICANA

LIBERTADORES

RICARDO DUARTE

tulo que não vence faz mais de 40 anos.

O Inter entrou na rodada com 66 pontos, um a mais do que o Flamengo. Uma vitória mantém o Colorado na liderança. Se o Flamengo não vencer o seu jogo, contra o Corinthians, a diferença pode aumentar. Empate ou derrota no Rio fazem o Inter poder ser ultrapassado pelo Rubro-Negro.

Para vencer o Vasco, Abel Braga terá de superar um problema: a ausência de Patrick. O meia é uma das peças centrais da equipe e esteve presente em todas as vitórias do time na competição. Para seu lugar Peglow, Maurício e Thiago Galhardo brigam por posição. Quem está de volta é Moisés, que assume a posição na lateral-esquerda.

Do outro lado do campo, o Vasco ocupa a 17ª colocação e precisa da vitória para tentar escapar do rebaixamento.

Galhardo está recuperado e pode jogar no lugar do suspenso Patrick

VASCO

Fernando Miguel Pikachu Ricardo Graça Leandro Castan Henrique Bruno Gomes Caio Lopes Juninho Carlinhos Benítez Ygor Catatau

INTERNACIONAL

Técnico: Vanderlei Técnico: Abel Braga Luxemburgo

GRÊMIO

TRICOLOR PERSEGUE O G5

O Grêmio voltou a vencer na rodada passada, mas não quer parar por aí.

Depois de superar o Botafogo, o Tricolor tem um importante duelo contra o São Paulo. A bola rola na Arena, às 20h30min do domingo.

Na sexta colocação, o Grêmio ainda briga pelo G5 para se classificar de forma direta à Copa Libertadores sem depender do título da Copa do Brasil. Para a partida, Renato segue com a indefinição sobre a participação de Kannemann. Caso o zagueiro não atue, David Braz e Paulo Miranda brigam por vaga.

GRÊMIO

Marcelo Lomba Rodinei Lucas Ribeiro Víctor Cuesta Moisés Rodrigo Dourado Edenilson Praxedes Caio Vidal Peglow (Galhardo) Yuri Alberto

E

D

GM

GS

SG

Internacional 66 19

PG

V

9

7

58

33

25

Flamengo

65

19

8

8

63

44

19

Atlético-MG

61

18

7

10

58

42

16

São Paulo

59

16

11

7

54

37

17

Fluminense

57

16

9

10

49

40

9

Grêmio

56 13

17

5

51

37

14

Palmeiras

53 14

11

8

46

32

14

Corinthians

49

13

10

11

44

42

2

Bragantino

48

12

12

11

49

40

9

Athletico

47

13

8

14

34

34

0

Santos

47

12

11

11

48

48

0

Ceará

46

12

10

13

49

47

2

Atlético-GO

46

11

13

11

35

41

-6

Sport

41

12

5

18

29

45

-16

Fortaleza

41

10

11

14

34

35

-1

Bahia

37

10

7

18

41

58

-17

Vasco da Gama 37

9

10

16

34

52

-18

Goiás

33

8

9

18

37

60

-23

Coritiba

28

6

10

18

29

47

-18

Botafogo

24

4

12

19

30

58

-28

AGENDA 17h 19h 19h 16h

Goiás x Botafogo Santos x Coritiba Atlético-MG x Bahia Vasco da Gama x Internacional

16h

Flamengo x Corinthians

18h15min 18h15min 20h30min

Athletico x Atlético-GO Palmeiras x Fortaleza Grêmio x São Paulo

18h 20h

SEGUNDA-FEIRA Ceará x Fluminense Sport x Bragantino

LUCAS UEBEL

ESCALAÇÃO

ARENA - DOMINGO, 20H30MIN

Vanderlei Victor Ferraz Rodrigues Kannemann (Paulo Miranda ou David Braz) Diogo Barbosa Matheus Henrique Maicon Alisson Técnico: Renato Jean Pyerre Portaluppi Pepê

ESCALAÇÃO

ESTÁDIO SÃO JANUÁRIO - DOMINGO, 16H

REBAIXAMENTO

caetano@jornalahora.inf.br

EQUIPE

SÁBADO

CAETANO PRETTO

CLASSIFICAÇÃO

DOMINGO

A três rodadas do fim do campeonato, Internacional entra em campo com um ponto de vantagem sobre o Flamengo

BRASILEIRÃO

SÃO PAULO

Técnico: Marco Vizzolli (interino)

Tiago Volpi Igor Vinícius Bruno Alves Arboleda Reinaldo Luan Gabriel Sara Daniel Alves Tchê Tchê Luciano Vitor Bueno

Matheus Henrique chega com moral após marcar dois gols no Botafogo

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A HORA ESPORTE | Fim de semana, 13 e 14 de fevereiro de 2021

MINIFUTEBOL

EMOÇÃO, REVIRAVOLTAS, GOLEADAS E FESTA

Coroas Mirim/Lyall, Capitão América e Lesionados B conquistam os títulos do Torneio de Férias CTC/Construtora Diamond de Minifutebol 2021 EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

O

Clube Tiro e Caça conheceu na noite dessa quinta-feira os campeões do Torneio de Férias CTC/Construtora Diamond de Minifutebol 2021. Agora as equipes se preparam para a Copa CTC que inicia em março.

Pela Série Ouro, o Coroas Mirim/Lyall não tomou conhecimento do Lesionados e conquistou o título. Um mês depois de decidirem a Copa CTC de 2020, as equipes voltaram a campo na decisão do Torneio de Férias e o Coroas começou implacável. Com 1min30seg, a equipe fez marcação alta, Cris Klein roubou a bola e tocou para Mendigo que chutou na saída de Poio. Aos 7min, Poio derrubou Mendigo na área, pênalti que foi convertido por Cristiano. Faltando cinco segundos para o fim do primeiro tempo, Mendigo cruzou para Dioguinho que fez o 3 x 0.

Na segunda etapa, o Coroas seguiu melhor e aos 10min,

EZEQUIEL NEITZKE

em um contra ataque, Dioguinho tocou para Tiago Cardoso que só empurrou para o gol.

Aos 14min, Dioguinho fez o quinto e faltando 30 segundos, Juca bateu falta e fez o 6 x 0.

SÉRIE PRATA No melhor jogo da noite, o Capitão América surpreendeu o Shark Attack e conquistou o título da Série Prata. Atual campeão da Série Ouro, o Shark começou melhor e aos 12min, Piccinini encontrou Gui Pereira que de cobertura abriu o placar.

No segundo tempo, o Capitão América voltou melhor e disposto a virar o jogo. Aos 6min, Eduardo Monteiro acertou lindo chute de fora da área, a bola triscou a trave e entrou. Quando o jogo se desenhava para ir ao tiro livre, Rômulo Vier roubou a bola, ela explodiu no travessão e caiu dentro do gol.

Coroas Mirim/ Lyall além do título teve os prêmios de goleiro menos vazado e artilheiro EZEQUIEL NEITZKE

Capitão América venceu o Shark Attack de virada e ficou com o título da Prata EZEQUIEL NEITZKE

BRONZE Depois de perder a Série Prata da Copa CTC, na temporada passada, o Lesionados B deu a volta por cima e conquistou o título. Aos 6min do segundo tempo, Josimar da Rosa, o “Índio”, deu um lindo chapéu no defensor, deixou o goleiro deitado no chão e tocou pro Guilherme Compagnoni que marcou o 1 x 0. Na reta final da partida, Padre acertou duas vezes a trave do goleiro Mateus Marques e quase empatou o jogo para o Ser Sodabeb.

Graças ao gol de Guilherme Compagnoni, Lesionados B ganhou o troféu da Bronze

DESTAQUES SÉRIE OURO

SÉRIE PRATA

Campeão: Coroas Mirim/Lyall Vice: Lesionados

Campeão: Capitão América Vice: Shark Attack

SÉRIE BRONZE

Artilheiro: Diogo Ristoff (Coroas Mirim/Lyall) Goleiro Menos Vazado: Gordo (Coroas Mirim/Lyall) Disciplina: Exxtraclasse

Campeão: Lesionados B Vice: Ser Sodabeb

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A HORA | Fim de semana, 13 e 14 de fevereiro de 2021

JONAS RÜCKERT

Diretor do Colégio Teutônia

EDSON BRUM

ARTIGO

Deputado Estadual MDB/RS

ARTIGO

Há vagas! Não há Retomada do setor de eventos trabalhadores!

R

ecorrentemente escutamos profissionais dos setores da indústria, comércio e serviços trazendo à tona a questão da falta de mão de obra. Há um certo clamor por “pessoas para trabalhar” em um contexto do qual somos sabedores de que temos pessoas sem “ter o que trabalhar!”. Até parece que a informação não procede em meio a uma pandemia e em contexto de Brasil. Mas o fato é que vivemos, ou melhor, a boa notícia é de que estamos, em muitos segmentos, na retomada das ações e, em alguma medida, dos investimentos.

“A ideia de poder viver sem trabalhar parece confortável.

Mas, só parece!”

Onde está então o ponto de divergência entre o “há vagas versus não há gente para trabalhar?” É certo afirmar que num relâmpago súbito várias são as hipóteses e as informações que nos vem à mente. De toda forma, a pergunta que faço quer ser mais reflexiva do que reativa. Ela vai ao encontro de uma frase que ouvi de uma colega, literalmente exaurida de suas forças ao final do dia de ontem, quando externou a ideia de que “há de se avaliar o que vale a pena nessa vida: se matar trabalhando ou viver às custas do governo.”

A ideia de poder viver sem trabalhar parece confortável. Mas, só parece! Não sou defensor de que no trabalho está a centralidade da vida. De toda forma defendo alguns conceitos que há décadas me foram apresentados pelos meus pais. Quando ainda garoto, ouvia frequentemente a afirmação de que o trabalho enobrece e dignifica o ser humano.

Diante desta afirmação estão implícitas muitas ideias e, inegavelmente, uma ideolo-

gia. Boa ou ruim, esta me acompanhou em grande medida na vida escolar. Tive muitos professores ao longo da caminhada e duas características sempre me chamaram atenção: era comum vê-los cansados, exaustos pelas suas jornadas de trabalho em sala e pós a sala de aula. Mais comum era percebê-los felizes e dignificados pela consequência daquilo que, ainda que um quanto imensurável, era palpável na medida em que diagnosticavam o desenvolvimento de seus pupilos.

Há uma disruptura de todas as ordens no mundo do trabalho, identificada em grandes líderes que não terão sucessão e estendendo-se a todas as demais áreas. Na medida em que políticas assistenciais configuram-se quase que como profissão, padecemos do conformismo que está nos malabarismos de todas as formas de auxílio, criativamente configuradas pelos governantes. E o que vemos em nossas cidades? Listas com beneficiários que não incorreram em nenhuma ilegalidade usufruindo de seus direitos, ainda que com casa na praia, apartamento na serra, chácara à beira do rio e coisas mais.

Nesse país a equidade, conceito do dar mais a quem precisa e menos a quem não, passa por uma crise de entendimento. E por quê? Porque categorias como preguiçosos e acomodados não se enquadram em nenhuma circunstância de vulnerabilidade. São os conhecidos parasitas sociais que usufruem de tudo, o tempo todo, congestionando, inclusive, as filas nos postos de saúde.

Sigo cético na afirmação de que políticas educacionais nos ajudariam muito. Sabedores de que o Brasil é o país que mais tempo passou com as escolas fechadas, de que indicadores apontam que nos países em que as escolas permaneceram fechadas os casos de covid não diminuíram, nos países cujas escolas abriram não tivemos aumento de casos e de que, ao contrário do que se pensava, crianças e jovens não são vetores potenciais na transmissão, fica a pergunta: seguiremos anestesiados vendo as mazelas sociais se perpetuarem? Para pensar.

S

e há um setor em que a pandemia deixará feridas profundas é o de eventos.

Considerado o mais atingido da economia, estima-se que 98% da categoria foi afetada, onde 57% das empresas foram obrigadas a fechar as portas.

Talvez desapercebida por muitos, a medida de isolamento social considerada a mais eficiente para evitar aglomerações e a proliferação da covid-19 causou impactos drásticos a bares e restaurantes, agências de viagem, hotéis, aluguel e montagem

“Acredito e defendo a breve retomada dos eventos, com protocolos” de estruturas para eventos, segurança privada, serviços gerais e de limpeza.

Enfim, a todos os profissionais envolvidos com esse mercado, inclusive músicos, artistas, relações públicas, garçons, entre outros.

Indo mais a fundo, até o final de dezembro foram mais de 300 mil eventos cancelados, segundo a Associação Brasileira dos Promotores de Evento (Abrape), resultando em uma queda de R$ 4,6 bilhões na arrecadação do governo federal. E a hecatombe não para por aí, estima-se que 840

mil trabalhadores tenham perdido seu vínculo empregatício com empresas do ramo, só em 2020.

Os eventos em ambiente digital são um marco criado para tentar amenizar os prejuízos, como foi o caso das lives de artistas, em especial do sertanejo. Tivemos também a inovação dos drive-ins, com shows, palestras, eventos religiosos e até debate entre políticos nas eleições. Isto passou a ser o tão falado ‘novo normal’, que deve ganhar ainda mais espaço.

Porém, nada se compara às experiências vivas e marcantes como uma viagem em família, a festa de formatura de um filho, um gol do nosso time com o estádio vibrando, e até um momento de confraternização com os amigos.

Muitas soluções incríveis e inovadoras surgiram, no entanto, nada substituirá o evento presencial. O Governo do Estado deve começar a tratar deste assunto com mais sensibilidade, dando celeridade a medidas que visem fomentar a reabilitação tanto de empresas do setor, quanto de funcionários, pois estes precisam resgatar sua dignidade, após muitos passarem pelo pior período de suas vidas.

Por todas essas questões que acredito e defendo a breve retomada dos eventos, com protocolos. Definitivamente, a medida irá impulsionar nossa economia que está tão combalida, com foco na geração de emprego e renda para nossa população. Logicamente, tudo isso adaptado aos protocolos sanitários, dentro dos limites de público, respeitando a dinâmica do contato físico.

Adaptação e resiliência serão essenciais para o setor de eventos retornar, recuperar suas perdas e devolver à população momentos inesquecíveis.

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A HORA | Fim de semana, 13 e 14 de fevereiro de 2021

CARLOS CYRNE Professor da Univates

ARTIGO

Eu ignoro, tu ignoras, somos ignorantes

R

ealizando a leitura da coluna do jornalista Adair Weiss, publicada em 6 de fevereiro, que trouxe à reflexão a importância do ler, mas, indo além, o que ler, lembrei do ditado popular que diz: “A ignorância é uma bênção”, no entanto não me parece ser aceitável que alguém acredite ser bom não saber, desconhecer, ignorar algo.

Durante um longo período da nossa história, o acesso ao conhecimento esteve restrito a uma pequena parcela da população, porém, em tempos de sociedade da informação,

“Para vencer esta condição é fundamental termos uma sociedade que se posicione favorável a um processo de Educação, a uma Escola, que fomente a autonomia no pensar de seus alunos” vivemos um momento onde o acesso ao conhecimento é quase que instantâneo.

No entanto, é preciso tomar cuidado com a pseudociência que prolifera e veicula uma série de informes, e não informações, que por vezes encontram eco nos veículos de comunicação como a TV, rádio, jornais, mas encontram o campo fértil é nas redes sociais, onde são disseminados de forma fragmentada e superficial.

Um problema, nesta seara, é que todos acreditam ser especialistas no assunto e pior, outros tantos têm sua opinião moldada sem questionar argumentos simplistas, fantasiosos e, em grande medida, errôneos a respeito dos mais diversos temas; sequer questionam sobre a possibilidade de tratar-se de uma inverdade (se é que existe verdade).

Questionar, ter curiosidade, é da natureza humana, basta observar as crianças que não aceitam a primeira resposta e insistem nos porquês.

Infelizmente durante nosso amadurecimento vamos sendo induzidos a aceitar as respostas e deixar de questionar, perguntar, buscar saber as causas e os efeitos de determinados fenômenos. É certo que somos ignorantes. Há uma infinidade de coisas que ignoramos, que desconhecemos, mas seria importante exercitarmos nossa curiosidade e aí, voltando ao texto do Adair, escolher o que ler, tomando o cuidado para não cair nas armadilhas que estão dispostas em todos os tempos e espaços. Buscar conhecer para não se deixar influenciar, para formar a sua opinião, lastreada em argumentos plausíveis. Mas, parece que manter a população ignorante pode ser interessante, pois como diz a letra de uma das músicas do grupo Legião Urbana: nos querem todos iguais, assim é mais fácil controlar; para tanto é melhor matar nossa curiosidade.

Para vencer esta condição é fundamental termos uma sociedade que se posicione favorável a um processo de Educação, a uma Escola, que fomente a autonomia no pensar de seus alunos, que os prepare para formulação de perguntas, para o senso crítico, e não somente para o regurgitar de respostas prontas que lhes foram providas anteriormente. Se não for assim, continuaremos acreditando que ser ignorante é uma bênção.

NEY ARRUDA FILHO

ney@jornalahora.inf.br

ARTIGO

Amigo é coisa?

M

ilton Nascimento é o cara.

Pra mim, pelo menos. Mas hoje vou ter que discordar dele, depois de ouvir pela enésima vez uma música: amigo não é coisa! E também não é pra se guardar, muito menos debaixo de sete chaves, nem do lado esquerdo do peito. Uma barbaridade dessas ele só pode ter ouvido mesmo na “América”, aquela superpotência que num passado recente estava se fechando dentro de um longo e alto muro. Afinal, dito pelos próprios americanos, a “América” não tem amigos, tem interesses. Lá amigo é coisa e quando a coisa não presta mais, eles descartam. Se for bem bom, o amigo, bem justinho nos interesses americanos, eles

“(...) uma barbaridade dessas ele só pode ter ouvido mesmo na “América” (...)” guardam só e só, para si, do lado de dentro da muralha ou debaixo de sete chaves mesmo. Vai que gasta, né?

Para um rapaz latino americano como eu, vindo do interior, isso faz muito sentido. É fácil entender que quem cantava chorou, ao ver o seu amigo partir. Esse mesmo aí, o que cantava, talvez tenha escutado algo de bossa nova na vida,

pensando na felicidade, que é como uma gota de orvalho numa pétala de flor. Ele viu o amigo partindo e voou no pensamento: o amigo lembrará do seu canto, permeado de afeto?

E quem voou, ficou pensando numa mandinga pra lembrar do amigo e dos tantos que ele conhece e esquece de amar.

Afinal, ele é tão bonzinho, esquecer vai contra os seus princípios. Até lembrou de cantar a amizade, essa coisa indefinível.

Então tá, não vou discutir com o Milton.

Esse meu amargor recente, que credito ao isolamento que nos foi imposto, tá estragando até a leitura que eu tinha das velhas canções. Deixa amigo ser coisa mesmo, deixa ele guardado do lado esquerdo do peito, se é assim que ele quer, que assim seja.

Mas nem o cara resistiu à armadilha. E se o tempo e a distância disserem “não”? E se o tal amigo esquecer a canção?

O tempo, aquele que aprisiona, o mesmo que adormece as paixões, certamente fará estragos maiores no tal amigo americano.

A distância, aquela coisa física, linear, diferente do tempo, talvez não faça tantos estragos nos tempos líquidos das redes sociais. Algumas chamadas de vídeo podem ser suficientes pra ouvir a voz que vem do coração. Afinal, não é só isso que importa?

Não, Milton, não mesmo! Retomo meu amargor recente, vezes dez na vinte e três, pra afirmar que importa o abraço, o encontro. Que seja o que vier. E também que venha o que vier, cloroquina, invermectina, creolina e a tão esperada vacina. Depois de tudo isso, amigo coisa ou amigo não coisa, vou resgatar o meu debaixo das tais sete chaves. Arranco ele do lado esquerdo do meu peito, para poder voltar a sorver daquela amizade das antigas, descompromissada e desinteressada. Qualquer dia será assim de novo. Qualquer dia, amigo, a gente volta a se encontrar.

Fim de semana,

13 e 14 de fevereiro de 2021

MÍN: 23º MÁX: 32º

MUNICIPAL DE ARROIO DO MEIO

Sol e aumento de nuvens pela manhã.

Pancadas de chuva à tarde e à noite.

EZEQUIEL NEITZKE/ARQUIVO A HORA

PARA LARGAR EM VANTAGEM

Partidas de ida das finais estão projetadas para os Bairros São Caetano e Rui Barbosa. Jogo da categoria titular terá transmissão do Grupo A Hora EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

O

Bairro Rui Barbosa está em festa. Esperança e Rui Barbosa decidem pela primeira vez o título da categoria titular do municipal de Arroio do Meio. A partida está agendada para este domingo, às 16h,

no campo do Esperança. Pouco antes, às 10h teremos a final da categoria veterano e às 14h a categoria aspirante. Ingresso custará R$ 7.

Pela categoria titular, Esperança e Rui Barbosa disputam o clássico do Bairro Rui Barbosa.

Dono da melhor campanha, o Esperança joga por dois empates para ficar com o título. A equipe treinada por Jaca Lindemann não contará com Rodrigo Henz, o “Digo”, lesionado.

Já o Rui Barbosa está bastante desfalcado. A equipe de Ademir Ajardo não terá os goleiros Bruxel e Tafarel, ambos lesionados. Quem também está fora por lesão é o centroavante Diego Marder. Os irmãos Gustavo e Mateus Trasel, com compromisso particular também não enfrentam o Esperança. Já Djei-

son e Dé Bruxel são dúvidas.

Ambas as equipes já se enfrentaram na fase classificatória. No dia 16 de novembro, em jogo disputado no campo do Rui Barbosa, o Esperança venceu por 3 x 0 – gols de Léo Santa Rosa, Nei Guri e Rafael Hammes.

ASPIRANTE E VETERANO Pouco antes da final do titular, Rui Barbosa e Sete de Setembro se enfrentam na disputa do título da categoria aspirante. A decisão da categoria veterana está agendada para às 10h e será disputada no campo do Sete de Setembro, no Bairro São Caetano e será entre Sete de Setembro e Só Khellas.

Depois de quase três meses, competição retorna com os jogos decisivos

JORNADA ESPORTIVA A partir deste domingo o Grupo A Hora estreia a jornada esportiva.

A partir das 15h inicia o Concentração. Logo após inicia a transmissão do confronto da categoria titular. A narração ficará a cargo de Dinho Drebes. Na reportagem estarão

Caetano Pretto e Rodrigo Vedoy. O plantão será de Jhon Tedeschi. Já Vinícius Huber será o responsável pela transmissão no Facebook.

Quem quiser acompanhar sintonize 102.9 FM ou no facebook.com/grupoahora. A jornada esportiva tem o patrocínio de Lucasa Construtora, Gota Limpa, Sicredi Integração, Kalber Fardamentos e Academia Corpo e Alma.