A Hora - 03/07/2021

A HORA | Fim de semana, 3 e 4 de julho de 2021 | Ano 19 - Nº 2878 | Fechamento da edição: 19h

Avulso: R$ 6,90

“DIA C”

CORAGEM OU ESTRATÉGIA?

Uma revelação de impacto nacional Eduardo Leite assume homossexualidade e abre discussão sobre orientação sexual em todo o país.

Declaração de pré-candidato à presidência um ano antes do pleito divide opiniões.

Páginas 10 e 11

Cooperativas do Vale celebram resultados Neste sábado, é comemorado o Dia Internacional do Cooperativismo. Com expansão das organizações locais em 2020, Vale do Taquari se consolida como protagonista no cenário estadual.

Espírito colaborativo e participação dos associados nos negócios são apontados como diferenciais do modelo que inspira a região para o desenvolvimento econômico e social.

Páginas 12 e 13

UM ANO DEPOIS. O QUE MUDOU?

JULHO/2020 JULHO/2021

Umas das maiores enchentes do Rio Taquari completa um ano na próxima semana. Melhorar monitoramento, previsibilidade e comunicação são essenciais para evitar novo episódio OPINIÃO FERNANDO WEISS

Dois lados da revelação Declaração de Leite exige reflexões sensatas e menos romantizadas.

OPINIÃO RODRIGO MARTINI

Vacinas fora do prazo Três moradores do Vale do Taquari receberam doses vencidas.

Uma morte, milhares de desabrigados e prejuízo econômico imensurável para empresas e municípios. O trauma da maior cheia das últimas décadas ainda está presen-

te na memória da comunidade. Fenômeno expôs fragilidade dos órgãos em prever o desastre e dar a melhor resposta. Um ano depois, o que evoluiu?

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A HORA | Fim de semana, 3 e 4 de julho de 2021

ABRE ASPAS

“Você precisa ser exemplo para seus músicos” Cristiano Egon Leonhardt, 34 anos, é natural de Teutônia. Morou por dez anos em Estrela e hoje vive com a esposa e filha em Lajeado. Formado em música, é maestro da Orquestra Municipal de Arroio do Meio, Orquestra do Colégio Martin Luther e também na Orquestra Jovem de Estrela. Ele também dá aula de música em quatro escolas.

ANA CAROLINA BECKER anacarolina@grupoahora.net.br

O que te levou para o mundo da música?

Sempre gostei de música. Comecei aos 10 anos a estudar música com aulas de teclado, depois violão e canto.

Aos 14 comecei a cantar no Coral Municipal de Teutônia. Aos 18 anos cantava em cinco corais. Participei do grupo de música da comunidade local, tocava em banda de rock também.

Aos 18 anos ingressei na faculdade de música. Sabia que através da universidade eu teria maiores possibilidades na música.

ARQUIVO PESSOAL

Qual o sentimento de ver grandes talentos surgindo a partir dos teus ensinamentos?

Sinto um orgulho enorme de ver o resultado de muitos anos de estudo e dedicação. Mas sempre digo que, se o grupo obteve êxito em alguma apresentação o mérito é todo deles.

Agora, se a apresentação não foi tão boa, é responsabilidade do maestro.

Cabe ao maestro dar as condições ao grupo ter sucesso.

Quais os desafios de ensinar música nos dias atuais?

Para ser professor de música, primeiramente tem que gostar de ensinar, ter paciência e muita responsabilidade. Trazer os conteúdos para a sala de aula através de jogos e brincadeiras é uma estratégia que geralmente dá certo. Ser dinâmico também é algo que facilita muito o andamento do trabalho. Pois você pode lecionar para bebês de 1 ano pela manhã e ensaiar com uma orquestra a noite.

Qual o papel do regente e o que ser um regente significa pra ti?

O papel do regente é fundamental para que um grupo tenha êxito em

Contatos eletrônicos: Diretor Executivo: Adair Weiss Diretor de Mercado e Estratégia: Fernando Weiss Diretor de Marketing e Inovação: Sandro Lucas Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

suas apresentações. O regente precisa ser dinâmico, acessível para sugestões e ao mesmo tempo precisa tomar importantes a cerca do repertório e definir estratégias e como irá conduzir os ensaios e apresentações da maneira mais prática e objetiva.

Ser regente pra mim significa responsabilidade. Você precisa ser exemplo para seus músicos, transmitir tranquilidade e dar confiança ao seu grupo.

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Av. Benjamin Constant, 1034, Centro, Lajeado/RS

CEP 95900-104

Você também é regente da orquestra Arroio do Meio. Como está essa retomada dos ensaios, após ficarem um tempo parado em função da pandemia?

Com a orquestra de Arroio do Meio durante a pandemia, realizamos alguns encontros virtuais. Além de oferecer kits de ensaio, onde os músicos recebiam áudios e partituras para estudar em casa. Além disso gravamos um vídeo em mosaico. Nosso retorno presencial foi neste mês de junho.

Voltamos com o grupo dividido em 4 pequenos grupos. A cada quarta feira dois grupos ensaiam. Assim não temos aglomeração e seguimos todos protocolos. A retomada está sendo bastante desafiadora. Pois ficamos 5 meses sem tocar. Precisamos voltar a rotina de estudos e ensaios para retomar boa parte do repertório.

Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Impressão Zero Hora Gráfica

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EDITORIAL

Por um mundo de cooperação

O

primeiro sábado do mês de julho é marcado pela celebração do Dia Internacional do Cooperativismo.

Comemorado desde 1923, a data foi reconhecida de forma oficial pela ONU em 1995. Neste ano, em que a sociedade global começa a se reabilitar após a maior crise sanitária dos últimos tempos, o lema é: “Reconstruir melhor juntos”.

Em nível mundial, o “Dia C” tem ampla relevância por enaltecer um modelo econômico diferenciado, baseado em valores de solidariedade, responsabilidade social e senso comunitário. Tudo o que a humanidade precisa para superar um período tão adverso como o trazido pela covid-19.

Os números comprovam a força de um modelo que está presente no DNA da comunidade regional.

Herdada dos imigrantes, a cultura de atuar de forma cooperada faz do Vale um lugar próspero e pujante.”

Nesse formato de organização, destacam-se o controle democrático, a adesão livre, autonomia e independência e a prosperidade compartilhada. A preocupação com o ser humano, a comunidade, o meio ambiente e a sustentabilidade também são pilares prementes nesse modelo.

Estima-se que, em todo o planeta, há cerca de 1 bilhão de cooperados em organizações que atuam nas mais diversas áreas, como saúde, agricultura, produção, varejo, finanças, educação, entre outras.

Para o Vale do Taquari, a data tem especial importância. A região é um dos principais polos cooperativistas do estado. Com pelo menos 15 instituições, calcula-se que cerca de 400 mil pessoas, de regiões vizinhas inclusive, estejam vinculadas a elas.

Trata-se de um aspecto importante da economia regional, que contribui de forma decisiva para o desenvolvimento de uma das áreas mais produtivas do estado. Em 2020, conforme relatório da Organização das Cooperativas do Rio Grande do Sul (Ocergs) publicado nesta semana, as cooperativas do Vale foram destaque em termos de desempenho.

Com faturamento de R$ 5,28 bilhões, cresceram quase 20%, acima da média estadual, que foi de 6,4%.

Os números comprovam a força de um modelo que está presente no DNA da comunidade regional.

Herdada dos imigrantes, a cultura de atuar de forma cooperada faz do Vale um lugar próspero e pujante.

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A HORA | Fim de semana, 3 e 4 de julho de 2021

FERNANDO WEISS Sugestões, críticas, contrapontos: fernandoweiss@jornalahora.inf.br

Política e integridade: os dois

lados da revelação que impacta o país Alguém se assumir gay não deveria ser notícia.

Mas num país polarizado e ainda dominado pelo preconceito, a revelação vinda de um governador de Estado é relevante e merece reflexões sensatas e menos romantizadas

Aos 36 anos, com pouco – ou nenhum – histórico na política nacional, Eduardo Leite precisava de algo que alçasse seu nome ao debate nacional. Agora não precisa mais.

O fator político

A

té a madrugada de sexta-feira, dia 2 de julho, a disputa presidencial de 2022 estava entre Bolsonaro e Lula. Agora, Eduardo Leite entra no páreo.

Por outro lado, por maior viés eleitoreiro e político que tenha a revelação do governador do Rio Grande do Sul em relação a sua orientação sexual, o fato pode representar um avanço importante na luta nacional por igualdade de gênero e contra o preconceito.

E o melhor, o tema vira uma não-arma para as eleições de 2022.

Eduardo Leite escolheu a dedo o momento

e o programa para dizer ao Brasil (até porque todos – ou quase todos – os gaúchos já sabiam) de que é gay. Também foi estratégica a comparação com o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em relação à cor. Portanto, Eduardo Leite faz a revelação de caso pensado, de olho na eleição do próximo ano. Ainda assim, nada disso tira os méritos do gesto.

Inspiração na Serra Comitiva do Vale do Taquari buscou inspiração na Serra Gaúcha para implementar ações no Pro_Move Lajeado. No Centro de Inovações da Randon e no Instituto Hélice, representantes do Poder Público de Lajeado, da Univates, empresários, líderes de entidades e o secretário executivo da Agil, Cristiano Zanin, conheceram modelos de inovação tecnológica e de como a tríplice hélice atua no desenvolvimento econômico, social e cultural da Serra Gaúcha.

O exemplo serrano, especialmente da Randon, tem inspirado o estado e se mostra como um dos modelos mais assertivos no sentido de promover a inovação sem perder a essência e o resultado dos negócios. A comitiva lajeandense conheceu de perto a triplice hélice, o processo de inovação em curso e a união das empresas.

Para se ter uma ideia, a Randon tem 13 mil funcionários e de uma empresa engessada virou símbolo de inovação.

Ao se assumir gay, Eduardo Leite esvazia o discurso do PT e dos partidos da extrema esquerda. Explico: a esquerda de Lula acusa Bolsonaro de homofóbico e preconceituoso e sustenta neste tocante os maiores ataques ao atual Presidente da República.

Com a revelação de Leite, o tema perde força e argumento, pois o antídoto aos discursos de ódio e preconceito de Bolsonaro é o próprio Eduardo Leite.

Em relação a Jair Bolsonaro, não há mais como dizer que Leite esconde algo de seus eleitores, como ele insinua em tantos momentos quando constrói narrativas para desacreditar oponentes.

A integridade e o fator humano Eduardo Leite entra para a história. Por vir de um governador de estado, seu gesto é carregado de simbologia, peso e relevância.

Ainda que esteja visível o interesse de favorecer-se politicamente, nada tira o mérito do jovem chefe do Piratini.

Numa sociedade machista e preconceituosa – especialmente a gaúcha – não deve ser fácil se assumir gay e ainda abrir margem para julgamentos, como se as escolhas individuais fossem da conta dos arautos do moralismo apoiados no preconceito maquiado.

Tem outro fator que não podemos ignorar. Artistas, atletas, jornalistas, empresários têm assumido um compromisso cada vez maior com a naturalização das questões de igualdade de gênero, de raça e de religião. Quando um governador de estado se assume gay, a classe política também entra com força nesse combate ao preconceito. Só por isso, Eduardo Leite terá dado uma contribuição exponencial à sociedade. Se ele virar presidente ou não, isso é outra história. E é bom que separemos as duas coisas justamente para aproveitar o momento e evoluir como espécie mais íntegra e altruísta.

Afinal, não é o gênero, nem a raça e nem a religião que estabelecem o caráter e a integridade de uma pessoa. Parabéns, Eduardo Leite. Acabaste de tirar o tema das eleições de 2022. Isso já é uma grande conquista.

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A HORA | Fim de semana, 3 e 4 de julho de 2021

RODRIGO MARTINI Sugestões, críticas, contrapontos: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

A terceira via Vacinas vencidas no Vale

O

Ministério da Saúde informa que mais de 26 mil doses de vacina AstraZeneca vencidas foram aplicadas em brasileiros. As doses foram repassadas aos Estados dentro do prazo de validade, mas venceram antes da efetiva aplicação.

No Vale do Taquari, três moradores receberam imunizantes vencidos. O fato ocorreu no dia 14 de abril. Os casos ocorreram

O governador Eduardo Leite (PSDB) é livre, corajoso, e decidiu expor a preferência sexual em um momento oportuno. Por óbvio, ele e o partido previam o agendamento sobre a mídia e a massa em âmbito nacional.

E funcionou. O debate sobre a terceira via presidenciável ganha força e o ex-prefeito de Pelotas está de olho na vaga. Coincidência ou não, Leite decidiu expor a preferência sexual em um programa do principal grupo de comunicação, com frases muito bem articuladas. Com tantos pormenores, ele conquistou mais holofotes do que a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), a primeira chefe de um executivo estadual a assumir a homossexualidade.

em Arroio do Meio, Taquari e Anta Gorda. Para garantir a imu-

Homeschooling

O governo do Rio Grande do Sul vetou o projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativo (28 votos a favor e 21 contrários) que autoriza o homeschooling (escola em casa) no Estado. Autor do projeto, o deputado Fábio Ostermann

(Novo) anuncia que irá trabalhar pela derrubada do veto e pelo direito dos pais e responsáveis decidirem pela forma de educação dos filhos. Mas a tendência é pela manutenção do veto e a derrubada desta pueril agenda.

Arroio do Engenho Desobediência civil O Ministério Público de Lajeado verifica “possível irregularidade na canalização de curso d'água em área privada, na rodovia BR 386, nas proximidades da Rua Liberato Salzano Vieira da Cunha, Bairro São Cristóvão”. Conforme a denúncia, a obra no Arroio do Engenho carece de “qualquer justificativa ambiental ou urbanística, ou seja, sem qualquer interesse público aparente”.

Mão de obra

O Centro de Formação Profissional Senai pretende realizar um mapeamento da mão de obra nas cidades de Estrela e Encantado. A entidade também prevê a implantação do modelo lajeadense do programa “Trilhas da Inovação” em outras cidades do Vale do Taquari. São ações necessárias ao desenvolvimento sustentável de toda a nossa região.

Uma cadeira ao Vale

O fim da UTI Pediátrica no Vale do Taquari, o atraso nas obras de duplicação da BR-386, os prejuízos gerados pelo péssimo serviço prestado pela EGR são apenas alguns exemplos da falta que nos faz um ou mais representantes da região na Assembleia Legislativa. O último deputado estadual e federal genuinamente da região foi Ênio Bacci (PTB), atual Diretor-Presidente do Detran/RS.

Durante a pandemia, alguns comerciantes decidiram não cumprir os decretos que exigiam o fechamento do comércio, restaurantes e afins.

A desobediência civil contou

com o apoio e compreensão de boa parte da sociedade local e gaúcha. Entretanto, os agentes da lei não compactuaram com a desobediência civil e em breve alguns casos devem vir à tona.

Superfaturamento?

Por ora, é apenas uma denúncia. Mas o Ministério Público de Estrela instaurou inquérito civil para apurar suposto superfaturamento na reforma da EMEF Arroio do Ouro, uma obra

realizada pela gestão anterior. O promotor Daniel Cozza Bruno quer saber os gastos totais com o empreendimento, e também as informações sobre eventual uso da mão de obra do município.

nização, essas pessoas precisam tomar uma nova dose.

TCE segue remoto

A Presidência do Tribunal de Contas do Estado (TCE) publicou na terça-feira a portaria que prorroga, até 31 de julho de 2021, a duração do expediente remoto na instituição, como medida de controle e redução de riscos de contaminação pela Covid-19.

A justificativa é: a prorrogação do expediente remoto se justifica pelo alto número de casos confirmados e óbitos causados pelo novo coronavírus. Sim, leitor, eles ainda utilizam o termo “novo” para denominar o vírus e justificar o home office.

Eficácia

Mesmo de forma remota, e em ofício enviado aos gestores municipais, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) avisa que vai avaliar “a transparência das Administrações no processo de vacinação contra a Covid-19". O objetivo é garantir ao contribuinte informações sobre a segurança, eficácia, riscos e benefícios de cada vacina.

A HORA | Fim de semana, 3 e 4 de julho de 2021

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PREVISÃO, ALERTA E A RESPOSTA

As lições de uma calamidade Na próxima quinta-feira, 8 de julho, completa um ano de uma das maiores enchentes da história da região. Como resultado de duas grandes tempestades, o Rio Taquari passou dos 27,3 metros no Porto de Estrela. A inundação causou uma morte, deixou milhares de desabrigados e trouxe prejuízos econômicos para empresas e à infraestrutura das cidades FILIPE FALEIRO filipe@jornalahora.inf.br

RENATA LOHMANN renata.lohmann@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

O

lapso de duas horas sem leitura nos níveis do Rio Taquari interferiu sobre toda a estratégia de atuação das Defesas Civis.

A informação chegou imprecisa.

Faltou previsibilidade para que as empresas nas áreas alagadiças pudessem retirar bens e produtos, fez com que a resposta no deslocamento das famílias ribeirinhas atrasasse e, acima de tudo, comprovou a carência no monitoramento, no alerta e na comunicação entre as cidades atingidas.

Na próxima quinta-feira, 8 de julho, completa-se um ano de uma das maiores enchentes da história

Nestor Mazzarollo morreu durante a enchente. Ele estava em uma Saveiro que foi levada pela força da água. Esposa, Iris Liane, procura se conformar após a perda: “Foi uma fatalidade. Não dá para culpar alguém por isso.”

da região. Ao longo daquelas horas, choveu mais de 160 milímetros, com alta concentração sobre a bacia hidrográfica Taquari/Antas.

“Foi uma noite caótica. Ao chegar para retirar as famílias, muitas ainda tinham esperança de que a água não subiria tanto.

Quando fomos encher os caminhões, todos queriam ajuda ao

mesmo tempo”, relembra um dos servidores de Lajeado que atuou junto com a Defesa Civil.

A enxurrada foi a segunda em uma semana. No dia 1º daquele mês, o RS foi atingido por um ciclone bomba. A conjunção de duas anomalias climáticas elevou o nível do principal rio da região.

No pós 8 de julho de 2020, a co-

O temporal entre 7 e 8 de julho foi o segundo evento meteorológico adverso.

brança sobre os poderes públicos foi incisiva. Os prejuízos econômicos alcançaram R$ 500 milhões, mais expressivos nas cidades cortadas pelo Rio Taquari.

Morte na enxurrada

Voltar ao lugar onde o marido, Nestor Mazzarollo, morreu é difícil para Iris Liane. O morador de Es-

trela estava indo para Colinas, para visitar uma propriedade da família.

Queria ver os estragos da chuva.

Ele estava em deslocamento, pela ERS-129 quando perdeu o controle da caminhonete Saveiro. “Ao cair na vala, ele me ligou. Não conseguia abrir a janela elétrica. Nesse momento, ele já antecipava o pior.”

Passado quase um ano da mor-

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A HORA | Fim de semana, 3 e 4 de julho de 2021 RENATA LOHMANN

ALDO LOPES/ARQUIVO A HORA

ENCHENTE NA MEMÓRIA 7 DE JULHO Alerta meteorológico indica muita chuva para a região. Defesas Civis entram em alerta. Enchente é uma certeza.

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A HORA | Terça-feira, 7 de julho de 2020

Ciclone se aproxima e risco de enchente cresce na região MATEUS SOUZA

Grandes volumes de chuva são esperados para hoje, o que pode elevar o nível do rio Taquari e desabrigar famílias ribeirinhas

O NÍVEL DO RIO NOS PRINCIPAIS MUNICÍPIOS*

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Lajeado

Enchente agrava desafio da pandemia

Estrela

Nível até as 21h de ontem: 15,63m Nível que obriga retirada das primeiras famílias: 22 metros

VALE DO TAQUARI

O

Encantado

Nível até as 19h de ontem: 6 metros Nível que obriga retirada das primeiras famílias: 15 metros GABRIEL SANTOS

alerta emitido ontem pela MetSul Meteorologia, da chegada de um novo ciclone no RS, preocupa a região, que deve ser atingida por elevados volumes de chuva entre hoje e amanhã. Segundo o meteorologista Luiz Fernando Nachtigall, um sistema de baixa pressão atua sobre o estado e há risco de chuva forte, com volumes significativos e temporais que podem vir acompanhados de rajadas de ventos e raios.

Ele alerta também que o novo ciclone que atingirá o Sul do Brasil entre hoje e amanhã deve ser menos intenso e sem características de bomba, como o que atingiu o estado na última semana. A previsão é de que traga mais chuva ao RS. Para Lajeado são esperados em torno de 60 milímetros. Mas a preocupação maior é com a chuva da região alta, que deve chegar a 90 milímetros. “Ainda estamos numa situação de normalidade.

Há um alerta importante para hoje. Estaremos monitorando de hora em hora e informando a população caso haja algum risco de inundação”, afirma o coordenador da Defesa Civil, Heitor Hoppe.

Para que atinja as primeiras casas, no encontro das ruas Francisco Oscar Karnal e Carlos Spohr Filho, no Centro, o nível do rio precisa alcançar a marca de 19,8 metros. Com essa medição, também alaga parte da avenida Décio Martins Costa, a rua do Valão. Caso chegue a 22 metros, Hoppe estima que de 30 a 40 famílias precisarão deixar suas casas.

Heitor Hoppe avalia situação do rio Taquari em Lajeado. Deve chover hoje 60 milímetros no município

“Não temos para onde ir”

O risco de enchente deixou em alerta o morador Isaias Nunes, 44.

Ele e mais dez famílias do bairro Moinhos que moram às margens do rio Taquari, em Estrela, estão apreensivos. Segundo ele, a última grande cheia ocorreu em setembro de 2019. Naquele ano, conforme Isaias, a água invadiu a garagem e parte dos galpões.

Os moradores ali acompanham de perto o aumento no nível das águas. Próximo a residências a barranca começa a desabar e coloca em risco as estruturas das casas. “A situação aqui é muito crítica. Não temos para onde ir, só torcer para que a água não entre dentro de casa”, relata Isaias, que mora no local há mais de 7 anos O número de famílias ribeirinhas, segundo a Defesa Civil, reduziu nos últimos anos, sendo que muitas foram removidas para outros locais.

Ainda assim, a situação exige cuidado. Se o nível do Taquari ultrapassar os 22 metros, pode causar transtornos para muitas pessoas.

(*) Dados das defesas civis de Lajeado, Estrela e Encantado

dem 3 mil pessoas. Contudo, lembra que isso ocorreu pela última vez há quase 20 anos.

Chuva menos concentrada Coordenador da Defesa Civil de Encantado, Roberto Pretto mantém a esperança de que a chuva de hoje não seja tão concentrada num curto período, o que dificultaria a possi-

bilidade de rápida elevação do rio.

Para ele, se as previsões se confirmarem, o nível do rio não deve subir a ponto de desabrigar famílias.

“Se chover conforme o previsto, chegará a 13 metros.

Começa a preocupar quando bate nos 15 metros, chegando no Lago Azul.

Em 2017, tivemos que tirar três famílias de lá. Espero que seja o ciclone mais fraco do que o da semana passada”, afirma. Caso isso seja necessário novamente, a Defesa Civil disponibilizará as instalações do Parque João Batista Marchese.

O problema maior, segundo Pretto, é se o nível do rio atingir 19 metros no município, chegando no bairro Navegantes, onde resi-

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A HORA | Quarta-feira, 8 de julho de 2020

Protocolos sanitários Família de Isaias é uma das que corre o risco de ficar desabrigada

“Hoje são cerca de dez famílias que estão nessa situação. Não há muitos locais específicos, pois cada bairro alaga um pouco. Se chegar a 17 metros, alguns acessos já ficam fechados. É um momento de atenção”, explica o coordenador da Defesa Civil, Sandro Bremm.

Caso haja necessidade, elas serão removidas para o Ginásio Ito Snell.

A HORA | Quarta-feira, 8 de julho de 2020

FAMÍLIAS DESABRIGADAS

Nível até as 21h de ontem: 15,63m Nível que obriga retirada das primeiras famílias: 19,80m

MATEUS SOUZA mateus@jornalahora.inf.br

COLABORAÇÃO GABRIEL SANTOS

Em meio à pandemia, também preocupam autoridades a necessidade de abrigar muitas famílias num mesmo ambiente. Lajeado, por exemplo, costuma utilizar o pavilhão 3 do Parque do Imigrante para esta finalidade.

Conforme Hoppe, caso isso ocorra, seria necessário adotar protocolos para evitar aglomerações e manter o distanciamento entre as pessoas. “Aí teremos também um auxílio da Secretaria Municipal da Saúde e da Vigilância Epidemiológica”, salienta.

Bremm e Pretto também admitem preocupação com possíveis aglomerações. “Como estamos em bandeira laranja, teria um limite x de pessoas que poderiam ficar no local. Teríamos que respeitar as regras do estado, tomando todos os cuidados necessários”, avalia Bremm.

Defesa Civil removeu moradores de locais com risco de prejuízos em função da enchente. Alojamento é no Parque do Imigrante, onde equipes da Assistência Social tentam manter o distanciamento entre as famílias e as medidas de prevenção necessárias contra a covid-19

Pavilhão 3 do Parque do Imigrante virou alojamento para cerca de 30 famílias que

moram nas áreas alagáveis de Lajeado. Defesa Civil tentar manter protocolo sanitário

Nível do rio Taquari subiu rapidamente a partir das 15 horas de ontem

retirada durante a madrugada. Foram retirados moradores cujas casas estão até a cota de 21 metros, ou seja, que são atingidas caso o rio chegue até este nível.

MATHEUS CHAPARINI matheus@jornalahora.inf.br

LAJEADO

N

ão durou quatro dias a mudança da família Lopes. No último sábado, 4, Lisandro, a esposa e as três crianças se mudaram para uma casa na rua Francisco Oscar Karnal.

Naturais de Candelária, eles vivem em Lajeado faz cinco meses. Lisandro veio para a cidade em busca de emprego e hoje trabalha na coleta de lixo do município.

Não houve tempo suficiente para arrumar todos os pertences nos lugares. Ontem à noite, eles estavam entre as primeiras famílias removidas da área conhecida como bairro Praia.

A tendência de enchente do Rio Taquari motivou a retirada de cerca de moradores que foram levados, junto a seus pertences, para o alojamento montado no pavilhão 3 do Parque do Imigrante. A Defesa Civil estimava que seria necessário remover entre 20 e 30 famílias de suas residências. “É complicado e cansativo”, resume. Aos 36 anos, foi a primeira vez que Lisandro enfrentou a iminência de uma enchente. Para ele, o pior da remoção foi o aspecto psicológico. “Mexe muito com a cabeça da gente.

Para tudo é ruim”.

A partir da previsão de mais chuva na região e nas cabeceiras dos rios, a Defesa Civil, no fim da tarde de ontem, a Defesa Civil iniciou a remoção de famílias que poderiam ser atingidas pela enchente, para evitar a

47 anos de enchentes Com a experiência de quem enfrenta enchentes no bairro Praia faz 47 anos, Isabel Cristina Harter tem autoridade para dizer:

Pavilhão 3 do Parque do Imigrante virou alojamento para cerca de 30 famílias que

“com isso aí ninguém se acostuma”. Ontem à noite, mais uma vez, ela recolheu seus pertences, colocou em um caminhão e mudouse para o Parque do Imigrante.

Ao longo do tempo, ela perdeu as contas de quantas enchentes viveu. “Faz a conta, cada inverno dá uma, duas vezes. Teve ano que chegou a dar três seguidas. Fomos limpar a casa, quando voltamos deu outra e de novo”, recorda.

Cuidados com distanciamento

família e outra no alojamento. Além disso, serão dispostos aparelhos medidores de temperatura na entrada do ginásio e uma viatura estará à disposição durante toda a noite. Pessoas sintomáticas serão separadas das demais.

Nos primeiros grupos que chegaram ao local, não foi verificada a temperatura. Os agentes sociais orientavam quem chegava a manter distância.

GABRIEL SANTOS

O governo municipal elaborou um protocolo para assegurar as medidas sanitárias no espaço que abriga as famílias.

O principal ponto a ser considerado no protocolo é o distanciamento entre uma

moram nas áreas alagáveis de Lajeado. Defesa Civil tentar manter protocolo sanitário

Impactos na região alta Em Boqueirão do leão, a chuva constante somou 70 milímetros em 24 horas até o fim da tarde de ontem e provocou transtornos na região alta do Vale. Dois pontos da estrada Sinimbuzinho são monitorados pela prefeitura diante da gran-

Em Lajeado, bairro Praia foi um dos primeiros a registrar transtornos com a chuva

de probabilidade de bloqueio da via.

O arroio que cruza a região, um dos afluentes do Rio Pardinho, está saindo de seu leito e deve impedir a passagem de veículos.

Em Canudos do Vale, o arroio Forquetinha impediu a passagem de veículos em dois pontilhões de Baixo Canudos, principal ligação para a comunidade de Rui Barbosa.

FELIPE NEITZKE

PREVISÃO DO TEMPO Hoje

Chuva intensa pela manhã.

O dia permanece úmido e as precipitações vão até a noite. O acúmulo de chuvas deve ultrapassar os 150mm.

Mínima: 8ºC Máxima: 12ºC

Quinta- feira

Chuva dá trégua e o sol aparece entre nuvens. As temperaturas ficam baixas na maior parte do período e a sensação será de frio mais intenso.

Mínima: 5ºC Máxima: 13ºC

Sexta-feira

Clarice Pereira Lopes, 52, mora na Francisco Oscar Karnal. A enchente deixou marcas. “Foi muito triste, perdemos muitas coisas.”

O sol predomina com poucas nuvens no céu. A amplitude térmica aumenta e o frio pode ser mais intenso.

Mínima: 3ºC Máxima: 16ºC

8 DE JULHO

Sábado

Na região alta do Vale, arroios que transbordaram interditam vias e impedem tráfego de veículos desde o fim da tarde de ontem

O sol predomina com poucas nuvens no céu. A amplitude térmica aumenta e o frio pode ser mais intenso.

Mínima: 3ºC Máxima: 16ºC

Famílias são retiradas das áreas ribeirinhas. Desafio de manter o distanciamento frente a pandemia e garantir o socorro em meio a emergência ampliou o desafio. Nestor Mazzarollo desaparece na enchente.

ARQUIVO PESSOAL

9 DE JULHO Nível do Rio Taquari continua alto.

Prejuízos começam a aparecer.

Inundação entra na história. Pelos registros, se trata da maior em 64 anos.

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A HORA | Quinta-feira, 9 de julho de 2020

FÁBIO KUHN

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A HORA | Quinta-feira, 9 de julho de 2020 IGOR GARCIA

ENCHENTE HISTÓRICA

Bombeiros de Estrela realizaram buscas com barcos. Sem êxito, mergulhadores de Porto Alegre foram acionados para reforçar a tentativa de localizar a vítima e o veículo

LEVADO PELA ENCHENTE

Idoso desaparece nas águas Homem de 73 anos teria perdido o controle do veículo e caído em uma vala de rodovia alagada em Colinas. Último contato com familiares foi às 7h15min de ontem FÁBIO KUHN fabiokuhn@jornalahora.inf.br

Rosane deu a luz a Kaleb. A família estava entre os abrigados no Parque do Imigrante, em Lajeado. “ Foi traumático”, relembra o marido, Isaque Seis dias antes, o RS foi atingido por um ciclone bomba

COLINAS

“E

le disse que tinha caído na enchente.

A água estava entrando no carro”. Essas foram as informações que Nestor Mazzarolo, 73, repassou para esposa Iris Liane. O contato telefônico foi feito por volta das 7h15min de ontem, 08.

No amanhecer, o morador de Estrela saiu de casa para ver o impacto da cheia do Rio Taquari em uma chácara da família no

município de Colinas. Suspeitase que ele teria tentado atravessar um ponto alagado da ERS129, quando perdeu o controle do veículo (Saveira branca) e caiu em uma vala com água.

Iris comunicou o acidente aos bombeiros. Durante a manhã e início da tarde de ontem, a corporação de Estrela realizou buscas nas proximidades do quilômetro 45 da rodovia, ponto submerso e bloqueado pelas águas do Rio Taquari.

Conforme moradores locais, o trecho é conhecido por alagar em enchentes maiores. Mesmo em momentos que a a água invade pouco a pista, possui uma correnteza forte.

Nas buscas, os bombeiros de Estrela utilizaram barcos e uma garateia, sem sucesso.

Uma equipe de mergulhadores do agrupamento de buscas de Porto Alegre foi acionada para auxiliar nos trabalhos e chegou na região por volta das 18h de ontem.

Até o fechamento da edição, Mazzarolo não havia sido localizado.

Mulher é salva no teto do carro A Brigada Militar (BM) e os bombeiros salvaram uma mulher que estava com o carro submerso pelo Arroio Saraquá na rua Arnoldo Uhry, em Lajeado. O chamado foi feito por volta das 6h.

Equipe da Força Fática e do policiamento motorizado foram até o local e ouviram gritos da mulher a cerca de 50 metros da margem, porém sem visualização em função da escuridão da noite.

Dois policiais militares entraram na água e nadaram até a mulher. Ao chegarem, encontraram ela no teto do veículo em estado de choque e sem conseguir falar. Com a chegada dos bombeiros e uso de cordas e equipamentos de flutuação, foi possível puxá-la até a margem.

Após a ocorrência, a mulher foi atendida pelo Samu. A BM não identificou o veículo e a pessoa resgatada devido ao contexto de noite e sequência rápida das ações.

PESCADOR RESGATADO EM BOM RETIRO DO SUL Um pescador ficou ilhado às margens do Rio Taquari, próximo à Barragem Eclusa, por volta do meio-dia de ontem, dia 8.

O homem pedia por socorro. Com veículo da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Bom Retiro do Sul, o servidor Givaribeiro, conhecido como Tatão e o Bombeiro da reserva, morador das proximidades, Joel Moraes, adentraram a enchente e realizaram o salvamento do pescador.

Conforme Moraes, o pescador é morador das proximidades e para não ficar ilhado saiu de barco pelo rio. Na altura da barragem, o barco que o homem utilizada bateu em uma cerca e virou. Moraes conta que o homem já estava hipotérmico e com algumas lesões nas pernas.

DIVULGAÇÃO

Muita água e prejuízos Uma das maiores cheias do Rio Taquari já registradas na história causou transtornos em toda a região. Encantado teve quase três mil pessoas fora de casa.

Impactos foram sentidos nos meios urbano e rural

MATHEUS CHAPARINI matheus@jornalahora.inf.br

COLABORAÇÃO GABRIEL SANTOS FELIPE NEITZKE

VALE DO TAQUARI

C

asas inundadas, famílias desabrigadas, estradas e pontes interrompidas e muita preocupação aos moradores de toda a região. A enchente iniciada na madrugada de ontem superou a de 2001 e é a maior deste século.

Não é simples compreender como o nível subiu tão acima do previsto. Em função das chuvas da semana passada, os rios já estavam com nível alto e o solo saturado de umidade. Com o grande volume de chuvas que atingiu quase todo o estado ao mesmo tempo na madrugada de ontem, o nível chegou a índices históricos. De acordo com a Defesa Civil, municípios registraram ate 190 milímetros de chuva em 24 horas.

No interior ou na cidade, acumularam-se prejuízos com a subida provocada pelas for for-

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A HORA | Quinta-feira, 9 de julho de 2020 Criança de dois anos precisou ser resgatada pelo Samu, no centro de Lajeado

tes chuvas dos últimos dias no Vale do Taquari e na cabeceira da bacia Taquari-Antas.

Nas áreas rurais, os principais impactos foram estradas fechadas, lavouras alagadas e moradores ilhados em suas casas. Em Imigrante, um açude rompeu, causando a morte de 18 mil frangos.

Na cidade, milhares de famílias tiveram de ser removidas de suas casas. Em Encantado, onde a situação foi mais preocupante, quase três mil tiveram de sair de casa, de acordo com o município.

O nível da água surpreendeu até mesmo os agentes da Defesa Civil, que, na noite da terça-feira, projetavam que o rio chegasse a cerca de 20 metros. De acordo com o coordenador regional, Jorge Halen Fernandes, nestes casos, a organização dos grupos nos municípios é decisivo para a pronta resposta.

“A gente conta com a organização das defesas nos municípios. Há municípios, como Lajeado e Estrela, que têm bastante organi-

zação. Em outros, a Defesa Civil é desorganizada ou inexistente”, avalia Fernandes.

Em Encantado, o Rio Taquari começou a baixar por volta das 18h30, trazendo um certo alento aos moradores das regiões mais baixas do Vale do Taquari.

Enquanto fechávamos esta edição, os bombeiros e a Defesa Civil ainda resgatavam moradores ilhados em Lajeado, nos bairros Centro e Carneiros, e em Estrela, no Oriental, Marmitt e Indústrias.

Transtornos começaram na terça

Em um grupo de Whatsaspp o agricultor Carlos Prediguer já fazia o alerta na noite de terça-feria, 7, enquanto acompanhava o nível do Forqueta. “Quem tiver coisa na beira do rio, é bom tirar. A água não pára de subir”. O aviso foi confirmado no dia seguinte, quando praticamente todas as comunidades do município estavam isoladas. Segundo ele, o fenômeno só ocorreu no ano de 2010 Eldo Gross, 64, que mora nas margens do Forqueta há mais de 50 anos, ficou impressionado com o volume das chuvas. “Nunca vi a água subir tão rápido. Achei que ia perder tudo. Pensei em tirar tudo de dentro de casa.

Se o rio encher, não tenho para onde correr”.

Comunidades isoladas

Para não ficar ilhado, pescador tentou sair da casa de barco e foi surpreendido pela correnteza do rio

Moradores chegaram a ficar 14 horas ilhados.. Desde a noite de terça-feira, havia interrupções na estrada de linha São Luiz que liga os municípios de Capitão e Travesseiro e na estrada geral da Barra do Fão, um dos principais acessos à BR – 386 e a Coqueiro Baixo.

Comunidades vizinhas como Três Saltos Baixo e Picada Felipe Essig também tiveram pontos de alagamentos, assim como na VRS -811 em Linha Cairú que permaneceu interditada até a pelo menos a noite de quarta-feira. Conforme a Defesa Civil, nenhuma família precisou ser retirada de sua residência.

ALDO CESAR LOPEZ

Estradas danificadas na região alta

DIVULGAÇÃO

O arroio Sinimbuzinho saiu de seu leito

Volume de água surpreendeu equipes e bloqueou um dos acessos de Boqueirão da Defesa CivilOdos municípios.

Até o do Leão. trânsito ficou interrompido por fechamento rio cerca dedesta seis edição, horas. altura Entre do segunda-feira e estava em 27,1 metros

ontem, choveu 158 milímetros na região alta do Vale do Taquari. O alto volume de água danificou principalmente as estradas da área rural.

A queda de uma ponte de madeira, que foi reformada em fevereiro, dificulta o deslocamento de 13 famílias na localidade de 4 Léguas, próximo da divisa com Gramado Xavier. O trânsito na estrada vicinal de acesso à localidade de Macaco Branco foi bloqueado.

Em Progresso, pontilhões ficaram submersos. Os maiores danos no município se referem às estradas.

Situação similar em Canudos do Vale. Até o início da noite de ontem, o arroio Forquetinha ainda impedia a passagem de veículos em dois pontilhões de Baixo Canudos.

Entre os trechos de rodovias interditados, um dos mais impactantes foi a ERS-130, entre Arroio do Meio e Encantado

10 DE JULHO

com a instalação de um guard rail perto da vala onde o carro de Nestor foi levado.

Água começa a recuar. Marcas da devastação aparecem sobre os municípios de Muçum, Encantado, Roca Sales, Colinas, Arroio do Meio, Estrela, Lajeado e Bom Retiro do Sul. Maiores prejuízos ficam nas áreas com mais habitantes.

Nascimento em meio à enchente

O casal Rosane, 29, e Isaque Silveira, 34, estava entre as famílias ribeirinhas de Lajeado levadas para o

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A HORA | Fim de semana, 11 e 12 de julho de 2020

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A HORA | Fim de semana, 11 e 12 de julho de 2020

TRAUMAS DA ENCHENTE DO SÉCULO 08/07

MATHEUS CHAPARINI

ALDO CÉSAR LOPES

te do companheiro, lamenta o que aconteceu, mas sem buscar responsáveis. “As pessoas que moram lá nunca viram uma coisa dessas. Foi uma fatalidade. Não dá para culpar alguém por isso.”

Por outro lado, pensa ser necessário melhorar a fiscalização na estrada. Avisar os condutores que há risco de alagamento, inclusive

10/07 (SEXTA-FEIRA)

(QUARTA-FEIRA)

Após dois dias ilhada, moradora do Centro observa os estragos na vizinhança

MATHEUS CHAPARINI matheus@jornalahora.inf.br

COLABORAÇÃO Gabriel Santos Fábio Kuhn

D

epois da água, a volta para casa. Após mais de 48 horas de uma enchente histórica, a região contabiliza os prejuízos e busca se organizar. Desde a madrugada dessa quarta-feira, 8, pessoas tiveram as casas rompidas pela força da água, outras tiveram de deixar pertences para trás e se abrigar em alojamentos e há quem tenha sofrido prejuízos em seu estabelecimento comercial ou propriedade rural.

Pelo menos 700 famílias tiveram de sair de casa. Imóveis ficaram condenados em Estrela, Arroio do Meio e Muçum. Ao longo da sexta-feira, a reportagem do A Hora percorreu a região para contar algumas das tantas histórias de quem viveu a maior enchente do Vale do Taquari em 64 anos.

RENATA LOHMANN

“O trabalho de uma vida se perdeu em algumas horas” O cenário era de devastação na Campos Sales, rua do Bairro Navegantes, em Arroio do Meio. A residência da família de Luís Fernando Fernandes foi uma das totalmente destruídas pelas águas do Taquari.

Construída por sua avó cerca de 60 anos atrás, por uma década, serviu de lar para a mãe de Fernandes. Recentemente, a família investiu mais de R$ 20 mil em reformas. “O trabalho de uma vida se perdeu em algumas horas”, lamenta.

Na quarta-feira ao meio-dia, a água chegou próximo do piso da casa. A família começou a subir os móveis. Entretanto, o nível do rio surpreendeu a todos e invadiu mais de dois metros da residência.

Quando perceberam o tamanho que a enchente teria, era tarde para salvar a maioria

dos eletrodomésticos.

Com a casa destruída, a família conta com a solidariedade de uma vizinha que cedeu a casa temporariamente.

Fernandes e os vizinhos criticam as previsões equivocadas. Conforme ele, órgãos de segurança informavam a subida da água aos 24 metros, quando na realidade o nível chegou aos 27,39 metros.

Muçum é ótimo de se morar, mas parece que teve um terremoto.

Acabou com a cidade.”

ELTON PEZZI EMPRESÁRIO DE MUÇUM

Cemitério devastado

Quando chegou ao cemitério municipal, o dono de funerária Elton Pezzi mal acreditou no cenário que viu. “Parecia algo macabro. As covas ficaram abertas, o que tinha de caixão em túmulo foi embora”, relata.

Muçum foi uma das cidades mais afetadas pela enchente. Ele estima que mais da metade de cidade tenha ficado devastada.

O impacto começou pelo cemitério e pelas casas da parte baixa da cidade. A cachoeira do bairro Fátima faz com que a água chegue ali com bastante violência.

“Eu acho que alguma pessoas não vão querer ficar. Muçum é ótimo de se morar, mas parece que teve um terremoto. Acabou com a cidade.”

No municípios, cerca de 12 casas foram levadas pela água ou ficaram destruídas.

Pezzi conta que em uma propriedade, a água carregou um paiol inteiro, com as

FÁBIOP KUHN

Na Vidraçaria Lajeadense, água entrou na sede da empresa. Erro de previsão sobre elevação do rio gerou críticas aos gestores públicos

Parque do Imigrante naquele julho.

Ela estava grávida em meio à situação de calamidade e também de pandemia. “Foi muito traumático para nós. Lembro da chuvarada, de estarmos em casa. Da minha esposa ter pedido para esperar, na esperança de que a água baixasse”, conta Silveira.

Já acostumados com cheias, quando havia o alerta, levavam a mobília e os eletrodomésticos para o segundo piso da casa. “Perdemos tudo. Quando vimos que não haveria mais como ficar, chamei a Defesa Civil e fomos para o parque.

Quando voltamos, só conseguimos salvar algumas peças de roupa.”

Rosane entrou em trabalho de parto as 4h da madrugada do dia 10 de julho. A Assistência Social chamou a ambulância e Kaleb nasceu assim que chegaram ao Hospital Bruno Born. Com toda essa experiência, a família hoje teme novos episódios. “É só começar a chover que já nos preocupamos.”

O casal tem outros dois filhos, uma menina de 12 anos e um menino de 7. “Sobrevivemos a enchente e também a pandemia. Hoje, quando olha-

Em Arroio do Meio, a casa da família Fernandes ficou destruída

A Vidraçaria Lajeadense foi uma das atingidas. A empresa está desde 2003 na rua Bento Rosa. Conforme o diretor, Régis Lopes Arenhart, já haviam enfrentado cheias. Nunca com a proporção do ano passado. “Fomos pegos de surpresa. A água entrou 15 centímetros, atingindo maquinários e estoque. Ficamos dois dias e meio sem conseguir entrar no prédio.”

Na avaliação dele, existe uma maior mobilização por parte dos órgão competentes para dar mais condições de previsibilidade. “Houve diversas reuniões desde a enchente, estão sendo buscadas alternativas para amenizar os riscos.” No entanto, considera que não há nada concreto em andamento.

Para Arenhart, existe a chance de acontecer de novo. Para o empresário, é fundamental que recebam

“Morei dois dias dentro do carro” Pescador profissional, Silvam Ferrão mora próximo à barranca do rio, na Rua dos Marinheiros, em Estrela. Quando o nível da água chegou aos 25 metros, invadiu a residência.

Sem a possibilidade de retirar os pertences, decidiu abandonar o lar e cuidar da própria segurança. “Pensei: vou me salvar e salvar meu carro”, conta.

Ferrão entrou no seu Toyota Corolla e dirigiu até um ponto mais alto do bairro.

A saída foi se abrigar no veículo. “Morei dois dias dentro do carro”. Da casa,

nada se salvou. Foi a terceira vez que ele perdeu tudo em uma enchente. Pelo menos 30 casas foram interditadas no município.

48 horas ilhados Além das famílias que deixaram suas casas, em Lajeado, outros moradores tiveram menor impacto em seus imóveis,

Algumas pessoas tentaram voltar para casa, mas encontraram o imóvel rachado ou sem condições”

No cemitério de Muçum, um cenário de devastação e túmulos abertos

Ginásio vira residência

Mais de cem casas tiveram fortes abalos estruturais no município de Encan-

ROBERTO PRETTO COORDENADOR DEFESA CIVIL ENCANTADO

JUREMIR VERSETTI/CHINELAGEM PRESS

mas não puderam sair deles. Alguns moradores chegaram a ficar 48 horas ilhados. É o caso da confeiteira Luana Dallé, moradora da rua Alberto Torres.

Quando saiu para trabalhar na quartafeira pela manhã, a água começava a chegar até o edifício. “Pensei que se já estava naquele nível, poderia subir e eu não conseguiria votar. Decidi ficar”, conta Por volta das 10h30, a energia elétrica foi cortada. Os moradores do edifício permaneceram sem luz até a manhã da sexta-feira. Luana pondera que pelo menos não teve prejuízos grandes como o de outros moradores. Perdeu apenas a comida da geladeira.

Durante a madrugada, ela e a colega de apartamento se revezavam para manter a vigília e ver até onde a água chegava.

A água chegou a entrar no apartamento, que fica no nível 24,30.

“Eu jamais imaginaria um barco passando na minha sacada ou que eu tinha um apartamento com vista panorâmica pro Taquari. Seria cômico se não fosse trágico”

tado, de acordo com a Defesa Civil municipal. O bairro mais afetado foi o Navegantes, mas a enchente também causou transtornos na Vila Moça, Barra do Jacaré e nas proximidades do caminhódromo, no Centro.

Ao longo da sexta-feira, ainda havia famílias procurando abrigo nos alojamentos públicos montados no parque João Batista Marchese. “Como a água baixou, algumas pessoas tentaram voltar para casa, mas encontraram o imóvel rachado ou sem condições”, explica o coordenador da Defesa Civil do município Roberto Pretto.

Ao todo, a enchente afetou mais de 2,8 mil pessoas e 700 casas. Destas, pelo menos 180 famílias tiveram de deixar suas casas.

Eu jamais imaginaria um barco passando na minha sacada (...) Seria cômico se não fosse trágico.”

LUANA DALLÉ MORADORA DE LAJEADO

GABRIEL SANTOS

Silvam Ferrão mostra o nível que a água chegou em sua casa, em Estrela

GISELE FERABOLI/DIVULGAÇÃO

Famílias tiveram de deixar suas casas se abrigaram no ginásio municipal em Encantado

11 DE JULHO

mos para trás, comemoramos isso.”

De tudo o que aconteceu naquela semana, ainda não conseguiram recuperar tudo o que foi perdido.

Prejuízos às empresas

ordenhadeiras.

Na quinta-feira, em meio aos estragos, foi enterrado no cemitério o morador mais velho do município, Angelo Scottá, que faleceu aos 101 anos.

Rastro de destruição evidencia falhas no monitoramento, previsibilidade e comunicação. Entidades passam a articular cobrança sobre os gestores públicos. Defesa Civil e CPRM admitem erros e buscam dividir responsabilidades 6

A HORA | Terça-feira, 14 de julho de 2020

Enchentes alertam para necessidade de melhorar resposta Repique da cheia histórica trouxe novos transtornos e mostrou que a região precisa melhorar a capacidade de prever e gerir estes fenômenos MATHEUS CHAPARINI matheus@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

A

água não havia baixado completamente das ruas e casas da região e a previsão do tempo já apontava para o risco de uma segunda enchente. A ocorrência de cheias seguidas é relativamente comum. A chuva forte nas cabeceiras quando o nível ainda não voltou ao normal e o solo encharcado influenciam este fenômeno.

O curto período de tempo entre as duas, de pouco mais de quatro dias, surpreendeu a região. O menor intervalo entre duas cheias era de 11 dias, em 1988. É o que aponta levantamento feito pela reportagem do A Hora a partir dos dados da pesquisa da engenheira ambiental Sofia Moraes.

O intervalo é medido entre os picos das enchentes. O nível do Taquari chegou a 27,39 metros na madrugada de quinta-feira, 9, entre 1h e 2h. Uma inundação considerada grande, que atingiu mais de mil edificações em Lajeado. O segundo pico foi registrado às 10h de ontem,

quando rio chegou a 22,13 metros.

Mais cinco famílias tiveram de deixar suas casas na segunda cheia. Na noite de ontem, o Parque do Imigrante permanecia com 90 famílias totalizando 264 pessoas abrigadas no local.

Ainda que menor que a primeira, a segunda enchente também, causou estragos na região. Em Lajeado, um belvedere na orla foi interditado.

O espaço localizado na rua Osvaldo Aranha, próximo à Júlio de Castilhos, apresenta risco de desabamento. Ontem, pelo menos dez pontos de vias da cidade tiveram de ser bloqueados.

Quatro cidades decretam emergência

Em função dos prejuízos causados pelas duas enchentes, pelo menos quatro municípios da região decretaram situação de emergência. Até o fechamento desta reportagem, Roca Sales, Muçum, Bom Retiro do Sul e Arroio do Meio haviam informado a emergência à Defesa Civil regional. O órgão prepara um relatório sobre a situação regional que deve ser concluído esta semana.

IGOR GARCIA

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A HORA | Terça-feira, 14 de julho de 2020

FÁBIO KUHN

Centenas de famílias precisaram descartar mobílias e roupas

Carência tecnológica

Para o coordenador da Defesa Civil de Lajeado, Heitor Hoppe, não havia como fazer melhor previsão com as ferramentas disponíveis. Hoppe destaca que a quantidade de chuva foi bastante superior ao previsto pela meteorologia.

“Não houve falta da organização. O que acontece é uma carência tecnológica. Ainda es-

tamos muito atrasados. Faltam ferramentas com base científica e tecnológica mais avançadas e técnicos habilitados nos municípios para fazer projeções e cálculos”, afirma.

Hoppe destaca que se trata de um evento atípico. “Temos que evoluir, mas é complexo termos estrutura adequada para um even- Belvedere às margens do Rio Taquari foi interditado depois de parte da estrutura de concreto ceder na manhã de ontem. Município avalia prejuízos to dessa magnitude”, conclui.

Osmar Vinícius de Quadros, 45, do Vale. Ontem, a Secretaria de destacou que desmoronamentos Obras trabalhava em dois turnos Melhorar o da rua já haviam ocorrido na déca- para limpezas dos bairros atingida de 90. “Mas não foi em tantos dos pela cheia. convívio com o rio pontos como esta vez”, analisa.

Para a engenheira ambiental Lajeado também registrou pre- Estrela Sofia Moraes, há medidas preA rua dos Marinheiros, no bairjuízos com desbarrancamento na ventivas que podem ser adotadas Rua Bento Rosa, nas proximida- ro Moinhos, foi um dos pontos para reduzir o impacto das pródes da Associação Atlética Minua- mais atingidos no município. Onximas enchentes. As iniciativas no, no bairro Hidráulica. Parte da tem, a Defesa Civil interditou 20 mais básicas são desenvolver calçada foi afetada e a rua ficou casas na beira do Rio Taquari que mais conhecimento sobre a bacia correm o risco de desabar. Por com trânsito em meia pista.

Taquari-Antas, tornar o sistema meio do Departamento de Habide monitoramento mais eficaz e Arroio do Meio tação da Secretaria Municipal do menos concentrado, com a insPrincipais prejuízos foram re- Desenvolvimento Social, Trabalho talação de réguas e pluviômetros gistrados na rua Campos Sales, e Habitação (Sedesth), está sendo por diversos pontos. bairro Navegantes. O trecho em feito o encaminhamento para que “Uma solução barata é criar Ruas interditadas, deslizamento de terras nas margens do Taquari e parte da via foi proibido em função estas famílias sejam beneficiadas projetos que integrem a comunido desbarrancamento às margens com aluguel social. dade ao rio. Hoje, se alguma régua estragos na malha viária. Prejuízos das duas enchentes em menos de uma do rio, informa o secretário de falha, nós não temos um plano B. Obras, Paulo Volk. Casas também Muçum Precisamos Instalar réguas físicas semana ainda são calculados pelas administrações municipais da região foram danificadas na rua. LevanLevantamento inicial aponta e ter representantes do poder pútamento dos estragos ainda é feito que mais de 35 quilômetros de esblico ou líderes comunitários ha- FÁBIO KUHN de ser fechado para o público após estrutura de concreto, uma árvore e pela administração municipal. tardas de chão foram danificados bilitados a fazer a leitura”, propõe. fabiokuhn@jornalahora.inf.br parte da estrutura ceder. um poste de iluminação tombaram. pelas cheias, informa o coordenaSofia destaca que as inundaA destruição foi percebida Desbarrancamentos foram re- Encantado dor da Defesa Civil, Douglas PesVALE DO TAQUARI ções são um fenômeno natural na manhã de ontem. “Sai às gistrados em outros dois trechos Conforme o prefeito Adroaldo si. Prejuízo também foi registrados rios com o qual seguiremos m dos principais pon- 10h30min e estava tudo normal. da Oswaldo Aranha, inclusive Conzatti, cerca de 700 casas fo- do na Casa de Cultura, que teve convivendo. “Cabe a nós, entos turísticos de Lajea- Quando voltei, havia a cratera”, com parte da calçada danificada. ram atingidas pela cheia. Apro- computadores e parte do acervo quanto sociedade, buscar as medo foi interditado nessa conta o proprietário de um restau- Os locais foram interditados pela ximadamente 10 tiveram danos bibliográfico danificados. Conlhores formas possíveis de convisegunda-feira, 13. O rante em frente ao local, Dorneli administração municipal e em al- da estrutura e estão interditadas. forme Pessi, seis casas foram levência com o rio”. belvedere que fica na Rua Oswal- João Vian. guns percursos, o acesso à via foi O mandatário reforça ainda que vadas pela força da água. Outras do Aranha, esquina com a Bento Conforme a administração mu- permitido apenas para moradores. a água do rio invadiu empresas oito estão interditadas em função Gonçalves e Júlio de Castilhos, teve nicipal, além da queda de parte da Morador do local na infância, como a Dália, Fontana e Quinta dos estragos.

Cheias deixam rastro de destruição no Vale do Taquari

U

Após chuvas, frio intensifica nos próximos dias Meteorologistas alertam para mudança brusca na temperatura em poucos dias. Na quinta-feira chove, mas os riscos de nova enchente são mínimos RAMIRO BRITES ramiro@grupoahora.net.br

VALE DO TAQUARI

Enquanto centenas de pessoas retornam para suas casas após duas enchentes consecutivas, o

frio fica mais forte nos próximos dias. Hoje, as temperaturas não passam dos 12 °C. E na quartafeira, 15, a previsão é de temperaturas negativas pela manhã, com muita geada na parte alta do Vale.

Na quinta-feira, volta a chover, no entanto, o risco de nova enchente são mínimos. Especialistas estimam precipitações de 20mm a 30mm na baica Taquari-Antas.

Como rio está em queda desde às 10 horas de segunda-feira, dia 13, as áreas alagadiças não devem ter novos transtornos nesta semana, ainda que, em alguns períodos, a previsão é para chuva forte.

Ainda na quinta-feira, o vento norte começa a atuar sobre o vale.

A meteorologista Estael Sias diz

que esse sentido de vento ajuda no escoamento dos rios.

“O vento vem com ar seco e quente, o que funciona como uma forma de bloqueio a novas chuvas”, estima.

No final de semana, o sol aparece. As temperaturas máximas no sábado serão de 28ºC e, no domingo, 29ºC. Pessoas com predisposição de doenças respiratórias devem estar atentas.

“Nós vamos de um verão para o inverno em poucos dias, o que para a saúde não é a melhor das coisas”, prevê Estael.

Na próxima semana, as temperaturas ficam amenas, e o tempo deve permanecer seco até 25 de julho.

PREVISÃO DA SEMANA Terça

A massa de ar seco e frio define as condições do tempo na Região e confere um dia de sol com poucas nuvens. Faz frio no começo do dia, e há condições para geada na maior parte do Vale.

Mínima: 5ºC Máxima: 12ºC

Quarta

O tempo permanece firme e ensolarado no Vale. Faz muito frio no começo do dia e deve gear em praticamente toda a Região. Durante a tarde, as marcas ficam amenas. E, à noite, volta a esfriar ocorrendo intensa sensação de frio na Região.

Mínima: -1ºC Máxima: 13ºC

Quinta

O sol aparece entre nuvens. Pancadas de chuva ocorrem em determinados períodos, com possibilidade de temporais isolados.

Mínima: 6ºC Máxima: 13ºC

as informações de forma mais eficiente para que possam se planejar e evitar prejuízos.

A cobrança do setor empresarial, por meio da Associação Comercial e Industrial (Acil) aponta para mais controle sobre as cheias, com melhor previsibilidade sobre o tempo de aumento do nível e uma comunicação eficaz sobre esses dados à população.

Continua >>

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A HORA | Fim de semana, 3 e 4 de julho de 2021

ONDE OCORRERAM OS ERROS?

Prevenção Frente ao saldo da enchente, ficou a certeza da necessidade de melhorar a prevenção, a previsibilidade do comportamento do nível

Monitoramento

FOTOS ARQUIVO A HORA

O sistema de réguas no Rio Taquari se comprovou insuficiente para dotar os municípios de informações precisas. Na ocasião, havia medições em Muçum, Encantado, Estrela e Bom Retiro do Sul. Pelo tamanho da inundação, muitos aparelhos ficaram embai-

xo da água, o que inclusive dificulta o conhecimento de quanto foi o real pico da enchente. Esse acompanhamento parte do Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

A organização reconheceu erros na transmissão dos dados em função de problemas em equipamentos eletrônicos. De lá para cá, houve a instalação de uma régua, em Lajeado.

dos mananciais hídricos e da comunicação inter-regional. Dentro disso, a análise do comportamento da água e a comunicação se mostram fundamentais, apontam integrantes das Defesas Civis.

O QUE MUDOU? Olhar mais atento Algumas iniciativas já foram adotadas para evitar episódios como o de julho passado. Entre as quais, está a incorporação do Vale do Taquari como área prioritária de análise da Sala de Controle do Centro de Operações da Defesa Civil do Estado do RS (CODEC-RS).

A partir do acompanhamento dos técnicos do Estado, são feitos alertas periódicos diretos à Defesa Civil da região. No episódio do ano passado, os laudos fazem parte de

Falta de integração Cada Defesa Civil dos municípios teve uma atuação individual. Sem comunicação entre as organizações, os dados sobre o comportamento do rio ficaram restritos. Quando se tem chuva em grande quantidade ao Norte do Estado, no Rio das Antas e no Carreiro, sobe a partir da parte alta do Vale, em Muçum e Encantado. Em média, esse comportamento impacta sobre o Porto de Estrela, após duas horas.

Quando os equipamentos de medição falharam, não houve troca de informações entre os municípios, relembra o secretário de Segurança Pública de Lajeado, Paulo Locatelli. Ele foi subchefe da Defesa Civil estadual.

Na avaliação dele, a enchente passada reforçou a necessidade de conhecimento técnico e de atuação conjunta entre os representantes das cidades. “Estávamos trabalhando em ilhas. O rio já alcançando as casas aqui e não sabíamos como estava em Encantado.”

Gestão próxima Foi instituído um grupo com a integração de 13 municípios da região. Estão todos os responsáveis pela gestão de atendimento às catástrofes. “Temos de melhorar os alertas, os alarmes. Criamos essa microrregião de Defesa Civil”, conta Locatelli.

O intuito de ver as dificuldades e treinar os responsáveis. “Tivemos falha na nossa prevenção, no monitoramento. Já a resposta, no atendimento às famílias vulneráveis, foi um ponto positivo.”

As cidades preencheram um relatório da situação de alerta e os maiores riscos em caso de uma nova pane no sistema de monitoramento.

um comunicado oficial, feito apenas por e-mail.

Essa inclusão faz com que se tenha acesso ao banco de dados, a aplicação de modelos numéricos, elaboração de boletins e emissão de avisos de tempo severo. Além da análise de imagens de satélite são avanços que, mediante a interlocução entre Estado, o que permite alertas às coordenadorias regionais direto para o Vale do Taquari, por meio da Defesa Civil de Lajeado.

Ao mesmo tempo, também o CRPM também disponibilizou o quadro técnico para emissão de projeções de elevação.

ALDO LOPES

Comunicação via internet, telefone e rádio

A comunicação entre os diferentes órgãos de fiscalização e alerta também não está mais sus-

cetível a panes na internet ou na telefonia. Foi incorporado o uso da comunicação por rádio amador. “Em caso de colapso, temos de ter alternativas para o repasse de informações”, realça o excoordenador Regional da Defesa Civil e atual diretor de Trânsito de Lajeado, Vinícius Renner.

A HORA | Fim de semana, 3 e 4 de julho de 2021

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A HORA | Fim de semana, 3 e 4 de julho de 2021

CORAGEM OU ESTRATÉGIA

Eduardo Leite abre debate nacional Oportunismo político ou liberdade da expressão?

Ao assumir a orientação sexual, o governador Eduardo Leite divide opiniões e aumenta a popularidade em âmbito nacional RAMIRO BRITES ramiro@grupoahora.net.br

RENATA LOHMANN renata.lohmann@jornalahora.inf.br

ESTADO

E

m 12 horas, 94 mil seguidores a mais nas redes sociais. Desde que assumiu o governo gaúcho, 535 novas pessoas acompanham as mídias de Eduardo Leite todos os dias. Mas a partir do momento em que afirmou ser gay no programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, o impacto alcançado pelo governador atingiu outro patamar.

Para o doutor em Comunicação e membro do coletivo Aquenda, que luta pela diversidade de gênero, Tainan Pauli Tomazetti, a atitude é um marco histórico. Ele availia no discurso, porém, uma forma de se afastar da pauta. “Quando ele coloca ‘não sou um gay governador, e sim um governador gay’, isso

demonstra essa possibilidade de se eximir da sua sexualidade”. Para Tomazzeti, o discurso deve ser acompanhado de ações práticas.

“Ser gay não significa nada se você não está lutando pelo progresso da

pauta”, acrescenta.

A visão crítica é compartilhada pelo advogado e diretor executivo da ONG Somos, Caio Klein. A organização trabalha com direitos dos LGBTs. Para Klein, a respon-

sabilidade de Eduardo Leite para apoiar políticas públicas de diversidade aumenta.

“Uma vez que o governador é membro assumido dessa comunidade, que sejam criados mecanis-

“Nem o governador, nem ninguém tem que ser julgado pela orientação sexual. Ele tem que ser julgado pelo caráter e pela competência.”

“Agora, com o nome como presidenciável, se declara gay sem ninguém ter perguntado. Ele não foi questionado no programa”

“Como gestor, a vida pessoal dele não importa. O que importa é como ele cuida da vida dos gaúchos, e nisso ele é um fracasso”

LUCAS REDECKER

UBIRATAN SANDERSON

ELVINO BOHN GASS

PRESIDENTE DO PSDB-RS

DEPUTADO FEDERAL - PSL

DEPUTADO FEDERAL - PT

mos dentro dos serviços públicos do Estado”, manifesta.

De acordo com os grupos de defesa dos direitos aos homossexuais o tema seria irrelevante em uma sociedade sem discriminação e violência. A discussão aberta da orientação sexual de pessoas públicas se torna fundamental na atual conjuntura.

Influência política A posição de Eduardo Leite repercute em Brasília. O deputado federal e presidente do PSDB gaúcho, Lucas Redecker, acredita que o governador adianta o tema para retirar da pauta na corrida presidencial. “Ele antecipa algo justamente para tirar isso da campanha eleitoral”, afirma.

A disputa interna entre tucanos para as eleições está consolidada.

Os governadores de São Paulo, João Dória, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, são os prin-

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ENTREVISTA

DIVULGAÇÃO

cipais nomes. Para Redecker, as bandeiras econômicas são muito semelhantes, mas Leite ganha na capacidade de diálogo.

O líder do partido no Rio Grande do Sul acredita que não houve cálculo político na afirmação de Leite. Ele nega as especulações sobre uma pesquisa ter sido encomendada para medir o impacto da fala. “Eu, presidente estadual, fiquei sabendo pela televisão”.

Divergências no parlamento

Revelação de Eduardo Leite sobre homossexualidade ganhou projeção mundial

Outros parlamentares da bancada gaúcha tem uma opinião divergente. O deputado federal Ubiratan Sanderson (PSL) estranha em três anos de mandato como governador a orientação sexual nunca ter sido pautada por Leite. “Agora, com o nome como presidenciável, se declara gay sem ninguém ter perguntado. Ele não foi questionado no programa”.

Já o parlamentar Elvino Bohn Gass (PT) avalia que a gestão à frente do governo do RS descredencia Leite como candidato à presidência. “Como gestor, a vida pessoal dele não importa.

O que importa é como ele cuida da vida dos gaúchos, e nisso ele é um fracasso”.

GUSTAVO GROHMANN, DOUTOR EM CIÊNCIA POLÍTICA E PROFESSOR DA UFRGS Estratégia política ou desabafo pessoal, a repercussão da entrevista fortalece a popularidade de Leite.

Resta saber se ele consegue vencer as prévias partidárias. E mais do que isso, se consolidar como uma força capaz de desbancar Lula ou Bolsonaro.

“Ele ganha mais do que perde” A Hora: A fala do Eduardo Leite foi uma estratégia política pensando na eleição?

Gustavo Grohmann: Eu não diria que foi somente pensando nesta eleição. Ele é um político e políticos trabalham em eleição.

Não foi pensando em uma ou outra eleição. É uma carreira política como um todo. Não há nenhum demérito nisso. Ele está jogando limpo. Porque ele falou o que ele é. É muito melhor que ele falou politicamente uma verdade, do que se ele tivesse falado politicamente uma inverdade.

Ele ganha capital político por assumir a sexualidade?

Grohmann: Há uma agenda política em torno desta questão. Ele pode ganhar por um lado e perder por outro. Pessoas com preconceito, talvez se afastem dele. Pessoas que sejam progressistas e primem pela liberdade sexual, podem se aproximar da figura. Talvez ele ganha mais do que perde. Uma boa parcela dos eleitores do RS já sabiam dessa opção dele, e mesmo assim, não se eximiram em votar nele.

não vai ser uma única candidatura que vai desarmar a conflitividade existente. Para desarmar o campo autoritário, apenas uma ampla coalizão.

Na disputa interna pelas eleições presidenciais? Quais são as chances de Eduardo Leite em relação ao João Dória?

Grohmann: Eu acho que o Eduardo Leite está em uma posição muito confortável. Porque ele é muito jovem. Ele tem um largo espaço para construir uma carreira política de enorme grandeza. Basta que o nome dele seja citado, ele já está ganhando. Se ele tem chance de ganhar do João Dória, na disputa interna, eu não saberia dizer. Talvez nem seja interessante porque o terreno político está muito conflagrado. E

Leite tem condições de ocupar o tão falado lugar da terceira via?

Grohmann: Ele tem condições de ser uma terceira via. Não sei se tem força política para isso. Ele é muito jovem. Para a terceira via, não importa muito quem esteja a frente dela. O que importa é uma ampla força que deslegitime o autorismo. Porque não se trata apenas da força política partidária.

Nós estamos em um momento conturbado enquanto sociedade, e um partido não será capaz de desarmar isso. A última pesquisa deu mais gente votando no Lula. Em termos eleitorais tudo pode acontecer. Os que votaram no Bolsonaro, para ser anti Lula no passado, estão votando no Lula para ser anti Bolsonaro. Volto a dizer, a minha preocupação é com a sociedade.

Para dar certo, a terceira via tem de ser apartidária.

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REFERÊNCIA ESTADUAL

Cooperativas celebram protagonismo na região Neste sábado, é celebrado o Dia Internacional do Cooperativismo. No Vale, organizações se destacam com expansão em meio à pandemia, espírito colaborativo dos associados e papel social nas comunidades

FELIPE NEITZKE

MATEUS SOUZA mateus@jornalahora.inf.br

FELIPE NEITZKE regional@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

A

irton Hahn, 61, é produtor cooperado há mais de 40 anos. A família reside em Linha Wolf, no interior de Estrela, onde aloja 30 mil aves e mantém produção de 230 litros de leite ao dia. Desde os 18 anos, Hahn é associado à Languiru, dando sequência ao modelo de negócio implementado pelo pai.

A confiança no cooperativismo fez Airton incentivar a filha Diane, 28, a permanecer no campo.

Há sete anos investiram cerca de R$ 300 mil na construção de um novo aviário. Para garantir o investimento, Hahn buscou financiamento na cooperativa Sicredi Ouro Branco, onde é associado desde 1982.

Para o produtor rural, negociar através de cooperativas possibilita um atendimento personalizado e próximo. “Converso com pessoas daqui que conhecem nossa realidade”, relata Hahn, sobre a experiência de ser cooperado.

A aposta remete às origens da região. Neste sábado, 3, é celebrado o Dia Internacional do Cooperativismo e o Vale é referência no modelo. Somente em 2020, as cooperativas locais cresceram quase 20%, segundo dados da Ocergs. “As cooperativas podem construir um

mundo melhor e nós podemos fazer isso em especial no Vale do Taquari”, destaca o presidente Vergílio Perius.

Espírito colaborativo Para Adilson Metz, presidente da Sicredi Integra-

ção RS/MG, o futuro da região passa pelo protagonismo das cooperativas, sobretudo no espírito colaborativo. “E também na responsabilidade dos associados em participarem efetivamente, na fiscalização, na gestão, nas assembleias, exercendo a função de donos”, comenta.

A participação da população nos processos cooperativos tam-

bém é exaltada por Dirceu Bayer, presidente da Cooperativa Languiru, com a aplicação de recursos na região e distribuição de sobras. “As cooperativas trabalham para um mundo melhor e, apesar de toda tecnologia de hoje, são as pessoas que fazem a diferença”, frisa.

Neori Gusson, presidente da Unimed Vales do Taquari e Rio

Cooperado há mais de 40 anos, Hahn dá sequência ao negócio implementado pelo pai, em Linha Wolf

Pardo, enxerga o sistema cooperativista com dinâmica econômica e social de grande valor para a sociedade no futuro. “As cooperativas tem um olhar especial para a sustentabilidade, o que é fundamental para a qualidade de

COOPERATIVISMO NO VALE ADESÃO

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

396 mil

18,4% de crescimento

associados na região

EXPANSÃO

19,9% de crescimento

R$ 5,28

bilhões de faturamento

SOBRAS

21% de

crescimento

R$ R$ 380

milhões

distribuídos

R$ 2,31 bilhões em 2020

ATIVOS

R$ 9,79 bilhões Aumento de 25,9%

EMPREGOS

455 novos

empregos diretos em 2020

6,1% de aumento

em relação a 2019 7,9 mil empregos com carteira assinada

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Olhar para o próximo

Pioneira no Vale, a Certel Energia completou 65 anos em 2021.

E, para o presidente Erineo José Hennemann, entre os diferenciais está o papel social. “As cooperativas são sociedades cidadãs, tendo em seus associados a razão de existir. Não adianta apenas ter conhecimento de que exista um problema social, mas é importante participarmos também”, pontua.

Neori Ernani Abel, presidente da Sicredi Ouro Branco, também percebe a importância de atender pessoas em situação de vulnerabilidade. “Está no DNA do cooperativismo fazer a diferença na vida das pessoas e no mundo ao nosso redor”, ressalta. A cooperativa de crédito, para celebrar a data, lançou uma campanha solidária, arrecadando recursos em prol das entidades sociais.

Cenário diferente vida e bem estar de todos”, avalia.

Já Renato Martins, presidente da Certaja, entende que o cooperativismo impulsiona o crescimento dos menos favorecidos. “De forma individual, eles não teriam condições de buscar uma melhor qualidade de vida. Através desse tipo de associação, isso fica facilitado, pela união de esforços e pelo poder

de barganha”, salienta.

Pandemia e estiagem O resultado positivo das cooperativas é reflexo da capacidade de adaptação frente aos desafios causados pela pandemia. Esta é a avaliação do presidente executivo da Dália, Carlos Alberto de

Figueiredo Freitas. “Mudamos nosso foco para a prevenção e saúde dos colaboradores das plantas industriais. Felizmente contornamos a situação e continuamos produzindo com toda a segurança necessária”, revela.

Já o presidente da Arla Cooperativa, Orlando Stein, lembra que o desempenho do último

ano superou as expectativas, apesar do impacto da estiagem na safra de grãos. O alívio veio com a boa colheita de 2021 e valorização do milho e soja.

“Nossa parceria com o produtor garante a constante evolução e investimentos para aumentar a produtividade”, observa.

Das 81 cooperativas de transporte existentes no RS, duas são de Arroio do Meio. Adelar Steffler preside ambas, a ValeLog e a Rede Transportes. E ele mostra otimismo com o desempenho do setor em 2020, sobretudo quando comparado às empresas de transportes. “Várias empresas tiveram muitos problemas. E dentro das cooperativas não se viu isso. É um cenário bem diferente do que acontece no mercado”, salienta.

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Trem dos Vales terá 52 passeios entre novembro e janeiro THIAGO MAURIQUE

Solenidade de lançamento ocorreu nessa sexta-feira, em Guaporé. Vendas de ingressos para pessoas físicas começam no dia 24 de agosto THIAGO MAURIQUE maurique.t@gmail.com

Secretário Ronaldo Santini ressaltou as riquezas turísticas do Estado VALE DO TAQUARI

O

Trem dos Vales voltará a fazer passeios na região entre os meses de novembro e dezembro deste ano e janeiro de 2022. As datas das viagens foram anunciadas na sexta-feira, dia 2, em evento realizado na vinícola Gheller, em Guaporé, com participação de autoridades da região e do Estado.

Ao todo, serão 52 passeios, com expectativa de receber mais 20 mil turistas. A venda dos bilhetes para as agências de turismo começou na sextafeira, 2, e vai até o dia 23 de agosto, por

meio do site www.tremdosvales.com. br. A partir do dia 24 de agosto, havendo disponibilidade de bilhetes, será aberta a comercialização para pessoas físicas, também pelo site.

Os percursos terão saídas das estações de Muçum e Guaporé, passando pela Ferrovia do Trigo. O trajeto de 46 quilômetros, que dura cerca de 2h30, apresenta aos turistas 21 túneis e 17 viadutos. Entre as atrações estão os viadutos V-13, maior da América do Sul, em Vespasiano Corrêa , Pesseguinho e Mula Preta, em Dois Lajeados.

O evento teve a presença do secre-

tário estadual de Turismo, Ronaldo Santini, representando o Governador Eduardo Leite. Para Santini, o Trem dos Vales é mais um exemplo do potencial turístico do RS. “Nosso Estado tem riquezas naturais, culturais, patrimoniais e gastronômicas. Tenho certeza que seremos o principal destino turístico do país.”

O presidente da Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales), Leandro Arenhart, salientou que o projeto contempla o trecho de cerca de 90 quilômetros, compreendido entre Estrela e

Guaporé. “É esse o projeto que vamos lutar até o final, com um passeio entre Muçum e Guaporé, e outro entre Estrela e Roca Sales.”

O vice-presidente da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), Marlon Ilg, fez uma apresentação da entidade e falou da importância do Trem dos Vales para a associação e das pretensões da ABPF na região. “O passeio na Ferrovia do Trigo tem o grande diferencial de mostrar às pessoas uma das ferrovias mais icônicas do país”.

Coordenador do Trem dos Vales, Rafael Fontana testou positivo para Covid-19 e não pode se fazer presente à cerimônia, mas deixou uma mensagem por meio da assessoria de imprensa. Segundo ele, chegar à terceira edição dos passeios é uma conquista, que comprova o potencial do projeto e da região como um todo.

“Os 52 passeios do Trem dos Vales para esse ano, além de possibilitarem aos turistas uma experiência ímpar de contemplação de belezas exuberantes, ligando os Vales à Serra”, afirma. Fontana reforça o papel dos passeios na retomada das atividades turísticas.

CONFIRA AS DATAS: Novembro/2021 - dias 06, 07, 13, 14, 15, 19, 20, 21, 27 e 28 Dezembro/2021 - 04, 05, 11, 12, 17, 18, 19, 22, 26, 28, 29 e 30 Janeiro /2022 - 02, 07, 08 e 09

HORÁRIOS

Saída de Guaporé: 9h Saída de Muçum: 14h

O Trem dos Vales é uma iniciativa da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), em parceria com a Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales (Amturvales), que representa os municípios Colinas, Dois Lajeados, Estrela, Guaporé, Muçum, Roca Sales e Vespasiano Corrêa, e conta com o apoio e cooperação da Rumo Logística.

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172 ANOS

ARQUIVO

O

HISTÓRIC

Nas fotos: Igreja matriz São José; Vista da casa comercial e a então Intendência Municipal; e a Casa Museu Costa e Silva

Taquari une passado e presente para encarar o futuro BIBIANA FALEIRO bibianafaleiro@grupoahora.net.br

TAQUARI

C

idade mãe do Vale, Taquari completa 172 anos de emancipação política e administrativa neste domingo, 4 de julho. Uma das mais antigas do estado, a cidade foi o berço da colonização açoriana na região, e surgiu como ponto estratégico de combates militares.

Dela se emanciparam outros municípios, e hoje, governo e comunidade unem passado e presente para desenvolver Taquari do futuro.

O prefeito André Brito destaca o andamento de projetos nas áreas da saúde, educação e desenvolvimento econômico, eixos trabalhados pelo município para garantir o progresso da cidade.

A criação de um Condomínio Empresarial e um Distrito Industrial são novidades. O governo também incentiva a agricultura, suinocultura e produção de grãos, com empresas em expansão.

No início de 2019, a empresa Zanc chegava a Taquari com a expectativa de gerar mais de 200 empregos. Hoje, a instituição possui 1,2 mil funcionários. Outro empreendimento de destaque é a multinacional Adama. Com investimento de R$ 200 milhões, a obra já gerou 180 empregos.

A beira do rio é também uma área com potencial para investi-

mento. O município quer revisar o plano diretor a fim de adaptar Taquari a uma nova realidade.

“Estamos discutindo essa possibilidade de ocupação das áreas próximas ao rio, com desenvolvimentos empresariais. Estamos garimpando alternativas”, revela o prefeito.

Brito ainda destaca a importância da comunidade para o desenvolvimento do município. “Somos um povo acolhedor, e o sentimento de respeito à cidade faz Taquari ter harmonia. Temos uma comunidade trabalhadora, organizada, com diferentes vocações e empreendedora, principalmente na área de serviços”, destaca.

TAQUARI Área Territorial

349,967 km² População estimada

26.885 habitantes Densidade demográfica

74,56 hab/km² Escolarização 6 a 14 anos

97,2% (2010)

IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)

Um terra açoriana

O pesquisador João Paulo da Fontoura conta que a cidade foi fundada em um contexto de guerrilhas.

Em 1763 as terras onde hoje fica o município foram invadidas por tropas castelhanas, e o então governador José Custódio de Sá Faria fundou um forte com 20 canhões às margens do rio para conter a invasão.

No espaço, também foi criado um povoado com 60 casais ilhéus açorianos que aguardavam por suas datas de terra (uma data corresponde a 254 hectares) desde 1752. Em 1764 foi fundado o sexto povoado do Rio Grande, e a 19ª vila do estado chamados Taquari.

A cidade abrigou a maior empresa de navegação fluvial do estado, a Navegação ARNT, fundada em 1875. Também foi sede da primeira Escola Superior Agrícola, de 1890, e do Seminário Seráfico, fundado em 1931.

Segundo Fontoura, as três maiores figuras da história do município são o general David Canabarro, Adroaldo Mesquita da Costa e Arthur da Costa e Silva. Também foi em Taquari, em novembro de 1850, que nasceu a mãe do presidente Getúlio Dornelles Vargas.

“Entre as heranças deixadas pelos colonizadores estão a religiosidade, com a festa do Espírito Santo, as danças, os cantos e a linguagem”, destaca o pesquisador. Outras culturas se perderam com o tempo.

ANDRÉ LIZIART

Município mais antigo da região foi fundado em 1849. Entre os desafios atuais, está a preparação da cidade histórica para o futuro, com investimentos na área de saúde, educação e desenvolvimento econômico

Cidade mais antiga do Vale ainda mantém características da colonização açoriana

Indicadores Socioeconômicos

Número de empresas Micro Pequena Grande Indústria de transformação 166 9 4 Construção civil 55 2 Comércio 559 28 1 Serviços 612 28 5 Agropecuária e extração vegetal 58

Total

1450

67

10

IDESE (INDICE DE DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO)

347ª

posição no RS

0,733 (2010) Mortalidade infantil

12,88 óbitos por mil Estamos incentivando as empresas, mantendo empregos e gerando novos. O governo tem pelo menos três investimentos que podem dobrar a empregabilidade no município. Já estamos colhendo frutos”.

LUIS PORTO PRESIDENTE DA CÂMARA DE VEREADORES

nascidos vivos (2019) Receitas realizadas

R$ 70.999,08 (2017)

Despesas empenhadas

R$ 54.766,11 (2017)

PIB per capita

R$ 27,9 mil\ano (2018)

Nosso desafio vai ser estimular novos negócios no município que é mais comercial. Grandes empresas que vieram a Taquari são importantes para a geração de empregos e colaboraram para um menor impacto da crise na cidade”.

CÉSAR MARQUES FAZENDA PRESIDENTE DA CDL

PLANOS PARA O MUNICÍPIO • Está projetada a construção de um Condomínio Empresarial para médias e pequenas empresas, e um Distrito Industrial para médios e grandes empreendimentos na entrada da cidade.

• O Município se prepara para o turismo, com roteiros como do passeio Freguesia das Figueiras, uma iniciativa dos produtores locais, com natureza, culinária e agroindústrias familiares.

• Ampliação do Hospital São José para atender cerca de 200 mil pessoas de 12 municípios da microrregião. Hoje, o hospital tem 60 leitos de internação, mas amplia a capacidade para 120.

• Possibilidade de construir um campus universitário na cidade. A inauguração de três escolas de educação infantil também está nos planos do governo, além do contraturno escolar, com reforços, oficinas e aprendizado de línguas estrangeiras.

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Municípios da região esperam R$ 32 milhões de ICMS da CEEE-D Ao todo, os 497 municípios do Estado terão R$ 804 milhões depositados em suas contas na próxima terça-feira, 6 ESTADO

A

privatização da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) gerou dividendos para os 497 municípios do Rio Grande do Sul. A CEEE-Par, holding

do grupo CEEE, quitou nessa quinta, 1º, parte dos passivos tributários de ICMS, conforme estava previsto no edital de privatização da estatal.

O total a ser liquidado é de R$ 2,7 bilhões, incluindo a parcela destinada à formação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). A viabilização desse pagamento em espécie pela CEEE-Par ocorreu por meio de um aporte de capital realizado pelo Estado.

Deste total, o repasse aos municípios será de R$ 804 milhões, que serão creditados em suas contas na próxima terça-feira, 6. Os 38 municípios do Vale do Taquari receberão pouco mais de R$ 32 milhões deste

total. O restante do valor será quitado pela CEEE, já com controle privado, de forma parcelada.

A quitação de parte da dívida da CEEE-D é uma providência integralmente a cargo do governo estadual e precisava ser materializada previamente ao início do controle da empresa pela Equatorial Energia, vencedora do leilão de privatização, como parte do equacionamento patrimonial necessário para viabilizar a operação.

O secretário da Fazenda, Marco Aurélio Cardoso, considerou esse passo como um dos mais importantes no processo de privatização da companhia. “Uma dívida acumulada ao longo de muitos anos e que

OBITUÁRIO ARLINDO KLEIN, 92, faleceu nessa sexta-feira, 2. Será sepultado neste sábado, 3, às 14h, no Cemitério Luterano de Picada Felipe Essig, em Travesseiro ROGÉRIO BARBIERI, 51, faleceu nessa sexta-feira, 2.

Foi sepultado às 15h do mesmo dia, no Cemitério Católico de Tamanduá, de Marques de Souza

LAUDÉRIO JORGE STAUB, 54, faleceu na quinta-feira, 1º. Foi cremado ao meio dia de sexta-feira, 2, no Memorial Crematório Jardim Montanha dos Vales, em Santa Cruz do Sul EGIDIO KUHN, 85, faleceu na quinta-feira, 1º. Foi sepultado às 14h dessa sexta-feira, 2, no Cemitério Católico de Capitão.

ILZA HAFLIEGER, 89, faleceu nessa sexta-feira, 2. Foi sepultada às 16h30min do mesmo dia, no Cemitério Evangélico de Linha Júlio de Castilhos, em Roca Sales

Para informar falecimentos: • WhatsApp: (51) 92487689 • Fone: 3710 4200 • E-mail: centraldejornalismo@ grupoahora.net.br

QUANTO RECEBERÃO AS PRINCIPAIS CIDADES: MUNICÍPIO Lajeado Teutônia Estrela Arroio do Meio Encantado Taquari

materializava a falta de eficiência dessa empresa em mãos estatais”.

Com a privatização da CEEE-D, o Estado voltará a receber os repasses regulares do ICMS da companhia a partir de julho, que também serão repartidos com os municípios todos os meses. O secretário também destacou a importância desse pagamento, que equivale a um 13º

TOTAL REPASSADO R$ 6.055.863,51 R$ 2.975.180,05 R$ 2.713.570,64 R$ 2.464.292,57 R$ 1.774.513,01 R$ 1.519.922,98

mês de recebimento do ICMS para as prefeituras gaúchas.

“Além de uma nova CEEE, com uma gestão privada que nós acreditamos muito mais eficiente, essa CEEE também gerará para o tesouro estadual e tesouros municipais o que ela sempre deveria ter gerado, que são os impostos em dia pagos para os cidadãos”, complementou Cardoso.

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Como receber a camiseta?

23/09 - 22/10 23/10 - 21/11 22/11 - 21/12 22/12 - 19/01 20/01 - 18/02 19/02 - 20/03

21/03 a 19/04 20/04 - 20/05 21/05 - 20/06

21/06 - 22/07

AQUÁRIO: Hoje não é um bom dia para fazer poupança ou investimentos. A vibe é mais positiva para cortar gastos e ajeitar as contas.

PEIXES: Na profissão, novidades ou mudanças podem não ter sucesso. A dica dos astros é apostar suas energias no que já esteja rolando.

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL www.coquetel.com.br / © Revistas COQUETEL Radicais mais usados na formação de palavras em Português

Presidente Neori Abel: “Está no DNA do Cooperativismo fazer a diferença na vida das pessoas e no mundo ao nosso redor”

milhões de pessoas nas comunidades de 612 cidades. A instituição contou com o apoio de mais de 30 mil voluntários, entre eles, seus próprios colaboradores. O impacto das ações do Sicredi representou mais de 50% das pessoas beneficiadas e quase 1/3 do total de iniciativas do Dia C foram realizadas por alguma de suas cooperativas.

A cada R$ 40,00* doados, recebe-se uma camiseta esportiva, desta forma, além de ajudar quem mais precisa, o doador recebe um incentivo para cuidar da sua saúde e melhorar a sua qualidade de vida, através da prática da atividade física. *O valor integral da doação será destinado para as entidades da região.

Pessoa tímida e que estuda muito (gíria)

Tipo de uva seca Interjeição de espanto Tornar parceiro

(?) mesmo: inclusive Espécie, em inglês

Relativo à Sem virose aspereza (fem.) como o resfriado Frustrar

Comida de má qualidade (gíria) Relativo à boca Tenso; ansioso

"(?) of Roses", sucesso de Bon Jovi

Medicina (abrev.)

Erguido; levantado

62

62

"(?) of Roses", sucesso de Bon Jovi

Medicina (abrev.) das

de tivo

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I E D N E A TO N E R D I S E P O C A D AS L I S R I P A A L O R O B L M E E S SA D

A L Ç A D O

V B E T A N A L D N A N Ç A

E A TO N E R D I S E P O C A D AS L I S R I P A A L O R O B L M E E S SA D G O R A R

Tipo de uva seca

N T ON I E R M I T I E OS

E T A

S O R T

Solução

L A T I N O S R E G R T E G O E S

Solução

3/bed. 4/nerd — nose — sort. 5/go

Molécula da hereditariedade Deus egípo à cio simerda bolizado , no pelo Sol ado de micros

Molécula da hereditariedade Deus egípBotão à cio simesquerda bolizado do F1, no pelo Sol teclado de micros

Grito de incentivo em touradas

BANCO

Associação Sicredi Ouro Branco: TRANSFERÊNCIA: Sicredi - agência 0119.

Conta Corrente: 53544-3 PIX: 07.826.801/0001-50

Libra (Astrol.)

Tão grande

Libra (Astrol.)

Tão grande

Fraude que leva à proElemento liferação da lista de de falsos chamada graduados

Erguido; levantado As fotos editadas no Photoshop Gálio (símbolo) Esticado; retesado

Como funciona?

Informações para doação:

Maria (?), rainha francesa decapitada Estação rodoviária ou ferroviária Giselle (?), atriz de "Os Dez Mandamentos" (TV) Nariz, em inglês "(?) Anos Depois", suspense de Harlan Coben (Lit.)

Adicional de tempo de serviço pago a Os filhos servidores dos filhos públicos

G O R A R

No ano passado, o Sicredi, por meio de suas 108 cooperativas de crédito, realizou, ao todo, 1.033 ações de cunho social, que beneficiaram 4,1

© Revistas COQUETEL

VIRGEM: A sexta chegou e, com ela, uma energia boa para fazer aquela faxina. Aproveite para limpar a casa, jogar tudo o que não usa mais.

CAPRICÓRNIO: Tem tudo para mandar bem se atua em home office, já que contará com organização e se sentirá mais confortável.

S O R T

No Sicredi o Dia C é um movimento Nacional

e que leva à proento liferação ta de de falsos ada graduados

LEÃO: O dia é perfeito para concluir projetos e tarefas, mas se tem a ideia de abrir um negócio próprio, é melhor adiar um pouco os seus

SAGITÁRIO: Hoje é um dia excelente para desapegar do que não usa mais, então aproveite para fazer uma boa faxina em casa.

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS Cruzadas

Para receber a camiseta da campanha, basta apresentar o comprovante do depósito em uma das agências da Sicredi Ouro Branco, ou para um colaborador da Cooperativa. Cada doação de R$ 40,00 dará direito a uma camiseta.

A camiseta estará disponível a partir do dia 19 de julho, mas as doações já podem ser realizadas. Após esta data, basta apresentar o comprovante para ganhar a camiseta.

ADAS DIRETAS

CÂNCER: Procure olhar para dentro de si e avaliar como se sente em relação aos seus sucessos e alegrias, derrotas e frustrações.

ESCORPIÃO: Escorpião, meu cristalzinho, seu jeito tiro, porrada e bomba deve perder força hoje e as tretas podem até sumir.

I N O S R E G R T E G O E S

iante das dificuldades geradas por conta da pandemia de covid-19, as ações de responsabilidade social passaram a ganhar ainda mais importância. Em função disso, neste ano, o Dia C (Dia de Cooperar), movimento organizado nacionalmente pela Organização Brasileira das Cooperativas (OCB), que mobiliza o segmento com o objetivo de desenvolver ações de responsabilidade social, colocando em prática os valores e princípios do cooperativismo, busca auxiliar a sociedade a partir da arrecadação de doações e assim, contribuir com a Agenda Global e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS), propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A iniciativa celebra o Dia Internacional do Cooperativismo, que este ano se comemora em 3 de julho. Data em que a Sicredi Ouro Branco lança a campanha solidária “doar faz bem” – Juntos por um mundo melhor, que objetiva arrecadar recursos em prol das entidades da região que apoiam pessoas em vulnerabilidade. A campanha atenderá os 21 municípios da área de atuação da Cooperativa, sendo também alusiva ao aniversário de 40 anos comemorados neste ano. “Está no DNA do Cooperativismo fazer a diferença na vida das pessoas e no mundo ao nosso redor e a campanha “Doar Faz Bem” possibilita que possamos fazer um grande movimento de apoio ao próximo, na área de atuação da Cooperativa. Vamos juntos por um mundo melhor”, convida Neori Ernani Abel, Presidente da Sicredi Ouro Branco.

GÊMEOS: Hoje é um ótimo dia para você cortar hábitos nada legais, vícios ruins e atitudes negativas que não fazem bem para a sua saúde.

LIBRA: Nos estudos, sobretudo de faculdade, contará com enorme capacidade de expor suas ideias, discursar e convencer.

3/bed. 4/nerd — nose — sort. 5/gorar. 7/balança — triênio. 14/latinos e gregos.

D

Sicredi Ouro Branco lança campanha solidária “doar faz bem”, alusiva ao Dia de Cooperar e à comemoração dos 40 anos da cooperativa

TOURO: Bora deixar a preguiça de lado, arregaçar as mangas e terminar as suas tarefas para não deixar pendências para depois.

23/07 - 22/08

Sicredi lança ação do Dia de Cooperar

ÁRIES: Sextou, arianjos! E o dia conta com uma energia de recolhimento e interiorização, duas coisas difíceis para um signo que tem espontaneidade.

23/08 - 22/09

HORÓSCO PO

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A HORA | Fim de semana, 3 e 4 de julho de 2021

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A HORA ESPORTES | Fim de semana, 3 e 4 de julho de 2021

FUTSAL

EZEQUIEL NEITZKE

ALAF APOSTA EM JOVENS NO GAUCHÃO

Cinco atletas da categoria Sub-17 treinam com o time adulto comandado por Bella

CONHEÇA OS ATLETAS

EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

O

sonho de toda criança quando ingressa no esporte é se profissionalizar e virar referência na modalidade. Nesta temporada, a Alaf oferece oportunidade a cinco atletas que estão disputando o Estadual Sub-17.

Um dos responsáveis pelo projeto é Gilnei Jung. Auxiliar técnico do time adulto e treinador do Sub17, explica que o projeto iniciado em 2020 era de utilizar os garotos no adulto a partir de 2022. “Aceleramos esse processo pois os garotos têm qualidade”, afirma Jung.

Ele ressalta que todos ganharão oportunidades, mas a evolução depende apenas dos atletas. “Acredito que estão bem empenhados e vão evoluir ano após ano.”

REALIZAÇÃO DE UM SONHO Natural de Arroio do Meio, Ezequiel Gräff, o “Zeca”, trata

Jovens fazem preparação física em dois turnos com Florindo Ghidini

ALISSON MATTOS

CAIO PATRICK PRIMAZ

Idade: 17 anos Cidade: Bom Retiro do Sul Posição: Ala/pivô

Idade: 17 anos Cidade: Santa Clara do Sul Posição: Ala/pivô

MATHEUS HENRIQUE FERREIRA Idade: 18 Cidade: Lajeado Posição: Goleiro

a oportunidade como única. “Estou agarrando essa chance com as duas mãos. Vamos fazer uma grande temporada.”

Já Alisson Matos, de Bom Retiro do Sul, buscava a tempo uma oportunidade em uma equipe profissio-

EZEQUIEL GRÄFF Idade: 17 anos Cidade: Arroio do meio Posição: Fixo/ala

nal. “Vou trabalhar muito forte para evoluir como pessoa e atleta.”

Geferson Krämer tem o mesmo pensamento de Matos. O lajeadense destaca que cresceu assistindo jogos da Alaf. “Poder fazer parte da equipe é muito gra-

tificante. Estou crescendo muito como pessoa e atleta.”

De Santa Clara do Sul vem Caio Primaz. Ele espera fazer um bom campeonato e trazer alegrias aos torcedores. “Estou realizando meu sonho de jogar futsal profissional.”

GEFERSON KRÄMER Idade: 16 anos Cidade: Lajeado Posição: Pivô

Já Matheus Ferreira, de Lajeado, destaca o aprendizado que está tendo ao lado do goleiro Tiago Casagrande. “Ele é um excelente goleiro, aprendo todo dia com ele. Espero seguir evoluindo na carreira.”

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A HORA | Fim de semana, 3 e 4 de julho de 2021

EZEQUIEL NEITZKE

MINIFUTEBOL

CTC DEFINE OS REIS DO GRAMADO DIVULGAÇÃO

Competição terá as suas finais disputadas durante a manhã e tarde de sábado

Fúria, de Rodrigo Caliari, busca a primeira vitória na competição

FUTEBOL 7

TIMES BUSCAM A PRIMEIRA VITÓRIA

EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

O

setor de Esportes do Clube Tiro e Caça (CTC) promove neste sábado a final do Rei dos Gramados – Novos Desafios CTC/Construtora Diamond. As atividades iniciam às 9h30min e terminam à tarde.

Nesta edição, os sócios disputam em três modalidades: Circuito Individual, Mano a Mano e o Rei das Embaixadinhas.

Os desafios iniciam com a categoria infantil. Ainda na manhã, serão definidos os melhores no juvenil. A tarde inicia com o feminino, seguido de veterano e força livre.

GRUPO A HORA PRESENTE O Grupo A Hora estará presente nas finais do Rei dos Gramados. Ao longo das próximas semanas, serão postados vídeos com os lances e detalhes dos desafios deste sábado.

Eles poderão ser conferidos no canal A Hora Esportes, do YouTube.

FEMININO

Rainha dos Gramados: Taís Bortollini e Paula Thomas Rainha das Embaixadinhas: Taís Bortollini e Paula Thomas

Oito jogos movimentam a quarta rodada da Copa Soges Nesta edição, os sócios disputam em três modalidades: Circuito Individual, Mano a Mano e o Rei das Embaixadinhas

VETERANO FORÇA LIVRE Mano a Mano Atletas de linha: Cristiano Cezar (100 Pressão), Rafael da Silva Leandro (Coroas Mirim) e Felipe Marder (Coroas Mirim); Goleiros: Carlos Eduardo Mezacasa (Coroas Mirim), Fernando Giovanella (Dínamo) e Paulo Ricardo Baiocco (Sodabeb) Rei Dos Gramados – Circuito: Valdir Schmitz (Borussia), Fabiano da Silva (Four) e Daniel D’avila; Rei Das Embaixadinhas: Marcelo da Silva Gomes (Four), Fernando Delazeri (Four) e Daniel D’avila;

Mano A Mano – Atletas De Linha: Djeferson Bruxel (100 Pressão), Vinicius Dias Ferreira (100 Pressão), Murilo Corbellini (Lesionados B) e Renato Fabiano da Rosa (Resenha FC); Mano A Mano – Goleiros: Carlos Barkert (Donos da Bola), Raul Wendt (Capitão América), Mairo Reiter (Borussia) e Umberto Mallmann (Borussia) Rei Dos Gramados – Circuito: Gilvan Piovesana (Resenha FC), Carlos Barkert (Donos da Bola), Wesley Schulte (Dínamo), Mateus Mantovani (Resenha FC) e Guilherme Pereira (Amnésia); Rei Das Embaixadinhas: Martin Heisser (Los Charruas), Renato Fabiano Rosa (Resenha FC) e Gabrio Purper (La Cantera)

EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

A Soges promove neste sábado, a partir das 12h30min, a quarta rodada da competição.

Serão oito partidas válidas pela fase classificatória.

O destaque fica por conta dos clubes que buscam a primeira vitória. No primeiro jogo da tarde, o Velha Guarda encara o Dinos

CAMPO 1

12h30min – Velha Guarda x Dinos 14h – Interditados x Nárnia FT 15h30min – Demonhos Jr x Tsunami 17h – Saidera x Cevaria

precisando vencer para seguir sonhando com uma classificação à primeira divisão.

No grupo B, o Cevaria encara o invicto Saidera, em busca da primeira vitória da competição. No C, o SPC vive uma situação semelhante ao Cevaria. Neste fim de semana, o time encara o Super 10 Original, a partir das 15h30min.

Outros times que buscam a primeira vitória neste fim de semana são Fúria e Firma.

De folga na rodada, Tsunami, Manguaça, Estrelas do Futuro, Só Resenha e Os Kururus NC ainda não sabem o que é vencer no torneio.

CAMPO 2

12h30min – Fúria FC x Diretoria FC 14h – Meia Boca Jr x Sem Bronca FTA 15h30min – Super 10 Original x SPC 17h – Firma x Só Resenha

CLASSIFICAÇÃO Grupo A

Grupo B

Brocadores: 6 pontos Nárnia: 6 pontos Interditados: 4 pontos Dinos: 3 pontos Demonhos: 3 pontos Tsunami: 1 ponto Velha Guarda: sem pontuar

Xtotz United: 6 pontos Saidera: 3 pontos Tô Com Sede: 3 pontos Cevaria: 1 ponto Manguaça: 1 ponto Estrelas do Futuro: sem pontuar

Grupo C

Grupo D

Sem Bronca FTA: 7 pontos Super 10 Original: 6 pontos Meia Boca Juniors: 3 pontos Diretoria: 3 pontos Fúria: 1 ponto SPC: sem pontuar

Sokanelinhas: 6 pontos Super 10 FC: 3 pontos Limitados: 3 pontos Firma: 1 ponto Os Kururus NC: 1 ponto Só Resenha: sem pontuar

24

A HORA ESPORTES | Fim de semana, 3 e 4 de julho de 2021

FUTEBOL AMADOR

ROCA SALES CONHECE OS FINALISTAS

Depois de dois cancelamentos, equipes disputam neste domingo as semifinais da competição EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

C

om previsão de tempo ensolarado para o fim de semana, a cidade de Roca Sales conhece neste domingo os melhores times do Campeonato Municipal de Roca Sales. A partir das 9h30min, a sede do Esperança, em Fazenda Lohmann, recebe os jogos semifinais nas categorias veterano e titular.

O primeiro duelo é no vetera-

DIVULGAÇÃO

no entre Botafogo e Juventude.

Quem passar encara o XV de Novembro na decisão da categoria.

A partir das 13h jogam Botafogo e Copalto. Já às 15h, o XV de Novembro põe a invencibilidade à prova contra o Juventude. Em todos os jogos, em caso de empate no tempo normal, a decisão irá aos pênaltis.

TRANSMISSÃO

SEMIFINAL

Fazenda Lohmann 9h30min - Veterano Juventude x Botafogo 13h - Força Livre Copalto x Botafogo 15h - Força Livre Juventude x XV de Novembro

O Grupo A Hora transmite o jogo entre XV de Novembro e Juventude. O Concentração inicia às 14h15min na Rádio A Hora 102.9. A abertuda da Jornada Esportiva está marcada para às 14h45min, também em live no Facebook do Grupo A Hora.

Dinho Drebes, Caetano Pretto, Rodrigo Vedoy, Vinícius Huber e Jhon Tedeschi estarão na jornada.

EZEQUIEL NEITZKE/ARQUIVO A HORA

XV de Novembro, de Jeferson Gedoz, tem a melhor campanha na categoria titular

CATEGORIAS DE BASE

VALE O TÍTULO DO SUB-09

Rui Barbosa e Alaf disputam o troféu neste sábado, em Arroio do Meio O Ginásio Paroquial, em Arroio do Meio, recebe neste sábado, a partir das 8h30min, o quadrangular final da Liga Gaúcha Sub-09 de 2020.

Representantes do Vale, Rui Barbosa, de Arroio do Meio, e Alaf, de Lajeado, se juntam a Cometa, de Panambi, e AABB/ Grêmio Ball, de Rio Grande na disputa do título. Nesta fase, os times jogam entre si, e o que mais pontuar ficará com o título.

SUB-13

Equipes do Vale do Taquari entram em quadra pelas categorias Sub-09, Sub-13 e Sub-17

Em paralelo ao Sub-09, a Alaf vai entrar em quadra também pelo Sub-13. Os jogos ocorrem no ginásio Nelson Brancher, em Lajeado. Os

duelos iniciam às 11h e o time de Lajeado encara o AAPF, de Bento Gonçalves, e o AABB/ Grêmio Ball, de Rio Grande.

Os dois primeiros colocados se classificam à final que será em Teutônia, contra ASTF, anfitriã, e Brilhante, de Pelotas, em data a ser agendada.

SUB-17 Dono da melhor campanha, a Alaf busca a classificação para decisão da categoria. Os jogos ocorrem no domingo no ginásio Nelson Brancher, em Lajeado, a partir das 8h30min.

Os confrontos serão contra Vasco (Caxias do Sul), América (Caxias do Sul) e Atlético Candelariense (Candelária).

SÁBADO

Sub-09 – Arroio do Meio 08h30min – Rui Barbosa x Alaf 10h – Cometa x AABB/Grêmio Ball 13h30min – Cometa x Rui Barbosa 15h – AABB/Grêmio Ball x Alaf 17h – Alaf x Cometa 18h30min – Rui Barbosa x AABB/ Grêmio Ball Sub-13 – Lajeado 11h – Alaf x AAPF 14h – AAPF x AABB/Grêmio Ball 17h – AABB/Grêmio Ball x Alaf

DOMINGO

Sub-17 – Lajeado 8h30min – Alaf x Vasco 16h30min – Alaf x América 20h30min – Alaf x Atlético Candelariense

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A HORA ESPORTE | Fim de semana, 3 e 4 de julho de 2021

NA LANTERNA

Com pior início do Grêmio na história do Brasileirão, Tiago Nunes precisa da vitória para manter o cargo

Novo insucesso contra o Atlético-GO pode representar a demissão do técnico do Grêmio CAETANO PRETTO caetano@jornalahora.inf.br

A partida do final de semana pode ser um divisor de águas para o Grêmio. Na lanterna do Brasileirão com apenas dois empates em seis jogos, o técnico Tiago Nunes recebeu um ultimato e se não vencer o Atlético-GO estará desempregado até a segunda-feira. A partida que define a permanência do treinador ocorre na

Arena, às 20h30min.

A pressão em cima de Tiago Nunes está em um nível praticamente insustentável. O Tricolor é lanterna do Brasileirão e não venceu nenhuma partida em seis jogos, tendo o pior início de sua história no Brasileirão.

Para o duelo que define o seu futuro, o técnico deve promover alterações na equipe. Além dos retornos de Brenno e Kannemann, outras mudanças devem ser feitas por ordem técnica.

JOVENS EM CAMPO As principais mudanças podem ser feitas em dois nomes dos mais experientes do grupo: Rafinha e Diego Souza. Vander-

LUCAS UEBEL

FUTURO DE TIAGO NUNES EM JOGO son e Ricardinho devem começar a partida na lateral-direita e ataque. Outra possível troca é a entrada de Guilherme Guedes no lugar de Diogo Barbosa.

ATLÉTICO BUSCA RECUPERAÇÃO Desafiante da rodada, o Atlético-GO busca a recuperação no campeonato depois de perder por 4 a 1 para o Atlético-MG na última rodada. A equipe ocupa a oitava posição na tabela de classificação, com 10 pontos. Depois de um bom começo de competição, com três vitórias e um empate, os goianos vêm de duas derrotas consecutivas.

ESCALAÇÕES

ARENA – DOMINGO, 20H30MIN

GRÊMIO

ATLÉTICO-GO

Fernando Miguel Dudu Oliveira Éder Igor Cariús Marlon Freitas Willian Maranhão Arthur Gomes Pablo Dyego Zé Roberto André Luís

Brenno Vanderson (Rafinha) Geromel Kannemann Guilherme Guedes Matheus Henrique Bobsin Darlan (Jean Pyerre) Douglas Costa Ferreira Diego Souza (Ricardinho) Técnico: Tiago Nunes

Técnico: Eduardo Barroca

BRASILEIRÃO

INTER BUSCA PRIMEIRA VITÓRIA EM ITAQUERA

Para a partida em São Paulo, Diego Aguirre terá uma série de desfalques. Zé Gabriel, Moisés, Taison, Galhardo e Guerrero estão no departamento médico.

Além deles, Caio Vidal está suspenso e o recém apresentado Bruno Méndez não poderá atuar

NEO QUÍMICA ARENA – SÁBADO, 21H

CORINTHIANS

Cássio Fagner João Victor Gil Fábio Santos Cantillo Gabriel Vitinho Gustavo Mosquito Mateus Vital Jô Técnico: Sylvinho

ADVERSÁRIO ESCALAÇÕES EM SITUAÇÃO PARECIDA

INTERNACIONAL

Daniel Saravia Lucas Ribeiro Víctor Cuesta Heitor (Paulo Victor) Rodrigo Dourado Lucas Ramos (Johnny) Edenilson Mauricio Nonato (Patrick) Yuri Alberto Técnico: Diego Aguirre

Na 10ª posição, com 10 pontos, o Timão precisa se recuperar no Brasileirão. A equipe paulista vem de empate com o São Paulo, com um 0 a 0. O técnico Sylvinho não poderá contar mais com o zagueiro Jemerson, que se despediu dos companheiros nesta semana.

No entanto, o treinador contará com o retorno do volante Araos, suspenso no clássico da oitava rodada.

SUL-AMERICANA

LIBERTADORES

CLASSIFICAÇÃO

REBAIXAMENTO

pois pertence ao Corinthians.

A grande novidade do time pode ser a estreia do lateral-esquerdo Paulo Victor, recém apresentado e que foi regularizado no Boletim Informativo Diário da CBF para poder jogar.

BRASILEIRÃO EQUIPE

PG

J

V

E D GM GS SG

Bragantino

18 8

5

3 0 17

9

8

Athletico

16 7

5

1 1 14

6

8

Palmeiras

16 8

5

1 2 15 10 5

Fortaleza

15 8

4

3 1 13

7

6

Atlético-MG 13 8 Flamengo 12 6 Santos 12 8

4 4 3

1 3 10 0 2 9 3 2 9

8 5 7

2 4 2

9 -2

Juventude

12 8 3 3 2 7

Bahia

11 8

3

2 3 15 13 2

Atlético-GO

10 7

3

1 3

6

7

-1

Corinthians

10 8

2

4 2

6

6

0

Ceará

10 8

2

4 2

9

10 -1

Fluminense 10 8 Internacional 9 8 Sport 6 8

2 2 1

4 2 3 3 3 4

7 9 4

9 -2 13 -4 7 -3

América

6

8

1

3 4

7

11 -4

São Paulo

5

8

0

5 3

4

9

-5

Cuiabá

4

6

0

4 2

4

7

-3

Chapecoense

4

8

0

4 4

8

15 -7

Grêmio

2

6 0 2 4 4

9 -5

9ª RODADA SÁBADO

MUDANÇAS NO TIME

Recém apresentado, Paulo Victor foi regularizado no BID e pode fazer a sua estreia

DOMINGO

RICARDO DUARTE

O Internacional busca a reabilitação no Campeonato Brasileiro após perder a primeira partida sob o comando de Diego Aguirre.

A tarefa, no entanto, é ingrata.

O Corinthians na Neo Química Arena, estádio em que o Colorado nunca saiu vitorioso. A partida ocorre no sábado, às 21h.

O tabu contra o Corinthians já dura sete anos. Desde que o estádio foi inaugurado, em maio de 2014, o Inter nunca conseguiu vencer o adversário. São sete partidas, com três empates e quatro vitórias do Timão.

Por outro lado, o time gaúcho precisa da vitória para voltar à zona intermediária do Brasileirão. Na 14ª colocação, com 9 pontos, uma derrota pode deixar também o Inter perto da zona de rebaixamento.

19h 19h 21h

Athletico x Fortaleza América x Santos Corinthians x Internacional

11h

Chapecoense x Bahia

16h

Flamengo x Fluminense

16h

Sport x Palmeiras

18h15min

Ceará x Juventude

18h15min

São Paulo x Bragantino

18h15min

Cuiabá x Atlético-MG

20h30min

Grêmio x Atlético-GO

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A HORA | Fim de semana, 3 e 4 de julho de 2021

CÍNTIA AGOSTINI

Vice-presidente do Codevat e Gestora de Relacionamento e Negócios do Tecnovates

ALBANO MAYER

ARTIGO

Tecnovates: sete anos do ambiente de inovação do Vale

N

o sábado passado, dia 26/06, nosso Tecnovates – Parque Científico e Tecnológico do Vale do Taquari completou 7 anos de uma estrutura dedicada às parcerias e novos negócios. Desde então, a Univates, através do Tecnovates, oferta à região e a todo Estado do Rio Grande do Sul, um ambiente de inovação, com pesquisadores e infraestrutura à disposição para a pesquisa, o desenvolvimento e a geração de negócios inovadores.

São mais de 70 parcei-

“O papel do nosso Tecnovates é aproximar empreendedores e o conhecimento produzido na Univates, para que tenhamos resultados em prol do desenvolvimento” ros que estão conosco e mais de 20 projetos de empresas e organizações ativos nesse momento. Da ideia até a implementação nos negócios, o Parque atua intermediando o desenvolvimento de produtos, serviços, processos inovadores ou contribui, via Incubadora Tecnológica, da ideação, validação até a consolidação de negócios, sejam estes de alunos, professores e da comunidade do Vale do Taquari.

Inovação, apesar de um termo já apropriado por muitos, mantém tantos outros distante. No entanto, a inovação não precisa estar somente nas grandes mudanças que conce-

bemos, na mudança da forma de nos comunicarmos, de nos transportarmos, de assistirmos filmes ou nos hospedar, mas está naquilo que são as melhorias contínuas efetivadas nos pequenos e grandes negócios.

Mais de 80% das inovações são aquelas melhorias chamadas de inovações e que, a partir das parcerias entre as organizações privadas, públicas e o Tecnovates são viabilizadas. São novos produtos, processos e serviços nas áreas chamadas prioritárias em tecnologias de alimentos, tecnologias ambientais e energéticas e tecnologias de saúde, utilizando como áreas transversais, a tecnologia da informação, da automação, da indústria criativa e do mercado.

Espaços de pesquisa, espaço de troca, espaço de negócios, isso é viabilizado no Tecnovates enquanto ambiente de inovação da Univates para o Vale do Taquari. Cada ano que passa iremos comemorar a consolidação do nosso Parque, pois é fundamental todos os empreendedores estaduais e nacionais contribuírem para a conversão de tantas ideias que temos circulando no país, para o desenvolvimento de novos negócios e projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, que contribuem para que nos tornemos mais competitivos, mais produtivos, diferenciados e diferenciadores.

Isso só é possível com todos os movimentos que acontecem em nossa região, no Estado e no País, em prol da inovação, e o papel do nosso Tecnovates é aproximar empreendedores e o conhecimento produzido na Univates, para que tenhamos resultados em prol do desenvolvimento dos negócios e do território nos quais estes estão inseridos, ou seja, desenvolvimento de toda nossa comunidade. Vida longa ao Tecnovates e muito obrigada a todos parceiros!

Administrador de Empresas, Empresário, Consultor e Assessor de Gestão da Univates.

ARTIGO

Contratamos CPFs!

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m um determinado momento da minha vida profissional, fiz a gestão de 35 colaboradores na área da Tecnologia, todos muito jovens, com ambições e carreiras a serem seguidas. Logo no início, me dei conta de um velho ditado de RH: “contratamos por conhecimento e habilidade, e demitimos por atitudes”.

Vi, aí, um desafio: como inverter essa lógica? Como identificar melhor as atitudes? Passei, então, a defender uma segunda teoria, de que é preferível alguém com baixa competência técnica, mas que tenha vontade de aprender, de crescer, e que tenha uma atitude positiva.

“Amigo empresário, vivemos novos tempos, com novas gerações, novos parceiros, novas culturas, novas realidades. Cabe a nós nos reinventarmos e nos reciclarmos a cada dia.”

Surgiu, ao colocar em prática essa teoria, a necessidade de algumas adaptações. A primeira delas é que é necessário muito planejamento para preparar as pessoas, em alguns casos até antes da sua contratação, para ocuparem os postos de trabalho que fossem disponibilizados.

A segunda adaptação foi saber buscar essas pessoas. Onde encontrar indivíduos com atitudes positivas? Percebi então que pessoas com atitude positiva estão geralmente ligadas a atividades de responsabilidade social, a articulações da comunidade, a grupos de jovens, entre outras tantas ações coletivas. Devemos, então, estar alertas para que possamos encontrar o que procuramos. Aqui na nossa região temos um grande exemplo,

a organização não governamental JCI (Câmara Júnior Internacional), que se propõe a desenvolver os jovens, buscando o aprimoramento pessoal e profissional. O terceiro ponto é que pessoas que têm atitude positiva querem trabalhar com empresas e parceiros que também tenham esse perfil. Querem ter seus nomes associados a marcas de impacto, independentemente do tamanho da organização. Cabem aqui questionamentos que cada contratante deve fazer a si próprio: sua empresa ou organização tem um propósito definido? Coordena atitudes positivas na sua comunidade? Respeita aspectos de impacto socioambiental? E seus colaboradores têm seus propósitos identificados e alinhados ao da sua organização? A quarta adaptação diz respeito a modelos de trabalho.

Será que estamos preparados para os novos contratos de trabalho e as novas maneiras de trabalhar? Atividades como: home office, anywhere work, trabalho remoto, remunerações variáveis, horários flexíveis, terceirização, carreiras em Y ou X, são algumas das novas realidades entre tantas outras novidades que a área de RH tem vivenciado. Isso vem transformando as culturas corporativas.

Nessa ordem de ideias, tenho ouvido muitos empreendedores afirmarem que estão contratando, cada dia mais, talentos individuais. Chamados de CPFs, esses talentos são pessoas que devem fazer a diferença no seu ambiente colaborativo.

Além de entregarem resultados, espera-se que possuam o olhar do proprietário e que ajam como tal. Este novo momento, porém, requer uma mudança da cultura, requer abrir exceções e fazer essas adaptações que adequem o modelo organizacional para as novas necessidades, que são as necessidades do indivíduo.

Amigo empresário, vivemos novos tempos, com novas gerações, novos parceiros, novas culturas, novas realidades. Cabe a nós nos reinventarmos e nos reciclarmos a cada dia. Estejamos preparados!

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A HORA | Fim de semana, 3 e 4 de julho de 2021

HUGO SCHÜNEMANN Médico oncologista e diretor do Centro Regional de Oncologia (CRON)

ARDÊMIO HEINECK ARTIGO

ardemio@bewnet.com.br

O conto da lua A “C campanha eleitoral americana estava a pleno vapor. Disputa acirradíssima.

Promessas de todo o tipo para uma nova conquista da hegemonia do mundo por aquela nação. Os republicanos apostando no orgulho, na segurança econômica, no nacionalismo do povo americano. Os democratas, falando em direitos humanos, igualdade de direitos e paz.

Enfim, disputa acirradíssima. Num certo dia, o candidato republicano, num impulso durante o comício, decide que os americanos voltarão à lua em seu mandato, para lá se estabelecerem definitivamente.

Agitação geral.

A imprensa resgata filmes das viagens espaciais dos anos 1970, passam a mostrar repetidamente o filme do primeiro passo na lua... “um pequeno passo para um homem, num salto gigantesco para a humanidade”... Astronautas do programa espacial voltam a ser atração, entrevistas, programas de TV, enfim, um novo fôlego. A nação se empolga com a promessa.

“Num certo dia, o candidato republicano, num impulso durante o comício, decide que os americanos voltarão à lua em seu mandato, para lá se estabelecerem definitivamente.“ Surgem os críticos, ressurgem aqueles que acreditam no passo na lua e o debate se estende e se multiplica. Surgem acusações de oportunismo, manifestações de positivismo e o assunto ocupa todos os telejornais. São lembrados os que perderiam a vida, os testes das máquinas, dos foguetes.

No meio desta agitação, a agência espacial americana (Nasa) resolve tirar proveito e anuncia que vai redirecionar o telescópio Huble, que se encontra em órbita, para fotografar o local do primeiro pouso lunar, no mar de tranquilidade em solo lunar.

Cria-se a expectativa. Há os que dizem que isso

será definitivo. Há os que dizem que será uma fraude ou que vai provar que a fraude existiu.

A Nasa, certa de sua conquista espacial, marca o dia e hora em que telescópio estará melhor alinhado e decide que vai fazer as imagens em tempo real e transmiti-las ao vivo.

Expectativa, ansiedade. Gente duvidando.

Gente apostando no fim da discussão.

No dia marcado, a Nasa movimenta o telescópio. Alinha as suas lentes e faz as suas fotos.

E transmite-as sem edições, em tempo real. E qual a surpresa? Nada da bandeira americana espetada no solo lunar, no auge da tranquilidade, Sr. Neil Armstrong.

O quê?

Os céticos deliraram. Os patriotas piraram.

Mas como? Foi tudo uma fraude. O Governo e a Nasa nos enganaram todos estes anos? Nunca fomos à lua? Vergonha nacional.

Surgem protestos, surgem passeatas de cidadãos de orgulho ferido, revoltados...

“Como algo assim pode acontecer?”.

A mídia passa a constranger os membros e funcionários das missões espaciais dos anos 1970.

Eis que num momento de desespero, um funcionário da Nasa, recalibra o telescópio, quase no final da janela de oportunidade que o Huble tinha para fazer a foto, já que a órbita lunar está levando a lua para longe e teriam que esperar 28 dias para nova oportunidade (quando a eleição já teria passado) e, naquele último momento, o telescópio é acionado e, de repente, ao vivo, surge a imagem da bandeira americana caída semi coberta por poeira lunar.

Delírio! A nação se infla de orgulho! Os nacionalistas e patriotas se sentem incríveis! Os céticos engolem a seco! A imagem fala por si só... a bandeira está lá, caiu após tantos anos, mas está lá! Prova incontestável da presença americana no satélite da Terra! Prova inquestionável da força da engenharia da tecnologia americana!!

A eleição está ganha!!

Enquanto o povo festeja, os políticos festejam, la na sede da Nasa, os funcionários que conseguiram as imagens, que salvaram a honra da agência espacial, no último minuto, percebe sozinho que, sim a bandeira está lá, provando que sim, eles foram à lua.

Mas o trem de pouso, do módulo lunar, estrutura que ficou na superfície da lua, assim como a bandeira, não está mais lá... Alguém a removeu de lá.

Ah, pois é...

ARTIGO

O pedágio de Troia

avalo de Troia”, episódio ocorrido em 1.250 A.C, foi protagonizado pelos gregos que, após nove anos de guerra, não conseguiram adentrar nas inexpugnáveis muralhas de Troia. Por ideia de Odisseu construíram um cavalo de madeira e o deixaram nos portões da cidade, como um pretenso presente, simulando reconhecer a derrota. Os troianos, impacientes, saturados da guerra, trouxeram o “presente” para dentro das muralhas. E, durante a noite, gregos escondidos no interior do cavalo, abriram os portões para seus exércitos, que destruíram a cidade de Troia.

“Após décadas de espera, um novo plano de pedagiamento é apresentado, incompleto, dando menos de um mês para discussão, em três audiências públicas, sem tempo para uma discussão aprofundada, com municípios e comunidades” Semana passada foi apresentado, em Encantado, o tão aguardado “Plano Avançar”, do Governo do Estado, de concessão de rodovias estaduais à iniciativa privada. Pretensamente um audacioso programa de melhoria logística do RS, acenado aos gaúchos desde os Governos Yeda, Tarso e Sartori. Finalmente viriam contrapartidas aos pesados pedágios que vimos pagando desde 1996. Bem mais do que os nove anos da guerra entre Grécia e Troia, a ponto de, perigosamente mortos pelo cansaço, estarmos pretensos a aceitar qualquer projeto de pedagiamento, mesmo que contenha, em seu bojo, tal qual para os troianos, elementos que nos penalizem.

Pois o “Avançar” passa a ideia de um “Cavalo de Troia”, especialmente para o Vale do Taquari. Apesar da boa apresentação feita pelo secretário estadual Leonardo Busatto que, pacienciosamente, também ouviu lideranças regionais presentes. Só que as falas não acei-

taram o plano na forma posta, deixando claras as condições que a região quer ver atendidas.

Isto porque, há 23 anos pagamos milionárias tarifas às concessionárias Univias e EGR, tendo migalhas e pouquíssimas obras como contrapartidas: conservação das estradas, melhoria de poucos acessos a cidades (rotatórias em Boa Vista do Sul, Westfália e Encantado) e o alargamento de sete quilômetros da 386, em Pouso Novo. Somente.

Após décadas de espera, um novo plano de pedagiamento é apresentado, incompleto, dando menos de um mês para discussão, em três audiências públicas (pouco produtivas), sem tempo para uma discussão aprofundada, com municípios e comunidades, quanto às suas reais necessidades. Isto, para permitir sua implantação já em janeiro de 2022, a tempo de o candidato a presidente, Eduardo Leite, poder relacioná-lo como uma das suas realizações, não importando os avanços acanhados que contém, nos seus trinta anos de vigência previstos.

Mantém postos físicos de cobrança de pedágio, continuando a penalizar os municípios onde instalados, quando legislação federal, recentemente aprovada, permite a cobrança eletrônica do pedágio. Portais instalados sobre a rodovia, a determinados intervalos, têm equipamento que impacta mecanismo eletrônico instalado nos veículos, pagando menos e pelo real uso que se fez da rodovia, sem precisar-se parar. Adicionalmente, parte do valor que pagarmos aqui, o Estado quer aplicar em rodovias de outras regiões.

Quanto às obras previstas, pior ainda. Em dez anos, apenas poucos quilômetros de duplicação. Lajeado/Arroio do Meio, por exemplo, só depois de dez anos. Isto que o trecho Venâncio/Muçum, desde 2012 já tem um pré-plano de duplicação pago pelo Vale do Taquari e entregue ao Estado, sem ter sido levado em conta. Quer dizer: continuaremos pagando para continuar não recebendo a devida contrapartida.

Enfim, muitas razões nos levam a não aceitar o “Plano Avançar” como está, e nem sua implantação num prazo tão curto. A região tem bem claros os princípios que devem ser atendidos. Nem que a sua implantação demore mais dois ou três anos. Tempo curtíssimo para quem, há décadas, vem sendo penalizado. Certamente não seremos vencidos pela impaciência troiana.

Fim de semana,

3 e 4 de julho de 2021

MÍN: 9º MÁX: 19º

Sol com algumas nuvens.

Não chove.