A Hora - 01/05/2021

A HORA | Fim de semana, 1º e 2 de maio de 2021 | Ano 18 - Nº 2833 | Fechamento da edição: 19h Avulso: R$ 6,90

POEIRA, EMOÇÃO E SOLIDARIEDADE

Quando os rallys mobilizavam o Vale No início da década de 80, surgiam os primeiros rallys organizados pela JCI Lajeado. Com cunho solidário e objetivo de desenvolver lideranças, os eventos reuniam centenas de pessoas pelas estradas da região, onde a adrenalina e a diversão eram ga-

rantidas. Mais do que competir, os participantes gostavam mesmo das brincadeiras e da integração comunitária proporcionadas pelas atividades. Em reportagem especial, antigos participantes relembram as aventuras que marcaram época.

Páginas 10 e 11

DIA DO TRABALHADOR

Cuidado com a saúde e o risco da judicialização Crise sanitária tensiona relação entre empregados e patrões Entre os cuidados exigidos para evitar contágios no ambiente laboral, a responsabilidade pelo cumprimento dos protocolos coloca lado a lado funcionários e empregadores. Ainda assim, há margem para dis-

cussão. Especialistas em direito alertam: próximos anos serão de muitas reclamatórias na Justiça. Para evitar rusgas na relação de trabalho, diálogo, transparência e informação são fundamentais. Páginas 6 e 7

POTENCIAL DO CRISTO

GAUCHÃO 2021

CAPITAL SERRA Campeonato estadual chega à semifinal com disputa particular entre equipes de Porto Alegre e Caxias do Sul. Dupla GreNal

enfrenta “antigas toucas” da Serra Gaúcha. Jogos entre Juventude e Inter, e Caxias e Grêmio, ocorrem neste domingo.

NO RIO TAQUARI

Como capitalizar a estátua? Piranhas alertam pescadores Assembleia virtual entre prefeitos do Vale nessa sexta-feira aproveitou o gancho do monumento de Encantado para debater ações que visam fomentar o tu-

OPINIÃO FERNANDO WEISS

Fim da lambança?

RS precisava da volta às aulas. Espera-se que o Judiciário reencontre o juízo.

OPINIÃO RODRIGO MARTINI

Um novo pedágio CIC mobiliza empresários a reivindicar sistema de cobrança mais justo.

rismo regional. Amturvales aponta necessidade de união entre os municípios e investimentos para não perder turistas às regiões vizinhas.

Página 9

Já presentes no Rio Jacuí, peixes carnívoros passam a ser encontrados também nas águas do Rio Taquari. Palometas apareceram em Bom Retiro do Sul e Triunfo.

Proliferação preocupa famílias dependentes da pesca e especialistas alertam para risco à fauna nativa e desequilíbrio ambiental.

Página 12

Página 2

2

A HORA | Fim de semana, 1º e 2 de maio de 2021

ABRE ASPAS

“São técnicas que proporcionam equilíbrio e bem-estar” DIVULGAÇÃO

A lajeadense Márcia Saatkamp, 43, desistiu há cinco anos da área de administração para se dedicar às terapias alternativas. Durante a pandemia, a procura por estes tratamentos aumentou. Terapeuta Holística e mestre de Reiki, atualmente atende em Lajeado e região, além de Osório e Tramandaí, no Litoral Norte.

LARISSA SANTOS larissasantos@grupoahora.net.br

O que são terapias alternativas?

Tratam-se de práticas complementares aos tratamentos que a medicina tradicional não abrange. São técnicas que proporcionam equilíbrio, bem estar e autoconhecimento.

Nas terapias holísticas analisamos não só o aspecto físico, mas também o emocional, mental e espiritual.

Tratamos o efeito, mas principalmente a causa que originou o desequilíbrio e causou a enfermidade. Hoje várias Práticas Integrativas Complementares a Saúde (PICS) já são reconhecidas pelo Ministério da Saúde e incluídas no Sistema Único de Saúde (SUS) como o Reiki, meditação e Aromaterapia.

Quais os tratamentos

Quais os benefícios que as terapias alternativas trazem?

Ao encontrar a causa do desequilíbrio, corrige-se este efeito. Isso resulta na melhora e até desaparecimento da enfermidade. Lembrando que este tratamento é complementar, jamais deve-se abrir mão da medicina tradicional. Um tratamento complementa o outro e, juntos, é possível obter resultados impressionantes.

Qualquer pessoa pode fazer as terapias complementares?

Sim, inclusive crianças e idosos.

Não há contraindicações. Por observar e tratar o ser como um todo, tudo é levado em conta, adequando e personalizando o tratamento. que você aplica?

Tenho técnicas que utilizo conforme a necessidade de cada caso.

Existem tratamentos que podem ser utilizados juntos e outros separados. As que mais aplico são o Reiki, a Cromoterapia, os Florais, Reflexologia Podal, Aromaterapia, Musicoterapia, Acupuntura Emocional, Numerologia, Apometria Pedras Quentes e Constelação Familiar.

Como são feitas as aplicações?

Podem ser presencial ou a distância, pois existem técnicas que atuam em uma dimensão diferente do tempo linear. No Reiki, por exemplo, a pessoa pode ser enviada ao passado para ressignificar um fato ou acontecimento, ou para o futuro, a fim de auxiliar em cirurgias e viagens. Já na maioria dos tratamentos, as aplicações são

Contatos eletrônicos: Diretor Executivo: Adair Weiss Diretor de Mercado e Estratégia: Fernando Weiss Diretor de Marketing e Inovação: Sandro Lucas Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

presenciais, indolores e seus resultados percebidos gradualmente.

assinaturas@jornalahora.inf.br comercial@jornalahora.inf.br faturamento@jornalahora.inf.br financeiro@jornalahora.inf.br redacao@jornalahora.inf.br

Av. Benjamin Constant, 1034, Centro, Lajeado/RS

CEP 95900-104

Com a pandemia, você observa que a procura pela terapia alternativa aumentou?

A maioria da população não conseguiu observar o lado positivo disso. Pelo contrário, hábitos que estimulam ainda mais o medo e o desespero somados aos desequilíbrios que já existiam, desencadearam crises de ansiedade, pânico e depressão, entre outras situações.

Como os tratamentos tradicionais não conseguem atender esta grande demanda, a procura por essas terapias aumentaram, inclusive, pelos profissionais da saúde. A necessidade de autoconhecimento cresce a cada dia. É importante que tenhamos esta consciência de entender o que está acontecendo, minha contribuição para isso e de que forma posso mudar esta situação, afinal só dominamos o que conhecemos.

Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Impressão Zero Hora Gráfica

Filiado à

www.grupoahora.net.br / Fone: 51 3710-4200

EDITORIAL

Onde está o futuro do trabalhador?

A

perspectiva de brigas judiciais entre trabalhadores e empregadores em função da covid-19 torna o ambiente produtivo incerto. Para os próximos anos, espera-se uma crescente demanda sobre a Justiça do Trabalho em função de sequelas e óbitos de trabalhadores.

Por um lado, movimentos que afirmam que o novo coronavírus pode ser considerado acidente de trabalho. Em outra ponta, a discussão de que se trata de uma infecção comunitária e que pode acontecer em qualquer lugar. De fato, em meio à guerra de versões, sem dúvida os magistrados terão que se ocupar por muito tempo desta temática, pois cada caso é um caso. Muitas

Ao olhar para o cenário da pandemia, o futuro da sociedade está condicionado ao trabalho.” cicatrizes permanecerão na sociedade e nas relações de trabalho, mesmo quando a pandemia for superada.

No decorrer deste caminho, a saúde do trabalhador se tornou uma das principais, se não a principal, preocupação dos líderes.

O entendimento para adaptação dos espaços, da aquisição dos equipamentos de proteção, devem partir do pressuposto de ser um investimento. Não um custo. Pois, caso comprovada negligência, o prejuízo de uma ação judicial supera em muito esse ajuste para cumprir protocolos.

No campo das condutas, as mesmas responsabilidades precisam se cobradas do indivíduo, do trabalhador. Ele é parte da força para conter os contágios. Esse entendimento de todos como parte ajuda a compreender o quanto o diálogo, a transparência e a informação são fundamentais para evitar conflitos.

Ao olhar para o cenário da pandemia, o futuro da sociedade está condicionado ao trabalho. Antes da crise sanitária, a tendência apontava para um ambiente laboral permeado pela tecnologia da informação e da comunicação, com mais informalidade e flexibilização nas relações.

No contexto de hoje, abre-se campo para ainda mais informalidade, atingindo prestadores de serviço com pouca formação. Sem a proteção da lei trabalhista, se intensifica o risco vácuo na seguridade social.

Dentro desta análise, importante verificar os diferentes cenários de trabalho. A pandemia mostrou outro abismo. De um lado, há um grupo que já alcançou espaços mais qualificados, e que dispõe de mais capital cultural. Podem trabalhar de forma remota e viver com mais isolamento social.

Mesmo que sofram com algumas reduções salariais e de jornada, terão mais condições de enfrentar a pandemia.

Porém, há um segundo grupo, muito maior inclusive, que está à parte dessas revoluções tecnológicas. São estes mais vulneráveis às oscilações do mercado.

3

A HORA | Fim de semana, 1º e 2 de maio de 2021

FERNANDO WEISS Sugestões, críticas, contrapontos: adairweiss@jornalahora.inf.br

FIM DA LAMBANÇA. SERÁ?

O governo estadual mudou os critérios do distanciamento controlado, deu fim à Salvaguarda e devolveu os alunos às escolas. Nada poderia ter sido mais importante do que isso no Rio Grande do Sul. Dessa forma, o governador Eduardo Leite – que teve humildade e pediu desculpas aos gaúchos – encerrou uma lambança que o próprio Esta-

do iniciou. Agora, só resta ao Poder Judiciário sair do aquário e deixar imperar o bom senso para não aceitar, mais uma vez, o pedido do Cpers e da Associação dos Mães e Pais pela Democracia, de suspender as aulas presenciais.

Já chega de desserviço e de prejuízo a toda a comunidade escolar. Que o Poder Judiciário gaúcho reencontre o juízo que perdeu pelo caminho ao longo da pandemia.

STF governa mais do que o presidente O STF está governando mais do que Jair Bolsonaro. Foi assim no início da pandemia, quando delegou poder aos governadores e tirou do presidente. Foi assim quando exigiu instaurar CPI da pandemia no Senado, e foi assim ontem, quando decidiu que o governo federal tem sim, de fazer o Censo Populacional do IBGE previsto para o ano

passado e que foi cancelado este ano por falta de recursos e por causa da Covid. Sem falar em outras decisões que foram impostas pelo STF neste período pandêmico.

Sim, é possível governar o Brasil sem ganhar eleição nenhuma. É só olhar para o Supremo Tribunal Federal e terás todas as provas necessárias.

Maturidade e bom senso Se nas altas esferas do Poder Público está faltando diálogo entre as partes, o Sindicato dos Comerciários e o Sindilojas de Lajeado e região deram uma aula de maturidade nos últimos dias. Em acordo inédito, viabilizam lojistas a abrirem suas portas no feriado deste sábado, dia 1º de Maio.

Prevaleceu o bom senso e o entendimento que os lojistas precisam recuperar o tempo e o dinheiro perdidos depois de tantos meses fechados na pandemia, sob pena do desemprego bater a porta de mais pessoas. Parabéns presidentes Francisco Weimer e Marco Daniel Rockembach, pelo alto nível da condução deste acordo e que esse exemplo de diálogo possa inspirar aqueles que insistem em decidir pela vaidade e o egocentrismo.

NA ONDA DO CRISTO PROTETOR “Construir um Cristo maior que o nosso é barbada, quero ver ter essa vista”, tuitou o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, ao saber da construção do Cristo Protetor de Encantado, mais alto do que o Cristo Redentor. O que veio depois dessa manifestação já sabemos.

Na onda de “construir é barbada”, surge a notícia de que agora Anta Gorda, cidade da região alta do Vale do Taquari, quer construir uma estátua de Nossa Senhora de Lourdes, padroeira da comunidade. A ideia é erguer uma estátua de 45 metros – o Cristo de Encantado tem 43m – o que viria a ser “a mãe” do Cristo.

Olha, depois que Encantado colocou de pé o Cristo, não duvido mais nada da capacidade daqueles gringos, que nos mostram que em termos de turismo são mais astutos e organizados do que as demais regiões do Vale. Resta saber se teremos outro “Adroaldo Conzatti” aqui na região para liderar a construção

de uma estátua de Nossa Senhora de Lourdes. Convenhamos, não tivesse o ex-prefeito Conzatti ter batido pé e acreditado desde o início, aquele Cristo no Morro das Antenas não teria alcançado o mundo em 2021.

Só espero que o movimento de Anta Gorda não seja por vaidade. Ter uma Santa gigante não deixaria de ser um diferencial ainda maior, mas é preciso cautela para não construir elefantes brancos. O turismo – Encantado que o diga – não se faz apenas com estátuas. Como disse o prefeito do Rio, construir é fácil, o complexo é que vem ao lado de um investimento desses.

A PROPÓSITO

Ainda tem a Santa Clara. Projeto é do prefeito Paulo Kohlrausch, que sonha em construir uma estátua no morro que fica atrás da Igreja matriz da cidade de Santa Clara do Sul. Se a moda pega, o Vale dos Alimentos será também o Vale das Estátuas.

4

A HORA | Fim de semana, 1º e 2 de maio de 2021

RODRIGO MARTINI Sugestões, críticas, contrapontos: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

“O Cristo Protetor está em Encantado, e a mãe dele está em Anta Gorda”

A manchete de capa do jornal Correio do Mate é instigante. A informação repassada em primeira mão pelo periódico da região alta do Vale do Taquari tem potencial para mexer com a comunidade regional. A frase é do prefeito de Anta Gorda, Xico Frighetto (PSL), que iniciou mobilização para construir uma estátua de Nossa Senhora de Lourdes com 45 metros de altura, no alto do Morro Travesin.

A intenção de erguer um monumento mais alto que o Cristo Protetor de Encantado já foi compartilhada com o Secretário Estadual de Turismo, Ronaldo Santini, e com membros da Amturvales. Por ora, parece uma utopia. Mas...

O gestor nasceu no Distrito de Itapuca, a terra da belíssima Gruta Nossa Senhora de Lourdes. E ele não está para brincadeiras. Além da proposta de construir a estátua – uma ideia compartilhada com o Pároco local, o Padre Benjamin Borsatto –, Frighetto também planeja asfaltar todo o trecho de 12 quilômetros que interliga a área urbana e a gruta. É uma das principais rotas turísticas do Vale do Taquari.

Por lá, o café colonial da família Toigo, o Memorial da Noz Pecan e diversas cascatas completam o atraente roteiro.

A ideia do prefeito, divulgada com exclusividade pelo Correio do Mate, seria a verdadeira “cereja do bolo”.

Vamos aguardar!

Leite em Lajeado?

A equipe do governador Eduardo Leite (PSDB) planeja uma nova visita a Lajeado. O encontro pré-agendado para o dia 10 de maio, no Hospital Bruno Born (HBB), pode ser o segundo dele em menos de um ano. O tucano esteve na região logo após a trágica enchente de julho de 2020.

Um novo pedágio

O

governador está na iminência de privatizar as principais rodovias estaduais. A concessão pública das estradas administradas pela EGR deve ser finalizada ainda em 2021. E a mudança terá impacto direto sobre a nossa região. Diante disso, a Câmara de Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC/VT) mobiliza empresários e agentes públicos para cobrar a implantação de um novo modelo de cobrança e passagem pelas cancelas: o chamado free-flow.

A tradução para o modelo já aplicado em países mais desenvolvidos é simples: fluxo livre.

Ou seja, as cancelas não possuem cobradores, e a cobrança é realizada de forma automática.

Tudo por meio de sensores instalados em pórticos instalados nas rodovias e também nos próprios

veículos. Além disso, e essa talvez seja a principal vantagem do tecnológico sistema, o free-flow permite cobrar por quilômetro rodado. O motorista paga proporcionalmente.

Além de diminuir drasticamente o custo com pessoal por parte das concessionárias (o que em tese reduz o custo da tarifa para os motoristas), o modelo de cobrança por quilômetro é mais justo e os pórticos eletrônicos evitam as recorrentes tranqueiras registradas em muitas praças de pedágios instaladas em solo gaúcho. Em suma, um modelo ideal.

Entretanto, a viabilidade técnica deste sistema nas estradas do Vale do Taquari ainda é uma incógnita.

Entre os entraves, destaque para o excesso de “áreas de escape”. Principalmente nos trechos mais urbanos das ERS´s 130 e 129. São inúmeras rotas de

fuga que dificultariam o efetivo controle do quilômetro rodado. É preciso “cercar” boa parte da extensão das rodovias, e instalar pórticos em cada saída. É muito mais fácil implantar o sistema em rodovias novas. Além disso, críticos alertam para um problema que atrapalha até os países mais desenvolvidos: a inadimplência.

A inadimplência no modelo free-flow é fruto do sistema “pós-pago”. Como não há cobrança no ato, muitos motoristas não cumprem com a obrigação de pagar posteriormente pelo uso da rodovia, mesmo com as mais diversas ferramentas de cobrança automatizada já disponíveis no mercado. No Chile, por exemplo, o índice de inadimplência ultrapassava a marca de 10% em 2019 (com mais de 10 milhões de multas não pagas), o que forçou o governo a alterar os contratos e incluir novas cláusulas de reequilíbrio financeiro.

O debate é longo. Mas o futuro é logo ali. E é preciso lançar o desafio o quanto antes. Pesquisas confirmam que já existe uma preferência muito significativa pelas cabines de pagamento automático. Em São Paulo, por exemplo, o número de veículos que utilizam o pedágio eletrônico na malha concedida cresceu 42,7% entre 2010 e 2017. No mesmo período, houve crescimento de apenas 5% no número de veículos que usam as cabines manuais. Ou seja, parece ser um caminho sem volta!

A HORA | Fim de semana, 1º e 2 de maio de 2021

5

6

Pandemia transforma ambientes de trabalho. Dos cuidados sanitários exigidos, necessidade do controle nos espaços comuns e da maior incidência de doença psíquicas, incertezas sobre o futuro tensionam relação entre empregados e patrões. Especialistas em direito antecipam: próximos anos serão de muitas ações na Justiça do Trabalho FILIPE FALEIRO filipe@jornalahora.inf.br

ESPECIAL

E

m meio à maior pandemia do século, o mundo do trabalho se transformou. Máscaras, álcool gel, distanciamento, higienização constante passaram a ser obrigatórios. Junto com isso, o olhar para a saúde das equipes se tornou uma prioridade aos empregadores.

As mudanças ocorrem seja no ambiente comum, dentro das empresas e, em alguns casos, o ofício foi para dentro da casa dos funcionários. No dia dedicado aos trabalhadores, são muitas as preocupações e os desafios.

Entre estas, muitas dúvidas com relação aos direitos e deveres dos trabalhadores e dos empregadores. Conforme o advogado trabalhista, Luís Fernando Cardoso de Siqueira, não há unanimidade sobre a responsabilidade da empresa em caso de contágio de algum funcionário.

“Teremos um limbo jurídico, em que cada caso terá de ser analisado no específico, pois, tratando-se de uma matéria nova no judiciário e sem previsão legal correspondente, não se tem um entendimento consolidado de que a covid é um acidente de trabalho.”

Essa insegurança jurídica tem como nascente a mudança de entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de artigo da Medida Provisória 927/2020 que previa casos de contaminação não serem considerados ocupacionais.

De acordo com Siqueira, a discussão nos tribunais recairá também sobre o tipo de ofício. “No caso dos trabalhadores da saúde, é muito difícil desvincular o contágio no ambiente laboral.”

A HORA | Fim de semana, 1º e 2 de maio de 2021

DIA DO TRABALHADOR

ENTRE A SAÚDE Associado a isso, a comprovação de que a empresa disponibiliza os meios para evitar a propagação da doença. “É muito difícil de comprovar o local do contágio. Mas, com certeza o judiciário vai analisar a condição do ambiente de trabalho. Se a empresa for desleixada, deixou fazer aglomerações, seja no refeitório, no vestiário, ou mesmo nos espaços de produção, restando comprovado que não cumpriu as medidas sanitárias determinadas pelas autoridades, será difícil escapar de uma condenação.”

O advogado lembra que já há jurisprudência sobre o assunto, tanto com decisões favoráveis quanto contrárias aos trabalhadores. Essa situação, afirma Siqueira, comprova que cada caso deve ser analisado de forma específica e de acordo com as circunstâncias.

Mais de 21 mil contágios no trabalho

No ano passado, mais de 21 mil trabalhadores se infectaram com o novo coronavírus exercendo atividades laborais. É o que afirma o Observatório Digital de Segurança e Saúde no Trabalho, feito a partir de uma parceria entre a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Ministério Público do Trabalho (MPT).

Para a secretária nacional de Saúde da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Madalena Margarida da Silva Teixeira, a pandemia acentua dificuldades do país. “Nós, enquanto movimento sindical, somos desafiados a elaborar novas formas de organização dos trabalhadores.”

A entidade, diz, defende a necessidade de fiscalização constante sobre as empresas, para que as atividades nos ambientes

laborais sejam o mais seguras possíveis. “Nosso papel é cobrar os empregadores para que, acima de tudo, melhorem os espaços comuns para os trabalhadores e trabalhadoras.”

Na avaliação de Madalena, junto com a cobrança sobre protocolos sanitários trabalho, é preciso cobrar a notificação de contágios entre a equipe. “O contágio ocorre de forma aérea. O risco é maior em espaços sem ventilação e com aglomerações. Se o trabalhador ficou doente nestes locais, ou no percurso, é dever da empresa preencher os termos e informar às autoridades.”

“A responsabilidade da empresa é a mesma do cidadão” A discussão jurídica em torno da pandemia se agravou a partir da decisão do STF. No dia 29 de abril de 2020, os magistrados suspenderam o artigo 29, sobre a natureza ocupacional da covid-19.

Para o coordenador da comissão de Direito do Trabalho da Federasul, Luís Gustavo Casarim, esse fato trouxe incertezas e abriu margem para

CONFIANÇA, METAS E SABER OUVIR O relatório da Workana, plataforma digital da América Latina que reúne líderes empresariais e profissionais autônomos, sugere algumas condutas para fortalecer as equipes.

interpretações. De acordo com ele, é preciso deixar claro que o reconhecimento da doença ser relacionada a acidente de trabalho depende da comprovação do nexo de causalidade.

“O que precisamos analisar é se o ambiente expõe o trabalhador”, destaca.

Segundo Casarim, as organizações devem contribuir no sentido de evitar a propagação do vírus.

“A responsabilidade da empresa é a mesma do cidadão.

Cumprir protocolos de distanciamento, usar máscaras e estar atento à higienização.”

Se atentar à saúde física e mental dos colaboradores é palavra de ordem;

Será necessário que líderes e funcionários reconstruam sua relação de confiança, desta vez de forma muito mais empática, compreendendo quem as pessoas são, e não só o papel que elas desempenham na empresa; Os líderes terão que fortalecer a comunicação e fazer com que ela seja o mais transparente possível para promover o desenvolvimento dos funcionários;

Oferecer o trabalho a distância como uma opção a quem preferir adotar essa modalidade.

7

A HORA | Fim de semana, 1º e 2 de maio de 2021

E A JUSTIÇA FOTOS FILIPE FALEIRO

Diálogo, transparência e informação

Entendimento jurídico quanto ao contágio no trabalho tem como fator preponderante a exposição ao vírus. Nos ambientes de saúde, o risco é maior

A partir destes conceitos defendidos pelas autoridades de saúde, frisa a importância de toda a sociedade em disseminar as informações quanto à prevenção.

“Precisamos ter a sensibilidade tanto das empresas, dos empregados, mas também do judiciário, para termos clareza de análise sobre essa crise que vivemos.”

PROFISSÕES DO FUTURO Na análise de especialistas, profissões ligadas à tecnologia ganham força. Em outra ponta, atividades que haviam perdido espaço voltam a ser valorizadas devido à pandemia.

Tem a função de elaborar o planejamento estratégico de TI;

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) criou uma cartilha sobre as mudanças na relação de trabalho. O material leva o nome de "Teletrabalho – o trabalho de onde você estiver". O conteúdo detalha conceitos de teletrabalho, trabalho remoto, home office e trabalho externo. Conheça: · Teletrabalho: tarefas são feitas fora das dependências do empregador, podendo ser na residência do profissional ou não, e com a utilização de recursos tecnológicos; · Home office: é um dos tipos de teletrabalho. Feito na casa do profissional; · Teletrabalho nômade: atuação profissional em qualquer local ou computador;

VANTAGENS

· Tempo: como na maioria das vezes não é necessário se deslocar, é possível economizar tempo no trânsito e diminuir gastos de locomoção; · Flexibilidade: quando o teletrabalho é monitorado por metas ou por produção, há uma maior flexibilidade nos horários, cabendo ao trabalhador definir sua rotina; · Conforto: poder escolher o ambiente em que vai trabalhar também significa optar por uma acomodação personalizada, mais confortável e até por usar roupas mais leves;

DESVANTAGENS

· Ergonomia: ambientes profissionais devem propiciar postos de trabalho com móveis e equipamentos que preservem a saúde. A mesa e a cadeira devem estar em alturas adequadas, e o computador a uma distância confortável. Em casa, o uso improvisado de móveis e dispositivos tecnológicos pode causar danos à saúde; · Gastos: ficar mais tempo em casa também significa gastar mais energia elétrica, mais água, e utilizar (e desgastar) equipamentos pessoais; · Sobrecarga: se as regras não forem bem definidas e o trabalhador for acionado a todo momento, os intervalos para descanso são afetados e pode haver sobrecarga de atividades.

Será o desenvolvedor de softwares de segurança, análise de dados estratégicos para evitar invasões de hackers;

· PSICÓLOGOS E PSIQUIATRAS · ENFERMEIROS, TÉCNICOS EM ENFERMAGEM, MÉDICOS, INFECTOLOGISTAS E VIROLOGISTAS

· DESIGNER DIGITAL

A maior pandemia dos últimos cem anos valoriza essas profissões e recoloca em evidência a importância delas à sociedade;

Profissional que desenvolve soluções funcionais para telas de dispositivos digitais;

· CHEFE DE TECNOLOGIA

TRANSFORMAÇÕES NO TRABALHO

· PROFISSIONAL DE CIBERSEGURANÇA

· TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI)

Diretor técnico que tem a responsabilidade de garantir infraestrutura tecnológica da empresa;

Cumprimento dos protocolos é responsabilidade da empresa e dos funcionários

A doutora em Psicologia e professora da Univates, Liciane Diehl, destaca a busca do entendimento para evitar conflitos. Para ela, o principal papel das organizações está ligado a possibilidade de expressão das pessoas. “Esses espaços favorecem que a potência criativa dos trabalhadores e trabalhadoras possa se expandir ou, quando é o caso, que situações de sofrimento sejam manifestadas e, assim, ressignificadas.”

Na análise dela, quanto mais abertura e transparência nas relações entre empregadores e funcionários, maior a possibilidade de conhecer e compreender aquilo que não vai bem e, assim, implantar ações assertivas que visem a saúde e a produtividade.

“As pessoas reagem de modo singular diante do estresse, como é o caso da pandemia”, argumenta.

Os riscos de contágios pelo novo coronavírus faz com que as pessoas estejam sempre em estado de alerta. “Esse sentimento é importante pois tem função protetiva.

No entanto, o excesso pode causar desconforto, ansiedade e, em casos mais extremos, alguns tipos de transtornos psíquicos.”

Entre os cuidados com a saúde das equipes de trabalho e a manutenção de relações profissionais seguras, Liciane reforça: “informação segura, com base científica, e na medida adequada para não sobrecarregar as pessoas, trazem segurança e tranquilidade.”

· GESTOR DE MÍDIAS DIGITAIS Responsável pelos canais de comunicação digital de uma empresa.

Terá a missão de manter a imagem da marca, o relacionamento, o engajamento e a prospecção de negócios;

Profissional que ajudará no combate a doenças do século, como depressão, ansiedade e diversas outras síndromes psíquicas;

· SERVIÇOS DE TELE-ENTREGA O distanciamento social e a demanda de entregas por aplicativos aumenta a representatividade das profissões ligadas à entrega. Motoboys, entregadores, empresas especializadas em logística ganham importância no espectro social, seja no mundo ou no país.

8

A HORA | Fim de semana, 1º e 2 de maio de 2021

Programa visa reinserção ao mercado de trabalho DIVULGAÇÃO

Município firma parceria com instituições de ensino para qualificar mão de obra

“Balcão de Qualificação” diagnosticou principais demandas de empregadores e firmou convênios para recolocar estrelenses em atividade profissional RAMIRO BRITES ramiro@grupoahora.net.br

ESTRELA

N

a data em que se celebra o Dia do Trabalho, a Secretaria de Desenvolvimento, Inovação e Sustentabilidade lança neste sábado, 1º, o programa “Balcão de Qualificação”. A iniciativa será divulgada nas redes sociais da administração municipal.

O governo fez um levantamento com empresários para saber quais são as principais defasagens na busca por funcionários no mercado de trabalho. Estudo realizado em parceria com a Câmara da Indústria, Comércio e Serviços de Estrela (Cacis), formulou uma base de dados com as necessidades dos setores empresarias.

A partir da pesquisa, o município firmou parcerias com instituições de ensino da região para qualificar os candidatos às vagas de trabalho.

Conforme o secretário Rodrigo Kich, o estudo demonstrou a urgência de habilidades emocionais, para além das qualidades demandadas para a

realização do ofício.

“Além de aptidões técnicas, as pesquisas nos mostraram que inteligência emocional e resiliência estão ausentes na característica das pessoas”, observa.

A partir de constatações como essa, o “Balcão de Qualificação” se aprimora desde o início do ano. A equipe conta com uma psicóloga e utiliza técnicas de desenvolvimento pessoal.

“Não é somente pegar um currículo e encaminhar. Nós estamos desenvolvendo técnicas de ‘coaching’ para que as pessoas possam melhorar como seres humanos”, afirma Kich.

Apesar do lançamento ocorrer hoje, o serviço já funciona desde o início do ano. São cerca de 50 atendimentos semanais.

Conforme o titular da pasta de Desenvolvimento, Inovação e Sustentabilidade, foram intermediados entre 80 e 100 novos empregos por meio do programa.

Investimento em tecnologia O coordenador do setor do trabalho no município, Guilherme Schneider, explica que o serviço tem uma projeção para o futuro com incentivo a trabalhadores das áreas tecnológicas.

“Vamos focar na inovação. Um de nossos objetivos com este programa é identificar e qualificar os munícipes que pretendem, ou já trabalham, com tecnologia, incentivando a criação de negócios disruptivos em nossa cidade.”

O programa, no entanto, abrange empresas de diversos setores e já é utilizado por companhias locais.

9

A HORA | Fim de semana, 1º e 2 de maio de 2021

POTENCIAL DO CRISTO

“Vejo o Vale como um produto único a ser trabalhado” ALDO LOPES

Presidente da Amturvales foi um dos convidados da assembleia da Amvat.

Visibilidade turística que o Cristo de Encantado trouxe à região e necessidade de investimentos foram abordadas na reunião

vales vai criar um guia turístico impresso, com tudo o que o Vale oferece. Na próxima semana, a entidade participará do Festuris Connection, em Gramado, o maior do ramo na América Latina. Cita ainda a ideia de desenvolver o projeto Caminhos Peregrinos do Cristo Protetor e uma rota de cicloturismo.

Preparo

MATEUS SOUZA mateus@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

O

turismo da região vive um novo momento com a projeção nacional e internacional que o Cristo Protetor de Encantado ganhou nas últimas semanas. Mesmo ainda restando pouco mais de meio ano para o término das obras, o monumento já mexe com o cotidiano do Vale e das autoridades.

Este foi um dos temas abordados na assembleia virtual dessa sextafeira, 30, da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat). O presidente da Associação dos Municípios para o Turismo (Amturvales), Leandro Arenhart, participou da reunião e afirmou que os desafios

Potencial turístico do monumento erguido no Morro das Antenas mobiliza gestores para preparar a região

aumentam para os gestores.

“O cenário turístico do Vale mudou de 20 dias para cá. O mundo descobriu a nossa região. E há municípios sintonizados e conectados com essa questão. Muitos prefeitos e secretários me procuraram nos últimos dias querendo explorar mais o turismo. Fico feliz, mas também é desafiador por tudo o que temos de fazer daqui para frente”, destacou.

Para auxiliar e prestar assessoria aos municípios, a Amturvales está contratando três profissionais para trabalhos in loco. “Vejo o Vale como um produto único a ser trabalhado.

Trem dos Vales e o Cristo não são um produto dos municípios onde estão inseridos, são do Vale como um todo. Então precisamos de uma união, como se tem na Amvat”, comentou.

“Outras regiões vão se beneficiar” Conforme Arenhart, a Agência Brasileira de Proteção Internacional do Turismo (Embratur), divulgará o Cristo Protetor de Encantado, o que

aumentará a visibilidade do monumento. Porém, ele alerta que a estrutura hoteleira atual do Vale não comporta um grande fluxo de turistas.

“Estamos felizes por um lado, mas assustados por outro. Temos 2,7 mil leitos de hotel, pousadas. É muito pouco.

Não é em dezembro que teremos mais 500 prontos. E outras regiões vão se beneficiar com os turistas que vem para a região”, afirma.

Arenhart ressalta que a Amtur-

O presidente da Amvat e prefeito de Santa Clara do Sul, Paulo Kohlrausch lembra que, para os municípios, é mais vantajoso ser associado à Amturvales do que ter um custo com a criação de uma secretaria específica. “Se quisermos retorno, temos que investir” disse.

Já o prefeito de Sério, Moisés de Freitas, mostrou preocupação com o próprio preparo dos profissionais de diversas áreas. “Nosso frentista, por exemplo, tem que estar bem preparado para quando alguém chegar na cidade e perguntar onde fica a cascata. O turista tem que se sentir bem e falar bem do Vale”, pontua.

Programas Antes da fala sobre turismo, o secretário de Desenvolvimento Econômico do RS, Edson Brum, foi o convidado e falou sobre os programas que a pasta oportuniza aos empreendedores e empresários da região. Um deles é o Fundopem, voltado à instalação ou ampliação de indústrias.

Anta Gorda estuda estátua de Nossa Senhora de Lourdes Após repercussão da obra do Cristo Protetor em Encantado, município vizinho projeta monumento no ponto mais alto da cidade RAMIRO BRITES ramiro@grupoahora.net.br

VALE DO TAQUARI

O içamento da cabeça e os braços do Cristo Protetor de Encantado, no início do mês de abril, chamou atenção de todo mundo. O município vizinho de Anta Gorda pretende aproveitar a movimentação e criar uma rota de turismo religioso.

Com o slogan “o Cristo Protetor está em Encantado e a Mãe de Jesus está em Anta Gorda”, o município estuda a construção de uma estátua de

DIVULGAÇÃO

Nossa Senhora de Lourdes, no morro Travesin, o ponto mais alto da cidade.

Para o vice-prefeito, Robledo Andreolli, não há previsão para o início das obras. “Primeiro nós vamos estruturar o município para receber o turismo”. O vice-prefeito admite, porém, “o sonho” de fazer a estátua. “No momento é uma possibilidade, mas que eu vejo com grande possibilidade de virar realidade”, diz.

A ideia de Anta Gorda é formar um grupo, semelhante a iniciativa da Associação Amigos de Cristo, e realizar a obra com recursos privados.

Apesar de não ocorrer nos últimos dois anos, devido a pandemia, a romaria até o local é tradicional. Conforme Andreolli, é a maior gruta da América Latina, com 30m de largura, 3m de altura e 115m de comprimento. A caverna possui infraestrutura e área para acampamento. O governo municipal busca o asfaltamento do acesso à atração turística.

“Esse acesso asfáltico para lá beneficiaria várias comunidades do município. Não somente para o turismo, mas para agricultura e para o agronegócio”, afirma o vice-prefeito.

Gruta de Itapuca A Nossa Senhora de Lourdes já faz parte da rota turística do município de pouco mais de 5 mil habitantes. A gruta, localizada no Distrito de Itapuca, interior de Anta Gorda, possui uma imagem da santa.

Rota do monumento seria integrada à Gruta de Itapuca, que atrai devotos à Nossa Senhora de Lourdes

10

A HORA | Fim de semana, 1º e 2 de maio de 2021

MEMÓRIAS DOS RALLYS

Poeira, adrenalina e solidariedade

Marcados pelo companheirismo e integração comunitária, os rallys da JCI ganharam adeptos na região e, por 13 anos, reuniram pilotos de diversos municípios para se aventurarem pelos caminhos das cidades e do interior BIBIANA FALEIRO bibianafaleiro@grupoahora.net.br

VALE DO TAQUARI

O

s carros eram numerados e, por vezes, recebiam nomes. A lataria também era personalizada e os pilotos esperavam em fila para começar o fim de semana.

Apesar da competição, o momento era de lazer para a comunidade da época. Foi neste cenário que os primeiros “Auto passeios” da JCI Lajeado surgiram no início da década de 80 e ganharam as estradas do Vale do Taquari e região.

Um dos pioneiros da brincadeira, que ficou conhecida como o Rally da JCI, e ganhou força com o passar dos anos, foi Américo

Martinho Canelas de Assunção, 80, o “Português”, como costuma ser chamado. Nascido em Portugal, foi no Brasil que constituiu família e se integrou à entidade, à época chamada Câmara Júnior.

Foi ele quem idealizou o primeiro Rally, em dezembro de 1983, para angariar fundos para a Vovolar. Já na estreia, o evento contou com 30 inscrições.

“Fizemos o projeto, mas eu não conhecia nada da região, então começamos a procurar formas de organizar o evento. Um mês e meio depois estava pronto”, lembra Américo. Naquele ano, a saída foi em frente à prefeitura de Lajeado.

Os pilotos tinham que atravessar o rio de balsa em Marques de Souza e seguiam por Picada Vinagre e pe-

las redondezas de Progresso.

“Terminado o Rally, tinha uma prova de perícia que fazíamos para brincar. O resultado só sairia no dia seguinte. Nós fazíamos os cálculos e o resultado seria anunciado em um almoço, onde servimos uma moqueca de peixe que eu e minha esposa Lia fizemos”, relata o português.

Regularidade X Velocidade O “Auto passeio” não exigia velocidade, e sim regularidade, e era diferente dos rallys tradicionais.

Para ganhar, era preciso passar no tempo certo pelos Pontos de Controle (PCs), onde a comissão fiscaBIBIANA FALEIRO

lizava. “Tinha gente que errava o caminho, daí via o outro passando e seguia. Os pilotos tinham que controlar o tempo para cada trajeto”, explica Américo.

Os competidores se dividiam nas categorias jipe, camionete 4x4 e carros de passeio, separados ainda em profissionais e aspirantes.

Geralmente eram dois competidores por carro. Um pilotava e o outro “ditava” a direção, seguindo um mapa feito pela comissão.

Esse mapa indicava os quilômetros a serem percorridos antes de virar à esquerda ou à direita e a velocidade do percurso. As pessoas tinham que calcular o tempo em que deviam fazer o trajeto até o próximo PC. Quem passasse um segundo antes ou depois, perdia pontos. “Dava um trabalhão esse cálculo no final”, conta Américo.

Alguns carros também levavam o famoso “Zequinha”, que ficava atrás acompanhando os participantes. Ele era responsável pela água e, vez ou outra, costumava palpitar.

Laurinho gostava de vencer e profissionalizou o carro para as provas

No caminho, em uma estrada de Colinas, o carro teve problemas. “Caiu o cano de descarga, alguma coisa assim soltou e tinha uma criança com um caminhãozinho na rua. Não tivemos dúvidas, pedimos a cordinha do caminhão do menino, meu irmão pegou e amarrou. O caminhãozinho nos salvou”, recorda Lia. Outra história que ela lembra foi da dificuldade para subir uma estrada no Morro Gaúcho, em Arroio do Meio. Ela dirigia um Fiat 1100. Para resolver o problema, o irmão sentou no capô do carro enquanto Lia acelerava.

O evento foi palco de muitas aventuras. Em uma das edições, um dos carros atolou em uma área rural e os participan-

Histórias de competidor A esposa de Américo, Lia Kunrath, 73, também competiu, pela categoria feminina.

Naquele ano, era ela quem dirigia e a cunhada fazia a “navegação”. O irmão ia no banco de trás para aproveitar o passeio.

Lia Kunrath participou do rally e lembra das histórias durante o trajeto

Os carros recebiam números e alguns eram decorados para o evento.

A largada era feita em uma rampa de madeira feita pela comissão e, a partir de 85, motos também começaram a participar

11

A HORA | Fim de semana, 1º e 2 de maio de 2021 BIBIANA FALEIRO

seio, que teve Laurinho como um dos pilotos, nos dias 15, 16 e 17 de novembro de 1985.

Uma das características do Rally da JCI eram os “pega-ratões”. “Durante o caminho, alguns trechos saíam do mesmo lugar. Um posto, por exemplo, a primeira vez se passava pela esquerda, fazia toda a volta e chegando lá de novo, era preciso virar à direita. Quando tinha algum piloto meio perdido, ele só seguia o carro da frente, ia direto para o segundo trajeto e chegava no próximo PC com dez minutos de antecedência”, conta Laurinho.

Os competidores recebiam prêmios de participação. Mas outras premiações também eram distribuídas para os primeiros colocados, os destaques e as personalidades. “Tinha o tonto, o perdido, o azarão, o contramão, aquele que sempre estava na direção errada”, lembra Laurinho. O Rally foi realizado até 1990 pelos veteranos.

ARQUIVO PESSOAL

tes pediram dois bois emprestados para tirar o veículo do atoleiro. Ganhar a prova nem sempre era o mais importante, e muitas pessoas gostavam mesmo era da brincadeira.

Pelo trajeto do Rally Organizar o Rally não era fácil. Pelo contrário, com o tempo, passou a exigir de seis a oito meses de preparação. A comissão tinha que conhecer os caminhos passando pelo interior, marcar as distâncias e pedir autorizações. “Tu tem que ir por todos os lados, marcar todas as curvas, o tempo. Depois a gente via se a estrada era boa ou ruim e dávamos as velocidades”, explica Américo.

Quem também esteve na or-

ganização foi Laurinho Bündrich, 60, que era também competidor. “Quando comecei, passei a profissionalizar meu carro.

Nós tínhamos hodômetros parciais, tudo o que um carro de rally precisava na época, porque eu ia pra ganhar”, conta.

No início, o Rally era como uma gincana com provas durante o trajeto. Entre elas, pegar uma maçã com a boca em um recipiente com água, colocar uma linha em uma agulha, ou mesmo martelar uma pequena tachinha com uma marreta.

Mais tarde, passou a ter características próprias de um rally de regularidade e alguns pilotos se profissionalizaram. Na terceira edição, a JCI organizou também o primeiro Bicicross infantil e o primeiro Moto pas-

Anos mais tarde e o fim Depois de alguns anos sem evento, em 2002 o Rally voltou a ser organizado pela JCI, na sua oitava edição, enquanto André Kronbauer, 52, era presidente da entidade. “O objetivo do projeto sempre foi desenvolver lideranças dentro do grupo, esse é o propósito da JCI, e o ‘Auto passeio’ também foi importante porque trouxe muitas pessoas de todo o Vale”, conta Kronbauer. Além disso, o evento também servia para arrecadar alimentos e valores para instituições e era um momento de lazer para a comunidade.

As provas, que duravam dois dias, começavam aos sábados de manhã. Durante a noite, os cerca de 500 participantes e comissão organizadora se reuniam em um município para jantar e pernoitar. No dia seguinte, era oferecido um café da manhã, muitas vezes patrocinado pelas prefeituras, que aproveitavam para divulgar os município, e o Rally continuava no domingo.

“A gente aprendia e se divertia ao mesmo tempo, conhecia diversos lugares e amigos. Também conhecíamos os pontos turísticos do Vale do Taquari”, comenta Kronbauer.

Os trajetos passavam por asfaltos nos centros das cidades, por rodovias e estradas de chão, em lugares como Forquetinha, Progresso, Boqueirão do Leão, Arroio do Meio, Estrela e tantos outros no Vale do Taquari, até 2008, quando teve a 13ª e última edição.

André Kronbauer, com o microfone na mão, na organização da oitava edição do Rally

Os competidores se dividiam nas categorias jipe, camionete 4x4 e carros de passeio, separados ainda em profissionais e aspirantes. Registros dos rallys dos anos 2000

ARQUIVO PESSOAL

12

A HORA | Fim de semana, 1º e 2 de maio de 2021

Piranhas aparecem no Rio Taquari e preocupam pescadores DIVULGAÇÃO

Aparição inesperada de peixes carnívoros foi relatada em Bom Retiro do Sul e Triunfo FELIPE NEITZKE regional@jornalahora.inf.br

ESTADO

A

pós aparecerem nas águas do rio Jacuí, surgem registros de piranhas-vermelhas (palometas) no rio Taquari. Esta semana, em Triunfo, pescadora localizou peixes carnívoros em rede na Prainha da Olaria. Recentemente, pescadores de Bom Retiro do Sul também relataram a presença de palometas.

“Ainda não é uma situação alarmante, mas tratando-se de rios, falamos de peixes nativos e fauna silvestre, há risco de desequilíbrio ambiental”, comenta João Alfredo de Oliveira Sampaio, técnico da Emater/ RS-Ascar.

De acordo com Sampaio, praticamente não há predador natural para a palometa. A população desses peixes pode aumentar consideravelmente com o passar do tempo. “Uma possibilidade seria o dourado agir como predador natural”, acrescenta.

Conforme o biólogo Andreas Köhler, professor do Departamento de Ciências da Vida da Unisc, uma das possíveis causas da proliferação de piranhas é o

Cleuza de Souza, 53, encontrou palometas no rio Taquari, em Triunfo. Proliferação preocupa famílias dependentes da pesca

desequilíbrio ambiental.

“Há relatos do surgimento de piranhas por pescadores há mais de dez anos no rio Jacuí.

No entanto, a captura de predadores naturais das palometas, como o próprio peixe dourado, que está em extinção, propicia a multiplicação dessa espécie”, disse Köhler, em entrevista à rádio Rio Pardo.

A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) monitoram a situação.

“O rio não está para peixe” É a primeira vez que Cleuza Maria Santiago de Souza, 53, encontra exemplares da espécie carnívora no rio Taquari, em Triunfo. “Estavam trancadas na rede, medem entre 20 e 25 centímetros”, relata.

“Muitas famílias vivem da pesca, tomara que não seja uma infestação, pois isso prejudicaria muito nossa renda”, relata Souza, pescadora há 4 anos, quando largou o emprego para cuidar do marido com problemas de saúde.

Pintado e piava são as espécies com maior produção e vendidas a R$ 12 e R$ 20 o quilo. A comercialização ocorre em mercados de Taquari.

“A pesca decaiu muito, rende em média apenas 3 quilos por dia. Já chegamos a levar mais de 50 quilos de pescado para casa. Parece que não tem mais peixe no rio Taquari”, lamenta a pescadora.

Audiência pública A proliferação de piranhas no rio Jacuí será tema de audiência pública da Assembleia Legislati-

va, marcada para o dia 6 de maio às 10h. O debate é uma proposição da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo, presidida pelo deputado Adolfo Brito (PP).

“Recebemos documento da Câmara de Sobradinho e relatos de pescadores da região central, preocupados com a situação e que pedem medidas para resolver a questão, pois caso houver o aumento desordenado da quantidade desse peixe, fará com que desapareçam outras espécies”, informa Brito.

Santa Clara do Sul inicia obra de Parque Linear Estrutura às margens do Arroio Saraquá faz parte do Plano Municipal de Turismo SANTA CLARA DO SUL

O governo de Santa Clara do Sul iniciou a construção do Parque Linear. Conforme o Executivo, o objetivo é integrar a comunidade ao Arroio Saraquá, oportunizar mais um espaço de lazer e avançar no projeto turístico local.

No momento, o município realiza a limpeza e preparação da área. O trecho soma cerca de um quilômetro de extensão às margens do arroio, entre a Avenida Paulo Décio Goergen e a Rua José Francisco Allgayer.

O investimento será de R$ 815,1 mil, sendo R$ 655,8 mil provenientes de recursos do Ministério da

DIVULGAÇÃO

Justiça e Segurança Pública, por meio do Fundo de Defesa de Direitos Difusos, e o restante contrapartida do município. Vencedora do processo licitatório, a Conzatti Engenharia começará os serviços na próxima semana e seguirá ao longo do segundo semestre.

Ao todo serão 6.139,19 metros quadrados de obra, incluindo cerca de um quilômetro de pistas de ciclismo e caminhada com piso tátil e acessibilidade, iluminação pública e Área de Integração com bancos, floreiras, lixeiras, bicicletário e placas de conscientização ambiental.

O parque ainda contempla a instalação de três filtros para tratamento das águas pluviais que desembocam no arroio, além do replantio de 1.315 mudas de árvores.

De acordo com o prefeito Paulo Kohlrausch, o Parque Linear é uma das ações dentro do Plano Municipal de Turismo, que prevê uma série

de investimentos públicos para alavancar a economia e gerar mais emprego e renda no município. “Essa é uma obra que trará ainda mais qualidade de vida e bem-estar à população e será um dos principais pontos de visitação de Santa Clara do Sul”, destaca o prefeito.

Estímulo ao turismo Morando há 12 anos na Rua 8 de Março, que fica próxima à área onde é construído o Parque Linear, Darci Hickmann, 65 anos, elogia o governo municipal pela realização da obra. “O parque vai ser muito importante, tanto para os moradores como para os visitantes. Vai estimular o turismo”, enfatiza.

A obra integra o projeto de recuperação da Área de Preservação Permanente do arroio, promovido pelo Ministério Público de Lajeado, em parceria com o município, com o intuito de despertar a consciência

Projeto prevê pistas de ciclismo e caminhada, iluminação pública, área de integração, paisagismo e bicicletário, em trecho de cerca de um quilômetro

ambiental e aproximar a comunidade dos cuidados com o arroio.

Além do Parque Linear, Santa Clara do Sul está com outros projetos turísticos em andamento, como a estruturação do ciclotu-

rismo e das rotas autoguiadas, além do Parque Temático da Revolução Federalista e do Centro de Eventos e Agrotecnologia, cujos projetos arquitetônicos já estão concluídos.

13

A HORA | Fim de semana, 1º e 2 de maio de 2021

Resumo da novela Império João Lucas ouve uma discussão entre seus pais. Magnólia e Severo vão à casa de Ísis. João Lucas decide descobrir quem é a amante de José Alfredo. Lorraine conta para Érika que Maria Marta mandou um homem ameaçá-la. Orville entrega mais um desenho de Salvador para Carmem. Érika marca um encontro com Robertão.

Cláudio conversa com Beatriz. José Alfre-

do pensa em fazer uma festa para mostrar a nova coleção de joias da “Império”. Vicente pensa em Cristina. Merival confirma a Maria Marta que Elivaldo será libertado.

Maria Marta exige que Helena descubra o nome e o endereço da amante de José Alfredo. Lorraine consegue o endereço da “Império”. Cláudio conversa com José Alfredo.

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS Cruzadas

OBITUÁRIO ANTÔNIO CARLOS COMEL, 79, faleceu sexta-feira, 30, em Lajeado. Ele foi cremado no Crematório Ecumênico Cristo Rei, em São Leopoldo.

FRANCISCA SARTORI TIECHER, 96, faleceu sexta-feira, 30, em Encantado. Sepultamento foi no Cemitério Santo Agostinho, em Encantado.

TEREZINHA ANA DALLA VECHIA MELLA, 80, faleceu sexta-feira, 30, em Lajeado. Sepultamento foi no Cemitério Católico de Nova Bréscia.

VILMA MEYRING LAGEMANN, 79, faleceu quinta-feira, 29, em Estrela. Sepultamento foi sexta-feira, 30, no Cemitério da linha Ano Bom Baixo, em Colinas.

ADELINO RUDI WEISHEIMER, 74, faleceu quinta-feira, 29. Sepultamento foi sexta-feira, 30, no Cemitério Católico da linha Bomfim, em Cruzeiro do Sul.

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL www.coquetel.com.br / © Revistas COQUETEL (?) ideal: Número (?) de pernas Marcos, é definido do Saci repórter pelo IMC (Folc.) esportivo da Globo

Indivíduo que evita o contato social Os estados corpóreos como o nirvana

"Teclar", Uma das funções da escola no internetês O projeto típico (abrev.) de Lúcio Costa

Peixes ricos em ômega 3

Para informar falecimentos:

Time de AL (fut.)

Poesia lírica

• WhatsApp: (51) 92487689 • Fone: 3710 4200

• E-mail: centraldejornalismo@grupoahora.net.br

Espaços coletivos estudantis Escola que forma oficiais do Exército (sigla)

Estado povoado no Ciclo da Borracha

Sistema operacional do iPad (?) Keaton, atriz Foco da selfie

Peça da encadernação de apostilas Rei de Tebas (Mit.) Zombaria telefônica

Punta del (?), cidade uruguaia (?) Alves: o Poeta dos Escravos Abençoado

Lado, em inglês Detida em prisão Mergulho, em inglês

Membro emplumado das aves Acordo Valores de serviços bancários Expressão latina Estado mórbido

O trem que não faz baldeação A escova de dentes menos resistente

Cavalo (?), ser mitológico como Pégaso

56

Renan (?), lutador brasileiro do UFC

Ausência de guerra Prefixo de "sublevar" Arnaldo Jabor, cineasta carioca

A escova de dentes menos resistente

Solução

Red Bull (?) Race, corrida aérea Osman Lins, escritor Habilitada Expressão latina Estado mórbido

Lado, em inglês

Membro emplumado das aves

21/03 a 20/04 21/03 a 20/04 21/03 a 20/04 21/03 a 20/04 21/03 a 20/04 21/03 a 20/04

(?) Keaton, atriz Foco da selfie

Sistema operacional do iPad

Uma das funções da escola O projeto típico de Lúcio Costa

Time de AL (fut.)

Poesia lírica

R O S T O

© Revistas COQUETEL

G

"Teclar", no internetês (abrev.)

A NE N TE I DE S S T O I C C IA O L I A Z I ÇA R ÃO

21/03 a 20/04

D I E O S A R A S M A A L A P T B A

US

21/03 a 20/04

A J

21/03 a 20/04

I O A T E C A S T R P R E D I TO I R E T P A A L A R A L I L F A F G A D A O R O S

21/03 a 20/04

N E S C E BE N D C E N T A L I S

P E S O

R O S T O

21/03 a 20/04

Solução

G

DAS DIRETAS

3/air — dip — far — sic. 4/este — side. 5/barão. 7/creonte. 22/ambiente de socialização.

56

A U M R B B I A NE N TE I DE S S T O I C C IA O L I A Z I ÇA R ÃO

PEIXES: Se estiver só, talvez inicie um lance precoce e tumultuado.

Lance com amigo deve chegar ao fim, inclusive a amizade.

BANCO

Renan (?), lutador brasileiro do UFC

A T C O D I E O S A R A S M A A L A P T B A

VIRGEM: A Lua começa o rolê no seu paraíso astral, sinal de que vai que querer curtir e se divertir, mas deve agir com cautela e responsabilidade.

AQUÁRIO: Deve rolar harmonia com pessoas diferentes e você tende a renovar relações, podendo dar ou receber ajuda.

George (?), magnata dos EUA

US

LEÃO: Sol e Urano fecham na parceria na sua Casa das Ambições, sinal de que desejará ser livre na profissão e dar tchau tchau pro patrão.

CAPRICÓRNIO: De manhã, a Lua troca good vibes com Júpiter na sua Casa da Fortuna, e tudo indica que vai contar com otimismo.

Ausência de guerra Prefixo de "sublevar"

A J

CÂNCER: Com o mozão, pode tentar forçar suas vontades e acabar tretando. União apressada deve acabar tão rápido quanto começou.

SAGITÁRIO: Vai sextar bombando em seus contatos, sagita. Graças ao aspecto poderoso que rola de manhã entre Lua e Júpiter.

Red Bull (?) Race, corrida aérea

Arnaldo Jabor, cineasta carioca

E R U T A E M I O M A N I O A T E C A S T R P R E D I TO I R E T P A A L A R A L I L F A F G A D A O R O S

GÊMEOS: Lua e Júpiter formam um aspecto mara e despertam o interesse em conhecer coisas novas e abrir seus horizontes.

ESCORPIÃO: Há sinal de mudanças positivas nas finanças e facilidade pra ganhar dindim. Negócio familiar deve ser um sucesso e crescer.

Um pouco "(?) Cry", música do Rush

Tântalo (símbolo) Alimento do gado Conjunto de heróis da DC Comics

T G R A N E S C E BE N D C E N T A L I S

TOURO: Lua e Marte formam um aspecto tenebroso à noite e revelam que você tende a falar demais e de forma impulsiva, o que deve causar tretas.

LIBRA: Com a parceria entre Sol e Urano, tudo indica que vai quer tirar a intimidade da rotina e tende a ter desejos diferentes.

3/air — dip — far — sic. 4/este — side

ÁRIES: Pode ter zero paciência e acabar explodindo. Se estiver na pista, corre o risco de agir no impulso da atração e dar ruim.

21/03 a 20/04

HORÓSCOPO

Osman Lins, escritor Habilitada

A camisa de tamanho maior

Tronco da videira

AH

FIM DE SEMANA, 1º E 2 DE MAIO DE 2021

ANUNCIE: recepcao@jornalahora.inf.br

CARVÃO Letoana. Vendemos lenha, nó de pinho e carvão. Compre e comprove a qualidade desse produto.

Rua Edmundo Ludwig, s/nº, Boa Vista, Poço das Antas.

Contate: (51) 3773-1284 e 99547-2936.

ACOMPANHANTES AS TANARAS - Acompanhantes de luxo, sempre com desfile ao vivo, segurança da total descrição. Ambiente climatizado c/ estacionamento próprio. Atendimento em motéis e hotéis, à domicílio e caminhão. Tr: (51) 996240162whats, www.astanaras.com.br. Rua Osvino Neumann, 17, Bom Pastor, Lajeado. Belas gatas esperam por você. Aceitamos cartões.

TERRAPLANAGEM GUTH. Aterros, limpezas de terrenos, escavações, serviços de retroescavadeira e caminhão caçamba. Rua Bahia, 19, São Cristóvão, Lajeado. F: (51) 99995-8401/ 99979-3978.

CIA DO CORPO. Espaço de Saúde. Pilates e acunpuntura. Dra Loziane Santiago Rocha. Rua Vereador Praia, 510, Taquari/RS. F: 3653-3744/ 98418-8011.

PADARIA e Confeitaria São Bento. Pães, cucas, bolachas, tortas, bolos e pronta entrega. RST 413, nº 643, Km 3, São Bento, Lajeado. F: 3748-7271.

ADM / FINANCEIRO - Contrata-se, com experiência, computação e carteira de motorista Centro de Lajeado, dar-se à preferência com idade de 40 a 60 anos.

Enviar currículo para dm50company@ gmail.com

SP PORTARIA. Segurança 24hs para o seu negócio! Tr.: 99805-2396.

TIA CHICA Produção Cultural. Assessoria em organização de livros, edição de livros, palestras sobre literatura, eventos literários em geral. F: (51) 99999-4991 ou VENDO – Gol 99, 4 portas, VALE VERDE. Produtos Na- chica@itrs.com.br pintura nova. Valor R$ 8mil. turais. Farinhas, oleaginosas, Contato: (51) 993237286 chás, frutas desidratadas, RESTAURANTE da Mari. Bugrãos, temperos, entre outros. ffet livre c/ churrasco ou a Av. Júlio de Castilhos, 1651, kilo. De seg. a seg. ao meio Centro, Encantado. F: 3751- dia, seg. a sáb. à noite c/ tele entrega, sex., sáb. e domingo VENDO – Lindo Gol, 3307 ou 99641-9962 (whats). c/ espeto corrido. R. Augusano 2000, 4 portas, cor prata, 16 válMUSICENTER. Manutenção to Frederico Markus, 100, B. vulas. Com pneus em instrumentos de sopro. das Indústrias, Estrela, no novos,rodas esportiAulas de saxofone e trom- Posto Super Porto. F: 99599vas, película e alarbone. Reparos em violões. 8877 ou 99646-4059. me instalados.Valor Fone: (51) 99105-2304 vivo.

VALMIR fretes e mudanças R$ 10.500,00. Fone: (51) 997499223.

SENSUALE Lingerie e Sex para todo o Brasil. Com monVENDO – 4,5 hectares com Shop em Roca Sales, R. Emí- tagem e desmontagem de açude, Rua da Flores divisa lio Rota, n° 493. Tr:. 99329- móveis. Fone: 99906-2463. coma Benjamin Constant.

3624.

Contato (51) 998022302 Carlos

VENDE-SE - Loja de esquina na Rua Julio de Castilho centro de lajeado, melhor ponto da cidade. Interressados entrar em contato pelo fone ( 51) 999659400.

VENDO prateleira de ferro nova e usada. F: 99844-4220.

GB AR CONDICIONADO. Instalação e limpeza de ar condicionado. Localizado no bairro Moinhos, em Lajeado.

Tr.: 51 98502-9695 c/ Guinter ou 98450-6394 c/ Marisa.

ESTACIONAMENTO SAFEPARK/CEAT. Oferece serviço de estacionamento aberto ao público, com monitoramento.

Opções diárias, mensalistas e hora. Com valores populares. Acesso pela rua Bento Gonçalves, 851, semáforo da Bento na frente da escola. Horário das 7:00 às 20:00 seg. a sex., mensalistas promocionais utilizam 24 horas.

Informações: safepark1601@ safepark.net.br ou whats (51) 98225-2071.

PAPELARIA BLAU, você encontra tudo para escritório, papelaria , artigos escolares e livros. Ligue: (51)3714-6666 ou entre no site www.papelaBRINCANDO LEGAL. Loja riablau.com.br. aonde você encontra uma diferenciada variedade de AR CONDICIONADO – Venbrinquedos educativos. Rua da, instalação e manutenção Benjamin Constant, 804, com técnico especializado.

Centro, Lajeado. Fone: 51 FONE: (51)98156-1145 3714-1693.

51

3710.4200

A HORA | Fim de semana, 1º e 2 de maio de 2021

AH

15

16

A HORA ESPORTES | Fim de semana, 1º e 2 de maio de 2021

GAUCHÃO

GRE-NAL X CA-JU Campeonato Gaúcho chega à semifinal com disputa entre times de Porto Alegre e Caxias do Sul

CAETANO PRETTO

Centroavante Matheus Peixoto é o destaque do Juventude no Gauchão

caetano@jornalahora.inf.br

A

pós onze rodadas de fase classificatória, chegou a hora dos mata-matas no Campeonato Gaúcho. Doze equipes iniciaram a competição, mas apenas quatro continuam com o sonho do título. Mais do que isso, a disputa virou um Gre-Nal versus Ca-Ju. As partidas de ida ocorrem neste domingo, em Bento Gonçalves e Caxias do Sul. Ao fim da primeira fase, restaram no Gauchão Grêmio, Internacional, Juventude e Caxias. A Dupla Gre-Nal tem a melhor campanha, e com isso definirá a semifinal em casa no jogo de volta, na próxima semana.

ESTÁDIO MONTANHA DOS VINHEDOS - DOMINGO, 16H

JUVENTUDE

Técnico: Marquinhos Santos

INTER

Técnico: Miguel Ángel Ramírez

Referência do Grêmio, Diego Souza é um dos goleadores do Gauchão

Goleiro Marcelo Pitol faz mais um bom Gauchão pelo Caxias

ESCALAÇÃO

ESTÁDIO CENTENÁRIO - DOMINGO, 19H

CAXIAS

Marcelo Pitol John Lennon Guilherme Mattis Thiago Sales Bruno Ré Juliano Carlos Alberto Gustavo Ramos Diogo Oliveira (Milla) Jhon Cley Giovane Gomez Técnico: Rafael Lacerda

tem como uma das metas da temporada vencer o estadual.

CAXIAS X GRÊMIO O Caxias manteve uma constância no Gauchão. Durante

praticamente toda a primeira fase esteve entre os classificados. Mesmo assim, a equipe da Serra já sabe que perderá seu treinador após o estadual. Rafael Lacerda anunciou que deixar o comando técnico assim que o

ESCALAÇÃO Marcelo Lomba Heitor Zé Gabriel Cuesta Moisés Dourado Edenilson Mauricio Palacios Patrick Thiago Galhardo

Marcelo Carné Paulo Henrique Vitor Mendes Rafael Forster Eltinho João Paulo Elton (Bochecha) Wescley Marcos Vinicios Capixaba Matheus Peixoto

JUVENTUDE X INTERNACIONAL De volta à Série A do Campeonato Brasileiro, o Juventude demorou para engrenar no Gauchão. Por muito tempo esteve fora da zona de classificação às semifinais. Conseguiu a classificação apenas na última rodada, quando venceu seu compromisso contra o Brasil de Pelotas e contou com derrota do Ypiranga para terminar entre os quatro.

Do outro lado do campo estará o Internacional de Miguel Ángel Ramírez. O Colorado divide as atenções entre Gauchão e Copa Libertadores. Terminou a primeira fase na segunda colocação, atrás apenas do grande rival Grêmio. Mesmo com um projeto visando o futuro, o time

Thiago Galhardo conquistou a confiança de Ramírez e é o atual titular do ataque colorado

GRÊMIO

Brenno Vanderson (Rafinha) Paulo Miranda (Geromel) Ruan Cortez Thiago Santos Matheus Henrique Léo Pereira Jean Pyerre Ferreira Diego Souza

Técnico: Tiago Nunes

Caxias sair do campeonato.

Adversário da semifinal, o Grêmio chega ao mata-mata com a pompa de ser o atual tricampeão e também o dono de melhor campanha na primeira fase. Por outro lado, vive um pe-

ríodo de incerteza com a troca de treinador pela primeira vez em quatro anos. Tiago Nunes começou o trabalho com duas vitórias e nada melhor do que um título estadual para referenciar o trabalho.

17

A HORA ESPORTES | Fim de semana, 1º e 2 de maio de 2021

EZEQUIEL NEITZKE/ARQUIVO A HORA

CRAQUES DO VALE

O GOLEIRÃO DO AVAÍ DIVULGAÇÃO

Revelado pelo Rui Barbosa, Eduardo Jung assinou contrato de quatro anos com o clube catarinense

DIVULGAÇÃO

EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

O

sonho de todo pai é ver o filho ter sucesso na vida, mas se o caminho escolhido for o mesmo que o do patriarca, aí a alegria é redobrada. Foi o que aconteceu com Gilnei Jung. Goleiro conhecido no futebol amador e com uma boa passagem pela Alaf, vê o filho Eduardo, 14, seguir os mesmos passos. Na última segunda-feira, o atleta assinou contrato de formação com o Avaí, de Santa Catarina.

O vínculo se estende até 2025.

Jogador assinou recentemente o primeiro contrato

Goleiro é um dos destaques das categorias de base do Avaí DIVULGAÇÃO

A CARREIRA Eduardo deu os primeiros passos na escolinha do Rui Barbosa, de Arroio do Meio, coordenada pelo professor Nestor. As boas atuações o levaram ao Grêmio. De lá passou por Juventude, Internacional e novamente Juventude.

Após a participação na Ibercup, em Porto Alegre, foi contratado pelo Avaí. Em Santa Catarina, reside com outros dois amigos e uma família natural de Santa Cruz do Sul. “Cresci vendo meu pai jogar então desde pequeno sempre quis ser jogador.”

No time catarinense está desde 2019 e nesta temporada assinou o contrato de formação, mas a expectativa é de quando completar 16 anos assinar o primeiro contrato profissional. “Estou feliz com minha conquista. Vou continuar trabalhando forte para realizar meu sonho que é ser jogador profissional de futebol.”

Equipe comandada por Bella inicia os trabalhos na segunda-feira

FUTSAL Eduardo cresceu acompanhando o pai Gilnei nas quadras e campos do Vale

NOS CAMINHOS DO PAI Conhecido no futebol amador do Vale, Nei destaca que é muito gratificante ver o garoto seguir na mesma posição. “Ele sempre acompanhou nos jogos e se encantou com a posição. Não tenho palavras para descrever o que sinto.”

Com conversas diárias pelo whattsapp, os pais tentam ficar o mais próximo possível, dando conselhos e passando motivação.

“Sempre que dá vamos à Florianópolis ou ele vem para Lajeado.”

Nei acredita que Eduardo será atleta profissional, pois é um garoto focado, que treina forte todos os dias. “Os melhores chegam, então sempre falo para ele estar bem e aproveitar as oportunidades que aparecem.”

Além disso, o pai comenta que o clube sempre acredita no garoto.

“O clube comenta que pela estatura e envergadura ele vai chegar nas categorias adultas.”

ALAF INICIA OS TRABALHOS NA PRÓXIMA SEMANA

Apresentação dos atletas está agendada para terça-feira, às 20h, no Claudião EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

Depois de conhecer os adversários da fase de grupos, a Alaf agora definiu o cronograma das primeiras atividades.

Na segunda-feira ocorre a apresentação dos atletas para avaliação física com o fisioterapeuta Felipe Graziola e o preparador físico Florindo Ghidini. Na terça-

-feira, às 20h, será feito a apresentação do grupo de jogadores para a imprensa e alguns convidados. Ambos as atividades serão no Claudião.

NOVO AUXILIAR TÉCNICO Gilnei Jung será o auxiliar técnico do elenco adulto masculino, da Alaf em 2021. Natural de Arroio do Meio, tem grande caminhada pelas categorias de base e trabalho como supervisor do primeiro elenco feminino da entidade. O ex-goleiro participou do elenco que fundou a Associação Lajeado de Futsal e conquistou o título do Estadual Série Bronze, em 2007.

18

A HORA | Fim de semana, 1º e 2 de maio de 2021

CÍNTIA AGOSTINI

Vice-presidente do Codevat e Gestora de Relacionamento e Negócios do Tecnovates

HUGO SCHÜNEMANN ARTIGO

Sair das nossas caixas nos torna mais criativos

O

Dia Mundial da Criatividade (World Creativity Day), que se autodetermina como o maior festival colaborativo de criatividade do mundo, ocorreu na semana passada entre os dias 21 e 22 de abril. Dentre as 120 cidades nas quais aconteceram os 1500 eventos virtuais, Lajeado novamente se fez presente e trouxe o debate da criatividade a partir de 13 percepções diferentes.

No evento como um todo, foram pesquisadores, professores, gestores e empresários demonstrando como se apropriam da criatividade a partir das suas vidas, dos negócios ou das relações sociais em geral. Aproveito

“Sair da zona de conforto é debater com os dissensos e não com os consensos” esse momento no qual internalizamos muitas informações sobre essa temática e nos desafio a pensar naquilo que Giovanni Corazza nos indica, vamos sair das nossas caixas para depois conseguirmos voltar para nossas caixas.

Ou seja, nos permitirmos sair da nossa zona de conforto, mudar nossa dinâmica de trabalho e de vida, faz sairmos da caixa e, aí sim, tendemos a pensar fora desta, criativamente e a partir de então, agir de forma diversa.

Se fizermos do mesmo jeito e nas mesmas condições, teremos o mesmo resultado. Fundamentalmente sair da zona de conforto é debater com os dissensos e não com os consensos.

No entanto, quando tratamos desse

tema, parece que está muito distante de todos nós e é nessa perspectiva que reforço que não está.

A criatividade serve para pensarmos nossas vidas e serve para pensarmos nossos negócios, como saímos das nossas caixas para nos propormos a fazer diferente, mais e melhor. Isso reforça a perspectiva de que não preciso contratar alguém ou comprar algo que me torne mais criativo e sim, depende de mim e do meu negócio. Ou seja, a caixa é minha e sair dela é responsabilidade minha.

Assim, fundamentalmente nesse momento, no qual estamos todos sendo desafiados a cada dia por uma crise de saúde pública que toma conta das nossas vidas e das nossas dinâmicas sociais e econômicas, precisamos nos apropriar da forma que seja mais adequada para cada um para sermos criativos e nos reinventarmos a cada dia.

Dessa forma, nossa compreensão deve estar em como, a partir de tantas informações, construímos conhecimento e, deste conhecimento, propomos soluções para problemas ou geramos oportunidades para nossos negócios. Essas soluções de problemas podem se dedicar para dentro dos negócios, na perspectiva de reduzir custos, otimizar processos, melhorar serviços ou para fora, ampliar mercado, qualificar relação com clientes, ampliar as relações na cadeia produtiva na qual o negócio está inserido, entre tantos outros aspectos que podem ser construídas soluções e ampliar o resultado dos negócios.

Por fim, aproveitemos o Dia Mundial da Criatividade para sairmos das nossas caixas, ampliar nossa vida a partir dos dissensos e nos permitirmos a ser criativos pessoalmente e profissionalmente.

Médico oncologista e diretor do Centro Regional de Oncologia (CRON)

ARTIGO

O macaco e a saúde O s macacos são os primos que vieram das florestas. A alimentação é variável, carne (pequenos animais, insetos) folhas, frutas e sementes. Por comerem frutas e sementes, são dispersores destas e, portanto, semeiam sementes de plantas ao longo de seus caminhos na floresta. Sua importância nesta atividade é imensa.

Agora os macacos recebem mais uma função. Macacos são nossos guardiões na floresta, avisando quando a febre amarela está por perto.

Grande problema no Brasil no passado, a febre amarela ainda ocorre em regiões

“Aos encontrarmos macacos mortos, (...) acende um alerta, que nos indica que a região do entorno tem circulação do vírus e, portanto, a população humana deve ser protegida”. rurais ou de florestas, pelo país a fora. Causado por um vírus, que vive na glândula salivar de um mosquito comum nessas áreas, o Haemagogus.

Este mosquito vive nas copas das árvores onde pica os macacos (apenas as fêmeas), contaminando-os. Os macacos adoecem e morrem.

Aos encontrarmos macacos mortos, basicamente bugios, acende um alerta, que nos indica que a região do entorno tem circulação do vírus e, portanto, a população humana deve ser protegida.

A vacina já existe há tempos, é eficaz, segura e está disponível em todo o

Brasil. Assim, no momento em que os macacos mortos forem achados, autoridades devem ser avisadas.

Não! Não espante ou mate os macacos. São importantes termômetros para avaliar determinadas regiões.

Em 2008/2009, tivemos no estado surto de febre amarela com cerca de 30 casos confirmados e 10 óbitos. Esta situação demandou grande esforço de vacinações por parte das autoridades, nas áreas atingidas, para conter o surto. Todos os casos foram contraídos em zona rural.

O último caso de febre amarela urbana é de 1942. Desde então, todos os casos ocorridos no Brasil foram em zona rural ou áreas de floresta. A preocupação que existe é que a doença possa migrar das áreas onde é comum (chamadas de endérmicas), para os centros urbanos, pois o mosquito Aedes Aegipty, tão comum em nossas cidades, é potencial transmissor dessa doença.

O Aedes é um mosquito que já inferniza os brasileiros, transmitindo a dengue, a zica e a chikungunya.

Considerando isso, todo o cuidado é pouco com a doença. Toda a atenção deve ser dada ao macaco, pois é ele que vai nos avisar quando o problema está presente. No momento, boa parte da Serra Gaúcha e Região dos Vales está sob atenção e as autoridades já tomam as medidas cabíveis.

O combate ao mosquito, com as recomendações já conhecidas, é sempre importante para o controle desta e de outras doenças. O cuidado pessoal, com roupas que não exponham o corpo e uso de repelentes, é recomendável nas áreas de risco. Observar os macacos é altamente estratégico em tempos de hoje. Por fim, eles podem salvar vidas.

19

A HORA | Fim de semana, 1º e 2 de maio de 2021

ALBANO MAYER

Administrador de Empresas, Empresário, Consultor e Assessor de Gestão da Univates.

E

ARDÊMIO HEINECK

Dia do Trabalhador, dia do “Seu Patrício”

ste final de semana de início do mês de maio, teremos a alegria de comemorar, no dia 1º, o Dia do Trabalhador: uma data para ser lembrada, e um ponto de referência para a mudança de atitude frente aos profissionais que se dedicam em prol de uma organização. É uma justa homenagem àqueles que, pelo seu engajamento e comprometimento, se dedicam a manter vivas muitas instituições.

Quando vejo um profissional, especialmente um operário de uma fábrica, impossível não lembrar do meu pai, o Sr. Albano, ou, como era conhecido, “Seu Patrício”. Trabalhou 27 anos na mesma empresa, todos os dias entrava às 7h e saía às 18h06min, com uma excelente ficha de serviços, sem atrasos, sem faltas não justificadas. Lembro claramente dele saindo para trabalhar de ônibus, mesmo adoentado, pois precisava garantir o sustento

“Tenho orgulho de ter sido educado por um pai e uma mãe trabalhadores, que me ensinaram os valores que hoje procuro replicar.” da sua família...

As histórias que ele contava sempre foram muito interessantes: fui educado ouvindo a importância do trabalho correto, as mazelas da fábrica, as pegadinhas de produção, as necessidades dos colegas de trabalho e os descuidos das chefias. Muitos destes fatos, com certeza, moldaram a minha personalidade e me motivaram a entender mais sobre as necessidades da liderança, da gestão e, especialmente, das pessoas.

Seu Patrício era um homem simples, formado como Ajustador Mecânico pelo

ardemio@bewnet.com.br

ARTIGO

SENAI. Era brincalhão, querido pelos seus colegas, e tinha como claro objetivo ser o melhor naquilo que fazia. Esse fato resultou, durante a sua carreira, em vários elogios de seus superiores, e certamente foi o que o manteve por tanto tempo no mesmo emprego. Ainda consigo ouvi-lo comentando as suas proezas e conquistas com a célebre expressão: “então avisei, deixa pra mim que sou canhoto! E o problema foi resolvido!”.

Tenho orgulho de ter sido educado por um pai e uma mãe trabalhadores, que me ensinaram os valores que hoje procuro replicar.

Claramente aprendi o valor da pontualidade; o comprometimento com a organização da qual faço parte e a necessidade de cumprir uma meta assumida. Precisamos, porém, estar atentos, pois na atualidade alguns novos valores são necessários para sermos tão bons quanto o Seu Patrício: precisamos aprender a compartilhar conhecimentos, a cocriar ideias, a empreender nas nossas organizações, a respeitar nossas equipes de trabalho, a administrar conflitos, entre tantas outras atividades nas quais evoluímos nos últimos anos.

Os trabalhadores de 1º de maio de 1886 deixaram o seu legado; com a sua luta pela classe operária, pavimentaram uma grande parte da estrada na qual nossos profissionais circulam atualmente.

Gosto de perguntar para as pessoas: “qual é o seu legado?”, “o que vais deixar marcado na vida daqueles que te sucederem?”. A minha resposta, hoje, é uma grande homenagem àqueles que trabalham em prol das suas famílias: sejamos cada vez mais Seu Patrício, independente da posição que estivermos ocupando, pois estamos educando uma nova geração que não precisa concordar conosco, mas que pode ser iluminada pelo nosso exemplo e trabalho!

Feliz dia do Trabalhador! Felicidades a todos os “Seus Patrícios”!

ARTIGO

Foca, prioriza o Brasil!

S

e fosse depressivo, nesta semana teria ido ao fundo do poço. Não pelos amigos, pela empresa ou a família, que são maravilhosos. Meu abatimento veio de um contrassenso brutal: vivemos num país com predicados impares, mas que grupelhos, por interesses próprios, tentam desmoralizar, desmontar, entregar a estrangeiros.

O mundo se movimenta para um novo reagrupamento de forças. O novo desenho se dará com poucos grupos dominantes: política, econômica, financeira e ideologicamente. E a manutenção deste status, por estes poucos poderosos, será cada vez mais por atitudes de dominação, valendo-se de todos os meios. Seu princípio político sobrepõe-se a capitalismo e comunismo na formação de parcerias estratégicas para melhorarem mais e mais suas posições.

E nós, donos de um país com todos os dotes (clima, solo, tamanho, povo e alimentos) para tornar-se a terceira via neste reagrupamento,

“Não é questão de ser Lulista ou Bolsonarista. Estes, passarão. Assim como outros passaram. Mas, restará para a população e seus sucessores o Brasil que nós construirmos. “ maravilhosa, com regime político próprio e autônomo que mescle os predicados do capitalismo da direita e da visão de inclusão social da esquerda. Não de um capitalismo voraz, e sim, como mecanismo gerador de distribuição de renda e bem-estar à larga base da população. E de uma esquerda moderna, nacionalista que entenda o tamanho do Estado mínimo como redutor da despesa pública, para superávits que permitam o investimento público em benefício da população.

Mas, ao invés de um somatório de forças para nos colocarmos bem nesta nova reacomodação de forças, aqueles grupelhos dilaceram a nação, visando unicamente seus bolsos e interesses pessoais (raramente por

ideologia). De um lado o Judiciário, lento, desestruturado. Capitaneado por um STF desgastado com decisões absurdas, ideológicas e de contraposição sistemática ao Executivo – democraticamente constituído - buscando desestabilizá-lo.

Do outro, o Legislativo, fragilizado por correntes internas pautadas por interesses próprios, com deputados e senadores bem-intencionados em minoria. Querem exemplo pior do que esta CPI da Pandemia?

Anômala por ser ordenada por Ministro do STF, em intromissão perigosa em outro Poder da República. E, na sua composição, quadrilheiros com dezenas de processos pesando contra si, desnudando ser ela mais um mecanismo de fragilização do Executivo. Isto, num momento em que urge juntar esforços no combate à covid.

Junte-se, neste angu, correntes da imprensa que não tem país, partido ou ideologia. Tão somente fome voraz por recursos públicos, pautando por aí seus noticiários ao invés de uma informação fidedigna.

Daí a desesperança gradativa tomando conta do mim por estes dias. Até olhar, nesta quarta, a live do economista chefe do Sicredi que acessei graças a gentil convite do Fábio, gerente da agência da nossa empresa. Soube ali que dificilmente virá nova onda de covid (graças à vacinação que avança), do aumento da confiança dos empreendedores, de um crescimento entre 4 a 4,5% do PIB neste ano. Das boas condições de concorrência dos nossos produtos no mercado internacional, do domínio do repique da inflação e do dólar em patamares bons para todos. Por consequência, queda significativa no desemprego para que mais e mais trabalhadores possam festejar dignamente o Dia do Trabalho que hoje comemoramos.

Há outro Brasil, de um futuro promissor, logo ali uma das três forças mundiais. E não aquele que grupelhos nefastos tentam nos impingir. Devemos exorcizá-los.

Não é questão de ser Lulista ou Bolsonarista. Estes, passarão. Assim como outros passaram. Mas, restará para a população e seus sucessores o Brasil que nós construirmos. Por isto, foca, prioriza, ama e consolida o Brasil.

Para a grande massa de brasileiros. Não para grupelhos interesseiros, maus brasileiros.

Fim de semana,

1º e 2 de maio de 2021

MÍN: 15º MÁX: 29º

Sol com algumas nuvens.

Não chove.

LAJEADENSE

FOTOS: ARQUIVO HISTÓRICO

30 ANOS DE UMA EQUIPE HISTÓRICA Alviazul realiza neste sábado reencontro do time que alcançou o quarto lugar no Gauchão de 1991 CAETANO PRETTO caetano@jornalahora.inf.br

U

ma equipe jovem e com muitos atletas da região marcou uma das melhores campanhas da história do Lajeadense no Campeonato Gaúcho, no ano de 1991. O quarto lugar naquele campeonato foi por muito tempo a melhor colocação do Alviazul no Gauchão. 30 anos depois, a equipe se reunirá em um evento especial em comemoração também aos 110 anos do clube.

O encontro ocorre neste sábado, às 17h, no Espaço Lajeadense do Shopping Lajeado. Segundo Vandeco, um dos atletas que marcaram época naquela equipe e que estará presente, a ação é um momento marcante para todo mundo que viveu a temporada de 1991. “Costumamos dizer que éramos mais que um grupo, nos consideramos uma família. Muitos que acompanham o clube hoje nem eram nascidos naquele ano, mas as histórias são conhecidas. Fomos a primeira equipe alviazul a fazer história no estado.”

Além de Vandeco, o time contava com Leco, Gélson Conte, Everton Giovanella, Ivan, Denílson, Paulão e muitos outros atletas da região e que realmente vestiam o manto do Lajeadense. Muito retornarão à Lajeado para o encontro. “Tá vindo gente de longe, que faz tempo que não vem para a cidade. Comemorar os 30 anos daquela competição e os 110 anos do Lajeadense será muito especial”, comenta Vandeco.

NÚMEROS E CONQUISTAS • 4º Lugar no Campeonato Gaúcho • 13 vitórias, 4 empates e 8 derrotas • Marcou 33 gols e sofreu os mesmos 33 • Encerrou a campanha invicto no Estádio Florestal • Com 17 gols, Gélson Conte foi o goleador do Gauchão

Campanha marcou embates entre o Alviazul e o Grêmio

O torcedor do clube poderá prestigiar o encontro que inicia por volta das 17h e se estenderá até às 19h.

Equipe de 1991. De pé: Ghidini, Celso, Nico, Ênio, Paulão, Luís Fernando, Amauri e Lauri Dullius.

Agachados: Rudi, Gélson, Vandeco, Sílvio, Hickmann, Éverton e Evandro

EQUIPE HISTÓRICA O quarto lugar em 1991 foi a melhor campanha do Lajeadense no Gauchão até o vice-campeonato de 2013. De equipe desacreditada, o Alviazul passou a ser a surpresa e o time que encantou o estado.

Em campo, foram 13 vitórias, 4 empates e 8 derrotas. No entanto, nenhuma derrota ocorreu em casa. A equipe encerrou a participação invicta no Estádio Florestal. Ainda teve o goleador do Gauchão: Gélson Conte, autor de 17 gols.

A ótima campanha rendeu ainda ao clube um amistoso contra a Seleção Brasileira, ocorrido no Estádio Beira-Rio, no dia 4 de julho. Treinado por Falcão, o Brasil estava em preparação para a Copa América e venceu o Lajeadense por 4 a 0, gols de Careca, Branco e Renato Portaluppi, duas vezes.

ESPAÇO LAJEADENSE Além de ver velhos ídolos, o torcedor poderá contribuir com o Lajeadense

Sucesso no Gauchão rendeu ao Lajeadense um amistoso contra a Seleção Brasileira no Estádio Beira-Rio

em diversas ações que o clube está realizando.

No Espaço Lajeadense do Shopping Lajeado é possível comprar a camisa alusiva aos 110 anos do clube. Ela custa R$ 149,90 para os não sócios e R$

129,90 para os sócios. O primeiro lote já está esgotado, assim como as encomendas do segundo lote. O clube já prepara os pedidos para o terceiro e último lote do manto alviazul. Encomendas podem ser feitas através do 99616

6468, com Aline.

Além da camisa, o clube segue com as vendas de sua rifa de aniversário.

Serão doados três kits exclusivos do Lajeadense, e cada número custa R$ 10.