A Hora - 27/03/2021

A HORA | Fim de semana, 27 e 28 de março de 2021 | Ano 18 - Nº 2808 | Fechamento da edição: 19h

Avulso: R$ 6,90

AUXÍLIO GAÚCHO

VETERANO DE GUERRA

Centenário do ex-combatente O único remascente da Segunda Guerra Mundial ainda vivo na Região dos Vales, José Maria Vedoy da Silva completa 100 anos neste domingo.

Exército brasileiro veio para Lajeado prestar homenagem ao pracinha. Ato emocionou familiares e vizinhança no Jardim do Cedro.

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Estado lança socorro a setores Piratini anuncia R$ 100 milhões para aliviar prejuízos de segmentos impactados Dois dos ramos mais prejudicados pela pandemia, os serviços de alojamento e alimentação receberão suporte financeiro do governo do RS para minimizar os efeitos da crise. Proveniente do tesouro do Estado, recurso integra projeto de auxílio emer-

gencial que será enviado à Assembleia Legislativa na próxima semana. Expectativa é de liberação dos créditos entre 30 e 45 dias. Na região, segmentos consideram ajuda importante, mas frisam necessidade de defender o direito ao trabalho.

Página 8 ALDO CÉSAR LOPES

Quantas pontes

?

precisamos

Mobilização regional traça planos para reduzir dependência em relação ao trecho comprometido da BR-386 OPINIÃO FERNANDO WEISS

Justiça x Comércio Decisões desconectadas da realidade aumentam as tensões.

OPINIÃO RODRIGO MARTINI

Responsabilidade Comércio precisa cumprir regras à risca para manter apoio popular.

Movimento ganha força entre setores produtivos e agentes políticos. Falta de estudos de viabilidade, necessidade de desapropriação, abertura de áreas

preservadas e alto investimento, porém, são entraves para a execução de projetos. Conheça as ideias propostas em torno da construção de novas ligações.

Páginas 5, 6 e 7

Desde a explosão que comprometeu travessia sobre Arroio Boa Vista, região convive com congestionamentos

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A HORA | Fim de semana, 27 e 28 de março de 2021

ABRE ASPAS

EDITORIAL

“Já tenho uma pequena coleção que só me faz bem”

DIVULGAÇÃO

Moradora de Estrela, bióloga e professora de biologia, Mariela Inês Secchi, 38, iniciou uma produção de cosméticos artesanais como desodorantes, cremes corporais, sais de escalda-pés, esfoliantes, anti sépticos e óleos de massagem. Os produtos ainda são para uso próprio e têm o objetivo de melhorar a qualidade de vida dela e da família.

BIBIANA FALEIRO bibianafaleiro@grupoahora.net.br

O que te incentivou a começar essa produção?

Sempre gostei de produtos naturais, mas não tinha pensado neles em forma de cosméticos. Quando comecei a ler sobre o assunto, percebi o mundo maravilhoso que se abria à minha frente. Usamos diariamente uma quantidade de produtos industrializados, alguns com elementos tóxicos como petrolatos, ftalatos, dentre outros. A minha ideia era minimizar o uso desses produtos pela minha família.

Iniciei os estudos dos óleos essenciais e as possibilidades de melhora de questões físicas e emocionais. O primeiro produto que fiz foi o desodorante em pó, utilizando bicarbonato de sódio e os óleos essenciais de lavanda e de melaleuca. Depois fiz meu primeiro desodorante líquido. A adaptação foi tão boa que uso até hoje. Também faço cremes corporais, sais de escalda-pés, esfoliante, anti sépticos e óleos de massagens.

Tudo o que faço é para melhorar a minha

qualidade de vida e da minha família.

Como é feito esse processo? Pretende transformar a produção em um negócio?

Os produtos são feitos de forma artesanal, em pequenas quantidades, por não serem feitos com conservantes. As matérias primas são adquiridas de lojas especializadas aqui do Vale e da internet. Hoje produzo para a minha família, mas a cosmetologia natural tem crescido bastante nos últimos anos, podendo se transformar em um nicho de mercado interessante. Já pensei em uma marca inspirada no sagrado feminino, na busca pela consciência do ser mulher.

Você possui conhecimento acadêmico na área?

Por algum tempo me dediquei a uma área diferente dentro das Ciências Naturais, fiz mestrado e doutorado na área das Ciências Ambientais. Acredito que tudo o que acontece com a gente tem um porquê e um tempo

Contatos eletrônicos: Diretor Executivo: Adair Weiss Diretor de Mercado e Estratégia: Fernando Weiss Diretor de Marketing e Inovação: Sandro Lucas Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

assinaturas@jornalahora.inf.br comercial@jornalahora.inf.br faturamento@jornalahora.inf.br financeiro@jornalahora.inf.br redacao@jornalahora.inf.br

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CEP 95900-104

certo. Comecei a estudar um pouco antes da pandemia começar. Também fiz minicursos na área de aromaterapia. Atualmente faço um curso online com a aromaterapeuta Melissa Mourão, do Portal dos Aromas.

Quais são os benefícios desses produtos naturais?

Os produtos que faço não atuam apenas como cosméticos, mas também tratam questões emocionais. A lavanda atua como auxiliar no tratamento da ansiedade, ajuda a equilibrar o sono, cansaço. Nos cosméticos, ela funciona como regenerador celular e calmante da pele, podendo ser usada para queimaduras solares e dermatites. Além de usar os óleos essenciais como matéria-prima, também usamos puros no colar aromático, diluído em óleo vegetal, nos difusores de ambiente, dependendo do objetivo que queremos: atenção, foco, criatividade, memória, concentração, estímulo, ansiedade, antivirais, etc. Cada óleo tem sua função.

Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores.

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Caminho contínuo e perene

U

ma das lições mais importantes quando se enfrenta uma crise é a necessidade do planejamento. O objetivo é simples: não repetir os mesmos erros.

Isso vale tanto para o indivíduo quanto à sociedade.

O mundo, o país, o Estado e o Vale do Taquari enfrentam o maior desafio do século. A pandemia mudou a vida, as relações profissionais e a economia. Em meio a essa realidade imposta, três episódios vivenciados pela região ainda trouxeram mais dificuldades.

Uma das lições mais importantes quando se enfrenta uma crise é a necessidade do planejamento. O objetivo é simples: não repetir os mesmos erros.”

A seca na safra 2019\20, a maior enchente dos últimos 60 anos na metade do ano passado e agora, há duas semanas, o acidente sobre a ponte do arroio Boa Vista. O caminhão tombou, explodiu, vitimou o motorista, de 36 anos.

Além da morte trágica, da dor enfrentada por essa família, há ainda a consequência para todo o trânsito entre as duas principais cidades do Vale, nos deslocamentos da população e na logística de todo o RS. Interfere sobre as condições econômicas do Vale, já prejudicada pelos episódios anteriores. Mostra a carência estrutural nas ligações entre as cidades. É a prova de que olhar para frente, procurar se antecipar aos percalços deve ser uma meta.

Dentro dessa perspectiva, reportagem da edição de hoje detalha o movimento regional para pensar interligações pelo Vale. Três sugestões já foram apresentadas em reunião nesta semana.

Até agora, o que se tem são ideias. De prático, agora é preciso avançar sobre os estudos de viabilidade técnica e econômica. Colocar no papel e planejar, com metas de médio e longo prazo.

Construção de pontes são obras complexas. Temos um exemplo recente, a segunda ponte sobre o Rio Guaíba. Foram décadas até a liberação do trânsito. Importante frisar, ainda não está finalizada.

O desafio está posto. Há forças sociais envolvidas na busca por soluções. Manter essa atenção, não deixar o movimento arrefecer quando houver a volta da normalidade é uma missão dos líderes regionais.

Do contrário, toda essa mobilização não teria significado algum. O caminho para interligar a região, dotar de mais condições de infraestrutura viária deve ser contínuo e perene.

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FERNANDO WEISS Sugestões, críticas, contrapontos: adairweiss@jornalahora.inf.br

O drama do comércio e a trapalhada da Justiça D ecisões judiciais monocráticas e arbitrárias têm despertado revolta e ira na sociedade. Isso, somado à falência de negócios e ao adoecimento mental, coloca o estado à beira de confrontos físicos. Está na hora de juízes saírem do aquário e sentirem o cheiro e o drama das ruas e dos pagadores de impostos que sustentam seus salários Quando o juiz Paulo Eugênio Couto Terra suspendeu a cogestão no apagar das luzes da sexta-feira retrasada, ele incendiou um caldeirão no Estado e transformou um drama em ira. Não foi apenas uma decisão errada.

Foi também irresponsável.

Explico: os lojistas e prestadores de serviços aguentaram, no osso do peito, três semanas de atividades fechadas (sem contar os setores que estão impactados o ano inteiro).

Só entravam nas lojas os boletos e as contas a pagar, e nada de receita. Daí o governador Eduardo Leite, pressionado por todo lado, devolveu a cogestão aos municípios e liberava os comerciantes a abrirem as suas portas na segunda-feira, dia 22. Horas depois, o juiz decidiu, monocrática e arbitrariamente, suspender a cogestão e, por consequência, decretar mais uma semana de lojas fechadas.

A revolta tomou conta de empresários estado afora. Organizaram múltiplos grupos de redes sociais e anunciavam desobediência civil. Sustentavam que abririam o comércio mesmo se a lei os proibisse. Menos mal que a Procuradoria Geral do Estado conseguiu

derrubar a decisão e as lojas puderam ser abertas dentro da lei.

Mas o problema não termina aqui. Ou melhor, ele só começa.

Quando comerciantes de todos os municípios gaúchos se articulam e decidem não cumprir as ordens e percebem que não haveria fiscalização tradicional suficiente, uma mini-guerra civil está por estourar. Ou alguém duvida que confrontos ocorreriam na segunda passada? E aqui está o lado irresponsável do juíz Eugênio.

Nem um, nem dois, nem 100. Milhares de lojistas estavam decididos a não cumprir a decisão judicial. Estavam dispostos a pagar o preço. E essa revolta tem nome e sobrenome: desobediência civil. E essa, por consequência, nos conduz para um cenário de conflito, de briga. De guerra. E de guerra, já basta a pandemia.

Espero, verdadeiramente, que o recado tenha chegado onde precisava. O Judiciário não pode mais se dar ao luxo de tomar decisões esdrúxulas, desconexas e que só aumentam a tensão e o pânico que invadem corações e mentes desde o ano passado.

Ainda bem que a mobilização de abrir o comércio a qualquer preço neste sábado foi perdendo força. O momento não é de rupturas nem de conflitos. É de diálogo e de empatia. Mas vamos combinar, o bom senso precisa vir de todos os lados, especialmente de quem tem o poder de decidir sobre a maioria. E no Judiciário, já basta de trapalhadas.

FELIPE NEITZKE

A CENA DA SEMANA E O PARADOXO NO ENSINO A força de vontade vai fazer da Vanise a veterinária que ela sonha em ser. É uma guerreira. A imagem que estampou a capa do jornal A Hora dessa quinta-feira é o retrato nú e cru daquilo que virou o ensino gaúcho. A Vanise Greiner mora em Boqueirão do Leão, e para acessar o conteúdo das aulas ou trocar uma mensagem com os professores, se vale da Ganasha, a égua que lhe dá carona até encontrar sinal de internet.

Agora pergunto? Quantas Vanises temos? Quantos pagam o preço? Quantos ficam pelo caminho e nem encilham o cavalo?

Pois é. Desde o ano passado sustento que as escolas deveriam ser, junto com as atividades econômicas, as primeiras a voltarem. Mas não. O Rio Grande do Sul está literal e fatalmente abrindo mão do ensino. Escola presencial só é essencial desde essa semana, quando o governador Eduardo Leite sancionou o projeto que torna o ensino infantil e das primeiras séries do fundamental como essenciais.

Precisa de projeto para tornar a educação uma área essencial. Triste. Muito triste.

Enquanto outras nações e até mesmo

Quantas Vanises vão sobrar até decidirmos que lugar de aluno é na escola e não na frente do computador ou do celular?

Ou no caso da Vanise, no lombo da Ganasha?” estados da federação preservam o ensino e dobram esforço para manter as escolas abertas, no Rio Grande do Sul mal falamos no assunto. Parece superado. “Isso é surreal”, disse ontem o presidente do Sinepe, Bruno Eizerick, em entrevista à Rádio a Hora. É surreal mesmo. Quantas Vanises vão sobrar até decidirmos que lugar de aluno é na escola e não na frente do computador ou do celular? Ou no caso da Vanise, em cima do cavalo?

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RODRIGO MARTINI Sugestões, críticas, contrapontos: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

Coworking Responsabilidade!

Municipal A Em Lajeado, a vereadora Ana da Apama (MDB) apresenta mais uma interessante proposta. Aliás, a parlamentar mais votada no pleito de 2020 é destaque em proposições (certas ou erradas) neste primeiro trimestre de 2021. Desta vez, a emedebista sugere que o Executivo inicie um estudo de viabilidade para implantação de um espaço de Coworking Municipal gratuito, “como medida de combate à crise econômica e ao desemprego, agravados pela pandemia”. Em suma, é um local de trabalho compartilhado por diversos profissionais ou empresas. E já é realidade em Porto Alegre, Farroupilha, Bagé, Curitiba (PR), Itabira (MG), Sobral (CE), entre outros.

Bares e

restaurantes De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), desde o início da pandemia de covid, mais de 1 milhão de trabalhadores do segmento perderam empregos no Brasil. E basta conhecer um pouco o Vale do Taquari para perceber que a realidade é a mesma.

ENSINO MÉDIO Em Lajeado, o debate sobre o PL que “Dispõe sobre a estrutura administrativa do Poder Executivo” esquentou. A polêmica é a pouca exigência de escolaridade para alguns Cargos Comissionados (CC). Mais especificamente, a ausência do “Ensino Médio” entre as obrigatoriedades.

Perdas no Vale Na semana passada, morreu o prefeito de Encantado, Adroaldo Conzatti. Nesta semana, além das dezenas de mortes causadas pelo coronavírus, a região lamenta a perda do empresário estrelense José Carlos Bruxel, aos 57 anos. Ele lutava contra um câncer no pâncreas e no fígado, e sofreu um ataque cardíaco.

Deixou amigos, familiares e a Esquina Democrática enlutados.

Na quinta-feira, em Encantado, morreu o ex-vereador Alonso Roque Giardani, que legislou entre 1983 e 1989. Ele era membro integrante da empresa mais antiga de Encantado, a Giordani & Cia Ltda.

paciência de lojistas e comerciários com as recentes decisões judiciais e as recorrentes restrições impostas pelo governo estadual está por um fio. E a pressão surtiu efeito. No fim de semana passado, todos lembram, o retorno da cogestão foi parar na justiça e uma liminar quase suspendeu o retorno das atividades, não fosse a posterior decisão do Desembargador Marco Aurélio Heinz, que devolveu a responsabilidade aos prefeitos e governador para gerenciar o programa de distanciamento social. Mas a disputa judicial prosseguiu durante a semana.

O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (SIMPA) e mais oito entidades entraram com um pedido contra a decisão do Desembargador. E, por sorte, não levaram. Na noite de quarta-feira, o Desembargador Miguel Ângelo da Silva, integrante da 22ª Câmara Cível do TJRS, negou o pedido de reconsideração da decisão que manteve sistema de cogestão com os municípios. Para ele, o retorno da Gestão Compartilhada no combate à pandemia “não representa, por si só, situação excepcional a legitimar a abrupta intervenção do Judiciário na espécie”, afirmou.

E o desembargador foi adiante. Ele lembrou que a decisão pela cogestão passou pelo Gabinete de Crise; pelo Conselho de Crise para o Enfrentamento da Epidemia COVID-19; Comitê Científico; Comitê Econômico; Comitê de Logística e Abastecimento; Comitê de Comunicação; Comitê de Dados; Comitê de Políticas Sociais e Educação; e o Comitê de Segurança Pública e Sistema Prisional.

Além de todos os demais estudos e argumentos

Cidadão Lajeadense A Câmara de Vereadores de Lajeado deve conceder a distinção de Cidadão Lajedense ao Diretor Executivo do Hospital Bruno Born (HBB), Cristiano Dickel. O PL é assinado por Alex Schmitt (PP).

apresentados pelas centenas de administrações municipais e entidades civis. Ou seja, são muitos os responsáveis.

Pois bem. Passado o desnecessário imbróglio jurídico, agora é momento dos comerciantes e comerciários demonstrarem que todo o apoio popular não foi em vão. A partir das flexibilizações, é preciso estar atento para o cumprimento das regras sanitárias básicas. É preciso redobrar a responsabilidade.

Em Lajeado, a CDL alerta para o uso constante da máscara, algo que estava sendo desrespeitado em alguns estabelecimentos, conforme denúncias encaminhadas à entidade. Da mesma forma, um possível confronto pela abertura nos sábados deve ser evitado por todos!

Agência de Desenvolvimento Neste domingo, o Pro_Move Lajeado completa dois anos de fundação. E o próximo passo do movimento pode ser a criação da tão sonhada Agência de Desenvolvimento de Lajeado, a AGIL. Nesta semana, uma reunião na ACIL tratou e avançou sobre o tema.

Lajeado – Arroio do Meio

A Câmara de Vereadores de Lajeado aprovou o Projeto de Lei Complementar que autoriza o Executivo a realizar a cedência da professora de Ciências, Juliane Bruxel, com carga horária de 20h semanais, ao município de Arroio do Meio, que ficará responsável pelos custos com a servidora.

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ALDO CÉSAR LOPES

PARA TIRAR IDEIAS DO PAPEL

Como deixar de ser refém

DE UMA SÓ PONTE

Mobilização regional traça planos de novas ligações para longo prazo. Movimento ganha força entre setores produtivos e agentes políticos devido aos transtornos causados pelo acidente que comprometeu travessia entre Estrela e Lajeado, na BR-386.

Falta de estudos de viabilidade, necessidade de desapropriação, abertura de áreas preservadas e alto investimento, porém, são entraves para a execução de projetos FILIPE FALEIRO filipe@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

A

limitação de tráfego sobre a ponte do arroio Boa Vista reacende a necessidade de mais ligações entre os municípios da região.

Neste sábado completa 14 dias do acidente, em que um caminhão tombou sobre a pista e explodiu.

Pela análise da CCR Viasul, houve danos que comprometeram a

estrutura e trazem risco de desabamento. O prazo previsto para a reforma na passagem é de até seis meses. Nos pontos menos atingidos, são feitas melhorias e a passagem em um lado, das duas faixas, será liberada até o dia 13 de abril.

Os últimos dias foram de transtornos nos desvios. Vias vicinais em Estrela, Colinas, Imigrante registram aumento de fluxo e danos nas passagens devido ao excesso de peso.

Nas rodovias, carretas mais pesadas, como bitrens, precisam ir

para as estradas estaduais, para quem vem da Região Metropolitana, o caminho precisa ser feito por Taquari, até Venâncio Aires para depois se dirigir a Lajeado. Um trajeto que aumenta em mais de 120 quilômetros a viagem.

Vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística do RS (Setcergs), e diretor de uma transportadora na região, Diego Tomasi, destaca: “os últimos dias foram de grandes desafios. As entregas estão sempre atrasadas devido aos congestionamentos.”

Conforme o representante das empresas, o momento para a logística tem sido difícil, devido à alta no preço do diesel. Na região, com mais percurso, o gasto é ainda maior para caminhões como os rodotrens. “Estimamos que houve um gasto de 5% no custo da operação logística”, diz Tomasi.

Essas condições fazem com que líderes locais retomem a mobiliza-

ção para haver mais pontes entre as cidades do Vale. Em meio às diversas reuniões, três sugestões foram apresentadas.

Uma interligação entre Cruzeiro do Sul até a Trans Santa Rita, em Estrela. Uma ponte ao lado

Os últimos dias foram de grandes desafios. As entregas estão sempre atrasadas devido aos congestionamentos” DIEGO TOMASI VICE-PRESIDENTE DO SETCERGS

do porto, próxima da já existente entre Lajeado e Estrela e, por fim, uma interligação entre Arroio do Meio, no bairro São Caetano, até Colinas, com acesso também ao município de Imigrante.

Por enquanto, essas são ideias, sem qualquer análise de viabilidade técnica ou financeira. O secretário estadual de Transportes e Logística, Juvir Costella, frisa que ainda é cedo para falar em construção de pontes.

“O que temos de ver agora é a viabilidade disso. Apontar qual município, ou qual local para uma nova passagem, ainda é precipitado.”

Em conferência com prefeitos da região, o secretário determinou o início dos estudos de viabilidade de novas pontes sobre o Rio Taquari. A equipe técnica do Daer será responsável por avaliar as condições técnicas das sugestões.

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As três ideias Em reunião nesta semana, agentes públicos e representantes de entidades empresariais debateram possíveis alternativas. Na ligação entre Lajeado e Estrela, o arquiteto Leandro Eckert, vice-diretor de Infraestrutura da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) e integrante da diretoria da CIC, apresentou a sugestão de uma segunda passagem, próxima à atual ponte sobre o Rio Taquari. “Para mim, é a ideia mais plausível, a mais rápida, a mais econômica e mais eficiente. Vai tirar 40% do fluxo no horário de pico entre Lajeado e Estrela”, defende.

A segunda ideia, dos governos de Estrela e Cruzeiro do Sul, seria de uma interligação da Trans Santa Rita, com acesso às rodovias estaduais 453 e 129. O vice-prefeito de Estrela, João Carlos Schäfer, ressalta a importância de considerar todo o anel rodoviário.

“Precisamos nos basear em estudos técnicos que aponte a melhor solução para agora e para os próximos 50 anos.”

Por fim, uma possibilidade vista pelas autoridades seria a construção de uma passagem entre Arroio do Meio até Colinas, com ligação para Imigrante.

Essa interligação, na análise dos governos municipais, diminuiria os trajetos para escoamento das produções primárias e chegada até as indústrias.

A HORA | Fim de semana, 27 e 28 de março de 2021

Trans Santa Rita (Estrela) a Cruzeiro do Sul Apresentada pelos governos de Estrela e Cruzeiro do Sul, em reunião da CIC-VT com prefeitos Ideia: Entroncamento viário da Trans

Santarita até Cruzeiro do Sul, com acesso da BR-386 até as rodovias estaduais 453 e 129.

Limitação: Falta de estudo de

viabilidade. Necessidade de abertura de acesso em área de preservação.

Necessidade de desapropriações de terrenos privados. Desvio de trânsito pesado por vias municipais sem infraestrutura para suportar esse fluxo.

Lajeado a Estrela Apresentada pelo arquiteto Leandro Eckert, em reunião da CIC-VT com os prefeitos Ideia: Ligação próxima ao viaduto

da Av. Bento Rosa, em Lajeado, até as proximidades do Porto de Estrela.

Proposta visa desviar o trânsito urbano da BR-386

Limitação: Falta de estudo de

viabilidade. Acesso em área de várzea, considerada de preservação permanente e interferência no projeto de ampliação das pontes atuais, conforme contrato com a CCR Viasul.

Movimento conjunto e de longo prazo O presidente da Câmara da Indústria e Comércio (CICVT), Ivandro Rosa, destaca o intuito do movimento regional. “Precisamos ver o que é melhor não só para uma cidade ou outra, mas para o Vale e para o estado.”

Engenheiro civil por formação, frisa a complexidade das obras de pontes. “Não basta passar por cima do rio. É preciso ter acesso. Para isso, tem desapropriações, tem áreas de proteção permanente, além de saber o tipo de trânsito que o local irá receber.”

Sobre as três ideias de interligações, Rosa avalia que todas têm aspectos positivos e limitações. “O mais importante do que escolher o local é saber se essa ponte será a solução. Se, efetivamente, vai representar ganho de transporte e de logística. Não podemos errar o tiro.”

Essas sugestões, diz Rosa, precisam fazer parte de um

movimento coletivo da região e de longo prazo. “O mais viável agora é o conserto da ponte do arroio Boa Vista. É nisto que nos concentramos.”

A CIC-VT e os gestores públicos, tanto do Estado quanto da região, integram o comitê de emergência formado junto com a CCR Viasul, responsável pela concessão da BR-386. O grupo se reuniu na manhã dessa sextafeira. A organização local cobra agilidade para conclusão da reforma para reduzir o prazo previsto de seis meses.

Primeiro estudo em 2011

Aproximar Lajeado e Estrela.

Com esse propósito, o Comitê Gestor do Centro Antigo, aprofundou os debates para uma nova ponte entre as duas maiores cidades do Vale. O ano era 2011 e buscou unir líderes de ambos os municípios para executar a obra.

“Essa foi uma das primeiras prioridades do comitê gestor. Havia uma vontade de desenvolver o comércio das cidades, com mais facilidade no deslocamento, sem

precisar entrar na 386”, lembra André Jaeger, atual presidente da organização.

De acordo com ele, integrantes do comitê, profissionais de engenharia e arquitetos, estudaram formas de fazer essa ligação. A primeira sugestão partia das proximidades da antiga casa de Bruno Born, no centro de Lajeado até o complexo portuário de Estrela. De lá, seria necessário abrir uma rua. “Em linha reta, sairia na rodoviária de Estrela”, relembra.

Como o porto é uma área da União, a lei não permite abertura de ruas municipais no terreno.

No ano passado, o complexo foi repassado para o município.

Isso fez com que o assunto fosse retomado.

Porém, diz Jaeger, em uma reunião no segundo semestre do ano passado, foi informado ao comitê que a limitação permanece.

Significa que, o município tem a concessão da área, mas não pode dividir o terreno.

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A HORA | Fim de semana, 27 e 28 de março de 2021 ALDO CÉSAR LOPES

Explosão de caminhão-tanque em 13 de março comprometeu ponte sobre Arroio Boa Vista

FÁBIO KUHN

Desde então, congestionamentos são recorrentes no trecho da BR entre Estrela e Lajeado ALDO CÉSAR LOPES

Travessia sobre o Rio Taquari, na BR-386, é considerada por líderes locais insuficiente para a demanda logística regional. Acidente reacendeu debate sobre necessidade de mais ligações

Arroio do Meio, Colinas, com ligação a Imigrante Apresentada pelos governos de Arroio do Meio e de Colinas Ideia: Ligação do bairro São Caetano,

em Arroio do Meio, sobre o Rio Taquari, chegando a Colinas e com acesso até Imigrante. A proposta visa desviar o trânsito da ERS-130, possibilitando a chegada na BR-386.

Limitação: Falta de estudo de

viabilidade. Abertura de acessos em meio a áreas de preservação permanente. Necessidade de desapropriações de terrenos privados. Vias de ligação com essa ponte são insuficientes para absorver o fluxo pesado.

“Uma segunda ponte é inviável”

Para o diretor presidente da CCR Viasul, Fausto Camilotti, construir uma segunda ponte sobre o Rio Taquari, entre Lajeado e Estrela, é um erro, pois pelo contrato de concessão da BR-386 estão previstas obras de infraestrutura, entre as quais a ampliação da ponte atual. “Teremos seis faixas na ponte. Isso trará condições muito positivas para a logística e a circulação dos usuários.”

De acordo com ele, pensar em outro investimento nas proximi-

dades é tirar o foco da solução mais viável de agora. “Uma segunda ponte é inviável. Temos de nos preocupar em reconstruir a ponte sobre o arroio Boa Vista. É uma obra muito complexa, de 15 metros de altura.”

Com relação ao prazo de seis meses para liberação total do trecho, Camilotti diz: “por enquanto, mantemos essa previsão.

Vamos tentar o máximo possível para reduzir. Somos ágeis no nosso trabalho, mas temos de priorizar a segurança. Não podemos nos precipitar.”

De onde viriam os investimentos?

“Não sabemos de quanto dinheiro estamos falando. Se custará R$ 50 milhões, 100 ou meio bilhão.

Primeiro temos de conhecer a viabilidade técnica para depois projetar orçamentos.”

As palavras do prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, resumem o momento da discussão sobre novas pontes. Ainda que o Estado tenha prometido fazer o estudo de viabilidade técnica e econômica, a própria região debate a implanta-

ção de um consórcio para análises de infraestrutura.

Entre as possibilidades debatidas está a inclusão desses projetos no plano de concessões das rodovias estaduais. O secretário estadual de Parcerias, Leonardo Busatto, é possível adicionar obras de pontes no futuro contrato dos pedágios nas vias estaduais. “Essas chamadas obras de arte, que são as pontes, os viadutos, galerias, exigem altos investimentos. Caso isso seja adicionado ao contrato,

precisamos saber que vai interferir no preço do pedágio”, diz.

O Estado, afirma Busatto, acompanha os percalços vividos no Vale do Taquari. “Se trata de um fato atípico, uma tragédia.

O impacto dos desvios é para os municípios e também às rodovias estaduais.

Já sabemos que há uma deterioração devido ao aumento do fluxo.”

Pelo cronograma do Estado, o leilão do bloco das três rodovias do Vale (453, 130 e 129) está previsto para dezembro.

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A HORA | Fim de semana, 27 e 28 de março de 2021

Piratini anuncia R$ 100 milhões a setores da alimentação e alojamento Auxílio emergencial gaúcho beneficiará empresas, MEIs e trabalhadores do setor que perderam o emprego, além de mulheres chefes de família. Sindavat diz que recurso é bem vindo, mas que “briga” da entidade é pelo direito ao trabalho MATEUS SOUZA mateus@jornalahora.inf.br

ESTADO

D

ois dos setores mais impactados pela pandemia da covid-19, os serviços de alojamento e alimentação receberão um suporte financeiro do governo do RS para minimizar os efeitos da crise.

Os R$ 100 milhões, oriundos do tesouro do estado, integram um projeto de auxílio emergencial que será enviado à Assembleia Legislativa na próxima semana. A expectativa é de liberação dos créditos entre 30 e 45 dias.

Trata-se de uma reivindicação de deputados que foi atendida pelo Palácio Piratini, e que beneficiará empresas, microempreendedores individuais e trabalhadores do setor que estão desempregados, além de mulheres chefes de família que vivem em situação de extrema pobreza. Além disso, o projeto prevê a destinação de R$ 30 milhões via ICMS a projetos em três áreas.

Conforme o governador Eduardo Leite, a escolha por estes setores se deve pelo saldo negativo do

ARQUIVO A HORA

ramo de serviços ter sido cinco vezes o registrado no comércio, que também sofre com os impactos da pandemia. Ao todo, foram 17,5 mil desligamentos no ano passado, resultando em 16,49% menos trabalhadores no fim de 2020 quando comparado com o começo do ano.

“Tivemos três semanas de restrições severas e mantemos, pela situação dramática que ainda vivemos, restrições à noite e aos finais de semana, que são momentos em que esses serviços extraem boa parte de sua receita”, justificou Leite.

Para elaborar o projeto de auxílio, o Piratini estudou propostas semelhantes apresentadas em estados como o Ceará, que focou em trabalhadores desempregados do setor de bares e restaurantes, e o Maranhão, que auxiliou empresas deste ramo situadas em cidades onde foi imposto lockdown.

“Nossa briga não é por recurso” Para o presidente do Sindicato de Hotéis, Motéis, Restaurantes e Bares do Vale do Taquari (Sindavat), Paulo Roberto Schöller, todo recurso é bem vindo, mas, segundo ele, a briga dos representantes do setor é pelo direito ao trabalho, com flexibilizações no horário de funcionamento.

“Nossa briga não é por recurso, e sim é pelo direito ao trabalho”, afirma Schöller, que busca união com representantes do setor em outras cidades, como Bento Gonçalves, Gramado e Santa Maria. “Teremos reunião com esses líderes e, pelo que tudo indica, teremos uma data-limite de aceitar o que é imposto pelo estado”.

Schöller também lamenta o “conformismo” do governo municipal em relação a situação imposta pelo Estado. “Até se demonstram compreensíveis com nossa situa-

BENEFICIADOS PELO AUXÍLIO DO GOVERNO

19 MIL

empresas com atividade principal registrada de alojamento ou alimentação ativas no Simples Nacional

51,6 MIL Restaurantes estão entre os estabelecimentos mais impactados

QUEM SERÃO OS BENEFICIÁRIOS Duas parcelas de R$ 1 mil

• Empresas registradas e ativas no Simples Gaúcho com atividade principal registrada de alojamento ou alimentação

Duas parcelas de R$ 400

• Microempreendedores registrados e ativos com atividade principal registrada de alojamento ou alimentação. (Exceção a fornecimento de alimentos preparados preponderadamente para consumo domiciliar); • Trabalhadores do setor que tenham perdido o emprego ou não estão atualmente empregados; • Mulheres chefes de família com 3 filhos ou mais, com famílias de pelo menos 5 membros em situação de extrema pobreza não atendidos pelo Bolsa Família nem pelo Auxílio Emergencial Federal;

ção, mas não existe uma colaboração no sentido de comprar a briga”, pontua. Só em Lajeado, o Sindavat representa 411 empreendimentos.

Destinação do ICMS Além do auxílio emergencial, o pacote de socorro financeiro do

Piratini também congrega R$ 30 milhões a destinação de recursos do ICMS para apoio a projetos nas áreas de cultural, esporte e assistência social.

Com isso, o montante chega a R$ 111 milhões, considerando os valores atuais de destinação a estes projetos.

microempreendedores individuais com atividade principal de alojamento ou alimentação ativos (exceto fornecimento de alimentos preparado exclusivamente para consumo domiciliar)

17,5 MIL

pessoas que perderam o emprego nestes setores

8,1 MIL

mulheres chefes de família com três filhos ou mais e famílias de pelo menos cinco membros, em situação de extrema pobreza não atendidos por programas sociais do governo federal

96,4 MIL

beneficiários diretos com o auxílio

Todas as regiões seguem em bandeira preta ESTADO

O mapa da 47ª rodada do Distanciamento Controlado, divulgado nesta sexta-feira (26/3), traz todas as 21 regiões Covid em risco máximo, com altíssima taxa de ocupação hospitalar e velocidade de propagação do coronavírus.

Isso significa que, pela quinta semana seguida, todo o Rio Grande do Sul ficará em bandeira preta.

Esse já é o mapa definitivo, sem possibilidade de envio de pedidos de reconsideração, devido à gra-

vidade do cenário. Também segue suspensa a Regra 0-0, a partir da qual municípios sem registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias poderiam adotar protocolos de bandeira vermelha. A cogestão regional, por sua vez, está permitida.

A análise dos dados dos 11 indicadores do modelo de Distanciamento Controlado desta semana mostra relativa estabilidade no total de internados em UTI (-1,8%) e redução nos casos confirmados com Covid-19 em leitos clínicos

(-11,5%). O número de óbitos, porém, ainda foi crescente (+4%), atingindo um total de 1.824 nos últimos sete dias.

Considerando o aumento de 2,5% no número total de leitos de UTI existentes e a diminuição de 1,7% no número de internados, houve redução da razão de leitos de UTI livres para cada ocupado. Essa redução não é suficiente para que a situação do RS seja considerada estável.

A pressão sobre o sistema hospitalar permanece, causando ocupação de espaços inclusive fora dos

leitos regulares e resultando em operação acima da capacidade indicada em algumas regiões.

Implementada na 43ª rodada, a salvaguarda estadual, quando acionada, determina que todas as 21 regiões fiquem em bandeira preta. A ferramenta leva em consideração a razão de leitos livres de UTI sobre leitos ocupados por Covid em UTI. Quando a razão estiver menor ou igual a 0,35 a nível estadual, a salvaguarda será acionada, e se sobrepõe a todas as outras regras.

A HORA | Fim de semana, 27 e 28 de março de 2021

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A HORA | Fim de semana, 27 e 28 de março de 2021

Um trem próprio para o Vale Projetos trazem novidades para o turismo da região e buscam adquirir comitiva para os passeios do Trem dos Vales BIBIANA FALEIRO bibianafaleiro@grupoahora.net.br

VALE DO TAQUARI

U

ma das poucas oficinas de reparos de trens no Brasil fica em Rio Negrinho, no Estado de Santa Catarina, mantida pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF). É lá que o vagão apelidado como Cacique está sendo reformado, com a previsão de chegar ao RS no fim do ano, a fim de compor o Trem dos Vales.

Este será o primeiro carro de passageiros do projeto de um trem definitivo na região, para fazer o trajeto de Muçum a Guaporé e, posteriormente, Colinas e Estrela. Ainda em fase de tratativas, não há previsão para a chegada do trem ao Vale.

DIVULGAÇÃO

“Além desse vagão, mais três vão receber manutenção nos próximos dois anos, nesse mesmo estilo. A composição da frota do Trem dos Vales será complementada com outros três vagões da associação”, explica o vice-presidente da ABPF, Marlon Ilg. Para o trem funcionar na região, ainda será necessária uma autorização da Rumo Logística e do Governo Federal, mas a expectativa é boa para a execução do projeto.

da região e servir como ponto de venda de ingressos.

Segundo o diretor de marketing da associação, Anistheo Fagionn, o levantamento histórico das ferrovias também é trabalho da ABPF. Os vagões já estão nas cidades de Muçum e Guaporé, onde recebem a manutenção. A previsão é de estarem prontos dentro de um mês.

Ponto de história e turismo

O Trem dos Vales passa pela histórica Ferrovia do Trigo, localizada entre a Serra Gaúcha e o Vale do Taquari. Segundo o vice-presidente da ABPF, também existe um projeto para reativar os cerca de 14 quilômetros das linhas ferroviárias entre Colinas e Estrela, e a ideia é que elas também integrem o trajeto.

A associação tem previsão de abrir uma filial na região e, mais tarde, inaugurar um Museu Ferroviário. “Este projeto tem grande importância para a economia local e trazendo para o Vale, queremos também atrair associados que possam agregar ao nosso trabalho”, afirma Marlon.

A ideia é também trazer à região dois vagões fixos instalados nas cidades de Muçum e Guaporé, para servir como base de informações turísticas e históricas. “São vagões da década de 40 que rodavam os estados do sul do país, transportando cargas em sacas de arroz, café ou feijão”, conta Marlon.

O projeto é uma parceria entre a ABPF, prefeituras e empresários, e pretende preservar a história das ferrovias nacionais, divulgar o turismo

Mais próximo do Vale

O primeiro vagão que vai compor a comitiva do Trem dos Vales está sendo reformado em Santa Catarina

VAGÃO CACIQUE O vagão especial que recebe reforma em Santa Catarina, é carinhosamente chamado de Cacique e integrou a linha ferroviária da Estrada de Ferro Leopoldina, no Rio de Janeiro. Ele é um dos poucos remanescentes desta histórica composição que chegou a contar com algumas dezenas de vagões. A ideia é preservar as características originais da vagoneta que foi criada em 1950.

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A HORA | Fim de semana, 27 e 28 de março de 2021

COMBATENTE CENTENÁRIO

Último pracinha do Vale celebra 100 anos no domingo Militares de Santa Cruz do Sul vieram até Lajeado prestar homenagem ao ex-combatente da 2ª Guerra Mundial. José Maria Vedoy recebeu a banda do 7º Batalhão de Infantaria Blindada em frente à sua casa RAMIRO BRITES ramiro@grupoahora.net.br

LAJEADO

P

ara celebrar o aniversário centenário do ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), José Maria Vedoy, o “Seu Dedé”, militares do 7º Batalhão de Infantaria Blin-

dada (BIB) vieram a Lajeado.

A homenagem, na manhã da sexta-feira, 26, contou com a banda do exército, militares aposentados e familiares. A presença de instrumentos de sopro e bateria, porém, também chamou atenção dos moradores da Fredolino Bermstein, rua sem saída do bairro Jardim do Cedro.

Para o filho do pracinha, Darcy Vedoy da Silva, 65, a vizinhança se reconhece na história do Brasil ao saber que mora ao lado de um herói de guerra. “Eu só tinha visto e ouvido banda do quartel tocar na televisão. Eu não servi ao quartel, então estar aqui foi muito emocionante. A vizinhança também fica emocionada. Oportunidade para saberem quem mora no bairro, né?”, comenta.

Após uma cirurgia na perna, Seu Dedé saiu da terra natal, Bo-

FOTOS RAMIRO BRITES

O pracinha exibe honrarias recebidas por atuação na guerra

queirão do Leão, para se recuperar na casa de Darcy. José Vedoy se recuperou há três anos, mas preferiu seguir com o filho e a nora.

A audição e a visão do ex-combatente estão prejudicadas, o que

Banda do 7º Batalhão de Infantaria Blindada homenageou o ex-combatente

dificulta a comunicação. Fora isso, a saúde do veterano permite com que ele continue com hábitos que lhe agradam. “Ele não toma remédio nenhum. E um traguinho de cachaça, o médico disse que pode dar. Uma dose todo dia ao meiodia, ou até dois copos de cerveja ou vinho”, relata o filho.

Fã de música tradicionalista, o antigo membro da FEB não abre mão dos trajes tradicionais.

“Ele só não nasceu de bombacha porque a gente vem pelado. Fora isso, ele usou a roupa do quartel, e a fatiota do casamento”, brinca Darcy.

O patriarca tem nove filhos, 26 netos e 15 bisnetos.

Exemplo para todos Para o coronel Fernando Barcellos da Rosa, comandante do 7º BIB, relembrar os feitos de Seu Dedé serve de inspiração. “É um exemplo para todas as novas gerações militares, para nossa sociedade, porque ele foi

voluntário em um grande conflito mundial em defesa de toda nossa história”, constata.

O militar admite que gostaria de prestar homenagem na sede do batalhão, com um grande evento e convidados ilustres. As restrições sanitárias, porém, fizeram o exército se adaptar para não deixar a data passar em branco. O centenário do pracinha motivou a primeira viagem da banda da infantaria de Santa Cruz.

Memórias do veterano José Vedoy conversa com gestos da cabeça e poucas palavras. Ele conseguiu se lembrar das músicas da FEB quando reproduzidas na homenagem.

Seu Dedé lutou na batalha de Monte Castello, na Itália. Os alemães estavam melhor posicionados e a união dos exércitos norte-americano e brasileiro conseguiu derrotar a tropa alemã no confronto que se encerrou no inverno de 1945.

DEPOIMENTOS

O que significa o centenário do “Seu Dedé”? “É um herói nacional, ele pôs em risco a própria vida em defesa do nosso país nos campos da Itália.

Esse evento é de suma importância para nós valorizarmos os nossos pracinhas.”

ANTÔNIO RODRIGUES DE OLIVEIRA CAPITÃO DA RESERVA

“Nós somos da roça, do interior, nunca se falava ‘meu pai é um herói’. Ele contava das histórias dele na guerra, mas nós, crianças, nem dávamos bola. Depois começou a vir a televisão, e a gente começou a enxergar o que ele contava. Aí sim.

A gente ficou orgulhoso”

“Isso é uma dádiva. Ele pelo que eu sei é o último combatente da segunda guerra na região. A saúde que ele tem é uma bênção. Ele é uma relíquia” LÚCIO FLÁVIO PEREIRA ADRIANO CAPITÃO REFORMADO

“É um grande prazer, não só para mim, como para toda a família, ter um integrante da Força Expedicionária Brasileira. Sempre que a gente conta a história de onde estava, do que ele combateu, que ajudou nosso país e os aliados, todos ficam fascinados”

DARCY VEDOY DA SILVA

CLEIMAR VEDOY DA SILVA

FILHO

NETO

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A HORA | Fim de semana, 13 e 14 de março de 2021 DIVULGAÇÃO

Nova unidade em Vale Verde: investimento de R$ 6 milhões e capacidade de armazenar 70 mil sacas de grãos

Cooperativa Arla inaugura silos no Vale do Rio Pardo Unidade no município de Vale Verde está pronta e começa a operar em abril.

Cooperativa também projeta Centro de Distribuição de Insumos em Cruzeiro do Sul MATEUS SOUZA mateus@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

U

m investimento de R$ 6 milhões aproximará a Arla Cooperativa de seus associados da região do Vale do Rio Pardo. A nova unidade de recebimento de grãos, construída no município de Vale Verde, está praticamente pronta e deve iniciar suas operações em breve. A inauguração oficial, por conta da pandemia, ainda não tem data definida.

Os silos possibilitarão a armazenagem não apenas de soja, mas de outros grãos, como o milho e o trigo. A capacidade de armazenamento da unidade, conforme o presidente da Arla Cooperativa, Orlando Stein, é de 70 mil sacas.

“Vale Verde é um celeiro de produção atualmente. E temos diversos sócios naquela região.

Associados de Rio Pardo, Passo do Sobrado, Venâncio Aires e até General Câmara. Vamos ficar mais próximos destes produtores. Isso foi uma reivindicação daqueles produtores, devido à questão logística. E como a produção aumenta anualmente, optamos por investir naquela região”, explica Stein.

Hoje, a Arla Cooperativa conta com uma unidade de arma-

zenamento de grãos em funcionamento, localizada em Linha Primavera, interior de Cruzeiro do Sul, às margens da RSC-453.

A unidade atende atualmente todos os 2,2 mil associados da cooperativa.

Bons resultados A nova unidade, segundo Orlando Stein, fica a 17 quilômetros da zona urbana de Vale Verde, às margens da rodovia que liga o município a General Câmara. “É um investimento que projetamos em 2020.

Praticamente todo ano temos um investimento assim. E, mesmo com a situação atual, a Arla teve bons resultados. O que nos afetou diretamente não foi a pandemia, e sim a estiagem. O recebimento de grãos foi 30 a 40% menor”, afirma.

Para 2022, a Arla projeta a construção de um centro de distribuição de insumos. Segundo Stein, a estrutura será erguida

também em Linha Primavera, onde a cooperativa possui área disponível. “Como aumentou a demanda deste segmento, também temos que ampliar a nossa estrutura”, salienta.

Assembleia virtual Pela primeira vez em seus 82 anos de história, a Arla Cooperativa realizará uma assembleia de forma não presencial, devido ao cenário atual da pandemia. A atividade virtual ocorrerá na próxima segunda-feira, 29, por meio do canal da cooperativa no YouTube e também na plataforma Curia, que será utilizada para votação dos sócios nas pautas apresentadas.

Para assistir a reunião, Stein ressalta a importância do associado informar dados como e-mail e telefone no cadastro.

Durante a apresentação, os participantes poderão enviar dúvidas pelo chat e a votação pode ser feita até o dia 30.

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A HORA | Fim de semana, 27 e 28 de março de 2021

Resumo da novela Amor de Mãe

Benjamin tem um plano para Davi escapar da chantagem de Álvaro.

Vitória sofre com a doença de Vera.

Penha descobre uma forma de sair da prisão e pede ajuda a Leila. Leila despista Belizário e pega o dinheiro que Penha escondeu. Betina avisa a

Sandro que precisará de ajuda médica. Matias confessa suas traições para Miranda, que decide deixar a casa com os filhos. Penha consegue fugir e agradece a Leila. Belizário desconfia de que Leila saiba do paradeiro de Penha.

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS Cruzadas

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL www.coquetel.com.br / © Revistas COQUETEL

A Vida da Gente Júlia. Alice pede para ver o blog que Manuela está fazendo para Ana. Vitória fica furiosa ao saber que a empresa patrocinadora vai continuar financiando Ana por algum tempo e não pode ajuda-la com patrocínio para sua academia. Vitória procura Eva.

OBITUÁRIO

(?) Brown, escritor Exame do MEC

Estudo esotérico que tem influência na escolha de nomes artísticos

Vitamina essencial à visão noturna

Apelido da princesa de Genóvia (Cin.)

Primeiro rei de Israel (Bíblia) 35

Solução

Solução

Formato da cruz de Santo Antônio

Primeiro rei de Israel (Bíblia)

(?) certo: tem bom resultado -

Formato da cruz de Santo Antônio

35

BANCO

Setor em que atua David Luiz (fut.)

(?) certo: tem bom resultado

Negativo (abrev.)

3/mia —

Tocar em assunto (delicado)

Trabalho árduo e prolongado Do-(?), técnica de massagem Troveja; ressoa

Setor em que atua David Luiz (fut.)

Etiqueta, em inglês Bolsa de Valores

PEIXES: Há chance de fechar um bom negócio, melhorar seu lucro ou encontrar uma nova fonte de renda.

Chega como consequência

R T E O S T E R B V I A C F O L D O O R C E E S T I A U L

"(?): Homens de Preto", filme

AQUÁRIO: Se a grana anda curta, preste atenção em uma oportunidade de descolar um trampo temporário ou fazer hora extra.

Cedo, em francês A pessoa com lábia

LEÃO: Sextou, mas com a Lua em sua Casa da Fortuna, sua atenção provavelmente estará mais voltada para as finanças do que para a diversão hoje.

Alessandro Volta, físico italiano

CAPRICÓRNIO: Pode ser divertido investir em um curso ou outra maneira de adquirir conhecimento e ampliar seus horizontes.

Área de proteção como Morro Grande, em Cotia (SP) Robert De (?), ator

CÂNCER: Programa romântico anima a vida a dois, mas pode pintar o desejo de dar um rolê por aí. Errado não tá, mas não se esqueça de se proteger.

© Revistas COQUETEL

SAGITÁRIO: Você pode se importar mais com a aparência: aproveite as vibes maravigolds para cuidar melhor do seu corpo.

descrito no da Cunha hia aérea esa (sigla)

GÊMEOS: Quem trabalha em home office ou com algo ligado a produtos e serviços para o lar tem tudo para se dar bem hoje!

Ré (?): equivale ao dó sustenido (Mús.)

R O T E N A V I S P O R I L O G A T L V A N A D B E M L U C I L A B I N T R U Z R D A O L O G A S A

ESCORPIÃO: Se o desejo de sair de casa se tornar irresistível, prefira um rolê ao ar livre e em um lugar sem aglomeração.

Hiato de "miúdo" (Gram.)

"(?): Homens de Preto", filme

N I P I I R A N V O A N S I A U L I U A N S O Õ A E D V E S E N M E R M I

TOURO: A criatividade dá as caras e você pode encontrar novas maneiras de brilhar se trabalha com marketing, vendas ou algo assim.

Ave com impressionante força nas pernas, pode atingir 70 km/h, correndo (pl.)

Tocar em assunto (delicado)

P O R T O D P E P A T R A N A G N U A

LIBRA: Conheceu alguém novo?

Investigue um pouco antes de mergulhar de cabeça no romance, especialmente a distância.

(?)

Lavigne, empresária brasileira Pó (?), fixador de maquiagens

R B V I A C F O L D O O R C E E S T I A U L

• E-mail: centraldejornalismo@grupoahora.net.br

I L O G A T L V A N A D B E M L U C I L A B I N T R U Z R D A O L O G A S A

• WhatsApp: (51) 92487689 • Fone: 3710 4200

ÁRIES: Quanto mais você se esforçar agora, maior será a chance de ver a sua competência reconhecida e até negociar um bônus.

DAS DIRETAS

Etiqueta, em inglês Bolsa de Valores

Cedo, em francês A pessoa com lábia

Para informar falecimentos:

HORÓSCOPO

VIRGEM: Sol e Vênus se unem e avisam que mudanças e transformações profundas podem marcar o dia.

Alessandro Volta, físico italiano

V O A N S I A U L I U A N S O Õ A E D V E S E N M E R M I

CARLOS ALBERTO LAZZARI, 77, faleceu quinta-feira, 25, em Lajeado.

Ele foi cremado na sexta-feira, 26, no Crematório Ecumênico Cristo Rei, em São Leopoldo.

ANGELINA GONÇALVES NORONHA, 68, faleceu quinta-feira, 25, em Lajeado. Sepultamento foi na sexta-feira, 26, no Cemitério Municipal do Florestal, em Lajeado.

Forma carinhosa de se referir ao avô (?) de ótica: recursos usados O rebanho pelos de porcos mágicos

O D P E P A T R A N A G N U A

JOSÉ CARLOS BRUXEL, 57, faleceu sexta-feira, 26, em Estrela. Ele foi cremado no Crematório Ecumênico Cristo Rei, em São Leopoldo.

Materiais de costura INSS, PB ou BC

Letrasímbolo do itálico (Inform.)

Onisciente, onipresente e (?): características de Deus Vale-(?), tipo de benefício trabalhista Estado em que se localiza a Filadélfia (EUA)

Área de proteção como Morro Grande, em Cotia (SP) Robert De (?), ator

3/mia — tag — tôt. 4/saul. 5/bulir. 7/nirvana. 8/bico doce.

Jonas se revolta com Cris. Eva discute com as enfermeiras que cuidam de Ana e Lúcio conversa com Celina.

Marcos fica aborrecido com a insistência de Vitória no treino de Sofia.

Nanda e Rodrigo percebem o mau-humor de Lourenço por causa de

Banda Confronto no interior da Bahia descrito no grunge livro "Os Sertões", de Euclides da Cunha de Kurt Cada uma das Companhia aérea Cobain "garrafas" do boliche portuguesa (sigla)

Local de atracamento de navios no Paraná, destaca-se pela exportação de grãos

AH

14 | Fim de semana, 27 e 28 de março de 2021

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A HORA | Fim de semana, 27 e 28 de março de 2021

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A HORA ESPORTES | Fim de semana, 27 e 28 de março de 2021

GRÊMIO

LUCAS UEBEL

TITULARES VOLTAM À AÇÃO

Renato decide antecipar retorno do grupo principal já pensando no confronto pela Libertadores CAETANO PRETTO caetano@jornalahora.inf.br

D

epois de perder a primeira no estadual e já pensando no próximo confronto pela Libertadores, o Grêmio terá neste fim de semana o retorno do time principal ao Campeonato Gaúcho. O primeiro desafio dos titulares será no domingo contra o Pelotas, na Arena, às 21h.

ARENA - DOMINGO, 21H

ESCALAÇÃO

GRÊMIO

PELOTAS

Brenno Vanderson Ruan Kannemann Diogo Barbosa Lucas Silva Matheus Henrique Maicon (Pedro Lucas) Alisson Ferreira Técnico: Diego Souza Renato Portaluppi

Gabriel Leite Marcelo Maurício Silvio Gabiga Itaqui Juliano João Vieira Bustamante José Aldo Marcão

Técnico: Rafael Jaques

De volto ao comando dos treinos e do time, o técnico Renato Portaluppi quer dar minutagem aos principais atletas já de olho no jogo decisivo contra o Independiente del Valle, no dia 7 de abril, na última rodada classificatória à fase de grupos da Li-

bertadores.

Após uma conversa com os demais integrantes da comissão técnica, Renato decidiu antecipar o uso dos titulares para aumentar o ritmo de jogo da equipe. Além disso, o preparador físico Réverson Pimentel

Grupo principal realizou uma espécie de pré-temporada ao longo da semana

já vem comandando trabalhos intensos desde o início da semana.

Do time de garotos que vem jogando o Gauchão, os mais cotados para ganhar uma vaga na equipe contra o Pelotas são o goleiro Brenno, o lateral Van-

GAUCHÃO CLASSIFICAÇÃO EQUIPES

PARA CONFIRMAR A LIDERANÇA BENTO FREITAS - SÁBADO, 20H

BRASIL

Matheus Nogueira Vidal Ícaro Leandro Camilo Arthur Everton Dias Rômulo Bruno Matias André Krobel Netto Bruno Paraíba

RICARDO DUARTE

para a frente, Thiago Galhardo deve ganhar nova chance no ataque após fazer o segundo gol da vitória por 2 a 0 sobre o Caxias.

REBAIXAMENTO

Entre as mudanças no time, devem constar o retorno do goleiro Danilo Fernandes, do zagueiro Cuesta e dos laterais Rodinei e Moisés. Do meio

CLASSIFICADOS

INTERNACIONAL

Na ponta da tabela do Campeonato Gaúcho, o técnico Miguel Ángel Ramírez deve mais uma vez girar os titulares e ter uma escalação diferente da que venceu o Caxias na última rodada. A intenção é preservar a condição física dos jogadores neste início de temporada. No sábado, o Inter vai até Pelotas enfrentar o Brasil, às 20h, no Estádio Bento Freitas.

O Inter chega à rodada em uma boa sequência, com três vitórias consecutivas que valeram ao time assumir a liderança na última rodada. Para o jogo deste sábado, o técnico espanhol terá como únicos desfalques o volante Johnny, que defende a seleção dos Estados Unidos, e o recém contratado Palacios, que está com a seleção do Chile.

derson, o zagueiro Ruan e o atacante Ferreira.

ESCALAÇÃO

INTER

Danilo Fernandes Rodinei Zé Gabriel Cuesta Moisés Rodrigo Lindoso Edenilson Praxedes Patrick Marcos Guilherme Técnico: Técnico: Thiago Galhardo Alessio Antunes Miguel Ángel Ramírez

PG J

V

D GP GC SG

E

Internacional 13 4 1 1 11 6 8

7

5 1 6 5 1 1 0

1

São Luiz

11 3 2 1

Grêmio

10 3 1 1 10 4

Ypiranga

10 3 1 2 14 9

Caxias Juventude Aimoré Brasil de Pelotas Pelotas

10 3 1 1 9 3 0 3 9 3 0 3

6 9 7

5 8 7

8

2 2 2

5

7 -2 -3

6

1 3 2

8 10 -2 -1

São José

4

1 1 4

4

9 -5 -1

Esportivo

4

1 1 4

3

8 -5 -4

Novo Hamburgo

3

0 3 3

6 11 -5 -4

3 2 2 5 1 -1

7ª RODADA – SÁBADO Brasil de Pelotas

x Internacional

20h

Aimoré

x Ypiranga

20h 20h 21h

São José Caxias Grêmio

x Juventude x São Luiz x Pelotas

20h

7ª RODADA – DOMINGO

Danilo Fernandes deve retornar à meta colorada contra o Brasil

7ª RODADA – SEGUNDA 20h

Esportivo x

Novo Hamburgo

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A HORA ESPORTES | Fim de semana, 27 e 28 de março de 2021

CRAQUES DO VALE

DOS CAMPOS PARA A CASAMATA ADRIANO LEPPA/JUVENTUS

Aos 28 anos, Henrique Schwarzer aposentou as chuteiras para iniciar a carreira como treinador

agora comandante explica que o clube é novamente uma mudança de patamar em sua vida.

“Ao ingressar aqui na base tive gente que me apoiou, incentivou e mudou meu patamar.

Novamente eles me acolheram de braços abertos para mudar de patamar outra vez.”

A CARREIRA DE HENRIQUE

EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

Q

ual é o momento certo de se aposentar?

Muitos atletas param após uma grave lesão ou quando atingem uma determinada idade. É difícil vermos casos de atletas que, no auge da carreira, optam por dar um basta para seguir outra profissão. Esse foi o caso do arroio-meense Henrique Schwarzer.

Aos 28 anos, estava atuando em alto nível pelo Ypiranga na disputa da Série C do Brasileirão. Hoje é treinador das categorias de base da AERC Juventus, em Teutônia. Segundo o atleta, a decisão foi tomada bem antes de iniciar a carreira como profissional. “Estabeleci metas que se atingisse 28 anos e não tivesse chegado ao nível que preestabeleci, analisaria o momento, as alternativas, e tomaria outro rumo. Foi o que aconteceu.”

Mais preocupado com a parte teórica do que propriamente com os treinos e jogos, o ex-

Henrique Schwarzer (esquerda) é o responsável por comandar algumas das categorias de base da Juventus

-volante comenta que poderia seguir ainda jogando profissionalmente, mas não se arrepende da decisão. “Tenho como lema de vida que se é para fazer algo mal feito, não se faz. Mas agradeço muito, pois cheguei em um lugar que poucos atletas do Vale chegaram.”

Indagado se faria algo de diferente se pudesse recomeçar, é enfático ao negar. “Tudo na vida tem um motivo. Tudo que vivi consigo usar no meu cotidiano.”

VIDA DE TREINADOR

Como jogador, Schwarzer sempre foi um atleta dedicado, que estudava bastante sobre as dinâmicas de jogo. Hoje como treinador, aproveita os momentos de folga para seguir se aprimorando para desempenhar bem a profissão. “Os dez anos de atleta profissional me dão suporte para ensinar a garotada e isso me dá prazer, então é um caminho a se seguir.”

Ele ainda relata que a responsabilidade do cargo é mui-

to maior do que quando era apenas atleta. “O jogador joga, treina e acabou a responsabilidade dele no dia. O treinador não, a responsabilidade é muito maior, é a todo momento.

Como treinador tu aumenta as taxas de decisões.”

Sobre essa chance que recebe novamente da Juventus, o DIVULGAÇÃO

A vida no futebol iniciou no Rui Barbosa, em Arroio do Meio, mas a projeção foi na AERC Juventus, em Teutônia.

Do Vale rumou ao Guarani, de Campinas, onde terminou a formação nas categorias de base. Se profissionalizou no Paraná Clube. Após uma rápida passagem, voltou para o Rio Grande do Sul onde atuou por Guarani, de Venâncio Aires, Passo Fundo, São Paulo, de Rio Grande, Lajeadense, Novo Hamburgo, São Luiz e Ypiranga.

Atleta teve uma boa passagem pelo Ypiranga, de Erechim, onde ganhou vários títulos

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A HORA | Fim de semana, 20 e 21 de março de 2021

PAULO CEZAR KOHLRAUSCH

LUCAS REDECKER Deputado Federal PSDB/RS

ARTIGO

Diagnóstico da AME no teste do pezinho é um avanço histórico

A

provamos na última semana, na Câmara Federal, o projeto que amplia as doenças detectadas pelo teste do pezinho. Nessa ampliação, será incluída a detecção da Atrofia Muscular Espinhal (AME), doença rara neuromuscular que causa a degeneração e perda de neurônios motores da medula espinhal e do tronco cerebral, resultando em fraqueza muscular progressiva e atrofia.

“Quando o parlamento se une e trabalha por uma causa sem fazer distinções entre direita e esquerda, oposição e situação (...), a sociedade brasileira sai vitoriosa.”

A inclusão de diagnóstico da AME ocorreu por meio de emenda que apresentei ao projeto de lei da ampliação de detecção de doenças realizado em recém-nascidos. Me empenhei trabalhando nessa causa por reconhecer a importância vital do diagnóstico precoce

que possibilita que milhares de crianças tenham uma vida digna e com qualidade ao fazer o tratamento correto.

Além da emenda, fiz uma petição online que recebeu mais de 14 mil assinaturas de pessoas manifestando-se favoráveis à adição da detecção da AME no teste ampliado do pezinho. É importante ressaltar que, a celeridade no início de tratamento adequado também reduz gastos na saúde pública com internações e tratamentos que não teriam a eficácia por não se adequarem aos pacientes com Atrofia Muscular Espinhal.

Quando o parlamento se une e trabalha por uma causa sem fazer distinções entre direita e esquerda, oposição e situação, e conseguimos fazer um acordo colocando o interesse da população, a saúde pública, o bem-estar das pessoas em primeiro lugar, a sociedade brasileira sai vitoriosa. Foi isso que vimos na terça-feira, 23, na Câmara Federal. Conquistamos um avanço histórico na saúde.

O projeto de ampliação do teste do pezinho segue para aprovação no Senado Federal.

Após aprovado na Casa, sancionado e publicado, terá um ano para entrar em vigor. O diagnóstico da AME estará na etapa cinco da implementação do teste ampliado.

Prefeito de Santa Clara do Sul e presidente da Amvat

ARTIGO

Educar é o segredo

N

este momento em que estreio minha participação mensal como colunista do Jornal A Hora, um veículo de comunicação com tamanha abrangência e credibilidade, quero destacar a minha satisfação de poder compartilhar algumas experiências adquiridas ao longo dos 58 anos de vida. Com muita responsabilidade, vou abordar temas com os quais tenho maior familiaridade pela prática e formação, como liderança, gestão pública, inovação e desenvolvimento humano, que pautam a minha atuação como prefeito e agora presidente da Amvat. Minha pretensão é de que esse espaço seja interativo, estando aberto a sugestões e questionamentos dos leitores.

“A preocupação não será mais a falta de emprego, mas sim a carência de pessoas qualificadas para o trabalho, muito do que já se percebe hoje.”

O assunto que escolhi para começarmos a nossa reflexão é a educação. Para exemplificar a importância deste tema cito a minha história de vida. Para um menino que cresceu jogando futebol e vendendo picolé, mais tarde se tornou um operador de máquinas e até os 28 anos não havia concluído o Ensino Fundamental, a educação teve um papel transformador.

O caminho percorrido até aqui, agora exercendo pela quarta fez o mandato de prefeito de Santa Clara do Sul, foi de muito trabalho, dedicação e, sobretudo, de muito aprendizado. A educação ampliou a minha visão de mundo e me possibilitou construir uma vida equilibrada tanto no espectro pessoal como profissional.

No momento estamos vivenciando tempos difíceis, potencializados pela pandemia e pela rápida evolução tecnológica, que têm modificado drasticamente a vida das pessoas. A forma de sentir, pensar e agir já não são as mesmas. Cada vez mais, estamos terceirizando a nossa capacidade de raciocínio para aplicativos e utilizando pensamentos e opiniões “emprestados” das redes sociais, o que acaba diminuindo nossa capacidade de aprofundamento e concentração, nos fragilizando enquanto seres humanos e limitando a nossa possibilidade de aproveitar a vida no seu potencial máximo.

No livro “Sapiens”, o historiador e filósofo Yuval Harari argumenta que o grande desafio social será encontrar uma alternativa de manter ativas no mercado de trabalho cerca de 800 milhões de pessoas que não estarão preparadas para esse novo tempo. Com o avanço tecnológico, robotização e inteligência artificial, muitas atividades exercidas hoje irão desaparecer num futuro breve e as novas ocupações dependerão de profissionais altamente preparados. Com isso, a preocupação não será mais a falta de emprego, mas sim a carência de pessoas qualificadas para o trabalho, muito do que já se percebe hoje.

Um cenário desafiador que corrobora a importância de sairmos do campo do discurso e colocarmos em prática nossos esforços de estímulo à educação. E é neste sentido que estamos elaborando um programa inovador em Santa Clara do Sul, denominado de Educação Para Todos. O objetivo é quebrar o paradigma de que o município deve se preocupar apenas com o Ensino Fundamental.

Escolarização, capacitação profissional e educação comportamental para todas as idades são os pilares do programa que aprofundaremos em outra oportunidade e servirão de base para alavancarmos ainda mais a nossa comunidade. A educação, sem dúvida, é a melhor estratégia para o desenvolvimento. Um forte abraço a todos e até breve!

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A HORA | Fim de semana, 27 e 28 de março de 2021

SÉRGIO R. SANT’ANNA Publicitário e professor da Faculdade La Salle

E

ARTIGO

De 1984 aos 300 mil de hoje

ra uma tarde de abril e o centro da cidade do Rio de Janeiro se apinhava de gente em direção à Igreja da Candelária. A manifestação das Diretas Já estava sendo considerada a maior manifestação política já vivida no Brasil. Corria o ano de 1984 e cerca de 1 milhão de pessoas reunia-se para o comício que pleiteava as primeiras eleições diretas para presidente, após 20 anos de regime militar sem direito a voto para os executivos federal, estadual, municipal e também para senadores. Eu cursava o terceiro ano do ensino médio numa escola de classe média na Zona Norte da cidade, logo ali, há poucos quilômetros da Central do Brasil e da Avenida Presidente Vargas, onde haveria o evento. Fomos a pé, uns cem alunos, professores e até diretores. Muitos andavam abraçados e cantamos Milton Nascimento, Geraldo Vandré, Gilberto Gil. Legião Urbana ainda nem havia lançado disco, mas certamente esse movimento foi inspiração para muitas bandas de Brasília e para o rock gaúcho.

“A distopia criada pelo inglês em 1949 nos parece cada vez mais atual (...), inclusive pela própria dificuldade que muitas vezes temos para entender a verdade.”

Seria simples saudosismo, lembrança de uma bem-aventurada adolescência em terras cariocas se esta sensação de conquista frustrada não batesse frequentemente à minha porta. Pois, claro, as Diretas Já não rolaram. A eleição terminou sendo indireta, realizada pelo Colégio Eleitoral. Bem, ganhou Tancredo Neves, a melhor opção diante de um Paulo Maluf. Ganhou, mas não levou. Infelizmente Tancredo faleceu antes de tomar posse e ficamos com o vice, José Sarney. Mas isso é história, deve constar nos livros da gurizada. O que me atormenta é quando a história muda, ou mudam a história.

Mil Novecentos e Oitenta e Quatro, o livro de George Orwell, sinaliza muito bem as transgressões que os regimes totalitários impõem à história, manifestando controle sobre a realidade, de modo que as percepções sejam alteradas e

a mentira passe a ser considerada verdade ao se tornar uma crença coletiva. Em artigo da revista Galileu, Marília Marasciulo traça um paralelo entre a publicação de Orwell e a atualidade brasileira, onde censura, redes sociais e fake news materializam espectros nefastos da nossa sociedade, como, por exemplo, aceitar duas crenças contraditórias ao mesmo tempo, mas sem noção de que se trata de uma contradição.

No livro, o Ministério da Verdade utiliza mecanismos para alterar ou destruir documentos, fotos, gravações e textos considerados inapropriados, na tentativa de dar a impressão de que algo nunca aconteceu. Qualquer semelhança com as nossas fake news ou vídeos deepfakes não é mera coincidência.

A distopia criada pelo inglês em 1949 nos parece cada vez mais atual – tanto que o título continua entre os mais lidos no mundo –, inclusive pela própria dificuldade que muitas vezes temos para entender a verdade. Ou simplesmente somos um grande objeto de manipulação ao bel-prazer dos que detêm o poder? Ou não causa estranheza metade da população brasileira ser levada a idolatrar um juiz pelas suas inestimáveis conquistas e, em algum momento, ter sua crença jogada no ralo... e a ótica ganha um novo olhar, e tudo que foi já não é mais.

Que não sejam apagados os registros de áudio e vídeo das frases que desconsideraram a pandemia, menosprezando seus impactos – contra tudo que era dito no mundo, principalmente no mundo desenvolvido –, com desrespeito e truculência às normas que a medicina considera adequadas.

Em 1984 não tivemos eleições diretas, mesmo assim evoluímos muito de lá pra cá, em tecnologia, ciência, entretenimento, relacionamentos, diversidade. O fato de não estarmos preparados para a pandemia sinaliza que esse processo de evolução deve ser contínuo. Investimentos em educação, pesquisa e inovação devem ser prioridade de governos – e de empresas. Trezentos mil brasileiros mortos não podem passar incólumes, são vidas perdidas, muitas vidas. Renato Russo, que foi levado pela pandemia da Aids (até hoje sem cura), simplesmente diria: “Que país é esse?”. E tem gente ainda achando que é tudo fake.

NEY ARRUDA FILHO

ney@jornalahora.inf.br

ARTIGO

Falta alguém?

M

inha mãe, Geny Arruda, foi professora de História no ensino fundamental. Foi na década de 1970, tempos difíceis pra se dialogar sobre fatos históricos.

Não tanto quanto agora, penso, mas olhando de longe, hoje, vejo como era complicado. Talvez por isso ela gostava de falar nos grandes eventos da primeira metade do século XX, especialmente as grandes guerras. Talvez, como mecanismo de defesa, ela tentasse não olhar pra o entorno. Talvez.

Em casa, sendo mãe, ela nunca deixava a faceta professora de lado.

Falávamos de todos os assuntos e, meu pai sendo advogado, temas de tribunal eram frequentes. Daí que juntando história e tribunal, os julgamentos de Nuremberg foram pauta muitas

“Nunca vivi uma guerra, mas o momento atual dá uma pequena amostra do que deve ser“ vezes. Recordando, nos idos de 1945, representantes das potências vencedoras da Segunda Guerra se reuniram na cidade de Nuremberg, na Alemanha, para julgar 24 homens, considerados criminosos de guerra nazistas. Primeiro ponto: a lógica da guerra é perversa, porque “quem mata mais” vence e quem “mata menos” perde. Segundo ponto: o que “matou mais” vira herói e julga o que “matou menos” como criminoso de guerra. O processo durou praticamente um ano e terminou com a condenação à morte de 12 dos acusados, 3 à prisão perpétua, 3 a penas que variavam de

10 a 30 anos de prisão, enquanto outros 3 foram absolvidos.

A mãe contava uma história do jornalista David Nasser, que se notabilizou pela publicação de uma série de denúncias contra Filinto Muller, sob o título “Falta Alguém em Nuremberg”. Filinto Muller, pra explicar, foi Chefe da Polícia no Distrito Federal durante o governo de Getúlio Vargas, entre 1930 e 1945. Ele também se destacou pela repressão aos opositores de Vargas, especialmente ao líder comunista Luis Carlos Prestes e sua mulher, Olga Benário. Ela foi enviada aos nazistas, quando estava grávida de Anita Leocádia, onde mais tarde morreria no campo de concentração de Bernburg. Durante muito tempo, David Nasser acusou Filinto Muller de crimes contra a humanidade, indicando seu nome para um pretenso novo julgamento em Nuremberg. Apesar de terem sido formadas comissões no Congresso Nacional para apurar as denúncias, Filinto nunca foi punido por seus crimes. Assim, ele pode continuar sua “prestigiosa” carreira como político, vindo a falecer em 1975, em um acidente de avião.

Em novembro passado a minha mãe faleceu, vítima de covid. Agora em março, também perdemos meu sogro. Eles e mais de 300 mil outras vidas que se foram. Para alguns, tudo armação da “grande mídia oportunista”. Para outros tantos, uma dor que não cansa de doer. Nunca vivi uma guerra, mas o momento atual dá uma pequena amostra do que deve ser. Quando tudo isso acabar, talvez seja necessário constituir um tribunal.

Nomeados os réus, David Nasser perguntaria: falta alguém?

Fim de semana,

27 e 28 de março de 2021

MÍN: 22º MÁX: 28º

DIVULGAÇÃO

ATLETISMO

RUMO AOS

JOGOS OLÍMPICOS De olho em uma das vagas, Jaque Weber disputa a primeira competição internacional em 2021

J

aqueline Weber já está em Concepcion del Uruguay, na Argentina, para disputar as primeiras etapas do Grand Prix Sul Americano. O circuito é o principal da América do Sul e contará com os melhores atletas do continente.

Atleta da AMO/Unimed/ Miller/Cooperativa Languiru

Sol com algumas nuvens. Chove rápido durante o dia e à noite.

competirá neste sábado a prova dos 1500 metros. A prova está prevista para acontecer às 16h20min. “Estou muito feliz em poder voltar a competir eventos internacionais.”

A atleta comenta que mesmo tendo que alterar a preparação, está focada para disputa as competições dentro da melhor forma possível.

“Esta será uma boa oportunidade para aferirmos oficialmente minhas marcas, e buscar voltar a ter competitividade, já que no ano passado, eu pude correr oficialmente apenas no Troféu Brasil”, relata a atleta.

Jaque viajou acompanhada de seu treinador, Fabiano

Peçanha. Ambos passaram por testes de PCR antes da viagem, e realizarão exames para retornar ao Brasil. A autorização para entrada no país vizinho, só aconteceu devido ao convite e autorização do governo local. A competição seguirá todos protocolos sanitários adequados.

Jaqueline está desde sextafeira na Argentina, onde participa das provas do Grand Prix Sul Americano