A Hora - 16/01/2020

A HORA | Fim de semana, 16 e 17 de janeiro de 2021 | Ano 18 - Nº 2758 | Fechamento da edição: 19h

Avulso: R$ 6,00

Férias em casa Piratini prepara concessão de rodovias estaduais PLANO DE DESESTATIZAÇÃO

Com pandemia, muita gente preferiu adiar as férias ou aproveitar o descanso em casa. Confira dicas para se divertir no conforto do lar

O governo do estado avança no plano de concessões e parcerias que promete inaugurar um novo ciclo de investimentos e qualificação da malha rodoviária gaúcha. Até maio, um novo modelo

de pedágios deve ser definido. A estratégia conta com a participação do BNDES e prevê transferência das três praças da EGR na região. Leilão será em janeiro do próximo ano.

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A seita misteriosa que habitou o interior do Vale MATHEUS CHAPARINI

Conheça a história dos Monges do Pinheirinho, movimento messiânico massacrado pela polícia, em 1902 OPINIÃO ADAIR WEISS

Emoção X razão

Vale mais o sentimento do que a realidade dos fatos em si.

OPINIÃO RODRIGO MARTINI

Trevo da BRF Prefeito voltou otimista de reuniões na capital sobre gargalo de Lajeado.

M

estiços, pobres e maltrapilhos. Um grupo de religiosos se instalou junto à margem do rio Taquari, na localidade de Pinheirinho, interior de Roca Sales. Com fé e hábitos diferentes da comunidade local,

os seguidores do Monge Chico causaram estranheza e medo entre os imigrantes italianos da região alta do Vale. Registros históricos revelam detalhes desse episódio, que virou livro e objeto de estudo.

Páginas 8, 9 e 10

Descendente do grupo, Olimpio Lisboa, 69, conta o que sabe sobre o intrigante episódio da história regional

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A HORA | Fim de semana, 16 e 17 de janeiro de 2021

ABRE ASPAS

EDITORIAL

“A fotografia tem o poder de eternizar as pessoas” MANUELA KUNZLER

A paixão pela fotografia acompanha a moradora de Arroio do Meio, Ana Júlia Kunzler, desde a infância. O que iniciou como um hobby se tornou uma profissão. Aos 23 anos, a fotógrafa vive de eternizar bons momentos.

Depois de trabalhar quatro anos em um estúdio, fundou a Nidulá Fotografia, especializada em fotos afetivas.

CAETANO PRETTO caetano@jornalahora.inf.br

Qual a sua primeira lembrança com a fotografia?

Quando penso nas primeiras lembranças, me recordo dos bons momentos vividos na infância, e que foram registrados com muito carinho pelos meus pais, que sempre deram muito valor para a fotografia. Tenho inúmeros registros caseiros, feitos por eles mesmos, e outros feitos em estúdio fotográfico. Com certeza este é um dos motivos que me fazem amar tanto a fotografia.

Quando foi que se apaixonou por esta arte?

Desde adolescente sempre tive gosto pela fotografia. No início era um hobby, mas sempre fui incentivada pelos meus pais. Aos 12 anos ganhei minha primeira câmera semi profissional. Iniciei fotografando a natureza, os encontros em família e acompanhei o crescimento da minha afilhada. Sempre fui apaixonada por crianças, e quando descobri que poderia unir a paixão pelos bebês e pela fotografia em um único trabalho, o que antes era um hobby se tornou a profissão.

Como foi o seu início profissional?

Em 2018 me formei em Fotografia pela Univates. Em 2016 iniciei o meu primeiro emprego em um estúdio de fotografia, em

Lajeado. Lá, atuei durante quase 4 anos, e em 2020 senti necessidade de algo novo, e depois de muito planejamento, a Nidulá nasceu.

De onde surgiu o nome Nidulá?

Nidulá tem origem do latim “nidus”, que significa ninho. É no ninho que acontecem os momentos mais relaxados, verdadeiros e cheios de amor em uma família. É sobre registros delicados, onde a fotógrafa se insere no local mais íntimo e particular dessa família, em busca de registros repletos de sentimentos, para mostrar toda a beleza e amor que há naquele lugar.

O que é que te cativa na fotografia?

O que faz eu me apaixonar todos os dias, é que a fotografia tem o poder de eternizar as pessoas e os momentos especiais da nossa vida. As fotografias têm um valor inestimável, elas despertam um sentimento novo a cada vez que são vistas e proporcionam momentos especiais em família. Já pensou como seria a nossa

Contatos eletrônicos: Diretor Executivo: Adair Weiss Diretor de Mercado e Estratégia: Fernando Weiss Diretor de Marketing e Inovação: Sandro Lucas Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

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história, se não tivéssemos as fotografias para relembrar de cada detalhe?

Tem algum ensaio que seja o mais especial para você?

Todos os ensaios tem um valor muito especial e me trazem muitas lembranças boas de cada família que tive a oportunidade de conhecer. Mas tem uma fotografia que me deixa emocionada que é a de um nascimento, no momento em que o bebê acaba de nascer, e pude registrar o primeiro choro do bebê e a emoção da mãe ao ver o seu filho pela primeira vez, ambos em uma única foto.

Se tivesse que definir um sonho na profissão, qual seria?

Minha meta é ser reconhecida pelo meu trabalho, além de tornar material a realização dos sonhos das famílias. Além disso, espero que as pessoas entendam ainda mais o valor que a fotografia tem e representa na vida de todos nós. Afinal, os momentos e as pessoas passam, mas as fotografias mantém as memórias acesas para sempre.

Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores.

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Caminho natural da desestatização

O

governo do estado avança no seu plano de concessões e privatizações. Diante das dificuldades orçamentárias históricas do Piratini, trata-se de um movimento natural, ainda mais num momento em que a sociedade clama por eficiência e austeridade por parte do poder público.

Na região, a grande expectativa é relacionada às rodovias estaduais.

Em especial, as ERSs 129, 130 e RSC 453. Três estradas fundamentais, não apenas para a mobilidade regional entre as principais cidades, mas ao escoamento de uma das regiões mais produtivas do Rio Grande do Sul. Não é de hoje que líderes empresariais reivindicam melhorias nas condições de infraestrutura logística local. O tema já foi levado inúmeras vezes ao centro de poder em Porto Alegre, mas pouco se efetivou nos últimos anos. A recente concessão da ERS-287 (que passa por Tabaí), há algumas semanas, porém, abre o caminho ao movimento desejado pelo empresariado local.

“Passar a administração dessas rodovias à iniciativa privada consiste na saída mais racional em meio à atual conjuntura.”

Até então geridas pela EGR desde 2013, as rodovias arrecadam altos valores por meio das praças de pedágio, mas a comunidade local pouco visualiza investimentos voltados para o Vale do Taquari. Inúmeros já foram os embates entre o órgão e as entidades regionais, e pouquíssimos foram os avanços obtidos.

Conforme estudos do Codevat, o quilômetro rodado nas rodovias do Vale está entre os mais caros do RS: R$ 0,30. Mesmo assim, é uma das áreas que menos recebe a atenção do Estado, seja em termos de obras estruturais ou de meros serviços de manutenção. Buracos na pista, ausência de sinalização e trechos quase intrafegáveis já fazem parte da rotina da comunidade.

O fato é que, em meio à crônica penúria das contas públicas estaduais, o Piratini não tem condições de manter os investimentos necessários na malha rodoviária, de modo a garantir a trafegabilidade e a segurança exigidas pelo Vale do Taquari. Passar a administração dessas rodovias à iniciativa privada consiste na saída mais racional em meio à atual conjuntura.

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ADAIR WEISS Sugestões, críticas, contrapontos: adairweiss@jornalahora.inf.br

“Craques” em desfazer o churrasqueiro, sem experimentar o assado Ter resiliência para separar a emoção da razão sempre foi um desafio. E, ultimamente, cresce o valor do sentimento sobre a realidade, num raso preconceito

A

nalisar os sentimentos e cotejá-los com a verdade nua e crua, desafia o ser humano ao longo da vida civilizada. Desde a infância até a juventude, nossas emoções costumam ser mais afloradas e, muitas vezes, se sobrepõem à razão. Rebeldia sem causa, ignorância inconsciente ou birra infantil, são características da nossa imaturidade.

Todos nós, com raríssimas exceções, experimentamos estes comportamentos na primeira fase da vida.

O problema é quando esta fase não passa e adentra para gerações que, via de regra, deveriam possuir a capacidade de resiliência e conviver melhor com o contraditório.

Por mais que não gostemos de algo, devemos nos esforçar para compreender que opinião, cada um tem a sua.

Portanto, certa ou errada, quase sempre, ela depende do ângulo em que observamos.

A estruturação do pensamento é algo necessário e virtuoso no ser humano. Quando deixamos de fazê-lo, nos tornamos menos conscientes da realidade, ou daquilo em nossa volta. Corremos o risco de, exageradamente, descambar para as emoções e, assim, potencializar sentimentos

e anular, completamente, nossa visão sobre quem pensa diferente. Por vezes, até cortar relacionamentos ou causar conflitos infantis.

Tenho percebido este fenômeno crescente, especialmente, nos grupos de whatsapp, dos quais já declinei de vários. “Verdades absolutas”, intolerância, falta de empatia e desinformação impedem cotejar a opinião alheia ou a própria realidade do fato em si. É mais ou menos assim: “se é o fulano quem disse, então não dou a mínima, nem quero ouvir, ler ou saber nada”. Simples e ignorante assim!

Este comportamento preconceituoso sobre as coisas, as pessoas e as circunstâncias elevam o grau de desinformação e nos deixam piores enquanto sociedade.

Ora escuto investidas contra a direita, noutra, críticas desmedidas contra setores da esquerda. Cada qual “agarrado” para acreditar na sua “verdade”. E o pior: tentando desfazer o outro com base no acúmulo de estímulos seletivos – verdadeiros ou falsos -, a ponto de desinteressar-se, completamente, pela outra parte.

Aqui cabe a analogia com o churrasco, para descontrair um pouco: desfazer o sabor

Este comportamento preconceituoso sobre as coisas, as pessoas e as circunstâncias elevam o grau de desinformação e nos deixam piores enquanto sociedade. “

do assado do churrasqueiro, sem experimentá-lo, é algo completamente sem noção.

Ou, no mínimo, injusto.

Mas, ultimamente, a crítica ao sabor do churrasco mirou o churrasqueiro, simplesmente, por que alguém ouviu dizer, que o churrasqueiro não presta. Checar se é verdade, não importa…, muito menos o sabor do assado.

Ouço, vejo e leio sobre o impeachment do presidente Donald Trump nos EUA. De um lado, a narrativa de queda orquestrada; de outro, o veredito de que Trump não aceitou perder o cargo e quer dar um golpe na democracia.

Afinal, em quem acreditar, quando existem provas suficientes de erros e interesses em todos os lados.

Trump teve cassada sua conta no Twitter, quando milhares continuam a vociferar sem o mesmo critério; a grande mídia não transmite nada ao vivo, apenas frases seletivas do presidente. De repente, o homem mais poderoso do Planeta ficou sem canal de comunicação. Foi silenciado.

Por quê, qual o medo? Se é tão ruim, então “dê corda para se enforcar”, recomenda o sábio ditado popular.

Verdadeiramente, não me sinto seguro, nem capacitado

para emitir julgamento sobre o presidente americano.

Estou impedido de pesquisar e ouvir seus argumentos, sejam eles bons ou ruins. A internet, “democrática” o bloqueou. Ou seja, minha possibilidade de emitir juízo de valor sobre o presidente agora será apenas com base no que os “outros” interpretam e me dirão.

Esta semana ouvi uma live do presidente Bolsonaro.

Foi um exercício jornalístico e de cidadania. Assisti, atentamente, e pude saber de uma série de programas e projetos interessantes que o governo lançou. Diferente, na imprensa escutei, li ou vi quase nada sobre temas de grande interesse nacional.

O que repetidas vezes pude ler ou ouvir foi “o Brasil está quebrado”. Isso repercutiu em todos os canais, só para citar um exemplo.

Não temo pela democracia republicana. Temo pela ignorância e intolerância social.

Onde cada um quer acreditar no que lhe convém, ainda que muitas vezes se trate de completo absurdo. Afinal, não importa a realidade em si, mas o sentimento acerca dela.

E isso é perigoso, para dizer o mínimo.

Bom fim de semana a todos!

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A HORA | Quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

MESMO SEM PREVISÃO

Lajeado tem agulhas e RODRIGO MARTINI seringas para 48 mil doses Otimismo contra o caos Já em Brasília Sugestões, críticas, contrapontos: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

Com menos de duas semanas A viagem da dupla passou Governo local adquiriu itens e cria planejamento próprio para aplicação do imunizante. de novo mandato, a presidente por gabinetes e assessores reMinistério da Saúde ainda nãodopassou sobre de do vacinação Legislativoinformações de Encantado, ceberamplano ofícios. Além fato

MATHEUS CHAPARINI matheus@jornalahora.inf.br

LAJEADO

M

esmo que o Governo Federal ainda não tenha uma data definida para oO início da vacinação, o Execuprefeito de Lajeado esteve tivo de Lajeado organiza em Porto Alegre na quinta-feira. seu planejamento para a agenda aplicação Marcelo Caumo cumpriu do imunizante.

De acordo com o com o Presidente da Assembleia secretário municipal da Saúde, Legislativa, Ernani Polo. Na pauta, Klein, entre o município disoCláudio entroncamento a ERS-130, põe de 77 mil seringas e 48 mil a ERS-421 e a Rua Carlos Spohr Fiagulhas especificamente para lho, no famigerado “Trevo da BRF”.a aplicação do imunizante contra O gestor lajeadense voltou otimista a covid-19. do encontro. Polo, que pode assumir Os itens, adquiridos o Governo do Estado duranteem as novembro, são suficienférias do governador e do vice, teve tes para na a parceria vacinação participação realizada imediata de 48 mil pes-em com a empresa John Deere, soas, assim(RS), que as Horizontina quedoses vai custear cheguem ao município. o novo anel viário em um trecho de explica seteKlein quilômetros entreque a RS-305 e a geralmente as vaci-o investiRS-342, e poderá abater nas distribuídas mento do ICMS. pelo Ministério da Saúde a estados e municípios já vêm com seringa e agulha. No entanto, ainda não há essa confirmação em relação à vacina contra a covid-19.

“Fizemos umCoordenador capricho, para Fábio Hirsch, de ter um estoque a mais.

Mas a Engenharia da CCR ViaSul, conexpectativa é que a seringa firma que o projeto original de e agulha venham junto com duplicação entre Lajeado e Mar-a vacina”, diz. ques de Souza não contempla A marginais falta de informação vias no trechodificulta maro planejamento.

Klein afirmou quesouzense. A reinvindicação o município ainda não reéque do novo prefeito do município, cebeu nenhuma orientação esFábio Mertz, que não participou pecífica sobre como funcionará das negociações para a concesa distribuição doses do imusão.

Segundo odas representante da

nizante, mas acredita que será utilizada estratégia semelhante à da vacinação contra a gripe.

“Nós entendemos que a campanha vai seguir os moldes de outras que fizemos, principalmente a da gripe. Ou seja, a gente vai vacinar em todos os postos disponíveis para vacinação e criar várias daA ideia é realizar o mesmo tas específicas, os chamados processo em Lajeado. A BRF será Dias D de vacinação”, afirma. responsável pelo custeio da obra.

A empresa contrata a empresa que Experiência executa a obra, e a fiscalização fica ema responsabilidade vacinaçãodo estado e sob do município. O projeto prevê uma O secretário que o passagem inferior,afirma construção depaís está entre os melhores do vias marginais, e a consequentemundo em termos expertise para extinção da rótula.deEstá orçado em vacinação.

“Temos vacinapouco mais de R$ 10 milhões. E o dores treinados em todos prefeito quer finalizar o processo os postos de vacinação. ainda em 2021. Afinal, teremos Chega no oueleições em 2022.aÉvacina uma lutae necestro dia podemos estar sária e, aliás, ainda carece de maior aplicando sem montar envolvimento por parte do Executivo estrutura.

Deixar de Santa Clara do Sul, um municícom o Ministério da pio cuja população será diretamente Saúde e a Anvisa é beneficiada com a obra. super importante”, afirma.

A aplicação das doses deve ser feita nos postos de saúde. O município dispõe de 16 postos aptos a realizarem a vacinação.

Duplicação da BR-386

concessionária responsável pela BR-386, as obras de duplicação Uso emergencial contemplam uma série de outras O secretário explica que, caso obras de arte (pontes e afins) seja realizado o uso da vacina naquele município e, qualquer em caráter emergencial, o pronova intervenção que venha cedimento requer um registro a ser acrescida ao contrato, completo, para formação de um inevitavelmente, vai repercutir cadastro individualizado no valor da tarifa de todos ose assinatura deÉum banco motoristas. umtermo. debateO que deve conter informações como está longe de terminar!

Andresa Cristina de Souza (MDB), a “Yê”, e o vereador Marino Deves (PP), já fizeram a primeira “peregrinação nos gabinetes dos deputados federais na busca de recursos para o município”, conforme texto extraído do site da Câmara.

em si alimentar o sistema de emendas parlamentares, resta a pergunta: se a iniciativa privada já percebeu as facilidades – e a economia – dos encontros e mecanismos virtuais, por que o Poder Público não consegue seguir o bom exemplo?

FÁBIO KUHN

Corsan tenta reagir No Vale do Taquari, a Companhia Rio-Grandense de Saneamento (Corsan) é alvo de duras críticas faz anos. Não foram poucas as ameaças de rompimento de contrato por parte de prefeitos e secretários municipais. Aliás, muitas dessas ameaças persistem. Nos últimos dias, o problema vem assolando algumas famílias do bairro Santo Antônio, em Lajeado, uma das localidades mais vulneráveis e desguarnecidas em toda a nossa região. Com o forte calor, e em meio à pior crise sanitária da nossa geração, cada minuto sem água se torna uma eternidade desumana e imperdoável.

CorsanAgulhas tenta reagir e seringas foram II

água no bairro Santo Antônio. E os locais não se encontram na parte mais carente do bairro, avisa a direção da Corsan. Da mesma forma, a companhia promete cobrar, junto à RGE, uma maior agilidade e prioridade no atendimento em momentos de queda repentina de energia.

Corsan tenta reagir III

Mas ainda é pouco. Ao longo desse atual contrato entre Governo de Lajeado e Corsan, pouco efetivamente foi concluído no que se refere ao tratamento de esgoto, por exemplo. Em 2009, foi inaugurada a única Estação de Tratamento de Esgoto (ETE).

Hoje, ela atende cerca e 300 economias, e possui capacidade para mais 1,2 mil. É pouco. Em 2014, a Corsan anunciava nova ETE. Anos depois, as promessas se renovaram e nada saiu do papel até o momento. A promessa, agora, é construir uma nova estação na área que fica nos fundos da empresa BRF. Vamos torcer!

A Corsan reage às e busca culpados. adquiridas emcríticas novembro e estão Nessa sexta-feira, chegou a informação na Central de Vacinasde que a companhia vai endurecer a fiscalização contra os chamados “furtos de água”. Isso mesmo. Os funcionários da empresa encontraram pontos com o local onde a pessoa foi vacinamangueiras irregulares que desviam o curso da da e o lote da dose utilizada.

Ainda não se sabe quais as informações exatas que constarão no cadastro. Klein estima que o procedimento pode fazer com que a vacinação um Elmar poucoSchneider anuncia.

Prefeito deseja Estrela, mais “Estamos demoradaarticulando que a da gripe, junto ao Governo do Estado e por exemplo, cerca deo projeto de construção Ministériolevando da Infraestrutura minutos cadanova aplicação. de uma ponte de concreto e de duas vias para temperatura entre 2ºC e 8ºC. este local de fluxo intenso de veículos, e assim também Cada uma tem capacidade para possibilitar a passagens de caminhões e ônibus com Armazenamento armazenar cerca a nova ponte”. O anúncio ocorreu após as reformasde 25 mil doses O município de na 26 Ponte câ- decada, parte dessa estrutue liberação dispõe do tráfego Ferromas da RS-129, marasentre frias capazes de manter ra está em Linha São José e o Bairro Boa União. uso. De acordo com

Nova ponte

Klein, duas câmaras estão fora de uso, separadas para a vacinação. “Tenho certeza de que a capacidade de armazenamento é bem tranquila”, avalia.

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ram divulgados.

Os locais de prova serão o Colégio Martin Luther, Escola Estadual de Educação Básica Vidal de Negreiros e o Instituto Estadual de Educação Estrela da Manha.

Conforme a organizadora da prova no município, Loiva Fernandes, foram disponibilizadas o dobro de salas do que as edições anteriores, já que a ocupação máxima será de 50% da capacidade.

Enem no Brasil

Univates será o único local de provas em Lajeado

Provas do Enem iniciam neste domingo Após disputa judicial, as datas do Enem 2020 foram mantidas para os próximos domingos, dias 17 e 24 janeiro

RAMIRO BRITES ramiro@grupoahora.net.br

VALE DO TAQUARI

N

o próximo domingo, 17, milhões de estudantes vão fazer a primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020.

Após disputa entre a Defensoria Pública e o Tribunal Regional Federal de São Paulo, as datas da prova foram mantidas pela justiça paulista. O Enem, no entanto, será diferente, tanto para a preparação com para aplicação da prova.

Em Lajeado, as provas serão concentradas na Universidade

do Vale do Taquari (Univates).

Serão pouco mais de 1,4 mil concorrentes que realizarão o exame nos prédios 1,3 e 7. Cerca de 52 salas foram disponibilizadas pela instituição de ensino superior para a realização da prova.

Conforme a Univates, os protocolos de segurança são os mesmos de qualquer evento que ocorra no período de pandemia.

Está previsto o distanciamento social, uso obrigatório de máscara, álcool em gel e também será medida a temperatura na entrada dos prédios.

Caso alguém apresente temperatura corporal acima do normal será dispensado, sob responsabilidade do Minsitério da Educação (MEC).

Três escolas em Estrela

O número de estudantes que farão a prova em Estrela não fo-

Ao todo, cerca de 5,8 milhões de estudantes estão inscritos para fazer as provas. O Enem 2020 terá uma versão impressa, nos dias 17 e 24 de janeiro, e uma digital, realizada de forma piloto para 96 mil candidatos, nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.

As medidas de segurança adotadas em relação à pandemia do novo coronavírus serão as mesmas tanto no Enem impresso quanto no digital. Haverá, por exemplo, um número reduzido de estudantes por sala, para garantir o distanciamento entre os participantes. Durante todo o tempo de realização da prova, os candidatos estarão obrigados a usar máscaras de proteção da forma correta, tapando o nariz e a boca, sob pena de serem eliminados do exame. Além disso, o álcool em gel estará disponível em todos os locais de aplicação.

Quem for diagnosticado com covid-19, ou apresentar sintomas dessa ou de outras doenças infectocontagiosas até a data do exame, não deverá comparecer ao local de prova e sim entrar em contato com o Inep pela Página do Participante, ou pelo telefone 0800-616161, e terá direito a fazer a prova na data de reaplicação do Enem, nos dias 23 e 24 de fevereiro.

Vale do Taquari tem segunda pior nota do RS Das 21 regiões covid, só Caxias do Sul ficou em bandeira laranja.

Apenas Santa Cruz do Sul teve desempenho pior do que a região Lajeado VALE DO TAQUARI

A região de Lajeado foi classificada em bandeira vermelha pelo governo do Estado no mapa preliminar do Distanciamento Controlado divulgado nessa sexta-feira.

Assim como a área de Santo Ângelo, a média ponderada atribuída ao Vale do Taquari foi de 1,83. A região de Santa Cruz do Sul teve nota 1,93. As demais tiveram de-

sempenho melhor. Para atingir a bandeira preta, a média deve alcançar 2,5.

Regra 0-0 De acordo com o mapa preliminar da 37ª rodada, 448 municípios (do total de 497) estão classificados em bandeira vermelha, somando 10,1 milhões de habitantes, o que corresponde a 89,5% da população gaúcha (total de 11,3 milhões de habitantes).

Desses, 157 municípios (658,3 mil habitantes, 5,8% da população gaúcha) podem adotar protocolos de bandeira laranja, porque cumprem os critérios da Regra 0-0, ou seja, não têm registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias, desde que a prefeitura crie um regulamento local.

No Vale do Taquari, 13 municípios terão regras menos rígidas. São eles: Capitão Dois Lajeados Fazenda Vilanova Forquetinha Imigrante Nova Bréscia Poço das Antas Pouso Novo Relvado São José do Herval São Valentim do Sul Travesseiro Vespasiano Correa

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CONCESSÕES E PARCERIAS

Novo modelo de pedágio será conhecido em maio Plano de desestatização conta com participação do BNDES e prevê transferência das três praças da EGR na região. Leilão será em janeiro do próximo ano

FILIPE FALEIRO/ARQUIVO A HORA

Olhar para o futuro

Publicação do edital de concessão;

O presidente da cooperativa Valelog, Adelar Steffler, ressalta as limitações das rodovias gaúchas. “As pistas não têm capacidade e nem tamanho.

Para a logística quanto mais eixos, mais barato é o transporte.”

Na avaliação dele, a concessão precisa resolver os problemas atuais, em especial na ERS-130 e também prever o que vai acontecer nos próximos anos no que se refere a produção e logística.

“Temos de olhar para o futuro.”

Essa preocupação também faz parte da análise do diretor da Girando Sol, de Arroio do Meio, Gilmar Borscheid. Em reuniões com o governador, relembra, foi garantido que a 130 seria duplicada.

“Tendo a concessão, precisamos ver o conteúdo desse estudo, para saber se nossas demandas serão atendidas. Sabemos que é uma obra grande.”

Segundo ele, um dos principais gargalos está entre Lajeado e Arroio do Meio. “São seis quilômetros e por vezes levamos meia hora neste trajeto.”

Janeiro/2022

Logística travada

FILIPE FALEIRO filipe@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

O

Estado avança sobre a extinção da EGR e o primeiro passo foi o leilão da ERS287, rodovia que passa por Tabaí. Com o leilão homologado, se tem uma prévia do que está por vir para as ERSs-130, 453 e 129.

Os próximos movimentos quanto ao sistema de pedágios para o RS foram apresentados nesta semana pelo governo do Estado. A previsão é que os estudos de viabilidade econômica sejam apresentados à sociedade em maio. Já o processo de leilão deve ocorrer em janeiro do próximo ano.

De acordo com o Piratini, só a partir das concessões será viável manter investimentos em melhorias na infraestrutura das estradas, como recapeamentos e duplicações. Antes da chegada da covid-19, havia a perspectiva dos leilões ainda neste ano.

Mas com o avanço da doença, esses prazos foram revisados.

no trecho de Encantado, passando por Arroio do Meio, até Lajeado. Pela análise local, a falta de investimentos na rodovia atrapalha o desenvolvimento econômico e social do Vale e do RS. Por dia, estima-se que mais de 28 mil veículos transitam no trecho de Encantado, passando por Arroio do Meio, Lajeado e Cruzeiro do Sul. “Há diversas indústrias em operação nas margens da rodovia.

Diante do alto fluxo e das limitações da pista simples, é impossível ampliar a capacidade produtiva”, afirma o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Arroio do Meio, Adailton Cé.

De acordo com ele, a prioridade deve ser ampliar a capacidade de fluxo da pista. Em cima disso, Cé questiona: “para nós, agora a principal pergunta é saber quantos pedágios vão ter?”

ERS-130, entre Arroio do Meio e Lajeado, é um dos pontos com maior fluxo de veículos.

Plano para ampliação da pista depende do contrato de concessão dos pedágios

Pela análise do governo, não é viável lançar um único modelo para substituir com agilidade os mais de 700 quilômetros mantidos pela EGR e os 396 do Daer, pois trechos com alto fluxo e alta rentabilidade teriam diversas interessadas enquanto rodovias com menor potencial econômico seriam deixadas de lado. O ideal seria unir trechos rentáveis com outros de menor movimento, como uma forma de equilibrar o interesse das concessionárias.

Expectativa regional sobre a 130

Entidades de classe da região alertam quanto a situação da ERS 130,

Planejamento para as concessões Janeiro/2020

Assinatura do processo com o BNDES (concluído)

Fevereiro/2020

Início dos estudos de modelagem de concessão das rodovias;

Maio/2021

Conclusão dos estudos e encaminhamento para análise pública;

Setembro/2021 Leilão das rodovias;

1151,6 km de rodovias

758 km 393,6 km

administrados pela EGR

administrados pelo DAER

Em 2018, especialistas em infraestrutura apresentaram ao Estado o Plano Estadual de Logística de Transportes (Pelt-RS). O documento tinha como uma das prioridades o aumento da capacidade em diversas rodovias. Do contrário, haveria um colapso no fluxo de transportes.

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O MASSACRE DE No início do século XX, um grupo de pessoas se instalou em uma área da localidade de Pinheirinho, em Roca Sales, na região alta do Vale do Taquari. Eram seguidores de um religioso conhecido como Monge Chico. A presença dos maltrapilhos de hábitos e fé diferentes, aliada a boatos de roubos, assustou a comunidade local. A trajetória dos chamados Monges do Pinheirinho foi encerrada com um ataque da Brigada Militar ao acampamento, que resultou em mais de 20 mortos e oito presos.

O episódio integra a história dos movimentos messiânicos brasileiros, como os Muckers, do Morro Ferrabrás, em Sapiranga; o Contestado, em Santa Catarina e Paraná; Canudos, de Antônio Conselheiro; e os Monges Barbudos do Lagoão, na região de Soledade.

MATHEUS CHAPARINI matheus@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

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uando a Brigada Militar se aproximou, Luís Lisboa pegou o piá pelo braço e correu pro mato. Mais algumas pessoas também conseguiram escapar. Os homens chegaram de forma tão discreta e silenciosa quanto possível para um grupamento de cerca de 100 soldados.

E abriram fogo contra os barracos de pau a pique.

Os caboclos não ofereceram resistência, se jogaram no chão para tentar evitar as balas. Foi um banho de sangue.

Do lado das forças oficiais, não há registro de mortos ou feridos graves. Do lado dos monges, foram mais de vinte mortos e oito presos. Em uma foto, de autoria atribuída à BM, os homens aparecem amarrados pelas mãos com cordas.

A aparência é de pessoas pobres, com roupas esfarrapadas.

No livro “O viajante Rio Grandense”, de Cezar Reinhardt, editado em 1913, eram descritos como “caipiras, mulatos, caboclos”.

Luís e o filho Manoel, com 11 anos à época, de acordo com seu registro de nascimento, teriam permanecido por mais de um mês embrenhados no mato.

“Meu falecido pai e meu avô fugiram. Comeram o pelego do cavalo no mato, para poder sobreviver e não ter que matar o animal. Parece mentira, mas foi essa a história que eu ouvi”, conta Olímpio Lisboa.

Aos 69 anos, o morador de En-

cantado é o único descendente dos supostos monges de que se tem conhecimento na região de Encantado. Durante a infância e a juventude, escutava do pai os relatos de quem viveu em Pinheirinhos e sobreviveu ao massacre.

O pai e o avô haviam saído de Barros Cassal. Atraídos pelo re-

ligioso, acredita Olímpio. Após a fuga, voltaram à terra natal.

Anos depois, Manoel retornou ao Vale do Taquari, viveu no bairro Navegantes, em Encantado. Era um homem pobre, que dependia de doações para o sustento. Olímpio foi menino de rua. Apoiado por três famílias

locais, tornou-se pintor, depois servidor público, hoje é autônomo e trabalha co serviços gerais.

Presença assustava imigrantes

No início do século XX, um grupo de pessoas se reuniu jun-

to à margem do Rio Taquari na localidade de Pinheirinho, área hoje compreendida pelo município de Roca Sales, próximo a Encantado. Ali formaram um povoado que acredita-se que era formado por cerca de 50 pessoas, incluindo famílias inteiras.

O grupo seguia o Monge Chico, FOTOS MATHEUS CHAPARINI

Olímpio mostra o retrato do pai, Manoel, um dos sobreviventes do massacre

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A HORA | Fim de semana, 16 e 17 de janeiro de 2021

PINHEIRINHO REGISTRO HISTÓRICO O livro de Gino Ferri, lançado em 1975, é um dos principais registros históricos sobre o episódio. Mesmo entre os críticos, a obra tem sua relevância reconhecida. A imagem dos homens presos pela Brigada Militar talvez seja a única foto dos monges. Ela é atribuída a um dos soldados. Em relação à imagem de capa, não há comprovação de que seja o Monge Chico ou se outro religioso.

liderança religiosa de característica messiânica, o que rendeu a alcunha de Monges do Pinheirinho.

O movimento possui características semelhantes às de outros movimentos, como os Mucker (1868 a 1874), no Morro do Ferrabrás, onde hoje fica o município de Sapiranga, Canudos (1896 a 97) e Contestado (1912 a 16).

A presença dos caboclos sem terra, de hábitos e fé diferentes daqueles aos quais os imigrantes italianos estavam habituados, gerou desconfiança e medo na comunidade local. Com o tempo, surgiram boatos sobre furtos e abigeatos atribuídos aos membros do acampamento.

A partir do boato de que o grupo planejava um assalto à casa de José Colombo, formou-se um grupo para uma investida.

dro, o túmulo de Sattler leva uma cruz branca e os dizeres “morreu por defender os amigos”. Tanto Sattler, como os irmãos Lucca são hoje nomes de rua em Encantado.

Do lado dos caboclos, foram oito mortos, segundo A Federação. Seus nomes e histórias são

desconhecidos. Após o episódio, o acampamento migrou para um local mais escondido, no meio mato.

Cem homens e mais de mil tiros

Diante do ocorrido, as forças locais pediram reforço ao

governo estadual, à época sob comando de Antônio Augusto Borges de Medeiros. O governo estadual enviou uma tropa de cerca de 100 homens da Brigada Militar. O grupamento partiu de vapor, embarcando em Porto Alegre e chegando até Bom Retiro do Sul, de onde seguiram a cavalo.

Após cercar o local durante dias, em 22 de maio, a Brigada Militar ataca o acampamento.

Foram 1560 disparos, de acordo com relatórios da BM. O mesmo relatório afirma que não houve resistência.

Foram 23 mortos, todos do lado dos monges, incluindo mulheres, de acordo com o livro As Santas Putas: um estudo de devoção popular no Rio Grande do Sul, de Antônio Augusto Fagundes, lançado em 1987 pela Martins Livreiro . Os presos teriam sido obrigados a cavar a cova dos companheiros assassinados.

Em junho, o intendente de Lajeado, Oscar Karnal, abriu crédito especial de um conto de réis, para as despesas do recebimento da força púbica. “No mês passado, uma horda de bandidos, capitaneados por um monge, assolou uma linha e ameaçava a

Primeira incursão Na noite de 3 de maio de 1902, doze homens partiram a cavalo.

Entre eles, os subdelegados de Roca Sales, Napoleão Maiolli, e de Encantado, Guerino Lucca, imigrantes italianos e um caixeiro viajante, Eduardo Sattler.

Munidos de pistolas, espingardas e alguns fuzis de repetição, chegaram no amanhecer do dia 4 ao acampamento. O jornal A Federação informava serem mais de 30 pessoas no local. No Correio do Povo, o número se aproximava dos duzentos.

As condições desse encontro são desconhecidas. De acordo com A Federação, o embate resultou em dois mortos pelo lado dos imigrantes, Sattler e João Lucca, e oito do lado dos caboclos. No cemitério São Pe-

Filho de Gino Ferri, Cláudio planeja o lançamento da terceira edição do livro

colônia inteira, reclamando intervenção enérgica do município e do Estado”, justificava o intendente em seu ato nº 47.

Influência da igreja católica

O componente religioso certamente contribuiu na construção do ambiente que resultou no ataque ao acampamento. A presença de um curandeiro a quem era atribuído grande poder de cura incomodou a igreja católica.

Uma carta escrita pelo padre Domenico Vicentini a seu superior, em 12 de maio de 1902, mostra esse incômodo.

“Agora tem um outro GUAIO (sic), que se faz chamar P. Monge (uma nova edição do famoso Antônio Conselheiro). Depois de haver, por muito tempo, andado pelos matos, desta paróquia e entre os de origem brasileira para fazer sequazes”.

Vicentini relata ainda a incursão dos imigrantes ao local, quando “intimaram àqueles bandidos a se apresentarem, mas aqueles responderam com

Continua >>

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A HORA | Fim de semana, 16 e 17 de janeiro de 2021 MATHEUS CHAPARINI

tiros e com facões, trucidaram ferozmente dois dos nossos e outros três ficaram feridos.”

“Alguém compra a terra, registra e diz que há invasores.

Isso legitima uma ação de violência. Mas muitas vezes são famílias que estão ali há gerações.”

Para Filatow, esses nativos eram considerados sinônimo de atraso, no contexto do positivismo.

“Houve um trabalho de memória e de esquecimento. Uma historiografia laudatória dos imigrantes alemães e italianos que fizeram dos seus braços o RS. Se deixou à margem a história esse nativo”, afirma.

O mito do monge milagroso

Cruzar o rio Taquari sem balsa, caminhando sobre as águas. Ferver a água do mate sem acender fogo. Curar doenças com ervas e água da fonte. Relatos como esses contribuíram para a construção de uma imagem mítica.

Alguns relatos relacionam o Monge Chico com o episódio do Contestado ou aos Muckers, o que carece de comprovação documental.

Foram vários os personagens que seguiram a tradição do Monge João Maria. João Francisco Maria de Jesus, o Monge Chico era um desses.

O fim do monge é outro episódio repleto de dúvidas. Muitas pessoas acreditam que tenha sido enterrado vivo e de cabeça para baixo. Considerado seu braço direito, João Enéas teria fugido para Arvorezinha e morrido anos depois.

No local, não há qualquer resquício da presença dos monges.

Moradores antigos contavam que eles se instalaram sob uma figueira, que não existe mais.

Não fossem escassas obras e a memórias de alguns poucos moradores, o episódio teria caído no completo esquecimento.

Pinheirinho na canção tradicionalista

Do lado dos imigrantes, os mortos no confronto receberam homenagens e viraram nome de rua

Da ancestralidade à academia

Maria Lisane Machado cresceu com o interesse e a curiosidade pela história dos Monges do Pinheirinho. Filha de pai “bugre” e mãe descendente de italianos, na infância, escutava as histórias do grupo contadas pela bisavó, Celestina Sabei Giovanela, que era lavadeira e lavava roupas para integrantes dos monges.

A forma como a bisavó se referia aos monges destoava completamente da abordagem predominante na comunidade local.

Aquelas pessoas amigáveis, que viviam de forma solidária e compartilhada, apareciam nos relatos mais comuns como bandidos que ofereciam risco à sociedade.

Quando concluiu a graduação em História, na Univates, decidiu abordar o tema para o Trabalho de Conclusão de Curso.

Em sua pesquisa, teve a oportunidade de conversar com Gino Ferri, que viria a falecer em 2016, aos 93 anos. “Gino me disse que se fosse hoje, teria escrito de outra forma”, diz ela.

Atualmente, Lisane é professora de história e filosofia da EEEM Vespasiano Correa. A história do grupo messiânico que viveu e morreu às margens do rio Taquari mais de um século atrás passou a fazer parte do conteúdo de suas aulas.

“Acho muito importante que

A história do massacre dos Pinheirinhos foi traduzida em canção pelos compositores Fábio Tiecher, Thiago Vian e Jorge Moreira, esse último falecido em 2020. A canção foi defendida no tradicional festival Canto da Lagoa, em novembro passado.

“Percebemos a falta de músicas com temáticas regionais. Fala-se muito do gaúcho da pampa, das missões, mas pouco se fala do gaúcho do Vale e da história do Vale. A ideia é um nativismo regional”, recorda Tiecher.

A canção foi finalista da etapa nacional do festival. Na etapa regional, ganhou melhor arranjo e melhor tema relativo ao Rio Taquari. O vídeo está disponível no Youtube e a música deve ser lançado na coletânea do festival.

Livro deve ganhar nova edição

No Canto da Lagoa, músicos defenderam a canção com trajes que remetem à época do episódio

isso conste nos livros de história porque é daqui, é a nossa região.

Independente de se os caboclos foram bandidos ou heróis, ou se os irmãos Lucca foram bandidos ou heróis, foi um fato importante nessa região e merece ser lembrado”, conclui.

Período de conflitos O historiador Fabian Filatow afirma que se tratava de um período conflituoso, em função da recente vinda de imigrantes europeus à região. “A chegada de estrangeiros nunca vai ser harmoniosa. Quem está não quer

Independente de se os caboclos foram bandidos ou heróis, ou se os irmãos Lucca foram bandidos ou heróis, foi um fato importante nessa região e merece ser lembrado” Maria Lisane Machado, historiadora

perder e quem chega não quer ficar sem”, resume.

Filatow afirma que, pela falta de documentos, é difícil determinar quem eram aquelas pessoas chamadas pelos imigrantes de monges. Não se sabe ao certo qual era a fé professada por eles.

Filatow refere-se a eles pelo termo “nacionais”, que os diferencia dos imigrantes.

O historiador avalia que o Estado é causador desses conflitos, no momento em que reconhece o imigrante como proprietário legal de terras, que muitas vezes já eram habitadas por nativos.

Lançado em 1975, Monges do Pinheirinho é um dos primeiros e principais relatos sobre o episódio. De autoria de Gino Ferri, a obra teve duas edições O livro é criticado por alguns historiadores, que apontam influência da visão da história pelo lado imigrante. No entanto, até hoje, não se localizou relatos ou documentos que possam contá-la do ponto de vista dos caboclos.

“Não concordo com tudo que Gino escreveu. Mas se não fosse o trabalho dele, os Monges do Pinheirinho jamais seriam conhecidos. Claro que ele tomou partido, mas foi o cara que manteve essa memória”, avalia o historiador Fabian Filatow.

Filho de Gino, o arquiteto Cláudio Ferri planeja lançar uma terceira edição, com a inclusão de documentos que acabaram não entrando nas palmeiras edições.

Para Ferri, o episódio foi visualizado pelos olhos de cidadãos de Encantado com uma visão católica. “A igreja não via isso com bons olhos. E o livro fala de um movimento feito por católicos contra determinado grupo que interferia nos projetos da igreja.”

A obra está disponível para download no site ginoferri.com.br.

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A HORA | Fim de semana, 16 e 17 de janeiro de 2021

Quase 50% dos atendimentos dos bombeiros são retirada de animais Foram 33 pedidos para captura de animais registrados em dezembro e janeiro no Corpo de Bombeiros de Lajeado.

Ocorrências superam até o combate a incêndios

DIVULGAÇÃO

ATENDIMENTOS EM NÚMEROS

71 atendimentos de dezembro e janeiro (até a manhã de sexta-feira)

33 retiradas de animais 27 incêndios 11 encaminhamentos para hospitais

RETIRADA DE ANIMAIS

FÁBIO KUHN fabiokuhn@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

R

etirar uma cobra da empesa Neugebauer, em Arroio do Meio, foi a missão dos bombeiros no meio-dia de quinta-feira, 15. Sem espécie definida, o animal foi recolocado na natureza em área verde longe da área urbana.

Essa situação se repetiu 33 vezes de dezembro até os primeiros 16 dias de janeiro no Corpo de Bombeiros de Lajeado. A quantidade de pedidos para

Último atendimento realizado foi uma retirada de cobra de uma empresa de Arroio do Meio na quinta-feira

captura de animais representa quase metade dos atendimentos na corporação e supera, inclusive, o combate à incêndios. “É uma época do ano que os animais saem mais, o próprio sol altera a questão hormonal e faz com que os bichos fiquem mais agitados”, comentou o tenente da corporação lajeadense, Fausto Gusmão Althaus.

Embora a preocupação maior seja com as cobras, os pedidos de captura mais comuns são de

abelhas (16 registros até o momento). Os bombeiros também já auxiliaram na retirada de ouriços e gambás em residências na área urbana.

Recomendações Manter a calma é a principal orientação dos bombeiros caso alguém se depare com animal estranho no pátio ou residência. A pessoa deve se afastar lentamente sem dar as costas

Lajeado – 10 enxames de abelhas, três lagartos, sete cobras, três ouriços, dois gambas Cruzeiro do Sul – um enxame de abelhas e uma cobra Arroio do Meio – três enxames de abelhas e uma cobra Santa Clara do Sul – um enxame de abelhas Forquetinha – um enxame de abelhas

ao bicho, esclarece Althaus.

“O animal só vai atacar caso se sinta acuado, por isso a importância de manter a calma e ficar distante”, complementa.

A segunda recomendação é ligar para o 193, pois o Corpo de Bombeiros possui os equipamentos adequados para a retirada do animal, local para alojá-lo e expertise para realocá-lo em local propício na natureza.

Em caso de cobras, é importante que a pessoa identifique

características que possam servir para saber se o animal é venenoso. “Com essas informações conseguimos saber os equipamentos para levar, além de ser fundamental em caso de necessidade médica”, cita.

Althaus esclarece ainda que o atendimento para retirada ou extermínio de enxames ocorre apenas no entardecer ou noite, pois é o momento em que as abelhas se recolhem na colmeia.

Univates adere à campanha vacinal O Ministério da Saúde ganha aliados na campanha de vacinação contra a Covid-19. O Programa Nacional de Imunização (PNI), que deve começar ainda este mês, terá o apoio do segmento da Educação Superior em todo o país.

Universidades federais, comunitárias, particulares, estaduais e municipais se uniram e colocaram as estruturas dos campi à disposição do Governo Federal com a finalidade de ampliar a atuação dos profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) na vacinação da população.

Essa iniciativa que prevê inclusive cessão de parte de suas estruturas físicas, equipamentos e, em alguns casos, até recursos humanos, visa dar maior potência ao SUS na tarefa de imunizar o maior número de pessoas em menor tempo possível.

“Nós temos uma rede de hospitais universitários, de ensino, filantrópicos e particulares, com profis-

ELIZE BOZZETTO/DIVULGAÇÃO

Univates poderá auxiliar com estrutura e equipamentos para imunização

sionais habilitados aos processos pedagógicos das variadas campanhas de imunização nacional e que podem ampliar o potencial de atendimento disponível no SUS”, disse o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub), Waldemiro Gremski, em ofício enviado ao Ministro da Saúde e outras entidades.

Até o momento, mais de 150 ins-

tituições já aderiram à iniciativa.

Entre elas está a Univates. Até o final de semana, poderão ser mais de 200 instituições de educação superior. Elas estão disponibilizando freezers e geladeiras de alta potência, salas equipadas para as equipes do SUS (quando e onde for o caso), além de computadores e veículos para apoiar essa imunização em todos os Estados e no DF.

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A HORA | Fim de semana, 16 e 17 de janeiro de 2021

Resumo da novela

OBITUÁRIO ANA LUCIA KAUFMANN GONÇALVES, 56, faleceu na sexta-feira, 8, em Lajeado. Corpo foi cremado na mesma data.

OLAVO STRATE, 83, faleceu na sexta-feira Lajeado. O corpo será cremado na tarde de sábado no Crematório Ecumênico Cristo Rei, em São Leopoldo.

ORACILIA DE FREITAS NORONHA, 84, faleceu na sexta-feira em Lajeado. Spultamento foi no Cemitério Católico Florestal, em Lajeado.

OLAVIO PEREIRA, 74, faleceu na sexta-feira em Estrela.

Sepultamento foi no Cemitério Municipal de Novo Paraíso, em Estrela.

IVO PAULI, 69, faleceu na sexta-feira em Santa Clara do Sul. Sepultamento foi no Cemitério Evangélico Linha Sampainho, em Santa Clara do Sul.

A força do querer Irene rouba o carro de Eugênio.

Zeca recebe uma mensagem de Ritinha e tem um pressentimento.

Abel e Nazaré se preocupam com Zeca. Silvana afirma para Eurico que se internará em uma clínica de reabilitação, e os dois se beijam.

Caio repara que Irene resgatou os brincos perdidos em sua casa e comenta com Leila. Bibi provoca Caio com uma declaração de amor a Rubinho. Aurora exige que Bibi leve

Dedé de volta para sua casa. Caio e Eurico acompanham Silvana até a clínica. Eugênio se desespera ao não encontrar a chave reserva de seu carro, e Irene comemora. Dantas confronta Mira. Silvana furta o talão de cheques de Dantas. Ritinha conta para Joyce que viu Eugênio pegar um táxi para ir ao trabalho.

Ivana anuncia que precisa conversar com a família. Irene devolve a chave do carro de Eugênio a Joyce.

Para informar falecimentos:

• WhatsApp: (51) 92487689 • Fone: 3710 4200 • E-mail: centraldejornalismo @grupoahora.net.br

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS Cruzadas

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL www.coquetel.com.br / © Revistas COQUETEL Famosa avenida onde está o Masp

Molusco Desprovi- Sinal de água do de físico de A arte dos generais doce senso uma na guerra moral doença Lodo; limo

Instituição que concede o Prêmio Nobel

Arbusto ornamental de praças e jardins Cidade do litoral fluminense

Caixa (?): contém o cérebro Ampliar A medida como o corte de despesas

Penacho indígena Objeto de ataque

Cobre o rosto da muçulmana

(?) Jabor, cineasta e jornalista

Camp (?), estádio do Barcelona Aluísio Azevedo, escritor brasileiro Renato Homem, Machado, em inglês jornalista brasileiro

Haja Coração

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Solução Mastiga à maneira dos preás Peça do carro na qual fica o pneu

Cidade do litoral fluminense

Arbusto ornamental de praças e jardins

Conjunção que indica oposição

(?) Jabor, cineasta e jornalista

Aluísio Azevedo, escritor brasileiro Renato Homem, Machado, em inglês jornalista brasileiro

A R A R U A M A

M A S

Sinal físico de A arte dos generais uma doença na guerra

M S T A I A N N T A T I C O C A M A A A R M A N A D A N L D O O

I

-

Solução

AQUÁRIO: Mantenha calma, já que as suas tarefas não vão desaparecer como num passe de mágica.

PEIXES: A energia que comanda o céu ao longo do dia não permite que você tire os olhos das obrigações nem relaxe nos cuidados.

70

R

© Revistas COQUETEL

BANCO

B

DAS DIRETAS

Sons comunicacionais entre golfinhos

Peça do carro na qual fica o pneu

I N E S C R U P U L O S O

VIRGEM: Que tal utilizar os recursos tecnológicos para crescer na profissão, ganhar especialização ou ampliar clientela?

Estado de Roberto Carlos (sigla)

S U L R A U M R A U A N G O U B A D S E S S

LEÃO: As atividades em equipe estão favorecidas, permitindo que você bata metas de forma mais ágil.

Mastiga à maneira dos preás

P A C A D V E M L I A S U E C A

CÂNCER: No romance, assuntos que vêm se arrastando há muito tempo precisam ser enfrentados.

CAPRICÓRNIO: É provável que tenha mais vontade de jogar conversa fora e terminar a sexta papeando com os amigos, ainda que os encontros aconteçam de forma virtual.

Primeiro nome de Pelé

A R U A M A

SAGITÁRIO: Você pode ter dificuldade para se concentrar no trabalho: sua vontade é concluir o expediente logo para relaxar e... sonhar!

Conjunção que indica oposição

M A S

GÊMEOS: Apesar das inúmeras dificuldades que continuam a atrapalhar suas iniciativas, você está começando a obter alguns resultados positivos na carreira.

A criatura como o Pégaso (Mit.)

T I C O C A M A A A R M A N A D A N L R D O B I O

TOURO: Uma das possibilidades é tentar uma mudança no campo profissional. Trocar de endereço também pode rolar.

ESCORPIÃO: A vida a dois pede mais dedicação da sua parte. Por outro lado, quem estiver só pode paquerar à vontade nas redes sociais ou aplicativos específicos.

Condição de vida daqueles que catam restos nos lixões

S C R U P U L O S O

LIBRA: A conjunção de Marte com Urano pressiona o campo financeiro e você precise se desdobrar para manter equilíbrio.

Alicerces de obras

R A U A N G O U B A D S E S S

HORÓSCOPO ÁRIES: O trabalho em equipe será muito bem-sucedido, portanto, peça ajuda aos seus colegas e trabalhe com eles para bater metas e conquistar seus propósitos.

Órgão principal do paladar

D V E M L I A S U E C A

surpreende a mãe com a presença de Henrique. Camila se oferece para investigar a explosão no depósito do Grand Bazzar, a fim de inocentar Giovanni. Beto arma uma surpresa para Tancinha e Francesca.

3/man — nou. 5/bases — cocar. 6/sururu.

Camila pressiona Giovanni, que decide contar como conheceu Bruna. Aparício revela que existe um documento comprovando que Teodora deu 2% das ações do Grand Bazzar para Safira. Tamara marca um jantar com Penélope e

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A HORA | Fim de semana, 16 e 17 de janeiro de 2021

SEGUNDA À SEXTA 12h20min às 13h

APRESENTAÇÃO

EZEQUIEL NEITZKE E CAETANO PRETTO

Fim de semana, 16 e 17 de janeiro de 2021

NA SÉRIE A

SONHO REALIZADO

Ronei Gebing ajudou a Chapecoense no retorno à elite do futebol brasileiro EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

A

Chapecoense está de volta à Série A do Campeonato Brasileiro. O acesso foi confirmado na terça-feira depois de vencer o Figueirense, no clássico catarinense. A conquista foi especial para o menino criado no Vale do Taquari. Ronei Gebing foi titular em grande parte da campanha.

Formado pelo CFM, de Encantado, o volante chegou cedo à Cha-

pecoense e terminou a formação no clube. A estreia no profissional foi em 2019, na reta final da campanha que rebaixou o time. Neste ano foi peça importante na conquista do título Catarinense e agora no acesso à primeira divisão nacional. “Está sendo um ano muito bom para mim e para minha carreira. Eu vim da base e passei todas as etapas no clube, isso é muito importante para um jovem como eu. Espero dar continuidade ao trabalho.”

Depois do acesso, as atenções se voltam ao título. Hoje a equipe briga diretamente com o América pelo troféu. “Temos totais chances de ser campeões e vamos buscar muito isso nessas últimas quatro rodadas. Se Deus quiser vamos conseguir.”

DIVULGAÇÃO

A CAMPANHA

O acesso à Série A veio após 34 rodadas. A Chapecoense venceu 18 jogos, empatou 12 e perdeu apenas quatro. Marcou 38 gols e sofreu apenas 18 – melhor defesa

DO VALE AO GAUCHÃO

da competição. Neste sábado, às 16h, a equipe volta a campo contra o Vitória, fora de casa. Além deste compromisso, os próximos serão contra Ponte Preta, Operário e Confiança.

Formado no CFM de Encantado, Ronei Gebing ajudou a Chapecoense a subir de divisão

KEVIN SGANZERLA

NA META DO ESPORTIVO

Goleiro Jonathan Walker retorna ao time da Serra para a disputa do estadual

Depois de disputar a Divisão de Acesso da Bahia com o Canaã FC, o goleiro Jonathan Walker está de volta ao Rio Grande do Sul. Natural de Sério, retorna ao Esportivo, de Bento Gonçalves, clube onde conseguiu o Acesso em 2019.

O acerto com o Esportivo aconteceu em novembro. “Foi muito rápido, o diretor me ligou e aceitei na hora. Me identifiquei muito com o clube na minha primeira passagem.”

Além de conhecer o clube, o que pesou bastante para a decisão é poder estar perto de casa. Bento Gonçalves está a pouco mais de

100 quilômetros de distância de Sério. “Me sinto em casa na Montanha dos Vinhedos e espero poder ajudar o clube nos seus objetivos.”

No Esportivo, o goleiro será comandado por um velho conhecido, Luis Carlos Winck será o treinador. Ambos trabalharam juntos no Lajeadense entre 2014 e 2015. “Poder trabalhar com ele novamente é uma honra muito grande pela pessoa que é e também pelo lado vitorioso dele tanto como atleta tanto como técnico.

Com certeza fará um excelente trabalho novamente.”

Walker destaca que o objetivo da equipe é fazer uma ótima campanha no Gauchão e uma boa participação na Copa do Brasil e quem sabe até na Série D. “Quero ajudar a manter e colocar o Esportivo ainda mais no cenário nacional, pois assim todo mundo sai valorizado.”

Sobre a participação no Gauchão, o atleta comenta que os torcedores podem esperar um time de muito comprometimento.

“Todos sabemos dos desafios e do que o clube está buscando. Então acredito que todos vão buscar dar o seu melhor.”

O ESPORTIVO No ano passado a equipe terminou o Gauchão na quarta colocação. Para este ano, a equipe comandada por Luis Carlos Winck contratou 23 jogadores, entre eles estão os experientes Léo Dagostini, Itaqui, Juninho Tardelli, Vinicius Martins e Mateus Santana.

Os jogadores iniciaram a pré-temporada na segunda-feira. A estreia no Gauchão será contra o São José, no dia 27 de fevereiro, no Estádio Montanha dos Vinhedos.

Os jogadores iniciaram a pré-temporada na segunda-feira. A estreia no Gauchão será contra o São José, no dia 27 de fevereiro

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A HORA ESPORTE | Fim de semana, 16 e 17 de janeiro de 2021

COPA SETE DE MINIFUTEBOL

PRIMEIRAS COMEMORAÇÕES DE 2021 Pênaltis, gols nos últimos instantes, goleadas e emoção. Teve de tudo na rodada final da Copa Sete/Sicredi/CBM de Minifutebol. O torneio que encerrou na quinta-feira teve Tabajara, Só Pela Ceva, Kitufo e Kanxeiros como campeões. Confira os destaques de cada divisão: EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

PRIMEIRA DIVISÃO

SEGUNDA DIVISÃO FOTOS EZEQUIEL NEITZKE

Após cinco anos, Tabajara volta a conquistar a Série Ouro da primeira divisão

SÉRIE PRATA

SÉRIE OURO Depois de cinco anos o Tabajara voltou a vencer a Série Ouro da primeira divisão. E o jogo decisivo veio em tom de déjà-vu. Em 2019, a equipe perdeu para o Tocafogo na decisão após sofrer o empate na reta final da partida e perder nos pênaltis. Um ano depois a situação foi semelhante.

O Tabajara saiu na frente com gol de Jean Both. Augusto Kolling empatou.

Ainda no primeiro tempo Jé Schneider acertou belo chute e recolocou o Tabajara em vantagem. No segundo tempo, em bela jogada individual, Claudiomiro Marques achou Ducho, que empatou. Com o resultado a disputa do título foi para os pênaltis e, após seis cobranças de cada lado, o Tabajara conquistou o título.

Atual campeão da Série Prata, o Só Pela Ceva não teve dificuldades para vencer o Coringa e ficar com o bicampeonato. Desfalcado e sem o goleiro titular que estava lesionado, o Coringa teve que improvisar o zagueiro Diego Cima no gol. A falta de experiência do jogador foi o responsável direto pela derrota na partida.

Eduardo Nienow Jr abriu o placar no começo do jogo. Marlon Bundchen empatou logo em seguida em um belo chute de fora da área. A alegria do Coringa durou pouco, pois minutos depois, Eduardo Nienow Jr ampliou. No segundo tempo, Lucas Gatelli fez dois e confirmou o título do Só Pela Ceva.

Com goleada, Só Pela Ceva levantou pelo segundo ano seguido o título da prata

SÉRIE OURO Estreando no Clube Sete de Setembro, o Kitufo conseguiu uma façanha ao conquistar o título da segunda divisão de forma invicta.

O troféu veio em um grande jogo contra o América. No primeiro tempo, Dani Dalpian e Cadinho abriram 2 a 0 para o América. Na reta final Daniel Campos descontou. O segundo tempo foi bastante movimentado, em menos de 7 minutos, três gols. Cadinho fez o 3 a 1 para o Kitufo, Campos descontou para o América e logo depois Cadinho fez o seu terceiro no jogo.

No fim da partida Tobias descontou, mas Mendigo deu números finais ao jogo.

DESTAQUES Série Ouro Campeão: Tabajara Vice: Tocafogo Disciplina: Galera Goleiro menos vazado: Fernando Feil, o “Lima” (Galera) Artilheiro: Diogo Ristoff (Galera) – 11 gols

SÉRIE PRATA O Kanxeiros conquistou seu primeiro título no Clube Sete de Setembro. Na noite desta quinta-feira era apontado como azarão, mas venceu o JéDuCa por 2 x 1. Mesmo desfalcado de seu artilheiro, Fábio Costa, que estava suspenso, o Kanxeiros foi firme na marcação e soube aproveitar os contra ataques. Em um deles, Fabiano abriu o placar. No segundo tempo, Pedro recebeu belo lançamento do goleiro Jonatas e ampliou. No final da partida O JéDuCa conseguiu o gol de desconto com Jean e só não empatou graças as boas atuações do goleiro do Kanxeiros, o grande destaque da partida.

DESTAQUES Série Prata Campeão: Só Pela Ceva

Vice: Coringa Goleiro menos vazada: Mateus Marques (Real Madruga) Artilheiro: Eduardo Nienow Jr (Só Pela Ceva) e Junior Simonetti (Coringa) – 6 gols

Estreando no Clube Sete de Setembro, Kitufo ficou com o troféu da Série Ouro

Série Ouro Campeão: Kitufo Vice: América Disciplina: Saragossa Goleiro menos vazado: Claudiomiro Gregory (Meia Boca Jr) Artilheiro: Julian Krindges (Debilitados) - 16 gols

Série Prata Campeão: Kanxeiros Vice: JéDuCa Goleiro menos vazado: Willian Oliveira (JéDuCa) Artilheiro: Ângelo Bianchini (Afusi) – 10 gols

Kanxeiros venceu o JéDuCa e ficou com o título da Série Prata da segunda divisão

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A HORA ESPORTE | Fim de semana, 16 e 17 de janeiro de 2021

BRASILEIRÃO

LAJEADENSE 110 ANOS

INTER MIRA A LIDERANÇA

ALVIAZUL REALIZA CAMPANHA PARA ANGARIAR SÓCIOS RICARDO DUARTE

Colorado pode assumir a ponta da tabela nesta rodada CAETANO PRETTO caetano@jornalahora.inf.br

Marcelo Lomba Rodinei Lucas Ribeiro Víctor Cuesta Moisés Rodrigo Dourado Edenilson Praxedes Patrick Caio Vidal Yuri Alberto

Técnico: Abel Braga

FORTALEZA

Técnico: Enderson Moreira

Felipe Alves Gabriel Dias Paulão Wanderson Carlinhos Felipe Juninho Osvaldo Romarinho David Wellington Paulista

COPA DO BRASIL

CBF ANTECIPA VERBA A FINALISTAS

Finalistas da Copa do Brasil, Grêmio e Palmeiras receberam da CBF um adiantamento da premiação referente ao vice-campeonato da competição, ainda sem data definida para ser encerrada.

LUCAS FIGUEIREDO

Finalistas receberam R$ 22 milhões

Os clubes fizeram o pleito em conjunto à entidade para receber os valores antes das partidas finais. A CBF atendeu à solicitação e repassou a ambos os R$ 22 milhões destinados ao segundo colocado.

O prêmio ao campeão da Copa do Brasil será de R$ 54 milhões. Assim, quem ganhar a competição terá descontado o valor já repassado e ganhará mais R$ 32 milhões.

Os valores poderão ser usados pelos clubes para ajustar o fluxo de caixa, em uma temporada complicada e com impactos financeiros por conta da pandemia e da ausência de público nos estádios.

Na manhã de quinta-feira, ficou definido que a primeira partida da final ocorre em Porto Alegre, na Arena do Grêmio.

LIBERTADORES SUL-AMERICANA

INTERNACIONAL

ESCALAÇÕES

CLASSIFICAÇÃO

REBAIXAMENTO

ESTÁDIO VEIRA-RIO, DOMINGO, ÀS 20H30MIN

CAETANO PRETTO caetano@jornalahora.inf.br

EQUIPE

PG V

E

D GM GS

SG

São Paulo

56 16 8

5 49 27

22

Internacional 53 15 8

6 44 26

18

Atlético-MG

50 15 5

8 48 36

12

Flamengo

49 14 7

7 47 39

8

Grêmio* Palmeiras* Fluminense

49 12 13 3 37 23 47 13 8 6 38 25 43 12 7 10 39 37

14

Corinthians

42 11 9

8 35 30

5

Santos

42 11 9

8 39 35

4

Ceará

39 10 9 10 40 39

1

Athletico

38 11 5 13 26 28

-2

Atlético-GO

36 8 12 9 26 33

-7

Bragantino Sport Vasco

35 8 11 10 37 35 2 32 9 5 15 24 37 -13 32 8 8 12 29 39 -10

Fortaleza

32 7 11 11 24 26

Bahia

29 8

5 16 35 51 -16

Goiás

26 6

8 15 29 44 -15

Botafogo

23 4 11 14 25 44 -19

Coritiba

22 5

13 2

-2

7 17 22 39 -17

*Encerrou após o fechamento

AGENDA DO

FUTEBOL

O Clube Esportivo Lajeadense comemora em abril 110 anos de sua fundação. Para marcar a data, está realizando uma ação de promoção junto aos sócios. O objetivo é fortalecer o quadro social da instituição.

Para trazer novos torcedores ao clube, e também para fortalecer a relação com quem já faz parte do quadro associativo, a diretoria criou uma promoção de antecipação das mensalidade. “A ideia é buscar sócios inadimplentes e novos sócios que aderem a antecipação do plano anual, que façam o pagamento para todo o ano de 2021”, comenta Aline Almeida, secretária do Lajeadense.

São duas as modalidades de associação. Na Prata, que dá direito à arquibancada, o custo da mensalidade é de R$ 30. Anteci-

pando toda a anuidade de 20221, o preço fica em R$ 330. Ganha-se assim um mês de desconto.

O mesmo ocorre na modalidade Ouro, que permite o acesso às cadeiras. Nela, a mensalidade sai por R$ 50. Antecipando todo o ano de 2021, o custo fica em R$ 550.

Aline lembra que a promoção inclui também os sócios que não estão em dia com o clube. “Mesmo que o sócio esteja a mais de um ano sem pagar, terá o bônus e paga somente para 2021.”

A campanha de antecipação vem sendo feita pelo Conselho de Administração desde o início de dezembro. Como rendeu bons frutos, deve ser intensificada. O Lajeadense possui hoje 98 sócios em dia. A meta da campanha é aumentar o número para 500 sócios.

SEJA SÓCIO Modalidade Prata R$ 30 mensais Antecipando a anuidade 2021 sai por R$ 330 Um mês de desconto Modalidade Ouro Ouro R$ 50 mensais Antecipando a anuidade 2021 sai por R$ 550 Um mês de desconto

CAETANO PRETTO

BRASILEIRÃO – 30ª RODADA SÁBADO

Outra baixa para a rodada é o goleador Tiago Galhardo, que teve diagnosticada uma lesão muscular na panturrilha esquerda. Em seu lugar atuará Yuri Alberto, que volta após suspensão.

Edenilson retorna ao time após cumprir suspensão contra o Goiás

DOMINGO

vitórias consecutivas no Brasileirão com o clube. A última vez que isso ocorreu foi na temporada 2006.

O jogo será o primeiro compromisso do Inter sem o zagueiro Rodrigo Moledo, que passará por cirurgia no joelho direito e volta apenas no fim do ano. Para seu lugar, Abel anunciou que escalará Lucas Ribeiro.

SEGUNDA

E

m busca da sexta vitória consecutiva, o Internacional pode alcançar a ponta da tabela do Campeonato Brasileiro neste fim de semana. O Colorado será o último dos postulantes a título a entrar em campo na rodada. O desafio da vez é contra o Fortaleza, no domingo, às 20h30min.

O Inter assume a liderança se vencer o time cearense e o São Paulo perder para o Athletico. Em caso de derrota, pode ser ultrapassado pelo Atlético-MG. A partida é importante também para o técnico Abel Braga, que pode igualar o seu recorde de seis

Com o objetivo de fortalecer o quadro social do clube, promoção dá um mês de desconto para quem antecipar a anuidade de 2021

19h

Fluminense x Sport

21h

Vasco da Gama x Coritiba

16h

Santos x Botafogo

16h

Athletico x São Paulo

18h15min Atlético-MG

x Atlético-GO

20h30min Internacional

x Fortaleza

20h30min Ceará

x Bragantino

19h 20h

Palmeiras x Corinthians Goiás x Flamengo

Meta da campanha é chegar ao número de 500 sócios em dia no clube

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A HORA | Fim de semana, 16 e 17 de janeiro de 2021

JONAS RÜCKERT

Diretor do Colégio Teutônia

EDSON BRUM

ARTIGO

O novo perfil profissional

O

mês de janeiro tradicionalmente é o das férias.

Muitas empresas e instituições aproveitam o período de final de ano e os primeiros dias do novo ano para as férias coletivas. Na próxima segunda-feira um expressivo número destas retomará suas atividades ainda que em contexto de pandemia, que perdura, na expectativa da vacinação. Em se tratando

“O novo perfil profissional prioriza sua vida pessoal” do assunto, reconheça-se o trabalho de pesquisa do Instituto Butantan.

Motivo de orgulho para nós brasileiros.

Partindo da máxima de que a pandemia por si só já mudou os ambientes e formatos de trabalho em uma configuração que transcende do mundo do trabalho para o mundo do desempenho chama atenção o novo perfil profissional que este circuito passa a incorporar. Em sua maioria jovens com outro perfil: inteligentes, arrojados, tecnológicos, mas com

uma característica cada vez mais em evidência: priorizam sua vida pessoal.

Dito isto é preciso reconhecer, contudo, que estes jovens trazem vivências de mundo que os mais “velhos” não têm, a citar habilidades com o mundo cibernético, com as mídias sociais, para com a fluência em línguas estrangeiras, participações em ONGs entre outras questões mais. Alguns outros ainda trazem experiências internacionais vividas em intercâmbios, viagens de estudo e até mesmo nas oportunidades experenciadas nas viagens de férias. Tudo muito exponencial, diferenciais que podem ser potencializadores. No entanto, o que empresas recrutadoras de pessoas, bem como o ambiente corporativo têm sinalizado está vinculado à necessidade da resiliência de empregadores para com as questões voltadas à inteligência emocional.

Neste sentido vale um alerta: nas organizações que trabalham com recrutamento a máxima tem sido: resiliência, como já sinalizado, para não fazer julgamentos.

Na medida em que retomamos as ações para 2021 desejos de que os planejamentos do ano que passou sejam efetivos neste que inicia. Que consigamos dar conta do desafio que está posto, ainda que diante das diferenças. É preciso estreitar vínculos com cooperação, proatividade e resiliência. Em todos lugares de mundo, entre os aspectos mais valorizados do espaço de atuação profissional está o ambiente de trabalho como consequência de relacionamentos saudáveis.

Resiliência, muita resiliência para com os que chegam para somarem conosco.

Deputado Estadual MDB/RS

ARTIGO

Caminhos da boa gestão

O

início de um novo ano é sempre uma oportunidade para definirmos metas e recomeços. Traçarmos os objetivos e como faremos para atingi-los . Na gestão pública, isso não é diferente.

Em 2021, os novos prefeitos, vices e vereadores assumiram os seus cargos nos 5.570 municípios brasileiros. Eleitos democraticamente, todos terão pela frente muito trabalho e precisarão se dedicar incansavelmente para honrar os votos recebidos. Ocupar uma função pública exige comprometimento e empenho diários, especialmente diante da realidade que vivemos.

Seguimos enfrentando um momento desafiador

“É preciso colaborar e pensar no cidadão” porque a pandemia causada pela covid-19 se mantém em curso. Em nosso Estado, especificamente, a situação ainda é agravada pelas duas estiagens consecutivas que trouxeram prejuízos significativos para o agronegócio e até falta de água para o consumo humano em alguns municípios.

A economia fragilizada por essas duas questões aumenta ainda mais a responsabilidade dos nossos gestores e faz com que as prefeituras e as Câmaras de Vereadores se tornem imprescindíveis na vida da população. É preciso colaborar e pensar no cidadão porque é no município que tudo acontece. É essencial que cada um dos novos representantes tenha ciência que os três principais nortes de uma administração pública são efetividade, eficácia e eficiência. Não há espaço e nem tolerância para o desperdício e a corrupção. Somos agentes públicos eleitos pelo povo e precisamos trabalhar com foco no corte de gastos, na transparência e nos resultados.

Esse contexto demanda que os gestores estejam preparados para entregar um serviço melhor com o uso de menos recursos. Adotar uma cultura de gestão inteligente com base em dados pode auxiliar nesse processo. Por meio dela, é possível mensurar metas e definir estratégias internas com facilidade, além de promover mudanças rápidas, assertivas e eficientes no governo.

Outro ponto que merece ser levado em consideração é o envolvimento com a sociedade. Sugiro que incentivem a participação da comunidade na administração pública, aproximando as pessoas do governo. Uma das alternativas é criar canais de comunicação e convocar o cidadão para contribuir na tomada de decisão e na fiscalização das ações.

Por fim, desejo saúde a todos para trabalhar pelos seus municípios e reforço que o nosso mandato na Assembleia Legislativa está à disposição, como uma extensão da atuação de cada prefeito, vice e vereador. Estaremos juntos na luta por melhorias para o nosso povo gaúcho.

A HORA | Fim de semana, 16 e 17 de janeiro de 2021

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CARLOS CYRNE Professor e vice reitor da Univates

ARTIGO

NEY ARRUDA FILHO

ney@jornalahora.inf.br

Verbos e vírgulas

A pandemia, as aulas remotas e o aprendizado

A

partir da reportagem, apresentada na edição do Jornal A Hora de 14 janeiro de 2021, “Aprendizagem pode retroceder até quatro anos sem aulas presenciais”, que se refere à pesquisa realizada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), busquei o relatório completo, que pode ser acessado (mediante cadastro anterior) em https:// fundacaolemann.org.br/storage/materials/e828oun5zDAh6bqCMcplmqKz1VsD5Tr3jTgecYXd.pdf .

Primeiramente os pesquisadores buscaram na literatura referências sobre a interrupção das aulas em outros contextos (como

“Para que o ensino remoto possa alcançar bons resultados, não basta que os alunos se dediquem, os professores precisam estar habilitados a utilizar as ferramentas (...)” por exemplo em situações de nevascas), os resultados são “simulações” baseadas no estudo do Banco Mundial “Simulating the potential impacts of covid-19 school closures on schooling and learning outcome: a set of global estimates”. A descrição da metodologia utilizada pelos pesquisadores pode ser acessada na íntegra no link acima. Para a simulação, foram considerados três parâmetros: aprendizado em um ano típico; tempo de interrupção das aulas e eventual aprendizado com o ensino remoto. Os principais resultados foram apresentados na reportagem do A Hora.

Importante destacar que os resultados são distintos para cada uma das regiões (e estados) do país, sendo que a região sul tem melhor desempenho. Este fato pode estar associado a variáveis que estão sob domínio dos alunos, como por exemplo

o tempo de dedicação ao estudo remoto, a escolaridade da mãe (assim como seria no caso das aulas presenciais), porém, de outra sorte, o acesso aos recursos tecnológicos que permitem a conexão com os conteúdos, professores e colegas, foge da ingerência dos estudantes. Este é um desafio para o Estado, que tem o dever de disponibilizar as condições para que o estudante possa ter contato com os conhecimentos.

Me parece que uma variável, se assim pode ser denominada, que deixou de ser considerada e que reputo como fundamental para que os resultados possam ser tomados como verdadeiros, mesmo que decorrentes de simulações (que por si só, já são limitadas), é a figura do Professor. Em momento algum, por opção dos pesquisadores (provavelmente), se avaliou as competências dos professores para o ensino remoto. Em discussão realizada pelo Programa Pense, tivemos a oportunidade de discutir a questão e foi possível concluir a importância de que os professores fossem “instrumentalizados” para o uso das tecnologias que permitem um ensino remoto mais eficiente e eficaz, a despeito da dedicação dos alunos.

No caso do RS, na rede pública especificamente, viu-se uma morosidade para reagir ao fenômeno. As escolas ficaram sem uma política que orientasse suas ações levando aos diretores a tomarem iniciativas diversas para mitigar o impacto da paralisação.

Para que o ensino remoto possa alcançar bons resultados, não basta que os alunos se dediquem, os professores precisam estar habilitados a utilizar as ferramentas que permitem a mediação do conhecimento e, me parece, o Estado falhou neste quesito.

Não desconsidero os resultados da pesquisa, mas é preciso relativizá-los frente a esta limitação. Espero que os Estados possam colocar mais atenção sobre os professores, ofertando o suporte necessário para que possam realizar seu trabalho com qualidade e contribuindo para que as perdas de aprendizado pelos alunos sejam mitigadas. Fica a dica.

ARTIGO

O

pensador francês Michel Foucalt afirmou que o século XX se caracterizou pela organização da sociedade disciplinar. Nela havia escritórios, fábricas, quartéis, presídios, asilos e hospitais. Basta um olhar no entorno para concluirmos que no pós-2020 muita coisa mudou. A sociedade do século XXI não é mais uma sociedade disciplinar, mas uma sociedade de desempenho. E a mudança mais radical que se observa é justamente na presença dos verbos, enquanto formas de ação. Se a sociedade disciplinar era definida pela negatividade, pelos limites, pelo não-ter-o-direito ou pelo fazer-o-que-se-é-mandado, a sociedade do

“(...) não se engane, as vírgulas não são apenas um pequeno risquinho depois de um verbo. São bem mais do que isso (...)” desempenho se desvincula cada vez mais da negatividade. Ela se define pelo verbo poder, pois nela se tem a impressão que tudo podemos, tudo para termos mais, para fazermos mais, para produzirmos mais.

Aí entra em cena o novo sujeito, o sujeito do desempenho. É que, nos novos tempos, a positividade do poder se mostra bem mais eficiente que a negatividade do dever. O sujeito do desempenho se diz mais rápido, mais produtivo.

E isso tudo porque ele se sente livre das

amarras do domínio externo, da disciplina que o escravizava, das ordens do chefe, que o obrigaria a trabalhar ou que poderia explorá-lo. Ele se sente senhor de si mesmo. Assim, não se vê submisso a ninguém que não a si mesmo e aos seus verbos. Acordar, plugar, conectar, postar, curtir, ficar, trabalhar, empreender, lutar, vencer e tantos outros. Mas ainda que a sua submissão se limite ao seu próprio eu e aos seus próprios verbos, a pretensa ausência de domínios não o leva à liberdade. Ao contrário, faz com que a sensação de liberdade e a coação compartilhem do mesmo espaço. Ele se entrega à liberdade de maximizar seu desempenho, gerando um ciclo de autoexploração.

O explorador é ao mesmo tempo o explorado. Agressor e vítima não podem mais ser distinguidos.

E o verbo parar soa como uma heresia, quase um crime, uma transgressão. O sujeito do desempenho não pode parar.

Aí é que entram as vírgulas. Não se engane, elas não são apenas um pequeno risquinho depois de um verbo. São bem mais do que isso. Elas representam uma pausa. A necessária parada para outras ações, para outros verbos. Olhar, pensar, perceber, contemplar, sentir, refletir, criar, compartilhar. Verbos que representem mais o ser do que o simples poder.

Os desempenhos da humanidade e a sua capacidade de criação, em qualquer esfera, se devem muito à capacidade reflexiva, a uma atenção mais profunda, à contemplação. Eu quero, eu desejo o poder de decidir, de ser positivo, de ser o senhor do meu próprio desempenho. E sem as amarras da negatividade, poder escolher o momento de inserir as vírgulas, de fazer as pausas. Quero um 2021 repleto de verbos e de vírgulas, dentre eles cuidar e vacinar.

Texto adaptado do original, publicado em 03/09/2016.

Fim de semana,

16 e 17 de janeiro de 2021

MÍN: 23º MÁX: 37º

Sol e aumento de nuvens de manhã.

Pancadas de chuva à tarde e à noite.

DE OLHO NO LÍDER

COLORADO MIRA O TOPO

Em busca da sexta vitória seguida, Inter recebe o Fortaleza no domingo à noite. Rodada pode significar a retomada da liderança para o Colorado. Mais do que isso, pode fazer Abel igualar seu recorde de vitórias no clube.

RICARDO DUARTE/DIVULGAÇÃO