A Hora - 15/08/2020

A HORA | Fim de semana, 15 e 16 de agosto de 2020 | Ano 18 - Nº 2653 | Fechamento da edição: 19h

AULAS PRESENCIAIS

Quando e como voltar?

Avulso: R$ 6,00

O Estado apresentou nesta semana uma proposta para retomada das aulas presenciais e acendeu uma discussão complexa para toda a rede de ensino. De um lado, as instituições privadas que afirmam ter condições de receber os alunos; e de outro, as públicas que questionam como garantir segurança sem ter um formato definido às atividades.

GABRIEL SANTOS

Fundado em 1º de julho de 2002.

Páginas 6 e 7

Pelo plano do Piratini, a Educação Infantil seria a primeira a retornar. Estratégia divide opiniões. Dificuldade das crianças seguirem protocolos é a principal preocupação

DESEQUILÍBRIO NA POLÍTICA

Nas câmaras, só 17% são mulheres Representação feminina avançou na última década, mas segue tímida no Vale.

Partidos enfrentam dificuldades para alcançar a cota mínima de 30% nas nominatas. Evitar “candidaturas laranjas” é um dos principais desafios da Justiça Eleitoral.

Páginas 8 e 9

OPINIÃO ADAIR WEISS

O Vale pós-pandemia A região que conhecemos não será mais mesma após a covid-19.

OPINIÃO RODRIGO MARTINI

Réguas e enchentes Medições não resolvem, mas são cruciais para resposta mais eficiente.

DISTANCIAMENTO CONTROLADO

Vale aguarda aval para aplicar regras próprias Com a gestão compartilhada do sistema de bandeiras, a Associação dos Municípios (Amvat) encaminhou nessa sexta ao Estado o protocolo regional para

manter o controle sanitário e preservar as atividades econômicas. Na atualização dessa sexta, o Vale do Taquari permaneceu com a bandeira laranja. Página 10

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A HORA | Fim de semana, 15 e 16 de agosto de 2020

ABRE ASPAS

“A Helena representa o espírito da liberdade” ARQUIVO PESSOAL

O sonho de ter um motorhome e viajar pelo Brasil fez o auxiliar de laboratório Augusto Mörschbächer, 23, apelar para a criatividade. Em 2019, ele encontrou Helena, a Kombi, e passou a investir no projeto de “Kombihome”. Hoje Helena está em processo de transformação, com algumas reformas já feitas, e outras para fazer.

A reconstrução do veículo é mostrada no perfil @ projetokombihome

EDITORIAL

Duas visões e o abismo entre elas

E

sperar uma melhor condição sanitária ou retornar com aulas presenciais de forma gradual?

Quais séries devem voltar primeiro? O melhor é tentar algum modelo ainda em 2020 ou dar o ano como encerrado?

Essas são perguntas centrais quando se inicia um debate sobre educação e por mais que especialistas, professores, gestores públicos e famílias tenham algumas respostas ou opiniões, de fato, ninguém tem como sentenciar qual o caminho correto neste momento.

Este é um assunto do qual o RS está longe de encontrar a unanimidade ou mesmo de estabelecer um consenso. Nas escolas públicas do Estado, o vácuo criado pela pandemia desnudou ainda mais a precariedade estrutural da rede.

Professores se esforçam para cumprir as tarefas destinadas pelas direções e pela Secretaria Estadual de Educação.

Desenvolvem meios de se aproximar das turmas, de enviar conteúdos, tanto na for-

CAETANO PRETTO caetano@jornalahora.inf.br

• Como e quando surgiu o projeto da “Kombihome”?

A ideia surgiu do meu desejo de conhecer lugares novos, aliado ao meu sonho de ter um motorhome. Então em setembro de 2019 comecei a busca por uma Kombi para transformá-la em “Kombihome”.

• Como a Kombi estava quando você a comprou?

Eu encontrei a Helena (como apelidei a Kombi) no quintal de uma oficina de chapeação, em outubro de 2019. Ela tinha alguns amassados na lataria, precisava de uma pintura e alguns reparos na parte mecânica, o que pode ser considerado até normal, uma vez que se trata de um veículo modelo 1991.

• O que precisou ser adaptado para ela virar a “Kombihome”?

As reformas foram feitas em diversas partes da Helena. Desde a parte mecânica, até o sistema elétrico e a lataria. Também fiz alterações na cor, que foi de toda branca para metade bordô e metade branca.

• O que falta ser feito?

Com as reformas já feitas, falta fazer a parte mais trabalhosa e que exige grande planejamento, que é a parte da mobília interna. Com isso, poderei chamá-la realmente de casa.

• O que a Helena significa pra ti?

A Helena representa o espírito da liberdade. É um sonho que estou tendo a opor-

Contatos eletrônicos: Diretor Executivo: Adair Weiss Diretor de Mercado e Estratégia: Fernando Weiss Diretor de Marketing e Inovação: Sandro Lucas Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

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tunidade de tornar realidade.

• Qual é a viagem dos teus sonhos?

O meu sonho é poder fazer uma viagem passando por todos os estados do nosso país, podendo conhecer a diversidade cultural e a beleza natural do Brasil.

• Qual é a sensação de sair por aí em uma Kombi? Ela chama a atenção?

A sensação é maravilhosa! Quando utilizo a Kombi para me deslocar dentro da cidade, por onde ela passa as pessoas ficam olhando, e muito. Por isso, tenho a impressão de que estou dentro de uma nave espacial.

Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores.

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Nas escolas públicas do Estado, o vácuo criado pela pandemia desnudou ainda mais a precariedade estrutural da rede“ ma virtual quanto na física. Professores que atuam há mais de quatro anos com salários atrasados ou parcelados.

Nas estruturas dos colégios, mais dificuldades. Da imposição das regras e protocolos de saúde, de onde virão os recursos para essas adaptações? Os professores, muitos são do grupo de risco.

Eles voltarão à sala de aula? Em que condições? Serão contratados substitutos?

Quando se analisa o cenário nas instituições privadas, há outro cenário. Tanto que o próprio Sinepe, sindicato que representa a rede, afirma que há condições para começar o atendimento dos alunos o quando for necessário. A reivindicação da entidade é que não haja pré-determinação estadual quanto às séries que devem recomeçar. A defesa é para que a instituição tenha autonomia de decisão.

Os planos de contingenciamento das escolas privadas estão prontos. As adaptações em cursos, inclusive com investimentos em tecnologia, com câmeras que medem temperatura em alguns casos.

Na rede pública estadual, o ritmo é outro.

Inclusive os professores e as direções que estão abrindo as escolas não receberam nem máscaras do poder público. Essa pandemia aumenta ainda mais o abismo entre essas duas redes de ensino. Quanto ao retorno das aulas, ainda que haja um cronograma, o próprio Estado já deu sinais de que esse prazo será revisto.

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ADAIR WEISS adairweiss@jornalahora.inf.br

Preocupação se impõe aos mais diferentes setores produtivos, mas é o comércio regional o mais ameaçado

L

ajeado figura entre as cidades mais ricas do país, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas, divulgada nesta semana. Está na 9ª posição no estado do Rio Grande do Sul e na 41ª no país. Entretanto, o status glorioso pode estar com os dias contados. Por consequência, afetará toda a região do Vale do Taquari.

Políticos e líderes vaidosos não concordam com esta narrativa e preferem ufanar o potencial local como algo inabalável.

Cuidado! O nosso arranjo econômico está ameaçado.

Ainda que a diversificação econômica – indústria – comércio e serviços – permeada pelo setor de alimentos, tenha pilares sólidos, o que chega pela frente é preocupante. Não é exagerado afirmar que “o Vale que conhecemos não existirá após a covid-19”, ao menos quando sabemos das transformações em curso.

Dois fatores vitais ameaçam nosso potencial regional: falta de mão de obra qualificada na área digital (o mundo novo) e as estruturas frágeis do nosso

O Vale que conhecemos não existirá após a covid-19 comércio perante gigantes como Amazon, Alibaba e outros players com robustos e eficientes sistemas de venda online.

“Os grandes tomarão conta, se não nos mexermos”, desabafou ontem o empresário Deoclides Pedó, em e-mail e telefonema a este colunista. Ele se diz “angustiado e obcecado pelo estudo e análise do que está diante da nossa porta, sem nos darmos conta”.

Uma mostra é a falta do profissional mais requisitado neste momento: o gerente de e-commerce. Falta inteligência para orientar e operar nas empresas um modelo assertivo e eficiente de vendas digitais. Ao mesmo tempo, nossos clientes e nós mesmos somos “bombardeados” diariamente por players do centro do país e, até internacionais, por meio de algoritmos e sofisticados sistemas robóticos, de onde compramos com alguns clics. E tudo com alta escala e competitividade.

Na maioria dos casos, não é possível antever as dimensões das mudanças que se processam e nem o tempo que elas necessitam para nos impactar, reforça Pedó. Pressentir o potencial risco à manutenção do “status quo” regional é urgente , na opinião dele.

Concordo. A inércia e a des-

DIVULGAÇÃO

Dizem que a natureza é sábia.

Talvez por isso, a maioria das árvores renasce após cortada ou completar seu ciclo. Pode ser uma boa analogia para inspirar e reinventar nossos negócios

Como mudar isso?

Eis o desafio. Devemos estabelecer discussões exaustivas nas universidades, nas entidades de classe, nas escolas, nas empresas e até nas famílias.”

crença em relação às mudanças rápidas ainda persistem em muitos negócios locais e regionais.

Os mais resistentes e com pouca flexibilidade serão os mais atingidos, talvez, “varridos” do mercado, em questão de alguns meses, para não dizer semanas.

A preocupação sobre o comércio tradicional ganha escala à medida que seus proprietários não conseguem ou não querem antever os desafios e ajustes que devem ser implementados. O risco de dormirem à noite e acordarem no outro dia sem condições para continuar aumenta ao passo que seus modelos de gestão e processos fiquem defasados.

Como mudar isso? Eis o desafio. Devemos estabelecer discussões exaustivas nas universidades, nas entidades de classe, nas escolas, nas empresas e até nas famílias. Não temos tempo para ranços, nem cochilos, egos ou vaidades. O momento é de adaptação, rápida e eficiente.

Vamos abrir a cabeça.

E não falo apenas do comércio e da necessidade de implantar sistemas digitais ou de e-commerce. Nosso arranjo produtivo local galgado na produção e industrialização de alimentos também está ameaçado pela evolução produtiva da China, para citar apenas uma

ameaça. Os produtos asiáticos invadiram o Brasil, o Rio Grande e estão cada vez mais dentro de nossas casas. Portanto, se a nossa gente se rende aos chineses, então imagina o que farão as outras regiões que sequer têm vínculos emocionais com nossos produtos.

Os desafios realmente são gigantes. Os grandes conglomerados estão organizados e vorazes. Devemos falar mais disso e agir. Precisamos ser rápidos e intensos, nos apropriar da inovação e das oportunidades competitivas. Torcer o nariz ou “esperar a pandemia passar” para então decidir algo novo, pode ser tarde demais.

Insisto: universidades, entidades de classes, empresas e famílias, todos alinhados na busca por soluções. E, por último, quebrar a saga do poder público pesado, arcaico e burocrático.

Precisamos enfrentar os agentes políticos profissionais e exigir que tenham soluções inovadoras para nossas cidades e arranjos produtivos, sejam eles prefeitos, vereadores, secretários ou qualquer outro cargo que ocupem.

Quem não tiver nesta sinergia, devemos “varrer” do cargo. Já esperamos demais.

O comentário pode soar duro, mas tem objetivo claro: agir enquanto é tempo.

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RODRIGO MARTINI Sugestões, críticas, contrapontos: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

Vibee Unimed A importância das réguas!

A

s réguas linimétricas não impedem enchentes. Mas é uma primeira resposta da sociedade ao desastre que atingiu o Vale do Taquari no dia 9 de julho. A falta de um controle efetivo e de formas de monitoramento próprias na parte baixa da região comprometeu os serviços de evacuação da Defesa Civil, dos moradores e dos empresários.

A sensação geral é de que o prejuízo poderia ter sido menor. E poderia. Fato é que a enchente do mês passado provocou a comunidade. E a comunidade, independente do poder público, aceitou a provocação!

O primeiro ato partiu do Corpo de Bombeiros Voluntários Imicol, em Colinas. Por meio de doações, eles buscam oito réguas para instalar às margens do rio Taquari. Nesta semana, outra ação voluntária ilustrou as páginas impressas do Jornal A Hora e mexeu com os brios de quem tem a obrigação de garantir a segurança dos vulneráveis. Moradores, empresários e voluntários pintaram uma série de réguas na parte mais

carente e vulnerável do Bairro Centro de Lajeado, na área popularmente conhecida por “Cantão do Sapo”.

Um dia depois, a Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) também demonstrou atitude e instalou seu marco. “Só um levantamento pluviométrico da bacia Taquari-Antas atenderá o objetivo técnico de monitoramento das cheias. Isto é o que dará resultado.

A instalação da régua é um símbolo de que estamos atentos”, resume o presidente Cristian Bergesch. O projeto foi desenvolvido pelos professores da Univates Sofia Royer Moraes, engenheira ambiental, e Rafael Eckhardt, biólogo, com auxílio da arquiteta Kátia Eckert.

No âmbito público, destaque para o Executivo de Arroio do Meio, que instalou um marco no Bairro Navegantes, próximo ao balneário do Rio Taquari. E também para o Governo de Lajeado, que cumpriu a promessa de instalar a primeira régua no Parque dos Dick dentro de um período de 30 dias (foto).

Neste domingo, encerra-se o prazo para inscrições no Programa de Aceleração do Vibee Unimed – o hub de inovação da cooperativa médica. “Já temos 60 startups de todo o Brasil

Transporte escolar O governo de Teutônia anuncia um plano de auxílio financeiro aos transportadores escolares do município durante a pandemia. O auxílio de

Agora o desafio é garantir uniformidade técnica das medidas. Afinal, a Defesa Civil de Estrela afirma que a enchente passada atingiu 27,65m, e a CPRM registra 27,39. São 26 cm de diferença. E isso é área e água para muita enchente!

PP abraça o Novo Nessa terça-feira, escrevi sobre o incômodo causado pelo Partido Novo em determinadas alas da Situação.

Tudo por que o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo (PP), anda próximo

aos liberais. Em resposta, o presidente municipal do PP, Natanael dos Santos (foto), é taxativo. “O PP não está incomodado com o fato. Justamente o contrário. É momento de for-

inscritas. A ideia é auxiliá-las no seu desenvolvimento por um período de seis meses”, explica o coordenador do espaço, Rafael Zanatta. Mais detalhes no site www.vibeeunimed.com.br.

talecer as alianças e a coligação com a base aliada. Tanto com o Novo, e com o PSDB”, afirma. Já pelos lados da Oposição, o possível (re) acerto entre MDB e PT é tratado a sete chaves.

50% do valor mensal contratado se tornou possível por meio de lei aprovada pela câmara de vereadores. E os demais municípios?

SIM em Lajeado Nessa quinta-feira, o governo de Lajeado publicou no Diário Eletrônico a troca de comando do Serviço de Inspeção Municipal (SIM).

A servidora efetiva Paulo Luciana Kern substituiu Bruna Salles. Ambas são Médicas Veterinárias concursadas.

Consenso confuso Em Encantado, o fim de semana será de negociações entre líderes do PDT, PTB, MDB, PT, PSB, PSDB e PP. O debate sobre um eventual

consenso para o pleito de novembro, unindo esquerda, centro e direita, divide opiniões. Muitos não levam a sério o assunto.

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AULAS PRESENCIAIS

UM PLANO

E MUITAS DÚVIDAS A sugestão de uma retomada gradual das aulas presenciais expõe as diferenças entre colégios públicos e particulares. Enquanto as escolas privadas investem na melhoria de infraestrutura, na adaptação dos espaços e na preparação do quadro funcional, nas públicas se convive com a incerteza de como garantir condições de segurança para receber alunos e professores FILIPE FALEIRO filipe@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

A

possibilidade de retomar as aulas a partir deste mês é motivo de preocupação para a família de Diogo Waick e Daisy Pappen. Com três filhos, acreditam ser muito cedo estipular uma data para volta, em especial devido à idade dos filhos.

O menino mais velho tem sete anos. As meninas, uma tem pouco mais de um ano e a caçula está com três meses “Crianças nessa faixa etária não sabem se cuidar. Em especial nas creches. Conversamos sobre isso e, caso as aulas voltem, não vemos condições de mandá-los às escolas”, diz a mãe.

Daisy é comerciária e está em licença maternidade. O marido em licença saúde devido a um acidente. “Por enquanto estamos conseguindo manter. Caso eu tenha de voltar ao trabalho, vou negociar férias e levar do jeito que der.”

Os dois primeiros filhos do casal frequentam escolas públicas municipais de Lajeado.

“São ótimas escolas, mas não sei como as professoras das creches conseguiriam cuidar de uma criança sem se aproximar.” A mais nova só poderá ser inscrita para busca de uma vaga quando houver definição quanto ao futuro das atividades nos educandários.

A preocupação dos pais também está presente nas autoridades públicas e no quadro funcional das escolas. Para as entidades ligadas ao setor público, como a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e do sindicato dos professores (Cpers) consideram inviável reabrir as escolas neste momento, em especial de Educação Infantil.

Já a representação das instituições particulares realça que os colégios estão preparados para receber os estudantes. Ao mesmo tempo, também defendem que a escola tenha autonomia para decidir quem volta primeiro.

Em comum, essas duas redes reafirmam uma postura de que a família tenha o poder de decidir se deve ou não enviar os filhos às escolas, junto com a garantia de que esse aluno em casa também receba conteúdos e faça atividades.

Toda essa discussão ganhou mais força Os pais Diogo e Daisy estão inseguros quanto ao retorno da filha de um ano para a creche pública

nesta semana com a proposta do governo do Estado para volta das aulas presenciais a partir do dia 31 de agosto. Primeiro com a Educação Infantil, depois de duas semanas para o Fundamental e assim consecutivamente até o dia 8 de novembro com o retorno das instituições de Ensino Superior.

“Somos favoráveis ao retorno”

A vendedora de seguros de Lajeado, Fabiane Mezzacasa Pin, tem um casal de filhos matriculados em uma escola privada da cidade. O menino tem 10 anos e está no 5ª ano do Ensino Fundamental. A filha tem 16 e está no 2º ano do Ensino Médio.

Como estão em uma idade com mais autonomia, poderiam seguir os protocolos de saúde, diz Fabiane. “Somos favoráveis ao retorno. Nossos filhos não têm complicações de saúde e vejo que hoje é necessário para que tenham de novo o convívio com colegas e com os professores.”

Na avaliação dela, ainda que os filhos estejam cumprindo com uma rotina similar ao do período antes da pandemia, há prejuízos para o aprendizado. Fabiane também reconhece que é preciso avaliar cada cenário. “Uma criança em

idade de creche é mais complicado. Se eu tivesse um filho nesta faixa etária, acho que optaria por mantê-lo em casa.”

Preparação das escolas

As diferenças entre instituições públicas e privadas ficam ainda mais visíveis quando se ARQUIVO PESSOAL

Pedro, filho de Fabiane, estuda em colégio privado e mantém rotina diária de atividades

verifica os movimentos para adaptar as estruturas. Enquanto na rede particular há planos já determinados voltados à segurança em saúde, nos colégios públicos estaduais pouco foi feito.

O diretor do Colégio Evangélico Alberto Torres (Ceat), Rodrigo Ullrich, afirma que a instituição tem condições de retornar com aulas em todos os níveis. Ainda assim, defende que não haja imposição por quais séries deveriam retornar primeiro.

Pela estratégia do colégio, caso seja mantida a volta para a Educação Infantil, há um bloco inteiro só para esse público. “Temos um protocolo pronto desde junho. Já foi enviado ao governo do Estado e atendemos todos os requisitos. Até fizemos mais e vamos instalar câmeras com medição de temperatura na entrada e saída da escola.”

Ainda com todo o investimento, o plano é de uma volta gradual, de uma turma por série, evitando ao máximo a aglomeração. Inclusive com a criação de uma “brigada covid” dentro da escola. “Faremos uma busca ativa em caso de algum com suspeita da doença, com possibilidade de rastrear quem foram os contatos desse aluno ou mesmo professor”.

Inclusive também é prevista a testagem em todo o corpo de funcionários. O colégio tem 1,1 mil alunos e cerca de 200 funcionários.

FILIPE FALEIRO

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A HORA | Fim de semana, 15 e 16 de agosto de 2020 GABRIEL SANTOS

PROPOSTA DO ESTADO O cronograma previsto foi apresentado nesta semana. Na próxima terça-feira, haverá mais uma reunião entre o governo estadual e os dirigentes municipais para detalhar a estratégia de retorno.

Nessa quinta-feira, em transmissão pela internet, o governador Eduardo Leite salientou que é possível que essa previsão de volta não seja cumprida. O motivo central é o avanço dos contágios e o uso perto do limite da capacidade hospitalar em algumas regiões gaúchas. Confirma a proposta: 31 de agosto – Educação Infantil (rede privada e pública) 14 de setembro – Ensino Superior (rede privada e pública) 21 de setembro – Ensino Médio e Técnico (rede privada e pública) 28 de setembro – Ensino Fundamental, anos finais (rede privada e pública) 8 de outubro – Ensino Fundamental, anos iniciais (rede privada e pública)

CRITÉRIOS Para avançar sobre as liberações, o governo estadual estabelece como regras: • Elaboração de um Plano de Contingência para todas as instituições de ensino; • A volta só ocorreria em regiões com bandeira laranja ou amarela; • Cada escola, município, região e o Estado terão Conselhos Operacionais de Educação; • Esses conselhos terão de encaminhar à análise da organização superior cada plano com no mínimo cinco dias de antecedência de retorno das atividades presenciais.

CONSULTA ÀS INSTITUIÇÕES

Essa é uma realidade distante quando se olha às instituições públicas. No maior colégio da região, o Castelo Branco, o sentimento é de incerteza. “Não temos como afirmar nada neste momento. Como gestor de escola, frente ao que os especialistas em saúde dizem, é praticamente inviável retornar”, afirma o diretor, Marcos Dal Cin. Frente à necessidade de estabelecer um plano de contingência, afirma que esse processo foi iniciado em junho e parou por quase dois meses. Só voltou a ser elaborado nesta semana, quando houve reunião com a Coordenadoria Regional de Educação.

Sem máscaras e sem álcool gel

Conforme Dal Cin, a escola formou uma comissão para elaborar o plano de volta e há um roteiro básico enviado pelo Estado de como formular esse documento. Para ele, não depende só do que está escrito no papel, mas de como chamar os alunos e atendê-los com segurança.

“Há muitas dúvidas: como será cumprir o dis-

Volta das escolas infantis em agosto divide opiniões.

Undime defende aulas com alunos maiores

tanciamento pela estrutura que temos hoje? Vai ter merenda? Como será a chegada desse estudante na escola? É uma situação complicada”.

Para fazer as adaptações na escola, será preciso investimento e contratações, afirma Dal Cin. “Até agora não temos nenhum indicativo de onde virão esses recursos. Fizemos alguns investimentos, muito tímidos, como a instalação de suportes para álcool gel e para sabão líquido nos banheiros.”

Neste momento, afirma que nem máscaras, luvas e álcool gel foram disponibilizados pelo Estado, apesar da escola estar aberta para entrega de materiais impressos para alunos sem acesso à internet.

O Colégio Castelo Branco tem quase mil alunos matriculados. São 75 professores e 15 funcionários. Muitos deles em idade avançada e do grupo de risco, alerta Dal Cin. “Caso volte, como será? Poderemos chamar esses professores e funcionários? Não temos informações para responder isso”, frisa o diretor.

COMO PREVENIR

Em julho, mais de mil entidades representativas dos setores de assistência, educação e saúde sugeriram cenários para retorno das aulas. O estudo também observou algumas carências das escolas públicas gaúchas. Tais como:

• Testagem em massa; • Inclusão do histórico de doenças respiratórias e outras doenças crônicas na ficha do alunos;

• Estruturas físicas (mais banheiros e pias/ torneiras); • Recursos humanos (professores – vários em grupo de risco, funcionários, profissionais da limpeza e monitores) das escolas estaduais são insuficientes para as medidas de prevenção necessárias;

• Presença de técnico de enfermagem na escola;

• Recursos financeiros para as escolas públicas (especialmente para a aquisição de materiais de limpeza e de higiene, contratação de profissionais da área e transporte);

• Implementação de Termo de Responsabilidade da Família, no qual essa se compromete a não mandar filho/a para escola se estiver com sintomas;

• Famílias em vulnerabilidade social podem não dispor de itens indispensáveis para a higiene necessária; • Realidades familiares diferentes (alguns precisam do retorno das escolas para que seus filhos estejam seguros, outros não querem que seus filhos voltem porque temem pela sua saúde);

• Estabelecimento quarentena de 14 dias para alunos oriundos de outros estados e/ou municípios com bandeira mais grave.

• Municípios rurais (necessidade de transporte e carga horária de professores que trabalham em municípios vizinhos); • Inverno, frio, chuva e umidade (dificuldade de ventilação dos espaços).

ENTREVISTA PÂMELA DE FREITAS MACHADO, psicóloga especialista em terapia de casal e família

“Não há como substituir a escola” Os colégios são mais do que um local de aprendizagem. Ajudam as crianças e os jovens a se conhecerem, a estabelecerem relações e aprenderem mais do que conteúdo. Em meio à pandemia, aceitar essas imposições de afastamento e não tratar 2020 como um ano perdido são lições para estudantes e às famílias, frisa a psicóloga e docente da Univates.

A Hora – Após quase cinco meses afastados, como a volta às aulas impacta sobre os alunos?

Pâmela de Freitas Machado – Não temos como antecipar. Estamos vivendo essa pandemia. O que podemos fazer são perspectivas, pois há uma interferência na vida. Toda a incerteza desta pandemia gera ansiedade nos pais e nos alunos.

Mas isso tudo varia. As crianças menores não têm dimensão de tempo. Para os

adolescentes isso é diferente. Depende muito de como essa família também vivenciou esse distanciamento, do quanto os alunos tiveram contato com as escolas e com os colegas. Neste momento, o importante é ir com calma.

Teremos outra organização. Tudo muito diferente do que era e extremamente novo. Vamos ter que descobrir com o tempo.

Como o afastamento do convívio com colegas e professores interfere sobre a sociabilidade dos estudantes?

Pamela – Antes da pandemia essas gerações já estavam imersas no mundo digital. Atendo famílias e percebo que os jovens se falam muito. Ainda que seja de forma digital, isso não deixa de ser uma

forma de se socializar.

O que está diferente é o local. Na escola se encontravam. Agora isso passa por uma resignificação desse espaço. O ser humano tem a necessidade de socializar. As pessoas sempre dão um jeito de criar esses grupos de pertencimento.

Os jovens estão fazendo isso. Estão em contato na forma virtual, seja para conversar ou nos jogos eletrônicos.

Como trabalhar essa retomada, seja no Ensino Infantil ou no Ensino Médio?

Pamela - Precisamos reconsiderar o pensamento de que se as crianças não estão na escola elas estão perdendo.

Perdendo conteúdo, me refiro. Temos de

entender que o aprendizado de crianças e de adolescentes é mais do que conteúdo. O que estamos vivenciando traz outro tipo de experiência com outros aprendizados.

Então não dá para achar que precisa voltar às aulas a todo custo para não perder o ano. Não há como fingir que a pandemia não aconteceu e que não está acontecendo. Isso faz parte. O vamos “perder” o ano tem de ser entendido como a vivência em um período atípico.

Precisamos assimilar isso tudo. Saber que esse ano existe e que nos fez aprender coisas que talvez não conheceríamos se não fosse tudo isso.

Algo bem importante é reconhecermos.

Não há como substituir a escola. Estar com a família em casa não é a mesma coisa. A escola não existe só pelo conteúdo. Há todo o convívio, o compartilhamento com o outro, as suas regras de comportamentos.

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TABU HISTÓRICO NA POLÍTICA

Participação feminina cresce, mas ainda é tímida Partidos enfrentam dificuldade para completar a cota de no mínimo 30% de candidatas mulheres, principalmente no interior. Ainda que representem quase metade do eleitorado, elas ocupam apenas 17% das cadeiras nos parlamentos da região

MATHEUS CHAPARINI matheus@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

U

m dos grandes desafios da política no país ainda é a participação das mulheres nos espaços de poder. Na região, não é diferente. No Vale do Taquari, elas representam 48,5% do eleitorado. Ainda assim, apenas dois dos 38 municípios têm mulheres como chefes do Executivo, sendo que apenas uma delas foi eleita para o cargo.

Em Doutor Ricardo, Cátea Rolante (MDB) está em seu primeiro mandato. Em Anta Gorda, Madalena Zanchin (PP) assumiu o posto após a morte do ex-prefeito, Celso Casagrande (PDT), em outubro de 2019.

Nas câmaras de vereadores, a participação também é baixa.

Para cada cadeira ocupada por uma vereadora, há outras cinco ocupadas por homens. Na região, nunca uma mulher foi presidente da Associação de Municípios (Amvat) ou da Associação dos Vereadores (Avat).

A pequena participação feminina na política gera situações inusitadas, como o caso do Partido da Mulher Brasileira. A sigla tem apenas uma filiação na região.

E é de um homem.

Em nível regional, os partidos buscam aumentar o número de candidaturas femininas. Pela lei eleitoral, é preciso ter, no mínimo, 30% de candidatos a vereador de cada gênero, o que é ainda é um desafio, principalmente nas cidades menores.

Ainda assim, boa parte das maiores siglas não têm programas ou estratégias bem definidas neste sentido.

Única prefeita eleita

Doutor Ricardo foi o único município da região a eleger uma prefeita em 2016.

Cátea Rolante vem de uma família ativa na política. Seu pai, Querino Borsatto, foi vereador por duas legislaturas em Arvorezinha.

Cátea é casada com o ex-prefeito do município, Nilton Rolante, eleito em 2008. O casal participou do processo de emancipação de Doutor Ricardo. Antes de se eleger prefeita, foi vereadora e a secretária de

Legislativos do Vale 358 cadeiras: 61 mulheres 297 homens ELEIÇÃO DE 2016

Assistência Social.

“Precisamos incentivar a participação feminina na política pela capacidade, coragem, determinação que nós mulheres temos de se empenhar e buscar o melhor pelas pessoas”, defende.

Baixa participação nas câmaras

Entre as 38 câmaras de vereadores do Vale do Taquari, oito são compostas integralmente por homens. Ao todo, a região conta com 358 cadeiras nos Legislativos municipais. Destas, 61 são ocupadas por vereadoras, elas respondem por 17% das vagas. Para cada vereadora, há cinco homens na mesma função.

Pioneira de Lajeado

Carmen Regina Cardoso foi a primeira vereadora eleita de Lajeado, primeira presidente da câmara e primeira prefeita da cidade. Ela destaca o processo histórico que resultou na discrepância de espaço entre homens e mulheres.

“Ao longo da história, a política foi um espaço privativo do homem. A mulher teve de romper barreiras muito fortes, e até hoje tem certa dificuldade”, afirma.

Na sua avaliação, as mulheres conquistam mais espaço na política, mas o crescimento ainda é tímido.

“As mulheres estão se desacomodando e aceitando esses desafios modernos. Cresce a participação feminina em todas as áreas,

Câmaras só com homens Bom Retiro do Sul Boqueirão do Leão Dois Lajeados Fazenda Vilanova Muçum Putinga Roca Sales Tabaí

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Como os maiores partidos da região buscam ampliar candidaturas femininas

MDB

De acordo com o coordenador regional, Celso Cervi, o partido superou uma dificuldade histórica de atrair mulheres e jovens para a atividade partidária.

“Lá atrás nós tínhamos muita dificuldade em ter candidata mulher. Hoje, estamos muito felizes porque todas as vagas do MDB Mulher em Lajeado estão preenchidas. Inclusive, temos candidatas sobrando”, diz. No entanto, Cervi afirma que nas cidades do interior, a dificuldade é maior. De acordo com o coordenador, a sigla terá ao menos 18 candidatos a prefeituras, sendo ao menos uma mulher.

PP

O partido promove cursos de formação online e reuniões para incentivar mulheres a participar mais ativamente da política.

“Ano passado organizamos um encontro presencial em Lajeado com 200 mulheres, já pensando nessas eleições. Eu acompanho cada município diretamente, para estar mais próxima das mulheres”, afirma Mareli Vogel, presidente do diretório regional e vice-presidente do movimento feminino do partido.

Para este ano, a sigla deve apresentar três candidatas mulheres aos Executivos municipais.

PDT

Coordenador regional, José Scorsatto destaca que o partido possui, em nível estadual e federal, um grupo chamado Ação da Mulher Trabalhista, fundado em 1981. De acordo com o dirigente, o partido mantém cota mínima de 30% nas executivas. “Quando eu assumi, coordenamos um processo de fazer com que a mulher estivesse mais presente nas executivas municipais”, diz.

O partido projeta ter 14 candidaturas majoritárias, sendo duas com mulheres encabeçando a chapa.

PSDB

Fonte: TRE/RS e TSE mas principalmente na política, que sempre foi um espaço machista”, afirma.

Aos 77 anos, Carmen conta que já não é mais muito atuante na política partidária. Ainda assim, de vez em quando, telefona para o seu antigo assessor jurídico e atual prefeito, Marcelo Caumo, para tratar de temas da cidade.

Mais controle sobre “candidaturas laranjas” Em 2018, as “candidaturas laranjas” estiveram entre os principais temas das eleições, resultando em investigações da Polícia Federal e queda de políticos em nível federal. Em função disso, a Justiça Eleitoral reforçará a fiscalização para o pleito deste ano.

Promotora eleitoral do Ministério Público de Lajeado, Ana Emília Vilanova afirma que a fiscalização se dará ao longo da campanha.

“Como o candidatos devem prestar contas parciais durante o período de campanha eleitoral, será possível verificar se a candidata A ou B está, ou não, efetivamente fazendo campanha ou se a candidatura é 'pro forma'”, afirma.

A legislação determina que as nominatas de cada partidos tenham no mínimo 30% e no máximo 70% de cada gênero.

Alguns partidos incluem nomes de candidatas laranjas para completar as cotas.

Nas eleições municipais de 2012, foram 35 candidatas sem nenhum voto.

Quatro anos depois, o número reduziu para oito. A ausência de votos é um dos principais indícios de candidaturas laranjas. Se comprovada a prática, os candidatos do partidos podem ter seus mandatos cassados.

“Caso se verifique a existência de candidaturas fraudulentas, poderá ser ajuizada ação contra todos os candidatos – eleitos ou não – do partido em questão, que poderão responder criminalmente”, afirma.

Os diretórios nacional e estadual organizam cursos e palestras online para incentivar a participação feminina.

“Tem dado certo para nós, está bem positivo aqui na região.

Como temos uma vereadora isso contribui para que o público interaja mais e participe”, afirma o presidente do diretório de Lajeado, Carlos Reckziegel.

Ele defende que a legislação deveria garantir 50% das cadeiras para o público feminino para aumentar a participação. A princípio, o partido terá ao menos três candidaturas ao Executivo, nenhuma delas de mulher.

PTB

De acordo com Ederson da Rocha, presidente do diretório de Teutônia, o partido incentiva as mulheres para que se sintam motivadas a perceber sua importância na política. “Elas precisam exercer a sua representatividade e perceber que é possível sim vencer uma eleição e exercer um mandato aos seus princípios”, afirma Ele acredita que partido não terá candidaturas femininas.

PT

De acordo com o presidente do diretório de Lajeado, Auri Hessler, o partido promove discussões e conversas para a formação de quadros femininos. Hessler reconhece que apresentar candidatas é uma dificuldade.

“Elas estão mais ativas, participando dos diretórios, mas não reflete em candidaturas. Não são todas que estão dispostas a enfrentar esse mundo de eleições, que é bastante machista”, avalia.

O partido tem uma regra interna que determina que metade da direção tem de ser composta por mulheres. A sigla projeta de 6 a 8 candidatas à câmara de Lajeado.

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A HORA | Fim de semana, 15 e 16 de agosto de 2020

Estado revisa bandeiras e Vale segue laranja

Amvat aguarda aval do Estado para protocolo regional FERNANDA MALLMANN

Piratini atribui risco médio de contágio à região. Outras 16 áreas ficaram em bandeira vermelha RAMIRO BRITES ramiro@grupoahora.net.br

Aprovado nessa quinta pela Amvat, protocolo é avaliado pelo Estado

VALE DO TAQUARI

A

o contrário da preocupação dos líderes regionais, o Vale do Taquari permaneceu no risco médio de contágio (laranja), conforme a 15ª rodada do modelo de Distanciamento Controlado do governo estadual.

O mapa de risco de contágio do foi rodado na tarde de ontem e conta com outras quatro zonas em risco médio de contágio. As demais 16 regiões estão em risco alto de contágio (vermelha).

As bandeiras definitivas serão divulgadas na segunda-feira, 17.

A região de Lajeado ficou com 1,23 ponto. Para ser classificado em bandeira vermelha, o Comitê de Dados do Gabinete de Crise deve somar mais de 1,5, no cálculo dos indicadores considerados pelo Distanciamento Controlado. Bagé, Cachoeira do Sul, Santa Cruz do Sul e Santa Maria ficaram com notas mais baixas que o limite que define alto risco de contágio às “regiões Covid”.

A partir desta semana, as associações regionais terão duas alternativas caso não concordem

com a classificação preliminar.

Além dos pedidos de reconsideração, em vigor desde a sétima rodada, as regiões que quiserem adotar protocolos menos restritivos à bandeira na qual estão classificados, mas no mínimo iguais à bandeira anterior poderão elaborar planos estruturados próprios aprovados por no mínimo dois terços dos prefeitos e avalizados por uma equipe técnica.

Além disso, os documentos devem ser encaminhados para o Gabinete de Crise, por meio de formulário online, com no mínimo 48 horas de antecedência do início da vigência de seu plano.

O pedido de reconsideração à classificação da bandeira, que pode ser feito pela associação regional ou pelo próprio município, também deverá ser encaminhado exclusivamente por meio de formulário eletrônico,

no prazo máximo de 36 horas após a divulgação do mapa preliminar – ou seja, até as 6h de domingo, 16.

As alternativas foram resultado do modelo de gestão compartilhada do Distanciamento Controlado, . “Estamos buscando ajustar o modelo a um novo momento, para melhor conciliar com a atividade econômica garantindo a proteção à saúde das pessoas", explicou o governador Eduardo Leite na segunda-feira, 10.

A adoção de protocolos alternativos não mudará as cores do mapa definitivo, que será divulgado após análise dos recursos pelo Gabinete de Crise, na tarde de segunda-feira, 17. As bandeiras definitivas da 15ª rodada começa à 0h de terça-feira, 18 e se encerra às 23h59 de segunda-feira, 24.

Prefeitos sugerem adoção de regras da bandeira vermelha, com flexibilização em quatro setores.

Estratégia está em análise pelo Piratini RAMIRO BRITES ramiro@grupoahora.net.br

VALE DO TAQUARI

O governo estadual recebeu, no início da tarde de ontem, 13, o protocolo de segurança sanitária da região 29-30 do Distanciamento Controlado, que compreende os municípios do Vale do Taquari.

Segundo o presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) e prefeito de Imigrante, Celso Kaplan, o Vale do Taquari

já adotou as restrições do alto risco de contágio (bandeira vermelha), com alteração de quatro itens. Deste modo, “todo mundo fica mais organizado”, declarou.

Conforme aprovado na tarde da quinta-feira em assembleia da Amvat, o comércio, os serviços e a administração pública seguiriam as regras do risco médio (laranja).

Protocolo híbrido O setor de alojamento e alimentação cumpriria restrições mistas das bandeiras laranja e vermelha. A redução da capacidade de atendimento seria mantida, conforme define o protocolo do alto risco de contágio. No entanto, os restaurantes e hotéis poderiam receber clientes no local, o que é restrito pela bandeira vermelha.

O Comitê de Dados, do Gabinete de Crise do Estado, tem 48 horas para analisar o pedido, que deve ser homologado no domingo, 16.

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A HORA | Fim de semana, 15 e 16 de agosto de 2020

Sessão de Cine Drive-in une lazer e solidariedade ARQUIVO/LAURA MALLMANN

Em Lajeado, sessão foi transferida para o próximo sábado, dia 22

Evento em Arroio do Meio ocorre neste sábado para ajudar menino com AME e síndrome de Down LAURA MALLMANN laura@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

O Rotaract Club de Arroio do Meio promove uma sessão de Cinema Drive-in beneficente, neste sábado, a partir das 19h, no pátio do CTG Querências. A modalidade permite entretenimento ao público sem sair dos carros. O filme escolhido é a comédia Jojo Rabbit, vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado deste ano.

Os portões abrem às 19h e a exibição está marcada para às 20h. Conforme a responsável pela comunicação do Rotaract, Gabriela Dornelles, os 120 ingressos disponíveis esgotaram na noite de quinta-feira.

Além de oferecer entretenimento, a sessão de cinema angaria fundos para o tratamento de um menino Matteo Jardim, de Porto Alegre. Ele tem 11 meses e possui um quadro clínico raro.

O Teteo, como é conhecido, possui familiares em Arroio do Meio e sofre de duas doenças genéticas graves. Uma é Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1, o mesmo diagnóstico da menina de Teutônia, Lívia Teles. Teteo também possui Síndrome de Down.

Gabriela explica que a missão do Rotaract é ajudar o próximo. “Estamos realizados com a adesão da comunidade ao nosso evento. Além

de promover o entretenimento, também vamos ajudar Teteo, que precisa tanto”, afirma.

A organização recomenda o máximo de quatro ocupantes por veículo. O filme será exibido em um telão de 50m² e o som do filme será transmitido por frequência via rádio.

Lajeado transfere Cine Drive-In Com a previsão chuva, a administração municipal de Lajeado decidiu transferir a terceira sessão do Cine Drive-In Cooperar para o próximo sábado, dia 22, às 19h, na antiga pista de rodeio do Parque do Imigrante. O filme exibido será o longa “Onde está a felicidade”. O projeto é uma realização da administração municipal de Lajeado, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel), em parceria com o Sicredi Integração RS/MG e Sesc Lajeado.

Conforme o secretário da Secel, Carlos Reckziegel, as pessoas que já haviam adquirido o ingresso podem utilizar o mesmo para a sessão do dia 22. Já as pessoas que não poderão participar, devem realizar a troca do ingresso.

Ainda há ingressos disponíveis e podem ser retirados mediante a doação de três caixas de leite, na Secel, na rua Alberto Torres, no Centro, ou no Sesc Lajeado. Já os associados da Sicredi Integração RS/MG podem retirar nas agências do município.

Comunidade exalta trajetória de ícone da educação rural FOTOS: DIVULGAÇÃO

Guillebaldo Ahlert foi o primeiro professor do interior a receber distinção de Educador Emérito do RS, na década de 70 FÁBIO KUHN fabiokuhn@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

D

ocente por mais de 35 anos, vereador em quatro legislaturas, representante de entidades esportivas e um dos líderes da Liga de Cantores do Vale do Taquari. Essas foram algumas das atribuições de Guillebaldo Ahlert. Caso estivesse vivo, o morador de Estrela que dedicou a vida ao ensino de crianças no interior completaria 100 anos nesta segunda-feira, 17.

O professor Ahlert, como era mais conhecido, lecionou em uma época que seis turmas eram colocadas numa mesma sala. No auge da carreira, quando atendia duas escolas no então distrito estrelense do Corvo (hoje Colinas), tinha mais de 130 alunos e andava cerca 10 quilômetros por dia a cavalo de um educandário a outro.

“Ser educador era uma grande doação naquela época”, afirma uma das filhas, Isoldia. Além de professor, Ahlert também era considerado liderança local e era procurado para auxiliar em assuntos relacionados à comunidade.

O destaque da carreira foi o título de “Educador Emérito” recebido das mãos do então governador, Sinval Guazelli, em 1975. Ahlert foi o primeiro professor do interior a receber a distinção.

Anos antes, em 1970, o profissional já havia sido indicado pelo

Foto de Ahlert em 1958 com um grupo de alunos da Escola Sete de Setembro, um dos colégios onde o professor ensinou nos 35 anos de carreira

Ministério do Exterior para participar de um programa educacional na Alemanha. Foi uma oportunidade para trazer experiências daquele país europeu para a realidade local.

Em relato colhido por parentes com ex-alunos e autoridades locais, Ahlert é lembrado pela facilidade de ensinar, pelos conselhos e pelo controle em sala de aula. O professor faleceu em 5 de janeiro de 1979 e tem como descendentes vivos três filhas, seis netos, nove bisnetos e um trineto.

Carreira profissional Ahlert estudou na Escola Particular de Linha Schmidt (Estrela) e Escola de Instrução Militar e Tiro de Guerra. Também cursou o Colégio Lajeadense (atual Colégio Evangélico Alberto Torres) e participou de vários cursos de aperfeiçoamento no Departamento do ex-Sínodo Riograndense, em São Leopoldo.

O professor iniciou a carreira em 1940, na Escola Particular Sete de Setembro, no Distrito de Corvo. Em 1945, foi nomeado professor municipal para a Escola José Bonifácio, passando a se desdobrar entre atividades do ensino particular e municipal. Em 1946,

Guillebaldo Ahlert completaria 100 anos nesta segunda-feira

assumiu a Escola Evangélica Ipiranga. Com o grande número de alunos, em 1967 a filha Gudrun começou a auxiliar o pai no trabalho docente.

Vida pessoal Filho de Frederico e Sofia Elisabeth, Ahlert nasceu na Linha Schmidt, em Estrela. Foi casado com Erna Goldmeier Ahlert e teve três filhas. Todas se tornaram professoras: Gudrun Ahlert, 79, casada com Mirgon Rahmeier (falecido); Isoldia Ahlert, 75, casada com Erni Röhsig; e Gundela Ahlert, 72, casada com Breno Closs (falecido).

DEPOIMENTOS SOBRE GUILLEBALDO AHLERT Grande Educador.

Sempre tinha uma palavra de estímulo aos seus alunos” MARIA OFÉLIA MOESCH, 95 EX-COORDENADORA DA 4ª REGIÃO

Exemplo de líder na vida comunitária e política. Serviu como inspiração para a formação do desenvolvimento das escolas comunitárias"

Foi um ótimo professor. Tinha autoridade. Lembrome que tínhamos que estudar a tabuada.

Aprendi. Uso todos os dias. Nunca mais esqueci”

Os valores que meu avô preconizava na minha infância ainda são referência hoje em minha vida. Era um homem a frente de seu tempo”

ARY HERRMANN, 79

BALDI SCHMIDT, 77

LISETE RAHMEIER RÖHSIG, 58

EX-PREFEITO DE COLINAS

EX-ALUNA

NETA E PROFESSORA

AH

FIM DE SEMANA, 15 E 16 DE AGOSTO DE 2020

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A HORA | Fim de semana, 15 e 16 de agosto 2020

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Disponibilidade de horário diurno e/ou noturno.

Empresa oferece salário compatível com a função, ajuda de custo na alimentação, gratificação e 75% na Unimed.

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EMPRESA na área de injeção de plástico, localizada em Lajeado, no bairro Bom Pastor, seleciona candidatos para as vagas de Auxiliar de Produção.

Principais funções: auxiliar nas tarefas de produção, recolhimento, pesagem e empacotamento das peças prontas, análise visual do produto, e mais tarefas relacionadas ao setor de produção.

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A HORA | Fim de semana, 15 e 16 de agosto de 2020

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS Cruzadas

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL www.coquetel.com.br / © Revistas COQUETEL Resumo parcial de atividade comercial Qualidade intelectual exclusiva do humano

(?) Jones, Apêndices cantora anteriores Encenar de jazz dos arac- uma obra dos EUA nídeos literária

Leite Esfarrarecente- pado; mente rasgado mungido

Clarear mais (os dentes)

Resumo da novela

Cuidado, em inglês Aspirar (vapor)

Fina Estampa O delegado Paredes garante a Joana que não descansará enquanto não provar que Tereza Cristina é a assassina de Marcela. Patrícia descobre que Alexandre e Ellen estão namorando. Amália se preocupa com Esther. Guaracy acredita que Paulo fugiu para não se envolver com o caso

Cedo, em francês Filhote de peixe

Insensato; amalucado

de Vitória. Quinzé busca Quinzinho na escola, e Teodora reclama. Paulo fica orgulhoso por conseguir cuidar de Vitória. Danielle conta sua versão para os jornalistas, mas Celina a confronta. Beto Junior pergunta a Beatriz se ela foi induzida por Danielle a doar seus óvulos.

Roedor usado como cobaia "Sr. e (?).

Smith", filme de ação

Dormir sono leve e passageiro (bras.)

Cômodos do presidiário

Dispositivo do motor

Notoriedade A mãed'água

Adeus, em espanhol

Impedir; barrar Está (aférese) "Raiz", em "rizófilo" Tribunal de Justiça

Suspender uma ação Enchido de origem italiana Recibo emitido por autônomos (sigla)

Maior rio suíço

(?) kwon do, arte marcial

Farmácia Fazer (?)culpa: admitir o erro

Brisa Roberta Miranda, cantora

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Brisa Roberta Miranda, cantora Recibo emitido por autônomos (sigla)

Sentimento que domina o covarde

(?) kwon do, arte marcial

ACUMULOU!

1 GANHADOR

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06-09-34-37-38-45

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Notoriedade A mãed'água

Concurso nº 2010- 13/08/20

02 03 04 05 06 10 11 12 16 19 20 21 22 24 25

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Impedir; barrar Está (aférese) "Raiz", em "rizófilo" Tribunal de Justiça

Cômodos do presidiário e -

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Solução

Enchido de origem italiana

Roedor usado como cobaia

Cedo, em francês Filhote de peixe to; -

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Suspender uma ação

"Sr. e (?).

Smith", filme de ação

Esfarrapado; rasgado

Leite recentemente mungido

(?) Jones, Apêndices cantora anteriores Encenar de jazz dos arac- uma obra literária dos EUA nídeos

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PEIXES: Quem trabalha encara tarefas com entusiasmo e humor. Seu astral contagia colegas e deixa o clima mais leve e descontraído.

T U E A R C A D O T O T A R O L A R E L A S V I T AR I Z O M A P R P A T A R A R I A E M O R

VIRGEM: Amigos e colegas mais chegados poderão contribuir muio com a sua carreira ou com seus projetos.

Concurso nº 2289 - 13/08/20

B A N Q L O U A R E N A L C H I E C T E E R F A I O S A R R O G A T

AQUÁRIO: Você vai acordar com muita disposição e energia para cumprir tarefas. Por isso, taca-le pau nesse carrinho, minha filha!

R O T O

LEÃO: O cansaço da semana deve pesar mais sobre você e você terá que vencer o desânimo se tiver muitas tarefas para cumprir aonde for.

Loterias

R

CAPRICÓRNIO: Lua e Vênus incentivam a cooperação e soma de forças com colegas para vencer a concorrência e atingir os objetivos.

S

CÂNCER: Lua e Vênus fecham na parceria em Câncer realçam todos os pontos fortes do seu signo. É pra glorificar de pé sim ou com certeza?

A

SAGITÁRIO: Eita, Sagita, segura o forninho porque seu dia pode ser cheio de mudanças e imprevistos.

P A R A R

GÊMEOS: O céu anuncia um sábado produtivo para você. Se a grana anda curta Lua e Vênus darão um empurrão para melhorar seus ganhos.

B R A C I C O N A R E L I A D A D M E

ESCORPIÃO: O dia será perfeito para se aventurar em programas culturais diferentes do que você está acostumada a fazer.

3/mea — tôt. 4/care. 5/adiós. 10/quelíceras.

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Solução

T U E A C A D T O A R L A R E L A V I T I Z O M A R P T A A R I E M O

TOURO: Você vai sentir vontade de interagir e conversar com as pessoas. Lua e Vênus incentivarão você a fazer contato com quem estima.

LIBRA: Lua e Vênus em conjunção na sua Casa 10 aumentam o seu desejo de investir na carreira e conquistar o sucesso.

46

B A N Q L O U A R E N A L C H I E C T E E R F A I O S A R R O G A T

ÁRIES: Lua e Vênus fecham na parceria na sua Casa 4 e indicam um ótimo dia para estar com a família.

3/mea — tôt. 4/care. 5/adiós. 10/quelíceras.

BANCO

HORÓSCOPO

B R A C I C O N A R E L I A D A D M E

© Revistas COQUETEL

Sentimento que domina o covarde

Concurso nº 5339 - 13/08/20

15-26-34-41-64 ACUMULOU!

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A HORA | Fim de semana, 15 e 16 de agosto de 2020

SEGUNDA À SEXTA 12h20min às 13h

APRESENTAÇÃO

EZEQUIEL NEITZKE E CAETANO PRETTO

Fim de semana, 15 e 16 de agosto de 2020

FOTOS: DUVULGAÇÃO

CRAQUES DO VALE

“O FUTEBOL ME DEU MUITAS ALEGRIAS”

Revelado pelo Internacional, Paulinho Araújo relembra o início no Colorado e as decisões que o levaram a encerrar a carreira com 25 anos

EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

E

m 2010, aos 18 anos, um jovem de Estrela realizava o sonho de infância e disputava a primeira partida como profissional no Internacional.

O início promissor do lateral-esquerdo Paulinho Araújo foi abreviado por lesões no joelho.

Hoje, aos 28 anos se dedica à carreira de corretor autônomo e ao futebol amador.

Natural de Estrela, Araújo iniciou a carreira na Escolinha da Smel, com o professor Neri. As boas atuações o levou ao Internacional onde fez toda a base.

No colorado foi companheiro de atletas que se destacaram no Brasil e mundo como os atacantes Marinho, Eduardo Sasha e Ricardo Goulart, mas o principal companheiro foi Alisson, goleiro do Liverpool e Seleção Brasileira.

Na base do Inter conquistou inúmeros títulos, o mais especial foi o Gauchão de Juniores em 2010 contra o Grêmio. O jogo ocorreu no Olímpico e Araújo marcou o gol do título no último

lance da partida. “A partida foi muito importante pois meus pais estavam no estádio no dia.”

A estreia pelo profissional foi com o time B dentro do Beira-Rio, em 2010, com 18 anos, contra o Novo Hamburgo, vitória por 3 x 1. “O estádio tinha 15 mil torcedores e é um jogo que me marcou muito.”

A passagem pelo profissional foi curta. Em 2012, lesionou o joelho pela segunda vez. A lesão junto com algumas atitudes erradas o tiraram do clube. “Não me cuidei, fiquei deprimido, um pouco arrasado, não agi como um profissional do futebol deveria, o que resultou na minha não renovação com o clube, demorei muito pra recuperar o joelho.”

RECOMEÇO EM SÃO PAULO Com o contrato com o Inter se encerrando, o lateral-esquerdo foi tentar a sorte em um novo mercado. Em 2014, foi contratado pela Penapolense e ajudou o time a ser sensação do Paulistão. A equipe terminou a competição na terceira colocação, eliminando inclusive o São Paulo nas quartas de finais.

Após a boa campanha recebeu propostas para seguir no clube paulista, mas o nascimento da filha o fez retornar para o Rio Grande do Sul.

TÉRMINO DA CARREIRA Depois de girar por clubes do interior do Rio Grande do Sul, o lateral-esquerdo deu adeus a carreira profissional aos 25 anos, no São Luiz, em Ijuí. A decisão de deixar a carreira foi para ficar mais perto da família, além de não ser mais rentável ficar jogando no interior. “Deixei o profissional por alguns motivos, minha filha estava crescendo e

Atleta passou por diversos clubes, entre eles Avenida e Internacional

estava sempre longe, não queria mais isso.”

Depois que parou recebeu algumas propostas para voltar a disputar a Divisão de Acesso, mas não aceitou. “O futebol me deu muitas alegrias e conhecimento, sai cedo de casa e isso me ajudou muito, sou grato ao futebol, mas eu sabia que não era mais aquilo que eu queria”

ARREPENDIMENTO

Se fosse começar do zero, Araújo garante que seria mais focado e ouviria mais os conselhos que ganhou e aproveitaria mais as oportunidades que teve.

Sobre os sonhos, o atleta se diz realizado por ter conseguido se profissionalizar no Internacional. “Por mais tenha sido breve a passagem pelo profissional, foi muito importante para a minha vida. Fiquei dez anos no clube e fiz muitos amigos no futebol.”

FUTEBOL AMADOR Depois que largou o profissional, Araújo começou a disputar os campeonatos amadores pela região. Para ele, a diferença entre os dois é gigantesca. Cita a qualidade técnica, estrutura, preparação e pressão da torcida como exemplo, mas o que ele mesmo destaca é a amizade entre as pes-

soas. “No amador você joga contra a maioria dos seus amigos, acaba o jogo e todo mundo se junta pra conversar,saem juntos, no profissional é cada um pro seu lado maioria das vezes.”

Indagado porque é tão difícil um atleta da região se destacar no profissional, o ex-jogador comenta que geralmente falta alguém dar suporte para o jovem do Vale. “Nossa região tem muito potencial, principalmente para os mais jovens. Acho que falta os empresários olharem esses jovens e dar oportunidades pra eles. O futebol não passa disso, oportunidade.”

FICHA TÉCNICA Nome: Paulinho Araújo Idade: 28 anos Posição: lateral-esquerdo Clubes pode onde passou: Internacional (RS), Boa Esporte (MG), Penapolense (SP), Avenida (RS), São Luiz (RS) e Brasil de Farroupilha (RS); Títulos: Brasileiro sub 20 e Brasileiro sub 23 ambos com o Internacional; Terceiro lugar no Campeonato Paulista pelo Penapolense, em 2014.

AH

FIM DE SEMANA, 15 E 16 DE AGOSTO DE 2020

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A HORA ESPORTE | Fim de semana, 15 e 16 de agosto de 2020

BRASILEIRÃO

DUPLA GRE-NAL QUER MANTER A INVENCIBILIDADE

Sem derrotas nas duas primeiras rodadas, Grêmio e Inter pretendem estender o bom início de Campeonato Brasileiro O Grêmio encara o Corinthians, de Ramiro e Luan, na Arena. Enquanto que o Inter joga contra o Fluminense, de Odair Hellmann, no Maracanã.

Depois de vencer o Flu e empatar com o Ceará atuando com um time alternativo, o técnico Renato

CAETANO PRETTO caetano@jornalahora.inf.br

N

a terceira rodada do Brasileirão, a Dupla Gre-Nal estará envolvida em dois jogos contra velhos conhecidos.

Portaluppi deve escalar força total contra o Corinthians no sábado, às 19h, na Arena. Com quatro pontos, o Grêmio precisa vencer para permanecer entre os primeiros colocados do Brasileirão.

Do outro lado, o Corinthians iniciou mal o campeonato. O Timão não jogou na primeira rodada, e perdeu para o Atlético-MG por 3 a 2 na segunda rodada. Sob o comando de Tiago Nunes, o time conta com jogadores como Cássio, Gil, Luan, Ramiro e Jô.

EM BUSCA DA LIDERANÇA Com duas vitórias nas duas primeiras rodadas, o Internacional faz o seu melhor início de Brasileirão em onze anos. A última vez que o time iniciou o campeonato com seis pontos foi em 2009. Agora, o time comandado por Eduardo Coudet encara o Fluminense para manter os 100% e, talvez, chegar à liderança. A partida ocorre no Maracanã, domingo, às 18h.

ESCALAÇÕES

O Inter encontrará velhos conhecidos na partida. O Flu é comandado por Odair Hellmann e terá em campo ex-atletas colorados, como o goleiro Muriel. O time de Xerém busca ainda a primeira vitória, depois de perder para o Grêmio e empatar com o Palmeiras.

Coudet não terá nenhuma baixa para a partida, mas pode fazer alterações no time devido ao acúmulo de partidas. O jogo pode marcar ainda a estreia do atacante Yuri Alberto, recém contratado e que está regularizado.

BRASILEIRÃO 3ª RODADA SÁBADO

GRÊMIO

Vanderlei Orejuela Geromel Kannemann Bruno Cortez Matheus Henrique Maicon Alisson Isaque Pepê Diego Souza Técnico: Renato Portaluppi

CORINTHIANS

X

19h

Grêmio

x Corinthians

19h30min

Coritiba

x Flamengo

21h30min

Palmeiras

x Goiás

11h

Atlético-MG

x Ceará

16h

Vasco da Gama

x São Paulo

16h

Bahia

x Bragantino

18h

Fluminense

x Internacional

19h

Atlético-GO

x Sport

19h30min 19h45min

Fortaleza Santos

x Botafogo x Athletico

DOMINGO

Cássio Michel Gil Danilo Avelar Sidcley Gabriel Éderson Luan Ramiro Mateus Vital Jô Técnico: Tiago Nunes

SÉRIE B SÁBADO 16h30min

Brasil de Pelotas x Oeste

SÉRIE C SÁBADO 16h

Tombense

16h

Ypiranga

REBAIXAMENTO

SUL-AMERICANA

LIBERTADORES

CLASSIFICAÇÃO

x São José

DOMINGO

EQUIPE

PG

V

E

D

GP

GC

SG

Athletico

6

2

0

0

4

1

3

Internacional

6

2

0

0

3

0

3

Atlético-MG

6

2

0

0

4

2

2

Grêmio

4

1

1

0

2

1

1

Atlético-GO

3

1

0

0

3

0

3

Vasco da Gama

3

1

0

0

2

0

2

Bahia

3

1

0

0

1

0

1

São Paulo

3

1

0

0

1

0

1

Sport

3

1

0

1

3

4

-1

Bragantino

2

0

2

0

2

2

0

Botafogo

1

0

1

0

1

1

0

Palmeiras

1

0

1

0

1

1

0

Ceará

1

0

1

1

3

4

-1

Fluminense

1

0

1

1

1

2

-1

Santos

1

0

1

1

1

3

-2

Corinthians

0

0

0

1

2

3

-1

Goiás

0

0

0

1

1

2

-1

Coritiba

0

0

0

2

0

2

-2

Fortaleza

0

0

0

2

0

3

-3

Flamengo

0

0

0

2

0

4

-4

ESCALAÇÕES FLUMINENSE INTERNACIONAL

Muriel Igor Julião Luccas Claro Nino Egídio Dodi Yago Michel Araújo Nenê Evanílson Marcos Paulo Técnico: Odair Hellmann

X

Marcelo Lomba Saravia Bruno Fuchs Cuesta Moisés Rodrigo Lindoso Edenilson Boschilia Patrick Thiago Galhardo Paolo Guerrero Técnico: Eduardo Coudet

x Londrina

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A HORA ESPORTE | Fim de semana, 15 e 16 de agosto de 2020

CIRCUITO DOS VALES

“OS CASOS DE RACISMO NO FUTEBOL ESTÃO AUMENTANDO ANO A ANO”

PROVA SERÁ DOMINGO ARQUIVO A HORA

IGOR SPEROTTO

Criador do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Marcelo Carvalho acredita que o debate sobre racismo no esporte precisa ser cada vez mais ampliado

Circuito dos Vale realiza a quarta prova virtual em 2020. Evento iniciou ontem e se estende até domingo ao meio-dia

CAETANO PRETTO caetano@jornalahora.inf.br

• De onde surgiu a ideia de criar o Observatório da Discriminação Racial no Futebol?

Marcelo Carvalho - A ideia surgiu em 2014, quando ocorreram três casos de racismo em sequência no Brasil, com o árbitro Márcio Chagas da Silva e os jogadores Tinga e Arouca. Foi no ano que o Brasil sediou a Copa do Mundo e esses casos chamaram a atenção da sociedade brasileira e do mundo inteiro. O Brasil sempre se vendeu como o país da democracia racial, e esses casos ligaram um sinal de alerta. Então pesquisei com que frequência os casos de racismo aconteciam no futebol brasileiro, e não achei a informação. Assim resolvi criar um perfil onde a gente pudesse colocar todos os casos que a mídia denunciasse. Um local em que a gente pode acompanhar os desdobramentos desses casos.

• Como estão os casos de racismo no futebol brasileiro?

Carvalho - Lançamos uma vez por ano o “Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol Brasileiro”. É um relatório com todos os casos noticiados pela mídia esportiva no ano. Com o relatório, nós temos a certeza que os casos de racismo no futebol estão aumentando ano a ano. No primeiro relatório, em 2015, trouxemos 20 denúncias de racismo no futebol brasileiro.

No último relatório, referente à 2019 e que está em fase final de elaboração, nós temos monitorado 65 denúncias de racismo no país.

A curva só tem crescido.

• O que faz com que haja tantas denúncias de racismo no Brasil?

Carvalho - O primeiro fator é o momento político que a gente vive no Brasil e no mundo. Diversos

EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

A falta de informações sobre os casos de racismo fez com que Marcelo Carvalho criasse o Observatório

governantes estão expressando discursos de ódio, isso faz com que as pessoas preconceituosas e racistas se sintam mais a vontade para expressar o seu racismo. Outro fato para que hajam mais denúncias, é uma maior conscientização de jogadores e de torcedores. Essa conscientização faz com que as pessoas quebrem o silenciamento que sempre foi marca no futebol brasileiro quando falamos de racismo e posicionamento social.

Os atletas, durante muito tempo, acreditavam que sofrer racismo fazia parte do “pacote futebol”.

Muitos não denunciavam esses incidentes. O que se percebe hoje é uma maior conscientização desses atletas. Uma quebra do silenciamento. Também temos um crescente número de torcedores que estão se organizando em coletivos. Seja contra o machismo, contra o fascismo ou a LGBTfobia.

Então são dois os principais fatores: o aumento dos incidentes, e uma maior conscientização de todos os envolvidos.

• Como é o engajamento dos atletas nessa luta antirracista?

Carvalho – Temos ao longo da história uma série de represálias aos atletas que se manifestaram.

O atleta, na maioria das vezes, vai lembrar dessas represálias e vai acabar decidindo não se manifestar. Esse é o histórico do Brasil. Com o movimento

“Vidas Negras Importam”, o que podemos constatar, é que temos alguns atletas jovens que estão se manifestando mais. Temos o Gregore, no Bahia. Temos o Jean Pyerre, do Grêmio. O Richarlison e o Paulinho que estão fora do país. É um início ainda tímido, mas já é um começo. O que olhamos de forma geral é para os atletas de mais destaque. O Neymar, por exemplo. Então dizemos que o Neymar não se manifesta sobre a questão racial. Mas o que penso é que a gente primeiro precisa entender o porquê desses atletas não se manifestarem. E então, precisamos valorizar os atletas que estão se manifestando. A gente acredita que esse debate sobre o racismo no futebol é algo novo. E que precisa ser cada vez mais ampliado. Por isso é tão importante a participação de todos.

CONHEÇA O OBSERVATÓRIO O quê: Observatório da Discriminação Racial no Futebol Site: www. observatorioracialfutebol. com.br Instagram: @ observatorioracialfutebol Twitter: @ObRacialFutebol

Sem provas em virtude da pandemia do coronavírus, o Circuito dos Vales segue inovando. Desde ontem os inscritos podem realizar a prova. Ela deve ser feita até às 12h de domingo.

Chegando na quarta etapa virtual, o Circuito dos Vales teve as inscrições encerradas nessa sexta-feira. No total, quase 400 atletas se inscreveram para participar da prova. Para este fim de semana, os organizadores promovem uma live ao vivo na sua página no facebook no domingo pela manhã. A transmissão ao vivo contará com bate-papo com corredores, profissionais da Unimed e patrocinadores.

A grande diferença dessa prova para as outras é que parte do que foi arrecadado com as inscrições serão destinadas para quatro cidades atingidas pelas cheias do Rio Taquari.

“Esperamos fazer um grande evento, o melhor que a gente já fez até então”, conta o organizador Miguel Lucian. Ele ainda informa que todos que concluírem a prova concorrerão a brindes. Mais informações podem ser obtidas nas redes sociais do Circuito dos Vales.

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A HORA | Fim de semana, 15 e 16 de agosto de 2020

IDEIAS

Este é um espaço fixo de colunistas convidados pelo A Hora. Cada um escreve um artigo mensal, em espaços previamente estabelecidos e reservados.

Senso de coletividade em tempos de pandemia

CAROLINE LIMA SILVA

Psicóloga (CRP 07/16371) Mestre em Psicologia - UFRGS

T

enho visto muitas notícias nos jornais, na televisão e nas redes sociais sobre a necessidade urgente de nos voltarmos à coletividade na pandemia. Sairmos do individualismo para a tomada de consciência sobre fatos que nos envolvem a todos e que, portanto, regem a responsabilidade social e coletiva. Mas o que exatamente significa isso? O que se encontra para além dessa urgência comum numa reflexão mais profunda para a humanidade?

Sabemos que o ser humano é um sujeito social, constrói-se a partir de suas relações e deve ser entendido na complexidade de seu contexto. A Psicologia Comunitária traz inú-

meros estudos sobre o senso de comunidade, incluindo determinantes sociais nas questões de saúde das populações, de uma forma a integrar aspectos outrora esquecidos. José Ortega y Gasset, considerado o maior filósofo espanhol do século XX e autor da frase “eu sou eu e minha circunstância”, corrobora com a ideia de que viver não se trata de termos uma consciência intencional, mas sim da maneira como lidamos com a circunstância. Assim, é esperado que, com o desenvolvimento emocional do indivíduo, haja o despertar do sentimento coletivo, de se saber um ser inserido em algo maior do que si mesmo.

Entretanto, a pandemia trouxe um acele-

COVATTI FILHO

por pelo menos mais cinco anos.

Desde julho deste ano, a instituição passou a ser contratada por meio de dispensa de licitação, tendo como base a Lei Federal de Licitações (8.666/93), e conforme parecer da Procuradoria-Geral do Estado (PGE). Até então, a relação do governo estadual com a Emater era guiada por um convênio, que chegou a ter a renovação barrada pela PGE em 2019.

A solução resolve um antigo imbróglio a respeito da natureza

Caroline escreve sempre no terceiro fim de semana do mês. Fale com ela: carolswasthya@yahoo.com.br

Presidente do Sindicomerciários

Emater: patrimônio dos gaúchos

E

da liberdade pela importância de protegermos nossos pares; que nos referencia não somente com direitos, mas com deveres sociais a todos.

Em países desenvolvidos esse comportamento social é bem mais diligente e assertivo, muito provavelmente pela construção sócio-histórica daqueles povos. Mas, através da pandemia, percebemos que as fronteiras geográficas sucumbem quando nos damos conta que somos iguais no sentimento humano, independente de quaisquer diferenças que possamos ter. Enfim, somos mais do que um. Somos nós.

MARCO D. ROCKEMBACH

Secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do RS

m um ano que tem colocado à prova a força do agronegócio gaúcho – com estiagem, pandemia e até a ameaça de uma nuvem de gafanhotos –, compartilho uma boa e importante notícia: a continuidade dos trabalhos da Emater/RS-Ascar com o governo do Estado. A parceria está garantida

rado ritmo ao processo natural e, não raras vezes, moroso para a percepção da vida do outro. Muitos sentimentos se afloraram de forma até desestabilizadora, como a compaixão, a empatia, a solidariedade, proporcionando o reconhecimento de dores humanamente iguais a todos, mas reconhecidas de forma singular no processo de cada um. Talvez, de uma hora para outra, descortinou-se o véu da ilusão, conhecido como “maya” pelos orientais, e ampliou-se o espectro de reconhecimento social, pelo simples fato de “acordarmos” a nossa consciência coletiva. Aquela que nos diz que queremos ao outro o mesmo que quereríamos a nós mesmos; que nos faz privar

jurídica da Emater. No primeiro ano do novo vínculo, com validade até julho de 2021, serão repassados R$ 195 milhões para viabilizar a prestação de serviços. Ao mesmo tempo, o enquadramento jurídico da empresa como associação civil de caráter privado será mantido.

Com incansável trabalho da equipe técnica da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, conseguimos sanar um problema que gerava insegurança para a assistência técnica e a extensão rural do Estado e também para os produtores rurais.

Presente nos 497 municípios do Rio Grande do Sul, a Emater atende a cerca de 250 mil famílias, entre agricultores, quilombolas, pescadores artesanais, indígenas e assentados. Orienta o uso de tecnologias nas mais diversas áreas, do saneamento básico e ambiental à melhoria do desempenho de lavouras. É, também, porta-voz da integração do jovem no meio rural.

A agricultura familiar gaúcha é modelo no país graças ao trabalho desenvolvido pela entidade, com seus 2,1 mil funcionários envolvidos diretamente com o produtor. Com segurança jurídica e orçamentária, além de tranquilidade para os seus servidores, seguiremos em conjunto plantando um futuro melhor para quem produz e gera alimentos.

Opinião própria ou ‘copia e cola’

S

into saudade do tempo em que ao olhar um programa na televisão, ouvir uma música ou ler uma notícia, tínhamos a capacidade de interpretar o conteúdo e expressar opinião própria e argumentativa. Atualmente, uma parcela da população não assiste, não ouve ou não lê uma mensagem até o final, consequentemente não sabe interpretar e, muito menos, elaborar um parecer. Apenas copia e cola o que alguém disse ou escreveu.

Para além disso, algumas pessoas pedem a volta da ditadura militar e do Ato Institucional nº 5 (AI-5). Será que elas sabem o que essas duas práticas significam?

Com base nos comentários observados

nas redes sociais on-line, concluo que não sabem, pois prevalece a repetição de frases descabidas e ofensivas, evidenciando plena falta de conhecimento político-social.

Uma das poucas lembranças positivas que tenho do período da ditadura militar é das composições de Alceu Valença, Zé Ramalho, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Chico Buarque, Raul Seixas, Elis Regina, João Bosco, entre outros cantores.

As letras, mesmo que subliminares para driblar o regime repressor, eram (e continu-

am sendo) poéticas, políticas e reflexivas.

Em 1979, por exemplo, Elis Regina interpretou a composição de João Bosco e Aldir Blanc chamada O Bêbado e a Equilibrista.

Nos versos Choram Marias e Clarisses, os compositores fazem uma homenagem a Maria, filha de Manuel Fiel Filho, e a Clarisse Herzog, esposa de Vladimir Herzog, que morreram nos porões do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) por fazerem oposição ao regime militar. A referida canção embalava as pessoas que lutavam por direitos básicos como liberdade de expressão, justiça social e democracia.

Não desejo o retorno da ditadura militar, dos castigos cruéis e degradantes, das perseguições e da censura. Já basta sermos uma sociedade marcada pela profunda desigualdade social e econômica, pelo preconceito e racismo que ferem a dignidade das pessoas. Admiro a divergência de ideias quando fundamentada com dados e fatos. A divergência, especialmente política, é muito importante, mas precisa estar acompanhada de maturidade e responsabilidade, e não de frases rasas as quais comprometem a inteligência humana.

Nesse sentido, as redes sociais on-line e demais Tecnologias da Informação e da Comunicação são ferramentas que facilitam a comunicação e o compartilhamento de informações, reduzem o tempo, a distância e o deslocamento, e se utilizadas com criticidade, num processo de reflexão e ação, contribuem na produção de novos saberes e comportamentos.

Marco escreve sempre no terceiro fim de semana do mês. Fale com ele: sec.lajeado@seclajeado.com.br

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A HORA | Fim de semana, 15 e 16 de agosto de 2020 DIVULGAÇÃO

artigo ardemio@bewnet.com.br

ARDÊMIO HEINECK

Tema de reportagem do A Hora, a presença de urubus perturba moradores na área central de Lajeado. Conforme relatos, nas últimas semanas, ficou mais intensa a aparição das aves. O fenômeno pode ter relação com a enchente de julho. “Muitos ninhos podem ter sido deslocados. Assim eles acabam procurando os prédios como refúgio”, explica o médico veterinário e professor do curso de Ciências Biológicas da Univates, Ivan Cunha Bustamante Filho.

Mande sua foto para o A Hora.

WhatsApp (51) 9 92487689.

FRASES DA SEMANA

Cidade inteligente é aquela que consegue prestar da melhor forma possível os serviços ao cidadão. Água, esgoto, lixo, saúde. Tudo tem que ser eficiente”

Rodrigo Spinelli,

conselheiro do CAU-RS, durante o programa Debates A Hora, da Rádio A Hora 102.9, sobre o desafio de avançar no conceito de cidade inteligente.

FRASES DA SEMANA

Tudo ainda parece um sonho e estamos muito felizes” Família da menina Lívia Teles,

em postagem nas redes sociais, após a aplicação do medicamento para tratar a Atrofia Muscular Espinhal, nessa quinta-feira, nos EUA.

O

O equilíbrio indispensável

termo lockdown ganhou notoriedade (e causa pavor) com a covid-19. Fui ver o que é: “expressão que significa confinamento ou fechamento total. É o método mais radical imposto por governos para fechar uma região, interditando vias, proibindo deslocamentos, viagens e serviços não essenciais”.

Tenho presentes duas visões do lockdown de Pelotas imposto pela prefeita, último fim de semana. Uma, de um vídeo mostrando a cidade do alto, ruas desertas, ouvindo-se apenas o latido de um cachorrinho e uma sirene. Fantasmagórico. Outra, de um vídeo que também impressiona: carros da guarda municipal e da Brigada Militar, à noite, sirenes e luzes de alerta ligados, abordando os que ousaram sair à rua. Enfim, um toque de recolher no melhor dos estilos. Telefonei a um amigo de Pelotas para saber os motivos desta atitude. Pasmem: a cidade dispõe de apenas 30 leitos de UTI, com 27 ocupados.

Mesmo com duas universidades e recebidas dezenas de milhões de recursos federais, nestes cinco meses pouco teria sido feito para melhorar a estrutura da saúde. E população e empresas é que foram penalizadas para evitar o caos. Má gestão. Felizmente prefeitos e lideranças do Vale do Taquari têm agido de forma diversa. É bom o lockdown de Pelotas nos alertar para um possível lockdown econômico e social. Expressão com que defino o cerceamento que pode nos ser imposto por outras mazelas, também dolorosas, decorrentes de uma gestão equivocada da pandemia, tais como: inflação galopante – PIB negativo – fome – instabilidade política e social – insegurança jurídica, etc. Porta aberta ao totalitarismo de direita ou de esquerda, da perda da liberdade de ir e vir, de ser e de viver, por décadas.

Daí que a busca do equilíbrio é indispensável e deve ser induzida e exigida por nós cidadãos e entidades. Induzir o político

(os maus são tentados por um lockdown institucional, ao verem, assim, o poder mais à mão), induzir os grandes investidores (o desequilíbrio abre-lhes oportunidades fantásticas de ganhos). A riqueza de poucos pode ser a miséria de muitos. Induzir os governantes (cobrar o cumprimento do Programa de Governo que os elegeu), a mídia (devido ao poder de formação de opinião), nossas entidades (que cumpram seu papel representativo), induzir a nós mesmos a um procedimento digno. E, buscar na educação a base de tudo.

Como obter e manter este equilíbrio indispensável? Quanto à covid, aprimorar o Programa Estadual. Já melhorou, mas, nesta semana ainda tivemos 59.3% da população sob bandeira vermelha. Ideal, baseá-lo em regras mais claras de medidas de distanciamento e, aí, cobrar, responsabilizar e multar quem descumpri-las. Quanto à atividade econômica, viabilizar seu funcionamento ao máximo: evitará novos desempregados, irá repor empregos perdidos, recuperará empresas, injetará o dinheiro vital na economia, dando, assim, a indispensável sustentabilidade aos indicadores econômicos atuais que, felizmente, ainda são bons.

Também, parar com esta polarização idiota, a qual já não é entre direita e esquerda, mas de bons versus maus brasileiros.

Por fim, enfrentar uma carência da maior relevância: a volta urgente do funcionamento pleno do Judiciário, Órgãos Estaduais e Federais. Advogados, contadores, população e o funcionamento do Estado não podem prescindir do Judiciário, que é um dos três Poderes. Executivo e Legislativo estão funcionando. Apenas os processos digitalizados têm alguma tramitação. Pois, 85% dos processos que tramitam no Judiciário, não são digitalizados. Igualmente, os Cartórios. O horário reduzido com que funcionam não satisfaz e provoca aglomerações indesejáveis. A busca do indispensável equilíbrio é responsabilidade de todos.

Fim de semana, 15 e 16 de agosto de 2020

Descubra como funciona e conheça a história de quem provou os benefícios da Constelação Familiar Sistêmica. A técnica busca auxiliar na compreensão e quebra de padrões comportamentais resultantes de heranças familiares, que podem prejudicar a saúde, a felicidade e o progresso pessoal.

MÍN: 12º MÁX: 21º

Um olhar para a

família

O dia começa com nebulosidade e pode chover de forma irregular nas primeiras horas. No decorrer da tarde o sol aparece alternado por períodos de maior nebulosidade.