A Hora - 25/07/2020

Avulso: R$ 6,00

COLONO E MOTORISTA

Dia para celebrar quem nunca para E

m um ano repleto de adversidades, como a estiagem do primeiro semestre e a pandemia de coronavírus, cresce a importância dos produtores rurais e dos transportadores de cargas.

Nas duas profissões homenageadas neste sábado, 25, as transformações que já ocorriam de forma lenta agora foram aceleradas. A nova conjuntura desafia ambas as categorias a se reinventarem.

Páginas 8, 9 e 10

PELA 11ª SEMANA

Vale segue na bandeira laranja Estado classificou 14 regiões do RS em bandeira vermelha Apesar da preocupação de líderes locais diante do aumento de casos ativos de covid-19, atualização do mapa do

OPINIÃO ADAIR WEISS

Hipocrisia do lockdown Para quem tem a geladeira cheia, é fácil defender a medida.

OPINIÃO RODRIGO MARTINI

Limites à autonomia Discrepâncias entre decretos de Lajeado e Arroio do Meio preocupam.

Distanciamento Controlado classificou ontem o Vale do Taquari como área de “risco médio” para contágios. Página 5

As vovós do século XXI

Conheça a história de quem escolheu viver a terceira idade de forma ativa.

GABRIEL SANTOS

A HORA | Fim de semana, 25 e 26 de julho de 2020 | Ano 18 - Nº 2637 | Fechamento da edição: 19h

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A HORA | Fim de semana, 25 e 26 de julho de 2020

ABRE ASPAS

EDITORIAL

“Quem não ajuda um animal não é capaz de ajudar uma pessoa” ARQUIVO PESSOAL

A servidora pública Cleonice Teresinha de Almeida, 40, é presidente da ONG Associação de Protetores de Animais de Taquari.

Ela esteve entre as pessoas envolvidas no resgate de quatro cães vítimas de maustratos. As imagens da ação correram as redes sociais e chamaram a atenção de todo o RS. Os cachorros magros, doentes, passavam dias sem nenhum alimento para depois serem levados para caçadas. Para evitar isso, voluntárias mobilizam as comunidades e alertam sobre essas práticas ilegais.

amar e respeitar a vida. Sonham com um mundo melhor para viver.

FILIPE FALEIRO filipe@jornalahora.inf.br

• O que levou a senhora a se tornar voluntária da causa animal?

São mais de sete anos dentro da associação. Eu tinha uma cachorrinha muito amada pela família que adoeceu. Tentamos de tudo para recuperar ela, mas não foi possível. Eu me decepcionei demais e entrei em depressão. Daí, um grupo de amigas estava organizando a ONG. Uma das voluntárias soube do que eu estava passando e me convidaram para ajudar.

Na época sabíamos de um canil privado na cidade que estava passando por dificuldades. Eram mais de 350 animais em situação muito precária. Não tinham veterinário, por vezes adoeciam e morriam sem nenhum atendimento.

Quem cuidava era uma senhora, que fazia de boa vontade, mas não conseguia. Então fomos visitar o lugar e eu botei o olho em uma cachorrinha e aquilo tudo me conquistou. Adotei ela e me comovi com a causa animal.

• Qual é o perfil das pessoas que atuam na defesa dos animais?

Parte de um pensamento fixo de ajudar. Isso é amor, pois a luta é árdua.

Muitas pessoas nos criticam por fazermos esse trabalho. Mas quem não ajuda um animal não é capaz de ajudar uma pessoa. Os protetores nos ensinam a

Contatos eletrônicos: Diretor Executivo: Adair Weiss Diretor de Mercado e Estratégia: Fernando Weiss Diretor de Marketing e Inovação: Sandro Lucas Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

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• Sobre o episódio em que resgataram quatro cães que sofriam maustratos. Como foi chegar e ver os animais tão desnutridos?

Recebemos informações da situação dos cães. No domingo, duas protetoras foram até lá. Nosso objetivo era ajudar, orientar a família, pois sabemos que por vezes há pessoas que não tem condições nem do próprio alimento.

Elas levaram medicamentos e ração.

Quando chegaram, foram muito insultadas. Uma delas me ligou apavorada contando o que estava acontecendo.

Elas entraram no carro, não discutiram e saíram de lá.

Na segunda-feira, informamos a Brigada Militar. Mostramos as fotos dos animais e as autoridades nos deram apoio para voltar ao local.

Conseguimos um veterinário voluntário e fomos. Quando chegamos, não encontramos os animais. Os donos da casa nos falaram que os cães haviam sido doados. Como não havia mandado, não poderíamos entrar na propriedade.

Parece que Deus iluminou, pois os cães começaram a latir nos fundos da casa. Pareciam que estavam pedindo socorro. Explicamos para os donos da casa que eles seriam processados caso os animais morressem e conseguimos convencer. Entramos e eles estavam atirados em um cubículo. Uma tristeza.

• O que mudou na Cleonice com o voluntariado?

Sou uma pessoa melhor, sem dúvida.

Sou menos egoísta, aprendi que mesmo pequenas atitudes fazem a diferença no mundo. Tenho mais auto-estima pelo que faço, pois me faz bem ajudar. Não há retorno financeiro, mas quando ganhamos elogios das pessoas, nos sentimos realizadas.

Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores.

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Trabalho que não para

N

este ano atípico, de crise sanitária e econômica no mundo, duas atividades ganham ainda mais destaque e comprovam toda sua importância à sociedade. Agricultores e motoristas representam duas profissões fundamentais para garantir o mínimo de organização social.

Da produção de alimentos até a chegada dos itens às mesas das famílias. Sem a atuação deles, o colapso seria iminente. Nesta edição do A Hora, reportagem especial marca o Dia do Colono e do Motorista.

Sem as tradicionais procissões, abrir espaço para debater os impactos da seca e da pandemia nestes setores, bem como a reorganização das atividades para diminuir riscos foi à forma pensada para homenagear esses trabalhadores.

Com depoimentos de trabalhadores do campo e das estradas e também de gestores de empresas ligadas a cadeia produtiva e de logística, tem-se uma ideia de como as estratégias para esses trabalhadores se manterem na ativa.

Uso da tecnologia e necessidade de mais conhecimento.

Esses são os novos desafios para agricultores e motoristas.”

As dificuldades deste 2020 aceleraram processos que vinham acontecendo nos últimos anos. O uso da tecnologia e a necessidade de mais conhecimento. Essas são novas obrigações para agricultores e motoristas.

No campo, o trabalho braçal do passado agora é substituído por máquinas, pela automação das propriedades e o maior rigor quanto à sustentabilidade das propriedades. A necessidade de mais conhecimento na produção exige rupturas. O produtor rural hoje deve saber de administração. Precisa aprender conceitos de planejamento estratégico e ter a tecnologia como uma aliada.

Essa modernização no campo também impactou sobre a produtividade.

Atrás dos volantes, os aplicativos de entrega facilitam o contato com clientes e a rastreabilidade do transporte. Carregar o caminhão no ponto A e levar até o B não é mais suficiente. O veículo hoje é eletrônico e exige mais conhecimento do condutor. É preciso aprender conceitos sobre logística, gestão, inovação e tecnologia. Somado a isso, os conhecimentos do passado, sobre as leis de trânsito, da ênfase na direção preventiva e um pouco de mecânica. Nesta era digital, em meio à pandemia do século, a palavra-chave é adaptação.

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A HORA | Fim de semana, 25 e 26 de julho de 2020

ADAIR WEISS adairweiss@jornalahora.inf.br

LOCKDOWN PARA QUEM TEM GELADEIRA CHEIA Expressão foi popularizada pelos críticos do isolamento horizontal e ganha força entre os que precisam trabalhar para sustentar a família

#F

ique em casa, frase muito linda e propagada aos quatro ventos por famosos e endinheirados. No início da histeria, alguns exibiam até taças de champanhes e pratos sofisticados em seus apartamentos chiques ou em jardins e pátios enormes dentro de suas mansões.

Era “nobre”, “solidário” e “muito razoável” proceder com tamanha “empatia”. Pra mim, num português claro, isso se chama hipocrisia e total falta de noção.

Quem tem o salário gordo garantido no final do mês, é fácil mandar ficar em casa. Aliás, as castas privilegiadas com benesses e corporativismos conquistados ao longo de décadas no poder público também se confortam com o “lindo #fique em casa”.

O presente comentário deseja confrontar o que prega o reitor da Universidade Federal de Pelotas.

Pedro Hallal tem insistido no lockdown para o RS. Não se dá conta que fala para uma meia dúzia de privilegiados, incapazes de perceberem a gravidade que significa destroçar a economia social de um estado.

Ao comprometer o emprego e a renda do trabalhador, empobrecemos não só a população, mas também fragilizamos ainda mais o falido estado gaúcho. Com isso, faltará mais dinheiro para enfrentar o cenário caótico de outras doenças que matam pessoas faz

décadas, como o câncer, a depressão e dezenas de outras, vorazes e impiedosas.

Muitas pessoas morrem, não por falta de tratamento de saúde, mas por falta de necessidades básicas para manterem seu sistema imunológico mínimo. Falta saneamento, falta comida, falta tudo.

Querer lockdown é cegar diante das estatísticas mundiais em relação às mortes por causa da fome ou desnutrição humana, sem falar das doenças correlacionadas. É hora de enfrentar o “politicamente correto”. Chega de tergiversar e fingir que cuidar da economia é acabar com a vida das pessoas. É o contrário. Quem

OS PREFEITOS “AMARELARAM” Desde o início da pandemia, parte dos prefeitos gaúchos pede mais autonomia ao governador Eduardo Leite em relação às decisões de isolamento social em seus municípios. Na última semana, quando o governador quis repassar a prerrogativa aos chefes municipais, eles recusaram. A negativa

partiu da Famurs, liderada pelo presidente, Emanuel Hassen de Jesus, que faltou conversar com os demais prefeitos.

A Famurs voltará atrás da decisão, já que os prefeitos da Amvat e de várias regiões pressionam para obterem a liberdade de decidir sobre o isolamento social. Aguardemos.

Pedir para a população (...) ficar em casa enquanto passa fome, ou vê seus boletos empilhados na porta, é uma sugestão de quem não conhece a realidade do trabalhador.”

se importa com o próximo quer produzir, gerar renda e dignidade para sobreviver. Nem a população de países de primeiro mundo – com reservas particulares – aceitou parar pacificamente.

Então, imagina no Brasil, onde a maioria “vende a janta para fazer o almoço”.

Emprego, renda e riqueza são o antídoto para enfrentar os enormes desafios em diferentes áreas, inclusive, da saúde pública, e não apenas do coronavírus. E ainda sequer falamos da debilitação psicológica que destrói a capacidade de reação das famílias mais afetadas.

Urge acabar com a politização

da doença. Esta insistência de egos e vaidades entre profissionais médicos, e o rasteiro jogo de interesses dos políticos de plantão, são um verdadeiro desserviço e atentado a quem precisa trabalhar para sobreviver.

Precisamos cuidar uns dos outros, respeitar protocolos de saúde nas empresas, nos lares e nas ruas.

Necessário enfrentar o problema com o que dignifica e sustenta o ser humano: o trabalho.

Não passa de meia dúzia que pode se dar o luxo e ficar em casa, com geladeira cheia, sem ter de ralar sol a sol para sustentar a família.

Desafio os defensores de lockdown a viverem uma semana nas condições de quem se espreme em cômodos que mais parecem do tamanho de um banheiro daqueles que defendem a ideia.

Portanto, pedir para a população brasileira ou gaúcha ficar em casa enquanto passa fome ou vê seus boletos empilhados na porta, é uma sugestão de quem não conhece a realidade do trabalhador. É conversa mole que não passa de exibição para burguês aplaudir.

Inventa outra, esta não cola.

Se as autoridades quiserem obter apoio e adesão terão de se aproximar das realidades distintas da população, para construir alternativas customizadas e coerentes.

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A HORA | Fim de semana, 25 e 26 de julho de 2020

RODRIGO MARTINI Sugestões, críticas, contrapontos: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

A autonomia e o coletivo!

O governo do Estado, a Famurs, a Amvat, a Federasul, a imprensa, o contribuinte. Todos debatem a necessidade ou não do governo estadual garantir maior autonomia aos prefeitos. E também o eventual limite dessa autonomia. Há prós e contra, claro. De um lado, possibilita a tomada de decisões por parte de quem está dentro da comunidade.

Mas, por outro lado, pode causar um problema maior para toda a macrorregião, caso as decisões individuais não respeitem a necessidade coletiva.

Em Arroio do Meio, por exemplo, e por meio de decreto, o prefeito Klaus Schnack (MDB) liberou a prática de esportes coletivos. A decisão foi tomada na terça-feira, e suspensa por ele mesmo três dias depois, após o surgimento de três novos focos do novo coronavírus na cidade de 20,2 mil habitantes. O município, é sempre bom lembrar, não possui uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) para tratar os pacientes graves. E tampouco está munido de respiradores para o combate à Covid-19.

Hoje, Arroio do Meio está com uma média de 20 pacientes ativos da Covid-19. Por outro lado, não registrou óbitos desde o início da pandemia. E diante deste quadro, da ausência de leitos, do número considerável de ativos, e de uma taxa

E a cloroquina?

O prefeito tem o direito de liberar os esportes coletivos? E o risco da bandeira vermelha?” zero de letalidade, o prefeito tem o direito de liberar ou não os esportes coletivos? Diante da possibilidade iminente de um surto nesses espaços do interior, e sem estrutura para tratar os próprios munícipes, o prefeito merece tal autonomia?

E o risco da bandeira vermelha para todo o Vale?

Na quarta-feira, o prefeito arroio-meense reavalia a suspensão do próprio decreto. É grande a possibilidade da liberação de esportes coletivos em ginásios esportivos, quadras abertas, canchas de bocha e bolão na cidade. E logo ao lado, cruzando o Rio Forqueta, o Governo de Lajeado endurece as regras junto aos bares, restaurantes, canchas de bocha e afins. Afinal, o aumento considerável no número de pacientes ativos em solo lajeadense é preocupante, mesmo em uma cidade com UTI. E eu pergunto: até que ponto essa autonomia é saudável?

A

cloroquina é a estrela deste combate à covid-19. E os últimos capítulos desse obscuro enredo foram bizarros em Brasília. O presidente ergueu uma embalagem do medicamento em frente a algumas dezenas de fieis eleitores, em um daqueles encontros populares junto ao Palácio do Planalto. Dias depois, o mesmo Jair Bolsonaro protagonizou a hilária imagem que ilustra esse tópico. O tema beira ao deboche. E isso é ruim sob todos os aspectos.

Vespeiro em Estrela Na quinta-feira, a câmara realizou audiência virtual para debater o Regime Previdenciário próprio. O Executivo sugere alterar a alíquota de contribuição dos servidores ativos de 11% para 14%. E o prefeito não participou.

De forma mais madura, e diante da alta e leiga procura, a Anvisa restringiu a venda – sem receita – da cloroquina em farmácias. Já em Lajeado, o Ministério Público aditou um Procedimento Administrativo. Iniciado para “verificar a aplicação de recursos de Atenção de Média e Alta Complexidade do Ministério da Saúde (MS)”, o procedimento passa a verificar “a compra de grande quantidade de medicamentos para tratamento precoce da covid-19”.

O promotor de Justiça Neidemar Fachinetto pede detalhes da compra e também se foi “elaborado estudo técnico prospectivo da real necessidade de tais medicamentos para uso na rede pública municipal”. Ele ainda pede os critérios para dispensação e se haverá “acompanhamento clínico/ ambulatorial dos pacientes que receberam a medicação, inclusive quanto à avaliação de resultados segundo metodologia cientificamente reconhecida”.

CIC Teutônia

Semáforos em Lajeado

Os membros da Câmara de Indústria e Comércio (CIC) iniciaram o levantamento de demandas e a elaboração de documento com as principais bandeiras da entidade.

O material será apresentado aos futuros candidatos.

Além da falta de sincronia em pontos cruciais– vide o trecho da Av. Alberto Pasqualini, entre a BR-386 e a Univates –, os lajeadenses sofrem com a demora na manutenção dos semáforos. A empresa responsável, acreditem, é de SC.

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A HORA | Fim de semana, 25 e 26 de julho de 2020 ARQUIVO A HORA

Em todos os níveis, aulas presenciais estão suspensas desde 18 de março

Creches particulares temem esvaziamento Famurs e Estado debatem alternativas para reduzir impacto econômico às instituições e o possível aumento na busca por vagas na rede pública FILIPE FALEIRO filipe@jornalahora.inf.br

ESTADO

C

om as aulas presenciais em todos os níveis suspensas desde o dia 18 de março, instituições de ensino precisaram se reinventar.

Adotaram modelos virtuais para repasse de conteúdos e encontros por meio de videoconferências.

Na Educação Infantil, pela necessidade dos pais de terem onde deixar os filhos para trabalhar e pelo método de aprendizado que exige interação, a situação fica mais difícil, em especial para instituições privadas.

Com a queda no orçamento pela inadimplência das mensalidades ocasiona em crise, como consequência em demissões. É o que alerta o Sindicreches, órgão que representa os estabelecimentos particulares. Pela perspectiva do sindicato, haverá uma debandada de alunos em busca de matrículas na rede pública quando as aulas forem liberadas.

Para tratar sobre a crise nas instituições e o risco das escolas públicas não terem como absorver o aumento da

demanda, a Federação das Associações dos Municípios do RS (Famurs) e a Secretaria Estadual de Apoio e Articulação aos Municípios, se reuniram nessa sextafeira.

O presidente da federação e prefeito de Taquari, Emanuel Hassen de Jesus, esteve com o secretário Agostinho Meirelles.

De acordo com o representante dos municípios gaúchos, o objetivo é criar uma força-tarefa para encontrar uma alternativa frente à crise no setor da Educação Infantil. “Com a queda no número de alunos nas creches particulares, podemos ter um esgotamento na rede pública, com o risco de termos crianças não matriculadas nas escolas”, destaca.

O secretário estadual Agostinho Meirelles afirma que o Piratini elabora um plano conjunto para uso de recursos públicos à educação. A ideia envolve também o Tribunal de Contas do RS. Por meio de uma parceria, os entes públicos pretendem criar ferramentas para compra de vagas nas escolas privadas como forma de reduzir a busca no setor público.

Sem resposta O projeto do comitê educacional de Lajeado para retorno gradual das aulas presenciais para os 3º anos do Ensino Médio dos colégios privados foi reencaminhado ao governo do Estado na semana passada.

Conforme o município, até essa sexta-feira não houve resposta do Piratini quanto ao pedido. O projeto tem como base nos números de testes, na prevalência do vírus entre jovens e crianças e nos indicadores de ocupação dos leitos hospitalares. Assim, seriam definidas as turmas, com testes em todos os alunos. Antes das aulas e depois de 15 dias. O resultado das amostras seriam balizadores da continuidade ou não dos encontros.

Estado revisa bandeira e Vale permanece laranja Pela 11ª semana, Região de Lajeado foi classificada com risco médio de contágio.

Das 20 zonas do Distanciamento Controlado, 14 estão em bandeira vermelha RAMIRO BRITES ramiro@grupoahora.net.br

ESTADO

E

m atualização do Mapa de Risco de contágio do Distanciamento Controlado do governo do estado, divulgado às 18h dessa sexta-feira, 24, o Vale do Taquari foi classificado em bandeira laranja (risco médio de contágio). Com isso, as restrições seguem as mesmas das dez semanas anteriores.

O mapa preliminar da 12ª rodada do Distanciamento Controlado volta a trazer mais da metade das 20 regiões em bandeira vermelha (risco alto). De oito regiões classificadas em vermelho na 11ª rodada, o Estado tem, agora, 14 regiões com risco alto para o contágio por coronavírus: Caxias do Sul, Taquara, Canoas, Porto Alegre, Pelotas, Santa Rosa, Santa Cruz do Sul, Capão da Canoa, Novo Hamburgo, Cruz Alta, Bagé, Passo Fundo, Palmeira das

Missões e Santo Ângelo.

Na 12ª rodada preliminar do Distanciamento Controlado, além de Lajeado, Cachoeira do Sul, Erechim, Ijuí, Uruguaiana e Santa Maria foram enquadradas preliminarmente na bandeira laranja.

As regiões em bandeira vermelha, a de Caxias do Sul segue no nível mais preocupante, visto que manteve a mesma média ponderada final da semana anterior, de 2,16.

Outras duas regiões apresentaram crescimento das médias ponderadas finais: Pelotas (de 1,61 para 1,78) e Bagé (de 1,34 para 1,69), ambas puxadas com o agravamento de indicadores da própria região e da Macrorregião Sul. As demais em bandeira vermelha

tiveram pequenas oscilações, porém ainda mantendo classificação de alto risco. Taquara ficou com média de 2,06; Canoas, de 1,86; e Porto Alegre, de 1,83. Com exceção de Caxias do Sul, cuja média se manteve igual à da semana passada, as médias ponderadas das regiões apresentaram melhora.

O esforço para ampliar o número de novos leitos de UTI (90 unidades a mais de uma semana para outra) fez com, neste período, a maior oferta crescesse no mesmo patamar de pacientes que exigiram tratamento intensivo. Os leitos de UTI aumentaram 4% e, agora, somam 2.370 em todo o Estado, mesmo percentual de avanço em termos de novas internações nessas unidades.

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PANDEMIA NO VALE

Teutônia lidera ranking de casos ativos na região

Seis maiores cidades somam 282 casos ativos. Aumento é atribuído a aglomerações em festas e em função da cheia do Rio Taquari

e São Cristóvão, além do Centro, onde foram registrados os primeiros casos do município, ainda em março.

Estrela: enchente e mudança no tempo

Em Estrela, a secretária de Saúde Ledi Rejane Baum afirma que houve aumento na procura por atendimentos na semana passada, quando o número de atendimento médico ficou em torno de 40 por dia. Essa semana, a procura caiu para cerca de 20 pacientes diários.

“O crescimento que deu foi reflexo da enchente, que gerou aquela aglomeração de pessoas e resultou em casos novos”, avalia.

Ledi destaca que as mudanças bruscas de temperatura recentes contribuíram por um aumento em casos de infecções respiratórias em geral.

MATHEUS CHAPARINI matheus@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

D

os seis municípios de maior população na região, quatro apresentam crescimento no número de casos. Entre os fatores apontados para a alta dos contágios estão as aglomerações geradas em função da enchente do Rio Taquari e em encontros de lazer.

Levantamento feito pela reportagem do A Hora com dados oficiais dos municípios aponta que há 282 casos ativos nestas cidades.

Em Taquari, dos 34 ativos, 16 foram confirmados entre terça, 21, e quinta-feira, 23. Arroio do Meio registra três surtos, um relativo à enchente e outros dois em empresas.

Teutônia tem maior número de casos

Teutônia é o município com maior número de casos positivos. Por meio de nota, a Vigilância em Saúde informa: “o alto número de casos ativos decorre de três fatores principais: aumento do número de testagens; o aumento da temperatura, fazendo com que as pessoas saiam mais, facilitando o contágio; e, o mais preo-

Encantado tem situação estável

cupante, muitas reuniões familiares, festas em residências e visitas de pessoas a outras cidades.”

Disparo de contágios em Lajeado Em Lajeado, o número de novos casos cresceu mais de três

vezes nas últimas três semanas.

O secretário de Saúde, Cláudio Kein, atribui os novos contágios a um relaxamento nas medidas de distanciamento social pela população.

“Voltaram muito as festas, tanto em bares como em encontros particulares. Os jovens

estão se encontrando muito e a gente suspeita que isso seja o principal foco de contaminação”, afirma.

Klein destaca que os contágios se concentram em bairros que ainda não haviam registrado grande número de casos, como Universitário, Florestal

Em Encantado, a conjuntura mais controlada. Havia uma preocupação de que a enchente poderia gerar um aumento expressivo de casos, o que não se concretizou.

“A situação no município está estável e isso é evidenciado por alguns fatores. Temos hoje três casos ativos, apenas uma internação clínica e ninguém em UTI. Não tem nenhum motivo para pânico”, afirma o secretário de Saúde Cassiano de Freitas.

Ele destaca que, ao longo da semana, nenhum paciente do município foi internado em UTI. O setor do Hospital Santa Terezinha tem quatro pacientes, todos de outros municípios do Vale do Taquari.

HBB integra estudo sobre cloroquina publicado no exterior LAJEADO

Uma equipe do Hospital Bruno Born (HBB), de Lajeado, integra a lista de pesquisadores que participaram de um estudo sobre o uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19 publicado na revista New England Journal of Medicine.

Chamado de Coalizão Covid-19 Brasil, o consórcio de instituições de saúde brasileiras – coordenado pelos hospitais Albert Einstein, Sírio-Libanês e Beneficência Portuguesa, de São Paulo – avaliou a eficácia da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes internados com casos leves e moderados da Covid-19, com média de tempo entre o início dos sintomas e início

do tratamento de sete dias.

O ensaio clínico durou 15 dias e envolveu 667 pacientes em 55 hospitais do Brasil. Os pacientes foram divididos em três grupos: um deles recebeu apenas hidroxicloroquina; outro, hidroxicloroquina e azitromicina; o terceiro, nenhuma destas medicações recebendo tratamento com os cuidados usuais.

Dezoito pacientes do Hospital Bruno Born foram incluídos no estudo entre os dias 25 de abril e 18 de maio de 2020. No Hospital Bruno Born, o estudo foi coordenado pelo médico intensivista Fábio Cardoso.

“A participação do HBB coloca o hospital num patamar de excelência, junto aos grandes hospitais do país e com os profissionais mais ca-

pacitados”, observa Cardoso.

Os pacientes que participaram do estudo tinham seu tratamento definido por um sorteio realizado eletronicamente, em um processo chamado de randomização. “Explicávamos a eles o estudo e, quem aceitasse, tinha seu nome inserido em uma plataforma eletrônica que fazia o sorteio e encaminhava o paciente a um dos três grupos”, detalha ele. O estudo acompanhou os pacientes por 15 dias, e as medicações foram ministradas por uma semana.

Cardoso relata que o estudo não evidenciou beneficio no uso de hidroxicloroquina ou de hidroxicloroquina associada ao antibiótico azitromicina quando comparado

com cuidados usuais - ou seja, não modificou a evolução clínica dos pacientes. Além disso, a pesquisa avaliou a segurança das medicações:

tanto a hidroxicloroquina sozinha, quanto a associada à azitromicina, ocasionou um risco aumentado de arritmias cardíacas não graves.

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Municípios apertam fiscalização DIVULGAÇÃO

Municípios adotam diferentes medidas para coibir aglomerações.

Governos prometem intensificar ações neste fim de semana MATEUS SOUZA mateus@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

A

pesar da região continuar na bandeira laranja, o aumento substancial de casos ativos de covid-19 faz alguns municípios acenderem o sinal de alerta. Nos últimos dias, diversas estratégias estão em andamento para coibir as aglomerações, sobretudo em

Ao longo do fim de semana, fiscais verificam cumprimento de regras. Decreto é válido por tempo indeterminado

Restrição em vias

bares e áreas de lazer.

O exemplo mais recente veio de Lajeado, que publicou um decreto na quinta-feira, aumentando o rigor nas fiscalizações de estabelecimentos. Na primeira operação integrada, que con-

No final de semana, o governo repetirá medidas de circulação de pessoas em vias e locais onde ocorrem aglomerações. As medidas abrangem a rua Santos Filho, no Parque dos Dick; a Avenida Avelino Talini, junto à Univates; a avenida Piraí, as proximidades do Pico do 8, de postos de combustíveis e no Parque de Eventos.

tou com a participação de diversos órgãos de segurança, foram fiscalizados 12 estabelecimentos durante a noite, em nove bairros diferentes da cidade.

Como o decreto é válido por tempo indeterminado, as fisca-

PELO VALE ATIVIDADES ESPORTIVAS SUSPENSAS EM ARROIO DO MEIO Três dias após ser publicado, o decreto municipal que flexibilizava as atividades esportivas coletivas em Arroio do Meio foi suspenso.

A decisão foi tomada após o surgimento de três novos focos de contágio da covid-19 na cidade, aumentando o número de casos

ativos da doença.

A suspensão vale até quarta-feira, quando a situação será reavaliada.

“Constatamos com a nossa equipe e estes focos serão monitorados. É muito perigoso deixar essa possibilidade de interação das pessoas no final de semana”,

salienta o prefeito Klaus Schnack.

O decreto municipal previa a liberação das atividades esportivas com uma série de restrições. Estava permitida a abertura de ginásios esportivos, quadras abertas, canchas de bocha e bolão, no horário compreendido das 7h às 23h.

TAQUARI PROIBE CIRCULAÇÃO EM PARQUES E LOCAIS PÚBLICOS Em Taquari, um decreto publicado ontem determina que, das 18h de sexta-feira até às 6h de segunda-feira, não será permitido circular e permanecer em área de parques e locais públicos do município, como a Lagoa Armênia e a Praça da Bandeira.

Segundo o prefeito Emanuel Hassen de Jesus, nas madrugadas, entre meia noite e 6h, ficará proibido o funcionamento de estabelecimentos comerciais,

ANDRÉ LIZIARDI

incluindo lojas de conveniências e postos de combustível. Só poderão abrir as farmácias.

Outra iniciativa, da administração municipal em conjunto com clubes, academias e educadores físicos é o fechamento das atividades uma semana a partir deste sábado.

Não será permitida a circulação de pessoas na Lagoa Armênia em sábados e domingos

RESTRIÇÕES DESDE O COMEÇO DO MÊS EM TEUTÔNIA Seguem em vigor as medidas restritivas com o objetivo de evitar a propagação da covid-19 em Teutônia. O decreto, publicado no começo do mês, proíbe o estacionamento ao longo da avenida 1 Leste e no Pico da Estrada Velha em determinados horários, o consumo de bebidas alcoólicas nas áreas externas de conveniências de postos de combustível e as aglomerações.

O decreto em vigor determina

gravidade do caso, pode ocorrer até a cassação do alvará. “Os bares foram notificados no sentido de receberem orientação para cumprimento do decreto.

Deixamos claro que as regras são aquelas. No contato com os proprietários, constatamos que eles sabem do problema e têm dificuldade de conter as pessoas”, ressalta.

Bares, restaurantes, pubs, foodtrucks, trailers e canchas de bocha não podem funcionar após às 23h. Os trabalhos devem seguir ao longo do final de semana. “Nosso objetivo é tão somente fazer uma fiscalização ativa. As regras devem ser entendidas e atendidas”, comenta Locatelli.

também o fechamento de todos os parques, praças, pavilhões, pistas de skate, quadras esportivas e espaços de convivência pública do município, inclusive o Centro Administrativo, a partir das 20h das sextas-feiras até às 6h das segundas-feiras, bem como nos feriados, a contar das 20h do dia anterior até às 6h do dia seguinte.

Também são vedadas aglomerações como três ou mais pessoas em logradouros públicos com finalidade recreativa.

EDSON SCHAEFFER

Acesso ao Centro Administrativo segue fechado aos finais de semana

lizações devem continuar. “Por orientação do prefeito, intensificamos nossas operações. Esta foi a 30ª operação integrada. Tudo visando coibir as aglomerações”, explica o secretário de Segurança Pública, Paulo Locatelli.

Não houve punição aos estabelecimentos fiscalizados.

Mas Locatelli lembra que, se for necessário, dependendo da

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DIA DO COLONO E MOTORISTA

SECA E PANDEMIA

ACELERAM

TRANSFORMAÇÕES Longos meses sem chuva frustram a colheita e pandemia altera serviços para transportadores. Neste ano de provações, reafirma-se a importância dos produtores rurais e dos motoristas à sociedade. No dia voltado a esses profissionais, as tradicionais procissões são substituídas por outras homenagens FILIPE FALEIRO filipe@jornalahora.inf.br

COLABORAÇÃO Gabriel Santos

VALE DO TAQUARI

N

o campo, o trabalho braçal aos poucos é substituído por máquinas. Nas estradas, aumenta a necessidade de um motorista atualizado, que entenda um pouco de mecânica e também das inovações tecnológicas. A era digital que aos poucos alterava o ofício desses dois profissionais teve de ser antecipada por dois episódios.

Este 2020 chegou com dificuldades para todo o mundo. Na região, agricultores passaram pela seca de novembro até março, o que frustrou as colheitas. Atrás dos volantes, os motoristas enfrentam a pandemia de coronavírus. Em co-

mum, os dois trabalhadores desses segmentos nunca pararam, apesar dos problemas.

A palavra-chave para estes desafios é adaptação. “É preciso conhecimento. O agricultor de hoje tem de entender de gestão, usar ferramentas tecnológicas e estar muito bem informado”, afirma o produtor de leite de Teutônia, Fábio Secchi.

Esse cenário, afirma, exige profissionalização do agricultor. “Hoje temos de estar conectados, acompanhar tudo, controlar os custos e se preparar para momentos de crise. Do contrário, a propriedade entra em um declínio e dificilmente consegue retomar.”

Essa dificuldade é vista na propriedade de Loivo, 61, e Neiva Berghahn, 53, de Picada Flor, interior de Marques de Souza. “Trabalhar na agricultura está cada vez pior.

Nosso trabalho não é mais valoriza-

do como antigamente”, avaliam.

A família ainda resiste, mas pensa em abandonar a produção leiteira. “Hoje ganhamos no máximo R$ 1,10. Não paga nem as nossas despesas”. Neiva afirma que o trabalho mudou muito nos últimos anos, mas a família não conseguiu acompanhar as tecnologias. “Me lembro que anos atrás, tudo era feito manualmente. Hoje o maquinário substitui muito a mão de obra”.

No Vale do Taquari, conforme a Emater\Ascar-RS, as perdas em decorrência dos meses com chuva abaixo da média ultrapassaram R$ 256 milhões. Para chegar neste valor, foram considerados indicadores sobre as áreas cultivadas e nas que deixaram de ser plantadas em função da estiagem, tendo como base a cotação dos grãos no mercado. O cultivo da soja, por exemplo, teve uma quebra de 47%. Já no milho, 41% da lavoura foi perdida.

Tecnologia e produtividade O agricultor de hoje tem de entender de gestão, usar ferramentas tecnológicas e estar muito bem informado”.

FÁBIO SECCHI AGRICULTOR

A evolução tecnológica e a necessidade de aumentar a produtividade no setor leiteiro em tempos de crise foram às principais fatores que levaram a família Brackmann em Linha Clara Fundos, interior de Teutônia a investir no sistema robotizado de ordenha. “Cogitávamos vender todo o rebanho de 150 vacas e investir em outro negócio”, recorda o produtor Moacir, 44.

O agricultor segue os passos do pai Helio Brackmann, 71, que sempre trabalhou na agricultura.

Diferente de anos atrás, hoje o cenário é bem diferente. O sistema manual de ordenha deu lugar ao sistema robotizado. Um investimento de R$ 1,2 milhão. Atualmente são 125 vacas em lactação e a produção mensal alcança os 4,5 mil litros.

A mudança para o sistema robotizado refletiu na jornada de trabalho da família. Segundo Moacir antes era necessária mais mão de obra para auxiliar no processo diário a um custo bem maior. Com a automação a produtividade cresceu até 20%.

Aos 61 anos, Loivo Berghahn pensa em parar de produzir após a seca do primeiro semestre

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A HORA | Fim de semana, 25 e 26 de julho de 2020 FOTOS GABRIEL SANTOS

Do campo à indústria

O presidente da cooperativa Languiru, Dirceu Bayer, realça a importância dos trabalhadores do campo e das estradas. Na avaliação dele, as crises deste ano proporcionam uma visão mais clara da relevância da atuação desses profissionais.

No contato com os mais de 5,7 mil associados da cooperativa, o setor leiteiro foi o que mais sofreu com a estiagem. Junto com isso, a inundação do início de julho também trouxe perdas às pastagens.

“Os prejuízos foram enormes.

Com a seca já consolidada nos grãos. Mais recente a enchente também prejudica a alimentação dos animais.”

Como resultado, diz Bayer, as vacas produzem menos leite.

“Esse efeito sentimos diretamente na cooperativa. Temos uma baixa na captação do leite devido a esses

A tecnologia na propriedade de Moacir Brackmann é uma realidade. Desde junho de 2019, toda a ordenha é feita por dois robôs. Tudo é controlado em tempo real por aplicativos

problemas.” O setor primário é um elo que faz as riquezas circulares. Com menos dinheiro no campo, menos negócios nas cidades.

Um novo modo de trabalho

A cadeia alimentícia regional representa 80% da movimentação econômica. Com a alta do dólar, as exportações ganharam importância. Para se manter atuando, as empresas passaram por uma série de adaptações.

Nas unidades de frango e suínos da Languiru, foi preciso reduzir a mão de obra, afastar pessoas do

Caminhoneiro há mais de duas décadas, Heins Guinter Stein capricha nos cuidados para se prevenir da covid-19. O álcool gel e a máscaram viraram itens obrigatórios

grupo de risco e ampliar a vigilância quanto à saúde dos funcionários. Para o presidente Bayer, esses cuidados foram fundamentais para evitar surtos dentro das fábricas. “Tivemos pessoas com sintomas da covid, mas foram isoladas e não houve, pelo que monitoramos, contágios dentro das unidades.”

Essas adaptações representaram a necessidade de abrir novos turnos de trabalho. “Tivemos de abrir mais de 350 empregos novos nos frigoríficos e nos supermercados Languiru”, conta Bayer.

A cooperativa mantém o plano de chegar a R$ 1,8 bilhão de faturamento no ano. Tudo por conta do aumento no volume total de exportações. “Com o câmbio houve resultados positivos que equilibraram outros problemas.”

O susto do início e a necessidade de adaptação Dois episódios juntos e com reflexos ao longo de todo o ano.

Os resultados da seca e da pandemia serão realmente conhecidos a partir deste segundo semestre, afirma o presidente do conselho administrativo da Dália Alimentos, Gilberto Piccinini.

“Dezembro, janeiro, fevereiro e março a silagem para alimentação dos animais foi muito

prejudicada. Logo na sequência, o avanço do coronavírus nos obrigou a rever o modelo produtivo.”

Após as primeiras semanas do vírus no RS, de incertezas e temor, a situação começou a se equilibrar.

“Procuramos orientar nossos produtores rurais para todos os cuidados com segurança. De sair menos e não se expor. Pela característica da atividade, a pandemia trouxe poucos riscos aos agricultores.”

Estratégia para retomada

Com os desafios postos, de uma recessão econômica, a cooperativa traça diferentes cenários.

Essas perspectivas, conta Piccinini, auxiliam para as estratégias de atuação durante a dificuldade.

“A economia nacional está muito abaixo do que o país precisa para se desenvolver.”

Para ele, a cadeia de alimentos tem condições de ser a principal

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A HORA | Fim de semana, 25 e 26 de julho de 2020 FELIPE NEITZKE

força de retomada. “A pandemia vai perder força e acreditamos que o retorno será forte.”

Ainda assim, no geral, o ano está comprometido, realça o presidente da Dália Alimentos. Em especial pelo impacto em outros setores, como nos restaurantes, eventos e no turismo. “O tempo e a situação que vamos encontrar vai nortear os movimentos da sociedade e da cooperativa.”

Nas estradas: “Não tinha lugar para comer” Em tempos de pandemia, expostos e sem parar o trabalho.

Assim tem sido a rotina de muitos caminhoneiros pelo país. Heins Guinter Stein, 56, de Lajeado, guarda com orgulho o dia que retirou a carteira de motorista, 9 de novembro de 1984. Atualmente as viagens são feitas diariamente entre Estrela e Canoas com o transporte de farelo de trigo usados para a produção de ração.

Em mais de 22 anos no caminhão, ele afirma ter percorrido quase todos os estados do Brasil. Durante a pandemia

Caminhoneiros relatam que as primeiras semanas da pandemia foram de dificuldades, com restaurantes e postos de parada fechados

ele relata os diversos problemas nas estradas com restaurantes e postos fechados. “Isso dificultou muito a nossa vida. Ficamos sem ter onde almoçar e dependíamos muito da solidariedade”.

O colega motorista Marcelo Silveira, 35, natural de Santa Maria, relata problemas encontrados nas rodovias e a desvalorização da classe.

“Os banheiros muitas vezes estão precários e são compartilhados com outras pessoas. Alguns restaurantes não seguem as precauções”, diz.

Silveira afirma este ser um dos piores momentos aos motoristas. “No início estava tudo fechado. Muitos grupos ajudaram a gente com o café da manhã, almoço e água”.

Exigência de fazer mais

Vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transporte do RS (Setcergs), Sérgio Gabardo, relata que a pressão por novas formas de atuação logística vinha antes da pandemia. O coronavírus, conta, acelerou esse processo.

“Hoje temos de entregar mais do que o pedido. Se nos comprometemos a transportar um carro até o meio-dia, o pedido tem de chegar às 8h.” Agregar serviços às entregas. Esse é o resumo de uma das necessidades atuais, resume Gabardo.

Com o chegada da covid-19, em meados de março houve muita interferência na atuação dos motoristas, relembra o diretor da Tomasi Logística, Diego Tomasi. As duas primeiras semanas de pandemia foram tensas, realça. Mas

No campo, agricultores tentam agregar valor às produções. Tendência aponta para aumento na demanda por alimentos livres de agrotóxicos

logo houve conscientização de que se o motorista parasse haveria um colapso, acredita. “Sentimos muito orgulho de sermos motoristas.

Na prática, a pandemia destacou ainda mais a importância desses trabalhadores. Acho que haverá uma nova leva de motoristas após a pandemia, pois é uma profissão que não para.”

Mudanças aceleradas

O diretor comercial da Scapini Transportes, Lucas Scapini, relata que o ano trouxe incertezas e muitos desafios para os profissionais, às empresas e também retrocessos, com o aumento de desemprego e na perda de renda às famílias.

“A resiliência para a recuperação, metas e processos bem definidos, tanto setorial como empresarial são fundamentais para a retomada econômica.”

Como forma de ter uma análise permanente da nova realidade, a empresa criou um comitê de crise, com uma organização e controle dos profissionais.

Com 21 unidades no país, promoveram treinamentos para prevenção ao vírus, com mais cuidados na higienização das áreas coletivas e também da frota de caminhões. A rotina foi adaptada

Sentimos muito orgulho de sermos motoristas. Na prática, a pandemia destacou ainda mais a importância desses trabalhadores.”

DIEGO TOMASI DIRETOR DA TOMASI LOGÍSTICA

a esse novo modelo rapidamente, profissionais maduros com ações eficazes fizeram e estão fazendo a diferença em nossa empresa.”

De acordo com ele, a profissão motorista mudou por completo.

Hoje o profissional além de habilidades comerciais para atender bem os clientes, também precisa entender da parte de tecnologia embarcada do veículo e usar aplicativos de entrega e outras plataformas digitais. “Para se manter no mercado inevitavelmente, o profissional tem que evoluir, tanto em comportamento quanto em tecnologia”, frisa Scapini.

A HORA | Fim de semana, 25 e 26 de julho de 2020

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A HORA | Fim de semana, 25 e 26 de julho de 2020

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS Cruzadas

Resumo da novela

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL www.coquetel.com.br / © Revistas COQUETEL O primeiro período econômico brasileiro, ocorrido na fase pré-colonial (Hist.) (?)-taque, o barulho do relógio mecânico

Grupo feminino que canta "Worth It"

Bebida consumida por quem faz dieta

A laje com camada de manta asfáltica

De forma imediata Forma do estilingue

Formato do oceano Atlântico

O orixá da caça (Candomblé)

Fina Estampa Teodora encontra Quinzé boiando na piscina. Ferdinand se esconde ao ver Griselda e Guaracy chegando. Griselda leva o filho para o hospital. Tereza Cristina convence Crô de que Marcela está viva.

Vanessa reclama de Paulo por falar de Esther durante o jantar. Teodora fica no hospital com Quinzé. Edvaldo e Glória se preocupam quando Beatriz afirma que

Carbono (símbolo) Gás (?) de petróleo: é usado como combustível de fogões

lutará para ficar com Vitória. Quinzé deixa o hospital. Tereza Cristina se irrita ao saber que o filho de Griselda sobreviveu ao atentado. Alice sugere que Íris chantageie Tereza Cristina. Íris desmaia ao ver Marcela na pousada.

Adélia Prado, poeta de "Oráculos de Maio" (?)-humano: sublime; celeste

Ivan (?), o Terrível: o primeiro czar

Célula fecundada na fertilização in vitro (Anat.)

Longe, em inglês Aprazível Tipo de recurso (Dir.)

"Menos é (?)", bordão minimalista

(?) dia, saudação matinal

Peça de Millôr Fernandes

Teresa Seiblitz, atriz carioca

Corrida, em inglês Conterrâneas da cantora Perla Anistia Internacional (sigla)

A neve, por sua "Leis", ocorrência em CLT no Brasil

O Estado das Alterosas (sigla)

Cachaça (bras.)

Registro Aeronáutico Brasileiro (sigla)

3 5 2 5 3 8 3 5 2 5 3 8 3 5 2 5 3 8 3 5 2 5 3 8 3 5 2 5 3 8 3 5

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Dado vital para registros históricos

12-27-30-36-45-52

Concurso nº 5321- 23/07/20

03-06-07-28-29 3 GANHADORES!

4 7 4 0 6 0 4 7 4 0 6 0 4 7 4 0 6 0 4 7 4 0 6 0 4 7 4 0 6 0 4 7 4 0 6 0

3 5 2 5 3 8 3 5 2 5 3 8 3 5 2 5 3 8 3 5 2 5 3 8 3 5 2 5 3 8 3 5

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4 GANHADORES

União Na2 8 cional dos 5 8 Estudantes 3 0 8(sigla) 6

1 GANHADOR: R$ 28.456.665,08

02 04 05 07 08 09 10 11 12 13 18 19 20 22 25

@coquetel

Solução

@coquetel Concurso nº 1996- 22/07/20

Concurso nº 2282- 22/07/20

6 3 7 5 0 8 6 3 7 5 0 8 6 3 7 5 0 8 6 3 7 5 0 8 6 3 7 5 0 8 6 3 7 5 0 8 5 1 9 6 8 9 5 1 9 6 8 9 5 1 9 6 8 9 5 1 9 6 8 9 5 1 9 6 8 9 5 1 9 6 8 9 9 4 8 7 4 8 9 4 8 7 4 8 9 4 8 7 4 8 9 4 8 7 4 8 9 4 8 7 4 8 9 4 8 7 4 8

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C R U Z P A L A V R A S D A S

Loterias e divirta-se com diversos passatempos

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Dado vital para registros históricos

Solução

6 6 7 8 6 7 6 6 7 8 6 7 6 6 7 8 6 7 6 6 7 8 6 7 6 6 7 8 6 7 6 6 7 8 6 7

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Arsênio (símbolo)

Abençoo

(?) do T: Nota do tradutor

C R U Z P A L A V R A S D A S

Acesse www.coquetel.com.br

Top (?), lista dos 10 mais (ing.)

A índole da bruxa em contos de fadas Ouro, em francês

6 7 6 6 7 8 6 7 6 6 7 8 6 7 6 6 7 8 6 7 6 6 7 8 6 7 6 6 7 8 6 7

União Na2 8 cional dos 5 8 Estudantes 3 0 8(sigla) 6

4 7 4 0 6 0 4 7 4 0 6 0 4 7 4 0 6 0 4 7 4 0 6 0 4 7 4 0 6 0 4 7 4 0 6 0

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Opõe-se ao "X" no jogo da velha

BANCO

8 6 3 0 9 9 8 6 3 0 9 9 8 6 3 0 9 9 8 6 3 0 9 9 8 6 3 0 9 9 8 6

(?)-line: conectado à internet

"Leis", em CLT

Corrida, em inglês

"Menos é (?)", bordão minimalista

Ivan (?), o Terrível: o primeiro czar

Latim (?), origem do português Vazio

Registro Aeronáutico Brasileiro (sigla)

O Estado das Alterosas (sigla) Cachaça (bras.)

Peça de Millôr Fernandes Longe, em inglês

Adélia Prado, poeta de "Oráculos de Maio" (?)-humano: sublime; celeste

Aprazível Tipo de recurso (Dir.)

A neve, por sua ocorrência no Brasil

O orixá da caça (Candomblé) Formato do oceano Atlântico

Teresa Seiblitz, atriz carioca

De forma imediata Forma do estilingue

© Revistas COQUETEL

A laje com camada de manta asfáltica Bebida consumida por quem faz dieta O primeiro período econômico brasileiro, ocorrido na fase pré-colonial (Hist.) (?)-taque, o barulho do relógio mecânico

7 1 4 9 7 1 7 1 4 9 7 1 7 1 4 9 7 1 7 1 4 9 7 1 7 1 4 9 7 1 7 1

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U L T R A

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(51) 9 9552-8190

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I O N Y S I T O A X E N O T S I A S N I M E G A R M A N E B N A T A R E S

Oi, gente. Eu sou a Bijou, fui amarrada em frente à sede da APAMA. Não entendi muito bem por que me deixaram ali, mas a tia Ana me resgatou. Me deu água, comida, carinho e amor. Eu adoro brincar e correr. Gostaria de ter uma família para chamar de minha.

Entre em contato para adotar ou para ajudar a APAMA pelo Whats:

Partículas (?): quark, 5 0 6 4 3 6 bóson e 8 6 8 9 0 6 9 lépton 0 8 7 9 7 4 2(Fís.)

6 1 9 8

C I H R M A A P E F E O R A M A C E G U A R B A N I V U L O I O Z T R A E D N T A

BIJOU

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I N A N E

ME LEVA PRA CASA

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F T I I Q V U E M A R I S I N O C O U M U E M

PEIXES: Deixe que sua intuição dê o tom do dia. Aproveite para cuidar da sua energia.

VIRGEM: Você e sua família estarão vivendo um clima tudo de bom, cheio de alegria e compreensão.

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C F I C L O D B O P A P U B R A S I E L

oquetel.com.br

AQUÁRIO: Terá bom humor e muito desejo de se divertir com quem conhece. Deixe os problemas fora do final de semana.

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2/on — or. 3/far — ten. 4/race. 5/inane — rócio. 6/agravo. 7/sumatra. 12/fifth harmony.

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

LEÃO: Você terá uma posição de mediação em conflitos. Sua forma de argumentar será ouvida e chamará a atenção.

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H

CAPRICÓRNIO: A Lua indica que seus contatos com pessoas de autoridade serão benéficos. Contará com muita energia.

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U L T R A

CÂNCER: A Lua em Libra indica que suas emoções serão de paz e tranquilidade. Para tomar decisões, você terá jogo de cintura.

2 0 8 7 9 2 6 0 8 7 9 2 2 0 8 7 9 2 2 0 8 7 9 2 6 0 8 7 9 2 2 0 8 7 9 2

Arsênio (símbolo)

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SAGITÁRIO: Será um bom momento para renovar sua fé. Você terá toda a sorte de bons acontecimentos.

I O N Y S I T O A X E N O T S I A S N I M E G A R M A N E B N A T A R E S

GÊMEOS: Sua criatividade estará a mil. Irá se sentir com mais vitalidade do que o normal. Chance de fazer mudanças positivas.

Abençoo

(?) do T: Nota do tradutor

C I H A R M A P E F E O R A M A C E G U A R B A N I V U L O I O Z T R A E D N T A

ESCORPIÃO: Tudo indica que seus assuntos de carreira estarão a todo vapor.

Saberá cumprir metas.

I N A N E

TOURO: Seu dia renderá bastante, suas emoções estarão claras. A Lua em Libra pode amenizar desafios.

Top (?), lista dos 10 mais (ing.)

(?)-line: conectado à internet

A maior ilha da Indonésia, é habitat dos orangotangos

A índole da bruxa em contos de fadas

F T I I Q V U E M A R I S I N O C O U M U E M

LIBRA: A Lua em Libra ativa sua sensibilidade para fazer um bom social. O Sol ilumina seus projetos e suas relações.

Ouro, em francês

2/on — or. 3/far — ten. 4/race. 5/inane — rócio. 6/agravo. 7/sumatra. 12/fifth harmony.

ÁRIES: A lua em Libra promete realçar todos os seus assuntos de sociedade e parcerias. Conseguirá fazer bons julgamentos.

Nossa Senhora do (?), padroeira do Paraná (Catol.)

C F I C L O D B O P A P U B R A S I E L

HORÓSCOPO

Latim (?), origem do português Vazio

Opõe-se ao "X" no jogo da velha

Covarde; medroso

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FIM DE SEMANA, 25 e 26 de Julho de 2020

ANUNCIE: classificados@jornalahora.inf.br

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SEGUNDA À SEXTA 12h20min às 13h

APRESENTAÇÃO

EZEQUIEL NEITZKE E CAETANO PRETTO

Fim de semana, 25 e 26 de julho de 2020

CRAQUES DO VALE

“O SONHO NO FUTEBOL PROFISSIONAL ACABOU” Aos 25 anos, Matheus Navacosquy, o “Poio”, relembra o inicio promissor e os erros que fizeram encerrar a carreira de maneira precoce

FICHA TÉCNICA Nome: Matheus Navacosquy, o “Poio” Idade: 25 anos Posição: goleiro Clubes por onde passou: São Vicente Atlético Clube (SP), Flamengo e Fluminense (RJ), Lajeadense e Grêmio (RS), Poconé e Luverdense (MT)

EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

M

uitos atletas se deslumbram quando alcançam um patamar.

Com decisões erradas, uma carreira promissora pode virar fracasso, foi isso que aconteceu com Matheus Navacosquy, o “Poio”.

Morador de Lajeado, encerrou a carreira aos 21 anos. Hoje aos 25 se dedica à barbearia.

O início da carreira foi nas escolinhas do Rui Barbosa e como todos os goleiros, a posição foi quem o escolheu. Zagueiro de origem foi parar no gol por falta de atleta. “O Valdir Seibel me mandou para o gol, fui e peguei gosto por se jogar no chão”.

Depois do Rui Barbosa começou a peregrinar por vários clubes de base, como a AERC Juventus (Teutônia-RS), São Vicente Atlético Clube (São Vicente-SP), Flamengo e Fluminense (Rio de Janeiro-RJ), Lajeadense e Grêmio (RS).

O primeiro clube profissional foi o Lajeadense e nele veio a primeira conquista, o vice-campeonato do Gauchão de 2013. “Foi muito bom integrar aquele elenco, aprendi muito com os atletas que ali estavam.

FALTA DE ESPAÇO

A passagem pelo Lajeadense ficou marcada para o goleiro não pelo título, mas por problemas extracampo. De personalidade forte, sempre brigou pelo que achava certo, e uma dessas brigas o tirou do clube. Em 2013, logo após o vice-campeonato, o Lajeadense contratou o goleiro Nicolas para ser o reserva imediato de Eduardo Martini.

A saída do alviazul foi após um jogo da Série D do Brasileirão con-

tra o Londrina. O Eduardo Martini não foi relacionado e Poio achava que viajaria junto, mas foi deixado de lado e quem foi para a viagem foi o Henrique, quarto goleiro na época. “Eu achei uma falta de respeito comigo, estava treinando muito bem, me dedicando muito.”

Depois do episódio, se reuniu com o Mário Dutra, presidente do clube, e pediu para fazer o acerto para viajar ao Mato Grosso. “Tinha R$ 33 mil para receber, mas aceitei R$ 3 para poder viajar.

Era sexta-feira e eu precisava do dinheiro, meu sogro na época me adiantou com a promessa de receber na segunda-feira, passou sete meses e ele não recebeu. Depois de várias negociações a direção e ele se acertaram.”

Mesmo com dinheiro para receber, o goleiro garante que nunca pensou em processar o clube. “Apesar de toda essa situação, o Lajeadense não merece passar por tudo o que está passando. As pessoas passam, mas o clube fica e é isso o que vale.”

ENCERRAMENTO PRECOCE Depois do Lajeadense, Poio acertou com a Luverdense, onde jogou torneios pelas categorias de base e profissional. Lá ainda jogou no Poconé Esporte Clube. Depois do Mato Grosso atuou alguns jogos no São Luiz, de Ijuí, e retornou para o Poconé, mas acabou deixando o clube logo depois. Aos 21 anos, deixou o profissional. “Encerrei por erros meus, atitudes minhas, atitudes que não combinam com o esporte profissional. Eu era muito brigão, respondão, saia pra noite, brigava na noite e passei a ser problema para os clubes que passei.”

Depois que encerrou a carreira recebeu algumas propostas para voltar, mas nada que o agradasse. A que chegou mais perto trouxe outra desilusão. Em 2017, Paulo Baier treinaria o Ser Panambi e queria que Poio fosse o seu goleiro. Trabalhando em uma funilaria em Lajeado, pediu demissão e comprou a passa-

Após o profissional, Poio tem novos projetos ao lado da namorada Ana

gem para ir à Panambi. Minutos antes de entrar no ônibus, a diretoria do clube ligou avisando que Baier não seria mais o treinador e que não iriam mais contratar o goleiro.

FUTURO

Poio jogou a Copa Santiago, em 2012, pelo Grêmio

Com 25 anos, não pretende mais voltar ao futebol profissional. “O sonho do futebol profissional acabou.

Sinto saudade, mas tenho outras prioridades no momento.”

Com uma barbearia própria no Bairro Olarias, em Lajeado, pretende ampliar o negócio e consolidar a família com a namorada Ana Paula

Walker. “Me tornei uma outra pessoa depois que larguei o profissional. Era uma pessoa arrogante, antipática, que vivia brigando, hoje não, sou uma pessoa que tenho muitos amigos e tudo o que conquistei foi porque deixei o profissional.”

FUTEBOL AMADOR Depois que largou o profissional, Poio seguiu atuando mas nos gramados do Vale. Mas as partidas aos domingos estão com os dias contados. “Legal é, mas tenho outros projetos e prioridades.”

Mesmo querendo se aposentar aos domingo, o goleiro não abre mão das partidas com o Lesionados no sábados no Clube Tiro e Caça.

“No CTC nunca vou parar de jogar, sou muito grato pela oportunidade que o João Paulo deu para mim.”

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A HORA ESPORTE | Fim de semana, 25 e 26 de julho de 2020

DUPLA GRE-NAL

CHANCE DE CLASSIFICAÇÃO

“O FUTEBOL NÃO SE RESUME EM NÓS, ATLETAS” DIVULGAÇÃO

Capitão do Lajeadense, Alexandre Bindé fala sobre o movimento dos capitães para voltar à Divisão de Acesso

Grêmio e Internacional podem confirmar vaga à semifinal do turno

EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

• Como que surgiu esse movimento?

Alexandre Bindé – Temos um grupo que foi criado logo quando começou a pandemia.

Para conversar em relação ao campeonato e também discutir a parte administrativa de cada clube.

Há uns 10 dias atrás começamos a nos movimentar depois de ler a notícia que a Divisão de Acesso poderia ser cancelada. Como todos sabemos, a dificuldade que é jogar no interior não é fácil, a dificuldade financeira é grande, imagina só, diante de uma a pandemia e diante de tudo o que está acontecendo.

Estamos nos mobilizando para que a Federação e os clubes nos ouçam. Nesse momento parece que estamos invisíveis e ninguém nos vê e não sabe a situação real dos atletas. Quando saiu a notícia que a Divisão de Acesso e a Terceira Divisão fosse cancelada nos unimos para chegar na Federação para isso não acontecer. Precisamos do trabalho, precisamos voltar a ativa e a intenção de voltar é que os protocolos de segurança para a volta estão seguros e nos permitem voltar. O Gauchão está mostrando isso.

• Como está a relação com a FGF?

Bindé – Até então a ideia era de jogar a Divisão de Acesso. Quando surgiu os protocolos e foram analisar os gastos que teriam, os clubes viram que não teriam condições de arcar os custos.

A conversa entre Federação e clubes foi para a Federação ajudar a arcar as despesas. O sindicatos dos atletas comentou que a Federações está olhando o movimento e sinalizou com a possibilidade do campeonato voltar no fim de agosto, começo de setembro. Nos próximos dias queremos uma reunião com o presidente da FGF para ele ver a situação nossa e nos ouvir.

• O que a direção do Lajeadense tem passado para os jogadores?

Bindé – Eu sempre tenho procurado manter contato tanto com o Alexandre Sebben (presidente), Tiago Matos (gerente de futebol), Serginho (treinador) e Mano Modelo (preparador físico). Semana passada fizemos uma vídeo conferência com a comissão técnica para termos uns treinamentos. Eles passam diariamente protocolos de treinos pensando nessa volta. A direção está conversando com a Federação para discutir a parte financeira, o clube quer voltar, mas os clubes precisam ter um aporte financeiro para cuidar dos protocolos e executar eles.

• Nesse momento de pandemia, o que você está fazendo para manter as contas em dia?

Bindé – O futebol não se resume em nós atletas. Tem o pessoal que cuida do campo, secretaria e administração, enfim são muitas pessoas envolvidas no futebol. Minha esposa trabalha e me ajuda um pouco em casa.

Eu estou encostado na MP do Governo Federal e quem não tem contrato está encostado no auxílio emergencial. A gente vive um pouco apertado, hoje também tenho uma ajuda da escolinha, onde sou professor. Me viro como posso.

• Qual a expectativa para o retorno do campeonato?

Bindé – Nossa mobilização é para voltar o campeonato. Temos um grupo no whattasapp de jogadores do Lajeadense. A gente treina diariamente para que quando o campeonato voltar, estarmos preparador e conseguir o acesso.

Nosso objetivo é o acesso. Vamos pensar positivo para o campeonato voltar. Esperamos que o campeonato volte o quanto antes.

Caso vençam Ypiranga e Esportivo, Grêmio e Inter podem confirmar a vaga à semifinal do segundo turno CAETANO PRETTO caetano@jornalahora.inf.br

D

epois de retornar após mais de quatro meses, o Campeonato Gaúcho segue com rodada no final de semana.

Serão seis jogos, um no sábado e cinco no domingo, com destaque para Brasil de Pelotas x Juventude, no Estádio Alviazul, em Lajeado.

A Federação oficializou na sexta-feira que o jogo entre Grêmio e Ypiranga será no CT Hélio Dourado, em Eldorado do Sul, no domingo às 11h. O Tricolor entra em campo com a chance de garantir a primeira colocação em seu grupo.

O técnico Renato Portaluppi deve mandar a campo o mesmo time que escalou no clássico Gre-Nal: Vanderlei; Victor Fer-

raz, Geromel, Kannemann e Guilherme Guedes; Maicon e Matheus Henrique; Alisson, Jean Pyerre e Everton; Diego Souza.

NOVIDADES NO INTER Depois de perder para o Grêmio no meio de semana, o técnico Eduardo Coudet deve promover algumas mudanças no time que enfrenta o Esportivo. O jogo ocorre no sábado, às 19h.

Thiago Galhardo e Bruno Fuchs estão à disposição do técnico argentino e devem ganhar as vagas de D’Alessandro e Rodrigo Moledo. Com isso, o time do Inter deve ter: Marcelo Lomba; Saravia, Bruno Fuchs, Cuesta e Moisés; Musto, Edenilson, Marcos Guilherme e Boschilia; Thiago Galhardo e Paolo Guerrero.

DEMAIS JOGOS O Gauchão tem mais três jogos além das partidas da Dupla e do jogo em Lajeado. Todas no domingo. Às 11h jogam São José x Novo Hamburgo. Às 16h é a vez de Caxias x Pelotas, e fechando a rodada, às 19h, jogam Aimoré x São Luiz.

GAUCHÃO 5ª RODADA

Sábado 11h – Grêmio x Ypiranga Domingo 11h – São José x Novo Hamburgo 16h – Brasil de Pelotas x Juventude 16h – Caxias x Pelotas 19h – Esportivo x Internacional 19h – Aimoré x São Luiz

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A HORA | Fim de semana, 25 e 26 de julho de 2020

IDEIAS

Este é um espaço fixo de colunistas convidados pelo A Hora. Cada um escreve um artigo por mês, em espaços previamente estabelecidos e reservados.

SÉRGIO R. SANT’ANNA

EDUARDO LEITE

Publicitário e professor da Faculdade La Salle

Governador do RS

A

Por impostos mais simples, justos e previsíveis

reforma tributária que estamos submetendo à discussão da população gaúcha será um marco para equalizar distorções do presente e preparar o caminho para um futuro de mais desenvolvimento econômico e social. Transformadora, estruturante e inovadora, entendemos que, em seu conjunto, a proposta que iremos encaminhar à Assembleia Legislativa pode alavancar o sistema tributário gaúcho à condição de mais moderno do país, resolvendo questões históricas, que embaraçam o ambiente de negócios no nosso Estado. É importante ressaltar que a proposta se insere em uma estratégia maior, que implantamos e conduzimos desde o início da nossa gestão. Somos um governo de evolução. Trabalhamos para melhorar a competitividade gaúcha, o que significa qualificar o sistema tributário, ampliar os investimentos em logística e reduzir a burocracia em todos os níveis. Sem uma resposta consistente, integrada e em múltiplas direções, o Rio Grande do Sul seguirá marcando passo e perdendo oportunidades.

São três as principais motivações para promover a reforma tributária justamente neste momento. Em primeiro lugar, por conta da prioridade de gestão em relação à modernização do sistema tributário, que se materializa em conjunto de 30 medidas apresentadas no ano passado, o Receita 2030.

Em segundo lugar, porque há uma dis-

cussão amadurecida nacionalmente de que a mudança é urgente. O Estado, além de apoiar a Reforma Tributária nacional, está antecipando medidas no âmbito local, sem esperar o andamento da proposta federal. Queremos fazer a nossa parte.

O terceiro fator tem a ver com a redução de alíquotas de ICMS majoradas no final do ano, que demandará medidas financeiras compensatórias, tendo em vista a f r a g i l i d a d e fiscal do Estado e das prefeituras. Mais do que compensar a perda de receitas com fim das alíquotas de 30% e de 18% – que irá subtrair R$ 2,8 bilhões da arrecadação estadual, dos quais R$ 850 milhões dos municípios –, o propósito é transformar a necessidade em oportunidade de revisão profunda da nossa lógica tributária, que também abra caminho para ganhos em inovação, sustentabilidade e formalidade.

Estamos abertos à contribuição de deputados estaduais, das entidades empresariais e da sociedade, para refinar a nossa proposta, cujo cerne está no ataque aos problemas crônicos ligados à cumulatividade, regressividade e, sobretudo, à complexidade. Um sistema mais simples, transparente e previsível, que desonere a produção e o consumo, que recupere a capacidade financeira do Estado e, ainda assim, seja eficiente em sua tarefa básica de permitir a atração de investimentos. O desafio é gigante, mas iremos enfrentá-lo, para que o governo cumpra o mais básico e nobre dos seus papéis: melhorar a vida das pessoas.

Precisamos falar sobre o Kevin*

O

Kevin neste caso é uma metáfora para falarmos de política. *O título refere-se ao livro escrito em 2007 e transformado em filme pelas mãos da diretora escocesa Lynne Ramsay. De forma autêntica a história descreve o drama de uma mãe que se vê diante da atrocidade cometida pelo filho, num caso fictício de massacre. Frente ao fato, a mãe busca compreender o que levou o jovem a cometer o crime, constatando sinais que apontavam desde a infância sua personalidade distorcida, além do sentimento de culpa que passa a nutrir por não ter agido de forma mais veemente na formação do caráter do rapaz.

O filme em si é uma obra de arte, mas seu maior mérito está em nos pontuar a respeito da necessidade de tratarmos dos assuntos que nos afligem, mesmo que em princípio nos vejamos incapacitados de interferir ou mesmo apagar os malfeitos deixados pelo caminho. A história humana é coroada de heróis e anti-heróis, sem muitas vezes sabermos de verdade quem é o bandido, quem é o mocinho. A derrubada de estátuas mundo afora reacende o debate sobre a narrativa vigente em determinada época, que promove a magos e reis personalidades desprovidas de moral e valores capazes de perpetuar os sentimentos de humanidade e respeito ao outro.

A ausência de um Superego que venha tolher a maldade social, que desaprove desejos e atitudes sem nenhuma retidão ou autocrítica, sem arrependimentos e repleta de autoelogios nutre a personalidade de Kevin, a ponto de sua mãe simplesmente fazer de conta que ele não existe. O histórico de desmandos e frustrações, de desacertos e incoerência nos afasta do personagem, nos voltamos às coisas da vida, dos nossos afazeres, dos nossos dramas e assim deixamos em outras mãos a decisão sobre o que é bom ou ruim. Quando Pilatos “lava as

mãos” está simplesmente transferindo para os fariseus toda a responsabilidade sobre o julgamento de Jesus. Assim nos livramos da culpa.

Vivemos a era do isolamento físico, do distanciamento social, do uso necessário de máscaras para nos proteger e proteger principalmente o outro. Mas também vivemos, acreditem, a era do carteiraço, de gente que ainda acredita que uma diplomação vale mais que a verdade – ou 85 mil mortes não são dados suficientemente significativos para se constatar a complexidade de uma pandemia em nosso país? E por que o Kevin é importante?

Porque se não intercedermos na sua criação, outras perdas virão. Trazer a discussão à mesa sobre quem nos representará nos debates sobre as leis do nosso município, quem definirá os impostos necessários à reorganização dos cofres públicos na retomada da economia e quem estará à frente do executivo para as tomadas de decisão é uma escolha da qual você não pode abrir mão de participar.

Nunca uma eleição municipal foi tão importante para cada um de nós. Nas mãos dos próximos eleitos estará a responsabilidade de nos reconduzir a um estado de equilíbrio econômico e social. Presente e futuro estão em jogo. E não basta simplesmente posicionar-se entre os que atacam ou entre os que defendem Kevin. A polarização é burra e míope, pois enxerga apenas o palmo à frente. Observe o espelho e veja em você mesmo o reflexo do seu voto. Pedras não resolvem.

Sérgio escreve sempre no quarto fim de semana do mês. Fale com ele: santanna.sergio@hotmail.com ou WhatsApp 99145 5005.

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A HORA | Fim de semana, 25 e 26 de julho de 2020

artigo

HUGO SCHÜNEMANN Médico oncologista e diretor técnico do Centro Regional de Oncologia (CRON)

ney@jornalahora.inf.br

Tempo...

D e todas as riquezas do mundo, há uma que não tem preço e, portanto, não pode ser comprada.

O tempo. O tempo não para e não pode ser parado.

Ele vem, vai e passa. Ontem eu era jovem, hoje maduro, amanhã velho. E depois disso, passei. E o tempo, o meu tempo passou. A luta contra o tempo é a busca da imortalidade. Há os que lutam

contra o tempo tentando se perpetuar na história como grandes conquistadores, grandes líderes, grandes construtores.

Buscam imortalizar-se em suas obras como se isto parasse o tempo. Como se não ser esquecido, desse mais tempo à vida.

Não dá. O tempo de cada um é único. Não sei se a gente já vem predestinado

a viver mais ou menos, mas cada um tem o seu tempo.

O fato é que, por ser tão único, insubstituível, não possível de comprar, o tempo não deve ser perdido.

Ele não deve ser perdido em filas, congestionamentos, dissensões inúteis, desamores e desilusões.

O tempo tem que ser otimizado. Ele é medido, todos segundos, minutos, horas, dias meses e anos.

Cada um conta.

Tem que ser vividos em sua totalidade e plenitude, pois o dia de ontem não pode ser revivido.

Temos hoje facilidades tecnológicas e de modernidade, que nos permitem organizar e gerenciar nosso tempo de modo que podemos viver o máximo a cada minuto. Mas temos imensa dificuldade fazê-lo e o desperdício em atividades do dia a dia, em rotas mal traçadas, em burocracia, em viagens ou programas mal planejados, em relacionamentos mal conduzidos.

E aí, quando nos damos conta, de forma impiedosa, o tempo vai se cobrando.

Lembro da frase de um famoso poeta: “quando me dou conta, estou muito mais perto do fim, do que do começo...’’

O tempo não para...

Fale com Hugo Schünemann: hugo.schunemann@gmail.com

NEY ARRUDA FILHO

A vida é labirinto

E

u não conheço o Vitor Ramil pessoalmente. Ao menos nunca tive a oportunidade de conversar com ele, de pedir um autógrafo e tal. Mas conheço a sua obra. Sou fã do cara. Nascido em Pelotas, numa família de musicistas e de compositores, acho que dá pra dizer que ele é o menos famoso, mas o mais talentoso do clã dos Ramil. Ao menos pelo meu gosto musical. Pela intimidade que tenho com as suas composições, me arrisco até a dizer que eu conheço a sua índole. Escutando uma playlist, me deparei com a canção chamada “Labirinto”, parceria do Vitor com o Zeca Baleiro. Ouvi uma, duas, três vezes. A música me impressionou. Uma sequência de quatro acordes, numa melodia que se desenvolve sem repetições, que vai sempre em frente, quase que empurrando um ouvinte desatento pra frente. A letra começou a fazer sentido. “O amor é um estranho labirinto ...” e por aí vai. Inicialmente escrita em inglês pelo Zeca, “I said the love is like an obscure maze” ou “eu disse que o amor é como um obscuro labirinto”, pareceu ao Vitor que a potência não seria sentida pela maioria dos ouvintes, atentos ou não. Propôs, então, fazer uma tradução/transcrição da letra para o português, na tentativa de manter a pungência e a sonoridade. E conseguiu manter tudo, harmonizando melodia e letra de maneira que

a gente se sente meio perdido mesmo, dentro de um labirinto. Essa palavra, labirinto, que dá título à canção, pode designar uma construção, um conjunto de percursos intrincados, criados com a intenção de entretenimento, de diversão, desorientando quem os percorre.

Num jardim ou numa folha de papel, sair do labirinto é um desafio a ser vencido, uma gostosa brincadeira.

Ouvindo e ouvindo de novo, se desenhou na minha mente um retrato destes tempos de pandemia. “Tô viajando em loucos descaminhos”, me pareceu uma tradução em linguagem poética dos tempos loucos nos quais vivemos.

Negação da ciência, insanidade, descaminho, a falta de uma liderança segura a nos guiar.

Tentamos seguir na direção certa, mas o rumo que nos parecia certo não nos leva à saída. Voltamos e seguimos uma rota alternativa. Damos de cara na parede. “Lá fora a noite escura é o labirinto”. E o labirinto, quando não é de brincadeira, nos impede a visão, limita a percepção da realidade e não nos permite olhar para além das suas paredes, ainda que imaginárias.

Seguimos na busca, alguns como “viajantes de um caminho extinto”, tentando encontrar respostas para perguntas que ninguém parece saber responder.

A vida, mais do que nunca, é mesmo um estranho labirinto.

Fim de semana, 25 e 26 de julho de 2020

MÍN: 07º MÁX: 14º

Instabilidades ainda atuam sobre parte do território gaúcho.

GAUCHÃO

BRASIL DE PELOTAS E JUVENTUDE JOGAM NO ESTÁDIO ALVIAZUL Partida de domingo será a terceira do Campeonato Gaúcho em Lajeado CAETANO PRETTO caetano@jornalahora.inf.br

A

organização por parte do Lajeadense e as boas condições do Estádio Alviazul foram elogiadas pela Federação Gaúcha de Futebol após a realização de duas partidas na retomada do Gauchão. Com isso, o estádio se habilitou a receber mais partidas. E receberá.

No domingo, às 16h, Brasil de Pelotas e Juventude se enfrentam em Lajeado. A partida é importante, uma vez que as duas equipes disputam a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Além dis-

FERNANDO CAMPOS

so, ambos times buscam pontuar para se aproximar ou chegar na zona de classificação.

O Juventude é terceiro colocado do Grupo A. Com quatro pontos, tem a mesma pontuação do segundo colocado Novo Hamburgo.

O Brasil é último colocado no Grupo B e tem a mesma pontuação do adversário, quatro pontos. O time está três atrás do segunda colocado do grupo, o Esportivo.

4ª rodada Ypiranga 2 x 2 Esportivo Novo Hamburgo 1 x 1 Aimoré 5ª rodada Domingo 16h – Brasil x Juventude

“ESTAMOS AJUDANDO NO ANDAMENTO DO GAUCHÃO” Gerente de Futebol do Lajeadense, Thiago Matos acredita que a realização dos jogos em Lajeado está sendo positiva ao Lajeadense. “É uma oportunidade de estreitar a relação com a Federação. Querendo ou não, estamos ajudando no andamento do Gauchão.”

JOGOS EM LAJEADO

Depois de receber duas partidas no meio de semana, Estádio Alviazul terá jogo importante no domingo

A oportunidade pode servir para que se abram novas portas ao clube. Na quinta-feira, o presidente da FGF, Luciano Hocsman, este-

ve em Lajeado para ver a partida entre Novo Hamburgo x Aimoré.

Segundo Matos, após a realização das partidas do Campeonato Gaú-

cho, podem surgir oportunidades do estádio realizar algum jogo do Brasileirão de Aspirantes ou até da Copa do Brasil.