A Hora - 14/07/2020

A HORA | Terça-feira, 14 de julho de 2020 | Ano 18 - Nº 2630 | Fechamento da edição: 21h

Fundado em julho de 2002

Avulso: R$ 2,50 GABRIEL SANTOS

A conta das cheias DANOS ESTRUTURAIS EM MEIO AO CAOS

Nascido na enchente

Na noite em que foi resgatada da casa atingida pela cheia, Rosane deu luz a Kaleb Emanuel. Família busca local para morar. Página 10

Ruas interditadas, deslizamento de terras nas margens do Taquari e estragos na malha viária. Governos municipais ainda contabilizam prejuízos causados por duas enchentes em menos de uma semana. Na rua Bento Rosa, em Lajeado, buraco de cerca de seis metros se abriu no asfalto Página 7

DECISÃO DA AMVAT

Prefeitos apoiam uso precoce da cloroquina Em reunião ontem à tarde, médicos defenderam aplicação de kit com hidroxicloroquina nos primeiros dias de sintomas.

Prefeitos acataram.

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SOLIDARIEDADE APÓS CHEIA

Saiba como ajudar famílias Cheia histórica deixou mais de mil famílias fora de casa. Iniciativas solidárias ajudam na retomada em di-

OPINIÃO RODRIGO MARTINI

Inércia que custa caro Falta de ações preventivas causa prejuízo imensurável.

versos municípios. Roupas, móveis, colchões e eletrodomésticos estão entre os itens solicitados. Página 10

EMPREGOS EM QUEDA

Região fecha 2,7 mil vagas em cinco meses Das maiores cidades, apenas duas tiveram saldo positivo Ano que começou com crescimento na geração de empregos mostra o impacto da pandemia sobre todos os setores da economia regional. Das seis maiores cidades, apenas Arroio do Meio e Encantado

tiveram saldo positivo entre janeiro e maio. Presidente da CIC-VT avalia resultado de maio como positivo e projeta que Vale do Taquari terá menos Página 3 prejuízos que outras regiões do estado.

Página 2

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A HORA | Terça-feira, 14 de julho de 2020

ABRE ASPAS

“Vejo a profissionalização cada vez maior dos DJs” Fernando Ribeiro, 31 anos, é DJ e produtor de música eletrônica desde os 18. Já tocou no principal festival do Brasil e também na África do Sul e México. Viu o cenário se profissionalizar e o conhecimento se tornar mais acessível. Além do trabalho artístico no projeto Technology, ele dá aula em escolinha de futsal para crianças. Se divide entre Porto Alegre e Arroio do Meio, onde mora com a companheira e os três filhos.

MATHEUS CHAPARINI matheus@jornalahora.inf.br

• Como foi seu início da música?

E a chegada na eletrônica?

Quando eu tinha 15 anos, alguns amigos da escola falavam muito das festas, que eram em lugares abertos, em fazendas, e eu fiquei muito curioso. Até o dia em que eu fui na festa e dei de cara com uma utopia vivida de uma completa harmonia, de pessoas com sorriso no rosto e um tratamento totalmente diferenciado. Me apaixonei muito pela questão do DJ, vendo ele em cima do palco e mandando essa energia para todos.

Com 18, comecei a tocar. Na época, a informação era mais lenta e eu não tinha condição de fazer um curso. Até que um portal lançou um concurso em que a melhor frase ganhava um curso de Dj. Fiz e ganhei. Depois, lançaram um curso de produção e eu ganhei também. Isso era 2007.

• Neste tempo, quais as principais mudanças que percebe no cenário?

Percebo a popularização da vertente musical. Hoje tem muito mais gente com acesso.

A questão do preconceito tem diminuído bastante, o pessoal está entendendo melhor como é uma festa de música eletrônica e percebendo a essência da cultura. Quem faz parte da cena da música eletrônica vive isso. O fim do preconceito é uma mudança muito grande.

Vejo a profissionalização cada vez maior dos DJs. Cada vez temos empresas mais consolidadas, um grande giro de capital neste meio. Evoluiu bastante.

• Como é o cenário da música eletrônica no Vale do Taquari?

Em Lajeado tem um núcleo chamado Ensaio Geral que faz festas-conceito, misturando rock and roll com música eletrônica. Em Arroio do Meio, tem o núcleo Emana, que vinha fazendo festas mensais no Galeras Rock Bar antes da pandemia. Tenho dado aulas para o pessoal da região e tem bastante Dj’s.

• Hoje você mora entre Arroio do Meio e Porto Alegre?

Minha residência é Arroio do Meio, onde minha companheira nasceu. Vale a

Contatos eletrônicos: Diretor Executivo: Adair Weiss Diretor de Mercado e Estratégia: Fernando Weiss Diretor de Marketing e Inovação: Sandro Lucas Fundado em 1º de julho de 2002 Vale do Taquari - Lajeado - RS

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EDITORIAL

O melhor no pior DIVULGAÇÃO

pena morar em Arroio do Meio e trabalhar em Porto Alegre. Eu adoro o Vale, sempre me sinto confortável ao chegar ao Vale do Taquari. Tem a questão de um menor custo de vida, mas principalmente a natureza, essa riqueza que o Vale tem.

• Em janeiro, você tocou no Universo Paralelo, que consiste no principal festival eletrônico do país, com seus filhos no palco.

Como foi este momento em família?

Foi meu terceiro Universo Paralelo, primeiro em família. Sempre tive o show de levar eles comigo e foi algo incrível.

Além de estar tocando, ter a presença da família e estar curtindo momento tão especial para mim.

Tocar no Universo Paralelo é o sonho de qualquer DJ, poder estar com meus filhos e mandar a energia para a galera junto com eles é sem palavras.

• Como a pandemia interferiu no seu trabalho?

Quando tudo normalizar, acredito que estou indo para o Japão. Está tudo certo, só esperar acalmar tudo.

Os artigos e colunas publicados não traduzem necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Impressão Zero Hora Gráfica

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O

s primeiros cinco meses do ano mostram o impacto da pandemia no emprego e na renda da população. O Vale perdeu mais de 2,7 mil postos de trabalho no período.

Ainda que a queda no total de empregos seja preocupante, há um ponto positivo para ser visto nos dados do Caged.

A retração em maio foi menos acentuada do que a de abril. Havia uma perspectiva de que maio e junho fossem meses com mais desemprego devido ao avanço da covid-19. Pelo indicativo, aos poucos a região pode estar passando pelo momento crítico e a tendência é para uma crise nos empregos menor em comparação com outras localidades gaúchas.

Enquanto em abril o Vale fechou 3,4 mil postos de trabalho, no mês subsequente, o ritmo do desemprego perdeu força. Em maio, o saldo ainda foi negativo, com -1.348. Essa redução no ímpeto das de-

Em nove das 38 cidades houve mais contratações do que demissões. Destaque para Arroio do Meio, que abriu 279 postos em cinco meses.” missões é resultado da indústria, setor que mais emprega trabalhadores da região e que precisou se adaptar, afastando grupos de risco e contratando mais mão de obra.

Outro aspecto positivo está nos empregos gerados. Em nove das 38 cidades houve mais contratações do que demissões.

Destaque para Arroio do Meio, que abriu 279 postos em cinco meses.

No mês de abril, marcado pela bandeira vermelha no Vale, nenhuma cidade havia conseguido ficar no positivo entre admissão e afastamentos. Sobre essas análises de dados se confirma a necessidade da região se manter na bandeira laranja.

Novas semanas de fechamentos e restrições teriam impactos desastrosos. A indústria alimentícia teria de reduzir para 25% a capacidade produtiva. Os comércios não essenciais precisariam fechar. A consequência disso seria desastrosa e o desemprego voltaria a crescer, até mesmo podendo ultrapassar as demissões de abril.

A maioria das empresas já adotou as medidas governamentais para redução das despesas, como suspensão dos contratos, redução da carga horária e afastamentos dos funcionários dos grupos de risco.

Ver o melhor cenário na pior crise das últimas décadas não afasta o empobrecimento das famílias e a necessidade de um plano consistente de recuperação econômica para empresas e trabalhadores. O Estado como um todo, municípios, unidades federativas e a própria União devem exercer essa liderança para indicar caminhos, apresentar soluções e alternativas para as organizações.

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A HORA | Terça-feira, 7 de julho de 2020

EFEITO DA PANDEMIA

Vale fecha 2,7 mil postos de trabalho em cinco meses Baque da pandemia nos empregos mostra impacto sobre todos os setores. No entanto, dados do Caged mostram que retração em maio foi menor do que em abril. Das seis maiores cidades da região, apenas Encantado e Arroio do Meio tiveram aumento no índice de empregabilidade nos cinco primeiros meses do ano FILIPE FALEIRO filipe@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

O

ano que começou com elevação no número de empregos com carteira assinada sofre os efeitos da pandemia e atinge o Vale do Taquari. Conforme o sistema Caged, do Ministério da Economia, nas 38 cidades da região, foram fechados 2.713 postos de trabalho de janeiro a maio.

Do total de municípios, apenas

nove tiveram saldo positivo. Entre estas, duas das seis maiores cidades abriram mais postos do que perderam. Em Encantado, foram 56 admissões a mais do que demissões. Enquanto Arroio do Meio teve o resultado mais positivo entre toda a região, com 297 novas vagas.

Na outra ponta, Lajeado, Estrela, Teutônia e Taquari ficaram no negativo (confira o ranking). Essa retração na empregabilidade começou na metade para o fim de março, se acentuou em abril e maio continuou, mas em uma escala menor em comparação com o mês passado.

No início de janeiro, a região tinha 102.216 trabalhadores formais.

Passou para 104.009 até o fim de fevereiro. Dias depois começou a queda. De acordo com o Caged, abril terminou com 100.570 trabalhadores formais e maio chegou a 99.503.

As restrições nas atividades econômicas na região iniciaram no dia 20 de março e seguiu por duas semanas, durante a vigência da bandeira vermelha no Vale do Taquari. O presidente da Câmara da Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC-VT), Ivandro Rosa, realça que havia indicativos de melhoria no índice de empregos para 2020 até que a pandemia mudou o cenário.

Os dados do Caged comprovam essa análise. Segundo ele, ainda que

os meses de março e abril tenham historicamente menos contratações, a queda acentuada está ligada a evolução dos contágios por covid-19.

Retomada mais lenta O número de trabalhadores formais na região nos cinco primeiros meses deste ano é menor do que o mesmo período de 2019. Voltar ao patamar acima das 102 mil carteiras assinadas, número de empregos no início de 2020 é um desafio para a região.

A retomada costuma ser mais devagar do que as quedas, afirma Rosa. Ainda assim, líderes regionais apostam que o Vale terá menos prejuízos em comparação com outras regiões gaúchas.

A perspectiva, diz o presidente da CIC, era que maio houvesse uma queda maior em comparação com abril.

Essa tendência não se confirmou. “É uma informação positiva. Para nós, mostra a importância de permanecermos na bandeira laranja. Pois, se houver novas restrições, a chance de mais desemprego aumenta.”

Tudo por conta da força da produção de alimentos e da reorganização do setor de varejo. Apesar dos surtos em frigoríficos, há condições para se manter as pro-

duções. Por isso líderes regionais alertam para o risco de uma nova evolução dos casos e retorno à bandeira vermelha.

Com mais restrições, o segmento dos frigoríficos teriam de reduzir novamente o trabalho

para 25% da produção, o que traria ainda mais perdas em relação aos postos de trabalho. Para a CIC-VT, a perspectiva é que a partir de agosto haja uma recuperação mais segura das atividades econômicas.

DETALHES Os dados do Caged na região mostram que em janeiro a região teve um aumento de 747 no número de empregos com carteira assinada. Fevereiro manteve essa tendência, com saldo positivo de 1.046. A partir de março começou a cair. Foram fechados 556 postos. Abril foi recorde, com -2.883. Em maio essa retração foi de -1.348 • O Vale começou o ano com 102.216 empregos formais; • Até maio, caiu para 99.503; • Os seis maiores municípios (Lajeado, Estrela, Teutônia, Arroio do Meio, Encantado e Taquari) representam mais de 70% de todos os trabalhadores formais da região;

Maiores cidades

• Conforme o Caged, Lajeado tinha até abril 31.424 trabalhadores com carteira assinada. O que representa quase 31,5% de todo o emprego formal em 38 cidades da região • Estrela é a segunda. Eram 9.550 carteiras assinadas até maio (9,5% da região); • Teutônia aparece em seguida. Nos primeiros cinco meses, tinha 9.324 trabalhadores formais, ou 9,3% do total na região; • Encantado contabilizava 7.646 trabalhadores formais, com participação de 7,6% no total do Vale; • Arroio do Meio na quinta posição em empregos gerados, com 7.348 de janeiro a maio. Significa 7,3% do total; • Taquari somava até maio 4.527 trabalhadores formais. A participação é de 4,5% dos empregos na região;

RANKING DAS MAIORES CIDADES Confira o saldo de empregos nas seis cidades mais populosas do Vale (tabulação de janeiro a maio)

Positivos

Arroio do Meio: + 297 Encantado: + 56

Negativos Lajeado: - 827 Teutônia: - 637 Estrela: - 200 Taquari: - 123

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A HORA | Terça-feira, 14 de julho de 2020

RODRIGO MARTINI Sugestões, críticas, contrapontos: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

Enchente e Gabinete

Enchente e moradias

Nesta quarta-feira, às 9h, um grupo de empresários se reúne com o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo. Na pauta, os prejuízos e as ações – tomadas ou não – diante da histórica enchente que assolou toda a região. Haverá cobrança contra o chefe da Defesa Civil.

Em Estrela, alas da oposição questionam as ações do Executivo no combate aos prejuízos causados pelas cheias. Segundo agentes políticos, boa parte das casas deixadas pelos moradores do condomínio popular Nova Morada foram reocupadas em áreas alagáveis.

Um debate antigo!

A

inércia custa caro. A falta de ações preventivas para tragédias pra lá de anunciadas causam um prejuízo anual imensurável aos cofres do contribuinte.

E em determinadas ocorrências, o custo dessa inércia é a vida. O tema é bastante espinhoso para certos blocos políticos. Mas é necessário entendê-lo cada vez melhor. E cabe à imprensa a tarefa de seguir instigando o bom debate e cobrando ações de quem é muito bem pago para tal. Doa a quem doer.

Não é momento para campanha em meio aos flagelados. Nem para opositores e tampouco contra situacionistas. Mas o contribuinte, diretamente afetado ou não pelas cheias do rio Taquari, quer saber de soluções rápidas e efetivas contra o recorrente acúmulo de prejuízos. Famílias inteiras per-

deram todos os seus bens diante da falta de informações precisas sobre o avançar das águas. E a imprensa tem a missão de levar essas cobranças até o gestor, e, reforço, instigar este importante debate. Aliás, o Grupo A Hora tem feito isso ao longo dos anos.

Em setembro de 2012, por exemplo, o A Hora publicou matéria seguida de debate. Na pauta, as recentes enchentes em Lajeado, Estrela e Encantado. O professor Edelbert Jasper alertava. “Está na hora da região ter um modelo confiável de monitoramento.” Já o então Coordenador Regional da Defesa Civil, Vinícius Renner, reforçava a importância de medidas efetivas para retirar famílias de áreas alagáveis. Ah, e como era um período eleitoral, a reportagem ouviu os nove candidatos às respectivas prefeituras.

Em Lajeado, Luís Fernando

Schmidt defendeu “processos aprimorados, articulados com a Defesa Civil, tanto de prevenção como no atendimento aos cidadãos atingidos pelas cheias”. Juliano Baioco questionou a ocupação de áreas alagáveis e sugeriu a construção de casas populares para realocar famílias e também a construção de cisternas e maiores cuidados com a drenagem das ruas. Já Marcelo Caumo apresentou a proposta de construção de um dique entre o bairro Carneiros e o Morro 25.

Na cidade vizinha, Rafael Mallmann sugeriu um Conselho Municipal de Defesa Civil e grupos de voluntários nos bairros. O atual prefeito de Estrela também previa 240 casas populares para realocar as famílias em risco, e a implantação de um sistema de monitoramento eletrônico do Rio Taquari e seus afluentes, e “capaz de oferecer informações com no

mínimo 12 horas de antecedência”. Ainda em Estrela, Eduardo Wagner também sugeriu casas populares. E Gilmar Neitzke reforçou a necessidade de impedir obras em áreas alagáveis.

Por fim, o debate em Encantado. Agostinho Orsolin também defendeu a construção de um dique junto ao rio Taquari. Denise Pretto sugeriu a construção de uma via expressa elevada, que funcionaria como uma via de escape e também como uma barreira de contenção. E Paulo

Nasceu uma lenda! Às vésperas do Dia Mundial do Rock, o nosso querido amigo Mussum – ou Muçum, ou Tio Mussa – resolveu descansar.

Agora, Jorge Eloi definitivamente virou uma lenda e merecidamente ficará na história de Lajeado.

Foram inúmeras festas regadas com o bom rock and roll na vida desse artista do som. Ele viveu e morreu jovem. E assim será lembrado. É assim que ele gostaria de ser lembrado, tenho certeza.

Descanse em paz, meu amigo!

Costi, que venceria aquele pleito, finalizou. “Acredito que não há fórmula diferente do que já é feito: retirar as famílias das áreas de risco e investir em habitação.”

Muitas dessas ideias nunca saíram do papel. Outras tantas foram levadas adiante. E outras mais ficaram pela metade.

Desde então, muitos mudaram de opinião. Outros nem tanto.

E o contribuinte, diante de todo esse embaraço, segue à mercê das indecisões, inatividades e indolências do setor público.

Turismo regional

Ontem, o Secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo do RS, Rodrigo Lorenzoni, reuniu-se por videoconferência com representantes da Amturvales. Na pauta, o Trem dos Vales e a recuperação dos Centros e Atendimento ao Turista (CATs).

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A HORA | Terça-feira, 14 de julho de 2020

Ministério tenta Municípios apoiam uso de reverter embargo cloroquina contra covid-19 chinês a frigoríficos Kit de medicamentos

MATEUS SOUZA

Governo brasileiro quer mostrar segurança sanitária das unidades que tiveram surto. Ministra Tereza Cristina convida diplomata para visitar indústrias. Caso comitiva seja confirmada, primeira viagem pode ser para Lajeado ARQUIVO A HORA

é recomendado por médicos da região no estágio inicial da doença. Protocolo foi tema de reuinão da Amvat nessa segunda MATEUS SOUZA mateus@jornalahora.inf.br

ESTRELA

BRF e Minuano de Lajeado estão com exportações suspensas à China FILIPE FALEIRO filipe@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

D

epois de duas semanas das primeiras suspensões para compra de produtos cárneos pelo governo chinês, o Ministério da Agricultura inicia ofensiva para tentar reverter essas decisões. No fim de junho, a Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) atualizou a lista de frigoríficos autorizados a exportar ao país oriental.

Uma semana depois, mais unidades brasileiras foram informadas do fim das negociações.

Ao todo são seis empresas que perderam o certificado para exportar à China, entre elas, duas de Lajeado, a BRF e a Minuano Alimentos. O primeiro movimento do Ministério da Agricultura é organizar uma comitiva brasileira e chinesa para visitar as unidades. A estratégia visa convencer os orientais de que os frigoríficos brasileiros conseguiram erradicar o surto da covid-19 entre os funcionários.

Informações extraoficiais dão conta que o plano da ministra Tereza Cristina é convidar o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, para visitar as unidades que estão proibidas de exportar. A justificativa para o fim da compra dos produtos brasileiros se sustenta na tentativa de evitar uma segunda onda da doença.

A China é o maior comprador de carne suína, bovina e de frango do Brasil. Também ampliou a importação de soja brasileira após crise nas relações com os Estados Unidos.

Relação estremecida O embaixador chinês Yang Wan-

ming, 56, saiu do quase anonimato fora do meio diplomático e empresarial sino-brasileiro e virou personagem da polarização nacional após responder a uma acusação do deputado, Eduardo Bolsonaro (PSL).

O parlamentar brasileiro escreveu no dia 18 de março: “A culpa é da China e liberdade seria a solução.” No mesmo dia, o representante chinês rebateu com diversas mensagens. A que ganhou mais repercussão foi: “Contraiu, infelizmente, um vírus mental, que está infectando a amizade entre os nossos povos.”

Impacto econômico Na análise da economista e presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento (Codevat), Cintia Agostini, a suspensão traz como resultado aumento da oferta dos produtos para o mercado interno, o que reduziria os preços aos consumidores.

Por outro lado, traria impactos negativos ao campo. Em caso dos frigoríficos que usam granjas próprias, há risco de demissões. No modelo integrado, o agricultor poderá ter redução nos ganhos, pois a margem de lucro cai para a indústria.

Conforme a Secretaria da Fazenda de Lajeado, a BRF e a Minuano Alimentos ocupam o topo entre as empresas com maior retorno de ICMS. A BRF representou em 2019 cerca de R$ 11,2 milhões ao município. Isso representa 20% de toda produção que volta para os cofres públicos.

Já a Minuano Alimentos está na 4ª posição em termos de arrecadação aos cofres públicos. Em 2019 alcançou o montante de R$ 2,5 milhões em ICMS para Lajeado. O total corresponde a 6% do imposto gerado por empresas da cidade.

Os prefeitos da região decidiram, por aclamação, recomendar o tratamento precoce de pacientes infectados pela Covid-19 nos seus municípios. O encaminhamento ocorreu em reunião da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), na tarde de ontem, no Estrela Palace Hotel.

A forma de recomendação do tratamento será por decreto ou por termo de ajustamento de conduta (TAC).

A posição da grande maioria do gestores é de que é necessário dar aos pacientes, sobretudo os de baixa renda, acesso ao tratamento precoce da doença, dando a ele e ao médico a autonomia sobre a utilização dos medicamentos.

“Os prefeitos estão dispostos e juntos trabalhando para se ter uma recomendação aos médicos. Estamos em tempos de guerra. Pode ser importante no combate da porta de entrada do vírus e salvarmos muitas vidas. Não podemos mais esperar”, disse o presidente da Amvat e prefeito de Imigrante, Celso Kaplan.

Médicos apresentaram protocolo de tratamento aos prefeitos da Amvat

O protocolo do tratamento precoce foi apresentado pelos médicos Cláudio Klein, Sandra Cabral e Luiz Fernando Kehl, que defenderam a aplicação de um kit de medicamentos nos primeiros dias de infecção do paciente, como a hidroxicloroquina, a azitromicina, a ivermectina e o zinco. “Quando se fala em uso precoce é já nos primeiros dias. Não adianta esperar uma semana para começar”, alerta Klein, que destacou a boa resposta apresentada por pacientes na implantação do protocolo em Lajeado.

Kehl também reforçou a importância do uso dos medicamentos na primeira fase da infecção, quando o vírus entra nas células. “O tratamento precoce é para travar o acesso do vírus”, explica.

Eficácia Por não ter eficácia comprovada, a utilização de medicamentos como a hidroxicloroquina no tratamento de pacientes divide opiniões na medicina e entre os gestores.

Prefeito de Bom Retiro do Sul, Edmilson Busato disse não acreditar no kit como uma solução. “Sou a

favor de buscar alternativas, não podemos ficar de braços cruzados. Mas me preocupo. Os meus médicos vão aceitar essa prescrição?”, questiona.

Já o prefeito de Fazenda Vilanova, José Luiz Cenci, lembrou que o município registrou seu primeiro óbito nos últimos dias e defende a adoção do protocolo. “Eu insistia para entrarmos com essa medicação. Tem que dar alguma coisa para o paciente. Precisamos tomar uma atitude e acho que essa é a mais inteligente no momento”, afirma.

Agora, os prefeitos vão definir a forma que será feita a recomendação. Na serra gaúcha, boa parte dos municípios adotaram o TAC. Também será definida a forma de aquisição dos medicamentos.

Videoconferência Antes da apresentação do protocolo, o senador Luis Carlos Heinze (PP), por meio de videoconferência, falou com os prefeitos sobre a liberação de kits. “Estamos fazendo esse empenho para cadastrar a proposta e conseguir resolver o mais rápido possível. É especificamente para ajudar os dez municípios mais afetados”, afirma o senador.

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A HORA | Terça-feira, 14 de julho de 2020

Enchentes alertam para necessidade de melhorar resposta Repique da cheia histórica trouxe novos transtornos e mostrou que a região precisa melhorar a capacidade de prever e gerir estes fenômenos MATHEUS CHAPARINI matheus@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

A

água não havia baixado completamente das ruas e casas da região e a previsão do tempo já apontava para o risco de uma segunda enchente. A ocorrência de cheias seguidas é relativamente comum. A chuva forte nas cabeceiras quando o nível ainda não voltou ao normal e o solo encharcado influenciam este fenômeno.

O curto período de tempo entre as duas, de pouco mais de quatro dias, surpreendeu a região. O menor intervalo entre duas cheias era de 11 dias, em 1988. É o que aponta levantamento feito pela reportagem do A Hora a partir dos dados da pesquisa da engenheira ambiental Sofia Moraes.

O intervalo é medido entre os picos das enchentes. O nível do Taquari chegou a 27,39 metros na madrugada de quinta-feira, 9, entre 1h e 2h. Uma inundação considerada grande, que atingiu mais de mil edificações em Lajeado. O segundo pico foi registrado às 10h de ontem,

quando rio chegou a 22,13 metros.

Mais cinco famílias tiveram de deixar suas casas na segunda cheia. Na noite de ontem, o Parque do Imigrante permanecia com 90 famílias totalizando 264 pessoas abrigadas no local.

Ainda que menor que a primeira, a segunda enchente também, causou estragos na região. Em Lajeado, um belvedere na orla foi interditado.

O espaço localizado na rua Osvaldo Aranha, próximo à Júlio de Castilhos, apresenta risco de desabamento. Ontem, pelo menos dez pontos de vias da cidade tiveram de ser bloqueados.

Quatro cidades decretam emergência

Em função dos prejuízos causados pelas duas enchentes, pelo menos quatro municípios da região decretaram situação de emergência. Até o fechamento desta reportagem, Roca Sales, Muçum, Bom Retiro do Sul e Arroio do Meio haviam informado a emergência à Defesa Civil regional. O órgão prepara um relatório sobre a situação regional que deve ser concluído esta semana.

IGOR GARCIA

Centenas de famílias precisaram descartar mobílias e roupas

Carência tecnológica

Para o coordenador da Defesa Civil de Lajeado, Heitor Hoppe, não havia como fazer melhor previsão com as ferramentas disponíveis. Hoppe destaca que a quantidade de chuva foi bastante superior ao previsto pela meteorologia.

“Não houve falta da organização. O que acontece é uma carência tecnológica. Ainda es-

tamos muito atrasados. Faltam ferramentas com base científica e tecnológica mais avançadas e técnicos habilitados nos municípios para fazer projeções e cálculos”, afirma.

Hoppe destaca que se trata de um evento atípico. “Temos que evoluir, mas é complexo termos estrutura adequada para um evento dessa magnitude”, conclui.

Melhorar o convívio com o rio

Para a engenheira ambiental Sofia Moraes, há medidas preventivas que podem ser adotadas para reduzir o impacto das próximas enchentes. As iniciativas mais básicas são desenvolver mais conhecimento sobre a bacia Taquari-Antas, tornar o sistema de monitoramento mais eficaz e menos concentrado, com a instalação de réguas e pluviômetros por diversos pontos.

“Uma solução barata é criar projetos que integrem a comunidade ao rio. Hoje, se alguma régua falha, nós não temos um plano B. Precisamos Instalar réguas físicas e ter representantes do poder público ou líderes comunitários habilitados a fazer a leitura”, propõe.

Sofia destaca que as inundações são um fenômeno natural dos rios com o qual seguiremos convivendo. “Cabe a nós, enquanto sociedade, buscar as melhores formas possíveis de convivência com o rio”.

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A HORA | Terça-feira, 14 de julho de 2020

FÁBIO KUHN

Belvedere às margens do Rio Taquari foi interditado depois de parte da estrutura de concreto ceder na manhã de ontem. Município avalia prejuízos

Cheias deixam rastro de destruição no Vale do Taquari Ruas interditadas, deslizamento de terras nas margens do Taquari e estragos na malha viária. Prejuízos das duas enchentes em menos de uma semana ainda são calculados pelas administrações municipais da região FÁBIO KUHN fabiokuhn@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

U

m dos principais pontos turísticos de Lajeado foi interditado nessa segunda-feira, 13. O belvedere que fica na Rua Oswaldo Aranha, esquina com a Bento Gonçalves e Júlio de Castilhos, teve

de ser fechado para o público após parte da estrutura ceder.

A destruição foi percebida na manhã de ontem. “Sai às 10h30min e estava tudo normal.

Quando voltei, havia a cratera”, conta o proprietário de um restaurante em frente ao local, Dorneli João Vian.

Conforme a administração municipal, além da queda de parte da

estrutura de concreto, uma árvore e um poste de iluminação tombaram.

Desbarrancamentos foram registrados em outros dois trechos da Oswaldo Aranha, inclusive com parte da calçada danificada.

Os locais foram interditados pela administração municipal e em alguns percursos, o acesso à via foi permitido apenas para moradores.

Morador do local na infância,

Osmar Vinícius de Quadros, 45, destacou que desmoronamentos da rua já haviam ocorrido na década de 90. “Mas não foi em tantos pontos como esta vez”, analisa.

Lajeado também registrou prejuízos com desbarrancamento na Rua Bento Rosa, nas proximidades da Associação Atlética Minuano, no bairro Hidráulica. Parte da calçada foi afetada e a rua ficou com trânsito em meia pista.

Arroio do Meio Principais prejuízos foram registrados na rua Campos Sales, bairro Navegantes. O trecho em parte da via foi proibido em função do desbarrancamento às margens do rio, informa o secretário de Obras, Paulo Volk. Casas também foram danificadas na rua. Levantamento dos estragos ainda é feito pela administração municipal.

Encantado Conforme o prefeito Adroaldo Conzatti, cerca de 700 casas foram atingidas pela cheia. Aproximadamente 10 tiveram danos da estrutura e estão interditadas.

O mandatário reforça ainda que a água do rio invadiu empresas como a Dália, Fontana e Quinta

do Vale. Ontem, a Secretaria de Obras trabalhava em dois turnos para limpezas dos bairros atingidos pela cheia.

Estrela A rua dos Marinheiros, no bairro Moinhos, foi um dos pontos mais atingidos no município. Ontem, a Defesa Civil interditou 20 casas na beira do Rio Taquari que correm o risco de desabar. Por meio do Departamento de Habitação da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social, Trabalho e Habitação (Sedesth), está sendo feito o encaminhamento para que estas famílias sejam beneficiadas com aluguel social.

Muçum Levantamento inicial aponta que mais de 35 quilômetros de estardas de chão foram danificados pelas cheias, informa o coordenador da Defesa Civil, Douglas Pessi. Prejuízo também foi registrado na Casa de Cultura, que teve computadores e parte do acervo bibliográfico danificados. Conforme Pessi, seis casas foram levadas pela força da água. Outras oito estão interditadas em função dos estragos.

Após chuvas, frio intensifica nos próximos dias Meteorologistas alertam para mudança brusca na temperatura em poucos dias. Na quinta-feira chove, mas os riscos de nova enchente são mínimos RAMIRO BRITES ramiro@grupoahora.net.br

VALE DO TAQUARI

Enquanto centenas de pessoas retornam para suas casas após duas enchentes consecutivas, o

frio fica mais forte nos próximos dias. Hoje, as temperaturas não passam dos 12 °C. E na quartafeira, 15, a previsão é de temperaturas negativas pela manhã, com muita geada na parte alta do Vale.

Na quinta-feira, volta a chover, no entanto, o risco de nova enchente são mínimos. Especialistas estimam precipitações de 20mm a 30mm na baica Taquari-Antas.

Como rio está em queda desde às 10 horas de segunda-feira, dia 13, as áreas alagadiças não devem ter novos transtornos nesta semana, ainda que, em alguns períodos, a previsão é para chuva forte.

Ainda na quinta-feira, o vento norte começa a atuar sobre o vale.

A meteorologista Estael Sias diz

que esse sentido de vento ajuda no escoamento dos rios.

“O vento vem com ar seco e quente, o que funciona como uma forma de bloqueio a novas chuvas”, estima.

No final de semana, o sol aparece. As temperaturas máximas no sábado serão de 28ºC e, no domingo, 29ºC. Pessoas com predisposição de doenças respiratórias devem estar atentas.

“Nós vamos de um verão para o inverno em poucos dias, o que para a saúde não é a melhor das coisas”, prevê Estael.

Na próxima semana, as temperaturas ficam amenas, e o tempo deve permanecer seco até 25 de julho.

PREVISÃO DA SEMANA Terça

A massa de ar seco e frio define as condições do tempo na Região e confere um dia de sol com poucas nuvens. Faz frio no começo do dia, e há condições para geada na maior parte do Vale.

Mínima: 5ºC Máxima: 12ºC

Quarta

O tempo permanece firme e ensolarado no Vale. Faz muito frio no começo do dia e deve gear em praticamente toda a Região. Durante a tarde, as marcas ficam amenas. E, à noite, volta a esfriar ocorrendo intensa sensação de frio na Região.

Mínima: -1ºC Máxima: 13ºC

Quinta

O sol aparece entre nuvens. Pancadas de chuva ocorrem em determinados períodos, com possibilidade de temporais isolados.

Mínima: 6ºC Máxima: 13ºC

8

A HORA | Terça-feira, 14 de julho de 2020

Órgão rebate críticas sobre monitoramento do nível do rio ALDO CESAR LOPEZ

Falha nos equipamentos eletrônicos em função das condições adversas pode ter prejudicado monitoramento do Taquari na madrugada de quinta-feira

8

Enchente coloca em xeque modelo de monitoramento

FALHAS NA MADRUGADA

Dados oficiais sobre o nível do Rio Taquari de hora em hora foram alterados, pelo menos três vezes, durante a madrugada

FÁBIO KUHN

ALDO CESAR LOPEZ

FÁBIO KUHN fabiokuhn@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

I

mplantado em 2013, o projeto de monitoramento do Rio Taquari deveria tornar mais confiável a previsão de cheias no Vale do Taquari. Entretanto a eficiência da ferramenta foi questionada nesta enchente.

O sistema de alerta é acompanhado pela Companhia de Pesquisas e Recursos Minerais (CPRM), empesa pública ligada ao Serviço Geológico Brasileiro. São 10 pontos da bacia monitorados em tempo real.

Entre eles, cinco estão no Vale do Taquari (Estrela/Lajeado, Encantado, Muçum e Taquari).

Pelo menos em três momentos da madrugada de quintafeira, 9, o monitoramento do rio, em Estrela/Lajeado, registrou discrepância de dados. A principal delas foi às 2h quando apontou o nível do Taquari em 28,04 metros.

Horas depois os dados foram alterados, mas ainda apresentavam erros. Às 6h, a CRPM media em 27,60 metros com subida constante das águas do Taquari. Uma hora depois divulgou outros dados com o pico do rio em 27,39 metros às 2h.

A discrepância nas informações oficiais pode prejudicar o trabalho de retirada das famílias atingidas pela cheia e equipes de socorro.

Na tarde de ontem, a reportagem do A Hora tentou contato com o órgão por telefone do Rio de Janeiro divulgado no site da CPRM e por um contato de Porto Alegre, sem sucesso.

Pelo menos em três momentos da madrugada de quinta-feira, 9, o monitoramento do rio no Porto de Estrela, registrou discrepância de dados. A principal delas foi às 2h quando apontou o nível do Taquari em 28,04 metros.

Horas depois os dados foram alterados, mas ainda apresentavam erros. Às 6h, a CRPM media em 27,60 metros com subida constante das águas do Taquari.

Uma hora depois divulgou outros dados com o pico do rio em 27,39 metros às 2h.

fabiokuhn@jornalahora.inf.br

A HORA | Sexta-feira, 10 de julho de 2020

CONTROLE IMPRECISO

Medição do nível do rio Taquari no Porto de Estrela é um dos principais indicadores para orientar a organização dos municípios e Defesa Civil

mações a uma central de coleta de dados.

Também destaca a necessidade de monitoramento em afluentes que desaguam no Taquari como o rio Forqueta, arroios Jararaca e Boa Vista. “Esses também impactam o nível do rio”, justifica.

Collischonn percebe ainda a falta de investimentos na prevenção. “Isso só é percebido na hora que ocorre uma enchente maior, no dia a

dia não percebemos que esses equipamentos precisam de manutenção e que é preciso um profissional 24 horas por dia”, comenta.

Enchentes são fenômenos possíveis de serem previstos, reforça o professor. Com um monitoramento adequado, Collischonn destaca que o tamanho de uma cheia pode ser identificado com poucos centímetros de erro 10 a 8 horas antes de atingir as cidades.

PLANILHA APÓS ÀS 4H

PLANILHA APÓS ÀS 6H

Imagens mostram dados do CPRM que foram alterados durante madrugada

Falta estrutura Ampliar os pontos de monitoramento. Essa é a sugestão do professor do Departamento de Hidromecânica e Hidrologia da UFRGS, Walter Collischonn, para melhorar o controle das cheias e diminuir prejuízos nas áreas ribeirinhas.

Conforme Collischonn, os 10 pontos de monitoramento do CPRM são insuficientes no Taquari. Ele defende que todos os municípios às margens deveriam ter um pluviômetro automático para encaminhar infor-

A discrepância nas informações oficiais pode prejudicar o trabalho de retirada das famílias atingidas pela cheia e equipes de socorro.

VALE DO TAQUARI

Enchente da semana passada surpreendeu Defesa Civil e municípios

2000

1500

Nível - Estação Estrela

1000

Boletim - mínimo previsto

500

Boletim - máximo previsto

Linha José Júlio, Muçum, Encantado, Estrela/Lajeado, Bom Retiro, Porto Mariante e Taquari.

Todos estão equipados com es-

tações telemétricas, que transmitem os dados em tempo real, via satélite. A maioria destas estações telemétricas, que compõem o sis-

00:00

13/07/2020

00:00

12/07/2020

00:00

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09/07/2020

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00:00

07/07/2020

0

06/07/2020

O Rio Taquari foi escolhido para implantação do sistema de alerta por ser historicamente uma área muito afetada pelas inundações.

Os pontos de monitoramento estão em Passo Tainhas, Vacaria, Ibiraiaras, Serafina Correa, Auler,

2500

00:00

Saiba mais

Estação Estrela - Rio Taquari - Municípios de Lajeado /Estrela 3000

05/07/2020

força das águas dos rios”.

Quando apresentam falhas ou erros na transmissão, os engenheiros da CPRM entram em contato com observadores que estão no local, com o intuito de manter informados os órgãos de defesa.

A CPRM também informa que o maior diferencial do sistema de alerta são as previsões dos níveis realizado por engenheiros que calculam os possíveis níveis dos rios com horas de antecedência. Essa previsão garante à Defesa Civil informações necessárias para a remoção preventiva de pessoas e bens materiais de áreas de risco.

Na enchente da semana passada, a CPRM emitiu 36 boletins com previsões de quatro a 12 horas de antecedência. Um gráfico comparativo encaminhado pela CPRM à redação do A Hora mostra que as previsões estavam próximas do nível atingido pelo Rio Taquari.

Cotas (cm)

I

mplantado em 2015, o sistema de alerta hidrológico da Bacia do Rio Taquari tem 12 pontos de monitoramento das águas. O trabalho realizado pelo Serviço Geológico do Brasil/ Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) tem como objetivo “mapear, descrever e classificar com potencialidade para riscos de desastres naturais, inundações e deslizamentos de terras”.

Durante a maior enchente registrada no Vale do Taquari nos últimos 64 anos, a alteração de dados sobre o nível de Taquari fez autoridades e comunidade local questionar a eficiência do sistema. Principais equívocos foram registrados na madrugada de quinta-feira, 9.

Em nota encaminhada ao A Hora nessa segunda-feira, 13, a CPRM destacou a importância do monitoramento, que funciona sem interrupções na transmissão dos dados e manutenção constante.

Mesmo com o acompanhamento e reparos preventivos, a CPRM afirma que “não é possível garantir que não ocorram falhas”. Os equívocos ocorrem pelo fato dos equipamentos eletrônicos de alta tecnologia estarem expostos a condições adversas, “como chuvas torrenciais, raios, trovões e a

tema de alerta hidrológico do rio Taquari, também integram a Rede Hidrometeorológica Nacional de Referência (RHNR).

A HORA | Terรงa-feira, 14 de julho de 2020

9

10

A HORA | Terça-feira, 14 de julho de 2020

UM PARTO DURANTE A ENCHENTE Mulher entrou em trabalho de parto no alojamento, após ser resgatada da casa onde morava, que ficou destruída MATHEUS CHAPARINI matheus@jornalahora.inf.br

LAJEADO

N

a tarde de quinta-feira, a água chegou ao segundo do piso da casa de Rosane da Silva, na rua Marechal Deodoro, no Centro. Grávida de quase nove meses, ela foi resgatada junto com o marido e o filho de seis anos.

A família foi para o Parque do

ACERVO PESSOAL

Imigrante, onde mais de cem pessoas tiveram de se abrigar em função das enchentes. O resgate ocorreu no fim da tarde. Durante a madrugada, já no alojamento, Rosane começou a sentir as primeiras contrações.

“Acho que fiquei muito nervosa e estourou a bolsa. Eu não estava muito bem, estava triste, preocupada. Tudo contribuiu. A gente estar fora de casa é ruim também. Chamaram uma ambulância e me levaram para o hospital”, conta.

Natural de Cachoeira do Sul, ela vive em Lajeado faz cerca de seis anos. Foi a primeira vez que enfrentou uma enchente de grandes proporções.

O pequeno Kaleb Emanuel nasceu às 8h17 da sexta-feira, com 3,6 kg e bastante cabelo, no Hospital Bruno Born. Rosane e o bebê permanecem no hospital.

A enchente destruiu tudo que havia na residência.

Família não tem para onde ir

Rosane ainda não tem previsão de sair do hospital pois a família ficou sem ter para onde ir.

Ela trabalha em um frigorífico e o marido, Isac, é autônomo.

A família busca agora um lugar para seguir a vida com o novo integrante.

A mãe ainda não teve condições de curtir o novo filho com tranquilidade. No momento, sua maior preocupação é encontrar um imóvel para acomodar a família. Eles contam com apoio da assistência social do município para achar um local para se mudar. “Ficou tudo destruído e não podemos mais ir para lá. O que me preocupa agora é achar um lugar para ficar”, conta.

Rosane entrou em trabalho de parto na noite em que foi resgatada da enchente

Como ajudar as famílias atingidas na região MATEUS SOUZA

LAURA MALLMANN

lão do Grêmio Esportivo Recreativo União (Greu) e na sede da Secretaria de Assistência Social e Habitação, com acesso pelos fundos do prédio da prefeitura. De acordo com Dullius, as famílias precisam de colchões, cobertores e leite.

laura@jornalahora.inf.br

VALE DO TAQUARI

A

cheia histórica que atingiu a região na semana passada deixou mais de mil famílias desabrigadas ou desalojadas no Vale. As administrações municipais e Defesa Civil dos municípios realizam ações solidárias para arrecadar materiais e auxiliar na retomada das famílias. Entre os principais itens solicitados estão móveis, eletrodomésticos e colchões.

Em Lajeado, cerca de 300 pessoas seguem no abrigo do Parque do Imigrante, com a melhora no tempo, algumas famílias começaram a voltar pra casa ontem. Entre as principais necessidades, estão móveis, eletrodomésticos, colchões, toalhas, produtos de higiene e limpeza. As doações podem ser feitas no Pavilhão 4.

Para receber as doações, as famílias atingidas devem preencher um cadastro da Secretaria do Trabalho, Habitação e Assistência Social.

Encantado Ações solidárias são realizadas pelas administrações municipais

Estrela Em Estrela, as doações podem ser feitas na prefeitura, das 8h às 17h.

Entre os itens de mais necessidade estão roupas, cobertores, colchões, móveis, alimentos e produtos de higiene pessoal. Para retirar doações, as famílias devem realizar um cadastro no Cras do Centro.

Os agasalhos, toalhas, roupas de cama, travesseiros e cobertores podem ser retirados no Brechó Solidários na rua Arnaldo José Diel, em frente a Escadaria, e nas escolas Léo Joas no bairro das Indústrias, Emei Crian-

ça Feliz, no Marmitt, Emei São José, no Oriental, na Emei Girando Sol, no Boa União, e na Emei Arco Íris, no Imigrantes. Cestas básicas e materiais de limpeza e higiene são distribuídos no Cras, na rua Tiradentes.

Cruzeiro do Sul Em Cruzeiro do Sul, foram 41 famílias atingidas. Conforme o coordenador da Defesa Civil e vice-prefeito do município, João Dullius, quase todos perderam a maioria dos seus móveis e eletrodomésticos.

Doações podem ser feitas no sa-

Em Encantado, a administração municipal estima que mais de 750 famílias tenham sido atingidas pela enchente da última semana. Cerca de 100 famílias permanecem nos abrigos municipais. Conforme a coordenadora Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Valéria de Castro Caldas, a nova cheia do rio, de domingo para segunda, não atingiu as casas. “Por conta disso, muitas famílias já retornaram para os lares para iniciar a limpeza”, reforça.

Mais de 550 famílias já se cadastraram para receber donativos. A coordenadora reforça que os itens mais necessários são colchões, roupas de cama, móveis, alimentos e produtos de limpeza. O recolhi-

mento e a distribuição de doações ocorrem na nova sede do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), junto ao Parque João Batista Marchese.

Arroio do Meio As doações às cerca de 200 famílias atingidas pela enchente em Arroio do Meio podem ser feitas das 8h às 19h, no Salão Paroquial/Comunidade Católica. A distribuição será realizada durante a semana, conforme a ordem de chegada dos materiais.

Para ter acesso aos donativos, as famílias atingidas devem se habilitar junto ao Centro de Referência da Assistência Social (Cras), na rua Gustavo Wienandts, 485. Doações de roupas, cobertores, calçados, produtos de higiene e limpeza, cestas básicas e demais donativos podem ser entregues no Cras, na Secretaria de Educação e Cultura, na rua Dr. João Carlos Machado, nº1000, e Centro Social na Comunidade Luterana São Paulo.

Informações sobre doações pelo telefone (51) 99649-6722.

A HORA | Terรงa-feira, 14 de julho de 2020

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A HORA | Terça-feira, 14 de julho de 2020

Governo retira taxa de importação de remédio contra AME Políticos se mobilizam para regularizar medicamento junto à Anvisa. Atualmente, a substância pode ser importada, mas não produzida no Brasil

DIVULGAÇÃO

RAMIRO BRITES ramiro@grupoahora.net.br

PAÍS

E

m resolução publicada ontem, a Câmara do Comércio Exterior (Camex) zerou a tarifa de importação do medicamento Zolgensma, usada no combate à atrofia muscular espinhal (AME) em crianças de até dois anos.

A publicação pode ajudar a menina Lívia Teles, de Teutônia. O remédio é cotado a R$ 12 milhões e não tem fabricação no Brasil, a droga é considerada o medicamento mais caro do mundo, de acordo com o Ministério da Economia. A desoneração do medicamento havia sido anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro na noite de sextafeira, 10, mas a decisão só foi oficializada na segunda-feira, 13.

A importação sem taxas baratearia o custo do tratamento. Mas é um processo diferente da regularização junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O deputado federal Lucas Redec-

OBITUÁRIO JORGE EDSON ELOI, 70 anos, faleceu em Lajeado.

O sepultamento foi realizado no Cemitério Católico da Hidráulica.

Para informar falecimentos, contate o A Hora • WhatsApp: (51) 92487689 • Fone: 3710 4200 • E-mail: editor@jornalahora.inf.br

Família Teles obteve liminar da Justiça que permite custeio do remédio

ker explica que a oficialização da Anvisa permite a comercialização e produção do medicamento no Brasil, sendo o terceiro país do mundo a desenvolver este remédio.

“Hoje o Zolgensma não está efetivado para comercialização e produção no país, mas pode ser importado para Brasil”, esclarece Redecker Segundo o deputado, a Anvisa realiza a oficialização está dentro do prazo, que deve terminar no final de julho. Há duas semanas o órgão consultou o laboratório Novartz, responsável pela produção da droga, sobre a viabilidade do desenvolvimento no Brasil.

Ontem, Redecker entrou com pedido junto ao Conselho das Fa-

zendas (Confaz) para que, assim que a comercialização do remédio seja liberada, não se cobre ICMS sobre o medicamento.“No Brasil, medicamentos são um dos produtos mais tributados”, afirma.

Além desses movimentos, o Deputado informa sobre uma mobilização junto ao Ministério da Saúde para que ele seja aplicado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), portanto, de maneira gratuita.

Liminar subsidia tratamento Nas últimas semanas, os pais Luana e Anderson haviam anunciado o alcance da primeira meta (R$ 9 milhões) e o subsídio da União para o valor restante para o tratamento.

A decisão foi em caráter liminar, ou seja, o governo pode recorrer.

Foi o que ocorreu com Julia Torres, a Juju, de Santa Cruz do Sul. O caso de Juju está em tramitação no TRF-4, em Porto Alegre. Na Corte federal da capital, a decisão pode ser em três sentidos: recusa da decisão, manutenção da decisão a favor da família santa-cruzense, ou mudança de termos. Já que, ao contrário de Lívia, a resolução seria para o pagamento integral do tratamento.

13

A HORA | Terça-feira, 14 de julho de 2020

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS Cruzadas

Resumo da novela

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL www.coquetel.com.br / © Revistas COQUETEL Oceano com 1/5 da superfície terrestre

Fina Estampa

Renê busca suas coisas na casa de Griselda

Jogos de tabuleiro, adivinhas e amarelinha O comércio de vendas em grosso volume

Status de Usain Bolt no atletismo

Ofídio brasileiro desprovido de peçonha

Habitar; colonizar Músico goiano do DVD "Sete Vidas"

Objeto que identifica o xerife (EUA)

Gás essencial à combustão (símbolo)

Título nobre de Newton e Fleming

Tempero que conserva a carne-seca Umberto (?), escritor italiano

Renê. Danielle conta para Beatriz que Esther deu à luz sua filha biológica. Renê avisa a sua equipe que ficará no Brasileiríssimo somente até Griselda arrumar outro chef. Teodora volta, e Pereirinha e Enzo se surpreendem. Renê busca suas coisas na casa de Griselda.

ÁRIES: Pode sentir uma leve e passageira indisposição por conta de Plutão. Aguarde porapoio na area profissional.

LIBRA: Contatos com gente de outra cidade pode não ter boa finalização. Receberá muitos convites para sair e se divertir.

TOURO: A Lua em Câncer vai abrir oportunidades para sua grana render. Chance de ter seus esforços reconhecidos no trabalho.

ESCORPIÃO: Precisará controlar seu impulso de falar demais. Evite sair defendendo quem nem conhecer.

GÊMEOS: Tenha muita calma com os assuntos de viagens e justiça. Mercurio pode deixar você mais falante do que o normal.

SAGITÁRIO: Pode ser que faça uma mudança profissional. A tensão com Jupiter indica para tomar cuidado.

CÂNCER: Mercurio pode dar uma força nos seus argumentos, vai conseguir convencer as pessoas do seu ponto de vista.

CAPRICÓRNIO: Dificuldade para se aproximar dos colegas de trabalho. Jupiter indica que será bom entrar em uma dieta.

LEÃO: Pode não ter o destaque que idealizou, mantenha-se firme mesmo assim.

Procure se abrir ao aprendizado.

AQUÁRIO: A Lua e Mercurio trazem habilidade para fazer bons negócios. Terá bons lucros e pode receber uma grana extra.

VIRGEM: Energias de Mercurio vão deixar seu astral animado. Entrevistas de emprego podem dar mais frutos do que imagina.

PEIXES: Terá uma postura mais séria e focada com os assuntos de trabalho. Mercurio irá favorecer você nos resultados.

Cópia de documento Profissional do laboratório de pesquisa Fixadas; decididas

70

Solução

Peixe chamado dormedorme Régis Rösing, jornalista gaúcho (?) stop: o voo sem escalas (inglês)

Afastam; separam

"A ira (?) má conselheira" (dito)

08-17-34-37-43-45

01 02 05 06 07 08 10 14 15 16 17 18 20 22 24

; s

5 GANHADORES!

a

to -

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"(?) que o partam!", expressão de raiva

ACUMULOU

: a o

Consoante de ligação em "cafeteira"

Vitamina essencial à visão noturna e

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Título nobre de Newton e Fleming

Loterias Concurso nº 1991- 10/07/20

Concurso nº 2278- 11/07/20

(51) 9 9552-8190

e

Solução

Triste, em inglês

Exata

Deus, em inglês

MALÉVOLA

Sou uma menina muito brincalhona e carinhosa. Sou de porte médio e tenho somente três patinhas. Muitas pessoas já se comoveram com a minha história, até cheguei a ser adotada, mas logo fui devolvida. Tudo que eu quero é uma família que me aceite e me ame! Entre em contato para adotar ou para ajudar a APAMA pelo Whats: Estímulo curativo da cromoterapia

Gás essencial à combustão (símbolo)

Umberto (?), escritor italiano

Cinzento tirante a azul

Tempero que conserva a carne-seca

A região de Acre e Roraima (abrev.)

Periférico manuseado pelo digitador

ME LEVA PRA CASA

P O V O O R A L R A N O D D O LA M C O E R T A I A S

Status de Usain Bolt no atletismo

70

P O V O O R A L R A N O D D O LA M C O E R T A I A S

Ofídio brasileiro desprovido de peçonha

Periférico manuseado pelo digitador

Peixe chamado dormedorme

AC M L A N T I C S T I N T I A N O S C A L S I A N T E I CO R R D A I A G A S T R E T I S O R A M A T I A R R I E N T I S O O T A S E N T A D

Músico goiano do DVD "Sete Vidas"

"A ira (?) má conselheira" (dito)

Triste, em inglês

A A T D I V F I D N A D D ES LU D V I C A A S

Habitar; colonizar

Régis Rösing, jornalista gaúcho (?) stop: o voo sem escalas (inglês)

M AC L A N T I C S T I N T I A N O S C A L S I A N T E I CO R R D A I A G A S T R E T I S O R A M A T I A R R I E N T I S O O T A S E N T A D

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Exata

A A T D I V F I D N A D D ES LU D V I C A A S

© Revistas COQUETEL

Deus, em inglês

Afastam; separam

3/god — non — sad — sir. 5/narda. 8/caninana.

Jogos de tabuleiro, adivinhas e amarelinha O comércio de vendas em grosso volume

Consoante de ligação em "cafeteira"

"(?) que o partam!", expressão de raiva

(?) ambiental: "matou" o rio Doce Ator (?): interpreta papéis no Teatro

BANCO

oquetel.com.br

Vitamina essencial à visão noturna

Noiva de Mandrake (HQ)

Cinzento tirante a azul

HORÓSCOPO

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

A região de Acre e Roraima (abrev.)

Estímulo curativo da cromoterapia

3/god — non — sad — sir. 5/narda. 8/caninana.

Renê fica intrigado com o pressentimento de Luana. Tereza Cristina invade o restaurante e conta para Renê que Griselda é a investidora do Brasileiríssimo. Danielle revela para Beatriz que ela e Guilherme são pais biológicos de uma criança. Griselda tenta se explicar para

Histórica ilha carioca Vanguarda

Concurso nº 5311- 11/07/20

15-23-29-31-55 ACUMULOU

Lajeado

Arroio do Meio

Estrela

51 3748.0103

51 3716.2221

51 3720.2204

Terça-feira, 14 de julho de 2020

SOLIDARIEDADE

PROCURA PELO CICLISMO CRESCE NO VALE ARQUIVO PESSOAL

Ponto da Bike, em Lajeado, é referência em bicicletas na região

INICIATIVA ARRECADA 2,5 TONELADAS DE ALIMENTOS Fred e Paulo Sehn pedalaram 282 quilômetros, enquanto Renan e Ramon Anschau correram maratonas em esteira DIVULGAÇÃO

EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

C

om a pandemia as pessoas procuram atividades para manter o corpo ativo. Um esporte que cresceu muito nos últimos meses foi o ciclismo. Em Lajeado, a Ponto da Bike é o local adequado para os interessados em adquirir uma bicicleta ou até mesmo fazer um reparo nela.

Localizado no Bairro Florestal, em Lajeado, a Ponto da Bike surgiu em 2013. Atleta de audax e apaixonado por ciclismo, Daniel Scartezini conheceu Roni Kummer em uma das provas que disputou. Após várias conversas viram que faltava uma loja mais específica para o segmento. “Vimos que o esporte estava crescendo e ia crescer ainda mais, foi o que aconteceu”, conta Daniel Scartezini. O sócio-proprietário conta que em quatro meses será reinaugurada uma nova loja com mais de 600m² muito próxima de onde a loja atual está localizada.

Além da venda de bicicletas, a Ponto da Bike tem uma oficina mecânica especializada que atende diariamente das 8h às 18h30min.

BICICLETA IDEAL

Muitos acreditam que só existe apenas um modelo de bicicleta e que um atendimento adequado na hora da venda evita arrependimentos. “Muitas vezes a gente compra uma bicicleta e vê que ela é ruim ou pouco apropriada para o nosso objetivo.”

Scartezini conta que antes de adquirir uma bicicleta, a pessoa tem que ver o tamanho e o tipo de

Ponto da Bike inaugurará uma nova loja no Bairro Florestal, em Lajeado

esporte que ela pretende realizar, no asfalto ou estrada de chão. “A gente passa o conhecimento diferenciado e vende a bike correta para não deixá-la parada também.”

PAIXÃO PELO CICLISMO

Antes de abrir a loja, Scartezini já pedalava. A paixão pelo esporte iniciou entre 2002 e 2003. Adepto ao Audax, já participou de mais de 40 provas nas mais variadas distâncias desde o mais curto que é o 200 quilômetros até o mais longo que é o 1000 quilômetros.

“Foi uma paixão a primeira vista, quando disputei a minha primeira prova vi que era o que queria e não parei mais.”

A prova mais marcante foi a de 1000 quilômetros em 2012. Foram 60h pedalando sem parar, passando por 38 cidades. “Foi muito difícil. Passei frio e chuva. É se desafiar mesmo, fiz varias amizades, diversas provas até completar esse de mil, foi uma grande vitória e não tem como esquecer isso aqui.”

CRESCIMENTO DO ESPORTE

Scartezini conta que a modalidade vem crescendo ano após ano.

Em virtude da pandemia, a busca pela bicicleta está tendo uma

SERVIÇO Quem é: Ponto da Bike Localização: Avenida Benjamim Constant, 2361, sala 101, Florestal, Lajeado Contatos: Telefone: 37298404 Facebook: facebook.com/ pontodabike Instagram: @pontodabikeloja e-mail: atendimento@ pontodabike.com.br site: www.pontodabike.com.br

crescente mais rápida. Ele dá o exemplo dos atletas que praticavam futebol. “Sem o futebol, muita gente está indo para a bicicleta e está gostando. Pedalar é muito prazeroso, te dá uma sensação de liberdade.”

O sócio-proprietário da Ponto da Bike conta que o desenvolvimento poderia ser muito maior se existisse mais áreas específicas para o esporte. Outro detalhe apontado é a falta de segurança.

“Muitos ciclistas não procuram o esporte pois tem medo de pedalar no trânsito.”

Ele relata que Lajeado não foi projetado para isso, mas que os próximos gestores teriam que olhar um pouco mais para a mobilidade urbana. “Teria que se pensar em uma maneira de ajudar a desenvolver este esporte ainda mais aqui na região.”

Irmãos Anschau e Sehn arrecadaram 2,5 toneladas de alimentos EZEQUIEL NEITZKE ezequiel@jornalahora.inf.br

Uma ação beneficente realizada entre a manhã e tarde deste sábado, 12, no Calçadão de Estrela, resultou na arrecadação de 2,5 toneladas de alimentos. “Superou todas as nossas expectativas”, conta Paulo Sehn, um dos organizadores.

O desafio “Rolo pela Vida”, do grupo Riders Estrela, liderada pelos irmãos Fred e Paulo Sehn, ganhou o apoio dos atletas Ramon e Renan Anschau.

Fred e Paulo pedalaram 282 quilômetros, superando a meta de 200 quilômetros previstos inicialmente. Já os irmãos Anschau também bateram a meta de correr 42 quilômetros de maratona em uma esteira. “Nós olhávamos para o lado e a montanha de alimentos crescia cada vez mais. Nossos familiares co-

laboraram com a gente para receber os mantimentos. As doações serviam de combustível para seguir buscando o objetivo.”

O desafio foi transmitido ao vivo pelas redes sociais do Riders Estrela. Os alimentos arrecadados serão destinados para a Assistência Social da Comunidade Evangélica de Estrela e para o Cras. “Agradecemos a comunidade e as empresas que colaboraram, foi incrível essa ação.”

OUTRAS AÇÕES Sehn conta que estão estudando outras ações sociais.

Além disso, o evento serviu de exemplo para outros grupos do Vale, ele cita que deve ter uma ação parecida em Guaporé nos próximos dias.

“Queremos continuar com esse histórico do Riders de fazer o bem para o próximo.”

15

A HORA ESPORTE | Terça-feira, 16 de junho de 2020

DUPLA GRE-NAL

AGENDA DO

RENATO VOLTA A COMANDAR O GRÊMIO APÓS QUATRO MESES

FUTEBOL

INGLÊS – 1ª DIVISÃO 16h15min

Chelsea x Norwich

LUCAS UEBEL/DIVULGAÇÃO

Treinador testou negativo para Covid-19 em sua chegada a Porto Alegre

INGLÊS – 2ª DIVISÃO 13h

West Bromwich x Fulham

14h

Reading x

14h

Wigan x

Hull City

15h45min

Cardiff x

Derby

15h45min

Luton x

QPR

15h45min

Millwall x Sheffield x Wednesday

15h45min

CAETANO PRETTO caetano@jornalahora.inf.br

Middlesbrough

Blackburn Huddersfield

A

pós quase quatro meses no Rio de Janeiro, Renato Portaluppi retornou a Porto Alegre para comandar os treinos do Grêmio. O técnico desembarcou no Aeroporto Salgado Filho na manhã de ontem e na tarde já esteve nos trabalhos com a equipe. Ele realizou o teste para Covid-19 e testou negativo.

O retorno de seu treinador foi decidido pelo Grêmio após a liberação das autoridades para treinos com contato físico em Porto Alegre. Renato terá pouco mais de uma semana de preparação para o Gre-Nal que marca a retomada do Campeonato Gaúcho. A data do clássico ainda não foi confirmada, mas ele deve ocorrer na próxima quarta ou quinta-feira.

ITALIANO 16h45min

Atalanta x Brescia

Renato terá pouco mais de uma semana de preparação para o Gre-Nal que marca a retomada do Gauchão

Em entrevista ao site oficial do clube Renato se disse feliz em retornar para orientar treinos táticos e coletivos. “Fico muito feliz em estar de volta e poder estar perto do meu grupo novamente. Como disse desde o início, assim que os treinos táticos e coletivos estivessem liberados eu estaria aqui.”

INTER PROMOVE JOVENS O técnico Eduardo Coudet promoveu mais três garotos das categorias de base para se somarem ao elenco principal. Os jovens foram ao CT Parque Gigante ontem pela manhã para fazerem testes de Covid-19 e de-

mais avaliações médicas.

Os três garotos são o meia Lucas Ramos e os atacantes Leonardo Ferreira e Matheus Monteiro.

O trio estava no grupo campeão da Copa São Paulo no início deste ano. Na competição, Lucas fez oito jogos, Leonardo cinco partidas e um gol, e Matheus Monteiro jogou nove vezes e marcou três gols.

PORTUGUÊS 13h

Santa Clara x Aves

15h15min

Portimonense x

17h30min

Benfica x

17h30min

Gil Vicente x

Boavista Vitória SC Tondela

FUTSAL

LIGA GAÚCHA TEM PREVISÃO DE RETORNO PARA FINAL DE AGOSTO

A tendência é de que a competição retorne com ginásios sem público

Em encontro virtual com a direção da Liga Gaúcha de Futsal, o secretário estadual do Esporte e Lazer, Francisco Vargas, considerou viável e acredita que a competição possa retornar no dia 29 de agosto.

A tendência é de que isso aconteça, mas com ginásios sem público. “Apresentamos ao secretário a nossa realidade do futsal gaúcho e ele se colocou à disposição para analisar com prioridade as medidas de controle que

apresentamos para garantir a retomada das competições no estado, respeitando toda a segurança sanitária para a comunidade do futsal”, comentou o presidente da Liga Gaúcha, Nelson Bavier.

Vargas ressaltou que tudo dependerá das liberações pelos municípios, que têm a autonomia para determinarem o uso dos ginásio e retorno das atividades esportivas nas suas localidades. Boa parte das regiões do estado atualmente está

sob a bandeira vermelha no modelo de distanciamento controlado.

Ainda nesta semana, o departamento técnico da Liga entregará ao governo estadual o protocolo sanitário com as medidas necessárias para que o futsal possa voltar a ser praticado no Rio Grande do Sul. Entre as medidas presentes no protocolo, a principal será a testagem entre todos os envolvidos nos clubes filiados à Liga Gaúcha de Futsal.

Terça-feira, 14 de julho de 2020

MÍN: 04º MÁX: 12º

A massa de ar seco e frio define as condições do tempo na Região e confere um dia de sol com poucas nuvens.